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CASO JCRW 7 SEMESTRE CONTÁBEIS

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3
Sistema de Ensino Presencial Conectado
CIÊNCIAS CONTABEIS
ÁREAS DE ATUAÇÃO DA CONTABILIDADE
CASO – JCRW
Sete Lagoas
2017
ÁREAS DE ATUAÇÃO DA CONTABILIDADE
CASO – JCRW
Trabalho de Ciências Contábeis apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média semestral nas disciplinas Perícia e Auditoria; Direito Tributário; Contabilidade e
Planejamento Tributário; Controladoria e Tópicos Especiais em Contabilidade I
Orientador: Prof. Valdeci da Silva Araújo; Profa. Ísis C.Massi Vicente; Prof. André Juliano Machado; Prof. Antônio Ricardo Catânio; Profa. Carla Patrícia Rodrigues Ramos
Sete Lagoas
2017
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
	 A contabilidade desempenha, dentro de uma entidade, a função imprescindível de acompanhamento, registro e controle dos atos e fatos que ocorrem no dia a dia da empresa, fornecendo informações para os usuários internos e externos. 
	Neste aspecto, abordaremos a Auditoria que ganha notória relevância, pois pode, através de análises, atestar todo o trabalho realizado, oferecendo credibilidade às demonstrações contábeis apresentadas. Com base nas informações contidas nos pareceres e relatórios de auditoria, os gestores estarão aptos a tomadas de decisões para o melhoramento da condutividade da empresa, principalmente frente à forte concorrência do mercado atual. 
	Abordar-se-á ainda, neste trabalho, sobre o direito tributário, juntamente com os aspectos da imunidade e isenção. Além disso, será analisada a importância do Planejamento Tributário para a organização e as consequências da falta deste planejamento para as finanças da entidade. 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
Na data de 11 de fevereiro de 2008 foi publicado o Ato Declaratório Interpretativo RFB nº 23, que determina que as receitas auferidas por empresas que prestem o serviço de transporte coletivo de passageiros por fretamento ou turístico estão sujeitas à tributação não-cumulativa do PIS/COFINS, diferentemente do que ocorre com as empresas que prestam o serviço de transporte coletivo público de passageiros.
Na primeira modalidade, a prestação do serviço ocorre em regime de Direito Privado, em que uma particular contrata a empresa para a realização de determinado transporte, com o preço livremente pactuado entre as partes. Já na segunda modalidade, a empresa atua como permissionária ou concessionária do Poder Público, executando o transporte coletivo em linhas regulares e de caráter essencial, que é exatamente o que os investidores da JCRW, pretendem investir. A prestação desta espécie de serviço é regulada pelo Direito Público, sendo que a autorização para a sua prestação depende de prévio procedimento licitatório. A remuneração se dá por meio de tarifas, cujo valor e critério de reajuste dependem do que foi estabelecido em contrato administrativo. Assim, a contar da publicação do citado Ato Declaratório Interpretativo, as primeiras devem ser tributadas pelo sistema não-cumulativo do PIS/COFINS e as segundas segundo o sistema cumulativo. Aquelas empresas que prestem ambos os serviços deverão segregar tais receitas e aplicar o regime competente a cada uma delas.
Todavia, o Ato Declaratório Interpretativo RFB nº 23/2008 não ultrapassa o primeiro exame de sua legalidade e constitucionalidade.
Com efeito, o art. 10, inciso XII, da Lei 10.833/03 prevê que as receitas decorrentes de prestação de serviços de transporte coletivo rodoviário, metroviário, ferroviário e aquaviário de passageiros permanecem sujeitas ao regime cumulativo do PIS/COFINS, sem fazer qualquer distinção entre transporte público ou por fretamento/turístico.
Ora, se a lei não faz qualquer distinção, não é dado a Receita Federal assim fazê-lo. Tal entendimento viola um dos mais básicos brocardos jurídicos, qual seja Ubi Lex Non Distinguit Nec Nos Distinguire Debemus (em bom português: onde a lei não distingue, não pode o intérprete fazer distinções). A Lei nº 10.833/03 aplica indistintamente o regime cumulativo de tributação do PIS/COFINS às empresas de transporte coletivo de passageiros, independentemente da forma pela qual é prestado este serviço. Não há um artigo, um parágrafo, um inciso, uma alínea, uma palavra sequer a alicerçar entendimento em contrário, salvo o exercício de imaginação daqueles que pretendem abarrotar cada vez mais os cofres públicos, ainda que à margem da legalidade. Isto porque este Ato Declaratório Interpretativo extrapolou a sua competência, criando situações sem qualquer espécie de previsão legal ou respaldo no mundo jurídico. Assim o fazendo, violou o "Princípio da Legalidade", insculpido nos arts. 5°, inciso II, e 150, inciso I, ambos da Constituição Federal e no art. 97 do CTN.
A intenção da Receita Federal ao fazer esta distinção é simplesmente promover o aumento da arrecadação. Consabido é que o maior custo dos prestadores de serviços está na folha de salários, isto é, no pagamento dos profissionais que permitem à empresa desenvolver a sua atividade. Como tais pagamentos não geram créditos de PIS/COFINS, a migração para o sistema não-cumulativo acarretará a efetiva elevação da carga tributária dos prestadores de serviços, uma vez que estes fazem pouca utilização daqueles insumos que legalmente autorizam o creditamento.
A prestação de serviços compreende, geralmente, uma única operação, caracterizando-se pela ausência de uma cadeia de produção longa tal qual se verifica nas atividades industriais e comerciais, em que ocorrem várias etapas até que o produto industrializado chegue às mãos do consumidor final. Em outras palavras, a prestação serviços é iniciada e concluída numa mesma etapa, sendo realizada diretamente pelo prestador ao destinatário final do serviço, sem intermediações. O que existe é uma relação única entre o prestador e tomador do serviço prestado, não existindo qualquer relação anterior a esta. Por este motivo, os contribuintes que atuam neste setor da economia não acumulam créditos significativos.
Assim, a migração de parte das receitas dos transportadores coletivos de passageiros para o regime não-cumulativo produzirá inconstitucional e ilegal elevação da carga tributária. Antes do Ato Declaratório Interpretativo, a COFINS incidia à alíquota de 3% sobre todas as receitas dos transportadores coletivos de passageiros. Passando para a não-cumulatividade, este percentual aumentou para 7,6%, o que corresponde a um aumento de 153,33% em sua carga tributária. O mesmo ocorreu com o PIS, cuja alíquota passou de 0,65% para 1,65%, aumento correspondente a 107,25%. Certamente, para evitar tal distorção é que todas as receitas decorrentes do transporte coletivo de passageiros, sem distinção, permaneceram legalmente no regime cumulativo do PIS/COFINS, diversamente do que entende a Receita Federal.
Diante de todas estas informações fica claro que o Regime Tributário mais indicado para a empresa JCRW, será o LUCRO PRESUMIDO, mesmo assim mostraremos um pouco de cada Regime Tributário com as porcentagens de cada um, para melhor entendimento e mostraremos também a Natureza Jurídica que deverá ser usada, como são sócios, já sabemos que será a Limitada, mas também explicaremos abaixo, todas as naturezas para um melhor entendimento.
2.1 Lucro Presumido
A expressão Lucro Presumido representa uma modalidade de apuração de apenas 2 tributos: Imposto de Renda – Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), que são pagos trimestralmente. As alíquotas dos tributos são aplicadas sobre um lucro que se presume, que constitui a base de cálculo do IRPJ e da CSLL.
