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Resumo procedimentos basicos de medicina - tudo sobre centro cirurgico, nós e suturas, atenção primária ,secundária e politraumatizados.

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CENTRO CIRÚRGICO E SUAS CARACTERÍSTICAS
Definição conforme Ministério da Saúde
A Unidade de Centro Cirúrgico é o conjunto de elementos destinados às atividades cirúrgicas, bem como à recuperação pós-anestésica e pós-operatória imediatas.
LAMB (2000) propõe novo conceito:
Unidade de Centro Cirúrgico é o conjunto de ambientes, devidamente localizados, dimensionados, inter-relacionados e dotados de instalações e equipamentos, com pessoal qualificado e treinado para a realização de procedimentos cirúrgicos, de forma a oferecer o máximo de segurança aos pacientes e às melhores condições de trabalho para a equipe técnica.
Principal objetivo do Centro Cirúrgico
Atender com total segurança o paciente que será submetido a um procedimento seja este eletivo, de urgência ou emergencial, propiciando à equipe cirúrgica todas as condições de atendimento e ao paciente a certeza de um atendimento seguro.
Principais Finalidades
Realização de cirurgias,Campo de pesquisas, Campo de estágios
Equipe cirúrgica = demonstrar competência quanto a prestar assistência
Paciente e família = demonstram ansiedade, estresse ao desconhecido, medo.
O Centro Cirúrgico, divide-se em:
Salas operatórias
Sala de Recuperação Pós-Anestésica
Central de Material e Esterilização
Planejamento físico
Localização
Fácil acesso para pacientes críticos (emergência, UTI, internação)
Próximo às áreas de suporte (farmácia, almoxarifado, lavanderia
banco de sangue, laboratório, rx, CME...)
Quanto à assepsia, o CC é dividido em três áreas: restrita, semi-restrita e não restritas
Áreas restritas: Limite de circulação de pessoal e material
Sala de operação
Lavabos
Corredor interno
Áreas semi-restritas
Sala de recuperação pós-anestésica
Conforto médico
Salas de guarda de material
Secretarias (quando dentro do Centro Cirúrgico)
Almoxarifado
Câmaras escuras, etc.
Áreas não restritas
Circulação livre dentro do ambiente cirúrgico
Corredor de entrada principal (de pessoal e pacientes)
Vestiários
Copa
Em um hospital geral, podemos dizer que 40 a 50% de seus leitos são cirúrgicos e que, para cada 20 a 25 leitos cirúrgicos devemos dispor de uma sala cirúrgica, sendo estas de porte:
Pequeno: 4 X 5 metros (20m²)
Médio: 5 X 5 metros(25m²)
Grande 5 X 6 ou 7 X 5 metros (36m²)
Composição do Centro Cirúrgico
Vestiários (masculino e feminino),Almoxarifado,Sala da Enfermagem (chefia)
,Conforto médico,Serviço de Anestesia,Copa,Lavabos,Sala operatória,Sala de recuperação pós-anestésica,Central de material e esterilização,Sala de guarda de materiais,Expurgo,Rouparia,Secretarias,Salas de indução anestésica
Localização
Fácil acesso à equipe de enfermagem e médica
Facilidade para transportar o paciente para CTI, Semi-Intensiva e enfermaria
Local de pouca movimentação, barulho e agitação e longe de poeira
O Centro Cirúrgico deverá estar próximo de alguns setores, para um melhor funcionamento, tais como:
Raio X, Laboratório, Banco de Sangue, Maternidade (quando o hospital não dispõe de Centro Obstétrico), e Berçário de admissão do recém-nascido.
