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Fichamento - civil I

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Faculdade de Direito – UFBA
Discente: Tâmara Brito de França
Docente: Pablo Stolze
Turma: Teoria Geral do Direito Civil 1
FICHAMENTO:
Capítulo II - A Codificação do Direito Civil 
A codificação do Direito Civil é um assunto extremamente importante para o entendimento do funcionamento deste ramo jurídico bem como o significativo processo para tal aperfeiçoamento do Direito Civil brasileiro.
Os autores iniciam o capítulo explicando o sentido da codificação e o que é um código, tal reflexão, faz-se como veículo para uma melhor compreensão do que eles querem dizer no decorrer do capítulo aqui estudado. Para tanto, eles afirmam que codificação é um processo de organização, que reduz a um diploma diferentes regras jurídicas da mesma natureza, agrupadas segundo um critério sistemático.
Como todo o processo de mudança é comum que haja argumentos favoráveis e contrários, dessa forma, não foi diferente com o processo de codificação.
 Há grandes vantagens na codificação, uma delas consiste na unificação do Direito vigente em determinado país por um critério uniforme. O caráter de unificar o Direito de um povo traz a realização de unidade política, fator crucial de segurança e estabilidade nas relações jurídicas. Os autores nos apresentam o Código de Napoleão como um dos exemplos mais didáticos das vantagens da codificação, que, no entanto, tem força de representatividade, a sua importância é refletida na atualidade, por ainda está em vigor na sua maior parte e, a influência que causa na elaboração do direito positivo moderno. Em consonância com os autores, um processo de codificação permite, contudo, a conversão do direito pensado na doutrina para o direito positivado. Vale ressaltar, os códigos somente devem surgir quando o direito de um povo já se encontra amadurecido.
Já apontado os critérios vantajosos, alguns autores tiveram posição contrária, a exemplo do respeitável jurista alemão Savigny, o qual afirmava que os códigos seriam, entretanto, uma fossilização jurídica, a qual impedia o curso natural da sua evolução. Para tanto, Savigny era defensor da prática jurídica e dos costumes.
Outrossim, Gabba também foi adversário das codificações, na sua perspectiva estas facilitavam a missão e as pretensões dos medíocres. Por sua vez, Saleilles afirmou que a legislação codificada não é flexível, de forma a atender apenas as exigências da vida social no instante que é estabelecida, tornando-se desarrazoada a fixação do direito em um só diploma. 
Em consonância com Stolze e Pamplona, os códigos devem ser realmente feitos para durar, porém não para ser perpétuo, visto que a sua interpretação deve respeitar os valores e época em que vive o intérprete, porquanto, o direito tende a ser plástico, flexível e maleável. Nesse sentido, os autores fazem uma crítica ao Brasil, salientando que não adianta mudar as leis se a mentalidade dos aplicadores continua a mesma.
Em virtude de explicação histórica, os autores retomam ao Direito Romano o qual influenciou fortemente o Direito Civil ocidental. Nas dimensões de influencia, o autor cita Aberlado Lobo, o qual aponta dados relevantes, ele diz que mais de 4/5 dos artigos do Código Civil de 1916 sofreram influência, ou foram diretamente apreendidos das fontes da organização justinianeia, ou indiretamente da legislação alemã, portuguesa, francesa e italiana, visto que, essas também foram largamente nutridas pela cultura romana. 
Vale ressaltar, sobretudo, o Código Napoleão, o qual é um dos mais duradouros diplomas normativos de direito privado do mundo ocidental, sendo, até hoje, o Código Civil vigente na França, embora alterado em muitas disposições, como já fora dito anteriormente. 
Os autores também consideram o BGB (Burgerlich Gesetzbuch) como importante fonte histórica no estudo da codificação. Tendo seu conteúdo como fonte de inspiração tanto para o projeto do CC-16 quanto para p do CC-02.
O processo de codificação do Direito Civil no Brasil teve um processo lento, no entanto, alguns dos fatores que justificam esse processo são apontados de forma linear nesse capítulo. Um dos pontos que devemos destacar é a situação do Brasil em relação ao mundo naquele contexto histórico. Antes de declarar a independência, todo o sistema normativo adotado em Portugal era aplicado em nosso território. Toda via, é possível enxergar a fragilidade disso, uma vez que, embora, o Brasil sendo ex-colônia portuguesa não havia semelhança entre as sociedades, portanto, a norma vigente do Brasil nesse período não era de acordo com a realidade brasileira. Em que pese, Portugal revogou tais ordenações em 1867, mas, ainda assim, elas continuaram a viger no Brasil.
Inicialmente o baiano Augusto Teixeira de Freitas, preparou a “Consolidação das Leis Civis”. Toda via, segundo os autores, em função de pressões para promulgação rápida e vendo a necessidade de revisar o texto, Teixeira de Fretas, preferiu renunciar em 1866. 
