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2017 2 s AULA 4 JUSTIÇA E EQUIDADE

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IED - professora: Cláudia R.
2017 2 s - AULA 4 - DIREITO, JUSTIÇA E EQUIDADE
 
Leitura obrigatória: Paulo Nader capítulo XI.
A justiça como fundamento do ordenamento jurídico:
Direito e justiça são fenômenos paralelos, mas que não se confundem.
O campo de atuação da justiça é mais amplo de que o do direito. 
As normas jurídicas estão fundadas numa pluralidade de valores, tais como: liberdade, igualdade, ordem e segurança. Todavia, a justiça não se identifica com nenhuma delas, como leciona Miguel Reale, a justiça é antes de tudo a condição primeira de todos os valores já mencionados. Trata-se, da condição transcendental de sua possibilidade, com certa atualização histórica “ela vale para que todos os valores valham”. [1: REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito, são Paulo Saraiva, 1994, p. 371]
A justiça é antes de qualquer coisa, uma aspiração emocional suscetível de inclinar o homem a diversas direções, em função de contingências humanas de lugar e de tempo.
O objetivo precípuo do direito é alcançar e concretizar a justiça. Essa é a verdadeira finalidade do direito. 
Segundo Silvio Venosa, o campo da Justiça é mais amplo do que o do Direito porque o direito é algo pertencente ao mundo da cultura. Já a justiça a transcende e igualmente transcende o próprio direito, embora o ordenamento jurídico do Estado esteja todo permeado de um “direito justo”. [2: VENOSA, Silvio de Salvo. Introdução ao Estudo do Direito, Editora Atlas, 2004. ][3: Ordenamento jurídico = É como se chama a disposição hierárquica das normas jurídicas (regras e princípios) dentro de um sistema normativo. Por esse sistema, pode-se compreender que cada dispositivo normativo possui sistema normativo. Por este sistema, pode-se compreender que cada dispositivo normativo possui uma norma da qual deriva e à qual está subordinada, cumprindo à Constituição o papel de preponderância - ou seja - o ápice, as quais todas as demais leis devem ser compatíveis material e formalmente com a Constituição Federal.]
Na verdade, o objetivo do direito é que a noção de justiça se apresente na legislação de maneira subjetiva própria do sentimento individual ou de um grupo e de maneira coletiva, decorrente de pontos comuns da justiça individual e que deve repercutir a sensibilidade do legislador.
Da mesma forma que a moral se exprime num tipo ideal de homem, a justiça se expressa num tipo ideal de relação entre os homens. Mas, não é esse tipo de justiça que mais interessa ao conceito de direito (expressão do justo). 
Quando se diz que se deve lutar pelo que é justo, não se está apenas se referindo ao disposto na lei, e, sim ao direito como dever ser, não como é, portanto, refere-se à deontologia jurídica. 
Quando se diz que o fim do direito é a justiça, se está dizendo que quando se interpreta o direito, o valor do justo é colocado perante o intérprete, de maneira que a exegese não leve ao contrário dos objetivos da justiça. 
O que mais interessa não é a justiça que se mede pela medida do direito positivo, mas de uma justiça que é ela própria a medida do próprio direito positivo e pela qual este tem de ser aferido. É a justiça, como valor referido pelo direito, ou seja, é a igualdade.[4: POLETTI, Ronaldo. Introdução ao Direito. Saraiva, 2010, p. 147.]
Conceito de Justiça
Com base nas concepções de Platão e Aristóteles, Ulpiano conceituou Justiça como : É A CONSTANTE E FIRME VONTADE DE DAR A CADA UM O QUE É SEU”. 
Justiça= virtude humana, que apresenta o juízo de valor “dar a cada um, o que é seu”.
Acontece que “dar a cada um, o que é seu”, comporta um conceito “formal de Justiça”, por isso, não é ultrapassado, afinal o conceito não define o que é “se” de cada individuo..
“Dar a cada um, o que é seu” é um esquema logico, que comporta diversos conteúdos e não atinge apenas a riqueza como queria John Locke (que dizia só há riqueza onda há propriedade).
Na verdade, o que sofre variação com o tempo (evolução cultural e política) é o que deve ser atribuído a cada pessoa. O “seu” representa algo que dever ser entendido como “próprio de cada pessoa”. Ex.; Salário equivalente ao trabalho. Pena proporcional ao crime.
A ideia de justiça não pertence apenas ao Direito, pois as demais regras de trato social se ocupam com as “ações justas”.
O termo “justo”, vinculada á justiça significa “aquilo que está conforme e adequado.
As “ações justas” para o direito estão vinculadas ao: “Mínimo ético; Ao bem–estar da coletividade; As riquezas.”
