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Direito Civil I Dos bens: - Os bens como objeto da relação jurídica: Trata das pessoas naturais e jurídicas, como sujeitos de direitos, e dos bens como objeto das relações jurídicas que se formam entre os sujeitos. - Objeto das relações jurídicas: É tudo o que pode se submeter ao poder dos sujeitos de direito, como instrumento de realização de suas finalidades jurídicas. - Bem-jurídico: Material ou imaterial, e ele diz respeito a algo que se pode exercer seus direitos subjetivos. Bem X Coisa: Um bem pode ser imaterial (ex: honra), já a coisa sempre será algo material. Bens corpóreos: São os que tem existência física/ material. Bens incorpóreos: existência abstrata/imaterial, ideal, valor econômico. - Patrimônio: são os bens corpóreos e incorpóreos que integram o patrimônio da pessoa. É o complexo das relações jurídicas de uma pessoa que tiver valor econômico. O patrimônio se restringe aos bens avaliáveis em dinheiro. - Benfeitorias: acessório que beneficia o bem principal (ex: pavimentação, telhado). Fato jurídico é todo acontecimento natural ou humano que determine a ocorrência de efeitos constitutivos, modificativos ou extintivos de direitos e obrigações. Dos Negócios: Negócio jurídico: é a declaração de vontade emitida pelo agente com o propósito de produzir efeitos admitidos pelo ordenamento jurídico, respeitando os pressupostos de existência, validade e eficácia. Para que o negócio jurídico seja exista ele deve ter: Manifestação de vontade; Um agente para emitir essa vontade; Um objeto alvo para essa vontade; Uma forma de emitir essa vontade. Para que esse negócio seja válido: Essa manifestação de vontade deve ser livre e de boa-fé; O agente emissor da vontade deve ser capaz; O objeto alvo da vontade deve lícito, possível e determinável; E a forma de emissão de vontade deve ser prescrita, ou pelo menos não contrária a lei. Para que esse negócio jurídico seja eficaz: Deve ter respeitado os pressupostos de existência, e validade; Deve produzir os efeitos jurídicos desejados. No entanto, o plano da eficácia pode ser delimitado/ modificado pelos “elementos acidentais”, que podem ser: termo, encargo ou condição. Termo: é o acontecimento futuro e certo que subordina o início ou o término da eficácia jurídica de determinado negócio. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito. O período de tempo entre o termo inicial e o final denomina-se prazo. Encargo: é a determinação acessória acidental do negócio jurídico que impõe ao beneficiário um ônus a ser cumprido, para que se tenha uma maior liberalidade. Uma autolimitação da vontade. Condição: é um evento futuro e incerto, por meio do qual se subordina ou se resolve os efeitos jurídicos de um determinado negócio. Condição suspensiva: suspende o negócio jurídico até que se cumpra a condição. Condição resolutiva: suspende o negócio jurídico caso uma condição seja descumprida. Defeitos no negócio jurídico: são vícios que impedem que a vontade seja declarada livre e de boa-fé, prejudicando então o plano da validade do negócio jurídico. Esses vícios podem ser no consentimento ou vícios sociais. Os vícios no consentimento podem ser: erro, dolo, coação, lesão ou estado de perigo. Já os vícios sociais podem ser: simulação e fraude contra credores . Vícios no consentimento do negócio jurídico: Erro: é a falsa percepção da realidade, só causa anulabilidade do negócio jurídico se for essencial ou escusável. Erro essencial/ substancial (art 138 CC/02) é o erro que incide sobre a essência do negócio, motivo/ razão do ato que se pratica, sem o qual o negócio jurídico não teria sido celebrado. Ex: Um colecionador compra uma estátua porque pensa que a mesma é feita de marfim, mas na verdade é apenas material sintético. Hipóteses de erro substancial (art 139): a) Quando interessa a natureza do negócio, ao objeto principal da declaração de vontade, ou a algumas das qualidades essenciais do negócio; b) Quando diz respeito a identidade ou qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde que influa nesta de modo relevante; c) Quando é de direito, mas não implica a recusa a aplicação da lei, e é o único ou principal motivo do negócio jurídico. O erro pode/deve ser também escusável, ou seja, perdoável (dentro do que se espera do homem que atue com grau normal de diligência). Não se admite a alegação de erro por parte daquele que foi displicente. Ex: A compra de uma jóia falsa pode ser erro de um particular, mas dificilmente, de um especialista em tal comércio. Erro de direito: é quando o agente sem intensão de descumprir a lei e dotado de boa-fé, pratica ato contrário a lei. Ex: O agente que celebra um negócio, um contrato de exportação, quando momentos antes foi expedido