Para as empresas de prestação de serviços, de modo geral, a base de cálculo do Lucro Presumido é de 32% das Receitas (para atividades hospitalares, por exemplo, a base de cálculo corresponde a 8% das Receitas).
Essasalíquotas, aplicadas sobre a base de cálculo, são:
IRPJ: 15% sobre o Lucro Presumido total, mais;
IRPJ: 10% de Adicional sobre o Lucro Presumido trimestral superior a R$ 60.000,00;
CSLL: 9% sobre o Lucro Presumido, sem limitação de valor.
Tais alíquotas são aplicáveis sobre a base de cálculo presumida de 32%, que é aplicável para a maioria das empresas de serviços. A opção pelo Lucro Presumido é vantajosa para as empresas cujo Lucro (Receitas (-) Despesas) é igual ou superior a 32%.
Quando a margem de lucro é inferior a 32% é mais vantajoso optar pelo pagamento dos tributos acima com base no Lucro Real. Isso a grosso modo. Após a criação do regime não-cumulativo para cálculo das contribuições para o PIS e COFINS para a maioria das receitas das empresas de prestação de serviços que optarem tributação com base no Lucro Real, essa análise simplista foi prejudicada pela elevação das alíquotas desses dois tributos, que passaram de 0,65% e 3% para 1,65% e 7,6% sobre as Receitas, respectivamente, permitidas algumas deduções para apuração da base de cálculo desses tributos.
2.2 Lucro Real
Essa opção deve ser adotada quando o Lucro efetivo (Receitas menos Despesas efetivamente comprovadas, além das adições e exclusões previstas na legislação tributária) é inferior a 32% da Receita do período e pode ser apurado trimestral ou anualmente, neste caso mediante levantamento de balancetes mensais.
A análise, porém, deve ser feita em conjunto com o reflexo dos resultados dos cálculos das contribuições do PIS e da COFINS, quando a empresa opta pela Lucro Real, pois as alíquotas são de 1,65% e 7,6% da Receita, respectivamente, após a dedução de alguns custos e despesas aplicados diretamente na produção dos serviços, onde há muita insegurança para caracterizar esses custos e despesas, considerados “insumos” necessários à sua produção.
Também de modo geral, essa opção não tem sido vantajosa para a maioria esmagadora das empresas de prestação de serviços, especialmente pela impossibilidade da dedução dos custos e despesas efetivamente aplicados na produção dos serviços. Diferentemente para o comércio e para a indústria, que conseguem reduzir substancialmente os valores devidos a título de PIS e COFINS, mesmo com as alíquotas majoradas (1,65% e 7,6%) tormando-se, na maioria dos casos, inferiores até aos percentuais aplicados ao Lucro Presumido (0,65% e 3%) para o cálculo dessas contribuições.
As alíquotas dos tributos para cálculo do IRPJ e da CSLL nessa modalidade são:
IRPJ: 15% para Lucro Real total, mais;
IRPJ: 10% de Adicional sobre o Lucro acima de R$ 240.000,00/ano ou R$20.000,00/mês;
CSLL: 9% sobre qualquer Lucro apurado, sem limite de valor.
Em resumo, no Lucro Real os dois tributos (IRPJ + CSLL) variam de 24% (15% + 19%) a 34% (25% + 9%), aplicados sobre o Lucro e não sobre a Receita. A apuração pelo Lucro Real pode ser trimestral ou anual. A apuração trimestral só é recomendada quando a empresa apresenta resultados relativamente uniformes durante o ano. Quando há sazonalidade em suas operações, em que num mês ocorre Lucro e em outro Prejuízo, este Prejuízo só é compensado no limite de 30% do lucro do período, ou seja, provocando maior desembolso do IRPJ e da CSLL.
Já na apuração anual a empresa pode levantar balanços mensais acumulados, cujos resultados positivos (lucros) e negativos (prejuízos) são compensados automaticamente no período de apuração, sem limitação.
Relembrando: no caso de opção pelo Lucro Real, a alíquota do PIS muda: passa de 0,65% para 1,65%. Já a alíquota da COFINS passa de 3% para 7,6% da Receita, ou seja, quase 10% da Receita!
Só que, neste caso, podem ser feitas deduções da base de cálculo da Receita sobre algumas despesas (energia elétrica (telefone não pode!), aluguel de imóvel de propriedade de pessoa jurídica, leasing, materiais aplicados e serviços prestados por outras pessoas jurídicas diretamente ligados à produção dos serviços), com o que a alíquota efetiva passa a ser inferior a 1,65% ou a 7,6%.
Essas deduções ou recuperações do chamado PIS não cumulativo e COFINS não cumulativa na área de prestação de serviços acabam representando um percentual igual ou menor a 1,65% ou 7,6%, dependendo dos custos e despesas de cada empresa. É preciso avaliar, portanto, cada caso prático.
2.3 Simples Nacional
A maioria das empresas do país faz parte deste regime de tributação. O Simples Nacional é escolhido para montar o quadro de melhor tipo de empresa porque o pagamento dos tributos é feito de forma unificada, inclusive, os encargos previdenciários que são de responsabilidade do empreendedor. Além de trazer menores alíquotas, esse regime traz mais simplicidade na administração da agenda tributária.
Mas o Simples Nacional nem sempre é a melhor opção. Como é um regime de arrecadação de impostos menos complicado, muitos empresários saem correndo para ter acesso a esta modalidade, é preciso fazer muito bem as contas, já que cada ramo de atividade tem uma tabela de alíquota específica.
É indicado para empresas que estão iniciando um negócio ou para empreendedores que possuem um custo de 40% em relação a Folha de pagamento. Em outros casos, é preciso comparar com os outros regimes.
No caso da JCRW, já sabemos que seu faturamento mensal será de R$ 420.000,00, o que ultrapassa o que é permitido para essa modalidade, já que o valor anual será de R$ 5.040.000,00 e o máximo permitido é de R$ 3.600.000,00.
Diante disso não iremos aprofundar sobre esse Regime Tributário.
DIREITO TRIBUTÁRIO
O direito tributário é o segmento do direito financeiro que define como serão cobrados dos cidadãos (Contribuinte) os tributos e outras obrigações a ele relacionadas, para gerar receita para o Estado (Fisco). Tem como contraparte o direito fiscal ou orçamentário, que é o conjunto de normas jurídicas destinadas à regulamentação do financiamento das atividades do Estado. Direito tributário e direito fiscal estão ligados, por meio do direito financeiro, ao direito público.
Para atingir sua finalidade de promover o bem comum, o Estado exerce funções para cujo custeio é preciso de recursos financeiros ou receitas. As receitas do Estado provêm de atividades econômico-privadas dos entes públicos, de monopólios, de empréstimos, e principalmente da imposição tributária (fiscal, parafiscal e extrafiscal).
O direito de tributar do Estado decorre do seu poder de império pelo qual pode fazer "derivar" para seus cofres uma parcela do patrimônio das pessoas sujeitas à sua jurisdição e que são chamadas "receitas derivadas" ou tributos, divididos em impostos, taxas e contribuições.
O direito tributário cria e disciplina assim relações jurídicas entre o Estado na sua qualidade de fisco e as pessoas que juridicamente estão a ele sujeitas e se denominam contribuintes ou responsáveis. Se para obter esses meios o fisco efetuasse arrecadações arbitrárias junto às pessoas, escolhidas ao acaso, não se poderia falar de um direito tributário.
