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F M H Ano Lectivo 2009/2010 RECURSOSRECURSOS HUMANOSHUMANOS PLANEAMENTO DE RECURSOS HUMANOS OBJECTIVOS: • Verificar como se pode conciliar o planeamento de RH’s com a estratégia da organização; • Analisar as actividades de planeamento de RH’s de acordo com vários prazos de tempo; • Analisar os factores que afectam o planeamento; • Conhecer as técnicas de previsão das disponibilidades e necessidades de RH’s; • Perceber como é que as funções de RH’s permitem equilibrar as necessidades e disponibilidades de RH’s; • Verificar como é que a rotatividade de pessoal pode influenciar o planeamento de RH’s. 6 2 Planeamento de recursos humanos Síntese Teórica INTRODUÇÃO A evolução e modificação do envolvimento/ambiente, onde se situam os vários tipos de organizações, tem sido realizada por momentos de aceleração descontínuos, mais ou menos bruscos no tempo. As reacções das organizações a estes momentos, têm tido muitas vezes conotações negativas, chegando mesmo algumas, independentemente do tamanho e do tipo, a situações dramáticas que põem em causa a sua continuidade. A maioria das organizações consegue reagir às condicionantes do envolvimento, utilizando estratégias mais ou menos conscientes, mais ou menos elaboradas, ou mais ou menos radicais, para os vários departamentos e sectores que a compõem. Fazem-no apenas como reacção às condicionantes, portanto, à posterior. São poucas as que, de forma sistemática, realizam previsões e projecções sobre o seu próprio comportamento e sobre o comportamento do envolvimento. As que o fazem conseguem antecipar possíveis cenários, carcaterizados por determinada estrutura e respectivo comportamento. Com esta informação, é possível, à priori, iniciar um processo de ajustamento às futuras condições do ambiente, mantendo a organizão numa situação mais ou menos estável, quando confrontada com algum dos cenários previstos. O processo estratégico de adaptação ao cenário mais provável é realizado, essencialmente, através do planeamento das actividades e dos recursos necessários à sua implementação. Supondo que os respectivos programas de actividades envolvem todos os recursos tradicionais da organização, é natural, também, uma incidência do planeamneto sobre os RH's da organização, independentemente de se encontrem no nível estratégico, táctico ou operacional. O planeamento dos RH's de uma organização deve considerar o tipo e número de pessoas, as actividades, as técnicas e as destrezas necessárias, bem como os níveis por onde serão distribuidas. Tendo estes aspectos em atenção, é possível que o planeamento ajude a reduzir a incerteza do futuro. É possível, também, obter maior sucesso, como mostram alguns estudos realizados com actividades planeadas e não-planeadas. A própria definição dos objectivos da organização é realizada com mais facilidade através do planeamento, permitindo uma definição mais execta dos recursos necessários aos objectivos mais importantes para a organização. CONCEITO DE PLANEAMENTO DE RH’S Para clarificar o significado do planeamento de RH's e, simultaneamente, para resumir os aspectos anteriormente referidos podemos tentar ensair uma definição de planeamento de RH's. Apesar de existirem muitas definições e diferentes significados da noção de planeamento de RH's, é possível utilizar a definição de Cascio (1986), pois o autor considera, em termos gerais, que o planeamento de RH's é: "um esforço para antecipar as necessidades futuras da organização, relativamente ao ambiente, e fornecer os RH's para preencher essas necessidades". Desta definição pode-se extrair um conceito mais vasto, que considera quais as pessoas 3 necessárias e quantas estarão disponíveis para realizar as actividades, e ao mesmo tempo considera, também, o que deve ser feito para assegurar uma igualdade entre disponibilidade de RH's e necessidade de RH's num determinado momento futuro. Os três aspectos fundamentais de referência neste conceito são representados pelas necessidades de RH's, pela disponibilidade de RH's, num determinado momento futuro, e pelo processo de reconciliação e equilíbrio que define os programas de acção para igualar as disponibilidades de RH's com as respectivas necessidade no futuro. Este conceito e as relações que ele estabelece estão representados na figura 20. Apesar de ser mais abrangente do que a definição que o precedeu, é ainda um conceito com um âmbito restrito, relativamente a todos os aspectos que condicionam ou podem vir a condicionar o planeamento dos RH's. Uma visão alargada e integrada do tema teria de considerar mais alguns factores influenciadores, caso da estratégia da organização, da incerteza do envolvimento, do prazo de tempo e da procura e pesquisa de informação. Deste modo, é possível apresentar um modelo mais completo sobre a função de planeamento de RH's e dos factores que o influenciam, tal como se representa na figura 21. Figura 20: Represntação do processo de planeamento de RH’s 4 Horizontes