Equipamentos básicos da Sala Operatória
Mesa cirúrgica, Mesas auxiliares (no mínimo três),Mesa de Mayo (auxiliar do anestesista)Escadinha ao lado da mesa cirúrgica, Estrados, Cestos de lixo, Foco central e auxiliar, Descarpack, Bisturi elétrico (digital, argônio),Braçadeiras (muitas vezes a própria mesa cirúrgica possui),Relógio de parede, Suporte de hamper, Bancos giratórios, Suportes de soro, Aparelho de anestesia, Oxímetro e monitor cardíaco, Estetoscópio com esfignomanômetro, Negatoscópio
REvestimentos: Piso
Fácil limpeza
Menor número de frestas
Cor clara
Ausência de ralos
De fácil manutenção
NÃO encerar; o piso deverá possuir aterramentos
Paredes
Sem frestas, de fácil limpeza (laváveis)
Cantos arredondados
De preferência, tinta lavável
Cor clara (repousante aos cirurgiões)
Portas
Largas (passagem de macas e camas)
De duas folhas, tipo vai-e-vem, ou uma folha
Visor
Janelas – se houverem:
Deverão estar lacradas
Muitas vezes, escurecidas
Possuírem telas
Lavabos
Torneiras com acionamento sem utilização das mãos (fotocélula)
De preferência, para cada 3 salas de cirurgia, um lavabo
Uso de degermantes (PVPI e clorexidina)
SALADE RECUPERAÇÃO ANESTÉSICA
È a área destinada à permanência do paciente logo após o termino do ato anestésico cirúrgico até a recuperação da consciência, eliminação de anestésicos e estabilização dos sinais vitais;
Deve estar instalada dentro do CC ou nas suas proximidades, favorecendo o transporte rápido do paciente anestesiado para este local;
Sistemas de Abastecimento, Instalações e Equipamentos básicos:
Oxigênio c/ fluxômetro
Ar comprimido 
Vácuo clínico
Sinalização de enfermagem
Tomadas 110 e 220w
Foco de luz
Monitor cardíaco
Oxímetrode pulso
Esfigmomanômetro
TEMPOS CIRÚRGICOS OU OPERATÓRIOS São procedimentos ou manobras consecutivas realizadas pelo cirurgião, desde o início até o término da cirurgia. De um modo geral as intervenções cirúrgicas são realizadas em quatro (4) tempos básicos.
 1 ) DIÉRESE 2) HEMOSTASIA 3) CIRURGIA PROPRIAMENTE DITA 4) SÍNTESE 
Obs: Algumas vezes apenas um tempo cirúrgico pode estar presente, como por exemplo, na abertura de um abscesso ou na sutura de um corte ocasionado acidentalmente. 1) 
1)DIERESE: (Dividir, cortar, separar) Separação dos planos anatômicos ou tecidos para possibilitar a abordagem de um órgão ou região (cavitária ou superfície), é o rompimento da continuidade dos tecidos. 
Pode ser classificada em: Mecânica (instrumentos cortantes) Física (recursos especiais) Mecânica pode ser:
 -Punção – Drenar coleções de líquidos ou coletar fragmentos de tecidos, (agulhas, trocaters)
-Secção – Dividir ou cortar tecidos com uso de material cortante (bisturi, tesouras, lâminas) Segmentação de tecidos 
- Divulsão – Afastamento dos tecidos nos planos anatômicos sem cortá-los (afastadores, tesouras com ponta romba) 
-Curetagem – Raspagem da superfície do órgão (cureta) Dilatação – Processo para se aumentar o diâmetro de estruturas físicas anatômicas (dilatadores específicos) Descolamento – Separação dos tecidos de um espaço anatômico (pinças descoladoras, descoladores específicos)
Física pode ser: 
 Térmica – Realizada com uso do calor, cuja fonte é a energia elétrica (bisturi elétrico) Crioterapia – Resfriamento brusco e intenso da área a ser realizada a cirurgia (nitrogênio líquido) 
 Laser – realiza-se por meio de um feixe de radiação, ondas luminosas de raios infravermelhos concentrados e de alta potência. Há vários sistemas laser, mas, o mais utilizado na cirurgia é o laser de CO2, que pode ser facilmente absorvido pela água existente no tecido humano
2) HEMOSTASIA: (hemo=sangue; stasis=deter) – Processo pelo qual se previne, detém ou impede o sangramento. Pode ser feito por meio de: Pinçamento de vasos Ligadura de vasos Eletrocoagulação Compressão Hemostasia prévia, preventiva ou pré-operatória: Medicamentosa = baseada nos exames laboratoriais Cirúrgica = interromper em caráter provisório o fluxo de sangue para a ferida cirúrgica para prevenir ou diminuir a perda sanguínea (garrote pneumático, faixa de smarch)
Hemostasia temporária – Feita durante a intervenção cirúrgica para deter ou impedir temporariamente o fluxo de sangue no local da cirurgia (compressão por instrumentais – pinças, aplicação de medicações, uso de hemostáticos) 
Hemostasia definitiva – Obliteração do vaso sanguíneo em caráter permanente (sutura, bisturi – eletrocoagulação, laqueadura, uso de hemostáticos)
3) Cirurgia propriamente dita ou Exérese – Tempo cirúrgico fundamental, onde efetivamente é realizado o tratamento cirúrgico - momento em que o cirurgião realiza a intervenção cirúrgica no órgão ou tecido desejado, visando o diagnóstico, o controle ou a resolução da intercorrência, reconstituindo a área, procurando deixá-la da forma mais fisiológica possível.
