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Aula 2 - Moral e Direito

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04/03/2013
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IED
Profª. Leila Beuttenmüller2ª AULA
A SOCIEDADE E O DIREITO – RELAÇÃO DE DEPENDÊNCIA
O Direito e sua função social.
A relação entre a Sociedade e o Direito.
A interação social e a ordem social.
O DIREITO E O CONTROLE SOCIAL
Ordem social e o Direito.
Controle social e segurança jurídica.
RELAÇÃO ENTRE O DIREITO E A MORAL
Semelhanças, distinções e influências recíprocas.
AS TEORIAS DOS CÍRCULOS E O “MÍNIMO ÉTICO”
Teoria dos Círculos Concêntricos, Secantes e Independentes
O “Mínimo Ético”, de Jellineck
A METODOLOGIA DA CIÊNCIA DO DIREITO.
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� Ciência
� conhecimentos adquiridos metodicamente;
� conhecimentos como objeto de observação 
sistemática;
� conhecimentos que contenham validez universal, 
pela certeza de seus dados e resultados.
�
� Negação da cientificidade do Direito
� Não é como fogo que arde do mesmo modo na 
Pérsia e na Grécia. (Aristóteles). 
� Afirmação da cientificidade do Direito
� “No lugar onde ele atua, tem validade universal” 
(Hans Kelsen)
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�Conflito Litígio quebra o equilíbrio 
� a paz social
�
�
�
�
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promoção de ordem, segurança 
e justiça
controle social
prevenção e composição de 
conflitos de interesses
FUNÇÕES
E 
FINALIDADES
�A origem do conflito se dá quando há
choque de interesse nas relações
humanas, sendo comum a ocorrência
deles, porque os seres humanos
constantemente estão em busca das
finitas utilidades destinadas a suprir suas
infinitas necessidades.
� Sidney Soares Filho, 2012
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� “A Moral é um sistema de normas, princípios e
valores, segundo os quais são regulamentadas as
relações mútuas entre os indivíduos ou entre esses e
a comunidade, de tal maneira que estas normas,
dotadas de caráter histórico e social, sejam acatadas
livre e conscientemente, por uma convicção íntima e
não de uma maneira mecânica ou impessoal.”
• Adolfo Sanchez Vasquez
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�Moral vem do latim “mos” ou “more”
�Costumes – normas adquiridas por
hábito
�“Parte da filosofia que trata dos
costumes, deveres e modo de proceder
dos homens para com os outros homens.”
(Caldas Aulete)
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�Direito é a ordenação heterônoma,
coercível e bilateral atributiva das
relações de convivência, segundo
uma integração normativa de fatos
conforme valores.
Miguel Reale
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Direito - É a ordenação heterônoma, coercível e bilateral atributivadas relações de convivência, segundouma integração normativade fatos conformevalores.Direito - É a ordenação heterônoma, coercível e bilateral atributivadas relações de convivência, segundouma integração normativade fatos conformevalores.
Ética(justificativa) 
Ação
Moral Direito
voluntária Regras obrigatória
Prof. Goldin (2003)
Relações entre a Ética, a 
Moral e o Direito
�Teorias dos Círculos
�Teoria dos círculos concêntricos –
Jeremy Bentham
�Teoria dos círculos secantes –
Du Pasquier
�Teoria dos círculos independentes -
Hans Kelsen 
�Teoria do “mínimo ético” –
Jellinek
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MORAL DIREITO
�Autonomia
�Incoercibilidade
�Bilateralidade
-não atributiva
�Heteronomia
�Coercibilidade
�Bilateralidade-
atributiva
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MORAL DIREITO
�Autonomia
�Imposta pela 
consciência da 
pessoa
�Princípios 
morais
�Heteronomia
�Imposto ou 
garantido pela 
lei
�Independe da 
vontade de seus 
destinatários.
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MORAL DIREITO
� Incoercibilidade 
� Carece do elemento 
coativo
� Normas da Moral social 
função intimidativa
� Ordem valiosa para a 
sociedade
� Reação por parte dos 
membros do corpo social
� Caráter punitivo
� Desestimulante da violação 
das normas morais.
