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DIREITO PROCESSUAL PENAL I 1

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DIREITO PROCESSUAL PENAL I
Código de Processo Penal: 1941
Inspiração no código italiano de 1932, conhecido como Código Rocco, editado no período de Mussolini.
Veio substituir o Código Criminal do Império, considerado como Código Liberal.
Advento da Constituição de 1988
Diverge do CPP/41, sobretudo no tange o princípio da presunção de inocência e o princípio do acusatório.
Art. 16, CPP;
Art. 186, CPP.
PANORAMA
2008 - Reforma parcial: reformas pontuais.
2009/2010: à época de Sarney como presidente, existia no Senado Federal um movimento de reforma total:
PLS 156/8
Atualmente, o PL está na Câmara dos Deputados.
PROBLEMAS
2014 – Comissão Interamericana de Direitos Humanos
Questão da prisão preventiva;
Lei 12403: prisão provisória;
O DePen (Departamento Penitenciário): para o seu relatório, não considera os presos nas cadeias;
Superlotação com uma grande rotatividade.
1) Demora processual: inflação do Poder Judiciário
Decorrência de uma sociedade conflituosa: tudo se resolve com um processo, com uma ação;
Expõe uma certa falta de civilidade, pois as pessoas não conseguem conversar entre si e chegar a um acordo acerca de um conflito, sendo necessário que tal acordo seja feito perante a Justiça (JEsp).
Portugal – Contra Ordenação: é o limite entre o ilícito penal e o ilícito administrativo – caso seja crime é necessário o devido processo legal.
2) Cultura jurídica da prisão
Necessidade da punição imediata, ninguém quer esperar o processo se desenvolver;
Prisão instantânea;
Índice de criminalidade subjetiva: pré-julgamento que as pessoas fazem em relação às outras.
CPP: garantia contramajoritária para proteção dos direitos fundamentais.
Autores
Guilherme Nucci
Eugênio Pacelli de Oliveira
Nestor Távora
Auri Lopes Junior (segundo os alunos, este é o autor que ela mais gosta)
Alexandre Morais da Rosa
Fernando Capez
Tourinho Filho
Aula 19/03
- perdi parte da aula.
Alexy (crítica): princípio = unidade de ponderação
Ele cria uma regra de ponderação que é aplicada a todos os casos.
Klaus Gunther: discurso de justificação e discurso de aplicação
Princípio da adequação: análise do caso concreto, com argumentação das partes.
Devido processo legal: due process of Law
Deve ser interpretado paradigmamente;
Pode ser substituído pela expressão “modelo constitucional de processo”
A Constituição é a base principiológica do processo: base/fundação esta que possui três características: expansibilidade, variabilidade e perfectividade.
Microssistemas do processo: processo penal, processo civil, processo consumerista; cada um mantém uma relação com a base principiológica, que é a Constituição, mas, possui características que lhes são próprias.
CDC: inversão do ônus da prova (deve ser dada após o momento da contestação);
CPC – art. 333: cabe ao autor provar suas alegações.
IMPORTANTE: o que faz o Processo Penal ser diferente de todos os outros é a presunção de inocência, que interfere no contraditório e na ampla defesa.
Princípios comuns
Modelo constitucional de processo com quatro princípios fundamentais
Contraditório
Ampla defesa
Fundamentação da decisão
Terceiro imparcial.
Princípios do processo penal
Presunção de inocência
Garantias à liberdade individual do cidadão (interfere na prisão preventiva)
Princípio acusatório: o titular da ação é um terceiro que não o Poder Judiciário.
CONTRADITÓRIO
Princípio da ação e reação;
Posição de simétrica paridade entre os afetados pelo provimento jurisdicional, ou seja, é uma construção participada da decisão;
Processo: procedimento no qual que se realiza o contraditório;
Construção participada da decisão;
Posição simétrica de paridade entre os afetados pela decisão.
Contraditório
Construção da decisão com a participação das partes;
Hoje, o princípio engloba as ideias de “não surpresa” e “influência”
Influência: a parte precisa influenciar na decisão;
Não surpresa: a parte não pode ser surpreendida por uma decisão da qual não participou.
Art. 383, CPP: o juiz pode modificar a classificação do delito na sentença.
Problema: nesse caso, haveria uma surpresa em relação às partes, o que prejudicaria sua influência sobre a decisão.
Contraditório prévio: o juiz deveria abrir vista às partes antes de estabelecer a classificação do crime (estava no projeto do novo CPP), baseando-se nos princípios da influência e não surpresa.
Aula 24/03
Avanços pós CPP/41
Antes, o juiz recebia a denúncia e mandava citar para interrogatório, este composto apenas pelo juiz e pelo acusado. Se não tivesse advogado, o juiz nomeava um para fazer a defesa prévia. Posteriormente, era marcada uma audiência com a oitiva das testemunhas. Feito isso, ocorria mais uma audiência, para, enfim, dar a sentença.
Hoje, pós 2008: há a audiência com a análise preliminar. Depois, há a citação para em 10 dias apresentar defesa prévia. Em um momento posterior, o juiz dirá do recebimento (marca uma AIJ), rejeição (com a resolução sem mérito) ou a absolvição sumária da denúncia (julgamento antecipado da lide). 
AIJ: ouve-se as testemunhas, e por último, ouve-se o acusado. Depois, há as alegações finais orais e, por fim, a sentença.
Entre a defesa prévia e o recebimento da denúncia deveria existir uma vista à parte (no caso, o MP – 5 dias). Estabelecimento do contraditório prévio (vista ao MP antes do recebimento da denúncia).
Outro ganho: o acusado é interrogado na AIJ, com a presença do advogado, podendo este e o MP fazer perguntas. Isso permite que todos tenham conhecimento de todo o conjunto probatório.
Ver arts. 188, 394, 399 e 400.
Prisão processual (art. 282, CPP): preventiva e temporária parágrafo terceiro: garante o contraditório prévio.
Art. 282.  As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-se a: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
I - necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
II - adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado ou acusado. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 1o  As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 2o  As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz, de ofício ou a requerimento das partes ou, quando no curso da investigação criminal, por representação da autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 3o  Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedido de medida cautelar, determinará a intimação da parte contrária, acompanhada de cópia do requerimento e das peças necessárias, permanecendo os autos em juízo. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 4o  No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, o juiz, de ofício ou mediante requerimento do Ministério Público, de seu assistente ou do querelante, poderá substituir a medida, impor outra em cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão preventiva (art. 312, parágrafo único). (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 5o  O juiz poderá revogar a medida cautelar ou substituí-la quando verificar a falta de motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 6o  A prisão preventiva será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar (art. 319). (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
Fiança: medida cautelar diversa da prisão. Se não houver condenação, recebe-se novamente o valor pago corrigido. Se houver, também recebe o valor pago, porém, descontado as custas processuais, a multa, o dano causado à vítima.
Quando o juiz fixa o valor da fiança, ele impede o contraditório, pois o juiz já considera de antemão o valor da fiança, desconsiderandoa situação social e financeira do acusado. Enfim, há uma perda das garantias processuais. A fixação da fiança deve considerar a situação econômica da pessoa (essa questão tem reflexo na prisão, pois essa pessoa não tem dinheiro para pagar a fiança e permanece presa, ferindo, assim, os direitos humanos). Por isso deve-se reconhecer o contraditório.
AMPLA DEFESA
Tempo necessário para argumentação das partes no processo;
É o tempo para a produção de provas, alegações finais, defesa e o direito ao recurso;
2º grau de jurisdição: decorrência da ampla defesa;
A palavra “defesa” poderia ser substituída por “argumentação”.
Ampla defesa é um direito que poderá ser exercido pelas partes, e não só pela defesa.
Preclusão: põe fim ao direito da parte de realizar determinado ato, ou seja, é a perda do prazo para a realização de um ato.
No CPP, se a defesa prévia não é realizada em tempo hábil, o juiz nomeará um advogado para apresentá-la. Os atos do processo penal só serão válidos se houver presença do advogado, caso contrário, não haverá prosseguimento do processo. 
Não há preclusão no processo penal, pois o direito à defesa deve ser preservado.
Direito de defesa
Auto-defesa: direito do acusado de participar da sua defesa (no interrogatório, na produção de provas, de presença na audiência);
É o direito de todo acusado de ser interrogado pelo juiz.
Pacto São José da Costa Rica: o interrogatório é um ato de auto-defesa.
Defesa técnica: é a defesa com a presença do advogado.
Art. 186 e seguintes: o acusado tem o direito a uma conversa reservada com o advogado.
Observação: no Júri, se o acusado disser que é inocente, que foi injustiçado, o Recurso de Apelação já está interposto. O recurso pode ser interposto autonomamente, sem a presença do advogado.
Todo ato jurisdicional no Processo Penal deve ser realizado com a presença do advogado. Se considerarmos, até o interrogatório policial deve ser realizado com a presença do advogado (arts. 185 e 186, CPP)
Réu indefeso: Súmula 523 STF; art. 266 e seguintes do CPP
Aula 25/03
Ampla defesa e contraditório são princípios codependentes: ao desprezar um, o outro será consequentemente afetado (tendo em vista o modelo constitucional de processo – base uníssona)
Contraditório: previsão de um espaço para que a decisão seja construída de forma participada (espaço equivalente para ambas as partes)
Ex.: dar vista a parte sempre que outra juntar um novo documento.
Ampla defesa: está relacionada ao tempo do processo
Dilação probatória: permitir mais tempo para encontrar uma prova;
Art. 400 e seguintes (art. 403, §3º).
AIJ: reúne todos os atos que eram realizados separadamente. Não atinge o contraditório de forma que fique comprometido. Isso mantém/garante a paridade das partes. Porém, a ampla defesa fica comprimida, o que pode comprometê-la.