A “justiça” é a síntese dos valores éticos, aonde se pratica a justiça respeita-se o próximo.
Teoria da Justiça:
Toda norma jurídica além de ter vigência e eficácia deve também ter fundamento que vem a ser o valor ou fim visado pela norma. Valor de liberdade, saúde, integridade física, igualdade, ordem, segurança e etc.
Nesse sentido, Edmond Globot, afirma que a justiça é o valor-fim do próprio direito e que o direito é o valor-meio de se fazer justiça.
Miguel Reale leciona no sentido de que a justiça não é valor-fim nem valor-meio. A justiça é a condição sine qua nom de sua possibilidade como atualização histórica, na sua expressão “ela vale para que todas valham”.
Em igual sentido era o dizer de Del Vecchio: “a noção de justo é a pedra angular de todo o edifício jurídico”.
Diante do supramencionado, a teoria da justiça, esclarece que ao contrário de certas teorias, o princípio da justiça não exige o igualitarismo das condições históricas das pessoas, grupos ou nações. Na ordem histórica somos todos desiguais.
É por esse motivo que Miguel Reale, afirma que diante da teoria da justiça há três tendências a se verificar sobre a idéia de justiça:
1ª Qualidade subjetiva = vontade constante e perpétua de dar a cada pessoa o que é seu.
2ª Qualidade objetiva = Como realização da ordem social justa resultante de exigências, trans-pessoais que provém do processo do viver coletivo.
3ª concepção mista = As qualidades subjetivas e objetivas envolve o homem ao mesmo tempo em sua DEALETICIDADE e o homem com a ORDEM JUSTA que ele mesmo instaura.
O sonho de qualquer nação é estabelecer um ordenamento jurídico justo. Mas como as lições de Ulpiano, em sendo a lei injusta caberá ao seu interprete abandoná-la. O que serva para comprovar a transcendência do conceito de justiça, e de sua importância nas manifestações sociais cotidianas, pois a vida social, sem justiça é insuportável.
O caráter absoluto da justiça
Os positivistas admitem apenas a justiça relativa, porque as medidas do que é justo seriam variáveis de grupo para grupo ou até de pessoa para pessoa. 
Para os positivistas a justiça é subjetiva e suas medidas variam de grupo para grupo, de pessoa para pessoas. Para Kelsen a justiça absoluta é um “sonho, uma utopia”, um ideal irracional. Pois a razão humana só pode encontrar verdades relativas.
Os jusnaturalistas coerentes com sua linha de pensamento, sustentam a tese do caráter absoluto da justiça como valor universal e imutável.
Os juspositivistas sustentam o caráter absoluto da justiça como valor. Se o direito natural é eterno, imutável e universal. A medida do justo deriva do direito natural
O relativismo implica a afirmação de que justo é aquilo que o legislador dispõe e o conceito de legitimidade do direito desaparece em favor da simples legalidade. 
O relativismo é perigoso porque afirma que justo é aquilo que o legislador dispõe e o conceito de legitimidade desaparece diante da legalidade.
A importância da justiça para o direito
A ideia de justiça faz parte da essência do Direito, afinal para que a ordem jurídica seja legítima, é indispensável que seja a expressão da justiça.
A justiça se torna viva no direito quando deixa de ser apenas idéia e se incorpora as leis.
Ao estabelecer em leis os critérios da justiça, o legislador deverá basear em uma fonte irradiadora de princípios do direito natural, que irão conceder qualidade as leis. 
O direito depende dajustiça para cumprir o seu papel e a justiça necessita de corporificar nas leis para se tornar prática. 
O direito positivo deve ser concebido como instrumento apto a proporcionar o devido equilíbrio nas relações sociais.
/a justiça se torna viva quando deixa de ser “ideia” e se incorpora as leis.
Conclusão:
A justiça é o fundamento do ordenamento jurídico é o fim buscado pelo direito. 
A harmonia e a paz social, somente podem se concretizar numa sociedade justa, por isso, é preciso pensar no que é justo, ou pelo menos no que é razoável ou de bom senso.
Dentro da temática do Direito, é comum referir-se a justiça, sob várias acepções ou concepções, tais como: justiça comutativa, justiça distributiva, justiça geral ou legal, e justiça social, que nada mais são do que classificações de justiça.
.	
Sendo assim pode-se concluir que: 
O direito depende da justiça para cumprir o seu papel
A justiça precisa se corporificar nas leias para se tornar prática. Pois a justiça como “ideia” não é capaz de atender aos anseios sociais.
Quando a justiça se torna prática ela sofre certas “distorções”, perdendo um pouco de substancia porque a abstratividade das leis não permite uma grande variedade de critérios , a não ser excepcionalmente.
