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PROCESSOS PSICOLÓGICOS BÁSICOS.pdf

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1 
 
PROCESSOS PSICOLÓGICOS BÁSICOS 
AULA 1 
Ementa é uma descrição discursiva que resume o conteúdo conceitual ou conceitual / 
procedimental de uma disciplina. 
EMENTA DE PPB: 
Os processos psicológicos básicos – sensação, percepção, memória, estados de consciência, 
motivação, emoção e pensamento – em seus aspectos conceituais e metodológicos. 
Ler com os alunos o Plano de Ensino, destacando os objetivos gerais e específicos e que os 
alunos deverão confeccionar um trabalho por BIMESTRE, as atividades práticas serão 
realizadas fora do horário de aula, incluirá uma apresentação e a postagem no site da 
Universidade - APS. 
Bibliografia básica da aula 1: 
FELDMAN, R. S. Introdução à Psicologia. 10ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2015, cap. 1 
MYERS, D. Psicologia. Rio de Janeiro: LTC, 2012, prólogo, cap. 1 e 4. 
GLEITMAN, H.; REISBERG, H. & GROSS, J. Psicologia. 7ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2009, 
cap. 
Roteiro de Leituras: 
MYERS, D. Psicologia. Rio de Janeiro: LTC, 2012, prólogo. 
A História da Psicologia 
O Nascimento da Psicologia 
Aristóteles teorizou sobre o processo de aprendizagem e memória, motivação e emoção, 
percepção e personalidade. 
Universidade de Leipzig – Wilhelm Wundt (Alemanha) 
William James (EUA) 
Ivan Pavlov (Rússia) – pioneiro no estudo da aprendizagem 
Sigmund Freud (austríaco) – desenvolveu uma influente teoria da personalidade 
Jean Piaget (suíço) – observador de crianças; estudioso do desenvolvimento cognitivo 
B.F. Skinner estudo do comportamento observável 
Carl Roger – humanista 
Qual a questão da psicologia? Debate natureza/cultura 
Subáreas da psicologia 
2 
 
MYERS, D. Psicologia. Rio de Janeiro: LTC, 2012 cap. 1. Pensando criticamente com a ciência 
psicológica. 
Na esperança de satisfazer a curiosidade sobre as pessoas em geral e de remediar os próprios 
infortúnios, milhões de pessoas recorrem à “psicologia”. Elas ouvem programas de 
aconselhamento no rádio, lêem artigos sobre poderes mediúnicos, participam de seminários que 
ensinam a para de fumar por meio da hipnose e devoram livros de autoajuda. 
As pessoas se aproximam se da psicologia ou por curiosidade ou intrigadas com alegações da 
‘verdade’ psicológica (exemplo: vínculo mãe / bebê). 
Diante desses questionamentos, como podemos separar opiniões sem fundamento de conclusões 
criteriosas? 
Algumas pessoas afirmam que a psicologia simplesmente documenta e reveste em jargão aquilo 
que as pessoas já sabem. 
Nosso pensamento, memória e atitudes funcionam em dois níveis, consciente e inconsciente, 
com a maior parte funcionando automaticamente, nos bastidores. 
Intuição X aproximação cética 
A intuição é importante, mas muitas vezes subestimamos seus perigos. 
O viés retrospectivo – descobrir que algo aconteceu faz com que o acontecimento pareça 
inevitável. 
Confiança excessiva – exemplo a solução de anagrama (do grego ana = "voltar" ou "repetir" + 
graphein = "escrever" é uma espécie de jogo de palavras, resultando do rearranjo das letras de 
uma palavra ou frase para produzir outras palavras, utilizando todas as letras originais). 
Depois de saber a resposta – qual o anagrama da palavra amor, por exemplo, as pessoas 
acreditam que seriam capazes de chegar a uma solução em um tempo menor do que o que 
realmente gastam. (viés retrospectivo e confiança excessiva). 
A atitude científica Não importa o quanto uma idéia possa parecer louca ou sensata, a pergunta 
que o pensamento crítico faz é : ‘isso funciona? Quando submetidas a testes, suas previsões 
podem ser confirmadas?’ 
‘Para acreditar com certeza’ diz um provérbio polonês ‘devemos começar duvidando’. Uma 
atitude científica requer não apenas ceticismo, mas também humildade- a consciência de nossa 
própria vulnerabilidade ao erro e a abertura para a surpresa e novas perspectivas. 
Pensamento crítico a atitude científica nos prepara para pensar com mais inteligência. O 
pensamento inteligente, chamado pensamento critico, examina suposições, distingue valores 
escondidos, a avalia evidências e pondera conclusões. A investigação crítica tem desmascarado 
suposições populares. 
Método Científico observação cuidadosa e analise rigorosa. Na ciência – teoria está ligada a 
observação. Uma teoria científica explica por meio de um conjunto de princípios integrados que 
organiza as observações e prevê comportamentos e eventos. Ao reunir os fatos e ligá-los a 
princípios profundos, a teoria oferece um resumo útil. 
3 
 
Hipóteses – testar –las – definições operacionais. 
Pensamento crítico (não aceita argumentos cegamente) – teoria (explicação/organiza a 
observação) – hipóteses (predição testável) – definição operacional (enunciado dos 
procedimentos) – replicação (repetir a essência de um estudo) 
Descrição o ponto de partida para qualquer ciência é a descrição (de forma objetiva e 
sistemática). 
Estudo de Caso um dos métodos de pesquisa. É uma técnica de observação por intermédio da 
qual uma pessoa é estudada em profundidade com o objetivo de descobrir princípios universais. 
Levantamento (survey) é uma técnica para averiguar os autorrelatos sobre atitudes ou 
comportamentos de um grupo particular, normalmente dirigindo questões a uma amostra 
representativa de um grupo, selecionada aleatoriamente. 
survey {subst.} estudo, sondagem, levantamento, perícia, enquete 
 