Art. 185, caput: ampla defesa e contraditório
Parágrafo segundo: videoconferência: excepcional ampla defesa
Parágrafo quinto: ampla defesa
Art. 186, § único: ampla defesa
Art. 188: ampla defesa e contraditório.
PRINCÍPIO DA IMPARCIALIDADE
Não quer dizer neutralidade;
É a equidistância do juiz para com as partes e do fato/caso que ele irá julgar.
Impedimento: envolve uma questão interna ao processo – art. 252
Suspeição: envolve uma questão externa ao processo – art. 254
Equidistância: mesma distância entre defesa e acusação.
Art. 157, §4º: estabelecia a imparcialidade.
Lei do juiz sem rosto: comprometimento da imparcialidade.
Na América Latina, a maioria dos países adota, no Direito Penal, a decisão seja colegiada, e não monocrática, como no Brasil.
Controle jurisdicional do inquérito: para garantir os direitos fundamentais → O juiz que participa da fase do inquérito é o mesmo que julga o processo. Tal situação afeta a imparcialidade: se o juiz julga uma vez, não deve julgar novamente, pois a imparcialidade estaria contaminada.
Novo CPP: para o estabelecimento das garantias, o juiz participaria exclusivamente da fase de inquérito.
Vinculação com a atuação “de ofício” do juiz, ou seja, a atuação do juiz sem necessidade de provocação pela parte.
Art. 312: para o juiz decretar a prisão
Problema: limite da atuação de ofício do juiz – art. 157, §2º
Medida cautelar de natureza excepcional
Produção de provas
Art. 156: iniciativa probatória do juiz
Art. 386, VII: in dubio pro reo → se o juiz determinar a produção de prova em caso de dúvida, a sua imparcialidade é afetada, já que o CPP determina o in dubio pro reo. 
Aula 31/03
Nosso Código Penal é acusatório ou inquisitório? Misto?
→ Ver "O lugar constitucional das partes no processo penal", de Jacinto Pereira
→ Ver Eugênio Pacceli de Oliveira
RECONSTRUÇÃO HISTÓRICA - PRINCÍPIO INQUISITORIAL/ACUSATÓRIO
Sistema Romano era acusatório, o chefe da família assumia o papel de acusador quando a vítima era do seu clã; acusação privada
Expansão do Império: não havia essa estrutura familiar, nem todos falavam latim
O patrimônio da família respondia se eles perdessem, o que levava à impunidade
Influência do Direito Canônico → Inquisitório
Idade Média, formação dos Estados → Inquisitório
	Europa Continental
	Inglaterra (Anglicanismo)
	Pretor julgava e acusava; Direito Canônico influenciava a legislação ordinária
	Retoma o processo acusatório puro; o julgamento é feito pelos seus próprios pares → júri para admitir e julgar, grande e pequeno júri
Juiz separado de quem acusa
Expandiu para Commom Law
	Não existe contraditório
	Com contraditório
	Prova tarifada, ou legal: a legislação estabelece uma hierarquia, há autorização para obtê-la de qualquer modo
	Gestão da prova feita pelas partes 
	Julgamento secreto
	Natureza pública
	
	Liberdade de julgamento, por íntima convicção do jurado
O juiz tem iniciativa probatória e poder instrutório
Dizia-se que o único artigo do CPP que não foi recepcionado foi o 25 do CPP, por permitir que o juiz e o delegado iniciem a ação penal
Quando o juiz gere a prova, ele gera um "quadro mental paranoico", antecipando a hipótese sobre o fato; "primado da hipótese sobre o fato, no processo inquisitório
No Brasil, há uma autorização de iniciativa probatória do juiz
Introdução do artigo 212, CPP: "cross examination": quem faz as perguntas à testemunha são as partes, o juiz atuaria de forma complementar para esclarecer questões obscuras → Despreparo no Brasil
Revolução Francesa: processo misto
A primeira etapa é feita nos moldes do juízo inquisitorial; a segunda, nos moldes do processo acusatório
Porque a gestão da prova pelo juiz incomoda os princípios constitucionais?
Princípio da imparcialidade
Sistema acusatório: juiz que não conhece o processo, juiz novo
Imparcialidade como técnica de julgamento
Princípio unificador
Acusatoriedade ou inquisitoriedade
Não seria possível um sistema misto (Jacinto)
Para Geraldo Prado, é acusatório
Características inquisitoriais:
Matriz inquisitorial do inquérito policial: secreto, conduzido pelo Delegado
Art. 28, CPP: controle judicial do inquérito; meta do CNJ → inquéritos arquivados de crimes dolosos contra a vida até 2009
Permite medidas cautelares de ofício pelo juiz; limitação em 2008 → art. 282, CPP, § 4°
Art. 156, CPP: o juiz, quando busca a prova, diminui o ônus da prova do MP porque procura acusar → fundado na busca da verdade real
Art. 385, CPP
Art. 574, CPP: remessa necessária
Processo de execução penal começa pelo juiz
Art. 26, CPP
Professor Jacinto conclui que o processo penal brasileiro é de matriz inquisitorial com nuances acusatórias. O Código novo teria matriz acusatória, o juiz não pode pedir prova de ofício, nem medidas cautelares
Aula 01/04
FUNDAMENTAÇÃO DA DECISÃO
Fundamentação: Contraditório e Imparcialidade
Interpretação e fundamentação
Critérios para a apreciação da prova
Mito da Verdade Real
O que significa a fundamentação da decisão no Estado Democrático de Direito? Esta questão está intimamente ligada à imparcialidade do juiz.
O problema começana imparcialidade, com o subjetivismo do juiz
A interpretação do Direito a partir de regras e princípios
Tendo como pano de fundo o princípio da reserva legal, deve-se interpretar a norma que será aplicada ao caso concreto, para que se tenha a legitimação da decisão.
O legislador não consegue suprir todas as situações possíveis da vida real; até que ponto o juiz não está interpretando e criando Direito?
A legitimação da decisão no estado Democrático de Direito
Exige que o juiz demonstre o raciocínio lógico-jurídico utilizado por ele ao tomar a decisão, de tal modo que a fundamentação seja completa, respeitando, portanto, o contraditório e a ampla defesa. Cabe a ele analisar todos os argumentos e o conjunto probatório apresentado pelas partes. 
Trata-se de uma fundamentação argumentativa, na qual serão analisados todos os argumentos e provas apresentados pelas partes, na tentativa de encontrar aquele que se apresenta como mais consistente. Deve-se analisar todas as provas apresentadas, inclusive aquelas que não são cabíveis ao caso (nesse caso, cabe Embargos de Declaração quando o juiz não as analisa na decisão). A fundamentação não pode ser com argumentos meta-jurídicos (subjetivos), como, por exemplo, argumentos axiológicos, pragmáticos, econômicos, religiosos e de política criminal. O subjetivismo do juiz não pode contaminar a decisão. Seus argumentos devem ser fundados em critérios jurídicos, construídos a partir de uma decisão participada. Enfim, a decisão deve ser completa e com argumentos jurídicos.
Fundamentação e contraditório: completude da decisão.
Fundamentação e imparcialidade: exige argumentos racionalmente aceitáveis.
Primeiro, buscam-se os argumentos, depois, o juiz decide, e não o contrário.
CF: estrutura da decisão
relatório;
fundamentos;
dispositivo.
A decisão deve ter parâmetros jurídicos: art. 59, CP.
Lembrar da decisão esdrúxula do juiz de Sete Lagoas sobre a Lei Maria da Penha. 
Sistema de apreciação da prova
a) prova tarifada: possui um critério de hierarquização das provas: 1º) confissão, que pode ser obtida até por meio de tortura; 2º) duas testemunhas; 3º) uma testemunha e dois informantes.
Constitui um avanço, visto que, outrora, prevalecia o critério metafísico: duelo ou ordália. 
b) íntima convicção: pela qual o juiz decidia de acordo com sua própria compreensão (liberdade total) do caso 
Questão: no Tribunal do Júri, onde está a fundamentação da decisão???
c) livre convencimento motivado: o juiz, ao decidir, tem que motivar, segundo, ainda, suas convicções. 
ideia presente no CPP;
questão: o que pode convencer uma pessoa, pode não convencer a outra.
Art. 158, CPP: vestígio da prova tarifada
qualquer mudança química, biológica, física produzida por uma ação/omissão de natureza criminosa.
corpo de delito: prova pericial.
Art. 564, III, b, CPP: não é mais aceito pelo STF
hierarquiza os meios de provas;
não é mais aceito pelo STF, pois fere o livre convencimento motivado
Tribunal do Júri trabalha com convencimento, que é subjetivo
OBS: artigo Conjur sobre o Tribunal do Júri e o Tribunal Europeu de Direitos Humanos → propõe a estratificação dos quesitos para se saiba como o jurado decidiu ao julgar o acusado.
Tasquet vs. Bélgica: o tribunal do júri deveria especificar, estratificar a decisão; o réu tem o direito de saber com base em qual prova foi condenado
Alternativa: persuasão racional do juiz:construção racional e argumentativa da decisão.
Argumentação contraditório
Mito da verdade real
Nos manuais antigos, a ideia era:
verdade real: própria do CPP → o juiz não se limita às provas produzidas; iniciativa probatória do juiz, poder instrutório
verdade formal: própria do CPC → a parte produz as provas, o universo de provas com as quais o juiz decide é limitado "se não está nos autos, não está no mundo jurídico"
No processo penal, o que não está no processo não pode ser utilizado na tomada de decisão → princípio da fundamentação. A diferença é que no processo civil ele não pode produzir prova não requerida, e no penal sim.
