Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ERITROGÊNESE E PLAQUETOGÊNESE FISIOLOGIA DO ERITRÓCITO FISIOLOGIA DA PLAQUETA Prof. Dr. Amauri Antiquera Leite Disciplina de Hematologia Clínica Faculdade de Ciências Farmacêuticas UNESP – Araraquara (16) 3301-5708 leiteaa@fcfar.unesp.br ERITROGÊNESE NORMAL Fase mesoblástica Fase hepato-esplênica Fase medular LOCAIS DE HEMATOPOIESE NascimentoMeses Anos de vida Medula óssea Saco Vitelíneo Fígado ? Baço Vértebras Esterno Pré-natal Pós-natal Femur Ce lu la rid ad e TEORIA MONOFILÉTICA CFU - Unidade Formadora de Colônia $ CFU-GEMM - Unid. Form. Col. de Granulócitos, Eritrócitos, Monócitos e Megacariócitos $ IL, GM-CSF e EPO BFU-E - Unidade Formadora de Crescimento Rápido Eritróide $ IL-3, GM-CSF e EPO CFU-E - Unidade Formadora de Colônia Eritróide $ EPO PRÓ-ERITROBLASTO 20 h $ ERITROBLASTO BASÓFILO 40 h $ ERITROBLASTO POLICROMÁTICO 24 h $ ERITROBLASTO ORTOCROMÁTICO 30 h $ RETICULÓCITO 72 h $ ERITRÓCITO 120 dias M E D U L A Ó S S E A S A N G U E 7 a 10 D I A S Pró-Eritroblasto (PE) $ Eritroblasto Basófilo (EB) $ Eritroblasto Policromatófilo (EP) $ Eritroblasto Ortocromático (EO) $ Reticulócito $ Eritrócito ou Hemácia ERITROGÊNESE PE PE EO EP EO EB EP EB Célula Diâmetro Relação N/C Núcleo Citoplasma Pró- eritroblasto 14-20 mm Alta (4:1) Cromatina avermelhada, clara, homogênea, 1 a 2 nucléolos Escasso, intensamente basófilo, halo claro perinuclear Eritroblasto basófilo 12-17 mm Média (1:1) Central, cromatina irregular com alguma condensação Maior, basófilo de cor azul intenso - início da hemoglobinização Eritroblasto policromático 12-15 mm Baixa (1:4) Central, redondo, cromatina violeta, densa e condensada Azul pálido ao cinzento, mistura de basofilia e acidofilia – puuca Hb Eritroblasto ortocromático 8-12 mm Muito baixa (1:8) Pequeno, picnótico Freqüentemente excêntrico Abundante, ortocromático (acidófilo) - Hb Reticulócito 7-10 mm ----- ----- Levemente acinzentado pela presença de RNA e Hb Eritrócito 7-8,3 mm ----- ----- Vermelho, bicôncavo e halo central mais claro. ERITROGÊNESE NORMAL Extrusão do núcleo do eritroblasto ortocromático dando origem ao reticulócito FORMAÇÃO DO RETICULÓCITO Usuario Nota A contagem de reticulócitos é importante pq é um indicador da capacidade funcional da medula óssea diante ada anemia: elevação de reticulócitos pode indicar uma atividade proliferativa compensatória por parte da medula óssea (ex. anemias hemolíticas), eqto uma porcentagem normal ou reduzida em paciente anemico indica uma medula hipoproliferativa ( anemia por menos produção de hemácias) Usuario Nota o núcleo perdido é fagocitado por macrofados da M.O. O reticulócito retem ainda alguma capacidade de sintese proteica pq possui resquisios de organelas como RNA. Cerca de 10-20% da sintese de hemoglobina se completa nesse estágio. ALém disso, essas cels possuem ainda alguma capacidade de respiração, pq possuem restos de mitocondrias. Após a perda do núcleo, cessa a sintese proteica e a capacidade de metabolismo aerobico, restringindo-se a metabolização da glicose pela via de Embden-Meyerhoff (geração de ác láctico) e shunt das pentoses. ERITROPOIETINA ERITROPOIETINA § Hormônio glicoproteico § Secretado pelo córtex renal § Regula a eritropoiese . baixa pressão parcial O2 grandes altitudes diminuição do número GV ↑ necessidade de O2 - tecidos . estimula proliferação de células tronco precursoras de GV § Principais medicamentos Eprex, Hemax eritron, Epotin, Hemoprex, Epo 5000, ..... PLAQUETOGÊNESE Prof. Dr. AMAURI ANTIQUERA LEITE PLAQUETOGÊNESE NORMAL CFU $ CFU-GEMM $ CFU-Meg $ Megacarioblasto $ Megacariócito Basófilo $ Megacariócito Acidófilo $ Plaquetas PLAQUETOGÊNESE Célula Diâmetro Relação