do Planeamento Longo prazo Planeamento estratégico: Visão; Missão; Forças e fraquezas; Alvos e objectivos. Planeamento da Actividade da Organização Previsão de RH´s disponíveis Objectivo: Determinação do número e do tipo de RH´s existentes na organização. Técnicas: Tabelas de pessoal; Análise Markov; Inventários técnicos; Quadros de substituição; Planeamento de carreiras. Equilíbrio entre os RH´s necessários e os RH´s disponíveis Considerando a escassez de RH´s: - Recrutamento interno; - Recrutamento externo; - Reemprego; Considerando o excesso de RH´s: - Reformas, Reformas antecipadas; - Despedimentos/Downsizing; - Redução de horas de trabalho; - Despromoções. Processo de planeamento de RH's Objectivo: Determinação do número e do tipo de RH´s necessários p/ alcançar os objectivos da organização. Técnicas: Modelo agregado de planeamento; Análise de tendências; Estimativas dos gestores; Técnica Delphi. Avaliação do processo de planeamento dos RH's Previsão de RH´s necessários Análise do envolvimento: Composição do mercado de RH´s; Análisar oferta do mercado de RH´s; Alterações sociais e culturais; Alterações demográficas; Alterações da legislação. Planeamento dos Recursos Humanos da Organização Médio prazo Planeamento Táctico Planos de programas; Recursos necessários; Estratégias organizacionais; Planos de novas actividades. Previsões a médio prazo: Prever necessidades de RH´s; Prever disponibilidades de RH´s; Curto prazo Planeamento Operacional Previsões económicas; Plano de actividades anuais; Objectivos, programas, projectos e actividades; Orçamentos; Projecção dos RH´s necessários: Excesso ou escassez de RH´s; Planos de carreira; Promoções e transferências; Recrutamento; Treino e desenvolvimento. Figura 21: Represntação do processo de planeamento de RH’s, entendido no seu conceio mais abrangente e integrado. 5 FACTORES QUE AFECTAM O PLANEAMENTO: Decisões estratégicas da organização. O processo de desenvolvimento de uma estratégia para cada organização, envolve a definição dos serviços, produtos ou actividades que cada uma delas poderá realizar. Fazem ainda parte da estratégia a imagem e a postura competitiva da organização. Quando todos estes aspectos estiverem definidos, a organizaão necessitade considerar quais os recursos necessários ao seu sucesso. Estes recursos englobam, naturalmente, os RH's, planeados em função das exigências técnicas e conceptuais das tarefas a executar. Incerteza do envolvimento. São bem conhecidos os efeitos provocados por modificações políticas, sociais e económicas, ao nível das mais diversas organizações. Do mesmo modo, também o marketing, a capacidade de produção, a tecnologia e os factores competitivos, têm algum impacto sobre as organizações, bastando recordar o que aconteceu com o aumento do preço do petróleo durante a década de 70 ou com a diminuição das vendas no início da década de 90. A incerteza causada por estes aspectos do envolvimento obrigou a uma redução do número de funcionários, justificando a necessidade de considerar as incertezas do envolvimento no planeamento de RH's. Prazos de tempo. Este factor afecta o planeamento de RH's, e depende do grau de incerteza do envolvimento onde se encontra a organização. Por exemplo, em envolvimentos com grande incerteza, como é o caso daqueles onde operam as organizações relacionadas com o processamento da informação, o planeamento não deve ultrapassar um ano, sendo o planeamento realizado a cutro prazo. Por outro lado, as universidades públicas, incluidas em envolvimentos relativamente estáveis, permitem realizar planeamentos de RH's com a duração de alguns anos. Encontramos o mesmo tipo de relações nas diversas organizações desportivas. Por exemplo, o planeamento a realizar numa organização ligada à administração pública desportiva tem uma maior estabilidade e durabilidade do que o planeamento a realizar num clube pertencente à liga de profissional de futebol ou basquetebol. Nestas últimas organizações, onde a rotatividade de jogadores de época para época e muitas vezes na da própria época, obriga a um planemneto de menor duração. Esta relação entre características da instabilidade ou estabilidade do envolvimento e a duração do planeamento de RH's, é determinada por vários factores e pode ser observada na tabela 12. Tabela 12: Grau de incerteza e duração do período de planeamneto Planeamento de curto prazo Incerteza/Instabilidade Planeamento de longo prazo Certeza/Estabilidade Muitos competidores novos; Rápidas modificações nas condições sociais e económicas; Procura instável de produtos ou serviços; Modificações do envolvimento político ou legal; Organizações de pequeno tamanho; Práticas de gestão fracas (crise de gestão). Posição competitiva forte; Modificações evolutivas, em vez de modificações rápidas dos aspectos sociais, políticos e técnicos; Poderoso sistema de gestão da informação; Padrões de procura estáveis; Práticas de gestão eficientes. Tipo e qualidade da informação para previsão. Um aspecto fundamental no planeamento de RH's é o tipo de informação que deve ser utilizada para realizar as previsões das necessidades de RH's. O tipo de informação, bem como a respectiva qualidade estão representados na tabela 13. 