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PATOLOGIAS DO ÚTERO - Hellen

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UC11 – TUTORIA 3 Hellen K. 
PATOLOGIAS DO ÚTERO
1) COMPREENDER AS DOENÇAS MAIS PREVALENTES DURANTE O PERÍODO REPRODUTIVO 
ENDOMETRIOSE: 
	É uma doença crônica, inflamatória, estrogênio-dependente que ocorre durante o período reprodutivo da vida da mulher, caracterizando-se pela presença de tecido endometrial, glândula e/ou estroma, fora da cavidade uterina
O refluxo menstrual é apontado como facilitador do transporte dos implantes endometriais para a cavidade peritoneal.
A doença pode ocorrer em vários locais, mas a maioria deles está localizada na cavidade pélvica, como por exemplo: • Ovários • Peritônio (tecido que recobre os órgãos); • Intestino; • Ligamentos localizados atrás do útero (útero-sacros); • Região atrás do colo uterino (retrocervical).
	Ela é conhecida como “a doença da mulher moderna”, pois seu aparecimento parece ser influenciado pelo padrão de vida feminino atual: a mulher tem menos filhos, engravida mais tarde e é submetida constantemente a um maior nível de estresse. Todos estes fatores estão ligados ao estrogênio, que é responsável pelo crescimento desta doença.
Fatores de risco:
- Idade: estrogênio é necessário para o desenvolvimento de endometriose, sendo então associada ao período reprodutivo da mulher...
- Raça, classe social e escolaridade: raça negra e amarela são mais comuns, descobre por tratamento de infertilidade e dor pélvica...
- Estado Civil: casadas, amigadas ou com parceiro estável são mais comuns, pela procura de tratamento de infertilidade
- Antecedentes Obstétricos de Infertilidade:nuliparidade> incidência (> tempo exp. estrogênio)...
- Uso de ACO: suprime os sintomas e não os focos das doença, que se reativam após a interrupção do uso, além de não suspeitar da doença. 
- Antecedentes Familiares: não apenas pela genética, mas também pela similaridade do estilo de vida, principalmente em parentes de 1º grau (mãe e irmã)
- Exercícios Físicos: tem efeito protetor, pois ocorre diminuição dos níveis séricos de estradiol, às custas de liberação de beta endorfinas que inibiriam o GnRH e consequentemente o eixo HHO, além de estar relacionada a menores níveis de estrogênio, além de ação positiva na imunidade.
- Dioxinas (poluente):relacionadas ao desenvolvimento de endometriose pelos seus efeitos imunossupressores e interferência na via de sinalização estrogênica.
Etiologia: 
- História Menstrual: menarca precoce (antes de 11a), polimenorreia (ciclos curtos, <25d) e menorragia (duração > 7 dias ou aumento do fluxo), pois a frequência e o volume do fluxo menstrual aumentados podem estar relacionados a níveis elevados de estradiol e a presença maior de menstruação retrógrada, ambas as condições são favoráveis ao crescimento do implante endometrial ectópico.
Quadro Clínico: Os principais sintomas são dor pélvica, dificuldade em engravidar, presença de massa pélvica, de forma isolada ou em associações. 
- Dor pélvica:pode manifestar sobre formas diversas: dismenorréia, dor pélvica crônica (DPC), dispareunia, dores na função intestinal e urinária, sendo que na maioria das vezes se apresentam associadas. 
- Dismenorreia:dor no hipogástrio durante o fluxo menstrual, em cólica, com ou sem irradiações. Nas mulheres com endometriose, a dismenorreia tem um padrão de agravamento progressivo e intensidade forte. 
Pode ser causada pela presença de prostanglandinas endometriais que provocam isquemia miometrial (funcional) ou por contração uterina forte na tentativa de vencer alguma obstrução ao fluxo, o que aumenta a propensão à menstruação retrógrada predispondo a endometriose.
- Dor pélvica diferente de dismenorreia:dor no baixo ventre, pode ser de inicio recente e por mais de 6m = crônica. Pode ser cíclica ou não, tem localização uni ou bilateral, restrita a uma região ou difusa, tende a agravar na fase pré-menstrual e deixar uma sensibilidade residual após a menstruação. 
Conforme a localização da endometriose a dor pode irradiar para coxa (ovariana), para o períneo (retal) ou para a região sacral (ligamentos uterossacros). 
Os mecanismos teóricos responsabilizados pela dor na endometriose incluem a inflamação, a pressão, as aderências, o envolvimento neural, a produção aumentada de prostaglandinas e os fatores psicológicos.