O juiz pode “sair” do processo para buscar a prova que ele pensa estar faltando. É o chamado princípio da iniciativa probatória do juiz, ou instrução probatória do juiz. Diferentemente do CPC, o juiz tem a permissão para pedir a produção de novas provas não requeridas pelas partes. 
Problema: quando o juiz pede, de ofício, a produção de novas provas, geralmente, é para condenar, porque, para absolver, já existe o in dubio pro reo.
A verdade formal determina que as partes devem introduzir as provas no processo, limitando o juiz, para sua decisão, à análise dessas provas produzidas pelas partes. O juiz julga a partir das provas.
Porém, processo não é lugar da verdade. A verdade absoluta, pretendida pela ciência, não mais existe. Hoje trabalha-se com a ideia de refutação (Karl Popper). A verdade de uma pessoa pode não ser a verdade de outra (Os fatos são tolos, pois precisam de interpretação – Nietzsche). A verdade absoluta pressupõe uma compreensão padrão, compartilhada por todos, sendo que, tudo que estiver fora dessa compreensão padrão será considerado um desvio.
Para acabar com o mito da verdade real:
âmbito científico: não existe a verdade absoluta;
âmbito processual: é uma herança inquisitorial, na qual o juiz determina a produção de provas;
âmbito principiológico: fere o princípio da imparcialidade.
Princípio acusatório: decisão construída com a participação das partes.
Modelo Constitucional do Processo
	Contraditório
	Ampla defesa
	Imparcialidade
	Fundamentação
		Acusatório
		Presunção de inocência
		Garantia de liberdades
		Proibição da prova obtida por meio ilícito
PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA
	Tecnicamente Primário
	Constitucionalidade da Ficha Limpa
	
	Norma de tratamento
	Norma de Garantia
	Norma Probatória
Art. 59, CP.
Sujeito tecnicamente primário: quando ainda não há condenação transitada em julgado.
Fere a presunção de inocência
Como norma de tratamento
Garante ao acusado um tratamento igualitário, ou seja, o mesmo tratamento oferecido a uma pessoa que não esteja respondendo a um processo.
Não se pode impor ao acusado nenhuma restrição sem uma justificação
Súmula Vinculante 11, STF 
Aula 07/04
Como norma de garantia
Está ligada à situação das medidas cautelares pessoais: prisão preventiva/temporária (art. 319, CPP)
Processo cautelar: a prisão processual antes da sentença condenatória é excepcional. Mas, no Brasil, mais da metade da população carcerária está presa sem condenação transitada em julgado.
Art. 5º, LX, CF: a prisão será decretada por juiz competente e de forma fundamentada. Exceção: prisão em flagrante, que decorre da aplicação de uma medida cautelar
Prisão em flagrante: para permanecer preso, o acusado deve reunir alguns elementos (arts. 312, e 313, CPP – necessidade e adequação). A prisão processual é excepcional mesmo que a pessoa tenha sido presa em estado de flagrância.
Art. 282, CPP
Em casos de prisão em flagrante:
Deve-se comunicar o juiz;
O acusado tem direito a um advogado;
Caso não tenha, aplica-se o art. 306, CPP;
Direito à comunicação com a família: é proibida, pela CF, a incomunicabilidade do preso provisório;
Deve ser enviada uma cópia do RED ao MP;
Só continuará preso se preencher os requisitos da prisão preventiva.
O juiz analisa a regularidade da prisão: relaxamento da prisão ilegal;
revogação: ocorre quando os motivos que levaram à prisão não mais existem;
relaxamento: ocorre quando a prisão é realizada de maneira ilegal, ou não se respeita o direito de silêncio;
toda prisão processual deve ser fundamentada e determinada por juiz competente. Em realidade, ela deve ser a exceção, e não a regra. Caso isso ocorra, ela se desnatura de sua condição, o que não se coaduna com o Estado Democrático de Direito;
se a pessoa está presa porque não consegue pagar a fiança, significa que ela preenche os requisitos da liberdade provisória
o processo cautelar está ligadoà urgência, portanto, a prisão processual não pode se estender por muito tempo.
Como norma probatória
distribuição do ônus da prova;
ônus: posição de desvantagem por não ter exercido um direito;
art. 156, CPP: em razão do princípio da presunção de inocência não se pode impor à defesa o ônus de provar a inocência. Quem está incumbido da tarefa de provar as alegações é a acusação.
não se aplica "quem alega, prova" à defesa
princípio da não auto incriminação;
art. 333, CPC aplicava-se ao processo penal até 2008; o artigo 156, CPP não pode ser aplicado;
	A acusação deve provar
	O réu deve provar (de acordo com o 333, CPC)
	- art. 386, CPP;
	- os fatos impeditivos;
	- a materialidade do crime;
	- os fatos modificativos;
	- autoria;
	- os fatos extintivos;
	- tipicidade;
	- exclusão da ilicitude;
	- nexo de causalidade;
	- exclusão da culpabilidade;
	- ilicitude;
	- as atenuantes.
	- condição culpável.
	
Quando há dúvidas com relação a algum dos elementos acima, deverá o juiz absolver o réu.
Em razão do princípio da presunção de inocência, se a acusação não conseguir constituir certeza probatória, aplicar-se-á o in dubio pro reo (art. 386, VII, CPP). 
Não se aplica a presunção ficta, mesmo que o MP tenha a colaboração do réu
Art. 25, CP – legítima defesa e art. 333, CPP.
Se houver dúvida quanto à legitima defesa, caso se aplique o disposto no art. 333, o juiz condenaria o réu. Porém, de acordo com o princípio da presunção de inocência, o juiz deverá absolvê-lo. Todo o ônus da prova, no CPP, cabe a acusação, inclusive de provas negativas 
À defesa não se pode impor a posição desfavorável de provar, logo, deve-se absolver
PRINCÍPIO DA NÃO AUTO INCRIMINAÇÃO
art. 5º: direito ao silêncio um dos corolários de tal princípio;
art. 186, CPP: antes da CF/88, o silêncio era interpretado de forma desfavorável ao acusado. Hoje, após a CF/88, sua interpretação modificou. Há, inclusive, o direito de mentir, e não apenas o de ficar em silêncio.
Art. 198, CPP: interpretado de acordo com a CF/88: 
O silêncio do acusado não importará confissão, mas NÃO poderá constituir elemento para a formação do convencimento do juiz. 
O MP não pode sequer fazer menção ao silêncio do acusado nas suas alegações
Pacto São José da Costa Rica: Declaração Americana de Direitos Humanos
norma de garantia: art. 5º, §§ 2º e 3º
o acusado não é obrigado a produzir provas contra si mesmo
a prova depende, muitas vezes, de colaboração do acusado para a sua produção
Ex.: exame do bafômetro, retirada de sangue, análise da grafia, da voz. 
Banco genético, com dados de pessoas presas
Lei da Identificação criminal: o civilmente identificado não será penalmente identificado.
o juiz pode, agora, determinar a identificação criminal e genética do civilmente identificado com fins de auxiliar na investigação criminal
Não se pode presumir a culpa daquele que não está contribuindo com a produção de provas
a vítima também não precisa anuir nem colaborar para a produção de provas. 
A testemunha é obrigada a falar por ser um terceiro desinteressado, sob pena de desobediência: cabe habeas corpus preventivo reconhecendo o salvo conduto
A vítima é obrigada a colaborar? Coleta de padrão genético sem a anuência é ilícita, de acordo com a CF
PROIBIÇÃO DA PROVA OBTIDA POR MEIO ILÍCITO
prova ilícita: afeta direitos fundamentais. Ex.: inviolabilidade do domicílio
prova ilegítima: afeta normas processuais. Ex.: art. 207, CPP.
Art. 157, CPP: tendência ao alargamento do conceito de prova ilícita.
Art. 5º, CF: são proibidas as provas obtidas por meio ilícito.
construção jurisprudencial: influência norte-americana.
Teoria dos frutos da árvore envenenada ou prova ilícita por derivação: se a prova for ilícita, todas as provas obtidas a partir dela estarão contaminadas com a ilicitude, mesmo que obtidas por meio lícito. Basta constatar um nexo de causalidade
Teoria da fonte independente: uma prova produzida por outra fonte que investigava o mesmo fato, desde que não haja vínculo com a prova produzida por meio ilícito ou com a prova ilícita por derivação, pode ser admitida no processo penal. 
esta prova não pode ter nexo de causalidade com a prova obtida por meio ilícito.
Flagrante preparado: prova ilícita
A prova que não possui nexo de causalidade com a prova ilícita é lícita
Encontro fortuito de prova: encontra-se uma prova contra outro indivíduo durante a investigação de um fato criminoso, pressupondo a boa-fé do investigador. É lícita
a legislação sobre interceptação telefônica só admite investigação sobre aqueles sujeitos e crimes almejados
A ilicitude da prova deve ser discutida no caso concreto (casuística)
Art. 157, §1º, última parte: influência norte americana.
através de um meio ilícito obtém-se uma prova. Se for provado que se chegaria a esta mesma prova por outro meio, lícito, tal prova poderia ser admitida. Entretanto, está incorreto, já se utilizou de um meio ilícito para obter a prova e uma garantia fundamental já foi violada
O STF não admite. Essa parte do dispositivo é inconstitucional pois o legislador ordinário alargou a normatividade estabelecida pela própria CF.
§2°: "seria capaz" → "é"
§3°: a partir do momento em que a prova é declarada inadmissível ela é retirada do processo
O que é ilícito é o meio de prova, e não o elemento.
Parágrafo 4º: vetado; estabelecia o princípio da imparcialidade.
Para se discutir a “prova ilícita” deve-se observar a CF, sobretudo o art. 5º e as inviolabilidades.