6 Tabela 13: Tipo de informação a utilizar para a realização das previsões das necessidades de RH's. Informação estratégica Informação geral da organização Informação necessária p/ o planeamento de RH's • Mix de produtos • Mix de clientes • Ênfase competitiva • Limites geográficos do mercado • Estrutura organizacional; • Fluxo de informação; • Orçamento operacional; • Objectivos da áreas funcionais; • Esquemas de produção; • Canais de distribuição; • Territórios de vendas; • Processo de produção; • Nível de tecnologia; • Prazo de planeamneto. • Análise de tarefas; • Orientações e programas de acção; • Inventários de destrezas técnicas; • Inventários de gestão; • Programas de treino e desenvolvimento disponíveis; • Fontes de recrutamento; • Análises do mercado de trabalho; • Programas de compensação; • Leis do trabalho; • Planos de reforma; • Dados de "turnover" A qualidade e fidelidade da informação para o planeamento dos RH's, depende da clareza da estratégia, da estrutura da organização, dos orçamentos e dos esquemas de produção, entre outros aspectos. O próprio departamento de RH's deve conter informações sobre análise de cargos e um sistema de informação sobre RH's que forneça dados fiáveis e actuais. Carcaterísticas dos lugares a serem preenchidos.Os principais aspectos relacionados com os lugares a serem preenchidos são as fontes de novos empregados, a possibilidade de treino e desenvolvimento de empregados actuais, a facilidade ou dificuldade em encontrar empregados capazes e os prazos de tempo envolvidos. Na realidade, os lugares que solicitam pouca ou nenhuma técnica de execução, são fáceis de preencher no curto prazo. Por outro lado, posições mais especializadas, mais técnicas e mais profissionais, são mais difíceis de preencher, requerendo, por vezes, mais tempo para serem preenchidas. Deste modo, é de grande utilidade para a organização a sua capacidade de antecipação e previsão dos lugares que irão ficar vagos, assim como das fontes onde podem recrutar determinados tipos de RH's. O PROCESSO DE PLANEAMENTO DE RH's Os elementos sobre os quais se tem de trabalhar para realizar o processo de planeamento de RH's são as pessoas, os empregos, o tempo e o dinheiro. Tal como já referimos, o planeamento de RH's envolve três aspectos fundamentais: a previsão das necessidades de RH's, a avaliação da disponibilidade/suprimento de RH's e o processo de reconciliação entre necessidades e disponibilidades de RH's. Este processo de planeamento é afectado pelas decisões estratégicas da organização e pela incerteza do envolvimento, os quais determinam a amplitude do prazo do planeamento, o tipo e a qualidade da informação disponível para a realização do planeamento e a natureza dos empregos/lugares a serem ocupados. PREVISÃO DA NECESSIDADE DE RH’S A necessidade de RH's é o termo normalmente utilizado para descrever a totalidade dos RH's necessários a uma organização, durante um determinado período de tempo. Esta necessidade depende de factores externos e internos e pode ser determinada e prevista de diferentes formas. No planeamento a curto prazo, a estimativa de RH's utilizada deriva do processo de orçamento 7 sendo as projecções realizadas na base da quantidade de trabalho. Para determinar as necessidades de RH's utilizam-se racios de conversão da quantidade do trabalho em estimativas de RH's necessários. Por exemplo, sempre que as vendas aumentam ou ultrapassam uma determinada percentagem, a organização pode determinar que o número de RH's de um departamento ou secção deve, também, aumentar. Este tipo de estimativas é, no entanto, uma aproximação geral às necessidades reais de RH's, podendo na maior parte das vezes sugerir muito pouco acerca do tipo de RH's necessários. Na verdade, para além do número é necessário que a organização determine, também, o tipo de RH's requeridos, bem como o respectivo nível e departamento. Ao contrário do planeamento a curto prazo, o planeamento a longo prazo permite uma definição mais exacta dos RH's necessários, através da utilização de modelos estatísticos e matemáticos para a sua determinação. Estes modelos, utilizam variáveis seleccionadas representativas de factores externos e internos, que podem afectar as necessidades gerais de RH's da organização. Por exemplo, o modelo agregado de planeamento (aggregate planning model) pode ser utilizado para prever atotalidade das necessidades de RH's numa organização: En = ( ( Lagg + G ) 1/X) / Y em que, En: é a estimativa das necessidades de pessoal em n períodos de planeamento; Lagg: é o nível agregado ou total da actividade corrente da organização expresso em unidades monetárias; G: é a previsão do crescimento total da actividade expresso em unidades monetárias durante o período n; X: é o aumento médio de produtividade