Critérios da justiça:
Paulo Nader: A noção de justiça pressupõe uma avaliação de certos critérios, que se dispõe em duas ordens:
Critérios formais:
Igualdade - A ideia de justiça exige tratamento igual para situações iguais (princípio da isonomia, segundo o qual todos são iguais perante a lei). “Ex.: Crfb/88. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:...”. 
Proporcionalidade – “A regra de igualdade não consiste senão em aquinhoar desigualmente aos desiguais, na medida em que se desigualam. Nesta desigualdade social, proporcionada à desigualdade natural, é que se acha a verdadeira lei da igualdade.” (Rui Barbosa). Exemplo: Art. 150. Crfb/88 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
Critérios matérias:
Mérito – É o valor individual, é a qualidade intrínseca da pessoa. O atribuir a cada um, segundo o seu mérito, requer não um tratamento de igualdade, mas de proporcionalidade.
Capacidade – Como critério de justiça, corresponde às obras realizadas, ao trabalho produzido pelo homem. Este elemento deve ser tomado como base para a fixação do salário a ser pago ao trabalhador e ser aplicado também nos exames e concursos. Ao se estabelecer a contribuição de cada um deve ser observada a capacidade de todos.
Necessidade – A fixação das necessidades essenciais, como também a definição de uma hierarquia entre estas, para que se possam conhecer aquelas que devem ser atendidas em primeiro plano (justiça social). 
Para exemplificar os critérios de justiça ( mérito e capacidade) nada melhor que interpretar do art. 461 da CLT , abaixo transcrito:
Art. 461 - Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade.  
§ 1º - Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço não for superior a 2 (dois) anos.  
§ 2º - Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal organizado em quadro de carreira, hipótese em que as promoções deverão obedecer aos critérios de antigüidade e merecimento.  
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, as promoções deverão ser feitas alternadamente por merecimento e por antiguidade, dentro de cada categoria profissional.  
 § 4º - O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência física ou mental atestada pelo órgão competente da Previdência Social não servirá de paradigma para fins de equiparação salarial. 
A Concepção Aristotélica de Justiça:
A ideia de justiça foi à pedra angular do sistema filosófico de Platão como a “máxima virtude do indivíduo e do Estado”. Platão convencido das desigualdades humanas, partia da premissa que cada individuo era adotado de uma aptidão própria, Assim uns nasceram para governar e outros para serem comerciante , artistas, e por um imperativo de justiça, Daca individuo deveria dedicar-se apenas a atividade para qual possuía qualidade.
Foi com Aristóteles que a ideia de justiça ganhou seu lineamento mais rigoroso e preciso. Pois o autor distinguiu a justiça em dois tipos: Justiça particular e geral.
1. Justiça particular: Justiça como uma virtude da pessoa – que se dividia em distributiva e corretiva.
1.1 Justiça distributiva de Aristóteles: Consistia na repartição das honras e dos bens entre indivíduos de acordo com o mérito de cada um respeitado o princípio da proporcionalidade- chamada de proporção geométrica) em e corretiva.
1.2 Justiça corretiva de Aristóteles: Se aplicava as relações recíprocas e atingia não apenas as transações voluntárias (contratos), como as involuntárias (criadas pelos delitos). 
Segundo Del Vecchio, a justiça corretiva de Aristóletes, se divide em duas sub espécies 
1.2.1 Justiça comutativa de Aristóteles – aplicada nas trocas, onde deveria haver igualdade entre os quinhões. 
1.2.2 Justiça judiciária de Aristóteles - desenvolvida pelos juízes, onde os juízes deveriam corrigir os desequilíbrios, a violação dos deveres tanto na esfera civil como na esfera criminal. 
Del Vecchio critica Aristóteles, por situar a justiça penal em um plano mais privado do que público, afirmando que Aristóteles se referia a justiça penal em um plano privado, afinal a dano causado pelo ilícito penal afeta toda a coletividade.[5: DEL Vechchio. A Justiça. Edição Saraiva, São Paulo, 1960, p.49.]
Aristóteles, como grande filósofo grego, foi professor e mentor de Alexandre, o grande, um dos maiores conquistadores que o mundo já viu, rei da Macedônia, passando a ele todos os seus conhecimentos técnicos e morais, inclusive ensinando-lhe famosas táticas de guerra. E provavelmente, nenhum pensador tenha sido mais influente que Aristóteles, através dos tempos. Durante alguns séculos após sua morte, sua obra não chega a ter o reconhecimento merecido, mas nos últimos 700 anos, quase todos os homens cultos do mundo Ocidental, passam a estudar. 
