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Aula 6 O Projeto Político Pedagógico Construindo Caminhos na Escola II

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Aula 6: O Projeto Político-Pedagógico: Construindo Caminhos na Escola II
Fazendo memória
De acordo com as nossas discussões realizadas na aula 5 e reiterando que, para nós, não existe um só modelo/roteiro único ou o melhor modelo/roteiro para construir um Projeto Político-Pedagógico na escola, lembramos que assumimos com Vasconcellos (2000) que tal plano inclui três partes: o marco referencial, o diagnóstico e a programação.
Para ajudar a fazer memória no que diz respeito ao significado de cada uma dessas três etapas, memória que certamente vai facilitar a continuação de nossa caminhada, consideramos oportuno retomar a descrição que apresentamos na aula anterior. Vejamos:
MARCO REFERENCIAL:
Espaço dedicado para responder principalmente à questão: o que queremos alcançar? ou onde queremos chegar?
Aqui, trata-se de explicitar o posicionamento político e filosófico da escola, ou seja, qual a sua visão de sociedade e de pessoa e que, nesse caso, vai nortear a vida da escola. Trata-se ainda de explicitar os fins e também os princípios pedagógicos orientadores das ações educativas que serão implementadas, bem como as características e/ou propósitos mais gerais da própria instituição responsável por essa implementação. Em síntese, trata-se de expressar os ideais da escola.
DIAGNOSTICO:
Espaço dedicado para responder à pergunta: o que nos falta para ser o que desejamos? ou o que temos e o que nos falta para alcançar os nossos ideais?
Trata-se de identificar as necessidades da escola. É o momento de analisar a sua própria realidade, ou seja, de avaliar os pontos fracos e os pontos fortes da instituição e confrontá-los com o que se deseja/espera que ela seja. Em síntese, trata-se de fazer a comparação entre a realidade e os ideais da escola.
PROGRAMAÇÃO:
Espaço dedicado para responder à questão: o que faremos concretamente para suprir o que falta?
Trata-se de definir a proposta de ação propriamente dita e que deve levar a escola até onde ela deseja chegar ou ao que ela deseja ser. Em síntese, trata-se de traçar o caminho para atingir os seus ideais.
Todavia, ao reproduzir essas descrições não estamos dizendo que só existe essa forma de conceituar cada uma dessas etapas, mas apenas desejando retomá-las como nosso ponto de partida para poder seguir em frente.
Reiteramos que esse é um modelo/roteiro possível para ajudar a compor o Projeto Político-Pedagógico da escola, mas que ele só funciona se a equipe que vai utilizá-lo se sentir bem diante dessa proposta, se perceber, de verdade, a sua funcionalidade. Quer dizer, se estiver convicta de que esse plano global, elaborado segundo esse modelo/roteiro, pode mesmo apontar os rumos e criar as condições para a sua efetiva realização/execução.
mesmo tendo presente esse modelo/roteiro, os participantes envolvidos na sua construção, além de sugerir ajustes no que tange a essas etapas, podem modificar e/ou ampliar as perguntas previstas em cada uma delas - variações e/ou adaptações são legítimas, principalmente se forem produto de construções coletivas e em consonância com as necessidades e características do contexto.
Todavia, entendemos, como Gandin (2010, p.21), que em um processo de planejamento, três perguntas são básicas:
1. O que queremos alcançar?
2. A que distância estamos daquilo que queremos alcançar?
3. E o que faremos concretamente e dentro de um prazo determinado para diminuir essa distância?
Perguntas que, com frequência, devem ser retomadas e reavaliadas, lembrando que “o esforço em responder continuamente a estas três questões (na ação-reflexão) não apenas dá eficiência ao trabalho, como é o processo educativo humano mais fundamental”.
Sobre o Marco Referencial
Acreditamos que é possível dizer que este é um espaço destinado, principalmente, à expressão da utopia do grupo. É o momento de “sonhar alto”, “pensar grande”, “afinar concepções”. Ao procurar responder o que queremos alcançar, vamos precisar nos remeter aos nossos posicionamentos:
POLITICO - Ou seja, a nossa visão do ideal de sociedade e de homem.
PEDAGOGICO - Ou seja, a nossa concepção de educação ou o entendimento que temos sobre o significado da ação educativa e sobre as características que devem ter a instituição, no caso, escolar, objeto do nosso planejamento. Em outras palavras, acreditamos que a construção do marco referencial está relacionada à construção e/ou explicitação da identidade da própria instituição e do próprio grupo que dela participa e/ou que a constitui.
Autores como Vasconcellos (2000) e Gandin (2010), apontam três momentos, ou dimensões, que compõem o marco referencial, a saber:
marco doutrinal
marco situacional
marco operativo
Marco Situacional
É o momento de pensar no cenário que nos envolve, ou seja, no cenário no qual o grupo que planeja está mergulhado; é a hora de lançar o olhar, descrever e analisar a realidade de um modo mais geral e amplo, procurando avaliar os seus aspectos políticos, sociais, econômicos, culturais, educacionais, dentre outros de natureza macro.
