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Prof. Henrique Mourão CTD130 – QUÍMICA TECNOLÓGICA I TEORIA Instituto de Ciência e Tecnologia AULA 5 Estrutura eletrônica dos átomos: conceitos modernos Brown: cap. 6; Brady: cap. 7; R. Chang: cap. 7 3 Propriedades de ondas eletromagnéticas Comprimento de onda (l): é a distância entre pontos idênticos em ondas sucessivas; Amplitude: é a distância vertical da metade até o pico de uma onda; Frequência (n): é o número de ondas que passa em um ponto particular por 1 segundo (Hz = 1 ciclos/s). A velocidade da onda, v= l x n c=2,998.108 m/s (luz, no vácuo) Exemplo 3.1 O comprimento de onda da luz verde de um sinal de trânsito tem 522 nm. Qual é a frequência desta radiação? 3.1 SOLUÇÃO: COMO 1 nm = 1 × 10−9 m, TEMOS: Substituído c=3.00 × 108 m/s), a frequência será: Comentário: 5.75 × 1014 ondas passam em um ponto fixo a cada segundo. A frequência está de acordo com a altíssima velocidade da luz. 6 Classificação E=hν ν=c/ λ E=h.c/ λ 7 Pensava-se antigamente que os conceitos partícula e onda seriam separados Para partículas: ex: colisões (1). É possível prever a trajetória exata das partículas e especificar as posições e os momentos em cada instante; (2). Os sistemas trocam qualquer quantidade de energia; Falha ao analisar quantidades muito pequenas de energia e os movimentos de corpos com massas pequenas. Para a radiação: ex: difração (3). Somente comportamento ondulatório; 8 Experimentos contraditórios: (1). Efeito fotoelétrico (1905); (2). Difração de elétrons (1925); (3). Espectros atômicos em linhas (comprovação da mecânica quântica). 9 Fótons : explicada por Planck (1900) A matéria pode emitir/absorver quantidades de energia discretas, múltiplos de hν (1 quantum), onde h é a constante de Planck (h=6,626x10-34 J.s). Equantum=hν c/ λ = ν • A radiação é emitida/absorvida com quantidades discretas (quantizadas) de energia; • A própria energia radiante é quantizada: Quanto maior λ, menor a energia; Calcule a energia (em J) de: (a) Um fóton com comprimento de onda de 5,00 × 104 nm (infravermelho); (b) Um fóton com um comprimento de onda de 5,00 × 10−2 nm (raios X). Exemplo 3.2 Solução: (a) Energia de um único fóton. (b) Seguindo o mesmo procedimento, chegamos que a energia de um fóton de uma radiação com comprimento de onda de 5,00 × 10−2 nm é 3,98 × 10−15 J . Comentário: A energia de um fóton de raio X tem 1 × 106 mais energia do que um fóton do infravermelho.. 12 O Efeito fotoelétrico: é a ejeção de elétrons de uma superfície metálica quando irradiada com radiação UV, a partir de uma certa frequência. Só poderia ser explicado por colisões de partículas, e a ejeção quantizada. - Existe uma frequência mínima ou frequência limite; - O número de elétrons é proporcional à intensidade (número de fótons), mas a energia só depende da frequência da radiação. 13 A luz tem ambas: 1. Natureza de onda; 2. Natureza de partícula. Efóton=hn = W + Ec O Efeito fotoelétrico foi explicado por Einstein em 1905 considerando a propriedade de partícula da radiação. O fóton é a “partícula” da radiação. Ec = hn - W Onde W é a função trabalho e depende da ‘energia’ da ligação dos elétrons ao metal. hn Ec e- Exemplo 3.3 A função trabalho do metal césio é 3,42 × 10−19 J. (a) Calcule a frequência mínima de luz necessária para ejetar elétrons deste metal. (b) Calcule a energia cinética do elétron ejetado se a frequência da luz irradiada é de 1,00 × 1015 s−1. 