Outrossim, de todos os filósofos da antiguidade, é Aristóteles quem desenvolve, mais precisamente, os temas ligados à filosofia do Direito, apresenta as primeiras noções sobre Justiça, dentro de uma perspectiva jurídica. Conceituando-a, enfocando-a sob o contexto da "Pólis", isto é, mencionando sua relevância na estrutura da elaboração da lei e do Direito, necessários à vida social, dentro da cidade-estado.
Existem grandes trabalhos de Aristóteles, onde o tema central é a Ética; um deles é a "Ética a Nicômaco", batizada com o nome do seu filho; o outro estudo é a "Ética a Eudemo", escolhido em homenagem a um de seus alunos.
 A primeira é a mais completa, onde ele desenvolve uma madura teoria da Justiça, precisamente no Livro V, e cuja influência chega até os dias atuais, como objeto de estudo de muitos juristas famosos, e como objeto de reflexão deste trabalho.
A obra Ética a Nicômaco e a concepção de justiça de Aristóteles:
Na "Ética a Nicômaco" o filósofo procura não se afastar da ideia tradicional de Justiça, como uma virtude ética por excelência e resolve analisar os diversos sentidos da palavra, correlacionando-a com a sua antítese,a injustiça, elaborando assim a equidade, que para ele é a melhor espécie de justiça. 
"A equidade, ao contrário, por sua própria natureza, visa a corrigir a lei quando esta se demonstra incompleta, para abarcar o caso especial e concreto, que foge à aplicação genérica" , assim como, "toda lei (nómos),tem um enunciado necessariamente geral, pois o legislador leva em consideração, tão-só, os casos mais frequentes. Nesse sentido, a lei se distingue do decreto (psephisma), que atende a situações específicas e concretas. 
Ao surgir um caso não incluído de modo explícito no texto da lei, é de justiça interpretá-la num sentido mais preciso e concreto, a fim de estender a norma genérica à hipótese em questão, atendendo-se, assim, mais ao espírito do que a letra da lei.
Para o filósofo, a virtude da "justiça política", na verdade se divide em duas categorias, "uma natural (phisykon) e a outra legal (nómikon), Natural é a que em todo lugar tem a mesma força e não depende dessa ou daquela opinião.Legal, a que na origem pode ser, indiferentemente, esta ou aquela; mas que uma vez estabelecida, impõe-se a todos."[iii] Nesse mesmo diapasão, o pensador afirma que de todas as virtudes, somente a justiça se ocupa do bem alheio.
Aristóteles entende o principio da igualdade, através de duas formas fundamentais: da Justiça como virtude geral e como virtude especial, a segunda originando a "Justiça distributiva" e a "Justiça Corretiva", e essa por sua vez subdividida em "Justiça Comutativa" e "Justiça Judicial".
Aristóteles e a Justiça como virtude geral:
Em sua tese, Aristóteles observa que no plano individual, as virtudes morais equilibram as ações de cada um, conduzindo a um justo meio-termo; assim também, no plano coletivo, atua uma virtude moral que é a Justiça. Esta procura sempre o equilíbrio e a equidade na comunidade política, conhecida como "Polis".
Assim, ela é o ponto de encontro da sua Ética com a sua Política. Nesse sentido as virtudes morais adquirem da Justiça sua forma plena, ou seja, o seu significado social, tornando-se esta a base da moralidade da vida política.
No tratado Ética a Nicômaco, ele observa inicialmente a virtude da Justiça, sob um aspecto legal. Desse modo, como virtude moral, ela é o sentimento interior e subjetivo que conduz o individuo à obediência do que a lei prescreve; essa é a sua primeira função. Dessa maneira, o meio-termo, é o que a legislação define entre a ação de fazer e a ação de não fazer.
A Justiça legal regula as relações sociais entre cidadãos livres e iguais, determinando que o justo meio da ação virtuosa é o tratamento igual ou, como constatamos, o que mais tarde se tornou o principio da isonomia.
Por outro lado, fica também definido que o oposto à Justiça, a injustiça ocorre da não observância da lei, e do tratamento desigual entre semelhantes, "o homem justo é aquele que se conforma à lei e respeita a igualdade; injusto é aquele que contraria a lei e a igualdade".
A legislação prescreve todos os atos de bondade e Justiça como regra e, consequentemente, proibindo todos os atos que vão de encontro a esse preceito.
Ademais, cumprir a lei nada mais é do que praticar todos os atos virtuosos, individualmente e coletivamente. "Essa forma de Justiça é, portanto, uma virtude completa, não em sentido absoluto, mas nas nossas relações com os outros. É por isso que muitas vezes a Justiça é considerada como virtude mais perfeita e nem a estrela vespertina e nem a estrela matutina são mais admiradas que ela".
Essa matéria tem como principal função regular as relações entre os cidadãos, exercendo uma tarefa geral, aperfeiçoando o individuo e suas virtudes, procurando o "bem" alheio.