A característica de uma imposição sob os princípios do Estado de Direito está exatamente na disciplina da relação tributária por meio da norma jurídica. A lei outorga ao Estado a pretensão ou direito de exigir de quem está submetido à norma, uma prestação pecuniária que chamamos de tributo, que é resultante do poder de tributar. O direito tributário é assim um direito de levantamento pecuniário entre os jurisdicionados, porém disciplinado sobre a base dos princípios do Estado de Direito.
A Constituição Federal estabelece a competência tributária, conceito que atribui a um determinado ente o poder de tributar. Tal poder foi dividido entre os entes federativos: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Tal medida consagrou o princípio do federalismo. O poder de tributar, porém, diz respeito à cobrança dos tributos.
O direito tributário é regido por alguns princípios, dos quais trata a Constituição Federal. Os princípios tributários norteiam a competência dos entes políticos, e junto com as imunidades, que sãoregras que proíbem a tributação sobre certos bens, pessoas ou fatos, determinam os limites ao poder de tributar destes entes políticos. Os princípios tratados pela Constituição Brasileira estão elencados abaixo:
Princípio da legalidade
O princípio da legalidade tributária nada mais é que uma reverberação do princípio encontrado no art. 5º, II da CF onde lemos que "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei", o constituinte quis deixar bem claro a total submissão dos entes tributantes ao referido princípio, para que não restasse dúvida de natureza alguma. A lei a que se refere o texto constitucional é lei em sentido estrito, entendida como norma jurídica aprovada pelo legislativo e sancionada pelo executivo, ao contrário da lei em sentido amplo que se entende como qualquer norma jurídica emanada do Estado que obriga a coletividade, assim os tributos só podem ser criados ou aumentados através de lei “strictu sensu”.
Princípio da igualdade ou da isonomia
O princípio da isonomia consigna que a lei não deve dar tratamento desigual a contribuintes que se encontrem em situação equivalente. Está expresso no artigo 150, II da CF dizendo que: "É vedado à União, aos Estados, aos Municípios e ao Distrito Federal instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão da ocupação profissional ou função por ele exercida, independente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos."
Princípio da irretroatividade
O princípio da irretroatividade da lei é princípio geral de direito, salvo quando interpretativa ou para beneficiar. A jurisprudência brasileira, de acordo com a súmula 584 do Supremo Tribunal Federal, vinha consagrando, mormente em Imposto de Renda, a irretroatividade da lei fiscal. Ora, no Brasil, o IR está calcado no dualismo: ano-base da declaração. Dessa forma, ano-base é de 1º de janeiro a 31 de dezembro, sendo que o ano da declaração é o momento em que nas palavras de Sacha Calmon Navarro Coelho o contribuinte "recata os fatos tributáveis, dimensiona a base imponível, aplica as alíquotas, obtém o quantum devido e recolhe o imposto, sob a condição suspensiva de, a posteriori, o fisco concordar com o imposto declarado".
Princípio da anterioridade de exercício
O princípio da anterioridade exige que a lei que criou ou majorou o tributo haja existência antes do início do exercício financeiro em que ocorrer o fato imponível do tributo. Na legislação brasileira, este princípio está regulado pelo art. 150, III, b da Constituição Federal. A regra geral determina que não poderá ser cobrado tributo no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. As exceções ao princípio da anterioridade de exercício estão elencadas no mesmo artigo, em seu § 1º: são os impostos federais de função regulatória (Imposto de importação e Imposto de Exportação, IOF e IPI), imposto extraordinário de guerra (art. 154, II, CF) e o empréstimo compulsório destinado a atender a despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência (art. 148, I, CF)
Princípio da anterioridade mínima (nonagesimal)
O princípio da noventena ou da anterioridade mitigada, como também é chamado, proíbe que os impostos sejam majorados antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei. Este princípio foi inserido no ordenamento jurídico pela emenda constitucional nº 42, de 2003, publicada no DOU de 31.12.03. São exceções ao princípio da anterioridade nonagesimal o II, o IE, o IR e o IOF, as contribuições especiais sociais para a seguridade social e o imposto extraordinário de guerra e o empréstimo compulsório destinado a atender a despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência.
Princípio da anualidade
O princípio da anualidade explana que deverá haver a inclusão da lei tributária material na lei orçamentária. Dessa forma a lei tributária material deverá ser anterior à lei orçamentária. A anualidade compreende a anterioridade da lei e a autorização orçamentária. No entanto, este princípio não mais tem guarida na Constituição Federal, no entanto, o mesmo é um velho princípio que vem desde o império, passando pela primeira república, sendo que foi ignorado pelo Estado Novo, e voltando na Constituição de 1946, submergindo novamente na Constituição de 1967.Embora na esfera federal não exista tal princípio, nada obsta que o princípio da anualidade seja aclamado pela Constituição estadual dos Estados-membros, exigindo o princípio para os tributos locais, ampliando as garantias do contribuinte estadual. O mesmo ocorre com os Municípios e com o Distrito Federal, uma vez que os mesmo poderão, em suas leis orgânicas, criar o princípio da anualidade. Assim a anualidade continua existindo em matéria orçamentária.
Princípio do não-confisco
O princípio da vedação ao confisco é uma derivação do Direito de propriedade, é uma limitação negativa ao poder de tributar imposta ao Estado, proibindo-o de usar os tributos para confiscar os bens ou o patrimônio de particulares.
Princípio da liberdade de tráfego
Pelo princípio da liberdade de tráfego, não pode a lei tributária limitar o tráfego interestadual ou intermunicipal de pessoas e bens, salvo o pedágio de via conservada pelo Poder Público.
Princípio da uniformidade geográfica
Pelo princípio da uniformidade geográfica, disposto no art. 151 da Constituição brasileira, é vedado à União instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do País;
Princípio da não concessão de privilégios a títulos federais
A União não pode tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes.
Princípio da capacidade contributiva
O princípio da capacidade contributiva estabelece que, "sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte". Ao criar os impostos, o legislador deve levar em conta, sempre que possível, a situação particular de cada contribuinte, permitindo com isso que seja realizada a justiça tributária ao não exigir imposto acima do suportável. O princípio da capacidade contributiva é realizado, por exemplo, no imposto de renda, onde existem alíquotas diferenciadas e se permitem várias deduções de acordo com a situação do contribuinte.
Princípio da pessoalidade
A imposição tributária deve levar em consideração as características pessoais do contribuinte. Entretanto, tal providência nem sempre se afigura possível, principalmente no que se refere aos impostos que tributam o consumo (ICMS e IPI, por exemplo), mas para dar cumprimento à pessoalidade a Constituição Federal prevê a seletividade.
Princípio da não cumulatividade
O princípio da não cumulatividade é aplicável nos casos do ICMS e do IPI. Por este princípio,o imposto devido em cada operação relativa a circulação de mercadorias ou prestação de serviços será compensado com o montante cobrado nas anteriores; Este instituto foi estendido para o PIS e para a COFINS, através das Leis nº 10.637/02 e 10.833/03, respectivamente.
Princípio da seletividade
Este princípio é de cumprimento obrigatório no caso do Imposto sobre Produtos Industrializados e facultativo no caso do Imposto sobre Circulação de Mercadorias eServiços.
Em função da importância e necessidade de um produto se tem a diminuição da carga tributária, e aos que tem menos importância aumenta-se a carga tributária. O Estado seleciona tais produtos.