previsto durante o período de planeamento considerado (se X = 1.08, isto significa um aumento médio da produtividae de 8%); Y: é um elemento de conversão que relaciona a actividade total actual dos RH's necessários (nível total da actividade económica actual, dividida pelo número actual de RH's). Este elemento reflete o nível de actividade económica (negócio) por pessoa. As primeiras operações a realizar consistem na determinação do valor de G, X e Y e podem ser baseadas em anteriores experiências de gestão ou baseadas em escolhas estratégicas futuras. Um exemplo de utilização deste modelo de previsão pode tornar mais clara a sua aplicação: supondo que uma organização pretendia estimar o número de vendedores no ano 2000, poderia utilizar a relação entre o valor das vendas e o número de vendedores que tem hoje em dia. Considerando que actualmente têm um valor de vendas de um milhão de contos (1.000.000.000$00 - correspondente ao Lagg), assumindo que no ano 2000 as vendas irão aumentar em meio milhão de contos (500.000.000$00 correspondente ao G), sem aumento do volume de produção (X = 1.0) e que cada funcionário suporta cerca de cinquenta mil contos (50.000.000$00 - correspondente ao Y), qual seria o número de vendedores no ano 2000 ? Substituindo estes valores na fórmula obteriamos o seguinte resultado: E2000 = ( ( Lagg + G ) 1/X) / Y E2000 = ( ( 1.000.000.000$ + 500.000.000$ ) 1/1.0) / 50.000.000$ E2000 = ( ( 1.500.000.000$ ) 1) / 50.000.000$ = 30 vendedores. 8 Um outro modelo quantitativo é dado pela análise da regressão linear. Este modelo também pode ser utilizado para estimar os RH's necessários no futuro, baseando-se nalguns factores de actividade tais como as vendas, os resultados ou os serviços prestados. Por exemplo, se a administração pública do desporto decidir aumentar a sua actividade de formação de RH’s, é muito natural que o seu departamento de formação necessite, também, de mais pessoas. Se no passado existiu uma relação satisfatória entre a dimensão do departamento de formação e o número de formandos, então, é possível utilizar o método da regressão linear para determinar a necessidade do aumento do número de formadores. Numa situação hipotética criada, para ilustrar o exemplo deste departamento, construimos a tabela 14, onde se representa a evolução do número de formandos e formadores, ao longo dos anos. Tabela 14: Evolução do número de formandos e formadores, ao longo dos anos. Ano NºFormandos NºFormadores 1981 200 15 1982 250 20 1983 345 24 1984 378 25 1985 400 23 1986 456 25 1987 504 27 1988 546 26 1989 750 30 1990 809 33 1991 837 39 1992 928 45 1993 1107 60 ... ... ... Previsão p/ 2000 1400 ??? Analisando a tabela verifica-se que ao aumento do número de formandos correspondeu o aumento do número de formadores. Paralelamente a esta análise é, ainda, possível construir um gráfico, onde se encontram representadas as relações anteriores entre o número de formandos e o respectivo número de formadores necessários no passados. As figuras seguintes permitem representar essa relação. Analisando a figura 22, construida com os dados da tabela anterior, é possível identificar a relação entre o número de formandos e o número de formadores, representando o ponto assinalado com o ano de 1993 os formandos (no eixo dos X’s) e os formadores (no eixo dos Y’s) envolvidos no processo de formação. Figura 22: Evolução do número de formandos e formadores, ao longo dos anos. Utilizando a regressão linear é possível calcular a equação de uma linha recta que sintetiza a informação da figura 22. Para além disso, é possível representar graficamente essa mesma recta, como mostra a figura 23, na qual a recta em questão representa a relação anterior entre os formandos e os formadores. A determinação da equação dessa linha recta, que em termos gerais seria: Y = a + b.X no nosso exemplo assumiria os seguintes valores: 9 Y = 7.234 + 0.0397.X, onde: Y é o número de formadores e X é o número de formandos envolvidos. Quando esta regressão linear é utilizada para o planeamento futuro dos RH's, o valor encontrado para o eixo dos Y representa a previsão do número de formadores necessários, sendo o valor atribuido ao eixo dos X o número esperado de formandos envolvidos. Querendo estimar o número de formadores necessários no ano 2000 e tendo em consideração que nessa altura a expectativa sobre o número de formandos envolvidos nas acções de formação seria de 1400, bastava utilizar a fórmula da recta de regressão, substituindo os valores da seguinte forma: Y (Nº formadores em 2000) = 7.234 + 0.0397.