Em resumo, a Justiça em questão é a virtude completa, pois determina o cumprimento das leis e o respeito à igualdade entre todos os cidadãos; ela é uma "virtude inteira", assim como a justiça é o "vicio inteiro".
Ele refere-se também a uma "Justiça especial", muito próxima do Estado e do Direito, a uma "Justiça comutativa" e a uma "Justiça distributiva"
Finalmente, "o homem mais perfeito não é aquele que exerce sua virtude somente para si mesmo, mas aquele que a pratica também, em relação aos outros, e isso é uma obra difícil".
Justiça convencional e justiça substancial:
Justiça convencional: é aquela que decorre da simples aplicação das normas aos casos previstos em lei. É chamada de convencional porque é fruto apenas de uma convenção social, sem qualquer outro fundamento. Esta única conotação de a justiça admitida pelos positivistas 
Acontece que não é a legalidade que confere justiça a uma relação social. Na arbitrariedade, que é um ato de violação da ordem jurídica, as vezes se encontra a verdadeira justiça. Ex.: desobediência civil de Gandih.
Justiça substancial: é aquela que se fundamenta em princípios do direito natural e não se contenta com a simples aplicação da lei. Promove valores morais, através da concepção de dar a cada um o que lhe pertence. Sendo assim, ela pode estar ou não consagrada na lei. 
Conclusão: A junção da justiça substancial com a justiça convencional faz com que o direito passe a estar sob o império da ordem jurídica legítima. Valendo ressaltar que na totalidade os pensadores consideram uma utopia a ideia de que a justiça substancial possa dominar inteiramente as relações humanas. 
 
Classificação de justiça:
Paulo Nader, diz que a classificação da justiça decorre de uma distinção aristotélica (de Aristóteles: justiça distributiva e justiça corretiva). A esta divisão Santo Tomás de Aquino, acrescentou a justiça geral, e, modernamente a humanidade reconhece a necessidade de implementar a chamada justiça social, que não constitui uma espécie distinta das anteriores, mas se caracteriza pela condição dos beneficiados e pelas necessidades que visa a atender. 
Paulo Nader, classifica a justiça como comutativa (ou sinalagmática), justiça distributiva, justiça legal (ou geral) e justiça social.
Justiça comutativa ou sinalagmática:
Segundo Ronaldo Poletti, a justiça comutativa se reflete a ideia da igualdade bruta, pois ela preside às trocas e está na igualdade matemática de uma permuta em que os dois termos trocados tem o mesmo valor. Vigora a concepção de igualdade absoluta.[6: POLETTI, Ronaldo. Introdução ao Direito. Saraiva, 2010, p. 147.]
É a que implica uma reciprocidade de prestações, um dar e receber o que é devido a cada um. Essa modalidade de justiça rege as relações entre os membros da sociedade. Essa ideia é muito ligada ao direito privado e, mormente aos negócios jurídicos numa compra e venda o direito do vendedor - é receber o preço, e, o do comprador - receber a coisa. [7: Direito privado = Conjunto de normas que regulam a condição civil dos indivíduos e das pessoas jurídicas.][8: Negócio jurídico = Expressão usada pra identificar o ato de vontade do indivíduo que tem como objetivo produzir efeitos jurídicos admitidos pelo ordenamento jurídico.]
A ideia de justiça comutativa reside no equilíbrio de conduta entre as partes, mas não se identifica essa justiça só no campo dos contratos, a justiça comutativa se relaciona com o direito justo aplicado nas relações privadas, o devido cumprimento das obrigações, inclusive no campo da família. 
Na justiça comutativa, em princípio, as partes se apresentam em nível de igualdade. Quando elas se apresentam de forma desigual, é essencial que devam ser tratadas adequadamente. Esse é o princípio que deve nortear a tributação imposta pelo Estado, ou seja, aqueles que possuem maior capacidade financeira devem pagar mais impostos. Cada um deve receber o que lhe é divido segundo um critério de proporcionalidade.
As relações dirigidas pela justiça comutativa são disciplinadas pelo direito privado porque são relações de coordenação.[9: POLETTI, Ronaldo. Introdução ao Direito. Saraiva, 2010, p. 149.]
Para Franco Montoro: O “devido” pela justiça comutativa se apresenta sob duas modalidades: - respeito à personalidade do próximo (dever negativo).- cumprimentode obrigações positivas (dever positivo).[10: Respeito a personalidade = a pessoa em si mesma (na sua dignidade moral e sua integridade) e a pessoa em sua projeção externa, no trabalho obras materiais.]