- Dispareunia de profundidade: dor localizada no interior da pelve durante o coito vaginal. Pode ser provocada por tração ou estiramento de fibras nervosas de cicatrizes ou pela pressão direta dos nódulos de endometriose entre tecido fibroso.
- Disúria:desconforto ou dor hipogástrica no ato da micção, com ou sem irradiação. Sua ocorrência na fase menstrual é sugestiva de endometriose urinária.
- Sintomas não ginecológicos:sintomas como fadiga, exaustão, menor resistência a infecções e alergias, artrite reumatoide, lupuseritamatoso sistêmico, hipotireoidismo e esclerose múltipla.
- Infertilidade: Mecanismos de infertilidade na endometriose: Alterações nas trompas (obstruções) - Ovulações imperfeitas - Piora na qualidade dos óvulos - Presença de substâncias inflamatórias na pelve que dificultam a fecundação do óvulo - Dificuldade da implantação do embrião no útero
	Diagnóstico: O diagnóstico clínico de certeza é difícil. Embora estas manifestações sejam muito sugestivas de endometriose, não são exclusivas desta doença e requerem o diagnóstico diferencial com outras condições: aderências, síndrome do intestino irritável, DIP, cistite, câncer de ovário e intestino.
O diagnóstico clínico tem como base a exploração dos sintomas, o exame ginecológico e a identificação de fatores de risco.
- No exame ginecológico se encontra: útero retrovertido com fixação, massa pélvica retrouterina ou anexial com fixação, nódulos ou espassamento no fundo do saco, hiperalgesia no fundo do saco.
- Diagnóstico por Imagem: USG transvaginal, pélvico e das vias urinarias com preparo instestinal e/ou ressonância nuclear magnética (identificar lesões profundas em seus diferentes sítios da pelve)
- Diagnóstico cirúrgico pela laparoscopia, sendo também para confirmação, videolaparoscopia com biopsia (padrão-ouro).
	Tratamento: Varia do tipo de lesão, já que nem toda lesão tem o mesmo comportamento, ou seja, há lesões peritoneais pequenos endometriomas ou mesmo lesões profundas que chegam a determinado tamanho e, ou intrinsicamente ou por bloqueio hormonal, permanecem estáveis, sem progressão. Porém, há outras lesões que avançam de forma agressiva, independente de qualquer tentativa medicamentosa de contenção de crescimento.
	As opções para a abordagem clínica da paciente com suspeita de endometriose deve partir da prioridade em melhorar as queixas relacionadas à dor pélvica (em todas as suas variantes) ou à infertilidade.
História da dor
1. Dismenorreia intensa
2. Dor pélvica crônica 
3. Dispareunia profunda 
4. Disquezia menstrual
5. Disúria menstrual
História menstrual
1. Menarca precoce 
2. Polimenorreia 
3. Menorragia 
4. Hematoquesia, hematuria menstruais. 
História reprodutiva
 1. Faixa etária reprodutiva
 2. Nuliparidade
 3. Infertilidade 
4. Dor após interrupção do ACO 
Exame ginecológico
 1. Útero retrovertido com fixação 
2. Massa pélvica retrouterina ou anexial com fixação 
3. Nódulos ou espessamentos no fundo de saco 
4. Hiperalgesia (pontos gatilhos) no fundo de saco
Diagnóstico diferencial
 1. Síndrome do intestino irritável 
2. Doença inflamatória pélvica
3. Cistite intersticial 
4. Câncer de ovário
 5. Câncer de intestino
DOENÇA INFLMATÓRIA PÉLVICA (DIP) :
 	A DIP: Inflamação da região pélvica devido á propagação de microorganisos( em 60°% dos casos, um microorganismo sexualmente transmitido) a partir da vagina e do colo do útero para o endométrio, trompas de falópio e estruturas adjacente.
	A virulência dos microrganismos e a resposta imune definem a progressão: endometrite, salpingite, pelviperitonite, ooforite, peri-hepatite, abscesso tubo-ovariano ou de fundo de saco de Douglas.
Fatores de Risco:
- Idade:prevalência > em mulheresde 15-24a
- Parceiros múltiplos, sexo inseguro 
- Ectopia cervical, IST’s e uso de duchas terapêuticas 
- tabagismo aumenta a susceptibilidade à vaginose bacteriana devido à supressão de lactobacilos.
-Atividade sexual precoce
-Uso de DIU 
- Duchas vaginais
-Pós-parto
Quadro Clínico: 
	Dor no baixo ventre ou na região lombossacral; sintomas genitourinários, por exemplo, corrimento, sangramento vaginal, dispareunia e disúria; febre, dor no hipocôndrio direito e náuseas ou vômitos sugerem perihepatite (15% dos casos).