É o momento de perceber como as questões mais amplas e estruturais que configuram a realidade estão afetando ou poderão afetar a construção do Projeto Político-Pedagógico da escola.
Além disso, é a oportunidade para o grupo expressar a sua compreensão a respeito do mundo atual – suas crises, suas contradições, seus limites, mas também seus avanços, suas possibilidades – aspectos que certamente vão alimentar o grupo, apontando caminhos a seguir quando da definição/detalhamento de suas propostas de ação e/ou de trabalho.
Entendemos que compreender o cenário é fundamental para alimentar os próximos passos, tendo presente a perspectiva de transformar esse cenário na direção da construção de um mundo sempre melhor.
Marco doutrinal, também denominado marco filosófico
É aqui que o grupo expressa seus ideais, utopias e valores, mas com os pés fincados na realidade.
É nesse momento que o grupo deve deixar claro quais são os princípios básicos e/ou gerais que vão nortear a ação e/ou o trabalho que pretende desenvolver, explicitando que tipo de sociedade desejam construir, qual tipo de pessoa desejam colaborar na formação, quais os fins e/ou finalidades da educação que desejam promover, que papel, funções e/ou características têm (para o grupo) a escola no contexto da realidade na qual estão inseridos.
No sentido de tornar mais claro ainda o que estamos entendendo por marco doutrinal, norteador da ação e/ou do trabalho pedagógico escolar, apresentamos, a seguir, um exemplo de definições (marcos/princípios) referentes à nossa visão de escola para o Brasil de hoje.
Vale destacar que tais definições (marcos/princípios) foram formuladas, tendo presente, inclusive, o estudo de autores tais como Gimeno Sacristán (1995), Candau (2000, p. 15) e Koff (2009), uma vez que, para nós, a concepção do marco doutrinal precisa se “alimentar” tanto das experiências vividas pelos diversos integrantes do grupo, como também considerar as reflexões realizadas por diferentes autores que vêm se debruçando sobre as questões em pauta.
EXEMPLO....
Tendo em vista as dificuldades e a complexidade do contexto brasileiro atual, bem como os avanços, inclusive de caráter tecnológico, que também marcam e/ou configuram a nossa sociedade contemporânea, as ações tecnicopedagógicas do Colégio Ventura vão se pautar e/ou se nortear, respeitando o nosso entendimento de que: 
 é papel da escola hoje contribuir para ajudar a superar dificuldades cotidianas, lutar pela construção de sociedades mais inclusivas e apostar nas possibilidades de sua transformação, tornando-a mais justa, solidária e digna para todos e todas. 
 a escola no contexto atual deve ser espaço de circulação e cruzamento de saberes, conhecimentos e culturas, superando sua tendência de ser monocultural e, portanto incorporando a pluralidade dos contextos e dos seus sujeitos e, nesse sentido, lutar pela igualdade de direitos, bem como pela afirmação das diferenças culturais. 
 ser escola hoje é fazer da sala de aula um espaço que vai além do trabalhocom a cultura dominante e tratar de temas da vida cotidiana, tais como: a cultura popular, as culturas das crianças e dos jovens, as contribuições das mulheres, as formas de vida rural e dos desfavorecidos, entre outros, discutindo assuntos como a fome, o desemprego, os maus-tratos, a violência, o racismo, o preconceito, os direitos humanos, a crise ambiental e ética, o consumismo, etc. 
 para ser escola hoje é preciso contar com professores que sejam mais reflexivos, apostem no trabalho coletivo, sejam mediadores para além da sala de aula, promovendo o diálogo com outras práticas sociais.
 Em síntese, nossa proposta está pautada na crença de que é preciso trabalhar no sentido da reinvenção da nossa escola, concebendo-a como... “um espaço de busca, construção, diálogo e confronto, prazer e desafio, conquistas de espaço, descoberta de diferentes possibilidades de expressão e linguagens, aventura, organização cidadã, afirmação da dimensão ética e política de todo o processo educacional” Candau, (2000).
Reiterando, esses são alguns exemplos de definições (marcos/princípios) que, dentre outras relacionadas às nossas concepções de sociedade, educação, escolas, sujeitos etc.. podem compor um marco doutrinal no contexto da elaboração do Projeto Político-Pedagógico.
Podemos dizer ainda que esses marcos/princípios, como sugere Gandin (2010), são de natureza qualitativa, e que, portanto, poderiam ser complementados com propostas de natureza quantitativa.