O método de levantamento examina muitos casos com menor profundidade. 
Pág 29: perguntas freqüentes sobre Psicologia. 
Experimentos de laboratório 
Comportamento – gênero e cultura 
Estudos com animais 
A ética em experimentos com seres humanos – ver Resolução 466/12 do Conselho Nacional de 
Saúde e Resolução 016/2000 do CFP. 
Retomar termos e conceitos para lembrar pág 34 
MYERS, D. Psicologia. Rio de Janeiro: LTC, 2012 cap 4 A natureza, a cultura e a diversidade 
humana. 
O que faz vc ser o quem é? Personalidades diferentes e variáveis, também somos ‘folhas de uma 
mesma arvore’ 
Meyres postula que aos oito anos uma criança começa a temer estranhos. Spitz, R. em sua 
célebre obra ‘O primeiro ano de vida’, teoriza que aos oito meses de idade o bebê dá sinais de 
angústia ao se defrontar com estranhos. 
Referencia Bibliográfica: 
SPITZ, René A. (2004). O primeiro ano de vida. Traduzido do original inglês por E. B. da 
Rocha (1965/1979). (3a ed). São Paulo: Martins Fontes. 
http://inseer.ibict.br/bjh/index.php/bjh/article/viewFile/51/69 
Meyres também pontua que nosso parentesco aparece igualmente nos nossos comportamentos 
sociais. 
4 
 
Ressaltamos, porém, a título de ilustração que o Complexo de Édipo observado e teorizado por 
Freud, apresenta variações em sociedades diversas dependendo de como tais sociedades 
entendem os graus de parentesco, em que pese haver sempre um membro da coletividade ser 
interditado para fins de casamento/alianças. 
Gêmeos 
Hereditariedade X contexto cultural (ambiente) 
Gênero (diferente de sexo) 
GLEITMAN, H.; REISBERG, H. & GROSS, J. Psicologia. 7ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2009, 
cap. 1. 
O que é psicologia? È um campo que costuma ser definido como o estudo científico do 
comportamento e dos processos mentais. A psicologia se preocupa por que fazemos o que 
fazemos, por que sentimos o que sentimos e pensamos o que pensamos. Quem é cada um de nós 
e também como chegamos a ser o quê somos.E a psicologia não está apenas preocupada com 
cada um de nós como indivíduo, mas também busca entender como agimos em grupos, 
incluindo como percebemos os outros, tratamos os outros e nos sentimos em relação aos outros. 
Para lidar com todas essas questões, a psicologia deve abranger uma variedade de temas. 
Alguns exemplos ajudarão a ilustrar o alcance extraordinariamente amplo da psicologia. 
Observando o cérebro vivo. 
Tudo o que fazemos, tudo o que sabemos e tudo o que sentimos é possibilitadopelo 
funcionamento do cérebro. Mas qual é exatamente a relação entre os fenômenos psicológicos 
que procuramos entender e o funcionamento detalhado do cérebro?Como meio de abordar a 
questão pesquisadores desenvolveram técnicas para monitorar o nível de atividade metabólica 
em diferentes partes do cérebro. 
Esse tipo de pesquisa deixa claro que para praticamente qualquer atividade mental existe muitas 
regiões cerebrais envolvidas. Em outras palavras NÃO existe um centro de decisão ou centro de 
leitura ou centro de música. Pelo contrário, somente podemos tomar decisões ou ler ou entender 
uma música por causa de ações coordenadas de muitas regiões cerebrais. 
Analisando a memória – muitos fenômenos são melhor estudados por meios funcionais e não 
biológicos. 
Grande parte do material da psicologia é inerentemente social. Como não é de surpreender, 
muitas interações dependem de alguma forma de comunicação. 
Existem diversos exemplos que documentam a enorme variedade dentro do conteúdo da 
psicologia. Porém, a psicologia também é diversa em outro sentido: nas diferentes abordagens 
que adota. 
O método científico – ver quadro página 44. 
Ética de pesquisa – página 60. 
Resumo – página 64/65. 
5 
 
FELDMAN, R. S. Introdução à Psicologia. 10ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2015, cap. 1 
As subáreas da psicologia: a árvore genealógica da psicologia – descritas na figura 02 – página 
07 (áreas de atuação). 
Trabalhando em psicologia. Qualquer que seja seu local de trabalho, os psicólogos 
compartilham do compromisso de melhorar a vida das pessoas e da sociedade em geral. 
Observação: a colocação de página 10 no quadro Trabalho psi que indica profissional com 
formação acadêmica tanto em psicologia como em serviço social e que se intitula, salvo engano, 
como assistente social. Deve-se atentar para a especificidade deste caso em particular; no nosso 
País, o profissional psicólogo pode atuar na área de assistência social (CREAS,CRAS) com um 
olhar, uma atenção específica dada sua formação. Para aprofundamento da questão, sugiro a 
consulta: 
http://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2007/08/cartilha_crepop_cras_suas.pdf 
Vide linha de tempo – figura 01, páginas 16/17. 
As diferentes perspectivas teóricas: 
 Psicanálise 
 Psicologia comportamental 
 Perspectiva cognitiva 
 Perspectiva humanística 
Pesquisa em Psicologia – vide esquema página 26. 
Termos – chave página 39. 
Questões cruciais de pesquisa: 
 A ética da pesquisa 
 Explorando a diversidade 
 A Neurociência 
 O uso de animais 
O viés experimental – fatores que distorcem o modo como a variável independente afeta a 
variável dependente. 
Termos – chave página 45 
Resumo visual – página 47. 
AULA 2: SENSAÇÃO 
FELDMAN, R. S. Introdução à Psicologia. 10ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2015, cap. 3 
Sensação e Percepção. 
O mistério da visão cega - exemplo: um homem cego caminha sem esbarrar nos objetos a sua 
volta. Um AVC danificou o córtex visual em seu cérebro, roubando-lhe a visão. Seu cérebro 
perdeu a capacidade de processar as informações visuais que chegam- pelo menos 
conscientemente, mas algumas rotas neurais que partem dos olhos para outras áreas cerebrais 
6 
 