Lei 9296/96: Lei de interceptação telefônica
art. 1º: alarga a interceptação para além das conversas telefônicas, estendendo-a para a interceptação de dados
pressuposto: ordem judicial autorizando a interceptação.
limite: a ação deve estar prevista em lei;
a utilização de meios para produção de provas que violam direitos fundamentais deve estar prevista em lei, e, esta prova deve ser excepcional, isso que quer dizer que não poderá ser utilizada como primeira prova, como, por exemplo, a prova documental, testemunhal, pericial.
art. 2º: indícios de autoria ou participação, já deve existir algum elemento probatório
a prova não pode ser feita por outros meios
o crime deve ser punido com reclusão
A lei traz em si uma ideia de excepcionalidade, isto é, não se pode violar direitos fundamentais por qualquer crime, somente pelos mais graves
Qual o momento de apresentar a interceptação telefônica no processo penal?
erroneamente, a lei diz que é na sentença.
na sentença, impede o contraditório postergado e a prova pode ser inutilizada
A prova corre em segredo de justiça;
É crime fazer interceptação telefônica não autorizada;
Degravação geralmente é feita parcialmente
a defesa deve ter acesso a todo o conteúdo da gravação
pode ser que a degravação tenha sido corrompida, o que levaria á necessidade de contratar um perito
A autorização requer boa-fé da autoridade
Proporcionalidade se utiliza para a absolvição, não para a condenação
Emergencialismo penal: ligado ao Direito Penal do Inimigo.
Aula 09/04 – AULA DE REVISÃO
Entrevista reservada (ampla defesa): contestação e impugnação (tempo)
Interrogatório (contraditório): não surpresa e influência (espaço)
Imparcialidade: equidistância do juiz para com as partes e com o caso a ser julgado por ele.
- técnica processual para que impeça o juiz de julgar mais de uma vez o mesmo caso. O juiz deve julgar o caso apenas uma única vez;
- suspeição e impedimento.
- atuação de ofício do juiz na produção de provas: art. 1º - matriz inquisitória;
- para o juiz absolver, basta a dúvida razoável: in dúbio pro reo
Sistema inquisitorial
- prova tarifada (confissão);
- mesmo acusador e julgador;
- a gestão da prova é feita pelo próprio juiz;
- não tem contraditório;
- julgamento é privado/secreto.
Sistema acusatório puro
- tem contraditório;
- julgamento público, baseado no livre convencimento;
- o julgador é diferente do acusador;
- a gestão das provas é feita pelas partes.Novo CPP: ainda manterá matrizes inquisitoriais
Art. 28: Controle do inquérito pelo juiz
Art. 282: decretação da prisão pelo juiz somente após de recebida a denúncia;
Art. 385. 
Fundamentos da decisão: apresentação dos argumentos lógicos-jurídicos (racionais)
- tal fundamento não pode basear-se em argumentos morais, políticos, axiológicos, religiosos, de política criminal.
Art. 158: provas tarifadas
Tribunal do Júri: os jurados não fundamentam suas decisões, isto é, não apresentam motivação.
Verdade real
- permitir que o juiz busque provas fora daquelas apresentadas pelas partes. Quando o faz, o atinge-se a imparcialidade do juiz (equidistância), tendo em vista que ele o faz para acusar, e não para absolver. 
Verdade processual
- o juiz só pode julgar com base nas provas apresentadas pelas partes;
- vinculada à garantia de fundamentação da decisão;
- não há verdade absoluta.
Prisão processual: prisão preventiva (arts. 312 e 282, I e II, CPP – adequação e necessidade)
- natureza cautelar: excepcional (não é regra geral)
Distribuição do ônus da prova
- art. 386, VI, CPP;
- o ônus da prova é todo da acusação (inclusive para prova negativa)
- in dúbio pro reo: dúvida razoável;
- princípio da não auto incriminação (presunção de inocência): o acusado não precisa colaborar com a produção de provas que o incriminam (direito ao silêncio);
- proibição da prova obtida por meio ilícito. 
Aula 22/04/2014 - SISTEMAS DE INVESTIGAÇÃO (2ª prova)
Judicial
Juízo de instrução: a investigação judicial é coordenada por um juiz
Haveria maior eficiência, pois a prova já era lícita ao ser produzida por um juiz
Entretanto, a titular da ação é o MP, quem investiga não é o responsável pela opinio delicti
Todos os atos que afetam direitos fundamentais devem se submeter à aprovação do juiz das garantias (pós 2ª Guerra, na França)
Sistema do Código de Napoleão e Espanha (para crimes graves)
Em 1940, o debate foi sobre adotar ou não o juízo de instrução. A justificativa para não fazê-lo foi a dimensão do país e o déficit de juízes
Ministerial
Pós 2ª Guerra: questionou-se o sistema judicial
Em países de Commom Law, de sistema acusatório puro, o titular da ação é quem coordena a investigação
Polícia judiciária: Polícia Civil e Federal, com investigação
Polícia militar, exército, marinha e aeronáutica não tem poder investigatório
Hoje, não está somente em países de Common Law, também Portugal, Alemanha, Itália
Maioria dos países da América Latina adotou o sistema ministerial
Eficiência: quem faz a denúncia coordena a investigação
Sempre que afetar direitos fundamentais, a investigação exige autorização de um juiz terceiro e imparcial que não está investigando
Na Itália e em Portugal, o MP é parte da Magistratura, logo, pessoa presa em flagrância pode ser apresentada a um promotor
Desequilíbrio entre MP/magistrado e a defesa; com reforma na Itália, o advogado da parte pode produzir provas contra o oferecimento da denúncia, mas as provas produzidas durante a investigação não são usadas após a admissão da denúncia
O juiz que recebe a denúncia não é o mesmo que julga
Só se aproveitam as provas irrepetíveis da fase do inquérito para o julgamento
Elementos de prova: MP e defesa
Controle de direitos fundamentais: juiz (diferente do juiz do julgamento)
→ Conferir Aury Lopes, Sistemas de Investigação Criminal
Policial
Função da investigação é da polícia judicial
Inquérito é fase pré-processual? Movimento de constitucionalização do inquérito policial
Súmula STF que garante vista dos autos do inquérito ao advogado
Investigação criminal era processo administrativo secreto
Hoje, o controle é feito pelo juiz, mas ele não deve investigar (revogação por inconstitucionalidade de artigo da lei de organização criminal)
O juiz pode atuar de ofício, acaba tendo poderes instrutórios
Elemento de prova produzido na investigação serve para subsidiar o recebimento da denúncia
Art. 155, CPP: a reforma de 2008 excluiria "exclusivamente"; a prova do inquérito não se aproveitaria para o julgamento e decisão
Não dá garantia que a prova de materialidade e a autoria serão feitas em contraditório judicial
Hoje, a prova do inquérito pode ser usada, desde que corroborado por, pelo menos, uma prova produzida em contraditória judicial
"Judicialização da prova do inquérito"
Permitir que se leia a oitiva do inquérito em tribunal do júri fere o contraditório, pois os jurados decidem por livre convicção
A investigação do MP é permitida em paralelo à investigação policial; esta é temperada pela investigação defensiva
Aula 28/04/2014 - INQUÉRITO
Problema da ideia de fase pré-processual, procedimento administrativo → não teria vinculação com o Judiciário
A tendência hoje é de pensá-lo como um elemento da fase de investigação cujo destinatário é o MP e está, portanto, vinculado à supervisão do Judiciário
Constitucionalização do Inquérito
Ampliação da assistência do advogado
Direito aos autos do inquérito
Fundamentação do indiciamento
Inquérito não é obrigatório para denúncia e não é exclusivo
O que não é dispensável é o que é necessário para a formulação da denúncia: indícios de materialidade e autoria
Se o inquérito não oferece tais indícios de maneira suficiente poderá ser arquivado ou poderão ser realizadas novas diligências pelo MP ou pela Polícia
Objetivo: apurar fatos criminosos para subsidiar o oferecimento da denúncia
Início do inquérito	
Portaria do delegado, que pode ser feita de ofício
Noticia criminis (de crime) → pela vítima ou qualquer pessoa
É diferente da denúncia, que é dirigida ao juiz
Notícia crime anônima
Auto de prisão em flagrante delito
Flagrante estado fático de visibilidade e atualidade de uma conduta tida como criminosa
Ainda é necessário realizar uma investigação
Já há, em regra, indícios de autoria, ainda que o delegado possa demonstrar que esses indícios não se sustentam
Duração do inquérito: controlada judicialmente
Se o réu estiver preso: 10 dias
Se estiver solto: 30 dias
Quando o prazo acaba, o delegado deve requerer a dilação para o juiz
Após preso em flagrante: 24 horas para comunicar ao juiz
Atividades de diligências investigativas
Buscam reunir provas
Se o crime deixa vestígios: o delegado determina a realização do exame de corpo de delito (auferição de mudança química, física ou biológica)
Exame pericial pode ser feito de ofício pelo delegado
No Brasil, valoriza-se muito a prova testemunhal
A prova de corpo de delito é urgente, corre risco de perecimento
Identificar os suspeitos
Digital: ir ao Instituto de Identificação, não há um banco de dados digitais
Discussão sobre banco de dados genético de criminosos e pessoas desaparecidas
Lei 12.207: Identificação criminal de civilmente identificado
Distância temporal da CI, indícios de que a CI foi fraudada
Pedir ao juiz para realizar a identificação criminal para auxiliar na investigação
Lei 12.654: investigação genética
Produção de provas
Feita unilateralmente pelo delegado, sem contraditório
De ofício: requisitar documentos, ouvir testemunhas e vítima, interrogar acusado, exame de corpo de delito
Com autorização do juiz: interceptação telefônica, sigilo bancário, gravação ambiental, agente infiltrado, id genética, prisão temporária e preventiva, busca e apreensão
Advogado não tem direito de acesso a diligência em realização; só às provas já consolidadas
Não é possível mais que ela seja corrompida, garante defesa técnica
Relaciona-se com ampla defesa, não há contraditório
Pode requerer alguma prova ao delegado, mas não é vinculante
O Delegado não se vincula ao pedido do advogado, tampouco ao do MP
Proposta atual: investigação defensiva em paralelo
Indiciamento
Elementos de prova constituídos que indicam a autoria do crime e a sua materialidade
Fim do inquérito → relatório
Se possível o indiciamento, o relatório é encaminhado ao juiz
O delegado não deve classificar o crime, mas o promotor
Relatório conclusivo: materialidade, autoria,com todos os elementos
Relatório inconclusivo: não há elementos suficientes
O final da fase de investigação se dá com a opinio delicti do MP
Pedido de arquivamento do juiz
Denúncia
Transação penal
Novas diligências investigativas
O relatório vai para o juiz, que o encaminha ao MP
Se o crime é de ação penal pública condicionada à representação ou privada, o delegado depende do pedido da vítima para investigar
Aula 29/04/2014
	É possível ter o oferecimento da denúncia e queixa crime sem investigação!