“nossa escola pretende, em um período de três anos, ampliar suas matrículas em 100% em relação ao seu atendimento atual, na faixa de 7 a 14 anos, de modo a atender a população menos favorecida presente no bairro onde está inserida”
Por sua vez, é o próprio Gandin que destaca que não basta apontar genericamente os marcos/princípios. Para ele, e nós concordamos, é muito importante que fique claro, para o próprio grupo, o significado desses marcos/princípios. E nós ainda acrescentaríamos: é necessário ficar claro também quais são as intenções e quais são as justificativas do grupo para assumir, como fundamento de suas ações/trabalhos, o marco doutrinal estabelecido.
Marco operativo
Diz respeito aos grandes princípios de organização da instituição escolar (mas, atenção: ainda não é a programação) e precisa estar amplamente articulado com o marco situacional e o marco doutrinal.
É o momento de refletir, identificar e registrar os aspectos e/ou as dimensões básicas que são significativas para a vida da escola, ou melhor, “daquela” escola especificamente para a qual está sendo elaborado o Projeto Político-Pedagógico.
Nesse momento, o grupo deve discutir e responder a questões do tipo: como desejam ou como esperam que sejam:
os currículos;
- as práticas didáticas;
- os processos de avaliação;
- as relações entre professores e alunos;
 a natureza das diversas relações entre a escola, as famílias e a comunidade.
E ainda, deve apontar como desejam ou esperam que sejam a estrutura organizacional e a gestão da escola, os processos de formação continuada da equipe, bem como as diferentes condições de trabalho, além da indicação de estratégias possíveis para garantir a viabilidade e/ou o funcionamento da escola e a realização de suas metas e objetivos.
Podemos dizer que o marco operativo refere-se, portanto, às condições, pressupostos e/ou aos posicionamentos do grupo de natureza pedagógica, comunitária e administrativa (Vasconcellos, 2000) que vão aproximar, isto é, fazer a ponte entre a realidade ou o cenário apontado no marco situacional e os ideais e valores da escola fixados no marco doutrinal.
Como podemos observar, a construção do Marco Referencial envolve muitas perguntas desafiadoras, cuja intenção é mesmo provocar o desequilíbrio e fazer o grupo avançar na busca das respostas. Cabe chamar atenção, contudo, para o fato de que não apresentamos aqui todas as perguntas possíveis de serem formuladas nesta etapa. Acreditamos que o próprio grupo pode ser mobilizado no sentido de elaborar as perguntas que podem e devem ser feitas
Lembramos que é o momento de discutir as contradições, enfrentar os conflitos de posições e ir fazendo aproximações sucessivas para que o Marco Referencial seja, de fato, o “pano de fundo” das ações/do trabalho, tecido coletivamente no contexto de um processo intensamente participativo, crítico e criativo.
Sobre o Diagnóstico
Trata-se de analisar a realidade intraescolar, isto é, verificar de modo crítico quais são as suas necessidades em função de parâmetros considerados adequados para se atingir os pontos de chegada estabelecidos no marco referencial, principalmente aqueles apontados nos marcos doutrinal e operativo.
Trata-se, portanto, de descrever a realidade da instituição, seus pontos fracos e fortes, seus limites e possibilidades, seus problemas e suas respectivas causas e, desse modo, poder verificar o que existe e o que falta para que a escola possa caminhar no sentido de alcançar seus ideais.
Em consonância com Gandin (2010), concordamos que essa etapa do diagnóstico só se realiza plenamente quando existem critérios e/ou parâmetros (definidos em função do que o grupo estabeleceu no marco referencial como o “dever ser” da escola), porque só assim será possível avançar para além da descrição da realidade (embora ela seja fundamental), para então poder analisá-la e julgá-la (avaliá-la), de modo a compreender como ela se configura e o que será preciso fazer para minimizar e/ou eliminar a distância entre o que existe e onde a escola deseja chegar e/ou o que ela deseja ser.
Nesse ponto, uma pergunta se impõe: como fazer o diagnóstico?
Mas, antes mesmo de apresentar sugestões ou chegar a formular uma proposta metodológica para a realização do diagnóstico, é importante reiterar que o grupo responsável por tal realização precisa ter presente e de forma bem objetiva todas as propostas e/ou as definições indicadas na etapa anterior, ou seja, indicadas no marco doutrinal e, de modo mais especifico, no marco operativo, pois vale lembrar que são essas mesmas propostas e/ou definições que vão “alimentar”, isto é, servir de “munição” para a concepção e concretização desse diagnóstico.
Diagnóstico que pode ser realizado de diferentes formas, mas que segundo Vasconcellos (2000) e Gandin (2010) - autores que, como já dissemos, estamos adotando como nossas referências básicas - pode ser implementado, tendo em vista os seguintes passos:
1º Passo: concepção da pesquisa- momento no qual o grupo define que áreas – temas e assuntos – vão ser pesquisados, define seus objetivos e estabelece os indicadores, bem como as estratégias e instrumentos que vão ser utilizados. Veja o exemplo a seguir.