que não o córtex visual e embora essas áreas não produzam uma visão consciente, parecem 
conferir às pessoas uma visão cega. Não consciente. 
 Condições como a cegueira ilustram o quanto dependemos de nossos sentidos. 
Sensação: compreende os processos pelos quais nossos órgãos do sentido recebem informações 
do ambiente. A percepção é a separação, interpretação, análise e integração dos estímulos 
realizada pelo cérebro e pelos órgãos dos sentidos. 
Embora a percepção represente claramente um passo além da sensação, na prática é às vezes 
difícil encontrar o limite preciso entre elas.Sensação e percepção são tópicos fundamentais. 
Sensação é a ativação dos órgãos dos sentidos por uma fonte de energia física. 
Percepção é a classificação, interpretação, análise e integração dos estímulos pelos órgãos dos 
sentidos e pelo cérebro. 
Estímulo energia que produz uma resposta em um órgão sensorial. 
Psicofísica: estudo da relação entre os aspectos físicos e nossa experiência psicológica a respeito 
deles. 
Limiar absoluto menor intensidade de um estímulo que precisa estar presente para que seja 
detectado. A despeito do ‘absoluto’ em limiar absoluto, as coisas não são tão definidas assim. 
Ruído: estimulação do meio ambiente que interfere na percepção de outros estímulos. Da 
mesma forma, temos a capacidade de nos concentrarmos em vários estímulos simultaneamente. 
Limiar de diferença (menor diferença perceptível): menor nível necessário de estimulação 
acrescentada ou reduzida para sentir que ocorreu uma mudança na estimulação. 
Lei de Weber: Lei básica da psicofísica que afirma que a menor diferença perceptível é uma 
porção constante à intensidade de um estímulo inicial (em vez de uma quantidade constante). 
Adaptação sensorial – ajuste na capacidade sensorial – exemplo: cheiro de pipoca em uma sala 
de cinema, você entra na sala e sente o forte cheio, depois você mal sente o cheiro. 
Visão: lançando luz sobre o olho. 
A visão começa com a luz, a energia física que estimula o olho. A luz é uma forma de ondas de 
radiação eletromagnética. Os tamanhos dos comprimentos de onde correspondem a diferentes 
tipos de energia. O espectro de comprimento de onda ao qual os seres humanos são sensíveis – 
denominado espectro visual – é relativamente pequeno. 
As ondas de luz provenientes de algum objeto fora do corpo são sentidas pelo único órgão capaz 
de responder ao espectro visível – o olho. Nossos olhos convertem a luz para uma forma que 
pode ser usada pelos neurônios. A maior parte do olho é um dispositivo mecânico em muitos 
aspectos semelhantes a uma câmera manual que usa filme. 
Luz estimula o olho – energia física- ondas de radiação 
7 
 
Apesar das semelhanças entre olho e câmera, a visão envolve processos que são muito mais 
complexos e sofisticados. O processamento da imagem visual no cérebromais se assemelha a 
um computador. 
O raio de luz refletido pelo objeto atravessa à córnea, uma janela protetora transparente, depois 
atravessa a pupila, depois que a luz atravessa a pupila, ela entra no cristalino. O cristalino 
focaliza a luz mudando sua própria espessura, um processo chamado de acomodação. 
Tendo atravessado a pupila e o cristalino a imagem do objeto chega finalmente a seu derradeiro 
destino no olho – a retina. 
Retina- parte do olho que converte a energia em eletromagnética da luz em impulsos elétricos 
para transmissão ao cérebro. A imagem devido a propriedades físicas da luz inverteu-se ao 
atravessar o cristalino. O cérebro interpreta a imagem em termos de sua posição original. 
Quando a luz atinge os bastonetes e cones, ela inicia uma cadeia de eventos que transforma a luz 
em impulsos neurais que podem ser comunicados ao cérebro. 
Para compreender por que algumas pessoas são cegas para cores, precisamos considerar os 
fundamentos da visão de cores. Dois processos estão envolvidos. O primeiro é explicado pela 
teoria tricomática da visão de cores, primeiramente proposta por Thomas Yong e ampliada por 
Hermann Von Helmholtz. A percepção de cor é influenciada pela relativa força com que cada 
um dos três tipos de cones é ativado. Entretanto, existem aspectos da visão que a teoria 
tricomática não explica tão bem. De acordo com a teoria do processo oponente da visão das 
cores, primeiramente proposta pelo fisiologista Ewald Hering, as células receptoras são 
unidades em pares, operando em oposição uma a outra. 
Hoje sabemos que tanto os processos oponentes quanto os mecanismos tricomáticos atuam para 
produzir a visão das cores, mas em diferentes partes do sistema de sensação visual. 
8 
 
 
 
A audição e os outrossentidos 
Relato do astronauta página 104 - o sentido de movimento e equilíbrio reside na orelha. 
Orelha externa atua como um megafone reverso. O som é o movimento de moléculas de ar 
produzido por uma fonte de vibração. Os sons deslocam-se pelo ar em padrões de onda em 
formatos semelhantes àqueles que se formam na água quando uma pedra é jogada em uma 
lagoa. Os sons, que chegam à orelha externa são canalizados para dentro do canal auditivo, uma 
passagem tubular que leva ao tímpano. O tímpano opera como um tambor em miniatura que 
vibra quando os sons o atingem. 
 
9 
 
Olfato: 
O sentido do olfato humano permite-nos detectar mais de 10 mil odores diferentes.O sentido do 
olfato é despertado quando as moléculas de uma substancia entram nas passagens nasais e 
atingem as células olfativas. 
Paladar: 
O sentido do paladar (gustação) envolve células receptoras que respondem a quatro qualidades 
básicas do estímulo: doce, azedo, salgado e amargo. 
Os sentidos da pele: tato, pressão, temperatura e dor: 
Todos os sentidos da pele desempenham um papel crucial na sobrevivência, tornando-nos 
conscientes de possíveis perigos para o nosso corpo. 
Algumas pessoas são mais suscetíveis a dor do que outras. A experiência de dor não é 
determinada apenas por fatores biológicos. 
AULA 3: SENSAÇÃO 
GLEITMAN, H.; REISBERG, H. & GROSS, J. Psicologia. 7ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2009, 
cap. 4. 
Sacks O. “O homem que confundiu sua mulher com um chapéu”. 1ª Ed SP Cia das Letras, 1997 
Texto sugerido: “A mulher desencarnada” 
 Para sobreviver, devemos conhecer o mundo que nos rodeia, pois os objetos que existem no 
mundo estão repletos de significados. Alguns são alimentos, outros são companheiros e outros 
ainda são inimigos mortais. A capacidade de distinguir entre eles pode ser uma questão de vida 
ou morte e para fazer tais distinções devemos usar os nossos sentidos. Mas exatamente como 
funcionam nossos sentidos? Qual é o nível de precisão e quanto são completas as informações 
que recebemos dos nossos olhos, ouvidos e outros órgãos sensoriais? E até que ponto a nossa 
percepção do mundo é objetiva – fiel às informações sensoriais que recebemos, com um mínimo 
de interpretação? 
As origens do conhecimento 
O estudo da experiência sensorial nasce a partir de uma questão antiga, que está intimamente 
ligada às questões amplas que mencionamos: de onde vem o conhecimento humano? Existe 
uma sugestão clara: nosso conhecimento vem diretamente do mundo que nos rodeia, e os nossos 
olhos, ouvidos e outros sentidos são simples meios de coletar as informações fornecidas pelo 
mundo. Segundo essa visão nossos sentidos recebem e registram as informações de forma 
relativamente passiva – exemplo uma câmera ou gravador não interpretam o que captam. Será 
que essa pode ser a maneira como a visão e a audição funcionam? 
Uma visão antiga: a percepção passiva 
Os defensores da visão filosófica conhecida como empirismo argumentam que os nossos 
sentidos são passivos. Um dos primeiros proponentes dessa posição foi o filosofo inglês John 
Locke (1632-1704). Segundo ele, ao nascer a mente humana é uma simples tabula rasa, sobre a 
qual a experiência deixa sua marca. 
10 
 