A partir dos princípios temos a imunidade tributária que ocorre quando a Constituição impede a incidência de tributação, criando um direito subjetivo (que pode ser pleiteado em juízo) público de exigir que o Estado se abstenha de cobrar tributos (não sofrer a tributação). Ou seja, as entidades ou pessoas contempladas com a imunidades têm o direito de realizarem determinada ação que normalmente configuraria fato gerador de um tributo, mas sem sofrerem a respectiva tributação. Trata-se de uma não-incidência constitucionalmente qualificada. Logo, o que é imune não pode ser tributado em hipótese alguma.
Como exemplo clássico ou formal da imunidade temos a que existe entre os entes federativos, que são isentos uns dos outros em relação à impostos, bem como as organizações de caráter religioso, nos termos do art. 150, VI, alíneas "a" e seguintes da Constituição Federal.
A imposição de pagar o tributo surge do vínculo que se estabelece entre o particular (devedor - sujeito passivo - contribuinte) quando há a ocorrência de um fato gerador a situação prevista em lei, que faz com que surja o vínculo entre o particular e o Estado (a obrigação tributária).
O particular fica determinado a pagar uma prestação de cunho patrimonial, prevista na legislação. A prestação pode servir para pagar tributo, ou penalidade, dependendo de como é definido pela lei o ato praticado pelo particular. O contribuinte pode ainda ser instado a fazer coisa no interesse do Fisco, ou deixar de praticar algum ato de acordo com a lei.
Caso o contribuinte não cumpra a obrigação tributária espontaneamente, poderá ser objeto de lançamento de ofício do crédito inadimplido, sendo que o processo de determinação e exigência de créditos tributários da União é, atualmente, regulamentado pelo Decreto nº 7.574, de 29 de setembro de 2011. Um dos princípios a nortear as disposições do Decreto é o insculpido no inciso LV, do art. 5º da Constituição Federal que garante aos litigantes o contraditório e a ampla defesa, como os meios e recursos a eles inerentes[5] .
A constituição e exigência do crédito tributário, quando formalizadas em auto de infração, é competência de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil e deve ser instruído com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito (arts. 25 e 31).
Regularmente intimado, ao sujeito passivo é facultado o pagamento da exigência ou sua contestação por meio da apresentação de impugnação formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar. A impugnação instaura a fase litigiosa do procedimento suspende a exigibilidade do crédito (art. 56)
A impugnação mencionará a autoridade julgadora a quem é dirigida, a qualificação do impugnante, os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir. A impugnação deverá ainda expor as diligências ou perícias pretendidas, bem como os motivos que as justifiquem acompanhadas dos quesitos referentes aos exames desejados e, em caso de perícia, da indicação e qualificação do perito. Não atendidos tais requisitos, os pedidos de diligência ou perícia serão considerados não formulados. Por fim, deve ser indicado se a matéria já foi submetida à apreciação judicial.
É importante assinalar que a prova documental deverá ser apresentada na impugnação, recluindo o direito de o impugnante fazê-lo em outro momento processual, salvo se demonstrada a impossibilidade de apresentação por motivo de força maior. Também é possível a apresentação posterior nas hipóteses de a prova referir-se a fato ou direito superveniente ou ainda destine-se a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. A juntada posterior de documentos deverá ser requerida à autoridade julgadora com a demonstração fundamentada da ocorrência das excepcionalidades citadas (art. 57).
A matéria que não tenha sido expressamente contestada será considerada não impugnada (art. 58). Como consequência, o crédito a ela referente não terá sua exigibilidade suspensa.
Instaurado o litígio pela apresentação da impugnação, compete às Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento o julgamento do processo. As Delegacias de Julgamento são órgãos de deliberação interna, têm natureza colegiada e integram a estrutura da Secretaria da Receita Federal do Brasil (art. 61). A competência das Delegacias de Julgamento abrange, além do julgamento de impugnação a auto de infração e notificação de lançamento, os relativos a manifestação de inconformidade em processos relativos à compensação, restituição e ressarcimento de tributos e a impugnação de ato declaratório de suspensão de imunidade e isenção.
O sujeito passivo poderá recorrer de decisão de primeira instância que lhe for total ou parcialmente contrária, no prazo de trinta dias da ciência da decisão. O recurso possui efeito suspensivo na parte recorrida. A competência para o julgamento do recurso voluntário é do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (art. 75).
3.1 Imposto De Renda Das Pessoas Jurídicas
O Código Tributário Nacional define assim o Imposto em seu art. 16: "É o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte" (BRASIL, 2008, p. 218).
A Constituição Federal em seu art. 153, III, define que o imposto de Renda é de competência da União o qual incide sobre a renda, tendo como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos e os proventos de qualquer natureza que venham a acrescer-se ao patrimônio do contribuinte (BRASIL, 2008, p. 106).
Ampliando a definição de imposto a doutrina assim entende a nosso ver, imposto é a prestação de dinheiro que, para fins de interesse coletivo, uma pessoa jurídica de Direito Público, por lei, exige coativamente de quantos lhe estão sujeitos e têm capacidade contributiva, sem que lhes assegure qualquer vantagem ou serviço específico em retribuição desse pagamento (BALEEIRO, 2001, p. 197). A finalidade do imposto é o custeio das despesas públicas gerais ou universais, englobando os serviços universais (ut universi) e indivisíveis do Estado.
A base de cálculo é medida pelo padrão ou grandeza econômica adotada pela lei tributária que indica o modo de apuração do valor da prestação pecuniária a ser arrecadada. Assim determina o art. 44, do CTN: "A base de cálculo do imposto é o montante, real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos tributáveis" (BRASIL, 2008, p. 223).
Em suma a base de cálculo do Imposto de Renda para fins da tributação pelo imposto de renda o resultado do balanço comercial fica sujeito a vários ajustes. De acordo com a lei ordinária, determinados itens são adicionados ao lucro real, outros são excluídos, para assim chegar ao lucro tributável. Para designar esse cômputo, que leva ao resultado, sobre o qual incide o imposto de renda da pessoa jurídica diferente do lucro apresentado pela contabilidade usa-se a expressão balanço fiscal (MARTINS, 2002, p, 338).
A base de cálculo do imposto de renda sobre o lucro presumido está definida em lei que irá servir para quantificar o valor do imposto e seu respectivo adicional, sendo obtida através da receita bruta advinda da atividade da pessoa jurídica optante e do resultado das demais receitas e ganhos de capital. Essa base de cálculo está definida no art. 15 da Lei 9.249 de 26 de dezembro de 1995 e nos percentuais (YOUNG, 2008, p. 33/35): I – 1,6% (um inteiro e seis décimos por cento) para a atividade de revenda, para consumo de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural; II – 8% (oito por cento) para as atividades de comércio em geral, industria, atividade rural, serviço hospitalar,serviços de construção por empreitada, serviços de transporte de cargas e loteamento de terrenos, incorporação imobiliária e venda de imóveis construídos ou adquiridos para revenda; III – 16% (dezesseis por cento) para atividade de transporte de passageiros; IV – 32% (trinta e dois por cento) para as atividades escolares, as atividades de prestação de serviços de profissão legalmente regulamentada, e para as outras atividades de prestação de serviços.
3.2 Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido foi instituída pela União através da Lei 7.689/1998, alterada pela Medida Provisória 1.858-6/1999 e suas reedições (sendo a atual 2.158-25/2001), com base no art. 195 da Constituição Federal, que permitiu a cobrança de contribuições sociais sobre o lucro das pessoas jurídicas.