um decreto que proibia a entrada de tal mercadoria em território nacional. ! Quando a pessoa a quem a declaração de vontade se dirige, se oferece para exerce-la de acordo com a vontade real do manifestante não se invalida o negócio jurídico que fora celebrado. Princípio da conservação(art 142): possibilidade de convalescimento do ato se o erro na indicação da pessoa ou da coisa for suprido, guardando sua eficácia jurídica. Dolo: é o erro que é provocado por terceiro, e não por engano próprio do agente. Dolo é todo artifício malicioso empregado por uma das partes ou por terceiro, com o propósito de prejudicar outrem na celebração do negócio jurídico. O ato doloso poder ser (art 145): a) Principal: ataca a causa do negócio b) Acidental: não impede a realização do negócio, apenas cabe a obrigação de indenizar. Já a atuação do agente que age com dolo, pode ser positiva (ação) ou negativa (omissão; art 147) Dolo de terceiro (art 148): Não apenas quando a parte a quem aproveite efetivamente o dolo sabia ou devesse ter conhecimento. ! Se a parte que se aproveita do dolo não sabia, nem tinha como saber do expediente astucioso, subsiste o negócio. Embora o terceiro responda civilmente perante a parte ludibriada. Coação (art 151): traduz violência; violência psicológica ou física apta a influenciar a vítima a realizar negócio jurídico que a sua vontade interna não deseja efetuar. A coação pode ser: a) Física: vis absoluta; é aquela que age diretamente no corpo da vítima, esse tipo de coação neutraliza completamente a manifestação de vontade tornando o negócio jurídico inexistente. b) Moral: vis impulsiva; é aquela que incute na vítima um medo capaz de perturba-la de modo que seu consentimento era viciado, por não ter sua capacidade volitiva livre é causa para a anulabilidade do negócio. Para se caracterizar a coação é necessário 1- violência psicológica 2- declaração de vontade viciada 3- receio sério e fundado num grave dano a si, ou a pessoas/bens. 6) Lesão (art 157): é o prejuízo causado pela desproporção existente entre as prestações de serviço do negócio, a partir de um abuso pela inexperiência, necessidade econômica ou leviandade de um dos declarantes. Para que se caracterize uma lesão é necessário duas características: a) Objetiva: material; desproporção entre as prestações de serviço. b) Subjetiva: imaterial; abuso da inexperiência, necessidade, leviandade e dolo de aproveitamento. No entanto, atualmente o dolo de aproveitamento não é mais indispensável para que se configure lesão, uma vez que é notável a desproporção entre as prestações de serviço. Sendo possível a conservação do negócio jurídico em caso de revisão contratual. 7) Estado de perigo (art 156): quando o agente diante de situação de perigo, conhecido pela outra parte, emite declaração de vontade para salvaguardar direito seu ou de outrem assumindo obrigação excessivamente onerosa. No estado de perigo o medo de não se salvar ou salvar outrem é que determina a causa do negócio jurídico. 8) Simulação (art 167): é uma declaração enganosa de vontade, visando produzir efeito diverso do ostensivamente indicado. Na simulação celebra-se um negócio jurídico que tem aparência normal, mas que, na verdade, não pretende atingir o efeito que juridicamente deveria produzir. A simulação pode ser: a) Absoluta: neste caso, o negócio forma-se uma situação jurídica irreal, lesiva de interesse do terceiro, por meio da prática de um ato jurídico aparentemente perfeito, embora substancialmente ineficaz. (negócio simulado) b) Relativa: emite-se uma declaração de vontade que aparenta conferir direitos a uma pessoa, mas na verdade transferindo-os para terceiro, não integrante da relação jurídica. (dissimulação) 9) Fraude contra credores: é a alienação de bens praticada pelo devedor, com propósito de prejudicar o seu credor em virtude da diminuição do patrimônio. Elementos da fraude contra credores: a) Consilium fraudis; conluio fraudulento, má-fé (natureza subjetiva) b) Eventus damni; prejuízo causado ao credor (natureza objetiva) A anulação do ato praticado em fraude contra credores dá-se por meio de uma ação revocatória, denominada “ação pauliana”. A ação pauliana declara o ato praticado como ineficaz na fraude contra credores, essa ação visa declarar ineficaz o ato apenas para credores que foram prejudicados. O STJ vem reconhecendo que a consequência mais benéfica a todos é tornar o ato fraudado ineficaz e não nulo. 10) Prescrição e decadência: a) Prescrição: é a perda da pretensão de reparação do direito violado, em virtude da inércia do seu titular, no prazo previsto em lei. b) Decadência: é a efetiva perda de um direito, pela sua inércia durante o prazo estipulado em lei.
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