 Exemplo 1: área – pedagógica
Tema - incentivo ao uso de diferentes linguagens; 
objetivo - verificar quais são as condições - didáticas, físicas e materiais- que a escola oferece para o uso, inclusive, das novas tecnologias;
indicadores – existem produções dos alunos utilizando linguagens diferentes como a linguagem artística, a audiovisual, a tecnológica e várias outras, existem laboratórios de informática, com números adequados de computadores, existe biblioteca em condições adequadas para consultas sistemáticas.
estratégias/instrumentos – aplicação de um questionário junto aos professores, organizados em pequenos grupos e ainda realização de entrevistas, envolvendo a direção e a equipe técnico-pedagógica.
Exemplo 2: área – comunitária
tema – valorização da relação escola-família;
objetivo – verificar quais são os limites e as possibilidades para a vivência sistemática dessa relação; 
indicadores – existem estratégias e/ou mecanismos específicos voltados para implementar e/ou intensificar a relação entre a escola e a família;
estratégias/instrumentos – entrevistas com a direção, com a equipe técnico-pedagógica e também com a associação de representantes dos pais.
2º Passo: elaboração do(s) instrumento(s) de pesquisa
Instrumento(s) que, nesse caso, têm a função de permitir o levantamento de dados propriamente dito, visando à descriçãoda realidade nas suas diferentes áreas. No caso do nosso exemplo, seria necessário a elaboração de três instrumentos: (1) um questionário para os professores, (2) um roteiro para entrevistar a direção e a equipe técnico-pedagógica, além de (3) um roteiro para entrevistar os representantes dos pais. O desafio aqui é saber elaborar as perguntas. Elas precisam ser claras para a compreensão de todos e formuladas segundo os objetivos do próprio diagnóstico.
3º Passo: aplicação dos questionários e realização das entrevistas 
Nesse caso, é importante criar condições adequadas, no sentido de que tal aplicação e realização ocorram em um ambiente de reflexão crítica, de respeito à pluralidade de opiniões e dentro de um ritmo - espaço e tempo - compatível com a vida da escola e de seus integrantes.
4º Passo: tabulação dos dados, análise e sistematização das informações 
Os aspectos qualitativos e quantitativos – extraídos dos questionários e das entrevistas são então organizados, categorizados, analisados e sistematizados de modo a permitir a descrição dos fatos e/ou das situações que configuram a realidade escolar.
5º Passo: realização da plenária para a avaliação da realidade escolar
Refere-se à concretização do diagnóstico propriamente dito, quando então o grupo, diante das sínteses elaboradas no passo anterior e coletivamente, vai poder finalmente responder às perguntas: qual a distância entre o que temos e o que queremos ter ou entre o que somos e o que queremos ser? E como essa distância se caracteriza? E, ainda como podemos reduzi-la e/ou superá-la? Trata-se, portanto, de juntos avaliarem os problemas e suas causas, as lacunas que terão que ser preenchidas e com que a escola conta para poder então atingir seus objetivos e ideais.
Uma observação importante
Já sabemos que a elaboração/concepção do Projeto Político-Pedagógico tem como um dos seus princípios fundamentais a participação da comunidade escolar como um todo.
Todavia, acreditamos que, no caso específico do diagnóstico, um grupo menor poderá ficar responsável pela sua concepção e desenvolvimento, desde que sejam criados espaços tanto para “ouvir” os diversos segmentos representativos da comunidade escolar sobre o próprio processo de realização do diagnóstico e sobre como percebem o contexto escolar, como também para debater e refletir, em grandes plenárias sobre os achados, isto é, resultados das pesquisas e, consequentemente, poderem, em conjunto, julgá-los, avaliá-los.
Isso nos parece fundamental, pois nesse espaço de participação coletiva poderão estabelecer, inclusive, as suas prioridades e as estratégias necessárias para concretizá-las.
CONCLUSÃO
Como vimos ao longo dessa nossa reflexão, a elaboração do marco referencial e do diagnóstico são duas etapas constitutivas do processo de construção do Projeto Político-Pedagógico e cuja relevância, inclusive, está no fato de que as definições e as considerações feitas nesses espaços vão nortear e/ou subsidiar a terceira etapa relacionada à montagem da programação geral da escola. Caso contrário, um planejamento que se restringe simplesmente a elencar o que vai ser e como vai ser realizado ou, em outras palavras, um planejamento que se limita a listar propostas de atividades ou ações e como elas serão realizadas, tende a ser um planejamento que não considera nem os seus fundamentos e/ou os porquês dessas atividades ou ações, nem o contexto em que serão realizadas, o que, de acordo com o nosso entendimento, reforçaria a perspectiva meramente instrumental do ato de planejar.

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