A CSLL das pessoas jurídicas e entes equiparados pela legislação do Imposto de Renda também se destina ao financiamento da seguridade social.
Essa contribuição possui critérios próprios de apuração de sua base de cálculo, tendo em vista o regime tributário adotado pela pessoa jurídica no que toca ao Imposto de Renda, ou seja, adotada uma determinada forma de recolhimento para o IRPJ durante o ano – calendário, esta será a mesma a ser adotada para a CSLL. Os períodos de apuração serão encerrados em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano – calendário.
A base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido é o resultado da apuração antes de se computar o seu próprio pagamento e a provisão do imposto de renda das pessoas jurídicas, ajustado por adições e exclusões prescritas ou autorizadas pela legislação tributaria. Ela é a ordem de grandeza que, posta na consequência da norma criadora do tributo, presta-se a mensurar o fato descrito na hipótese, possibilitando a quantificação do dever tributário, sua graduação proporcional à capacidade contributiva do sujeito passivo e a definição da espécie tributária (BALEEIRO, 2001, p. 199).
O art. 20 da Lei 9.249, de 26 de dezembro de 1995, determina que a base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, devida pelas empresas jurídicas e pelas empresas desobrigadas de escrituração contábil corresponderá a 12% (doze por cento) da receita bruta auferida mensalmente. Determina também que as empresas que explorem a atividade de prestação de serviços em geral com as exceções estabelecidas na mesma lei serão tributadas à razão de 32% (trinta e dois por cento) da receita bruta auferida mensalmente.
3.3 Distorções Na Legislação Do IRPJ E Da CSLL
Quando se observam os conceitos doutrinários e do Código Tributário Nacional quanto à definição do Lucro Presumido, verifica-se a primeira distorção, pois, quando se refere à apuração do imposto de renda pelo lucro na forma presumida, a doutrina majoritária, tem a intenção de conduzir o legislador aos casos em que o sujeito passivo da obrigação não tendo declarado corretamente o seu imposto de renda, ou apurado corretamente a sua contabilidade, apresenta sinais exteriores de riqueza, o que suscita a ação do fisco federal para cobrar o imposto com base na presunção legal da existência de lucro.
O texto da lei 9.249/1995, instituidora do Lucro Presumido traz um conceito diferente, tanto que já estipula a margem de lucro e a alíquota aplicável.
Assim, da interpretação do art. 44 do CTN, acompanhada pela doutrina, se aduz que a forma de apuração presumida é punitiva e não facultativa.
O que leva a concluir que, se o Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas incide sobre o lucro devendo respeitar o principio constitucional da capacidade econômica e contributiva, não se pode admitir a tributação desse imposto na presunção de lucro, calculado com base na receita bruta, pois tal procedimento penaliza as empresas prestadoras de serviços.
Outra distorção refere-se à instituição da cobrança da Contribuição social sobre o lucro líquido das empresas, com o objetivo de financiar a seguridade social nas atividades referentes aos segmentos a que se referem.
O legislador infraconstitucional ao legislar sobre ao CSLL se baseou no art. 195, da CF a seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: 
a) do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: [...] 
b) a receita ou o faturamento;
 c) o lucro; [...] § 9º. As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão–de–obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho .
Do texto constitucional extrai-se a expressão: "[...] da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho", para demonstrar a segunda distorção em relação ao texto da Lei 7.689, de 15 de dezembro de 1988, instituidora da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. A seguridade social deve ser financiada por toda a sociedade em função da intensiva utilização da mão-de-obra.
A posição da Receita Federal, órgão arrecadador da União do Imposto ora estudado é que a majoração não fere a legalidade, respeitando o legislador o preceito constitucional.
Ora, este trabalho embora aborde todos os princípios constitucionais tributários e entre eles o princípio da legalidade, ele não é o cerne da discussão.
O que se questiona é a violação por parte do legislador infraconstitucional, no tocante, aos critérios adotados para a majoração dos tributos enfocados quando se fala em isonomia ou igualdade tributária, capacidade contributiva subjetiva e vedação de não confisco (impostos proibitivos).
O que se procura demonstrar é o questionamento quanto à apuração e a majoração da base de cálculo do IRPJ e da CSLL no tocante aos princípios retro mencionados.
O Lucro Presumido é a forma mais fácil de apurar o quanto a empresa deve pagar de IRPJ e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
Como o próprio nome diz, para calcular o valor devido de impostos, a Receita Federal presume o quanto do faturamento da sua empresa foi lucro.
Essa presunção não é feita caso a caso, mas obedece uma tabelinha. Para o IRPJ, a Receita utiliza a seguinte tabela para o Lucro Presumido:
•	1,6% – Revenda de combustíveis
•	8,0% – Regra geral (toda empresa que não está explicitamente nas definições acima e abaixo)
•	16,0% – Serviço de transporte que não seja de carga
•	32,0% – Prestação de serviços em geral, intermediação de negócios e administração, locação ou cessão de bens moveis, imóveis ou direitos
E para o CSLL, a seguinte tabela:
•	12,0% – Regra geral (toda empresa que não está na alíquota de 32%)
•	 32% – Prestação de serviços em geral, intermediação de negócios e administração, locação ou cessão de bens moveis, imóveis ou direitos
Assim, para uma empresa que presta serviços, a base de cálculo para o IRPJ é de 32% e para a CSLL é de 32%. Para um posto de gasolina, por exemplo, a base de cálculo será 1,6% do faturamento para o IRPJ e 12% para a CSLL.
Parece complicado, mas é simples. Depois que você enquadrou sua empresa numa das bases de cálculo das tabelas acima, você deve aplicar a alíquota dos impostos. Alíquota nada mais é do que o valor do imposto.
Para o IRPJ, a alíquota é de 15% para todo lucro até R$ 20.000,00 por mês e 25% para todo lucro que passar esse limite. Para a CSLL, a alíquota é sempre 9% sobre a base de cálculo.
O Lucro Presumido e ótimo para empresas que não tenham ainda uma administração e uma contabilidade muito afiada (e portanto o lucro real seria extremamente difícil de calcular) e também para aquelas que, mesmo faturando até R$3,6 milhões por ano, as alíquotas do Simples Nacional sejam muito altas (empresas de tecnologia, por exemplo).
CONTROLADORIA
Com o aumentoda competitividade, o avanço da tecnologia, a crescente exigência dos consumidores, entre outros fatores, houve uma mudança no paradigma das empresas exigindo delas uma permanente adaptação a esse novo ambiente. Diante desse desafio, as organizações precisam elaborar um adequado planejamento estratégico que atenda as novas necessidades dos stakeholders (clientes, fornecedores, acionistas, bancos e órgãos fiscalizadores) podendo trazer contribuições valiosas para que as decisões tomadas no presente apoiem as consequências geradas no futuro.
É na gestão dessas situações que está a controladoria, cuja missão é otimizar o processo decisório garantindo informações adequadas aos gestores em busca de uma eficácia gerencial, assegurando a continuidade do negócio da empresa. É importante que o controller conheça bem o ramo de atividade da organização, seus objetivos e metas, assim como também ter conhecimentos contábeis e administrativos.
A metodologia da controladoria é baseada no processo de controle, através de padrões de qualidade previamente estabelecidos, focado no planejamento e orçamento traçados pela organização. Porém todos os membros da organização devem estar envolvidos, desde os níveis mais altos até os operacionais. 