N/C Núcleo Citoplasma Megacarioblasto 15-50 m Alta Redondo, reniforme ou enovelado, 1 a 2 nucléolos Escasso e basófilo. Megacariócito basófilo 20-80 m Média Redondo, reniforme ou Irregular Maior que anterior, grumos e granulações grosseiras Megacariócito acidófilo 30-100 m Baixa Grande multilobulado, cromatina grosseira Citoplasma abundante, sem limites precisos, rendilhado, liberando plaquetas Plaquetas 2 a 5 m Ø por 1 m espessura N Não tem núcleo Fragmento citoplamático com forma discóide e limites imprecisos PLAQUETOGÊNESE METABOLISMO DOS ERITRÓCITOS • Perda núcleo e organelas citoplasmáticas • Especializada no transporte de O2 – hemoglobina • Vive ± 120 dias – desaparece por seqüestrarão esplênica – SMF • Obtenção energia – Oxidação da Glicose . energia calórica . energia redutora Quando lançado na corrente circulatória Discos bicôncavos ð transporte de O2 • diâmetro de 7,5 a 8,3 m • volume de 82 a 98 fL FISIOLOGIA DO ERITRÓCITO ERITRÓCITOS OU HEMÁCIAS Fisiologia do Eritrócito Membrana – estrutura e funções Hemoglobina - estrutura e funções - definição - síntese do Heme - síntese da globina - hemoglobinas normais - funções da Hb - Oxi e Deoxi-Hb - Outros ligantes da Hb Via glicolítica e metabolismo energético do GV • Cito-esqueleto fibrilar da membrana • Manutenção da forma bicôncava • Manutenção do metabolismo equilibrado Bomba de Sódio-Potássio Na+ sem perda K+ Þ Volume Þ Hemólise K+ Þ retração ou encolhimento da célula Bomba de Cálcio Ca++ estabiliza e regula a estrutura fosfolipídica da membrana Ca++ causa menor deformabilidade e alterações de forma PROTEÍNAS DA MEMBRANA ERITROCITÁRIA Fisiologia do Eritrócito MENBRANA - CONSTITUINTES ESTRUTURAIS Usuario Nota O excesso de lipideos e as proteinas integrais dos eritrocitos ( banda 3, glicoforinas etc) conferem aos msmos flexibilidade e capacidade de atravessar os capilares sanguineos. MEMBRANA - CONSTITUINTES ESTRUTURAIS Proteínas integrais • Transmembranas – atravessam a dupla camada • Interagem com o centro composto de lipídeos hidrofóbicos • Fortemente ligadas (ancoradas) Proteínas periféricas • Formam o cito-esqueleto fibrilar da membrana • Localizadas na face citosólica ou interna da membrana • Estabelecem ligações com as proteínas integrais e lipídeos da membrana MEMBRANA DO GLÓBULO VERMELHO CONSTITUINTES ESTRUTURAIS PROTEÍNAS INTEGRAIS • Banda 3 • Glicoforinas PROTEÍNAS PERIFÉRICAS • Espectrinas a e b • Anquirina • Proteínas 4.1 (4.1a e 4.1b) • Proteína 4.2 • Proteína 4.9 ou Dematina • Actina • Banda 6 ou GAPD – enzima gliceraldeído fosfato desidrogenase • Banda 7 ou Tropomiosina • Aducina Adaptado de Tse, WT e Lux, SE. Br. J. Haematol. 104, 2-13, 1999. COMPLEXO JUNCIONAL CITO-ESQUELETO ESTRUTURA DE MEMBRANA DO GLÓBULO VERMELHO Adaptado de Tse, WT e Lux, SE. Br. J. Haematol. 104, 2-13, 1999. Fisiologia do Eritrócito Membrana – estrutura e funções Hemoglobina - estrutura e funções - definição - síntese do Heme - síntese da globina - hemoglobinas normais - funções da Hb - Oxi e Deoxi-Hb - Outros ligantes da Hb Via glicolítica e metabolismo energético do GV HEMOGLOBINA - Proteína corada de peso molecular de 64.458 D -Tetrâmero formado por: . dois pares de cadeias polipeptídicas (globinas); . ligadas a 4 núcleos Heme - Função de transporte de Oxigênio Curiosidades Eritrócito – solução de 5 nM de Hb 280 milhões de moléculas de Hb por célula 14 x 1014 moléculas por mm3 7 x 1021 moléculas de Hb nos 25 x 1012 eritrócitos circulantes 7.000.000.000.000.000.000.000 mol. Hb 25.000.000.000.000 GV circulantes Definição SÍNTESE DA HEMOGLOBINA Ciclo Mitocondrial e Citoplasmático- Formação do HEME Ciclo Citoplasmático - Formação das globinas - Formação da Hemoglobina Coproporfirinogênio