4) Síntese cirúrgica (junção, união) – aproximar ou coaptar bordas de uma lesão, com a finalidade de estabelecera contigüidade do processo de cicatrização, é a união dos tecidos. O resultado da síntese será mais fisiológico quanto mais anatômica for a dierese (separação). Pode ser classificada em: 
I) Cruenta : Coaptação, aproximação, união dos tecidos realizada por meio de sutura permanente ou removível. São utilizados instrumentos apropriados : agulhas de sutura, fios de sutura etc... 
II) Incruenta : Aproximação dos tecidos, a união das bordas, é feita por meio de gesso, adesivo ou atadura.
 III) Imediata : Coaptação ou união das bordas da incisão é feita imediatamente após o término da cirurgia. 
IV) Mediata : Aproximação dos tecidos, das bordas é feita após algum tempo de incisão ( algum tempo depois da lesão). V) Completa : Coaptação, aproximação, união dos tecidos é feita em toda a dimensão/extensão da incisão cirúrgica. VI) Incompleta : Aproximação dos tecidos não ocorre em toda a extensão da lesão, mantem-se uma pequena abertura para a colocação de um dreno
O processo mais comum de síntese é a sutura que pode ser: 
Temporária – quando há necessidade de remover os fios cirúrgicos da ferida após fechamento ou aderência dos bordos desta. 
 Definitiva ou permanente – quando os fios cirúrgicos não precisam ser removidos, pois, permanecem encapsulados no interior dos tecidos.
 FIOS E SUTURAS: 
Fios cirúrgicos
Características do fio ideal
-Resistência à tração e torção 
-Calibre fino e regulado
-Mole, flexível e pouco elástico
-Reação tecidual
-Esterilização 
Características físicas, de manuseio e de reação tecidual dos fios 
Configuração física: refere-se a composição dos fios quanto aos seus filamentos. 
Monofilamentar: constituído de um único filamento (nylon),multifilamentar, com varias fibras trançadas compondo um único fio (algodão).
Capilaridade: capacidades de absorver líquidos ao longo do fio ( os multifilamentares possuem maior capilaridade, podem apresentar maior aderência microbiana),
Diâmetro: é determinado em milímetros e expresso em tamanhos com zero ( quanto menor diâmetro maior nº mais zeros)
Força de tensão: é quantidade de peso necessária para ruptura do fio.
Força do nó: é a força necessária para fazer com que certo tipo de nó deslize parcialmente ou completamente( os multifilamentares possuem atrito maior, permitindo assim uma fixação mais segura do nó).
Elasticidade: é a capacidade do fio cirúrgico de recuperar a forma e comprimento originais depois de um estiramento. Essa propriedade contribui para diminuir a possibilidade de romper as bordas da incisão cirúrgica.
Memória: é a capacidade de um fio retornar a sua forma original após o nó. Quando possui alta memória , oferece menor segurança do nó.
Manuseio: está relacionado tanto com a rigidez ( quão facilmente ele pode ser dobrado ou seja, quão facilmente ele desliza através do tecido)mais difícil de dar o nó.
Reação tecidual: todos os fios causam certa reação tecidual, essa reação começa quando o fio agride o tecido durante a introdução e pode persistir de acordo com a sua composição.
A reação tem inicio com a infiltração dos leucócitos, macrófagos, fibroblastos e tecido fibroso.
Classificação dos fios cirúrgicos
Quanto à estrutura:
Monofilamentar constituído de um único filamento 
Nylon
Aço inoxidável
Polipropileno
Polidioxanone
Multifilamentar: com varias fibras, trançadas ou intercaladas
Categute simples e cromado
Algodão
Seda
Nylon
Dacrón
Ácido poliglicólico
Poliglactin revestido
Quanto à absorção:
Absorvíveis: são fagocitados, degradados e assimilados pelo tecido
Categute simples/ cromado
Ácido poliglicólico (Dexon)
Ácido poligaláctico (Vicryl)
Polidioxanona (Maxon, PDS)
Inabsorvíveis: são resistentes á digestão enzimática 
Seda
Algodão
Poliéster
Nylon
Polipropileno (Prolene)
Quanto à origem
Origem animal(intestino delgado ovinos e bovinos)
Categute simples(absorção mais rápida – 8 dias)
cromado ( 20 dias)
Solução alcoólica – preservar propriedades, luz e temperatura.