Para Padoveze (2003), a Controladoria consiste em corpo de doutrinas e conhecimentos relativos à gestão econômica das empresas, com o fim de orienta-los para a eficácia organizacional.
Beuren, Costa, Fietz (2007) em seu artigo conclui que a Controladoria participa diretamente na gestão da empresa e é responsável pela manutenção dos controles internos, monitoramento e manutenção dos sistemas de informação, trabalhando em todas as áreas da organização buscando informações que facilitem o processo decisório.
Desta forma a função da Controladoria é promover a conexão entre as áreas da empresa, por meio do fornecimento de dados que facilitam a otimização da gestão e a eficácia dos recursos. De acordo com Oliveira et. al (2011) a Controladoria assume o papel de observar e controlar a cúpula administrativa, preocupando-se constantemente com a avaliação de eficácia e eficiência dos vários departamentos no exercício de suas atividades. Portanto, ela acaba por fornecer os dados e as informações planejadas e pesquisadas, buscando sempre mostrar a essa mesma cúpula os pontos de estrangulamento presentes e futuros que põem em perigo ou reduzem a rentabilidade da empresa.
A Controladoria afeta tudo o que é essencial para uma organização ou unidades de negócio, para cultivar sua capacidade competitiva e aumentar suas vantagens em relação aos concorrentes. Ela tem como foco os resultados empresariais e avalia a eficácia da empresa através dos resultados periódicos obtidos. 
Garcia (2010) sugere que os resultados obtidos reflitam as decisões de investimento tomadas, e, consequentemente, a controladoria assume o papel de avaliar o desempenho das decisões tomadas. Portanto, cabe a Controladoria otimizar os resultados econômicos da empresa, por meio da definição de um modelo de informações baseado na estrutura organizacional e no modelo de gestão definido pela empresa, assessorando, fornecendo mensurações sobre as alternativas do negócio utilizando para isso dados confiáveis com o objetivo de subsidiar as tomadas de decisões geradas com visão sistêmica e integradora , assim ela consegue ajudar os gestores na eficácia gerencial.
Oliveira et. al (2011, p.10) destacam que “O processo decisório é influenciado pela atuação da controladoria por meio das informações de planejamento e controle”. Por isso é importante que o processo de tomada de decisão esteja em perfeita harmonia com o processo de gestão e que, os resultados esperados de uma tomada de decisão, estejam de acordo com os resultados planejados pela empresa.
AUDITORIA E PERÍCIA
5.1 Auditoria
 O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) ditou as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBCs) que devem ser adotadas por todos os profissionais da contabilidade no Brasil, essa iniciativa busca assegurar a evolução contabilidade a fim de adaptar as NBCs aos padrões internacionais. 
De acordo com a NBC TA 20 o auditor não tem por obrigação reduzir o risco de auditoria a zero, logo, não pode obter segurança absoluta de que as demonstrações contábeis estão livres de deformidades devido à fraude ou erro. Uma auditoria possui limitações, pois a maior parte das evidências de auditoria de que o auditor baseia as suas conclusões são persuasivas ao invés de conclusivas. 
A Fraude refere-se a ato intencional de omissão ou manipulação de transações, adulteração de documentos, registros e demonstrações contábeis com a intenção de proporcionar benefício financeiro a alguém, direta ou indiretamente. De acordo com a NBC T 11, a fraude pode ser caracterizada por: 
a) manipulação, falsificação ou alteração de registros ou documentos, de modo a modificar os registros de ativos, passivos e resultados;
 b) apropriação indébita de ativos;
 c) supressão ou omissão de transações nos registros contábeis; 
 d) registro de transações sem comprovação; 
e) aplicação de práticas contábeis indevidas 
O erro refere-se a ato não intencional de omissão ou má interpretação de fatos na elaboração de registros e demonstrações, que resultem em incorreções, podendo ser:
a) erros aritméticos na escrituração contábil ou nas demonstrações contábeis; 
b) aplicação incorreta das normas contábeis;
c) interpretação errada das variações patrimoniais. 
A responsabilidade de prevenção e identificação de fraudes e/ou erros é da administração da empresa, no entanto, o auditor deve planejar seu trabalho avaliando o risco de ocorrência desses eventos, a fim de detectar aqueles que impliquem efeitos relevantes nas demonstrações contábeis, e caso seja detectado qualquer fraude e/ou erro, o auditor deverá acionar a administração da empresa auditada. 
No processo de auditoria deverá ser avaliado criticamente o sistema contábil da empresa, incluindo o controle interno, dando especial atenção às condições ou eventos que representem aumento de risco de fraude ou erro. Ao final da auditoria, deverá ser emitido um parecer sobre a veracidade das informações analisadas no processo de auditoria. 
 De acordo com Resolução nº 1.203/09, os pareceres se classificam em: 
Parecer sem ressalva;
Parecer com ressalva; 
Parecer adverso; 
Parecer com abstenção de opinião. 
O parecer sem ressalva é emitido quando as demonstrações financeiras da empresa que foram examinadas pelo auditor representam adequadamente a posição patrimonial e financeira da empresa, ele considera que as demonstrações contábeis apresentam fidedignamente a situação reportada, e está convencido de que as demonstrações financeiras foram elaboradas em observação das Normas Brasileiras de Contabilidade e da legislação específica em todos os seus aspectos. 
O parecer com ressalva indica que existem situações em que o valor nas demonstrações financeiras não reflete adequadamente a posição correta da empresa, podendo ser somente um valor ou mais, ou ainda quando o auditor não consegue obter evidências adequadas que permitam a comprovação desses valores, desta forma o auditor não tem condições de emitir um parecer sem ressalva, além da divergência de valores apresentados na demonstração, o afastamento e /ou inconsistência dos princípios contábeis, as limitações quanto ao alcance dos exames de auditoria, dúvidas e/ou incerteza, também são situações que contribuem para que o auditor emita este tipo de parecer. 
O parecer adverso é emitido quando o auditor conclui que as demonstrações contábeis estão incorretas ou incompletas e que em sua opinião, comprometem substancialmente as demonstrações examinadas, a ponto de não ser suficiente a simples ressalva no parecer. 
O parecer com a abstenção de opinião é aquele em que o auditor deixa de emitir opinião sobre as demonstrações contábeis, por não ter obtido comprovação suficiente para fundamentar sua opinião, ele declara que está impossibilitadode expressar sua opinião, este tipo de parecer é emitido mediante algumas situações, a saber: limitação imposta que implique no objetivo do exame; existência de fato que afete consideravelmente a posição patrimonial e financeira; existência de incerteza substancial em relação ao montante de um item e ainda preparação de demonstrações financeiras não auditadas.
A auditoria Fiscal ou de Impostos consiste em traduzir uma expectativa positiva de mensuração de Passivos Fiscais adequados e provisionados de forma licita e menos onerosa aos diversos segmentos empresariais, ferramenta que poderá prevenir contra o desperdício ao longo do fluxo de caixa com saídas de recursos financeiros que poderiam estar patrocinando investimentos de crescimento e maximização dos Lucros Operacionais.
O fator predominante da Auditoria Fiscal concentra-se no conhecimento amplo da legislação fiscal para que na análise clinica do fluxo de operações contemple a universalidade e consolidação de leis e principalmente dos princípios fundamentais de contabilidade.