Segundo Miguel Reale: “... temos a justiça comutativa, que obedece à igualdade ou proporção própria das trocas nos escambos mercantis: o pressuposto é que as duas partes mutuem entre si objetos de igual valia: do ut des. Transfiro um objeto e recebo o preço que ele vale. Há entre comprador e vendedor uma proporção aritmética. O critério da igualdade retributiva ou correspectiva não preside apenas às relações de escambo, mas também à aplicação das penas: quem infringe a lei penal não deve sofrer pena desproporcional à gravidade de seu ato. 
Modernamente, exigências de ordem social podem impor exceções a essa correspondência essencial entre “infração” e “pena”, mas aquele critério de igualdade continua governando, substancialmente, as relações, contratuais e penais, porquanto de deve ter sempre em vista a pessoa do infrator ou o objeto da relação obrigacional .[11: Miguel Reale, Introdução ao Estudo do Direito, pág. 124, 27 Edição. Editora Saraiva.]
As relações dirigidas pela justiça comutativa são disciplinadas pelo direito público porque pressupõe uma subordinação ao órgão distribuidor da justiça as partes e a ele submetidas. No entanto, a atuação do Estado aqui é regulatória somente. [12: RADBRUCH, Gustav, Filosofia do direito, p....]
Justiça distributiva:
Segundo Poletti, a justiça distributiva exige uma igualdade de maneira diferente, pois ela se reflete numa igualdade proporcional em que cada um recebe de acordo com os seus méritos. Essa justiça explica a nota boa para o aluno bom e a nota baixa para o aluno que não estudou.[13: POLETTI, Ronaldo. Introdução ao Direito. Saraiva, 2010, p. 149.]
Nesse campo, a ideia central é no sentido de que os iguais sejam tratados igualmente e os desiguais, desigualmente. “Distribuí-se” a justiça de melhor forma, ou da forma mais adequada possível. Levando-se em conta, como linha geral, o mérito, a capacidade e a necessidade de cada um. Esse papel é desempenhado pelo Estado. [14: Mérito= é o valor individual, é a qualidade intrínseca da pessoa. O atribuir a cada um, segundo o seu mérito, requer não um tratamento de igualdade, mas de proporcionalidade (Paulo Nader)..][15: Capacidade= como critério de justiça, corresponde às obras realizadas, ao trabalho produzido pelo homem, Este elemento deve ser tomado como base para a fixação do salário a ser pago ao trabalhador e ser aplicado também nos exames e concursos (Paulo Nader).]
Difícil será sempre, no caso concreto, aferir o mérito, a capacidade e a necessidade de cada um, em cotejo com toda a sociedade. Daí o motivo de frequentes distorções que podem trazer inquietação social, cabendo ao governante sentir as necessidades sociais a cada momento.
A justiça penal, por exemplo, dever ser essencialmente distributiva, pois é seu princípio básico a individualização da pena: o juiz penal deve levar em conta, ao condenar um delinquente, as circunstâncias objetivas e subjetivas que envolvem a conduta punível. Daí por que o adolescente e o ancião não devem receber, pela mesma conduta punível, a mesma pena do adulto; e o reincidente deve ser visto de forma mais rigorosa do que o primário, etc. 
Da mesma forma que essa justiça distribui benefícios de forma adequada a cada um, também deve, impor obrigações e encargos, nas medidas da necessidade, capacidade e mérito de cada membro. 
Segundo Paulo Nader: “...Esta espécie de justiça (distributiva) apresenta o Estado como agente, a quem compete a repartição dos bens e dos encargos aos membros da sociedade. Ao ministrar ensino gratuito, prestar assistência médico-hospitalar, efetuar doação à entidade cultural ou beneficente, o Estado desenvolve a justiça distributiva. Orienta-se de acordo com a igualdade proporcional, aplicada aos diferentes graus de necessidade. A justiça penal inclui-se nesta espécie, pois o Estado participa da relação jurídica e impõe penalidades aos autores de delitos.”
Rui Barbosa afirma que igualdade consiste em tratar os desiguais de maneira desigual na medida em que se desigualem na obra Oração aos moços, dizia “ a regra da igualdade não consiste senão em quinhoar desigualmente aos desiguais, na medida em que se desigualam. Nessa desigualdade social, proporcionada à desigualdade natural, é que se acha a verdadeira lei da igualdade. O mais são desvarios da inveja, do orgulho, ou da loucura. Tratar com desigualdade a iguais, ou a desiguais com igualdade, seria desigualdade flagrante e não igualdade real”[16: BARBOSA, Rui. Oração aos moços, Rio de Janeiro, Casa de Rui Barbosa, 1949.]