Origem orgânica
Seda-(bicho-da-seda,fibras retorcidas, processo enceramento diminuir capilaridade).
Origem vegetal
Algodão(derivado celulose, 
Custo, fácil esterilização,pouca reação tecidual)
Origem sintética
Nylon (duro e corrediço, não produz nó firme, grande resistência tensil; suturas vasose tendões) 
Polipropileno(grande resistência tensil; suturas de aponeuroses, tendões e vasos; facilmente removível, ideal para sutura intradérmica)
Poliéster (resistente e de grande durabilidade; pode apresentar-se sem cobertura ou coberto por polibilato polibilato(Ethibond ®) ou teflon(Tevdek ®); • suturas de aponeuroses, tendões e vasos
Origem metálica: utilizados para tenorrafia ( tendão), fechamento de parede abdominal
Prata,Cobre,Aço ,Clips de Michel- fechamento de pele, diminui tempo de cirurgia, tensão uniforme.
Quanto à presença de agulhas: Agulhados, Não agulhados
Quanto à reação tissular
Desprezível, Mínima, Muito baixa, Moderada 
Quanto à memória – capacidade de retornar a sua forma original
Desprezível
Baixa
Moderada
Alta
Bastante alta
Quanto ao calibre
Categute – origem animal
Biológico
Submucosa do int. delgado de ovelhas ou serosa de bovinos polifilamentado
Simples:
Absorção mais rápida – 5 a 10 dias
Perde tensão em 1 a 2 semanas
Cromado: 
Tratamento com bicromato de potássio
Absorção mais lenta – 20 dias
Força tênsil aumentada – 2 a 3 sem
Categute
Vantagens :Manuseio, Absorvível
Desvantagens :
Permeável
 Reação tecidual
 Infecção
Alergênico
Indicações:
Suturas gastrintestinais
Amarraduras de vasos na tela subcutânea
Suturas no peritônio
Cirurgias ginecológicas
Bexiga 
Contra indicação
Suturas superficiais
Aponeurose 
Ácido poliglicólico (Dexon)
Vantagens : Sintético e Multifilamentado
Desvantagens : Perda da tensão efetiva de seus nós em torno de 3 semanas
 Custo, Infecção 
Ácido poliglicólico (Dexon)
Indicações: Peritônio
 Músculos
 Subcutâneo
 Chuleio intradérmico
 Laqueadura vascular
 Não indicado - aponeurose
Ácido poligaláctico (Vicryl)
 Sintético
 Semelhante ao ác.
Poliglicólico
 Absorvido em 60 dias
Indicações:
Cirurgias gastrintestinais, urológicas, ginecológicas, oftalmológicas, aproximação de tec. 
Subcutâneo, pele ponto intradérmico (3.0)
Polidioxanona (PDS)
Sintético
Monofilamentado
Absorção lenta – 90 a 180 dias
Manutenção da resistência tênsil por longo período
Indicações
Sutura de tendões, capsulas articulares e fechamento da parede abdominal
Seda
Filamento protéico obtido do bicho-da-seda
Multifilamentado
Fibras retorcidas ou trançadas
Inabsorvível porém biodegradável
Seda 
Vantagens :Não irritante
 Barato
 fácil manuseio
 Nó firme
 Cicatrização
Desvantagens :Infecção , Reação tecidual - corpo estranho 
Seda 
Utilização:
 Fechamento de parede
 Hemostasia de vasos
 Cirurgias gastrointestinais
 Cirurgias Oftálmicas
 Cirurgias torácicas
 Cirurgias ortopédicas
Algodão 
Vantagens :Barato
Maleável 
Nós firmes
Resistente
Utilização:
Cirurgias gerais
Desvantagens :Infecção 
Reação tecidual – granuloma de corpo estranho 
Poliéster 
Sintético
Multifilamentado
Resistência e durabilidade
 reação tecidual
resposta inflamatória
Indicações :Aponeuroses, tendões, vasos
Contra indicações: Infecção no local da sutura
Nylon 
Vantagens :Mono/multifilamentar
resistência
Flexível
Reação tecidual
Não irritante
Desvantagens :Elasticidade
Difícil manuseio
Perde resistência
Não produz nó firme
Não absorvível porém biodegradável
Utilização:
Usado em todos os tecidos – praticamente inerte
Preferidos para suturas de pele
Fechar paredes
Polipropileno (Prolene)
Sintético
Monofilamentado
Produz reação tecidual
 resistência – vários anos
Facilmente removível
Utilização:
Sutura vascular
Sutura intradérmica
Fechamento de aponeurose
Aço 
Vantagens: Resistência
 Inerte aos tecidos
 Maleável
 Grande força tensional
 Infecção
 Esterilização
Desvantagens :
Difícil manuseioElasticidade
 Nós volumosos
 Opaco ao RX
 Uso limitado 
Utilização:
 Finos – Cirurgia Plástica
 Médio – Parede
 Grosso – Osso
Origem metálica
Prata - clips de neurocirurgias e cirurgias vasculares.
