Buscar

SEMANA_AULA_02

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Faculdade Estácio de Sá – Vila Velha
Graduação em Direito
Disciplina de História do Direito
Profª. Aline Vasconcellos
6
AULA SEMANA 2 – PERÍODO COLONIAL 
1 – ANTECEDENTES HISTÓRICOS:
1493. Bula Inter Coetera: Papa Alexandre VI. O novo mundo devia ser dividido entre Portugal e Espanha. Caberia a Portugal as terras encontradas até 100 léguas à oeste do Arquipélago de Cabo Verde, já para a Espanha, todas as terras que fossem descobertas fora desse limite, lhe pertenciam.
1494. Tratado de Tordesilhas: uma nova medida foi determinada, a 370 léguas das ilhas de Cabo Verde. O tratado de Tordesilhas vigorou por mais de dois séculos. Essa nova determinação faria com que Portugal assegurasse sua autoridade sobre parte dos territórios do Brasil.
1500 . 22 de abril. Data oficial da chegada dos portugueses ao Brasil. Descobrimento do Brasil.
2 – PERÍODO PRÉ-COLONIAL: 
1500-1530. Feitorias→escambo→pau-brasil→expedição guarda-costa.
1501. Expedição exploratória do Brasil, com Américo Vespúcio.
1503. Expedição exploratória de Gonçalo Coelho.
Ordenações portuguesas que serviram como base jurídica neste período:
 →Ordenações Afonsinas: 1446
 →Ordenações Manuelinas: 1521
3 – PERIODO COLONIAL: 
1530-1815. Pacto colonial→ plantation→ domínio metropolitano.
Ordenações portuguesas que serviram como base jurídica neste período:
 →Ordenações Manuelinas: 1521
 →Ordenações Filipinas: 1603
1532. Expedição colonizadora de Martin Afonso de Sousa.
1534. Sistema de Capitanias Hereditárias: Criação das capitanias hereditárias, que dividem a colônia em 14 faixas de terra. Forma que o Império português encontrou para implementar a colonização sem arcar com os altos custos desse processo, consistindo na DELEGAÇÃO da colonização a particulares, por meio de doações em USUFRUTO HEREDITÁRIO de grandes faixas de terra.
→Forais: Estabeleciam os direitos e deveres dos donatários, como por exemplo o direito de administrar a capitania, aplicar a justiça, conceder sesmarias, transferir a capitania a seus herdeiros. Por outro lado o donatário tinha deveres como o de não alienar a capitania, de garantir o monopólio metropolitano sobre o pau-brasil, de repassar parte do metal precioso encontrado para Portugal. Os forais constituem espécie importante de Carta de Privilégio e suas dimensões variavam muito.
→Carta de Doação: documento que comprovava a doação feita por Portugal ao donatário, indicando a POSSE da capitania, podendo apresentar os limites de sua capitania. 
→Alvarás Régios: licenças reais, utilizadas em assuntos específicos, funcionando como licença real para determinado ato.
→Cartas Régias: é o nome dado ao documento oficial assinado por um monarca que segue para uma autoridade contendo determinações gerais e permanentes.
1548. Criação do Governo Geral: O fracasso das capitanias hereditárias, devido a falta de comunicação com a metrópole, a necessidade de grandes recursos para implementar a colonização, os conflitos com os indígenas, entre outros fatores, levaram o governo português de D. João III a estabelecer o Governo Geral da colônia, em Salvador. O sistema de capitanias hereditárias continuou existindo até 1759.
4 – ASPECTOS GERAIS DO PERÍODO: 
O período colonial brasileiro se caracteriza pelo domínio da Metrópole (Portugal) sobre a Colônia (Brasil) por meio pacto colonial. Por meio do pacto colonial a Metrópole estabelecia os produtos que a Colônia devia produzir, tendo como prioridade o fornecimento de produtos agrícolas para a Metrópole (a produção de manufaturados estava proibida). Quanto à Metrópole (Portugal), além de possuir o exclusivo colonial, sendo a única a comercializar com o Brasil, também realizava o comércio de produtos manufaturados para a Colônia (em sua maioria adquirido em outros países).
A Colônia era vista como um braço produtivo da Metrópole.
Neste período a produção colonial se estabelece dentro do sistema de plantation (latifúndio, monocultura para exportação e escravismo).
Quanto aos aspectos sociais e culturais predominou a sociedade patriarcal, com destaque para o poder dos senhores de engenho, com pouca mobilidade social. Deste modo a organização social define-se, de um lado, pela existência de uma elite constituída por grandes proprietários rurais, e, de outro, por pequenos proprietários, índios, mestiços e negros, sendo que entre estes últimos pouca diferença havia, pois sua classificação social era quase a mesma (Wolkmer, 2007. p.48).
 