(1400) Y = 7.234 + 55.58 Y = 62.8 ou 63 formadores. Figura 23: Evolução do número de formandos e formadores, ao longo dos anos. Outra forma de determinar o número de formadores seria utilizar o gráfico representando a relação histórica entre formandos e formadores ao longo dos anos, como se mostra na figura 23. Para isso bastaria localizar o número estimado de alunos no ano 2000 no eixo dos X (1400), traçar uma linha vertical até à recta de regressão, seguida de uma outra linha horizontal até ao eixo dos Y. O ponto de intersecção neste último eixo representaria o número de formadores necessários, o qual, no nosso caso seria de aproximadamente 63 formadores, como se pode verificar na figura 24. Figura 24: Evolução do número de formandos e formadores, ao longo dos anos. PREVISÃO DA DISPONIBILIDADE DE RH'S Um outro aspecto importante no planeamento é a capacidade de antecipar e assinalar alterações na disponibilidade de pessoal. Tal como para as necessidades de RH's, também aqui é possível prever essa disponibilidade, através da análise das entradas e saídas de pessoal, num determinado trabalho, secção, departamento ou organização. Para operacionalizar este método, as entradas e saídas de pessoal são enumeradas durante um determinado período de tempo. Após esse período, o número total de saídas de pessoal é subtraido ao número total de RH's, considerado nessa área da organização, sendo o número de entradas, por sua vez, adicionado. Deste modo, é possível determinar o número de RH's disponíveis no final do período de planeamento, através da seguinte equação: 10 Disponibilidade = Nº RH's actual - Saídas + Ganhos Tabelas de pessoal. Uma análise das disponibilidades de RH’s de uma organização pode realizar-se inicialmente através da elaboração das tabelas de pessoal. Esta tabelas representam todos os cargos da organização, bem como os RH’s que presentemente os ocupam. Frequentemente, é possível apresentar em simultâneo para este cargos as necessidades futuras de RH’s. Análise Markov. É uma outra técnica, representada na figura 25, que permite determinar o número e a percentagem dos funcionários que permanecem em cada cargo, de um ano para o outro,bem como o número e percentagem de todos os que são promovidos, despromovidos, transferidos e abandonam a organização. Figura 25: Exemplo de uma matriz de transição, construida a partir da análise de Markov. Esta forma de análise pode ser utilizada para identificar o tipo de movimentos dos funcionários através dos vários cargos e desenvolver a chamada matriz de transição, para prever a disponibilidade de RH’s, tal como se encontra representado na figura 26. Nível Percentagens de transição Inicial Int. Nac. Dis. Reg. Inic. Saídas Int. 12 90% 11 10% 1 Nac. 36 11% 4 83% 30 6% 2 Dis. 96 11% 11 66% 63 8% 8 15% 14 Reg. 288 10% 29 72% 207 2% 6 16% 46 Inic. 1440 6% 86 74% 1066 20% 288 Previsão das disponibilidades 15 41 92 301 1072 351 11 Figura 26: Exemplo de uma matriz de transição, construida a partir da análise de Markov, representando a movimentação dos RH’s dentro da organização. Inventários técnicos. São técnicas de análise de natureza qualitativa que permitem elaborar uma lista das características dos funcionários relacionadas com a sua educação, experiência anterior, interesses profissionais, capacidades técnicas e habilidades, compensação e tempo de manutenção no cargo. Quando aplicada aos cargos de gestão, esta técnica é normalmente designada por inventários de gestão. Quadros de substituição. Tanto os inventários técnicos, como os inventários de gestão, podem ser utilizados para o desenvolvimento dos chamados quadros de substituição. Esta técnica permite apresentar os ocupantes actuais dos cargos e simultaneamente identificar possiveis substituições, que possam vir a ocorrer em virtude de vagas a existir nos diversos cargos. A figura 27, apresenta um exemplo de um quadro de substitução para cargos de gestão, onde se pode observar a informação relativa ao actual rendimento no cargo, bem como as possibilidades de substituição e promoção. Figura 27: Exemplo de um quadro de substituição para prrevisão das vagas que irão existir nos cargos de gestão e qual o melhor candidato para a ocupar. 12 Este tipo de quadro pode ser utilizado, juntamente com outras fontes de informação, para o planeamento da sucessão, ou seja o processo de identificação, desenvolvimento, e acompanhamento de funcionários em destaque de modo a que eles possam eventualmente assumir posições de nível elevado. Planeamento de carreiras. Uma outra técnica semelhante ao planeamento da sucessão é o planeamento de carreiras. Enquanto a primeira técnica está relacionada com os cargos dirigentes, o planeamento de carreiras está relacionado com a progressão na carreira da maioria dos RH’s da organização. Para explicar melhor esta técnica podemos escolher uma situação hipotética na Federação Portuguesa de Futebol. Assim, considerando que a FPF e as respectivas Associações empregam várias pessoas nos seus níveis de funcionamento, como é que se poderá prever um plano de progressão na carreira para todas essas pessoas ? Em primeiro lugar é preciso criar uma tabela e distribuir as diversas pessoas pelos respectivos níveis dentro das organizações, determinando deste modo a força actual de trabalho. Seguidamente, devem analisar-se as perdas, as promoções, as necessidades, o excesso ou a escassez de RH’s e as respectivas promoções, tal