3.3 Estratégia: (a) O mínimo de frequência da luz necessária pode ser obtido quando a energia cinética é zero; (b) Sabendo a função trabalho e a frequência, nós podemos resolver a equação para a energia cinética dos elétrons ejetados. 3.3 Solução: (a)Usando Ec= 0 teremos: hn = W n=W/h=3,42 × 10−19 J/6,63x10-34J.s n= 5,16x1014s-1 Se a frequência for menor que este valor, não ocorrerá ejeção de elétron. 3.3 Solução: (b) Usando Ec = hn - W, teremos: Ec = (6,63x10-34J.s).(1,00x1015s-1) – (3,42x10-19J) Ec = 6,63x10-19J – 3,42x10-19J Ec = 3,21x10-19J Comentário: A energia cinética dos elétrons ejetados (3,21×10−19 J) é menor que a energia do fóton (6,63×10−19 J). Portanto, a resposta é razoável. Observações - Luz mais brilhante contém mais fótons; - Luz de frequência mais alta, contém fótons mais energéticos. 18 E=h.c/ λ E=hν Difração de elétrons • Padrões de interferência quando um feixe de elétrons passa por duas fendas. Este padrão é típico de ondas. 19 https://www.youtube.com/watch?v=lytd7B0WRM8 • Davisson e Germer (1925): o comportamento ondulatório dos elétrons foi observado primeiramente pela difração de elétrons em um cristal de Ni. Difração em fenda dupla 20 Dualidade onda - partícula • Em 1925, Louis de Broglie sugeriu que qualquer partícula (de massa m) em movimento com um momento “p” possui uma onda associada. mc h p h l • Partículas com um momento grande possuem o comprimento de onda associado muito pequeno – a propriedade ondulatória dos objetos macroscópicos não são perceptíveis. Exemplo 3.4 Calcule o comprimento de onda da ‘partícula’ nos seguintes casos: (a) uma bola de tênis de 6,0x10-2 Kg que se movimenta a 68 m.s-1; (b) um elétron de 9,1094x10-31Kg que se movimenta a 68 m.s-1. Estratégia: Como foram dadas as massas e velocidades, podemos usar a relação de de Broglie para os cálculos. Nota: 1 J = 1 kg m2/s2. 3.4 22 Solução: (a)Substituindo os valores: Comentário: Valor extremamente pequeno (um átomo tem aproximadamente 1 × 10−10 m). Por estas razões, as propriedades ondulatórias da bola de tênis não podem ser detectadas por qualquer aparelho existente. 3.4 23 (b) Neste caso, teremos: Comentário: este comprimento de onda (1,1 × 10−5 m ou 1,1 × 104 nm) está na região do infravermelho. Estes cálculos (a e b) demonstram que somente partículas sub-microscópicas têm comprimentos de onda observáveis. 24 Os espectros atômicos são quantizados Fortes evidências de comprovação da mecânica quântica vieram da explicação dos espectros atômicos 25 Espectros contínuo e discreto (linhas) Discreto Contínuo 26 Espectro de emissão do hidrogênio (linhas): Se o H absorvesse/emitisse qualquer valor de energia não teríamos linhas e sim um contínuo. Espectro atômico do hidrogênio Espectro de emissão do hidrogênio (linhas) 27 28 1. e- somente podem ter valores específicos (quantizados) de energia; 2. Radiação é emitida quando os e- ‘descem’ níveis de energia. Modelo atômico de Bohr (1913) En = -RH ( ) 1 n2 n (número quântico principal) = 1,2,3,… RH (constante de Rydberg) = 2,18 x 10 -18J 29 E = hn E = hn Níveis quantizados n=1 (fundamental) n=2 30 Efóton = DE = Ef - Ei Ef = -Rh ( ) 1 n2 f Ei = -Rh ( ) 1 n2 i i f DE = Rh ( ) 1 n2 1 n2 nf = 1 ni = 2 nf = 1 ni = 3 nf = 2 ni = 3 31 32 Qual é o comprimento de onda de um fóton (em nm)emitido durante uma transição do nível ni = 5 para o nf = 2 no átomo de hidrogênio? Exemplo 3.5 O Sinal negativo indica liberação de energia. DE = hn ou n = DE/h Série de Balmer (nf=2): visível 33 Falhas de Bohr: - Falha para outros elementos; - A posição do elétron (considerado onda) não pode ser totalmente conhecida se o seu momento também for conhecido. Não é possível termos órbitas definidas. 