A convivência de rupturas e permanências com a cultura portuguesa foi aspecto constante neste período, visto que se por um lado os aspectos da cultura dominante (portuguesa) eram impostos com muita força, por outro, a convivência entre portugueses, nativos indígenas e escravos africanos deixava sua marca criando novos hábitos sociais. 
Como consequência desse movimento de rupturas e permanências se estabeleceu uma “sopa cultural” que se refletiu na religião (sincretismo religioso), na população (miscigenação racial) e também na política e no Direito. 
5 – O DIREITO NO PERÍODO COLONIAL:
Durante o período das capitanias hereditárias preponderou o poder dos donatários que por meio dos forais recebiam o direito de nomeação de autoridades administrativas e juízes. Assim, tinham o privilégio de exercer a justiça, mas não exerciam esse poder de forma livre, sendo obrigados a seguir as leis do Reino e os limites estabelecidos nas Cartas Forais. Era o donatário que nomeava o ouvidor para exercer a jurisdição civil e criminal (Castro, p. 2014, p 302).
A liberdade dos donatários e o desinteresse da maioria deles pelas capitanias levou o sistema ao fracasso, fazendo com que Portugal concluísse pela necessidade de maior atuação governamental na Colônia, criando o Governo-Geral em 1548. 
Diferente do que acontecia durante a predominância do poder dos donatários, os governadores gerais estavam, ao mesmo tempo, sujeitos diretamente ao poder metropolitano e sujeitando a colônia a esse controle (Castro, p. 2014, p 303). Juntamente com o Governador Geral atuava o ouvidor-geral.
Segundo Caio Prado Júnior (1994, p. 51) um dos grandes erros da colonização portuguesa foi exatamente a transposição do modelo judiciário utilizado em Portugal para o Brasil, sem respeitar as especificidades locais, como, por exemplo, a diferença entre os dois territórios. Assim, as autoridades e o poder estavam concentrados nas capitais e sedes, enquanto o resto do território ficava praticamente desgovernado e a centenas de léguas da autoridade mais próxima. A solução portuguesa para essa situação era a previsão de correições e visitações, ou seja, excursões administrativas feitas em todos os recantos da jurisdição, contudo, estas raramente aconteciam.
Pode-se apontar como grande mudança no judiciário deste período a criação de tribunais recursais chamados Tribunais de Relação (primeiro na Bahia em 1609). Os Tribunais da Relação funcionavam como instâncias recursais, atuavam em alguns casos novos e exerciam avocação do juízo criminal (Wolkmer, 2007, p. 75).
A novidade trazida pelos Tribunais de Relação esteve na forma de administração da justiça não mais efetuada pelo ouvidor-geral, mas centrada na burocracia de funcionários civis preparados e treinados na Metrópole. Estudos sobre os magistrados desses tribunais revelam a obediência e lealdade desses agentes, primeiramente de origem portuguesa e posteriormente com a atuação de brasileiros (Wolkmer, 2007, p. 80). 
Por tratar-se de “espinha-dorsal” do governo real, o acesso à magistratura, enquanto função privilegiada, baseava-se na escolha segundo a origem social, além de graduação na Universidade de Coimbra e experiência na profissão.
O abrasileiramento da Burocracia: Teoria de Stuart B. Swartz, que afirma que no Brasil colonial a administração da justiça acontece com a convivência e interação entre duas modalidades complexas de organização sócio-política:
Relações burocráticas baseada em procedimentos racionais, formais eprofissionais. (racionalismo, atuação formalista e padronizada)
Relações primárias baseadas em parentesco, amizade, apadrinhamento e suborno. (patrimonialismo).
Assim, pode-se observar a formação de uma elite burocrática nas funções judiciais, com magistrados preparados e atuando como representantes da própria administração metropolitana (principalmente nas atividades de fisco) ao mesmo tempo em que exercem sua atividade de forma patrimonialista, ou seja, utilizando-se do cargo público como se fosse parte de seu patrimônio, conseguindo vantagens econômicas e sociais por meio dele. 
Segundo Schwartz (in Wolkmer, 2007, p. 85) as irregularidades praticadas pelos magistrados, na ótica da Coroa, eram compensadas pelas funções políticas que eles desempenhavam.
Apenas para que se tome conhecimento do “aparelho judicial” do Período Colonial, o quadro abaixo apresenta a estrutura judiciária do Brasil colônia depois das ordenações Filipinas (Séc. XVI-XIX) de acordo com os estudos de Jônatas L. M de Paula, citado no Livro “História do Direito” de Flávia Lages de Castro:
1ª Instância: Juízes singulares (ouvidores, juízes ordinários e juízes especiais).
	CARGO
	CARACTERÍSTICAS
	Ouvidor
	Além das funções administrativas cabia-lhe conhecer e julgar: por ação nova ou por avocação a seu juízo, os processos cíveis e criminais em que fossem partes interessadas juízes, alcaides, procuradores, tabeliães, fidalgos, abades, priores ou pessoas gradas; suspeições de juízes e as causas em que esses se dessem por impedidos, as causas da competência dos juízes de fora, das cidades e vilas situadas a duas léguas ou menos da sede da comarca; agravos dos juízes ordinários e de fora e as apelações dos juízes ordinários nas causas que não excedessem sua alçada. 
	Juiz Ordinário ou da Terra
	Eleito entre os “homens bons” (homens considerados de maior valor) tinha como função: processar e julgar processos cíveis e criminais; onde não houvesse juiz de órfão deveria exercer também atribuições deste; processar e julgar, sem recurso, juntamente com os vereadores as injúrias verbais ou, singularmente mas com recurso quando o caso tratasse de fidalgo ou cavaleiro; julgar as apelações e agravos das decisões dos almotacéis.
	