SÍNTESE DO HEME – Ciclo Mitocondrial e Citoplasmático Protoporfirina IX + Ferro - 4 anéis pirrólicos - ligados por pontes metílicas a um átomo de Ferro - Ligado a uma cadeia de globina Coproporfirinogênio SÍNTESE DAS CADEIAS DE GLOBINAS Coproporfirinogênio Produção de Hemoglobinas “Adulto” (6 meses) Valores ao nascer 80% Hb fetal 20% Hb A Valores no Adulto Hb A = 96 a 98% Hb F = 0 a 1% Hb A2 = 2 a 3,6% Cadeias Globínicas a e b Cadeia globina do tipo alfa (141 aminoácidos) O2 Usuario Realce Usuario Nota o grupo heme da globina alfa está presente num resíduo de histidina na posição 87 Cadeia globina do tipo beta (146 aminoácidos) . O2 Usuario Nota o grupo heme da globina beta está presente num resíduo de histidina na posição 92 ESTADO DE OXIGENAÇÃO DA HEMOGLOBINA Hb desoxigenada Hb Oxigenada CATABOLISMO DA HEMOGLOBINA Fisiologia do Eritrócito Membrana – estrutura e funções Hemoglobina - estrutura e funções - definição - síntese do Heme - síntese da globina - hemoglobinas normais - funções da Hb - Oxi e Deoxi-Hb - Outros ligantes da Hb Via glicolítica e metabolismo energético do GV • Obtenção energia – Oxidação Anaeróbica da Glicose . energia calórica . energia redutora METABOLISMO DOS ERITRÓCITOS Eritroblastos Reticulócitos Eritrócitos Ácidos Nucleicos DNA + - - RNA + + - Via Glicolítica de Embden-Meyerhof + + + Ciclo das Pentoses + + + Ciclo de Krebs + + - Síntese do Heme + + - Síntese de Proteínas + + - Síntese de Lipídeos + + - Sistema de Citocromos + + - Geração de Energia Calórica ATP ð Via Glicolítica 2,3-DPG ð Via Glicolítica NADH ð Via Glicolítica VIA GLICOLÍTICA ANAERÓBICA Desvio de Luebering- Rapoport PRODUÇÃO E ARMAZENAMENTO DE ENERGIA 90% da glicose - metabolizada através da via glicolítica anaeróbica ( via glicolítica de Embden-Meyerhof) • Gerar 2 moles ATP – fonte de energia - manutenção da morfologia e flexibilidade celular - bomba de Sódio-Potássio - bomba de Cálcio • 2,3-DPG – estado de oxigenação da hemoglobina • NADH estado reduzido – Hemoglobina da forma reduzida (Hb Fe+2) PRODUÇÃO E ARMAZENAMENTO DE ENERGIA 10% da glicose – oxidada pelo Ciclo das Pentoses (Desvio da Hexose Monofosfato) • Gerar NADPH – produzido pela G-6-PD e 6-PGD • GSH – manutenção da glutationa na forma reduzida (GSH) . através da ação da Glutationa Redutase (GR) PRODUÇÃO E ARMAZENAMENTO DE ENERGIA Geração de Energia Calórica ATP ð Via Glicolítica 2,3-DPG ð Via Glicolítica Geração de Energia Redutora NADH ð Via Glicolítica NADPH ð Ciclo das Pentoses ou “Shunt” das Pentoses GSH ð Sistema da Glutationa - Antioxidante FUNÇÕES DA GLUTATIONA REDUZIDA NAS HEMÁCIAS Importante papel protetor frente às oxidações presentes 1. Redução dos níveis de peróxido de hidrogênio formados espontaneamente nos processos oxidativos, infecciosos ou após ingestão de drogas 2. Manutenção dos grupos sulfidrilas de enzimas e proteínas da membrana dos eritrócitos no estado reduzido 3. Proteção dos grupos sulfidrilas da hemoglobina A evitando a formação de corpúsculos de Heinz no interior do eritrócito, levando ao seqüestro esplênico prematuro Oxidação 2 grupos SH das cadeias b93 (cisteína) Oxidação 4 grupos SH Intramoleculares Hb insolúvel Precipitação CORPOS DE HEINZ Ação fagocítica no baço macrófagos HEMÓLISE Oxi-Hb Meta-Hb NAD+ NADH Meta-Hb redutase GSSG GSH GR NADPH NADP+ R e v e r s í v e l MECANISMO DE FORMAÇÃO DE CORPOS DE HEINZ I r r e v e r s í v e l Rigidez da membrana Heme → Fe+++ + O˙2 → Estresse Oxidativo Meta Hb + O˙2 → H2O2 → H2O HO˙ Danos ao DNA ↓ Mutagênese ↓ Câncer SOD GSSG catalase PLAQUETAS Definição: Fragmentos citoplasmáticos do megacariócito acidófilo ou produtos de plaquetas, que possuem estruturas discóides de 2 a 5µ de diâmetro, anucleadas, com