como se pode verificar na tabela 15. Tabela 15: Representação das disponibilidades de RH’s pertencentes a uma organização e análise das várias ocorrências ao nível das perdas, promoções, necessidades, excesso e escassez. Equilíbrio Nível Força Perdas RH´s a Necessidade s Promoções Actual Promover Excesso Escassez Bloqueadas A 12 3 B 34 1 9 / 0 9 C 54 1 26 / 1 25 D 137 4 31 / 2 29 13 12 3 34 9 0 1 (9) 54 26 1 1 (25) 137 31 2+2 2 (29) 5 Figura 28: Representação das movimentações de RH’s verificadas nos vários níveis da organização. Após o preenchimento dos vários campos da tabela, verifica-se na figura 28, por exemplo, que no nível D a força actual de RH’s era de 137 pessoas, das quais 31 podem ser promovidas. Dessas pessoas, duas (2) foram promovidas a um nível superior, cinco (5) foram promovidas de um nível inferior e uma (1) foi recrutada externamente. Pediram demissão duas (2) pessoas e outras duas (+2) reformaram-se. Com a situação de promoção bloqueada ficaram vinte e nove (29) pessoas. 14 Rotatividade de recursos humanos Síntese Teórica Vimos anteriormente que a disponibilidade de RH's numa organização, departamento ou secção nem sempre é constante e, muitas vezes, fica aquém das unidades de RH's planeadas para determinada altura do ano ou para um determinado número de actividades. Calcula-se que os aspectos associados à rotatividade de pessoal e ao absentismo são responsáveis por menos de 5% da totalidade da força de trabalho de uma organização. Assim, para efectuar um planeamento correcto é necessário considerar alguns índices de rotatividade e absentismo. CONCEITO DE ROTATIVIDADE DE RH's A rotatividade de RH's, também designada por "turnover", representa a flutuação de pessoas (pessoal, funcionários, empregados, directores, etc...), entre uma organização e o seu ambiente, isto é, o volume de pessoas que entram e saem da organização. Meio Ambiente Admissões Recursos Humanos Saídas Meio Ambiente Comparação Controlo Realimentação de dados Rotatividade de pessoal Figura 29: Representação do processo de rotatividade de RH’s. A rotação de pessoal é expressa em termos percentuais, através da relação entre admissões e saídas. Tem como referência o número médio de pessoas da organização, durante um certo período de tempo (normalmente, mensal ou anual). Esquematicamente a rotatividade pode ser representada através da figura 29. ÍNDICES DE ROTATIVIDADE DE RH's: O cálculo dos índices de rotatividade de pessoal, baseia-se no volume de entradas e saídas de pessoal, relativamente aos RH's de certa área da organização, dentro de um certo período de tempo e expresso em termos percentuais. Podem-se calcular quatro índices de rotatividade de pessoal: • 1 - Índice de rotatividade para efeitos de planeamento; • 2 - Índice de rotatividade para analisar as perdas de pessoal e suas causas; • 3 - Índice de rotatividade para analisar as perdas de pessoal por abandono; 15 • 4 - Índice de rotatividade por departamento ou secção. Índice de rotatividade para efeitos de planeamento. Tendo em vista o planeamento, o índice pode ser calculado através da seguinte equação: A + S 2 X 100 EM Índice de Rotatividade = de Pessoal Em que: A = admissões de pessoal na área considerada e no período considerado (entradas); S = saídas de pessoal (por iniciativa pessoal e por iniciativa da organização) área considerada e no período considerado (saídas); EM = efectivo médio da área considerada e no período considerado. Pode ser obtido pela soma dos efectivos existentes no início e no fim do período, a dividir por dois. Índice de rotatividade para analisar as perdas de pessoal e as suas causas. Sempre que se pretende determinar as perdas depessoal e respectivas causas, não se devem considerar as admissões na totalidade do índice de rotatividade de pessoal, mas apenas as saídas por iniciativa dos empregados ou da organização. Neste caso, o índice calcula-se da seguinte forma: S x 100 EM Índice de Rotatividade de Pessoal = Em que: S = saídas, e EM = efectivo médio no período. Índice de rotatividade para analisar as perdas por abandono. Pode-se, ainda, calcular um terceiro tipo de índice de rotatividade, relacionado com as perdas de pessoal provocadas apenas pela iniciativa dos próprios empregados. Neste caso, consegue-se determinar os motivos que levaram as pessoas a abandonar a organização. O índice a utilizar pode ser o anterior, mas também pode ser o seguinte: N1 + N2 + ... + Nn a S x 100Índice de Rotatividade = de Pessoal Em que: S = saídas espontâneas de pessoal; N1+N2+...