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Suporte Nutricional avançado Paciente crítico Professora: Caroline Junqueira “Nutrir é talvez a única forma de tratar o paciente e não necessariamente a doença” (Barroso, 1979). O QUE É TERAPIA NUTRICIONAL (TN)? Um conjunto de procedimentos terapêuticos para manutenção e/ou recuperação do estado nutricional do paciente por meio da: Nutrição Enteral, Parenteral ou Suplementação via oral. Objetivos Prover ao paciente os nutrientes necessários, da forma mais adequada possível doença, às condições físicas, ao estado nutricional, aos hábitos alimentares e aos aspectos psicológicos em que se encontra. 1) Impedir o catabolismo do paciente. 2) Reverter o catabolismo em anabolismo. 3) Minimizar os efeitos do catabolismo REGRA: “Se o trato gastrointestinal funciona, mesmo que parcialmente,use-o”. EQUIPE MULTIDISCIPLINAR •Identificar os pacientes candidatos à Terapia Nutricional. •Planejar e executar o tratamento. •Monitorar e acompanhar os resultados. Médicos, nutricionistas, enfermeiros, farmacêuticos e outros (fonoaudiólogos, psicólogos). PLANEJAMENTO DA TERAPIA NUTRICIONAL METAS Identificar os pacientes candidatos. Praticar a Avaliação Nutricional para dirigir a terapia nutricional. Ministrar a TN segura e eficiente. 1º AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Avaliação Nutricional – Por quê? Identificar os pacientes de risco Monitorar a eficácia da Terapia Nutricional Avaliação Nutricional – Como? ANAMNESE • História do Peso, alterações do apetite, estado de humor e disposição do paciente. AVALIAÇÃO CLÍNICA (exame físico) • Habilidade no uso de técnicas de inspeção, palpação e ausculta. Periodicidade semanal. • Pele, cabelos, mucosas, hidratação, edemas etc. • Perda de massa muscular e tecido adiposo. • Atrofia temporal bilateral: perda da mastigação • Dieta hipocalórica Perda da bola gordurosa de Bichart bilateralmente: redução prolongada de reserva calórica. Atrofia muscular na região supra e infraclavicular e da fúrcula esternal: aparência retangular dos ombros. Tórax: retração intercostal (visualização dos arcos costais) Menor força respiratória. Atrofia da musculatura paravertebral: Redução da força de sustentação do corpo Diminuição da expansão ventilatória pulmonar Hipoventilação de bases pulmonares Maior propensão à pneumonia Oco axilar mais profundo. Atrofia da musculatura bicipital, tricipital e interdigitais. Abdômen escavado: perda de reserva calórica. Atrofia de musculatura da panturrilha: maior enfraquecimento dos membros inferiores Pesquisa de edemas (hipoalbuminemia): sinal de cacifo. Presença de feridas (escaras): observar tamanho, cor profundidade, estágio de cicatrização, presença de pus. AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL Avaliação clínica em forma de questionário. Método que abrange a combinação da Anamnese com o Exame Físico. Método simples, fácil de aplicar, boa confiabilidade e de baixo custo. A precisão diagnóstica depende da habilidade do examinador e da capacidade de memória dos fatos pelo paciente. Alterações do peso. Mudança na dieta. Presença de sintomas gastrointestinais. Avaliação da capacidade funcional. Exame físico. AVALIAÇÃO OBJETIVA O método mais difícil de ser aplicado. As medidas de peso e dobras cutâneas podem não ser aplicadas ou confiáveis. HISTÓRIA DIETÉTICA Recordatório de 24 hs e Registro alimentar. Tipo de dieta atualmente(líquida, pastosa, hipocalórica, restritivas) EXAMES LABORATORIAIS Hematócrito e hemoglobina, Proteínas séricas (albumina, transferrina e pré-albumina), proteínas de fase aguda (Ptn C- reativa, ceruloplasmina), Contagem de linfócitos (competência imunológica). OBS.:Em condições orgânicas de caráter agudo (trauma, infecções, neolasias, queimaduras, IAM etc), a produção hepática de albumina, pré- albumina, transferrina fica comprometida em benefício do desvio de substrato energético e protéico para a síntese de proteínas de fase aguda. Neste caso, a utilização destas proteínas séricas deixa de ser um parâmetro aceitável para a avaliação do estado nutricional. O achado laboratorial de hipoalbuminemia em pacientes graves é característico a esta manifestação metabólica. 1200 a 2000 mm3 – depleção leve 800 a 1999 mm3 – depleção moderada •CTL= % de linfócitos x leucócitos / 100 < 800 mm3 – depleção grave BIOIMPEDÂNCIA Rápido, sensível, detecta edemas, desidratação e desnutrição. ÍNDICE DE PROGNÓSTICO NUTRICIONAL Identificar pacientes cuja inadequação do estado nutricional potencialize o aumento dos riscos de morbidade e mortalidade no curso de doenças graves ou intervenções cirúrgicas. Rastreamento nutricional e identificação dos pacientes com risco de complicações. 