Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FMU0 Sistema Nervoso: Sinais Elétricos e Potencial de Ação Fisiologia Humana I Enfermagem 3o sem/2014 Profa. Adriana Azevedo Sinais Elétricos • Neurônios e células musculares são excitáveis, ou seja, possuem capacidade de propagar sinais elétricos! • A propagação do sinal depende da passagem de íons por meio de canais na membrana da célula. 1 Composição Iônica das Células • Intracelular Na+ = 12 mEq/l K+ = 120 mEq/l Ca++ = 0,001 mEq/l Cl- = 30 mEq/l A- = muitas • Extracelular: Na+ = 145 mEq/l K+ = 4 mEq/l Ca++ = 2,5 mEq/l Cl- 105 mEq/l A- = poucas 2 Potencial de Membrana • Potencial de membrana em repouso: É resultado da diferença entre: Gradiente de Concentração X Gradiente Elétrico Nos neurônios é em torno de -70mV 3 Potencial de Membrana • No repouso, a membrana é pouco permeável ao Na+, se um sinal elétrico aumenta a permeabilidade ao Na+, a membrana fica mais positiva = Despolarização. • Se a membrana celular se torna mais permeável ao K+, a carga negativa dentro da célula aumenta, torna a membrana mais negativa e acontece a Repolarização. 4 Tipos de Canais Iônicos • Os canais iônicos são denominados de acordo com o íon ao qual são permeáveis: Canais de Na+ Canais de K+ Canais de Ca2+ Canais de Cl- 5 Tipos de Canais Iônicos • Alguns canais estão sempre abertos, outros geralmente permanecem fechados. • Os canais fechados podem se abrir dependendo de um estímulo externo. • Temos 3 possibilidades: 6 Tipos de Canais Iônicos • Canais iônicos controlados mecanicamente • Se abrem em resposta a uma força física (pressão ou estiramento) • São mais encontrados em neurônios sensoriais (Tato). 7 Tipos de Canais Iônicos • Canais iônicos controlados por ligante • A maioria dos neurônios responde a uma grande variedade de ligantes, como neurotransmissores e neuromoduladores. 8 Tipos de Canais Iônicos • Canais iônicos controlados por voltagem • Respondem as mudanças no Potencial de Membrana. 9 Tipos de Canais Iônicos • Ativação = estímulo faz a abertura de um canal para fluxo (passagem) de íons. • Inativação = os canais que normalmente estão abertos, se fecham na presença do estímulo. 10 Canais depedentes de Voltagem Na+ K+Na + K+ Quando os canais dependentes de VOLTAGEM quando estimulados, se abrem e permitem a passagem de seus íons correspondentes. Esse fluxo se dá sempre do meio de > concentração para o meio de < concentração! Cl- Cl- Ca++ Ca++ 11 Sinais Elétricos Não tem PA PA PG fraco PG forte 12 Sinais Elétricos Potencial Graduado (PG) Sinal elétrico de força variável que percorre distâncias curtas e perde força a medida que percorre a célula. Precisa ser forte o suficiente para atingir a zona de disparo do axônio para poder disparar um PA São Despolarizações ou Hiperpolarizações que acontecem no C.C. ou no D. Um grande estímulo inicia um grande potencial graduado e um pequeno estímulo inicia um pequeno potencial graduado. 13 Sinais Elétricos Potencial de Ação (PA) São grandes Despolarizações muito breves que podem percorrer longas distâncias ao atingirem a zona de disparo (cone axônico). Se o PG alcançar o limiar de disparo no cone axônico, os canais de Na+ voltagem dependentes se abrem e o PA acontece. Potenciais graduados despolarizantes = excitatórios Potenciais graduados hiperpolarizantes = inibitórios Limiar de disparo que gera PA = -55 mV 14 PG x PA 15 PG x PA • Os PAs diferem dos PGs pois não perdem força quando percorrem o neurônio. • Os PA são conhecidos como um fenômeno TUDO-OU-NADA, ou seja, ocorrem se o estimulo atinge o limiar e não acontecem se não atinge. 