Para avaliar as afirmações de Locke devemos ter certeza de quais são exatamente as 
informações que os sentidos recebem. 
Estímulo Distal 
Estímulo Proximal 
A distinção entre estímulos distais e proximais levanta questões difíceis para o empirista. Se os 
sentidos são os únicos portais que temos para o mundo exterior, e os estímulos proximais são os 
únicos mensageiros que podem atravessar essas comportas como podemos conhecer as 
qualidades reais do estimulo distal? 
O papel da associação 
Se, conforme afirmam os empiristas, todo conhecimento vem dos sentidos, e se os sentidos 
somente dão acesso ao estimulo proximal, como podemos conhecer o mundo distal? Segundo os 
próprios empiristas, a resposta, em uma só palavra, é aprendizagem. 
Entretanto, outros filósofos em seguida apresentaram uma resposta à posição empirista e 
argumentaram que o que o individuo percebe tem um papel muito mais ativo do que o 
empirismo supunha. 
Immanuel Kant argumentava que a percepção somente é possível, porque a mente consegue 
organizar as informações sensoriais em categorias preexistentes. 
Essas categorias tornam a percepção possível. Categorias embutidas na própria estrutura da 
mente. Nativismo 
Psicofísica analisa a qualidade (o sabor era doce ou amargo?, a luz era amarela ou azul?) de 
uma experiência sensorial e a quantidade (o cheiro era intenso ou leve? O som era alto ou 
baixo?) da experiência. 
 Fechner se orientou por uma afirmação de Weber sobre o tamanho do patamar de diferença – 
tamanho de uma menor diferença perceptível. 
Fechner criou uma fórmula para exprimir a relação entre as percepções (vide exemplo das velas 
página 153 de GLEITMAN, H.; REISBERG, H. & GROSS, J. Psicologia. 7ª ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2009, cap. 4.) e chamou essa relação de Lei de Weber. 
Prosseguindo com seus estudos Fechner conseguiu fazer outras suposições para expressar a 
intensidade psicológica de uma experiência sensorial. (importância da subjetividade). 
Os termos Top-down e Bottom-up se referem a métodos utilizados para organizar as 
informações, ordenando fatos para serem utilizados em diversos campos que necessitem de uma 
forma de pensamento que facilite a administração de conhecimentos para um maior 
aproveitando destes, com maior facilidade de processamento e garantindo um sistema de 
prioridades e hierarquia. 
Suas utilidades são muito amplas e podem ser utilizadas de formas diversas sempre que haja a 
necessidade de lidar com informações, tornando processos criativos muito mais fáceis de serem 
realizados e com uma produtividade muito maior por meio de planejamento que pode resultar 
em ações e medidas a serem tomadas por uma empresa, por exemplo. 
Top-down 
11 
 
Top-down é um termo cujo significado traduzido é “de cima para baixo” e em sua essência 
implica em dividir os processos de alguma coisa como a fabricação de um produto ou a criação 
de uma ideia para, desse modo, utilizar essa fragmentação (ou compartimentação) para tornar a 
compreensão de cada parte que compõem um todo muito mais fácil de ser realizada. 
Cada parte dessa subdivisão, do maior ao menor (ou do mais alto para o mais baixo como 
sugere o nome) é profundamente estudado e detalhado da forma mais completa possível para 
que se obtenha um entendimento amplo do assunto que esteja sendo analisado. 
Bottom-up 
O termo Bottom-up traz o significado de uma abordagem realizada de baixo para cima. Ela 
consiste em um processo de análise e comportamento de informações que utiliza a compreensão 
de subdivisões dos assuntos para uma percepção mais completa e com uma nova interpretação 
das partes que formam o todo, ou seja, analisa e descreve os elementos mais básicos para formar 
um resultado maior. 
Um exemplo desta forma de lidar com as informações é como o cérebro recebe somente 
detalhes de uma história, fragmentos e conforme vai recebendo mais e mais fatos, os junta de 
forma a obter uma história completa que faça sentido. 
Seguindo esta linha de pensamento, as informações começam apenas como detalhes distintos e 
separados e conforme crescem se combinam para formar algo completo. 
Usos destes termos 
Diversas áreas do conhecimento se utilizam destes conceitos a fim de melhor realizar atividades, 
com mais facilidade e obtenho resultados melhores, sendo uma estratégia de organização 
valiosa. 
A indústria usa as duas ideias em seus processos de desenvolvimento de produtos, como 
subdividindo as partes de determinado projeto para aumentar sua eficácia de uso e compreender 
suas limitações ou iniciando pelos componentes necessários para com compô-lo a fim de saber 
o que pode ser feito com os recursosdisponíveis no mercado. 
O desenvolvimento de softwares também utiliza os conceito de Top-down e Bottom-up, e são 
essenciais nesse processo. Eles ajudam no compreensão de sistemas complexos que necessitam 
de um conhecimento detalhado das partes para seu funcionamento, com testes, usos possíveis e 
como tudo se encaixa para formar um projeto final. 
As ciências humanas, principalmente as neurológicas, também usam essas formas de 
organização de informações, a exemplo da psicologia. Isso se deve pela necessidade em 
entender os processos de funcionamento da mente. 
A arquitetura também faz grande uso dessas ideias na realização de projetos. Na gestão, esses 
conceitos são muito utilizados para a tomada de decisões que possuem grande poder de efeito, 
como por exemplo, em empresas e até mesmo na organização do Estado. 
Sensação e Percepção 
12 
 
 
Como formulamos nossas representações do mundo exterior? 
 