Segundo o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), conforme o Art. 3º da Resolução CFC nº. 1.282/10, que atualiza e consolida dispositivos da Resolução CFC nº. 750/93 são esses os Princípios de Contabilidade (PC): 
 I - o da ENTIDADE;
II - o da CONTINUIDADE;
 III - o da OPORTUNIDADE;
IV - o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL;
V - o da COMPETÊNCIA;
VI - o da PRUDÊNCIA.
Princípio da Entidade - Reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade. Determina a autonomia patrimonial. O patrimônio pertence a entidade; a entidade pertence aos sócios, mas o patrimônio da entidade não pertence aos sócios. O patrimônio da entidade não se confunde com o dos sócios. Os sócios não podem usufruir do patrimônio, em benefício próprio. A Consolidação das Demonstrações Contábeis consolida somente as Demonstrações, e não o Patrimônio das entidades.
Princípio da Continuidade - Em princípio, a entidade existirá infinitamente e terá seu Patrimônio contabilizado pelo Custo Histórico. No caso de haver uma decisão de encerrar as atividades por parte dos proprietários, decisão judicial ou do governo, então, o seu Patrimônio passará a ser avaliado pelo valor de realização. A situação-limite deste Princípio é a cessação total ou parcial das atividades da entidade, e de forma definitiva. 
Princípio da Oportunidade - Determina que os registros contábeis sejam feitos no momento em que o fato ocorra (tempestividade) e pelo seu valor completo (integralidade). Portanto, este Princípio determina que o registro seja feito no momento da transferência de propriedade, através da emissão da Nota Fiscal (oportunidade), e pelo seu valor total (totalidade). 
Princípio do Registro Pelo Valor Original - A avaliação dos componentes patrimoniais deverá ser feita pelos valores originais das transações com o mundo exterior (valores de entrada), expressos sempre em moeda nacional, independente de se resultaram ou não de livre negociação e em condições de razoável igualdade entre as partes. Se adquiridos ou contratados em moeda estrangeira, terão os seus valores convertidos para a moeda nacional, na data da transação. No caso de se receber um bem em doação, este deverá ser registrado pelo seu valor de mercado, obtido através da avaliação de um perito. 
Princípio da Atualização Monetária - Reconhece que os efeitos do poder aquisitivo da moeda nacional devam ser reconhecidos contabilmente, através de uma atualização monetária, utilizando-se um único indexador (oficial), para todos os ramos de atividades econômicas. Portanto, a Atualização Monetária busca atualizar o valor original, e não o valor de mercado, por isso não se trata de uma “correção”, e sim de uma “atualização dos valores originais”.
Princípio da Competência - Determina que as receitas e as despesas devam ser incluídas na apuração do resultado do período em que efetivamente ocorreu independente do seu recebimento ou pagamento (respectivamente). Este princípio está intimamente ligado às variações do Patrimônio Líquido. 
Princípio da Prudência - Determina que sempre que se apresentarem pelo menos duas hipóteses igualmente válidas, de realização possível e que venha a ocorrer em data futura, que se utilize sempre a que corresponder a um menor ativo e/ou um maior passivo. Portanto a que representar um menor Patrimônio Líquido.
Os princípios simplesmente são e, portanto, verdadeiros pilares do sistema de Normas Brasileiras de Contabilidade, que estabelecerá regras sobre a apreensão, o registro, o relato, a demonstração e a análise das variações sofridas pelo patrimônio e suas causas.
Para efetuar o trabalho de elaboração da auditoria fiscal, obrigatoriamente faz-se necessário ter em mãos documentos que dão suporte ao bom andamento do trabalho desenvolvido, antes de iniciar a auditoria, são solicitados alguns documentos, conforme o caso:
1) Notas Fiscais de Entradas de Fornecedores.
1.1) Aquisição de Insumos
1.2) Aquisição de Material Intermediário
1.3) Aquisição Material de Uso e Consumo
1.4) Aquisição de Bens do Ativo Imobilizado
1.5) Aquisição de Material para Revenda
1.6) Entradas em Devolução
1.7) Fatura de Energia Elétrica
1.8) Fatura de Telecomunicações
1.9) Conhecimentos de Transportes Rodoviários e Aéreos
1.10) Entradas para Conserto
1.11) Entradas em Demonstração
1.12) Entradas em Consignação
1.13) Entradas Amostra Grátis
1.14) Outras Entradas
2) Notas Fiscais de Entradas Emitidas pela empresa.
3) Notas Fiscais de saídas.
3.1) Notas Fiscais de Venda (produção, revenda)
3.2) Notas Fiscais de Venda Ambulante
3.3) Notas Fiscais de Transferência
3.4) Notas fiscais de venda de bens do Ativo Imobilizado
3.5) Notas Fiscais de Remessa para Conserto
3.6) Notas Fiscais de Remessa em Demonstração
3.7) Notas Fiscais de Remessa em Consignação
3.8) Notas Fiscais de Venda de Mercadoria para Exportação
3.9) Notas Fiscais de Devolução
3.10) Notas Fiscais de Outras Saídas
3.11) Notas Fiscais de Prestação de Serviços
4) Livros Fiscais
4.1) Livro Registro de Entradas
4.2) Livro Registro de Saídas
4.3) Livro Registro de Apuração do ICMS
4.4) Livro Registro de Apuração do IPI
4.5) Livro Registro de Inventário
4.6) Livro Registro de Utilização de Documentos Fiscais e Termos de Ocorrências.
4.7) Livro Registro Serviços Prestados
5) Guias de ICMS
5.1) Guia de Informação e Apuração do ICMS – GIA/ICMS
5.2) Guia de Informação das Operações e Prestações Interestaduais - GI
5.3) DFC – declaração Fisco-Contábil
5.4) GUIA Nacional de Informação e Apuração do ICMS substituição tributária - GIA-ST
5.5) Guias de Recolhimento do ICMS – GR-PR.
5.6) Guias de Recolhimento do ISS
A Auditoria fiscal possibilita:
observar a correta contabilização
levantar créditos tributários ignorados pela Contabilidade que poderiam ser reavidos ou compensados;
constatar se os procedimentos contábeis da empresa estão em consonância com as determinações da Receita Federal do Brasil e das Fazendas estaduais e municipais;
investigar se a empresa tem escriturado créditos permitidos pela legislação, bem como se vem realizando corretamente apropriações, amortizações, deduções e lançamentos;
verificar se os regimes de caixa e de competência têm sido geridos de maneira satisfatória;
averiguar se a sociedade empresarial tem evitado de forma eficiente o cálculo de seus tributos sobre eventuais subvenções e incentivos fiscais no patrimônio líquido;
conferir se as retenções tributárias têm sido realizadas em conformidade com a legislação;
rever adições e exclusões em empresas submetidas ao regime do Lucro Real;
levantar se a empresa tem escriturado a totalidade dos livros e controles exigidos pelo fisco;
propor possibilidades de economia tributária e levantar dados para
reformulações societárias e planejamentos tributários em geral.
O Auditor deve documentar, através de papéis de trabalho, todos os elementos significativos dos exames realizados e que evidenciam ter sido a auditoriaexecutada de acordo com as normas aplicáveis. Os papéis de trabalho devem ter abrangência e grau de detalhes suficientes para propiciar o entendimento e o suporte da auditoria executada, compreendendo a documentação do planejamento, a natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos de auditoria, bem como o julgamento exercido pelo auditor e as conclusões alcançadas. Eles constituem um registro permanente do trabalho efetuado pelo auditor, dos fatos e informações obtidos, bem como das suas conclusões sobre os exames. É com base nos Papéis de Trabalho que o auditor irá relatar suas opiniões, criticas e sugestões, devem ser elaborados, organizados e arquivados de forma sistemática e racional. 