	É possível ter investigação sem inquérito policial!
Possibilidade de investigação pelo MP
Art. 144, IV: "exclusividade" da PF como polícia judiciária para crimes federais
Nelson Jobim, ex-ministro do STF, entendeu que a PF não pode ser substituída pelo MP
Pleno do Supremo, após reconhecimento de repercussão geral, ainda não ocorreu
Antes disso, já vigorava a corrente a favor:
MP é titular da ação penal e destinatário do inquérito
MP tem função de controlar a polícia
Art. 129, CF: MP pode investigar
MP pode investigar para propor a ação civil pública
Logo, o MP pode investigar quando estiver ligado à sua função constitucional, desde que isso esteja registrado em algum órgão do MP. O MP não pode investigar secretamente
Sempre que a investigação já estiver documentada, o advogado do investigado tem direito a acessá-la (súmula 14, STF)
Até que ponto posso constitucionalizar o processo? Não se pode apenar repetir as provas do inquérito no processo; contraditório é diferente em cada um
Ganhos constitucionais no inquérito
Controle judicial, especialmente na prisão preventiva
Súmula 14: acesso aos autos → direito de defesa
Art. 144, CF: indiciamento fundamentado
Controle judicial do tempo do inquérito
No âmbito federal, os autos do inquérito ficam no MP, o arquivamento não fica a cargo do juiz; "pula" a passagem do inquérito pelo juiz
Possibilidade de investigação da polícia do MP
Novo CPP
Continua existindo o inquérito pelo "exclusivamente" do art. 144, CF → vedação à investigação ministerial
Juiz das garantias: terceiro que cumpre decisões que afetam direitos fundamentais. Vai existir somente nas comarcas com mais de X habitantes
Investigação defensiva (diferente do direito de defesa): o próprio advogado pode ouvir testemunhas e realizar provas periciais para impedir o recebimento da denúncia (CPP italiana)
"Vício do inquérito não contamina o processo"
Ideia do inquérito como fase pré-processual
Nulidade é sanção, não é vício
Afirmação falsa,
Prova obtida por meio ilícito no inquérito e utilizada no processo trará sanções
A afirmação é válida para casos como quando investiga-se uma lesão corporal leve como a tentativa de homicídio; também para casos de ausência de formalidade no inquérito, como a ausência de representação da vítima
Geralmente a prova ilícita é alegada após a sentença penal condenatória; salvo nos casos de prerrogativa de função, que deve ser seguida também pela investigação
Elemento de prova produzido no inquérito
Utilizado para recebimento da denuncia
Utilizado para pedido de prisão preventiva
Problema: e para sentença penal condenatória?
Questão da reforma de 2008 e que permitiria que se utilizasse somente as provas irrepetíveis (ou antecipadas)
Com a inclusão de "exclusivamente" no art. 155, CPP, uma prova do inquérito pode ser usada (mesmo que não seja irrepetível) se houver ao menos uma prova produzida em contraditório judicial
Não se deveria autuar o inquérito junto do processo depois da denúncia recebida
Dessa forma, a defesa poderia recusar a inclusão dessa prova no processo
Diálogos institucionais entre a polícia e o MP
MP ainda tem a obrigatoriedade de oferecer a denúncia?
Quando o MP judicializa a prova do inquérito, obtem provas diferentes dele; por não conversar com a polícia, fica nas mãos dela para a produção de provas
Aula 05/05/2014 - Processo, ação e jurisdição penal
PROCESSO → AÇÃO → MÉRITO: teoria do processo como relação jurídica
Fase de investigação: houve/existe crime?
Fase intermediária: a denuncia feita pode ser processada? O processo tem regularidade? Há respeito aos princípios constitucionais do processo? Às garantias fundamentais?
Teoria do processo como relação jurídica entre juiz e as partes: há um vínculo subjetivo entre o juiz e as partes ou entre o juiz, autor e réu
Entre juiz e partes: relação angular, não há vínculo entre autor e réu; o juiz sempre intermedeia a relação entre autor e réu. Costuma ser adotada por manuais de processo civil
Entre juiz, autor e réu: relação triangular, há vínculo entre autor e réu
Quais são os vínculos entre autor e réu no processo penal, se não é o Direito Material (que conecta autor do fato e vítima)?
A teoria está fragilizada, é defendida por aqueles que querem permitir que o MP exija determinada conduta do acusado
Substitui outras teorias que ensinavam o processo como apêndice do Direito Material
Consolidou a autonomia do Direito Processual → Bilof
Antes, o acusado era o objeto do processo; hoje é sujeito, logo se reconhece a ele certos direitos
Bilof criou os pressupostos processuais ao defender a teoria do processo como relação jurídica
São os requisitos para existência e validade da relação processual
Podem ser exigidos pelo réu
A ausência de algum poder gerar a recusa da denuncia ou dilação probatória para a validação do processo
O Código de Processo Penal prevê 5 exceções, que são a forma ativa do réu de exigir o cumprimento dos pressupostos
Art. 395: os pressupostos foram adotados pelo CPC, mas só expressamente mencionados em 2008
Processo é situação jurídica; procedimento realizado em contraditório, a depender do autor
Pressupostos
	Do juiz
Investidura, de existência do processo: processo penal deve ter sempre um juiz
Competência do juiz
Vinculado ao direito de imparcialidade do juiz e à proibição dos tribunais de exceção
As regras geram um filtro, de forma que só um juiz será competente para aquele processo
A ser estudada no semestre seguinte
Não impedimento ou suspeição do juiz
Arts. 252 e 254
Impedimento é objetivo, do processo
Suspeição é extraprocessual
	Das partes
Citação válida
Para a teoria da relação jurídica, o processo começa com a citação válida; é o momento em que se inclui o réu
Problema dessa teoria: e a investigação? E a recusa da denúncia? Priva-se os atos anteriores das garantias contitucionais
Capacidade de estar em juízo
Capacidade ad processo (de realizar atos processuais válidas) ≠ Legitimidade ad causam (de ser parte)
Promotor de justiça tem atribuição, não investudura
O acusado deve ser imputável
Ou PJ em crime ambiental
No caso de inimputável, o curador será um advogado de confiança do juiz. Não há assistência ou representação
É possível querelante em crime ambiental, na ação privada subsidiária da pública
Querelante pode ser pessoa jurídica
No caso de vítima incapaz, o querelante é o representante legal. Há substituição processual (defesa de direito alheio como se fosse próprio). 
Ocorre o mesmo para morte ou ausência. O que substitui deve ter capacidade civil
Capacidade postulatória
Querelante, querelado e acusado
Vinculada à garantia de defesa técnica obrigatória e eficiente
	Do pedido
Demanda
Jurisdição é inerte, deve ser provocada por denuncia ou queixa, por imputação
Art. 26 é inconstitucional: delegado e juiz não começam ação
Causa de pedir remota: fato da vida que vem em juízo. 
No processo penal, são iguais duas ações com mesmas partes e mesma causa de pedir remota
O fato narrado na denúncia é o que delimita o processo
Causa de pedir próxima: base normativa de um direito
Litispendência e coisa julgada
Aula 05/06/2014
"Pressupostos processuais" está ligado à ideia do processo como relação jurídica
No processo penal o pedido não é tão relevante
O pedido é simplesmente para condenar o réu nas penas previstas na lei
Logo, para identificar ações iguais, o pedido não é relevante
Dois processos são iguais quando possuem a mesma causade pedir remota e as mesmas partes
Litispendência: o mais recente se extingue
Coisa julgada: o segundo processo, aquele que está em curso, se extingue
Em crimes de resultado, é mais fácil identificar dois processos iguais
Crimes habituais, ainda que tenham várias vítimas, constituem crime único; a habitualidade é requisito, inclusive. "Associar", por exemplo. Colaborar com o tráfico em OP e em BH é um só crime
Crimes permanentes são mais amplos
E crimes não habituais cometidos com habitualidade?