34 Conceitos básicos revisados: 1. A radiação eletromagnética – classicamente tratada como onda – também exibe características de partícula; 2. Os elétrons – classicamente tratado como partícula – também exibem características de onda; 3. Os sistemas trocam energia de forma quantizada. Isto é perceptível para sistemas extremamente pequenos. 35 A mecânica quântica leva em conta a quantização da energia e a dualidade onda partícula para explicar o comportamento dos elétrons e dos átomos. 37 • Schrodinger (1926) considerou os comportamentos de onda e partícula do elétron expressando a sua distribuição no espaço como uma onda – função de onda, ψ (psi) – solução da equação de Schrodinger: contorno do orbital. Equação de Schrodinger 2 h Partícula com massa ‘m’ se movendo com uma energia total ‘E’ Mecânica quântica e orbitais atômicos • A resolução da equação leva às funções de onda, () e as energia correspondentes; • A função de onda () fornece o contorno do orbital eletrônico. • Born: o quadrado da função de onda (2) relaciona-se com a probabilidade de se encontrar o elétron (densidade eletrônica). Mecânica quântica e orbitais atômicos Gráfico de 2 como função da distância ao núcleo Nuvem (ou densidade) eletrônica. 40 onde está 90% da densi- dade de e-. Superfície limite As formas dos orbitais Orbitais s • Todos os orbitais s são esféricos. • À medida que n aumenta, os orbitais s ficam maiores. Representações orbitais Representações orbitias • À medida que n aumenta, aumenta o número de nós. • Em um nó, 2 = 0. Orbitais p Representações orbitias • Os orbitais têm a forma de halteres com um nó no núcleo; • Os três orbitais p localizam-se ao longo dos eixos x, y e z; • Valores permitidos de ml: -1, 0, e +1. Representações orbitias Existem cinco orbitais d Plano bissecante aos eixos x, y e z. As energias dos orbitais NÚMEROS QUÂNTICOS Uma função de onda, , é uma função de 4 números quânticos (n, l, ml, ms). Orbitais e números quânticos • Cada orbital necessita de três números quânticos: 1. Número quântico principal, n. Este é o mesmo n de Bohr. À medida que n aumenta, o orbital torna-se maior e o elétron está mais distante do núcleo. Mecânica quântica e orbitais atômicos Número Quântico Principal, n 1 2 3 4 5 6... Designação por letra K L M N O P... Orbitais e números quânticos 2. O número quântico secundário/azimutal, l: forma do orbital Utilizamos letras s, p, d e f para l = 0, 1, 2, e 3. Mecânica quântica e orbitais atômicos Valor de l 0 1 2 3 Designação da subcamada s p d f Subcamada Número de Orbitais Número máximo de elétrons s 1 2 p 3 6 d 5 10 f 7 14 Representações orbitais Mecânica quântica e orbitais atômicos Orbitais e números quânticos 3. O número quântico magnético, ml: orientação do orbital no espaço. Esse número quântico depende de l. O número quântico magnético tem valores inteiros entre -l e +l. Mecânica quântica e orbitais atômicos Número Quântico Principal, n (Camada) Número Quântico Azimutal, l (Subcamada) Designação da Subcamada Número Quântico Magnético, ml (Orbital) Número de Orbitais na Subcamada 1 0 1s 0 1 2 0 2s 0 1 1 2p -1 0 +1 3 3 0 3s 0 1 1 3p -1 0 +1 3 2 3d -2 -1 0 +1 +2 5 4 0 4s 0 1 1 4p -1 0 +1 3 2 4d -2 -1 0 +1 +2 5 3 4f -3 -2 -1 0 +1 +2 +3 