Cobre – cirurgias bucomaxilofaciais.
Aço vitálico – osteossínteses.
Agrafes ou clips de Michel – aproximação de bordas de pele.
Nós e suturas
Nó cirúrgico é o entrelaçamento ordenado feito com as extremidades livres do fio cirúrgico
Objetivos :
Fácil execução
Perfeito ajuste das bordas da ferida
Evitar afrouxamento
Ponto cirúrgico:
É o segmento de fio cirúrgico compreendido entre uma ou duas passagens deste no tecido.
Distância entre dois locais consecutivos .É a unidade de síntese
Sutura cirúrgica:
Ponto ou conjunto de pontos aplicados nos tecidos com o objetivo de união, fixação e sustentação
 A importância da sutura cirúrgica diminui com o progredir da cicatrização
Nós cirúrgicos:
Compostos por 3 seminós:
1°- Contenção
2º- Fixação
3°- Segurança
Vantagens
Afrouxamento de um nó não interfere no restante da sutura
↓ quantidade de corpo estranho na ferida
↓ isquemia da ferida
Desvantagem
Mais trabalhosa e mais demorada
Tipos de suturas
Sutura em pontos separados:
Ponto simples
Ponto simples com nó para o interior da ferida
Ponto em U horizontal
Ponto em U vertical
Ponto em X horizontal
Ponto em X horizontal com nó para o interior da ferida
Ponto recorrente
Ponto helicoidal duplo
Ponto simples
U horizontal – Wolf U vertical - Donatti
Tipos de suturas
Sutura contínua:
Chuleio simples
Chuleio ancorado
Sutura em barra grega
Sutura intratecidual, em barra grega
Sutura em pontos recorrentes
Sutura contínua simples ou sutura de Kurschner
Sutura ancorada de Ford, Retrógrada, festonada ou de Reverdin
Sutura em barra grega
Sutura intradérmica
Sutura em bolsa
Suturas da pele
Fios inabsorvíveis → ↓ reação tecidual → cicatrizes estéticas
Nylon, poliéster
Pontos separados
Pontos intradérmicos 
– fios inabsorvíveis ou absorvível tipo poliglicólico
Aproximação com tiras de esparadrapo microporado
Sutura de tela subcutânea
Evitar formação de espaço morto e consequencia de coleções serosas e hemáticas
Pontos separados
Fio absorvível
Categute ou poliglicólico
Sutura de aponeurose
Pontos separados
Fio inabsorvível
Nylon, poliéster, algodão ou seda
Sutura contínua – facilita eventrações
Sutura muscular
Quando a aponeurose que recebe o músculo é delicada
Fios absorvíveis
Evitar pontos isquemiantes
Sutura de vasos e nervos
Pontos separados ou contínuos
Sempre com fios inabsorvíveis
Nylon ou poliéster
Sutura do tudo digestivo
Anastomoses gastrintestinais
Lembert (1825): sutura serosa-serosa
Halsted (1887): inclusão da submucosa + sutura em um plano
Posteriormente: anastomose intestinal em 2 planos
Gambee (1951): Bons resultados com anastomoses intestinais em 1 
Plano
Recentemente: estudos clínicos e esperimentais confirmam este estudo
Anastomoses gastrintestinais
Disposição das bocas:
Término-terminal
Término-lateral
Látero-lateral
Sutura através de grampeadores
Grampos metálicos
Técnica adequada, rápida, segura
Pequena reação tecidual
Retirada dos fio de sutura cutânea
Devem ser mantidos enquanto úteis
Retirar o mais breve possível – resistência da cicatriz
Incisões pequenas (≤4cm) – 4° a 5° dias
Incisões extensas – 7° a 8° dias
Experiência do cirurgião
Avaliação
Aspecto da cicatriz
Local da ferida – tensão?