1) Índice de Prognóstico Nutricional (Mullen e col, 1989). IPN = 158 – (16,6 x Albumina) – (0,78 x PCT) – (0,2 x Transferrina) – (5,8 x HC) Sendo: HC = hipersensibilidade cutânea 0 = não reator 1 = diâmetro de induração < 5 mm 2 = diâmetro de induração > ou = 5 mm Testes Cutâneos Mensuração da hipersensibilidade cutânea tardia a antígenos específicos (conhecidos do organismo): Avaliação da imunidade celular. Administração intradérmica de antígenos e após 24 a 72 hs, efetua-se a leitura do diâmetro da enduração formada (diâmetro da pápula). Interpretação: Alto risco – resultado > 50% Risco intermediário – resultado 40 a 49% Baixo risco – resultado < 40% 2) Índice de Prognóstico Hospitalar (Blackburn e col, 1977) Albumina, testes cutâneos e 2 índice clínicos(presença ou ausência de sepse neoplasia) 3)Avaliação Nutricional Instantânea (Seltzer e col, 1981) Albumina e linfócitos. 4)Índice de Prognóstico Inflamatório e Nutricional (Ingenbleck e Carpentier, 1985) Proteína C reativa, albumina e pré-albumina Sinais de desnutrição na 1ª abordagem • Perda de peso significativa ( 5 a 10% nos últimos 2 a 3 meses ) • Anorexia • Dieta hipocalórica • Albumina sérica < 3.5 g/dl • Diarréia ou vômitos freqüentes • Dificuldade de mastigação ou deglutição • Sinais e sintomas clínicos de desnutrição ATENÇÃO à Doença de Base: 1) Progride para baixa ingestão alimentar Doenças inflamatórias intestinais Dores crônicas /Pancreatite /Câncer/ Idoso 2) Geram requerimentos nutricionais aumentados Queimaduras/Trauma múltiplo/Câncer Infecção/Peritonite ATENÇÃO!!!! A Avaliação Nutricional no paciente crítico em Terapia Nutricional é difícil de ser realizada (dificuldades nas medidas de peso, alteração da distribuição da água corporal). Não existe método ideal, mas sim um criterioso uso de todas as formas de avaliação. 2º CÁLCULO INDIVIDUALIZADO DAS NECESSIDADES NUTRICIONAIS Determinar os componentes da dieta (macro e micronutrientes)3º SELECIONAR A VIA DE ADMINISTRAÇÃO Se TN desnecessária Dieta hospitalar padrão Se TN necessária Suplementação via oral Nutrição enteral Nutrição parenteral 4º SELECIONAR O TIPO DE DIETA MAIS ADEQUADA. 5º MONITORIZAÇÃO DA DIETA INFUNDIDA 6º MODIFICAR A INGESTÃO E/OU VIA DE ADMINISTRAÇÃO, SE NECESSÁRIO NPT NE Suplementação VO Dieta Hospitalar padrão META 7º MONITORAR OS EFEITOS DA TERAPIA NUTRICIONAL Avaliação do estado nutricional do paciente TERAPIA DE NUTRIÇÃO ENTERAL (TNE) Conceito: Entende-se por Nutrição enteral a administração de nutrientes através do trato gastrointestinal. Conjunto de procedimentos terapêuticos para manutenção e/ou recuperação do estado nutricional do paciente por meio da Nutrição Enteral (Resolução RCD 63 – 2000). NUTRIÇÃO ENTERAL Alimento para TNE, fonte de nutrição na forma isolada ou combinada, de composição definida ou estimada, especialmente formulado e elaborado para uso por sondas ou via oral, industrializado ou não, utilizado para substituir ou complementar a alimentação em pacientes desnutridos ou não em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas (Resolução RCD 63 – 2000). VANTAGENS DA NE EM RELAÇÃO À NPT Mais fisiológica Preserva as funções e a integridade da mucosa intestinal Mantém pH e flora intestinal normal. Reduz o crescimento de bactérias patogênicas. Previne a translocação bacteriana. Mais segura, quando comparada à NPT. Mais econômica, quando comparada à NPT. BENEFÍCIOS FUNCIONAIS BENEFÍCIOS CLÍNICOS Maior força muscular Maior percurso de caminhada Maior bem-estar Maior cicatrização de feridas Menor taxa de mortalidade Hospitalizações reduzidas Menores taxas de complicações Aumento de peso RELAÇÃO CUSTO- BENEFÍCIO Diminuição de custos com a assistência à saúde Diminuição das despesas médicas e de outros profissionais da saúde. Redução do tempo de internação hospitalar Redução do uso de medicamentos INDICAÇÕES DA TNE Quando o paciente: -Não quer se alimentar -Não pode se alimentar -Não consegue se alimentar A TNE está indicada na impossibilidade de utilização da via oral, ingestão alimentar insuficiente (ingestão oral < 60% das recomendações) em até 5 dias consecutivos, sem expectativa de melhora da ingestão. LEMBRAR!!!! A NE é de indicação rotineira e sua eficácia comprovada. A NE é útil, mas pode haver necessidade da NP. Pacientes que não podem se alimentar AVC Neoplasias Traumas Lesão de face e mandíbula Doenças degenerativas Depressão grave Anorexia nervosa Deglutição comprometida de causa muscular/neurológica (disfagia) Pacientes com ingestão oral insuficiente Neoplasias Queimaduras etc. Depressão grave Queimaduras Pacientes nos quais a alimentação comum provoca dor e/ou desconforto. Doenças Inflamatórias Intestinais Carcinoma do trato gastrointestinal Quimioterapia Radioterapia Pacientes com disfunção de trato-gastrointestinal Síndrome do Intestino Curto Fístulas digestivas Cirurgia Gastro-Intestinal Lesão de face e mandíbula Deglutição comprometida de causa muscular/neurológica CRIANÇAS Incapacidade de se alimentar VO Estados Hipercatabólicos Coma Anomalias congênitas do trato GI Motilidade gástrica prejudicada Cirurgias do trato GI alto CONTRA-INDICAÇÃO Em geral são relativas e temporárias. Trato gastrointestinal não funcionante: Síndrome do intestino curto Somente em grandes ressecções, geralmente sem a preservação da válvula íleo-cecal e na fase inicial Obstrução ou necrose intestinal Hemorragia GI severa Fístulas no TGI de alto débito (> 500ml/dia) Pancreatite aguda grave Íleo paralítico Perfuração intestinal, peritonites, lesão nervosa central
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