+Nn = somatório do número de empregados no início de cada mês; a = número de meses do período. Índice de rotatividade por departamento ou secção. A rotatividade de pessoal pode ser determinada parcialmente em cada departamento ou cada secção da organização, através da seguinte equação: A + S 2 EM x 100 + R + TÍndice de Rotatividade = de Pessoal Em que: 16 R = recebimento de pessoal por transferência de outros departamentos; e T = transferência de pessoal para outros departamentos ou secções. CAUSAS DA ROTATIVIDADE DE RH's Para além dos índices de rotatividade de pessoal, é importante determinar as causas dessa mesma rotatividade, para compreender e corrigir o comportamento de rotatividade de RH's, considerando-a não como uma causa, mas como a consequência e resultado de acontecimentos internos e externos à organização que condicionam o comportamento e atitude das pessoas. Assim, a rotatividade de RH's pode ser considerada uma variável dependente de fenómenos internos e externos à organização, compreendendo os fenómenos externos à organização os seguintes aspectos: • situação da oferta e procura de RH's no mercado; • a conjuntura económica; • as oportunidades de emprego no mercado de trabalho; • etc... Por sua vez, os fenómenos internos da organização compreendem os seguintes aspectos: • política salarial da organização • política de benefícios da organização; • tipo de supervisão exercido sobre o pessoal; • oportunidades de crescimento profissional oferecidas pela organização; • tipo de relacionamento humano dentro da organização; • condições físicas ambientais de trabalho na organização; • moral do pessoal da organização; • cultura organizacional da organização; • política de recrutamento e selecção de RH's; • critérios e programa de treinos de RH's; • política disciplinar da organização; • critérios de avaliação do desempenho; • grau de flexibilidade das políticas da organização. A obtenção de informações sobre os fenómenos internos e externos é realizada recorrendo às "entrevistas de saída da organização" feitas com as pessoas que abandonam a organização. O objectivo é determinar as causas que provocam a saída das pessoas. A utilização da "entrevista de saída" é uma das principais formas de avaliar os resultados da política de RH's da organização. É, inclusivamente, o principal meio para determinar as causas da rotação de pessoal e deve analisar os seguintes aspectos: 1- verificação do motivo básico da saída (iniciativa da organização ou empregado); 2- opinião do empregado sobre a organização; 3- opinião do empregado sobre o cargo que ocupa na organização; 4- opinião do empregado sobre o seu chefe directo; 5- opinião do empregado sobre o seu horário de trabalho; 6- opinião do empregado sobre as condições físicas ambientais dentro das quais desenvolve o seu trabalho; 7- opinião do empregado sobre os benefícios sociais concedidos pela organização; 8- opinião do empregado sobre o seu salário; 9- opinião do empregado sobre o relacionamento humano existente na sua secção; 17 10- opinião do empregado sobre as oportunidades de progresso que sentiu dentro da organização; 11- opinião do empregado sobre o moral e a atitude dos seus colegas de trabalho; 12- opinião do empregado sobre as oportunidades que encontra no mercado de trabalho; Paralelamente à "entrevista de saída", recolhem- se outros tipos de informações necessárias para determinar as causas da rotatividade de pessoal. Depois de analisadas, as informações obtidas através das entrevistas e das outras formas, permitem a caracterização situacional da organização e respectivo ambiente e, em consequência, uma avaliação das consequências da política de RH's realizada pela organização. CUSTOS DE ROTATIVIDADE DE RH's: A elevada rotatividade de pessoal aparece em função de variados factores. Um desses factores pode ser uma política de salários relativamente baixa, conservadora e económica. Esta situação leva a uma elevada rotatividade de pessoal, dada a insatisfação que origina nas pessoas. No entanto, esta elevada e incessante rotatividade de pessoal pode sair muito mais cara à organização, contrariando a política de salários baixos. Pode-se considerar que o custo da rotatividade de pessoal envolve três tipos de custos: custos primários, custos secundários e custos terciários. Custos primários da rotatividade de pessoal. São os custos directamente relacionados com a saída de cada empregado e a sua substituição por outro, incluindo: Custos de recrutamento e selecção: • despesas de emissão e processamento da requisição de empregado; • despesas de manutenção do órgão de recrutamento e selecção (salários do pessoal de recrutamento e selecção, encargos sociais, horas extras, material de escritório, alugueis pagos, etc...); • gastos com anúncios em jornais, folhetos de recrutamento, honorários de empresas de recrutamento, material de recrutamento, formulários, etc...; • gastos com testes de selecção e avaliação dos candidatos; • despesas de manutenção do órgão de serviços médicos (salário do pessoal da enfermaria, encargos sociais, horas extras, etc...), que o observou os candidatos submetidos a exames médicos de selecção. Custos de registo e documentação: • despesas de manutenção do órgão de registo e documentação de pessoal (salários, encargos sociais, horas extras, material de escritório, etc...); • gastos com formulários, documentação, anotações, registos, processamento de dados, abertura de conta bancária, etc... Custos de