16 Potencial de Ação 17 Potencial de Ação 18 1. Fase Ascendente do PA • Quando o PG atinge o limiar (-55 mV), canais de Na+ voltagem dependentes se abrem. • O influxo de Na+ torna o potencial de membrana mais positivo = Despolarização. • Quando o potencial de membrana fica positivo (> 0 mV até 30 mV), estes canais de Na+ se fecham, e o potencial de membrana começa a ficar negativo novamente. 19 2. Fase Descendente do PA • Os canais de K+ dependentes de voltagem também se abrem com a despolarização, mas são muito mais lentos. • No pico do PA (30 mV) os canais de K+ começam a abrir e acontece o efluxo de K+, tornando o potencial de membrana negativo novamente = Repolarização. • Quando o potencial atinge -70mV novamente os canais de K+ ainda não se fecharam completamente e a membrana ainda fica hiperpolarizada (período pós- hiperpolarização) por um tempo, até reestabelecer o potencial de repouso. 20 Potencial de Ação • Resumindo o PA: • O influxo de Na+ despolariza a célula. • O efluxo de K+ repolariza a célula. 21 Potencial de Ação 22 Potencial de Ação • Período Refratário Absoluto – uma vez que se inicia um PA outro PA só acontece ao final do primeiro, não importa a intensidade do estímulo. PAs não podem se sobrepor. • Período Refratário Relativo – Quando os canais de K+ ainda estão abertos, para que aconteça um PA, o estímulo vai ter que ser mais forte e vencer uma caminho de despolarização maior. 23 Condução do Sinal • As informações sobre duração e intensidade de um estímulo são codificadas para o corpo na forma de frequência de PAs. • Quando os PGs aumentam a amplitude = aumenta a frequência de PAs. • Quanto mais PAs, mais neurotransmissor é liberado na fenda sináptica. 24 Intensidade do PA 25 26 Condução Saltatória Nós de Ranvier região de realização de PA, a bainha de mielina é um isolante! *Esclerose Múltipla – doença desmielinizante (hereditária ou auto imune). 27 Influência do K+ no PA • [ ] de K+ no sangue = 3,5 - 5 mmol/L • Hipercalemia = aproxima o potencial de membrana em repouso do limiar, tornando as células mais excitáveis. Tremores. • Hipocalemia = potencial de membrana em repouso hiperpolariza, tornando as células menos excitáveis. Fraqueza muscular. 28 Sinapse Química São compostas basicamente por: •Terminal axônico da célula pré-sináptica •Membrana da célula pós-sináptica •Fenda Sináptica 29 Sinapse Química 30 • O sinal elétrico da célula pré-sináptica é convertido em sinal químico na fenda sináptica, atravessando-a e alcançando a célula pós-sináptica. • O Cálcio é o sinal para liberação das vesículas da célula pré-sináptica. • A liberação de neurotransmissor na sinapse se dá por exocitose. Sinapse Química 31 Sinapse Química 32 • Quando o PA atinge o terminal sináptico, canais de Ca2+ voltagem dependentes se abrem para influxo de Ca2+ • 1. PA despolariza o terminal axônico • 2. Despolarização abre canais de Ca2+ voltagem dependentes • 3. A entrada de cálcio inicia exocitose das vesículas sinápticas • 4. O neurotransmissor é liberado na fenda sináptica se liga ao receptor na membrana da célula pós-sináptica. • 5. Início de uma resposta na célula pós-sináptica Sinapse Química 33 Recaptação final de Neurotransmissor 34 Recaptação final de Neurotransmissor 1. Células da Glia retiram neurotransmissor da fenda sináptica, ou o próprio neurônio pré- sináptico recapta o neurotransmissor. 2. Enzimas a membrana dos neurônios degradam as moléculas de neurotransmissor. 3. Difusão para os vasos sanguíneos e serem eliminados pelo sangue. 