A justiça distributiva inspira entre outros, o direito penal fazendo que a pena seja dosada proporcionalmente à gravidade do abalo social causado pelo delito e a responsabilidade pessoal do delinqüente.[17: NOGUEIRA. Rubem. Curso de Introdução ao Estudo do Direito, 4 edição, Noeses, p. 36.]
Na justiça distributiva o Estado é mais interventor.
Justiça legal ou geral:
Essa justiça visa os deveres dos membros da sociedade com relação à sociedade em geral. Das partes integrantes com relação ao todo. É aquela geralmente descrita pelo ordenamento. A ideia central é no sentido de que cada pessoa deve dar sua contribuição em prol do chamado bem comum. 
Esse critério identifica-se, com frequência, com a denominada justiça convencional (aquela que aplica as normas jurídicas). Diz-se convencional porque é fruto de uma criação humana. 
É aquela concepção de justiça admitida pelos positivistas ao contrário da justiça substancial que se lastreia no direito natural. Quando coincidem os princípios de uma e de outra a sociedade estará protegida por uma justiça legítima e verdadeira.
Segundo Paulo Nader: “... Para o Doutor Angélico esta forma de justiça consiste na contribuição dos membros da comunidade para o bem comum. Os indivíduos colaboram na medida de suas possibilidades, pagando impostos, prestando o serviço militar, etc. É a chamada legal para alguns, pois geralmente vem expressa em lei”.
Justiça social:
Esta fundamentada na necessidade de proteção aos menos aquinhoados de bens, os hipossuficientes, como indivíduos e como nações. Na justiça social devem estar presentes os princípios de proteção e critérios para uma melhor distribuição de riquezas. 
Essa hipossuficiência não deve ser vista só pelo prisma material, deve ser protegida com instrumentos jurídicos. Visando aquele que se mostra juridicamente mais fraco, perante o que e apresenta forte no esquema judicial, como ocorre com o consumidor perante o fornecedor de produtos e serviços, e o administrado perante o Estado ou a Administração.
A constituição Federal, apresenta inúmeras normas buscando essa justiça social nos planos da seguridade social, saúde, previdência social, educação, cultura e esportes. Quanto mais acentuada a preocupação do ordenamento com esses fenômenos, maior será a solução e o alcance social do Estado. Dessa forma, o que se pretende com essa denominada justiça social é evoluir no sentido de traduzir uma concepção mais ampla de justiça que transcenda os simples direitos individualistas, dando ênfase à responsabilidade solidária dos membros da sociedade e do Estado para os menos favorecidos. Exemplo: O CDC – Código de Defesa do Consumidor – inversão do ônus da prova.
Segundo Paulo Nader: A finalidade da justiça social consiste na proteção aos mais pobres e aos desamparados, mediante a adoção de critérios que favoreçam repartição mais equilibrada das riquezas. Conforme acentuam Mouchet Y Becu, a justiça social pode coincidir com as outras espécies em uma relação jurídica. Assim, ao mesmo tempo, o justo salário configura a justiça comutativa e a social. 
Se a denominação é nova, a sua idéia corresponde a um antigo anseio social. Em 1891, Leão XIII, na Encíclica Rerum Novarum, chamava a atenção da humanidade paraela: “Estamos persuadidos, e todos concordam nisto, de que é necessário, com medidas prontas e eficazes, vir em auxílio dos homens das classes inferiores, atendendo a que eles estão, pela maior parte, numa situação de infortúnio e de miséria imerecida.”. 
Um século após, em sua Carta Encíclica Centesimus Annus, João Paulo II amplia a esfera do débito social, não o circunscrevendo à dimensão das riquezas: “É estrito dever de justiça e verdade impedir que as necessidades humanas fundamentais permaneçam insatisfeitas e que pereçam os homens por eles oprimidos”.
EQUIDADE
Aristóteles na obra Ética de Nicômaco apresentou o conceito de equidade, considerando-a uma correção da lei quando ela é deficiente em razão da sua universalidade, comparando-a a “régua de lesbos” que por seu de chumbo, se ajustava a diferentes superfícies: ä régua adapta-se a forma da pedra e não é rígida, exatamente como o decreto se adapta aos fatos”. 
A Lei não prevê todas as hipóteses possíveis, o que exige do aplicador da lei uma adaptação da norma jurídica que é genérica e abstrata as condições do caso concreto. Se esse exercício não for feito a mera aplicação da lei aos casos concretos pode gerar injustiças.
Quando as normas se ajustam perfeitamente ao caso concreto, não há menor necessidade de se fazer uso da equidade (nessa hipótese, diz-se que se fez subsunção= aplicação da lei direto ao caso concreto). 
Somente na hipótese de leis que não se ajustam com perfeição ao caso concreto é que se faz uma da equidade, bem como, de outras normas de integração da lei (instrumentos de adequação da lei que é omissa, tema que enfrentaremos em fontes do direito). 