vida média de 7 a 10 dias. Não aderem entre si quando não estimuladas, nem ao endotélio íntegro, hemácias ou leucócitos METABOLISMO DA PLAQUETA PLAQUETAS Composição •Membrana celular: composta de lipídeos, proteínas, fosfolipídeos e complexo glicoproteico (adesão plaquetária) e enzimas (fosfolipases, ciclo oxigenase....) •Sistema canicular aberto: ductos que atravessam a plaqueta transformando-a em verdadeira esponja, aumentando a superfície de contato para facilitar a captação de nutrientes e facilitar a liberação do conteúdo de suas organelas. •Sistema de microtúbulos periféricos: conjunto de microfibrilas contráteis (tromboastenina) que ao contrair provocam a liberação do conteúdo interno dos grânulos plaquetários e ajudam na retração do coágulo. PLAQUETAS - Composição Grânulos • Glicogênio - reserva energética e metabólica • Alfa (pouco eletrodensos) fator plaquetário 4 – agregação plaquetária beta-tromboglobulina – quimiotático para Fibroblastos na reparação tecidual fatores de crescimento derivados de plaquetas (PDGF) fibrinogênio plaquetário fator vW (adesão) e F VIII e F V inibidor do ativador ao plasminogênio (PAI-1) – inibidor fibrinólise trombospondina (agregação) e fibronectina (coesão de células) • Densos (muito eletrodensos) serotonina – potente agente vaso constrictor ADP (endógeno) – recruta e ativa novas plaquetas ATP Ca++ PLAQUETAS - Composição Fatores Plaquetários • FP 3 - fator plaquetário 3: fosfolipídeo que serve de superfície para a interação dos fatores V e VIII para possibilitar a ativação dos fatores X e II. • FP 4 - neutralizante da heparina Fatores de coagulação • Provavelmente encontram-se adsorvidos na periferia da membrana, formando a chamada atmosfera periférica plaquetária e se encontram ligados à membrana através de receptores. PLAQUETAS - Composição Receptores de superfície • Glicoproteína Ib-IX - adere ao sub-endotélio lesado juntamente com o FvW • Glicoproteína IIb IIIa - agregação plaquetária associada ao fibrinogênio, FvW e fibronectina FISIOLOGIA DA HEMOSTASIA • FASE VASCULAR • FASE PLAQUETÁRIA • FASE PLASMÁTICA • FASE FIBRINOLÍTICA OUTRA PLAQUETA Tampão Hemostático Primário Liberação Agregação Plaquetária Lesão do Vaso Adesão Plaquetária ao colágeno subendotelial FASE PLAQUETÁRIA Adesão • Lesão vascular com exposição de colágeno tipo III e I • Adesão plaquetária . FvW liga-se ao colágeno exposto . ligação da plaqueta ao FvW pelo complexo glicoproteico de membrana (GP Ib-IX) HEMOSTASIA - FISIOLOGIA HEMOSTASIA - FISIOLOGIA Agregação plaquetária • ligação entre plaquetas pela glicoproteína IIb-IIIa e fibrinogênio, • mediado pelo F vW e fibronectina. • recrutamento de mais plaquetas • - mediado pelo ADP exógeno, trombina e TX A2. • perda da forma discóide pelas plaquetas, assumindo forma esférica • contração da tromboastenina pela presença de ADP exógeno, trombina e Ca++ • emissão de prolongamentos • contração leva a concentração dos grânulos no centro da plaqueta. Até esta fase o processo é reversível, bastando para isso retirar ou desmobilizar o Ca++ GP IIb-IIIa Reação de Liberação • contração da tromboastenina com aproximação das estruturas internas da plaqueta • fusão das organelas internas • liberação do conteúdo granular. Agregação Secundária • fusão dos grânulos com liberação de altas concentrações de ADP endógeno e Ca++ • alterações morfológicas com espraiamento das plaquetas • perda da individualidade • formação de um tampão plaquetário+ fibrina Retração do Coágulo • contração intensa da tromboastenina - grande quantidade de cálcio iônico • redução do volume do coágulo - restabelecimento da circulação. HEMOSTASIA - FISIOLOGIA FISIOLOGIA DA COAGULAÇÃO DO SANGUE
Compartilhar