� Capaz de acionar a força 
organizada do Estado
� Garantir o respeito aos seus 
preceitos.
� Norma jurídica cumprimento
voluntariedade 
adesão espontânea. 
� A coação somente se manifesta 
na hipótese de não-observância 
dos preceitos legais. 
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MORAL DIREITO
� Unilateralidade
� Impõe deveres 
apenas:
�“ Perante ela, 
ninguém tem o 
poder de exigir 
uma conduta de 
outrem
�Expectativa de 
adesão às normas
�Bilateralidade 
�normas jurídicas: 
imperativo-
atributiva 
�“ A cada direito 
corresponde um 
dever.” 
�Ex: empregado X 
empregador
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� Direito é:
� heterônomo: por ser imposto ou garantido
pela autoridade competente, mesmo contra a
vontade de seus destinatários
� bilateral: em virtude de se operar entre
indivíduos (partes) que se colocam como
sujeitos, um de direitos e outro de obrigações.
� coercível: porque o dever jurídico deve ser
cumprido sob pena de sofrer o devedor os
efeitos da sanção organizada, aplicável pelos
órgãos especializados da sociedade.
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�Moral é:
�autônoma: pois é imposta pela
consciência ao homem.
�unilateral: por dizer respeito apenas ao
indivíduo.
�incoercível: o dever moral não é
exigível por ninguém, reduzindo-se a
dever de consciência.
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�Tanto a Moral quanto o Direito
dispõem sobre a convivência. 
�Qualidade vinculativa alteridade 
� Miguel Real: 
�Direito bilateralidade atributiva 
�Moral bilateralidade simples
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�Normas ou Regras Técnicas 
relação Homem X Natureza 
�destituídas de valor
� obediência impositiva 
� determinado fim (para o bem ou 
para o mal) 
� Ex: construir uma casa
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�Normas éticas 
�Relações Homem X Homem 
�determinando o agir social
�são impregnadas de valores
�vivência da norma ética já constitui 
um fim em si mesma
�Ex: Os 10 mandamentos
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�Normas 
Jurídicas
�Obrigatórias
� Impostas
�Coerção estatal
�Nem sempre o 
que é legal, é 
ético.
�Normas ético-
morais
�Relacionamento 
humano
�Forma livre e 
consciente
� Interesses 
individuais e da 
coletividade
Normas Técnicas Normas Éticas
1- Visam fins singulares (autônomos
entre si), não estando sujeitas à
valoração.
1- Visam fins conjuntos (coerentes
entre si) e são sujeitas a valoração.
2 – São materiais (indicam o conteúdo
da nossa conduta). Ela pormenoriza a
conduta.
2 – São formais (indicam a finalidade
da nossa conduta). Elas generalizam
conduta.
3 – Se caracterizam por uma
variedade.
3 – Se caracterizam por uma unidade.
4 – São objetivas (se relacionam com
o objeto)
4 – São subjetivas (relacionam-se com
o sujeito)
�Não há na conduta humana, ato nenhum que
atenda somente à norma técnica ou ética. Elas
compõem o mesmo ato e são revelados apenas
por um enfoque diferente.
�Exs: 
�O crime perfeito - Muita técnica, pouca ética. 
� O medico usando todo o conhecimento para 
salvar um mendigo- Muita ética, muita técnica.
� Tentativa de homicídio - Pouca ética e pouca 
técnica.
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� a) campo da moral é mais amplo;
� b) o Direito tem coação, a moral é incoercível;
� c) a moral visa à abstenção do mal e a prática do bem. 
O Direito visa evitar que se lese ou prejudique a outrem;
� d) a moral dirige-se ao momento interno, psíquico, o 
Direito ao momento externo, físico (ato exteriorizado); 
� e) a moral é unilateral, o Direito bilateral;
� f) a moral impõe deveres. Direito impõe deveres e 
confere direitos.
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�Direito é a ordenação heterônoma,
coercível e bilateral atributiva das
relações de convivência, segundo
uma integração normativa de fatos
conforme valores.
Miguel
Reale
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�Heteronomia do direito
�Ex: Imposto de renda.