Sensação: Experiências sensoriais que começam quando os receptores sensoriais são 
estimulados, recebemos um estímulo, transformamos em informação nervosa. 
Percepção: Como selecionamos, organizamos e interpretamos nossas sensações a fim de 
compreender o que acontece ao nosso redor. 
 
Limiares absolutos: A estimulação mínima necessária para detectar um estímulo específico. 
A detecção do estímulo depende da força do sinal, do estado psicológico, nossas expectativas, 
motivação e fadiga. 
 
Estimulação subliminar: Estímulos abaixo do limiar Ex: Em um Cinema o proprietário estaria 
influenciando inconscientemente seus freqüentadores por mensagens projetadas de maneira 
imperceptível: coma pipoca, beba coca-cola, e isto teria aumentado o consumo de pipoca e 
refrigerante. 
Efeito placebo: o placebo é definido como uma substância inerte ou inativa, a que se atribuem 
certas propriedades (como as de cura de uma doença) e que, ingerida, pode produzir um efeito 
que suas propriedades não possuem. Muitas pessoas que ingerem, por exemplo, uma pílula 
contendo nada mais que amido com açúcar, revelam melhoras de uma doença, imaginando ter 
tomado o remédio feito especialmente para essa doença. 
 
Adaptação sensorial: Sensibilidade decrescente a um estímulo intolerável. A adaptação 
permite-nos focalizar a atenção em mudanças informativas no ambiente sem sermos 
incomodados, por exemplo, pelas roupas que vestimos. 
 
Todos os sentidos recebem estimulação sensorial, transformam em informação nervosa e 
despacham essa informação para o cérebro. 
 
Referência: 
 
MYERS, D. introdução a psicologia geral, sexta edição, LTC, 1999. 
A mulher desencarnada 
13 
 
 “Alguma coisa terrível aconteceu... não consigo sentir meu corpo... eu me sinto esquisita... 
desencarnada...” (Christina-paciente) 
 
Oliver Sacks, autor do livro: “O homem que confundiu sua mulher com um chapéu”, relata nos 
textos que inseriu em seu livro, casos específicos de pacientes que sofreram perdas sensoriais e 
perceptivas, como a propriocepção e doenças congênitas ou de ordem traumática, via acidentes 
ou inflamações graves. O que ele nos coloca, a saber, sobre tais casos, são as curiosidades dos 
mesmos e peculiaridades da evolução clínica e pessoal. 
Especificamente neste texto/caso a que me refiro no início, “A mulher desencarnada”, trata-se 
de uma paciente que estando aos cuidados de um hospital devido a um diagnóstico preciso e 
cálculos biliares, aguardava a cirurgia, já medicada de acordo com os procedimentos pré-
operatórios. O que o Dr. Sacks revela em seu relato, seria sua surpresa e perplexidade perante o 
que se deu depois da internação da mesma. 
Christina, uma mulher ativa, já mãe e de bom preparo físico, procurou cuidados médicos devido 
às dores que sentia no abdômen. Examinada, descobriu-se que se tratava de cálculos na vesícula 
biliar, o que lhe causava muito mal estar. O cirurgião em uma conversa entre médico e paciente, 
disse que ela precisava passar por uma intervenção cirúrgica para remoção da vesícula. Até 
então, coisa que para ela parecia normal, causou-lhe uma inquietação. Dias antes da cirurgia, já 
internada, passou pelos procedimentos pré-operatórios, como interrupção alimentar e de água, 
ingestão de medicação de antibióticos. Quando adormeceu, sentiu-se como se não tivesse em 
seu corpo, tentava tocar, sentir, mas era como se flutuasse sobre o mesmo. Quando acordou, 
informou o médico sobre seu pesadelo, e este, a tranqüilizou, embora preocupado, que seria 
normal este comportamento diante de uma situação como esta, diferente para ela. Seu quadro de 
ansiedade fora do normal, talvez estivesse reproduzindo um comportamento confuso em relação 
a seus próprios sentidos, como a histeria. Mas, para a surpresa de Christina e também dos 
médicos, inclusive de um psiquiatra, seu pesadelo se tornou real, seus comandos de voz, 
movimentos de pernas, braços e visão já não correspondiam ao normal. Em um desabafo ela 
disse com uma voz meio que fantasmagórica: “alguma coisa aconteceu... não consigo sentir meu 
corpo... eu me sinto esquisita... desencarnada!” 
 Realmente, neste desabafo, ela indica o que está acontecendo com ela. Em uma explicação mais 
técnica, interrogado por médicos residentes, Dr. Sacks revela que poderia sim ser uma histeria, 
conforme o Psiquiatra havia subentendido, mas também o preocupou o fato de Christina 
continuar a sentir as coisas, mas de um jeito diferente, não havia dor, mas uma interrupção dos 
sentidos, ou melhor, a propriocepção estava falhando, como se seus sentidos não tivessem mais 
uma direção. Seus movimentos e voz não acompanhavam sua “vontade”, enternecera. 
Para entender o que se passava com esta paciente, Dr. Sacks e uma equipe do hospital, 
reavaliaram a mesma deste seu primeiro diagnostico e perceberam que ela sofrera uma neurite, 
um processo inflamatório grave, é uma lesão inflamatória ou degenerativa dos nervos, da qual 
decorre paralisia e compromete a atividade no sistema nervoso, que num quadro de ansiedade 
fora do comum, poderia sim causar sérios danos nas células sensórias de Christina, como a 
perda da propriocepção, que seria a ausência da sensibilidade própria aos ossos, músculos, 
tendões e articulações e que fornece informações sobre a estática, o equilíbrio, o deslocamento 
do corpo no espaço, fazendo com que a paciente não sinta mais dentro de si mesma, como ela 
mesma fala: “sinto, que meu corpo está cego e surdo, para ele mesmo...”, esse silêncio sensorial 
à qual está condenada, causar-lhe-ia um grande transtorno em sua vida. A falta de percepção 
dava a impressão de estar realmente fora do seu próprio corpo. Havia os sentidos, mas estes não 
mais correspondiam ao que lhe foi adquirido e aguçado com o passar dos anos. Talvez danos 
irreparáveis, ou com significativa evolução. 
Sabe-se, por meio de estudos científicos, que a perda ou ausência de um dos órgãos dos 
sentidos, faz com que outro tente suprir a falta do mesmo, mas não o substitui, pois cada um é 
responsável por uma parte sensorial. O que muda a maneira que se percebe no ambiente e o que 
sofrerá mediante a sua evolução, pois o que nos é dado como comportamento inato, pode às 
vezes ser alterado, modificado, aguçado, mas nem sempre corresponde em alguns casos. Como 
casos de pacientes que perderam um órgão do seu corpo, e continuam a senti-lo, mas não o 
vêem ou tocam. O que nos faz sermos, quem realmente somos como agimos e nos 
14 
 