Direção da cicatriz – linhas de força
Condições que interferem na cicatrização
Tipo de tecido e capacidade de adquirir resistência tênsil ao processo de cicatrização
Tensão a que o tecido será submetido
ATENÇÃO PRIMÁRIA
Apresentação Pessoal
 Diga seu nome
 Identifique-se como pessoa treinada
 Pergunte à vítima se pode ajudá-la
Fontes de informação sobre a cena e a vítima
 A cena por si mesma
 A vítima, se pode responder
 Familiares e/ou circundantes
 O mecanismo óbvio da lesão
 Lesões óbvias
 Sinais/sintomas clínicos característicos
Fase de identificação e correção imediata dos problemas que ameaçam a vida a curto prazo, sendo eles: 
 Vias aéreas - Estão desobstruídas? Existe lesão da cervical? 
Respiração - Está adequada? 
Circulação - Existe pulso palpável? Há hemorragias graves? 
Nível de Consciência - AVDI. Alerta, Verbaliza,Doloroso ou Inconsciente 
DEFINIÇÃO
Processo ordenado para identificar e corrigir de imediato problemas que ameaçam a vida da vítima em curto prazo.Consiste no CA B Primário:
 C - Circulação
 A – Vias aéreas
 B - Respiração/ventilações
 
Verifique a consciência: Toque os ombros e chame por 3 vezes
A = abertura de via Aérea
Casos Clínicos: Inclinação da cabeça-elevação do queixo 
Casos de Trauma: elevação da mandíbula sem extensão da cabeça 
B = Checar a Respiração
 Ver, ouvir e sentir ( em até 10 segundos)‏
 Se não há respiração, faça duas ventilações
C = checar Circulação
Verifique pulso carotídeo em adultos e crianças ( por 10 segundos) 
Pulso Braquial em < de 1 ano
Checar hemorragia 
Iniciar pela cabeça/pescoço, Tórax, Abdome, Membros inferiores, Braços
PASSOS IMPORTANTES ATENÇÃO PRIMÁRIA:
1º Verificar a consciência
2º Abrir vias aéreas com cuidado com a coluna cervical
3º Verificar a respiração (se não há, atuar de imediato)‏
4º Verificar presença de pulso (se não há, atuar de imediato)‏
5º Controlar hemorragias 
AVALIAÇÃO DA CENA:
A primeira atitude a ser tomada no local do acidente é avaliar os riscos que possam colocar em perigo a pessoa prestadora dos primeiros socorros. Se houver algum perigo em potencial, deve-se aguardar a chegada do socorro especializado. 
DEFINIÇÃO: É uma avaliação rápida realizada pelo profissional ao chegar no local da ocorrência. - Tem como finalidade avaliar os diferentes fatores relacionados com o incidente, e determinar riscos potenciais, garantindo assim a segurança da equipe e demais pessoas presentes na cena. É fundamental para a tomada de decisão. 
PASSOS :Qual é a situação (estado atual);Até onde pode ir (potencial/riscos);O que e como farei para controlá-la (operações e recursos).
DADOS A RELATAR A CENTRAL DE COMUNICAÇÃO: Central de Regulação medica 
Tipo/natureza da ocorrência; ac. Transito, atropelamento, colisão, queda moto 
Endereço do acidente (local exato);
Problemas presentes/riscos potenciais;
Número de vítimas;
Necessidades de apoio (recursos extras);
Condições climáticas e topográficas.