Liebmam: direito de ação é direito a uma sentença de mérito
Antes havia uma cognição restrita a processo e mérito
Ele introduzir a questão das condições da ação, que são requisitos para a análise do mérito
Condições da ação
Possibilidade jurídica do pedido Ex.: cobrar dívida de jogo. O novo CPC deve extinguir essa condição, pois trata a questão de mérito, na verdade
Legitimidade das partes
Interesse de agir
No processo penal, o art. 43 definia quando o juiz rejeitaria a denúncia
O fato atípico gerava a impossibilidade jurídica do pedido
Mas o artigo 386 determinava que a atipicidade gera absolvição com mérito
Arts. 397, III; art. 395, II; art. 415, II
A reforma de 2008 esvaziou o conceito de condições da ação, pois elas se tornaram questão de mérito e causas de absolvição sumária. Sempre se deve preferir a absolvição, por causa do mérito
Falta de interesse de agir não gera coisa julgada
Prescrição gera coisa julgada material
A falta de legitimidade ativa não foi contemplada pela reforma, logo, ainda se enquadra no art. 395, II
Aula 20/05/2014 - CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES PENAIS (de acordo com o titular da ação)
Ação penal privada
Querelante - Querelado
Tipos:
Propriamente dita: maior interface com o CP
"mediante queixa": só há processo se for do interesse da vítima
Busca preservar a intimidade e vontade da vítima
Streptus judicius
Honra e patrimônio particular (dano)
Regida pelo princípio da oportunidade, atrelado à disponibilidade e critérios discricionários da vítima
Estrita formalidade, sob pena de extinção da punibilidade ou perda do direito
Qualquer erro processual causado pela parte deve ser corrigido dentro do prazo decadencial
Procuração deve conter poderes especiais para oferecer queixa e descrever o fato criminoso
Subsidiária da pública: qualquer tipo penal
Controla a inércia do MP, função própria do EDD
Personalíssima, que não admite substituição processual, nem mesmo para continuar. Ex.: adultério e bigamia
O novo CPP extingue a ação penal privada e transforma em pública condicionada
Propriamente dita
Querelante: vítima
Representante legal da vítima incapaz, cônjuge, ascendente, descendente ou irmão do morto são substitutos processuais (defendem direito alheio como se fosse seu)
Pessoa jurídica pode ser vítima, se tiver capacidade postulatória (assistência de advogado)
Pessoa entre 18 e 21 anos → art. 34, CPP: alguns autores ainda defendem que o direito de queixa é autônomo entre os sujeitos
A queixa deve ser oferecida no prazo de 6 meses do conhecimento da autoria
A prescrição conta do dia do fato, da mesma forma que o prazo processual civil
A decadência conta-se como prazo penal: não se exclui o termo a quo e não precisa terminar em dia útil
Se for o último dia do prazo decadencial, e não for dia útil: juiz de plantão
Se a vítima tiver menos de 18 anos, o prazo conta-se da cessação da incapacidade, caso não tenha sido oferecida a queixa
Se houver conflito de interesse entre a vítima e o responsável, nomeia-se um curador para avaliar se a vítima é capaz de suportar o processo penal; ele tem a opção de oferecer ou não a queixa
Como deve ser a queixa? (aula anterior, com os requisitos da denúncia)
Não deve ser inepta
Requisitos do art. 41, CPP
Pressupostos processuais
Não ser caso de absolvição sumária (prescrição; fato típico ilícito e culpável)
Regularidade da capacidade postulatória
Não pode haver aocrdo prévio de renúncia
Reunião de todos os querelados
Papel do MP de custus legis e de zelar pela indivisibilidade
Se não oferecer a queixa contra todos, leva à renuncia tácita
Se não conhece um dos agentes, oferece a queixa contra aqueles conhecidos e diz que não conhece os outros (contra os quais ainda não começou a correr o prazo decadencial)
Acordo em audiência: Maria da Penha não admite lei 9099
O CPP prevê audiência de conciliação. Se fizer acordo, gera a desistência (atos durante o processo)
Art. 60 é exclusivo para ação privada → perda do direito de ação
Não comparecimento da parte em um ato
Não cumprimento de alguma formalidade
Deixar de realizar um ato em 30 dias
Deixar de pedir a condenação nas alegações finais
Só para a ação penal privada propriamente dita
Rol de testemunhas é apresentado na denuncia/queixa, sob pena de preclusão
Subsidiária da pública
Querelante: 
Mesmos da propriamente dita
CDC: os legitimados para ação civil pública, quando se tratar de direito difuso, coletivo, individual ou homogêneo → pessoa de direito publico ou privado, na forma de associação
Prazo da vítima: 6 meses a contar do 6° dia, se o réu estiver preso, ou do 16° dia, se o réu estiver solto
Qualquer crime 
Se presta ao controle da inércia, para parte da doutrina
Aplicável quando o MP nada faz e deveria ter oferecido a denuncia; se pede o arquivamento e o juiz concorda, a vítima não pode fazer nada; o único controle do arquivamento é judicial e não há previsão de recurso
Queixa:
Art. 29, CPP
A vítima se mantém como titular da ação até que cometa alguns dos erros do art. 60
O MP ainda pode aditar ou repudiar a queixa
MP atua como interveniente adesivo obrigado
Aula 27/05/2014 (Falta parte da aula) - Ação penal pública
Incondicionada
Princípios: Obrigatoriedade,indisponibilidade, indivisibilidade
Indivisibilidade
Numa situação em que se conhece todos os acusados e há provas suficientes, a denuncia deve ser oferecida contra todos. A indivisibilidade evita decisões opostas e contrárias para coautores e partícipes 
Intrancendência
No Brasil não denunciamos por responsabilidade civil no processo penal
Há uma separação entre penal e civil, ainda que seja o mesmo evento
Em outros países, responsáveis civis são chamados para o mesmo processo (como os pais ou o empregador)
A pena não passa da pessoa do acusado
Os princípios da incondicionada se aplicam à condicionada
Condicionada
Representação
A representação é condição de procedibilidade, em termos processuais
Em termos fáticos jurídicos, é manifestação da parte no sentido de concordar com o oferecimento da denuncia e com a investigação
Procura preservar a intimidade da vítima, que tem toda a sua disponibilidade
Prazo decadencial de 6 meses, do conhecimento do autor
Podem representar as mesmas pessoas que podem oferecer queixa
A retratação da representação pode ser feita até o recebimento da denuncia pelo juiz
Art. 16, lei de violência doméstica: a audiência não é obrigatória, segundo o STJ
Em tese, deveria ser feita perante o MP
Não obriga o promotor a oferecer a denúncia, ele depende ainda de outros fatores:
Indícios de materialidade e autoria
Fato típico
Identificação do agente do crime
Pressupostos processuais
Requisição
É ato político, por isso é irretratável
Crime contra a honra de chefe de Estado ou Presidente da República
6 meses
Só o Ministro da Justiça pode fazer
Também não vincula o MP
Aula 02/06/2014 - JUSTIÇA CONSENSUAL
	Até a CF88 regia a indisponibilidade, não se fazia acordo no processo penal
	Acordo é parte da tradição de common Law. É feito não pela ignorância, mas pelo conhecimento, já que a defesa tem acesso a todo o conjunto probatório
	A nova tradição tem outro modo de acordo:
O acordo é possível, mas não para todos os termos e em toda a sua liberdade
Surge o acordo com a solução penal, de maneira conciliada para crimes de menor potencial ofensivo
JUSTIÇA RESTAURATIVA
É sinônimo de dialogo entre autor do fato e vitima
Discutida no âmbito da criminologia e do abolicionismopenal, que tem o mérito de chamar a atenção para essas questões
Há uma preocupação com questões relacionadas à capacidade de vitima e autor suportarem as consequências daquele crime
É independente da solução penal
Se mostra relevante em casos nos quais há um vinculo anterior entre autor do fato e vítima com o objetivo de proporcionar um dialogo e uma solução integral do conflito
Nos crimes graves, a resposta penal é distante da questão; mas vítima e autor do fato podem querer se encontrar
A cura é pela fala, esse contato permite uma superação melhor da situação
No Brasil ainda há uma desconfiança 
O princípio que rege o JESP é o da discricionariedade regrada; o acordo não é livre: crimes de menor potencial ofensivo e réu primário
O MP não tem liberdade para fazer o acordo
Lei 9099
Toda proposta da lei é de evitar a pena privativa de liberdade, estabelecendo medidas despenalizadoras
Logo, não se aplicam as medidas cautelares a crimes de menor potencial ofensivo se o agente se compromete a ir ao JESP
Possibilidade de acordo exige consentimento informado e autonomia da vontade
Problemas: doente mental e o fato de não se garantir o consentimento informado à vítima
Seria possível solucionar a questão cível e penal em conjunto
A participação da vítima não é levada em conta
O princípio que rege essa lei é de que acordo não significa confissão; seria uma técnica de defesa
Quando o conciliador oferece o acordo ele perde a capacidade de ser uma ponte entre o MP e o réu, pois assume a posição inquisitorial
Na proposta do novo CPP, fala-se de acordo, desde que a pessoa confesse em crimes de até 8 anos
O réu confessa e abre mão da instrução com sentença penal condenatória
A sentença do JESP não é condenatória
Os institutos atuais da lei 9099 compatíveis com a presunção de inocência → deve haver um cuidado para não monetarizar o processo penal
JESP: penas máximas de até 2 anos (e inclusive)
Os institutos despenalizadores podem ser aplicados a crimes de médio potencial ofensivo, que são para a justiça comum → pena mínima de até um ano
Inquérito se tornou Termo Circunstanciado de Ocorrência
Audiência preliminar: parte consensual
1ª parte: composição civil do dano
2ª parte: transação penal
"autor do fato"
Em ação penal privada: o acordo extingue a punibilidade
Em ação penal publica condicionada:o acordo também extingue a punibilidade
Em ação pública: deve-se prosseguir à transação, não extingue a punibilidade. Em crimes ambientais, a reparação do dano é condição para a transação penal
Conciliação no âmbito de violência doméstica deve ser no sentido de justiça restaurativa
Aula 03/06
Composição civil do dano?
	Composição civil do dano??
	Sim
	Não
	
	Sim
	Não
	Ação privada
	Extinção da punibilidade
	Queixa
	Condicionada a representação
	Extinção da punibilidade
	Representação: transação
	Pública Incondicionada
	Transação
	Transação
TCO → audiência preliminar
Composição civil do dano: critérios do art. 104, CC – entre autor do fato e vítima
Transação penal
Transação penal
Autor do fato e MP
Ação pública condicionada e incondicionada
Requisitos: art. 76, Lei 9099
fato típico
primário
não ter outra transação penal nos últimos 5 anos
antecedentes, conduta social...