35 1. Acetilcolina (ACh): •SNC = Comportamentos (atenção, aprendizado e memória). •SNP = Movimento – músculos são ativadospela liberação de ACh dos neurônios colinérgicos. •Sono REM - durante a fase de sono profundo (sono REM) a acetilcolina é liberada na região da Ponte. •Doença de Alzheimer - está associada (90% dos casos) com perda de neurônios colinérgicos no prosencéfalo basal e hipocampo. Tipos de Neurotransmissores 36 2. Serotonina (5HT): •Interfere no humor, na ansiedade e no comportamento agressivo. •Desordens de humor e Depressão – aparecem com a diminuição da liberação de serotonina no SNC. •Apetite - é reduzida por drogas que elevam a serotonina no encéfalo. •Comportamento agressivo e suicídio – redução dos níveis de serotonina no encéfalo. Neurotransmissores 37 2. Serotonina (5HT): •Latência de sono (tempo que a pessoa levar para dormir) - é diminuída com triptofano (aminoácido necessário para a síntese de serotonina). •Percepção - as sinapses serotoninérgicas estão presentes no córtex cerebral onde acontece a percepção sensorial. Neurotransmissores 38 3. Dopamina (DA): •Controle motor – Níveis extremamente baixos fazem os pacientes ficarem incapazes de se mover voluntariamente. •Doença de Parkinson - acontece devido degeneração de neurônios dopaminérgicos na região da substância negra, área envolvida no controle dos movimentos. •É tratada com L-DOPA, o precursor da dopamina no encéfalo. •Esquizofrenia – pode ser causada pelo excesso de dopamina liberada no lobo frontal. Neurotransmissores 39 4. Nora e Adrenalina (Epinefrina): •Está relacionada com a excitação física e mental, é também conhecida por promover o bom humor. •Atua como mediadora dos batimentos cardíacos, pressão sanguínea, conversão de glicogênio em energia. •Atenção e alerta - a liberação da Nora facilita a atenção e o alerta durante o dia. Durante o sono REM seus níveis estão reduzidos. Neurotransmissores 40 4. Nora e Adrenalina (Epinefrina): •Estresse (crônico) - verifica-se redução na liberação de Nora. Porém, no estresse agudo é liberada da glândula adrenal e atua na amplificação do estímulo simpático. •Humor - a depressão por redução na captação de Nora pode ser tratada com algumas drogas que evitam a sua recaptação. •Aprendizado e memória - a nora é importante nos processos de aprendizado e memória. Neurotransmissores 41 5. GABA: •Principal neurotransmissor inibitório do encéfalo. •O processo inibitório ocorre quando o GABA se liga ao receptor (permite influxo de Cl-) •Responsável pela sintonia fina e coordenação dos movimentos. •Outros neurotransmissores inibitórios são a Glicina e a Taurina. Neurotransmissores 42 6. Glutamato: •É o principal neurotransmissor do encéfalo. •Sua atuação é fundamental no processo de memória celular. •Também está envolvido no processo de suicídio celular (Apoptose), seu excesso é neurotóxico e mata a célula por excesso de influxo de Ca2++. Neurotransmissores 43 7. Peptídeos: •Endorfinas/encefalinas - são neurotransmissores peptídicos opiáceos endógenos capazes de modular a dor e reduzir o estresse. •Todos os opiáceos (endógenos ou sintéticos) alteram o comportamento porque agem nos receptores de encefalina nos núcleos de comportamento do encéfalo. Neurotransmissores 44 7. Peptídeos: •Substância P: é um dos neurotransmissores que produzem a sensação de dor. São encontrado em toda via da dor (sensorial) e sua liberação pode ser bloqueada pela encefalina. •Neuropeptidio Y/Polipeptídio YY: são encontrados no hipotálamo, particularmente no núcleo da fome. •São correlacionados com distúrbios de apetite, podendo levar a excessiva ingesta de comida e armazenamento de gordura. Neurotransmissores 45
Compartilhar