COMO MANTER SEGURO O LOCAL DA OCORRÊNCIA:
Estacionar adequadamente o veículo de emergência;Sinalizar e isolar o local;
Prevenir riscos (desconectar bateria, fechar o registro de gás, fumantes);
Evitar ou eliminar agentes que possam causar lesões ou agravos a saúde como:
 - Fogo , explosão, fumaça,Gás tóxico,Queda de estrutura, Tráfego(via pública) 
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA 
Vítima grave não deve permanecer na cena para realização do exame secundário
-Histórico : AMPLA
- Alergias 
- Medicações de uso regular
- Passado médico e antecedente cirúrgico
- Líquidos e alimentos ingeridos
- Ambiente
- Histórico rápido 
- Documentar as informações: ficha
- Repassar as informações p/ equipe
 médica do hospital
 -Exame Físico Detalhado
Exame da cabeça aos pés
-Ver, ouvir e sentir
-Sinais vitais: PA, frequência e qualidade do pulso, FR e MV, temperatura, cor da pele
- Exame neurológico 
CABECA:
Inspeção: contusões, abrasões, lacerações, assimetria e deformidades ósseas, hemorragias, alterações em olhos, pálpebras, orelhas, nariz, boca, mandíbula
Checar pupilas: reatividade, tamanho, simetria, formato irregular
Nariz, orelha e boca: presença de sangue, líquor, secreções, objetos, dentes, ferimentos
Palpar couro cabeludo, buscando lesões de partes moles
Palpar c/ cuidado: ossos da face e crânio: crepitação, desvios, depressão, mobilidade anormal 
PESCOCO:
Inspeção: contusões,abrasões, lacerações, assimetria e deformidades, estase venosa
Palpação da coluna: dor sugere fratura, luxação ou lesão ligamentar.
Palpar com cuidado.
Palpação: enfisema subcutâneo, crepitação da laringe 
Fratura de laringe: crepitação de laringe, rouquidão e enfisema subcutâneo 
TÓRAX:
Inspeção: deformidades, áreas de movimento paradoxal, contusões, abrasões, saliência ou retração intercostal, supra-esternal ou supraclavicular, ferimento perfurante
Ausculta pulmonar: MV e ruídos
Ausculta cardíaca: abafamento de bulhas
Palpação: enfisema subcutâneo, crepitações ósseas
Expiração completa: diafragma sobe: anterior: 4º EIC, lateral: 6º EIC,posterior: 8º EIC
**TÓRAX INSTÁVEL Perda de estabilidade torácica resultante de fraturas de dois ou mais arcos costais, em dois ou mais locais, associadas ou não a fraturas de coluna vertebral ou de esterno.  A parede torácica deixa de proporcionar um apoio ósseo rígido, necessário para manter a expansibilidade torácica suficiente para uma função ventilatória normal
ABDOME
Inspeção: contusões, abrasões, equimoses, lacerações, evisceração
Palpação de cada quadrante: dor, rigidez, posição de defesa, massas
Sinal do cinto de segurança: contusão transversal, próxima do umbigo; lesões de vísceras ocas, fratura coluna lombar
PELVE 
Inspeção: contusões, abrasões, equimoses, lacerações, fraturas expostas
Palpação: suave pressão ântero-posterior na sínfise púbica
Palpação: pressão medial nas cristas ilíacas bilateralmente
Palpar a pelve uma única vez
Exame da genitália
DORSO: Examinar o dorso quando lateralizar a vítima para realizar o rolamento para a prancha longa.
Inspeção: lesões diversas
Ausculta pulmonar: MV e ruídos
Palpação da coluna: identificar sensibilidade e deformidade
EXTREMIDADES: Inspeção: equimoses, lacerações, hematomas, fraturas expostas, hemorragias, deformidades, desalinhamentos .(Proximal p distal)
Palpação: identificar sensibilidade, crepitação, movimento incomum
Verificar função neurológica: identificar função de nervos motores e sensitivos
Verificar circulação: pulsos distais, perfusão periférica
ATENDIMENTO AO POLITRAUMATIZADO: O trauma é uma das maiores causas de morte entre a segunda e quarta década de vida;
A prevenção da Hipoxia é o objetivo principal do atendimento. 
Todo o profissional da saúde bem como toda equipe que faz o atendimento inicial deve conhecer os princípios para garantir essa oferta. 
MORTES POR TRAUMAS: 1º pico: Ocorre nos primeiros segundos ou minutos após o trauma por ruptura de aorta, TCE, TRM e comprometimento respiratório;2º pico: Primeira hora pós trauma (Golden Hours) por hemorragias e lesões do SNC; 3º pico: mortes ocorridas após semanas do trauma por infecção e falência de múltiplos órgãos. 
SUPORTE BÁSICO: abc = avaliação primária, de+ avaliação secundária
AIRWAY: Vias Aéreas e controle cervical (colocar colar cervical);
BREATHING: Respiração, ventilação (administrar oxigênio), realizar aspiração se necessário.
CIRCULATION: Circulação e Controle de Hemorragias, checar pulso carotídeo e femoral, imobilizar fraturas.