locomovemos, como interagimos em nosso “meio”, são nossos sentidos, movidos por meio da 
percepção, que seria o ato de apreender pelos sentidos, uma reação de um sujeito a um estímulo 
exterior, que se manifesta por fenômenos químicos, neurológicos, ao nível dos órgãos dos 
sentidos e do sistema nervoso central, e por diversos mecanismos psíquicos tendentes a adaptar 
esta reação a seu objeto, como a identificação do objeto percebido (ou seu reconhecimento), sua 
diferenciação por ligação aos outros objetos. 
Para a psicologia,a neurociência e ciências cognitivas, percepção é a função cerebral que, 
atribui significado aos estímulos sensoriais, a partir de histórico de vivências passadas. Através 
da percepção um indivíduo organiza e interpreta as suas impressões sensoriais para atribuir 
significado ao seu meio. Consistem na aquisição, interpretação, seleção e organização das 
informações obtidas pelos sentidos. A percepção pode ser estudada do ponto de vista 
estritamente biológico e/ou fisiológico, envolvendo estímulos elétricos evocados pelos 
estímulos nos órgãos dos sentidos. Do ponto de vista psicológico ou cognitivo, a percepção 
envolve também os processos mentais, a memória e outros aspectos que podem influenciar na 
interpretação dos dados percebidos. 
O que aconteceu com Christina, já aconteceu com outras pessoas de maneira diferente, porém 
com perdas irrecuperáveis, outras reversíveis ou passivas de evolução clínica, mediante 
tratamento. Ela iniciou um tratamento e, aos poucos foi recuperando alguns movimentos, e 
também a percepção leve em alguns sentidos, como andar, sentar, falar, mas tudo de maneira 
ensaiada, quase que treinada. Sua voz soava meio teatral e seus movimentos sutis e lentos, meio 
desajeitados, sua visão ainda não estava normal, o que lhe causava certo desconforto ao andar e 
ler era muito difícil, mas seu quadro clínico evoluiu muito, o que foi considerado importante 
devido suas perdas. 
Muitos não conseguiram essa evolução e ficam estagnados em sua vida “fantasma” dependendo 
de outros para viver. 
Estamos inseridos em uma busca pela compreensão de alguns fatos invisíveis ao entendimento 
concreto. A ciência da Psicologia e outras, como a neurologia, nos direciona e nos dá parâmetro 
ao que é e o que não é palpável. O que é extra-sensorial está além do que vemos. O pesadelo de 
Christina é um indício deste sentido. Para a psicologia e psicanálise, trata-se de algo a ser 
estudado e avaliado de acordo com a “importância” e grau da referida perda. Muitos que não 
tiveram ou não terão a oportunidade de receber um tratamento como o que Christina recebeu, 
são deixados de lado, ignorados e esquecidos. Processos como estes, que não receberam o 
devido cuidado passam despercebidos por muitos, mas não de quem tem que “sobreviver” com 
esta perda. Os que mesmo estando vivos, se sentem como mortos. 
 
Bibliografia 
Myers, D. Intr. geral à Psicologia. RJ LTC, 2006 – Capítulo “Sensação e Percepção” 
Sacks O. “O homem que confundiu sua mulher com um chapéu”. 1ª Ed SP Cia das Letras, 1997 
Texto sugerido: “A mulher desencarnada” 
 
AULA 4: PERCEPÇÃO 
Percepção é a classificação, interpretação, análise e integração de estímulos pelos órgãos dos 
sentidos e pelo cérebro. (FELDMAN, R. S. Introdução à Psicologia. 10ª ed. Porto Alegre: 
AMGH, 2015, cap. 3.) 
15 
 
ESTUDO DE CASO – O HOMEM QUE CONFUNDIU SUA MULHER COM UM CHAPÉU 
– OLIVER SACKS 
O Dr. P. sobre de um distúrbio neurológico, com quadro de agnosia. Antes de apresentar a 
proposta de trabalho, tentarei, segundo relato do Dr. Sacks, apresentar de forma sistemática o 
seu quadro, explicando as agnosias descritas. 
Segundo Doretto (2005, 2.ed. p.419) as agnosias constituem funções cognitivas de 
reconhecimento. São relacionadas aos processos perceptivos, os quais nos permitem reconhecer 
tudo o que se encontra no meio ambiente (desde que, é lógico, existam engramas respectivos a 
tudo, i.e., objetos e pessoas já conhecidas). 
Segundo Doretto (2005, 2.ed. p.419) as agnosias constituem funções cognitivas de 
reconhecimento. São relacionadas aos processos perceptivos, os quais nos permitem reconhecer 
tudo o que se encontra no meio ambiente (desde que, é lógico, existam engramas respectivos a 
tudo, i.e., objetos e pessoas já conhecidas). 
Dentre os processos perceptivos destaca-se em primeiro lugar, o visual, seguido do auditivo, 
depois o tátil, a percepção que temos do nosso próprio corpo, chamado de somatognosia. 
Dentre as agnosias existentes, serão descritas a seguir, aquelas em quais o Dr. P. parece se 
encaixar, devidamente exemplificadas:Agnosia Espacial Unilateral 
Manifesta-se no campo visual esquerdo, demonstrando a participação efetiva do hemisfério 
cerebral direito. A prova para confirmar a existência do sintoma, consiste em dar ao paciente 
uma cartolina com círculos desenhados e solicitar-lhe que marque o centro de cada círculo. No 
exame será constatado que os círculos situados à esquerda da cartolina não estarão marcados. 
 Local da lesão: demonstra a presença de lesões retrorrolândicas direita, atingindo o córtex 
associativo e primário occipital. 
Exemplo: o passeio na praça. Quando o Dr. P. entrou por um lado, tudo o que estava 
localizado a sua esquerda, foi ignorado, acontecendo a mesma coisa quando imaginou-se 
entrando pelo lado oposto. 
Prosopagnosia 
A prosopagnosia significa perda da capacidade de reconhecer fisionomias, tendo sido 
diagnosticada no século passado pelo Dr. Charcot (para quem não sabe, foi professor de Freud). 
Via de regra, encontram-se associadas com a agnosia visuoespacial . Os pacientes ficam 
incapacitados de reconhecer fisionomias de familiares, no entanto, a reconhecem através do tato 
e da audição. 
 Local da lesão: encontra-se, segundo vários autores, no córtex associativo têmporo-parietal-
occipital-direito. 
Exemplo: reconhece algumas celebridades devido a detalhes peculiares. Confundiu sua mulher 
com um chapéu. Confundiu hidrantes com crianças. Reconheceu um aluno através da voz. 
Reconhece figuras geométricas e outros objetos através do tato. 
Distúrbios da somatognosia 
O conhecimento que possuímos do nosso corpo é função do hemisfério cerebral direito. 
Sabemos que possuímos a capacidade de representar em nossa mente, com os olhos fechados, a 
silhueta de nosso corpo, em qualquer postura que estivermos adotando. Isto é possível graças 
aos engramas correspondentes ao esquema corporal, perfeitamente registrados no córtex 
associativo têmporo-parietal-occipital. 
Exemplo: Confundiu o próprio pé com o sapato. 
16 
 