Diante de várias tentativas, a atividade destinada a grandes juristas, como por exemplo, Felício dos Santos, Coelho Rodrigues, dentre outros, não obteve êxito. Por fim, após mais de 15 anos de sua apresentação original, em dezembro de 1915 foi aprovado o Código Civil brasileiro, sancionado e promulgado em 1º de janeiro de 1916, convertendo-se na Lei n. 3071/16, entrando em vigor, somente, em 1º de janeiro de 1917. O projeto foi elabora pelo ilustríssimo professor Clóvis Beviláqua em 1899, o qual se aproveitou em boa parte do projeto anterior de Coelho Rodrigues. A elaboração desse projeto, em 1902, contou com a ajuda crítica do parecer de Ruy Barbosa, o qual se prende ao ponto de vista da forma. Portanto, em 1912 o Senado conclui o seu papel, remetendo o Projeto à Câmara, com grande número de emendas.
O Código Civil brasileiro de 1916, de acordo com o Capítulo 2 do livro Novo Curso de Direito Civil 1, seguiu o exemplo do Código Civil alemão, contou com uma Parte Geral, e outra Especial. 
Devido às modificações da sociedade, houve várias tentativas de reformas, podendo destacar a da década de 40 com o anteprojeto de Código de Obrigações e, na década de 60, os projetos de Cario Mário da Silva Pereira e Orlando Gomes. Dessa forma, várias leis, foram modificando disciplinas especificas do conteúdo do Código Civil.
O Código de Napoleão, de 1804, marca o início do processo de constitucionalização do Direito Civil. 
Originalmente o Código é marcado por influência burguesa, no qual assegurava os seus interesses, destarte, pode-se concluir, portanto, que este seguiu uma lógica individualista do iluminismo. Diante disso, os autores nos chamam a atenção quanto ao primeiro Código Civil brasileiro, o qual foi elaborado de forma a atender a sociedade agrária conservadora daquele momento, sendo assim, se preocupando mais com o ter (o contrato e propriedade) do que com o ser (os direitos da personalidade, da dignidade da pessoa humana).
O código, entretanto, teve um sistema de regras formulado para reger todos os aspectos das relações privadas, a fim de manter com segurança as relações sociais.
“O código pretende ser o sol do universo normativo”. (p.102)
A codificação é também criticada por tentar reunir, em um único lugar, diversas matérias, entretanto, existem outros ordenamentos que tratam de assuntos específicos, a exemplo da ECA. Para tanto, não há razão de se submeter à codificação. 
Os autores trazem a ilustre posição do autor Luiz Edson Fachin, o qual discute que:
“se o Código não é apto a ensejar a discussão e o reconhecimento das transformações da realidade, é um instrumento de sua conservação”. (p.105)
Em consonância com os autores, a Constitucionalização do Direito Civil teve significativa importância nesse contexto, visto que, o Direito Civil passou a abarcar e se apoiar nos princípios e normas constitucionais, reconhecendo e dando mais atenção aos Direitos do Homem.
Ao contrário do movimento codificador do Direito Civil, o qual se achava autossuficiente, a descentralização do Código Civil, visto que inserido em um contexto mais democrático, tem como a ConstituiçãoFederal seu norteador, estruturador da harmonia do conjunto, uma vez que esta se preocupa com a dignidade da pessoa humana. 
Temos a CC-16, exemplo citado por Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona, sendo ela marcada, embora com sua magnitude técnica, por egoísmo, patriarcalismo e autoritarismo. 
“Preocupa-se com o ‘ter’, e não com o ‘ser’”. (p.106)
Diante desse novo prisma para o Código Civil, o qual busca respeitar e se submeter à Constituição, em 1969, foi criada uma nova Comissão para rever o Código Civil, o intuito era de criar um novo código em vez de emendar o antigo. 
“Depois de anos de debates na Câmara dos Deputados, onde a matéria até se mostrou esquecida, ante a sua ausência de um clamor social que a exigisse, em 1984, foi aprovado o projeto, com sua transformação no Projeto de Lei n. 634/B, conforme publicação no Diário do Congresso Nacional de 17 de maio de 1984 (Suplemento n.47)”. (p.108)
Após longos anos, segundo os autores desta obra, o projeto adormecido foi retomado no Senado pela relatoria do Senador Josaphat Marinho. Embora o projeto tenha sido louvado com o digno reconhecimento, se apresentava em retrocesso em alguns aspectos, tornando-o assim inconstitucional. Dessa forma, o Deputado Ricardo Fiuza foi designado a Relator, diante das inconstitucionalidades cometidas, e a falta de possibilidade em mexer no projeto, o Deputado conseguiu aprovar um projeto de resolução, alterando o Regime Comum do Congresso Nacional, a fim de fazer as devidas alterações. 
“No ano de 2001, o projeto foi finalmente levado a votação, após as “atualizações” procedidas pelo relator, Deputado Ricardo Fiuza, sendo aprovado por acordo de lideranças e levado à sanção presidencial”. (p.109)
Portanto, em 2002, foi aprovado o Novo Código Civil brasileiro, que dentre muitas outras modificações, segundo os autores, consagra a unificação parcial do direito privado (obrigações civis e comerciais).
O Código Civil de 2002 tem como seus princípios norteadores: princípio da eticidade, socialidade e operabilidade. Dessa forma, podemos enxergar o quanto o Código Civil brasileiro se humanizou e se ajustou as necessidades sociais do século XXI.

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