DISABILITY OR DIAGNOSTIC NEUROLÓGIC: Exame Neurológico, Glasgow.
EXPOSITION: Exposição da vítima + evitar hipotermia
A: Vítima Inconsciente
Realizar manobra de elevação do queixo (Chin Lift);
Realizar manobra de elevação da mandíbula (Jaw Thrust);
Somente realizar extensão, quando não existir suspeita de trauma raquimedular;
Realizar aspiração oral;
Utilizar Cânula de Guedel: Entubação orotraqueal;:Entubação nasotraqueal;Cricotireoidostomia
B: Acesso respiratório e ventilação da vitima. 
No exame físico procura-se alteração de caixa torácica, observa-se a expansibilidade da parede torácica se está normal e simétrica; 
Vitima consciente e eupneico: oferta de oxigênio de 3 a 5 I/min. via cateter nasal ou mascara; 
Vitima consciente com dispnéia: Suporte de oxigênio 10 a 15 l/min. Via cateter nasal ou mascara. 
Vitima inconsciente com Apnéia: Mascara facial com reservatório de oxigênio e um fluxo de 10 a 12 litros/min com AMBU. 
O2: Sem suplementação de Oxigênio
Boca x Boca = 16 % Ambu-máscara = 21 %
Com suplementação de Oxigênio
Cateter nasal: 1 a 6 L = 24 – 26 % Máscara sem reservatório: 8 a 10 L = 40 – 60 % Máscara com reservatório: 12 a 15 L = 90 – 100 % Ambu sem reservatório: 8 a 10 L = 40 – 60 % Ambu com reservatório: 10 a 15 L = 90 – 100 %
Observar o pescoço e procurar desvio de traquéia e êxtase jugular (sinais de pneumotórax hipertensivo)
Pneumotórax: Presença de ar entre as pleuras parietal e visceral.
Pneumotórax hipertensivo: Associação com alterações hemodinâmicas devido a < DC do retorno venoso e desvio das estruturas do mediastino
Com sinais clínicos de pneumotórax hipertensivo, fazer a descompressão com punção no 2º espaço intercostal na linha hemiclavicular em seguida , drenar o tórax ( TORACOCENTESE)
Toracocentese: 4 º ou 5º espaço intercostal entre as linhas axilar média e anterior. 
C : OBJETIVOS: Controle de sangramento, imobilização de fraturas. 
AVALIAÇÃO DO ESTADO CIRCULATÓRIO:
Alteração do Nível de consciência 
Pulso: Carotídeo ou femoral avaliando sempre qualidade, freqüência e regularidade; 
Perfusão capilar: enchimento capilar em 2seg. 
Coloração da pele: Cianose ou palidez (Pele acinzentada ou esbranquiçada).
Controle de sangramentos: utilizar técnica de contensão das hemorragias; 
Hipotermia: Aquecer vitima soluções aquecidas e Monitorização eletrocardiográfica; 
Reposição volemica: 2 acessos calibrosos + infusão de solução cristalóide (Ringer Lactato); 
 Exame de sangue incluindo gravidez para mulheres. 
OBS: Um indivíduo pode tolerar uma perda de 1,5 /litros de sangue em três horas, mas não tolera esta mesma perda em minutos. 
**Verificar pulso carotídeo, se ausente iniciar a RCP;
Vítimas com idade abaixo de 1 ano, artéria braquial;
Verificar enchimento capilar;
Verificar temperatura, cor e umidade da pele;
Verificar hemorragias e imobilizar fraturas.
D:OBJETIVO: Verificar o nível de consciência. 
A avaliação do nível de consciência é realizada pelo tipo de resposta ao estímulo verbal e ao doloroso. A - Alerta, V- Verbal, D - Deficiência! Doloroso e I - inconsciência 
Um exame neurológico mais apurado deve ser realizado no atendimento secundário, através da Escala de Coma de Glasgow.
O escore ou nota final de Glasgow é classificada em Grave= 3-8, Moderado= 9-12 e Leve= 13-15. 
E: Informar a vítima ou aos familiar-acompanhantes o procedimento.
Executar a exposição da vítima somente quando necessário;
Evitar tempo demasiado para evitar hipotermia;
Cobrir com manta aluminizada, cobertor ou lençóis;
Evitar expor partes íntimas do corpo;
Respeitar as objeções da vítima, motivos pessoais, religiosos ou culturais;
Remover os calçados;
Entregar os pertences, mesmo que danificados a chefia de enfermagem

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