Segundo Citow (2004, p. 144), a prosopagnosia é uma incapacidade de reconhecer faces, 
causadas por lesão bilateral no córtex occipitotemporal basal medial (o hífen aqui não existe 
porque occipito é uma contração para occipital) entre o córtex límbico no lobo temporal e 
o córtex visual no lobo occipital. 
Cambier (2055, 11.ed., p.94) descreve que a prosopagnosia é habitualmente consequente a 
lesões bilaterais das regiões temporoccipitais. Apesar disso, o papel do hemisfério direito é 
predominante na identificação da especificidade das fisionomias. 
 
Conclusão 
Em algum momento, as lembranças e memória do Dr. P., sofreram uma ruptura com a realidade 
visual. O que aconteceu? Sabemos que esse tipo de agnosia está presente em pacientes de 
Parkinson e Alzheimer, mas não sabemos se essas duas patologias estão presentes na vida do 
paciente, acho pouco provável. Mas considero de extrema importância que lembranças sejam 
sempre evocadas. Com seu vasto conhecimento musical e já que essa habilidade continua 
intacta, bem como o conhecimento de diversas vozes, a introdução de vozes por ele conhecidas 
são parte de um repertório para que seu conhecimento do familiar seja preservado pelo máximo 
tempo possível. 
Alguns autores afirmam que o desconhecimento da vida pregressa é angustiante, porém, a perda 
das lembranças familiares são igualmente dilacerantes. Não vivemos sozinhos e, o familiar é o 
que nos mantém conscientes de nossa ligação com o mundo. 
DORETTO, Dario. Fisiopatologia clínica do sistema nervoso: fundamentos da semiologia. 
São Paulo : Atheneu, 2005 
SACKS, Oliver. O homem que confundiu sua mulher com um chapéu. São Paulo: Cia. das 
Letras, 1997-2005. p.22-37. 
AULA 5:PERCEPÇÃO 
GLEITMAN, H.; REISBERG, H. & GROSS, J. Psicologia. 7ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2009, 
cap. 5. 
Sensações – compreendidas comoa detecção de atributos simples nos estímulos 
Percepção – como organizamos, integramos e interpretamos esses elementos sensoriais para 
conhecer o mundo que nos rodeia. 
Empiristas (filósofos) acreditavam que essas experiências eram registradas passivamente pelos 
sentidos e depois montadas, por meio de associações, para formar percepções mais complexas. 
Observamos que desde o principio os sistemas sensoriais transformam o estímulo de forma 
ativa. O nível de atividade se torna ainda mais notável quando voltamos à questão de como 
apreendemos os objetos e o mundo que nos rodeia. 
Como conseguimos entender o significado do estímulo visual? 
Exemplo da maça – página 186. A maça é conhecida apenas por meio do estímulo proximal que 
projeta em nossa retina, e esse estímulo proximal é bidimensional e está em constante mudança. 
Como superamos essas variações contínuas no estímulo proximal para perceber as propriedades 
constantes do objeto externo? 
17 
 
Devemos organizar o mundo sensorial em uma cena coerente. 
Responder a três questões importantes: 
 Onde está o objeto? 
 O que está fazendo? – está se mexendo ou está parado? 
 O que é? 
Percepção da distância – onde está? 
A retina de cada olho é cursa, mesmo assim é bidimensional: as imagens podem estar mais 
próximas ou distantes do nariz; e mais próximas ou distantes da bochecha. 
Somos capazes de perceber o mundo tridimensional através de pistas de distância. 
Nossos dois olhos olham para o mundo a partir de posições levemente diferentes A disparidade 
binocular induz a percepção de profundidade. Essa diferença entre a visão dos dois olhos se 
chama disparidade binocular, e fornece informações importantes sobre as relações de distância 
do mundo. 
 
A disparidade binocular é um forte determinante da profundidade percebida. Porém, podemos 
perceber a profundidade também com um olho fechado. Existem pistas que dependem apenas 
daquilo que cada olho enxerga sozinho. Esses são os indicadores monoculares de distância. 
Percepção de movimento 
Sempre que movemos a cabeça, as imagens projetadas pelos objetos no mundo necessariamente 
se movem pela retina. Por razões geométricas, as imagens projetadas de objetos próximos se 
18 
 
movem mais que as de objetos distantes. A direção do movimento na retina depende de onde 
estamos apontando os olhos. 
 
Figura 5.4 Perspectiva linear como pista para a profundidade 
 
 
Figura 5.5 Tamanho relativo 
 
(A) Todas as outras coisas sendo iguais, a maior entre as figuras idênticas parece estar mais 
perto que a menor. Isso é conseqüência da geometria simples da visão, ilustrada em (B). Os 
objetos a e b têm o mesmo tamanho, mas como estão a distâncias diferentes do observador, 
projetam imagens retinais de tamanho diferentes. 
 
 
 
19 
 
Figura 5.6 Gradientes de textura como pistas para a profundidade 
 
Superfícies de texturas uniformes produzem gradientes de texturas que fornecem informações 
sobre a profundidade: à medida que a superfície se distancia, o tamanho da textura diminui, e a 
densidade dos elementos aumenta. Esses gradientes podem se produzidos por ondas na areia (A) 
ou pedras em um pátio (B). 
 