Se o MP não oferece transação:
Direito subjetivo do autor do fato, permitindo ao juiz propô-la;
fere o princípio acusatório, tendo em vista que o juiz não é o titular da ação;
Aplica-se, por analogia, o art. 28, CPP.
O que é transação penal?
	O MP abre mão de uma sentença condenatória, e o autor do fato abre mão de uma sentença absolutória, mediante pagamento de multa ou uma pena restritiva de direitos, finda a qual, extingue-se a punibilidade. Portanto, a transação deve ter a participação do advogado do autor. A homologação da transação gera a extinção da punibilidade.
Se não cumprir:
Antes: substituía-se a pena restritiva de direitos por prisão simples. Inconstitucional, segundo o STJ, pois não houve o devido processo legal;
Hoje: envia para o MP oferecer a denúncia.
Se acordou para pagamento de multa:
Caso não faça pagamento, inscreve-se o autor do fato na Dívida Ativa.
A transação penal não é título executivo que pode ser levado para reparação do dano na esfera cível.
A transação não é registrada na folha de antecedentes criminais. 
Caso: sujeito causa lesões corporais leves em três pessoas
1ª solução: não vai para o Jesp, porque a pena cumulada dos três dá mais de dois anos
2ª solução: observa-se os três separadamente, podendo fazer transação com apenas um deles.
CTB: lesão corporal
não se aplica a Lei 9099/95 em alguns casos
participação em corrida ilegal: racha
embriaguez ao volante 
em ambos, não cabe suspensão condicional do processo.
Art. 40, Lei de Violência Doméstica: não o cabe o Jesp, não cabe suspensão condicional do processo, transação ou composição civil do dano
Art. 89, Jesp e Lei de Violência Doméstica
nos casos de lesão corporal culposa não cabe o art. 88, diante da Lei 9099/95: a mulher não tem autonomia sobre sua própria vida.
Cifra negra: casos que não são comunicados à polícia ou ao judiciário.
Art. 88, Jesp.
Institutos despenalizadores
Acordo
Lesão corporal culposa e leve: ação penal pública condicionada
Suspensão condicional do processo: pode ser aplicado na justiça comum
Composição Civil do Dano
Suspensão condicional do processo
Denúncia – recebimento – citação – se o agente tem interesse na suspensão, ele o manifesta
Pedido de suspensão pelo MP
Observa-se a pena mínima: menor ou igual a um ano.
Art. 89, Jesp
Ex.: embriaguez ao volante – três meses a três anos: cabe suspensão condicional do processo.
Requisitos: primária, não pode estar sendo processada por outro crime e requisitos definidos no sursis
Suspende-se o processo por 2 a 4 anos, observando o..
Sujeito a algumas condições.
Homologada a suspensão, o sujeito permanece primário e com bons antecedentes. Extinta a punibilidade, o sujeito pode ter outra suspensão.
Revoga-se a suspensão se o sujeito é processado por um outro fato ou a pessoa não tenha reparado o dano.
Aula 04/06- PRISÃO PREVENTIVA - MEDIDA CAUTELAR (LEI 12403/11)
Art. 282, §3º, CPP: contraditório;
Art. 282, §5º, CPP: ampla defesa.
Ampla defesa
a situação que ensejou a prisão preventiva pode alterar-se, tendo, portanto, que ser revogada; a qualquer momento pode ocorrer a revisão da prisão preventiva;
art. 387, CPP;
a preferência de julgamento é para processo com réu preso.
Art. 282, §2º, CPP: acusatório
Durante a investigação (não cabe prisão preventiva de ofício), para a decretação da prisão preventiva é necessário requerimento do MP ou do delegado de polícia;
Pacto São José da Costa Rica: toda pessoa presa preventivamente deve ser apresentada ao juiz.
Art. 311, CPP: imparcialidade
Art. 315, CPP: fundamentação da decisão. É preciso apresentar os elementos fáticos que o levaram a tomar a decisão pela prisão, tendo como base os indícios de materialidade e autoria do crime e outros elementos probatórios (ex.: fuga).
Art. 282, §6º. CPP: presunção de inocência. A prisão preventiva é a última ratio, isto é, só deve ser decretada quando outra medida cautelar não for cabível.
Prisão preventiva e temporária
Pronúncia: decisão interlocutória, na 1ª fase do Tribunal do Júri;
Preso em flagrante delito: só pode permanecer preso se preencher os requisitos da prisão preventiva;
é uma situação fática, pré-cautelar, que pode gerar uma prisão preventiva;
não cabe prisão preventiva para delito com pena igual ou inferior a 4 anos;
Aury: prisão em flagrante é prisão pré-cautelar;
não possui natureza autônoma.
Novas medidas cautelares: se existirem os elementos da prisão preventiva, esta será substituída por outras medidas cautelares diversas da prisão
Art. 282, I, CPP: necessidade;
Pacto San Jose da Costa Rica: serve como controle de convencionalidade, devendo ser respeitado e aplicado; estabelece que somente se decretará a prisão preventivaquando houver risco de fuga ou quando a atuação do agente estiver comprometendo a produção de provas (investigação/instrução);
mais 1 hipótese: para evitar o cometimento de novo crime;
Art.282, II, CPP: adequação;
Gravidade do crime: deve-se analisar a gravidade concreta da situação criminosa (na conduta realizada pelo agente, ele a realiza de forma mais grave do que aquela descrita no verbo do tipo penal);
Condições pessoais: observar as medidas cautelares diversas da prisão (ex.: impõe a restrição de sair da Comarca quando o agente trabalha em outro lugar).
Motivação
Ambos compreendem o fummus comissi delicti
Prova de materialidade;
Indícios de autoria: garantia da ordem pública e econômica; conveniência da instrução; 	garantia da aplicação da pena.
Aula 09/06/2014 
Requisitos do art. 312 (necessidade e adequação) + 282, I (garantia de aplicação da lei, garantia de instrução adequada ou risco de reiteração da conduta)
Art. 282, II: adequação → gravidade do crime, circunstâncias, condições pessoais
	Não deve ser a gravidade absoluta do crime, mas a concreta, que supera a violência intrínseca do tipo penal. "O crime é grave pois é hediondo" não é argumentação válida.
Além do art. 282, o art. 312 também exige prova de materialidade, indícios de autoria quando a prisão visar garantir a ordem pública, econômica e a instrução criminal
As cautelares cíveis foram trazidas para o processo penal
Exige-se, portanto, o fumus comissi delicti, com elementos probatórios mais contundentes do que aqueles necessários para o recebimento da denúncia
A cautelaridade não exige somente isso, não se pode prender a pessoa somente por antecipação de pena, deve haver uma justificativa para a necessidade da medida cautelar
Ordem pública e econômica não são admitidas pelas CID como justificativa, mas o Brasil ainda as mantém no sistema jurídico
Outro argumento muito utilizado é a "credibilidade da justiça"
Reiteração da conduta é comum para tráfico, pois de trata de atividade de manutenção da pessoa
O cuidado deve ser tomado quando o agente é primário e de bons antecedentes
O outro requisito trazido do CPC é o periculum in libertatis
Art. 313: 282 + 312 ainda exigem a configuração do que trata o 313
Princípio da proibição de excesso: a cautelar não pode ser mais gravosa do que a possível futura pena da sentença penal condenatória
Pena máxima maior do que 4 anos, em crime doloso. Logo, homicídio culposo não cabe preventiva
Reincidente em crime
Este inciso deve ser conjugado com o anterior?
Se sim, cabe prisão preventiva em crime no qual cabe prisão preventiva (+ de 4 anos e doloso)
Violência doméstica/idoso/enfermo. Deve ser conjugado com o inciso I?
Dúvida quanto à identidade civil
Similar à prisão temporária, e uma não é compatível com a outra
Não seria uma forma de prisão para averiguação?
Uma vez identificada, a prisão não se sustenta, logo, é preferível à prisão temporária
Art. 312, CP: outra hipótese de preventiva
Descumprimento de medida protetiva diversa da prisão
Deve ser concedido contraditório
Não se aplica a encontro fortuito com a vítima
Quais situações geram a prisão em flagrante?