JUÍZES ESPECIAIS
	Juiz de Vintena
	Eleito anualmente pela câmara de vereadores na base de um juiz para cada 20 habitantes, distante uma légua pelo menos da sede, cabia-lhe: julgar em processo verbal, sem apelação nem agravo as questões de pequena monta, excluindo-se as relativas a bens imóveis e infrações a posturas municipais.
	Almotacéis
	Em número de dois para cada município. Competia-lhes: questões sobre servidões urbanas e nunciações de obras novas.
	Juiz de Fora
	Era nomeado pelo poder central e substituía o juiz ordinário nas causas cíveis cujo valor não ultrapassasse mil réis nos bens móveis e nas localidades de até 200 casas, bem como tinha a competência para causas de bens móveis com valor de até 600 réis e bens imóveis até 400 réis.
	Juiz de Órfãos
	Eleitos ou nomeados se o município possuísse mais de 400 vizinhos e cabia-lhe processar e julgar inventários, partilhas, causas decorrentes deles ou em que fosse parte deles menores ou incapazes, assim como as causas envolvendo tutela e curatela.
2ª Instância: composta por tribunais colegiados, agrupando os chamados Tribunais de Relação (inclui-se aqui o Desembargo do Paço, Conselho da Fazenda, Mesa de Consciência e Ordens). 
Órgão de 3ª Instância: Casa de Suplicação, órgão máximo com sede em Lisboa.
A Estrutura do Judiciário hoje:
OBS: De acordo com o Art. 92 da CF, o Conselho Nacional de Justiça faz parte do poder judiciário, contudo, por não exercer a jurisdição, não aparece no organograma acima.
A Estrutura do Judiciário no Brasil Colonial:
Referências:
WOLKMER, Antonio Carlos. História do direito no Brasil. 4ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2007, p. 11.
CASTRO, Flávia Lages de. História do Direito: Geral e Brasil. 10ª ed. Rio de Janeiro: Lume Juris,

Outros materiais