�Adesão espontânea às leis 
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DIREITO
�Interioridade
�Consciência
�Intencionalidade
�Exterioridade
�Ações humanas 
�Animus do 
agente
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MORAL
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Convívio Social
Valores de 
Convivência
MORAL
DIREITO
Sistema da 
Legalidade
Sociedade
�Teorias dos Círculos
�Teoria dos círculos concêntricos –
Jeremy Bentham
�Teoria dos círculos secantes –
Du Pasquier
�Teoria dos círculos independentes -
Hans Kelsen 
�Teoria do “mínimo ético” –
Jellinek
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�Ordem jurídica moral
�Moral campo mais amplo
�Subordinação do Direito 
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MOM
DIREITO
MORAL
� COMUM
�COMPETÊNCIA COMUM
�EXCLUSIVA DA MORAL
�EXCLUSIVA DO DIREITO
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MORAL DIREITO
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�Ex: Assistência material que os filhos 
devem prestar aos pais necessitados
Direito ( ) Moral ( )
�Ex: Atitude de gratidão a um benfeitor
Direito ( ) Moral ( )
�Ex: Regras de trânsito, prazos
processuais, divisões de competência
na Justiça. Direito ( ) Moral ( )
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� Esferas independentes
� “Norma é o único elemento essencial ao Direito, 
cuja validade não depende de conteúdos morais. “
� Direito positivado
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MORAL DIREITO
� Mínimo de preceitos morais bem-estar da
coletividade.
� Axiomas morais garantia e preservação de
suas instituições
� Teoria dos círculos concêntricos
� Mínimo de conteúdo moral, indispensável
ao equilíbrio das forças sociais. (Paulo Nader )
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�
� Paulo Dourado de Gusmão 
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Direito
bilateralidade
coercibilidade
Moral
Constrangimento
voluntariedade
consciência
� Sanção jurídica é bem diferente da sanção moral. 
� (Paulo Dourado de Gusmão)
� A sanção jurídica é eficaz. A sanção moral é 
ineficaz.
� (Washington de Barros Monteiro)
� “O direito é heterônomo, bilateral e coercível,
enquanto a moral é autônoma, unilateral e
incoercível.” (Paulo Dourado de Gusmão)
�
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Direito Moral
� Escravidão ( ) 
� Segregação racial ( ) 
� O contribuinte deve comunicar à Receita Federal a 
mudança de endereço ( ) 
� “Deves praticar a caridade” ( ) 
� “Deves falar a verdade”- ( ) 
� “Deves ser grato ao benfeitor” ( ) 
� “Deves respeitar os mais velhos” ( ) 
� Norma que proíbe matar ( ) 
� Regras de trânsito ( ) 
� Dever dos pais cuidarem do filho ( ) 
� Indenização por acidente de trabalho ( ) 
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� A norma é o único elemento essencial ao Direito,
cuja validade não depende de conteúdos morais.
� Direito e Coação: Normas de controle social ou
éticas podem ser cumpridas espontaneamente ou
por cumprimento forçado.
� Um ato moral decorrente da força descaracteriza-
o, não sendo verdadeiramente moral.
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Direito
NORMA
CONDUTA 
EXPONTÂNEA
Moral
�Os contratos devem ser interpretados
segundo a intenção das partes
contratantes.
�Os atos jurídicos podem ser anulados
por erro, dolo, coação ou fraude .
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INTENÇÃO
declaração
de
vontade
REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito.Ed. Saraiva. 
São Paulo. 2000.
NADER, Paulo. Introdução ao Estudo do Direito. Ed. 
Forense, 21º edição. Rio de Janeiro. 2000.
GUSMÃO, Paulo Dourado de. Introdução ao Estudo do 
Direito.Ed. Forense, 28ª edição. Rio de Janeiro. 2000.
MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil; 
parte geral. V 1. Ed. Saraiva.São Paulo. 1967.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário 
da Língua Portuguesa.2ª edição. Ed. Nova Fronteira. Rio 
de Janeiro. 1986. 
REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito.Ed. Saraiva. 
São Paulo. 2000
SOARES, Sidney. A gênese dos conflitos e a possibilidade 
de pacificação pela justiça restaurativa do ordenamento 
jurídico brasileiro. Premius, Fortaleza, 2012. 
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