Art, 310, CPP:
Relaxar por ilegalidade
Liberdade provisória com ou sem fiança
Decretar a prisão preventiva
Discutir/avaliar sobre a possibilidade de cautelar diversa da prisão
Em alguns casos, a prisão em flagrante não pode ser convertida em preventiva → arts. 312 e 313
Juridicamente, a prisão em flagrante é preventiva. O seu fundamento é a preventiva e os requisitos do CPP para a mesma
Flagrante é situação pré-cautelar, fática; não é espécie autônoma de prisão
Mas o flagrante não costuma ter os elementos necessário para a preventiva
Aula 10/06
Prisão em flagrante: atualidade e visibilidade (art. 302, CPP)
Como situação fática
Como situação pré-cautelar
O art. 302 traz três hipóteses, apesar de atualidade e visibilidade serem os elementos técnicos
Incisos I e II: flagrante propriamente dito
Inciso III: quase flagrante
Em tese, você só se mantem no flagrante se estiver sendo perseguido
Inciso IV: flagrante presumido
Não há visibilidade nem atualidade nos dois últimos
Inviolabilidade do domicílio
Ordem judicial: mandado de busca e apreensão de dia
Flagrante delito
Prestar socorro
Lei de organização criminosa criou o flagrante prolongado
Aguarda-se que mais pessoas se reúnam, acumulando mais elementos probatórios
Autorização da lei para que policiais prolonguem o estado de vigilância
Flagrante preparado é crime impossível
Uma vez preso, vai para a Delegacia de Polícia → Auto de flagrante delito
Ouve-se a autoridade coatora
Testemunhas
Pessoa apreendida
O delegado então vai ratificar ou não a prisão
Crime de menor potencial ofensivo
Legítima defesa
Se ratificado, entrega à pessoa a nota de culpa e encaminha o auto ao juiz em 24 horas
Uma cópia vai para a defensoria pública e outra para o MP
Se o crime tem pena de até quatro anos, o Delegado pode arbitrar a fiança entre um e cem salários mínimos
Se o delegado não o fizer, pode-se peticionar ao juiz que o faça em 24 horas
Art. 310 → o auto é encaminhado ao juiz que decidirá:
Relaxar: alguma garantia constitucional não foi respeitada
Liberdade provisória com ou sem fiança
É direito constitucional de quem é preso em flagrante
É sucedâneo da prisão em flagrante
Liberdade provisória com fiança: medida de contra- cautela. Assegura-se ao poder Judiciário que irá comparecer, manter dados atualizados e que cumprirá a pena
Risco de monetarizar o Direito Penal
Art. 319: medida cautelar diversa da prisão
Todos os crimes são fiançáveis, salvo racismo, terrorismo, hediondos e organização de grupos armados contra o EDD
Se o crime for de até 4 anos: delegado fixa a fiança de 1 a 100 s.m.
Se o crime for de pena maior de 4 anos: juiz pode fixar entre 10 e 20 s.m.
A fiança pode ser dispensada, reduzida ou aumentada de acordo com a capacidade econômica da pessoa
Se verificado que o "crime" foi cometido em causa excludente da ilicitude, pode ser concedida liberdade provisória sem fiança. Para Flaviane, seria o caso de conceder liberdae plena, já que não houve crime
Se o crime é inafiançável, cabe liberdade provisória sem fiança, mas é possível impor medida cautelar diversa da prisão, quando não há requisitos para a prisão preventiva
Cabe liberdade provisória no crime de tráfico
"Converter" em prisão preventiva
Fixar medida cautelar diversa da prisão
Art. 282, §2°; art. 311
O juiz depende do requerimento do MP ou da autoridade policial para aplicar o 310
Para outra parte da doutrina, "converter" permite decisão de ofício, pois o flagrante seria modalidade de prisão autônoma e a preventiva decorre dele
Contraditório prévio em flagrante é possível. Exemplo da central de flagrantes em BH
Impugnação às decisões do juiz sobre prisão preventiva
Cabe recurso em sentido estrito para o MP
A defesa pode se utilizar do HC, que é ação de impugnação autônoma. Há um sucedâneo recursal: pedidos originários que impugnam decisão de outro processo
A estrutura do HC é petição inicial
Aula 07/07/2014
Medidas cautelares diversas da prisão e prisão temporária caem na prova!
	
Prisão como ultima rátio decorre da introdução de medidas cautelares 
Sempre que houverem os requisitos para a prisão, deve-se primeiro procurar aplicar as cautelares
A qualquer momento a prisão pode ser revogada, por não mais subsistirem os motivos que tornaram possível a sua decretação
Obrigação de motivar a decisão que decreta a prisão: não só os fundamentos jurídicos, mas também demonstrar que existem elementos no conjunto probatório
Critérios novos para a decretação da prisão: necessidade e adequação
Na prisão preventiva mantiveram-se os critérios da prova da materialidade e indicios de autoria e ordem pública, ordem econômica, conveniência da instrução ou garantia da aplicação da lei penal. Os dois últimos também estão embutidos no critério da necessidade.
O juiz ainda deve fundamentarque não cabe nenhuma das medidas cautelares diversas da prisão
Cabe prisão para:
	Crime de pena maior de 4 anos
	Crime culposo →Não
	Reincidência
	Violência doméstica, criança, idoso, deficiente físico
	Para identificação, que parece prisão para averiguação. A pessoa deve ser solta depois de identificada
	Por descumprimento de medidas cautelares diversas da prisão (TJMG: somente depois de garantir o mínimo de contraditório, demonstrando o motivo do descumprimento)
Aula 14/07/2014
MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DA PRISÃO (art. 319, CPP)
Há todos os requisitos para decretar a prisão, mas o juiz entende que pode substituir
Comparecimento periódico → justifica-se pela garantia do cumprimento da lei penal
	Evita-se que ela se ausente de audiências, etc
	Geralmente, a cada um mÊs
	Em casos de dependentes químicos, há juízes que colocam a cada 15 dias
Proibição de frequentar → de acordo com o crime
	Como, de frequentar estádio de futebol, se a pessoa é um torcedor violento
	Usada em violência doméstica
Proibição de contato → intenção de incomodar a vítima
	Deve sempre se adequar à situação criminoda discutida, até porque deve sempre ser justificada pela adequação
Proibição de se ausentar
Recolhimento domiciliar 
	Noturno e de fim de semana
	Mais gravosa do que o cumprimento de regime aberto	
	Para crimes mais graves, de regime fechado, pois há uma restrição maior da liberdade
Suspensão do exercício de função pública 
	Para funcionário público
	Discussão: deve-se pagar o vencimento durante a suspensão?
	
Internação provisória → inimputáveis que cometem crimes violentos
	Deve ter pelo menos um laudo médico que recomende a internação
	Como a política de saúde publica no Brasil é anti manicomial, não há lugares para a internação
	Só em Barbacena, as outras são ONGs que atendem pessoas com dependência química
Fiança
Monitoramento eletrônico 
	Somente ela? 
	Seria mais uma forma de execução, de cumprimento de medidas que não são de prisão
	Conjugado com o recolhimento domiciliar, proibição de se ausentar, de manter contato e de frequentar alguns lugares
	O juiz, caso a pessoa descumpra, não precisa decretar a prisão. Pode substituir por uma medida cautelar mais gravosa
FLAGRANTE E LIBERDADE PROVISÓRIA
O flagrante perde a característica de modalidade autônoma, pois, uma vez que tem o flagrante em mãos aplica art. 310, CPP ou então uma medida cautelar diversa da prisão
Hipóteses de flagrante → art. 302, CPP + flagrante prolongado da lei 9.309 (de organizações criminosas)
	Flagrante preparado não é flagrante verdadeiro
APFD → 24 hs para Juiz, MP e advogado
	Assistência familiar, saber quem é a autoridade coatora, silêncio, não produzir prova contra si mesmo, não ficar incomunicável, não usar algemas até que ofereça resistência
LIBERDADE PROVISÓRIA COM FIANÇA
	"Fiança" é medida de contra cautela (pagamento de fiança para ficar solto) e medida cautelar diversa da prisão
	Na CF a liberdade provisória com fiança é direito de quem foi preso em flagrante e não há requisitos para a preventiva
Inafiançáveis: hediondos e assemelhados (trafico), terrorismo, racismo, organização de grupos armados contra o EDD, tortura. → Não cabe liberdade provisória com fiança
	Liberdade provisória sem fiança, quando não há requisitos para a preventica → permite que o juiz aplique medida cautelar diversa da prisão
Pena menor ou igual 	a 4 anos → delegado fixa a fiança
	Se o delegado não o fizer, qualquer pessoa pode peticionar ao juiz que o faça. Não precisa de HC
Pena maior de 4 anos → APFD para o juiz
Liberdade provisória sem fiança:
	A pessoa não tem condições de pagar e o juiz nem determina fiança 
	Crime no qual é claro o cometimento mediante causa de exclusão da ilicitude
	Se o juiz fixa uma fiança e a pessoa não tem condições de pagar, ele deve dispensar o pagamento ou reduzir o seu valor
Como medida cautelar, visa garantir a instrução criminal e a aplicação da lei
	Se a pessoa for absolvida, o valor é devolvido com o trânsito em julgado da sentença absolutória
	Se for condenada, o valor é devolvido após o cumprimento da pena
	→ Caso condenado, pode ser descontado o valor da multa, das custas processuais e da indenização da vítima (caso fixada)
	Se a pessoa descumprir algum dos atos do processo, se ausentando da comarca, por exemplo, ela pode perder até metade da pena
NA VERDADE, SÓ HÁ A PRISÃO PREVENTIVA NO CPP
	O flagrante virou mera situação fática: visibilidade e imediatividade do cometimento de conduta criminosa, o que não significa que ela deve continuar presa
PRISÃO TEMPORÁRIA
	
	Não está no CPP; está em lei específica, n° 7960, de 1989. Ainda havia uma política de segurança nacional, por isso tem uma estrutura muito genérica
	Na CF ficou claro que não era mais permitida a prisão para averiguação. Agora só existem as prisões decretadas por ordem judicial e o flagrante
Art. 1° da lei 7960
Finalidades: para investigar, para identificar e caso tenha algum elemento de autoria ou participação nos crimes elencados
	Com a teoria da cautelaridade do CPP, a decretação da prisão depende do fumus comissi delicti e periculum in libertatis
	Logo, passou-se a exigir I+II ou II+III
	Todavia, entendeu-se que a hipótese para identificação foi revogada pelo CPP, logo, a prisão temporária serviria só no caso do I+III
Só cabe da fase de inquérito policial
Pode ser requerida pelo delegado ou pelo MP
Prazo: 5 dias, prorrogáveis por mais 5; 
	no caso de crime hediondo, 30 dias prorrogáveis por mais 30
Ainda é muito vinculada à política de segurança nacional
Hoje não pode prisão de ofício do juiz na fase de investigação
Prisão preventiva pode ser feita de ofício pelo juiz somente depois de oferecida a denúncia ou queixa
É como se a prisão preventiva tivesse uma cláusula rebus sic stantibus, é sempre marcada pela revisibilidade

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