integração: • despesas do departamento de treino (se for este o departamento responsável pela integração do pessoal admitido na organização; se a integração for descentralizada pelas várias secções do departamento de RH's da organização - recrutamento, selecção, treino, serviço social, higiene e segurança, benefícios, etc...) distribuídas pelo número de 18 empregados submetidos ao programa de integração; • custo do tempo do supervisor do departamento requisitante aplicado na ambientação do empregado admitido no seu departamento. Custo de abandono: • despesas da secção de registoe documentação relativas ao processamento da saída, despedimento, abandono do empregado (anotações, registos, comparecimento no tribunal e no sindicato); • custo das entrevistas de abandono (tempo do entrevistador aplicado às entrevistas, custo dos formulários utilizados, custo da elaboração dos relatórios, etc...); • custo das indemnizações; • custo da antecipação de pagamentos relacionados com subsídios de férias e de natal; Os custos primários representam a soma do custo de admissão mais o custo de abandono, sendo o custo de admissão per capita calculado somando- se os items 1, 2 e 3, dentro de certo período de tempo, e dividindo-se o resultado pelo número de empregados admitidos naquele período. Por sua vez o custo de abandono per capita é calculado somando-se os dados do item 4, dentro de certo período de tempo, e dividindo-se o resultado pelo número de empregados que abandonou naquele período. Custos secundários da rotatividade do pessoal. Estão directamente relacionados com aspectos qualitativos e consequentemente difíceis de avaliar numericamente. Prendem-se com os abandonos e consequentes substituições do empregado e respectivas consequências. Reflexos na produção: • perda de produção causada pela vaga deixada pelo empregado que abandonou, enquanto não for substituído; • produção geralmente inferior - pelo menos durante o período de ambientação - do novo empregado; • insegurança inicial do novo empregado e respectiva interferência no trabalho dos colegas; Reflexos na atitude do pessoal: • imagem, atitude e predisposições que o empregado transmite aos colegas na altura do abandono; • imagem, atitude e predisposições que o empregado transmite aos colegas no momento em que entra para a organização; • influência dos dois aspectos anteriores sobre o moral e a atitude do supervisor e do chefe; • influência dos dois aspectos anteriores sobre o moral e a atitude dos clientes e fornecedores; Custo extra laboral: • despesas de pessoal extra ou horas extras necessárias para cobrir a vaga existente ou para cobrir a deficiência inicial do novo empregado; • tempo adicional de produção causado pela deficiência inicial do novo empregado; • elevação do custo unitário de produção com a queda da eficiência média provocada pelo novo empregado; • tempo adicional do supervisor aplicado na integração e no treino do novo empregado. Custo extra-operacional: 19 • custo adicional de energia eléctrica, devido ao índice reduzido de produção do novo empregado; • custo adicional de serviços de manutenção, utilidades, planeamento e controlo de produção, expediente, etc..., que se tornam mais elevados devido ao reduzido índice de produção do novo empregado; • acréscimo de erros e problemas de controlo de qualidade provocados pela inexperiência do novo empregado. Custos terciários da rotatividade do pessoal: Estão relacionados com os efeitos que se fazem sentir a médio e longo prazo. Relativamente aos custo quantitativos e qualitativos estes custos terciários são apenas estimáveis. Custo extra-investimento: • aumento proporcional das taxas de seguros, depreciação do equipamento, volume de produção reduzido face às vagas existentes ou aos empregados admitidos, mas que se encontram ainda no período de ambientação e treino; • aumento do volume de salários pagos aos novos empregados e respectivo reajustamento dos restantes empregados. Perdas nos negócios: • reflexos na imagem e nos negócios da organização, provocados pela qualidade dos produtos ou serviços executados por empregados inexperientes em fase de ambientação. A rotatividade de pessoal, quando realizada de forma acelerada e sistemática apresenta variados aspectos negativos, que se tornam factores de perturbação. Principalmente quando são realizadas de forma intencional pelas organizações no sentido de obter falsas vantagens no curto prazo. A médio e longo prazo a rotatividade provoca grandes prejuízos à organização, ao mercado e à economia como um todo e principalmente ao empregado. 20 BIBLIOGRAFIA Chiavenato, I., Recursos Humanos, Edição compacta, �tlas.,4ª ed., 1998; Cascio, W., Managing Human Resources - Productivity, Quality of Work Life, Profits, Englewood Cliffs, McGraw-Hill, Inc.,4th ed., 1995; Sherman, A., Bohlander, G., Snell, S., Managing Human Resources, Cincinnati, Shout- Western College Publishing,11ª ed., 1998; 21 NOTAS E OBSERVAÇÕES:
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