7 Experimento de Stern e Gerlach (1922): evidência experimental do spin eletrônico com dois valores para átomos neutros. Spin eletrônico 54 (n, l, ml, ms) Número quântico de spin, ms ms = +½ ou -½ ms = -½ ms = +½ Spin eletrônico Regra de Hund e princípio de Pauli Regra de Hund: Para orbitais degenerados, os elétrons preenchem cada orbital isoladamente antes de qualquer orbital receber um segundo elétron. Configurações eletrônicas O princípio da exclusão de Pauli Dois elétrons não podem ter a mesma série de 4 números quânticos - dois elétrons no mesmo orbital devem ter spins opostos. Quais elementos possuem os seguintes números quânticos para o seu último elétron: (a) n = 2, l=1; ml=+1; ms = -1/2; (b) n = 3, l = 1, ml = +1; ms = +1/2. Exemplo 3.6: Orbitais e números quânticos: digrama de energias Mecânica quântica e orbitais atômicos • Os orbitais podem ser classificados em termos de energia: diagrama de Aufbau. Orbitais de mesmo ‘n’ são degenerados. EH ˆ Sistema de um só elétron. Orbitais e suas energias Átomos polieletrônicos Átomos polieletrônicos: orbitais de mesmo ‘n’ não são degenerados EH ˆ Configurações eletrônica condensadas • O neônio (Z=10) tem o subnível 2p completo. • O sódio (Z=11) marca o início de um novo período. • Logo, escrevemos a configuração eletrônica condensada para o sódio como Na: [Ne] 3s1 • [Ne] representa a configuração eletrônica do neônio. • Elétrons mais internos (cerne): os elétrons no [Gás Nobre]. • Elétrons de valência: os elétrons fora do [Gás Nobre]. Configurações eletrônicas Regra de Hund e princípio de Pauli Regra de Hund: Para orbitais degenerados, os elétrons preenchem cada orbital isoladamente antes de qualquer orbital receber um segundo elétron. Configurações eletrônicas O princípio da exclusão de Pauli Dois elétrons não podem ter a mesma série de 4 números quânticos - dois elétrons no mesmo orbital devem ter spins opostos. Hund Pauli Elétrons desemparelhados? Faça a configuração eletrônica de quadrículas para o oxigênio, número atômico 8. Construa o diagrama de Aufbau. Exemplo 3.7: (a) Escreva a configuração eletrônica completa para o bismuto, número atômico 83. (b) Escreva a configuração eletrônica condensada para este elemento, mostrando o cerne de gás nobre apropriado. (c) Quantos elétrons desemparelhados o átomo de bismuto possui? Exemplo 3.8: Exceções A distribuição eletrônica de Linus Pauling (1916) foi estabelecida antes da mecânica quântica estar totalmente consolidada. Após a subcamada 4s ser completada, os elétrons adicionais começam a ocupar o subnível 3d. Exceção: Notou-se a mudança na ordem de energias dos orbitais 3d e 4s após Z = 20, para alguns elementos. Algumas exceções Ao atingirmos o Cr (Z=24), encontramos a estrutura: Cr [Ar] ___ ___ ___ ___ ___ ___ 4s1 3d5 em vez de: Cr [Ar] ___ ___ ___ ___ ___ 3d4 ----- 4s2 Este resultado inesperado ocorre porque os orbitais são degenerados (de mesma energia). 4 s e 3d com mesma E. Subníveis degenerados Com base no diagrama de níveis deenergia, podemos dizer que o cobre, Cu (Z = 29) terá a configuração eletrônica: Cu [Ar] ___ ___ ___ ___ ___ ___ 3d9 4s2 No entanto, a verdadeira estrutura do estado fundamental é dada por: Cu [Ar] ___ 4s1 ___ ___ ___ ___ ___ 3d10 Em virtude de as configurações eletrônicas de Cr e Cu não serem previsíveis por nossas regras, elas deverão ser lembradas como exceções. 3d com menor E. Inversão de Subníveis
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