Quando o Auditor se utilizar de análises, demonstrações ou quaisquer outros documentos fornecidos pela área auditada devem certificar-se da sua exatidão. 
Os arquivos correntes de Papéis de Trabalho contêm o programa de auditoria, o registro dos exames feitos e as conclusões resultantes do trabalho de auditoria. Juntamente com o arquivo Permanente, os Papéis de Trabalho Correntes devem constituir um registro claro e preciso do serviço executado. Com exceção de certos casos, não é prática usar modelos padronizados, nem prescrever as informações que devem constar nos papéis. Eles devem ser delineados e elaborados de forma que apresentem detalhes importantes à atenção de quem os use ou examine. Uma auditoria envolve tantos detalhes, que itens importantes podem passar despercebidos como resultado da elaboração insatisfatória de Papéis de Trabalho.
O auditor deve adotar procedimentos apropriados para manter a custódia dos papéis de trabalho pelo prazo de cinco anos, a partir da data de emissão do seu parecer confidencialidade dos papéis de trabalho é dever permanente do auditor. Os papéis de trabalho são de propriedade exclusiva do auditor. Partes ou excertos destes podem, a critério do auditor, ser postos à disposição da entidade. Os papéis de trabalho quando solicitados por terceiros somente podem ser disponibilizados após autorização formal da entidade auditada, de acordo com a NBC P 1.6.
5.2 Perícia Contábil 
Na concepção de Reis, Pizzo e Costa (2010 p. 3), a perícia se diverge da auditoria da seguinte maneira:
“A perícia difere da auditoria em seus objetivos e finalidade: enquanto a perícia é um meio de prova sobre determinado fato circunstanciado em laudo pericial, a auditoria é um a revisão com base em técnicas estatísticas para a emissão do parecer de opinião”. 
 Importante destacar que a perícia não é aplicada somente na área contábil, mas também é aproveitada em outras áreas da ciência, como no direito; medicina; engenharia, dentre outras. Para poder exercer a profissão de perito contábil no Brasil, é preciso concluir o curso superior de Ciências Contábeis e possuir registro no Conselho Regional de Contabilidade. O perito deve haver adquirido vastos conhecimentos na atividade profissional a que se destina por isso essa experiência exige tempo de prática, e não se conquista do dia para a noite.
Segundo Alberto (2000) a perícia possui espécies distintas, que são identificáveis e conceituadas de acordo com os ambientes que atua. A Perícia Judicial realiza-se no âmbito do Poder Judiciário, podendo ser através de determinação, requerimento ou necessidade de seus agentes ativos, observando regras legais específicas. Objetiva o aparecimento da verdade real que será considerada como prova, demonstrável científica ou tecnicamente, auxiliando na formação da convicção do julgador. 
A Perícia Extrajudicial é realizada fora do Estado Poder, através da necessidade e opção das pessoas físicas e jurídica s particulares, neste caso, não será submetida a uma outra pessoa encarregada de arbitrar a questão conflitante. Sua finalidade poderá ser: Comprobatória, demonstrativa e discriminativa. 
Os usuários da perícia contábil são: “Juízes das diversas varas em que se divide a Justiça Brasileira; litigiantes em processos judiciais; litigiantes em processos de juízo arbitral; empresários, sócios e administradores, em casos de perícia extrajudicial”. (TERAM, 2004, p. 7).
A perícia se torna importante para os juízes das diversas varas, porque serve de auxílio para a convicção de seu veredito, uma vez que a perícia busca comprovar a verdade real e servirá como prova no processo judicial. Para os litigiantes em processos judiciais, a perícia é a oportunidade de produção de prova lícita em seu próprio benefício, como é o caso dos pedidos de concessão de benefícios pela Previdência Social. A primeira condição para o julgamento é a apuração exata dos fatos e o conhecimento preciso das causas de que se origina o litígio, neste contexto a perícia tem papel fundamental para buscar esclarecer a verdade sobre os fatos. A perícia também é muito importante nos casos em que os ex-empregados ingressam com processo trabalhista contra a empresa em que trabalhava, o papel do perito será comprovar os valores que o trabalhador tem ou não direito a receber. 
Para os empresários, sócios e administradores, a pericia extrajudicial auxilia desde o auxílio para ingressar com pedidos nas iniciais ou auxiliar com informações técnicas visando às defesas e contestações, bem como na elaboração de quesitos; acompanhamento dos peritos; análise dos Laudos Periciais e confecção de Cálculos de Liquidação de Sentença, apresentando Pareceres Periciais Contábeis, Laudo Divergente dentro das normas técnicas e requisitos legais.
A perícia contábil constitui o conjunto de procedimentos (técnicos e científicos) com propósito de levar à instância decisória os elementos de prova que se façam necessários para auxiliar na justa solução do litígio. 
De acordo com Lopes de Sá, (1996) o laudo de instrução é o pronunciamento, fundamentado nos conhecimentos que tem o profissional da contabilidade, em decorrência de eventos ou fatos que são submetidos a sua apreciação. Finalizadas as averiguações e coleta de documentos necessários, o perito deverá elaborar o laudo contábil. O laudo contábil pode ser conceituado como sendo a materialização do trabalho pericial desenvolvido pelo perito contábil, é a própria prova pericial. O laudo contábil deve possuir algumas peculiaridades, deve ser completo, claro e objetivo, limitado ao objeto periciado e bem fundamentado, por fim conclui-se que o laudo pericial, é o relatório emitido pelo perito, onde é feito o resumo de tudo quanto pode observar durante as atividades periciais.
CONCLUSÃO
Atualmente o cenário econômico tem sido muito volátil, a incerteza toma conta do mercado, essa situação tem se agravado diante do delicado momento político pelo que passa o país. O mercado é extremamente competitivo e dinâmico, e as empresas tem um custo muito elevado para se manterem de portas abertas, devido principalmente à elevada carga tributária brasileira, o que faz com que as empresas paguem um montante significativo de impostos sobre as suas receitas. 
Diante disso os gestores precisam estar atentos a quaisquer mudanças que o corram dentro ou fora da organização e que possam afetar o patrimônio da empresa, em função disso, os empresários buscam manter-se seguros em relação ao seu negócio, necessitam de alternativas que possam assegurar-lhes sobre o andamento dos negócios, a auditoria vem ao encontro dessa necessidade. Uma empresa que se preocupa com a exatidão e coerência de seus processos consegue atrair muito mais investidores do que as suas concorrentes.
 Este trabalho proporcionou a ampliação do conhecimento demonstrado a da auditoria e da perícia contábil para os seus usuários, e todos os envolvidos no negócio. Independentemente do tamanho da empresa, um bom planejamento tributário é essencial para se obter sucesso nos negócios, e, a controladoria possui um papel fundamental na tomada de decisão dos gestores mostrando os pontos de estrangulamento presentes e futuros que põem em perigo ou reduzema rentabilidade da empresa.
REFERÊNCIAS 
SÁ, Antonio Lopes de. Princípios Fundamentais de Contabilidade. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007
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GARCIA, Alexandre Sanches. Introdução à controladoria: instrumento básico de controle de gestão das empresas. São Paulo: Atlas, 2010. 
PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade gerencial: Um enfoque em sistema de informação contábil. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

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