Por isso, é que se diz que equidade é a justiça do caso concreto, porque se desenvolve um critério que desenvolve o espírito das normas jurídicas.
Conceito de leis injustas:
Segundo Paulo Nader, quando o legislador é incompetente ou age com desídia, é levado a criar leis irregulares que vão trair a mais significativa das missões do Direito, que é a de espargir justiça. Lei injusta é aquela que nega ao homem o que lhe é devido, ou que lhe confere o indevido, quer pelas simples condição de pessoa humana, por seu mérito, capacidade ou necessidade. 
CASOS DE DESUSO DA LEI:
Lei anacrônica - Lei que envelheceu durante o seu período de vigência e não foi revogada por obra do legislador, lei que fica imutável embora a sociedade evolua.
Lei artificial – O direito deve ser criado à imagem da sociedade revelando os seus valores e suas instituições, sob pena, de ser mera criação teórica e abstrata.
Lei injusta – Lei irregular que trai a mais significativa das missões do direito.
Leis defectivas – Lei não planejada com suficiência de aplicabilidade.
A História – sobre a lei injusta:
 
No passado, um complexo de causas que permitia que os governantes criassem normas contrárias aos princípios basilares do Direito natural. Religião e a crença, autorizadas pela tradição, constituíam uma rede protetora dos interesses dos maus dirigentes que utilizavam os preceitos jurídicos desviando sua finalidade. Forjavam a crença de que o Direito Positivo e o vitalício mandato de governante eram um produto da vontade divina.
Espécies de leis injustas - divisão tricotômica:
Leis injustas por destinação = São aquelas que vão cumprir uma finalidade já prevista pelo legislador, nascem com o pecado original e levam consigo o selo da imoralidade.
Leis injustas casuais = São as que surgem em decorrência de uma falha de política jurídica. A regulamentação do fato social é feita de uma forma infeliz, em consequência de inépcia na apreciação do fenômeno e na consagração dos valores. O legislador não tem consciência dos efeitos prejudiciais que elas irão causar. As suas normas são injustas não apenas em concreto, ou seja, no momento da subsunção, mas também em abstrato, independentemente das características peculiares do fato real.
Leis injustas eventuais = São aquelas que não têm por base a má-fé do legislador. Surgem por incompetência de técnica legislativa. Em abstrato, são justas, podendo, contudo, tomar feição oposta eventualmente, de acordo com as particularidades do caso em si. Na dependência, pois, das coordenadas da questão a lei poderá ser injusta ou não.
O PROBLEMA DA VALIDADE DAS LEIS INJUSTAS OPINIÕES:. 
Os positivistas considera válida e obrigatória às leis injustas enquanto permanecem em vigor. 
Os jusnaturalistas negam a validade às leis injustas, pois consideram o direito como um meio a serviço dos fins procurados pela sociedade, em determinado momento e ponto do espaço. 
Posição eclética: 
Santo Tomás - Entende que todas as leis injustas são ilegítimas, mas reconhece a validade naquelas cujo mal provocado não chega a ser insuportável. 
John Rawls. - Filósofo e cientista político norte-americano “há normalmente um dever e, para alguns, também uma obrigação de acatar leis injustas desde que não excedam certos limites de injustiça.”. Ele parte do princípio de que as “Leis injustas não estão todas no mesmo nível”.
Paulo Nader – Não cabe ao operador do direito abandonar a lei sob a alegação de seu caráter injusto. Pois alguns resultados positivos podem ser alcançados mediante os trabalhos de interpretação do direito objetivo. 
Em geral uma lei injusta é um elemento estranho no organismo jurídico, mas, ao estabelecer um conflito com outros princípios inseridos no ordenamento, poderá o aplicador do direito que não opera com leis isoladas, pois examina e interpreta a lei a luz do sistema jurídico a que pertence, contata uma antinomia de valores, princípios ou critérios, entre a lei injusta e o ordenamento jurídico. E, como este não pode se apresentar contradição interna, o conflito deverá ser resolvido com a prevalência da índole geral do sistema.
Bibliografia:
Nader, Paulo. Introdução do Estudo do Direito.
Orlando de Almeida Secco. Introdução ao Estudo do Direito, 10ª edição,Lúmen Júris.
Rizzatto Nunes. Manuel de Introdução do Estudo do Direito, 7 ª edição, Saraiva.
REALE, Miguel. Lições preliminares de direito.
VENOSA, Silvio de Salvo. Introdução ao estudo do direito.
POLETTI, Ronaldo. Introdução ao Direito, Editora Saraiva. NOGUEIRA, Rubem. Curso de Introdução ao Estudo do Direito, 4 edição, Noeses.
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