Figura 5.7 Os efeitos de mudanças nos gradientes de textura
 
Essas mudanças proporcionam informações sobre os arranjos espaciais das coisas. Exemplos 
são (A) uma inclinação para cima no canto; e (B)uma queda súbita. 
 
 
 
 
 
20 
 
Figura 5.8 Fluxo óptico 
 
(A) O campo do fluxo óptico, como aparece para o piloto ao aterrissar o avião. (B) O campo do 
fluxo óptico, como aparece para uma pessoa que olha pela janela de trás de um vagão de trem. 
 
 
Figura 5.14 A variabilidade de estímulos que reconhecemos
 
Podemos reconhecer girafas de lado ou de frente, vendo-as de perto ou de longe. Isso torna 
improvável que tenhamos uma lista ou modelo para reconhecer girafas, pois precisaríamos de 
um modelo diferente para cada uma das vistas possíveis. 
21 
 
 
Figura 5.16 A complexidade das cenas do mundo real 
 
Nosso reconhecimento dos objetos depende apenas de um subconjunto bem definido das feições 
que estão à vista. Assim, por exemplo, reconhecemos a camisa do homem, prestando atenção ao 
seu contorno. Não nos enganamos com as linhas que formam o padrão do tecido, ou com as 
bordas das sombras. Também não nos enganamos com a sombra das árvores no fundo. Em vez 
disso, somos capazes de nos aproximar exatamente daquelas feições que definem as formas que 
nos interessam 
 
 Constância perceptiva: 
O que significa exatamente para um indivíduo encontrar a “organização” em uma figura? 
Existem diversas partes nessa situação, uma das quais seria a análise perceptiva. 
Suponhamos que uma pessoa olhe a natureza morta da figura 5.20. Para compreender a figura, o 
sistema perceptivo deve agrupar os elementos da cena de maneira adequada. O que vai com o 
quê? 
22 
 
 
Figura 5.20 Análise perceptiva. (A) natureza morta (B) um desenho identificando cinco 
segmentos diferentes da figura representada em (A). 
 
A parte B (metade da maça) deve se unir à parte E (a outra metade da maça), mesmo que 
separadas pela parte D (uma banana). A parte B não deve se unir com a parte A (um cacho de 
uvas), embora sejam adjacentes e aproximadamente da mesma cor. O pedaço da maça oculto da 
visão pela banana deve ser preenchido de algum modo, de modo que percebemos uma maça 
intacta, em vez de duas fatias de maça. Todo esse processo se chama análise – o processo de 
segregar a cena em seus componentes- e é o primeiro passo essencial para organizar o mundo 
que vemos. 
Que pistas nos orientam a analisar um padrão de estímulos de um modo ou de outro? A 
resposta envolve informações sobre as feições e também informações sobre o padrão de escala. 
Nosso sistema visual também parece organizar padrões de um modo que sugere uma preferência 
por contornos que continuam ao longo do seu curso natural. Esse principio da boa continuação 
prevalece mesmo quando contraria experiências anteriores. 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
Figura 5.25 Camuflagem 
 
Figura 5.25 Camuflagem. Os princípios da organização perceptiva desempenham um papel 
importante explicando porque a camuflagem é efetiva. A boa continuação e a similaridade 
ajudam o louva-deus (A) a parecer um graveto, e uma espécie de gafanhoto (B) parecer uma 
folha. 
Figura e fundo 
Outra parte crucial da análise visual é a separação do objeto do ambiente em que se encontra, de 
modo que o objeto seja visto como um todo coerente, separado de seu fundo. Essa separação 
entre a figura e o fundo nos permite reconhecer (como focais) as formas de uma maçã ou de 
uma banana na Figura 5.20 A, e também nos permite ignorar a sombra – janela no fundo. 
 
Figura 5.26 Figura e fundo. O primeiro passo para se ver a forma é segregá-la de seu fundo. A 
parte vista como figura parece ser a mais coesa e nitidamente delineada. A parte vista como 
fundo parece mais disforme e se estender atrás da figura. 
 
24 
 
Diferentes perspectivas sobre a percepção 
Como devemos refletir sobre os dados discutidos até aqui? Sabemos que a percepção da 
distância envolve diversas pistas. 
Da mesma forma, sabemos que a percepção de movimento é orientada por células 
especializadas que literalmente detectam movimento na retina, mas também que esse 
movimento deve ser interpretado, de modo que saibamos se a mudança na retina foi causada por 
uma mudança em nossa posição como observadores ou por movimento real dos objetos. 
Questões semelhantes se aplicam à percepção da forma. Sabemos que o reconhecimento de 
padrões começa com algum tipo de análise de feições, e sabemos que o processo termina com a 
nossa capacidade de reconhecer sapatos e navios, gatos e cafés, e um grandenúmero de outros 
objetos. 
 
 
Figura 5.28 Padrão reversível de figura-fundo. O exemplo clássico: essa figura pode ser vista 
como um par de rostos em silhueta ou como um vaso branco. 
 A abordagem clássica à percepção; 
 A abordagem do modelo de processo à percepção; 
 A abordagem da neurociência à percepção. 
 
Devemos ter em mente que essas três abordagens não competem entre si de nenhum modo e, de 
fato, é fácil encontrar pesquisadores cujo trabalho envolva todas essas perceptivas combinadas. 
Portanto, de maneira clara, nenhuma deve ser considerada a ‘forma preferida’ de estudar a 
percepção. Pelo contrário, as três simplesmente são níveis diferentes de descrição das mesmas 
25 
 
coisas, e não existe dúvida de que cada nível tem oferecido ideias valiosas de como percebemos 
o mundo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
AULA 6:MEMÓRIA 
A memória é um tema de interesse central para os psicólogos. Sem a memória, não haveria 
recordação de acontecimentos passados e, assim, não seria possível refletir sobre nossas 
experiências ou contar as nossas vidas aos outros. Sem a memória não teríamos conhecimento. 
Bibliografia básica: 
FELDMAN, R. S. Introdução à Psicologia. 10ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2015, cap. 6. 
Os psicólogos consideram como memória o processo pelo qual codificamos, armazenamos e 
recuperamos informações. 
Segundo Myers, D.G (MYERS, D. Psicologia. Rio de Janeiro: LTC, 2012, cap. 8.). ‘Para um 
psicólogo, a memória é a aprendizagem que persiste através do tempo, informações que foram 
armazenadas e que podem ser recuperadas’.

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