	No exame físico: temperatura axilar > 38 °C; dor à palpação e descompressão brusca dolorosa no baixo ventre; dor à palpação do colo uterino e dos anexos; palpação de tumor anexial doloroso (abscesso tubo-ovariano); abaulamento doloroso do fundo de saco vaginal (abscesso pélvico); canal cervical com corrimento branco, amarelado ou sangramento induzido.
- Dor em região inferior do abdômen 
-Menorragia
-Calafrios
- Corrimento com características mucopurulenta
-Disúria
-Sintomas gastrointestinais
SINAIS: Dor á mobilização do colo uterino e á palpação das regiões anexiais, secreção vaginal ou cervical anormal, febre, massa pélvica... 
Diagnóstico:
	Quando o quadro clínico é sugestivo e não houver outro diagnóstico provável, começar o tratamento para diminuir a prevalência de sequelas reprodutivas.
	O diagnóstico é apurado pelo aumento PCR; hemograma com leucocitose; presença de leucócitos abundantes no exame a fresco do corrimento cervical; e detecção de gonococo ou clamídia na endocérvice.
	O diagnóstico também pode ser complementado por USG pélvica transabdominal e transvaginal, e TC ou RM. A laparoscopia permite o diagnóstico mais preciso, embora não comprove a endometrite nem salpingite luminar.
Diagnóstico Diferencial:
- Gravidez Ectópica
- Apendicite Aguda
-Infecção do Trato Urinário
-Litíase ureteral
-Torção de tumor cístico ovariano;
-Endometriose
Tratamento: 
1) repouso e analgesia adequada 
2) desinserir dispositivo intrauterino in situ porque apressa a cura 
3) Antibioticoterapia apropriada; administrar antibióticos abrangendo gonococo, clamídia, micoplasmas, germes aeróbios (gram-positivos e negativos), anaeróbios e facultativos, porque o isolamento destes patógenos é difícil e incompleto; 
4) duração mínima de 14 dias 
5) em caso de abscesso tubo-ovariano ou pélvico, drenar se necessário; 
6) acompanhamento clínico e bacteriológico quatro a seis semanas depois do fim do tratamento
- A evolução clínica e os índices de cura clínica e microbiológica são similares em 91% a 100%.
- Quando o tratamento é ambulatorial, a paciente deve ser reavaliada depois de 72 horas.
7)Avaliação de parceiros sexuais
8) Repouso, abstinência ssexual, retirar Diu caso esteja presente, tratamento sintomático com analgésicos antitérmicos, antiinflamatórios.
9) Indicação cirúrgica: falha no tratamento clínico; presença de massa pélvica que persiste ou aumenta, apesar do tratamento clínico; suspeita de rotura de abscesso tubo-ovariano hemoperitônio, abscesso de fundo de saco de Douglas. 
CÂNCER DE COLO DE ÚTERO: 
	É o segundo mais incidente na população feminina brasileira, é caracterizado pela replicação desordenada do epitélio de revestimento do útero, comprometendo o tecido subjacente (estroma) e podendo invadir estruturas e órgãos contíguos ou a distância, tendo desenvolvimento lento (10 a 20a).
	O câncer do colo do útero origina-se tanto do epitélio escamoso da ectocérvice como do epitélio escamoso colunar do canal cervical.
	Há duas principais categorias de carcinomas invasores do colo do útero, dependendo da origem do epitélio comprometido: o carcinoma epidermoide, tipo mais incidente e que acomete o epitélio escamoso (representa cerca de 80% dos casos), e o adenocarcinoma, tipo mais raro e que acomete o epitélio glandular (10% dos casos).
	Os carcinomas de células escamosas (CEC) representam 70% dos casos, adenocarcinomas 25%, e carcinomas adenoescamosos 3 a 5%, exibindo diferenciação glandular e escamosa e apresenta prognóstico pior do que os CEC ou os adenocarcinomas.
	O câncer do colo do útero, também chamado de cervical, é causado pela infecção persistente por alguns tipos (chamados oncogênicos) do Papilomavírus Humano -  HPV. A infecção genital por este vírus é muito frequente e não causa doença na maioria das vezes. Entretanto, em alguns casos, podem ocorrer alterações celulares que poderão evoluir para o câncer, Estas alterações das células são descobertas facilmente no exame preventivo (conhecido também como Papanicolaou), e são curáveis na quase totalidade dos casos. Por isso é importante a  realização periódica deste exame.	
Fatores de Risco:
• infecção pelo HPV ( fator isolado mais importante ) 
• inicio precoce da vida sexual e múltiplos parceiros 
• multiparidade 
• tabagismo 
• baixo nível sócio-econômico
Quadro Clínico: em estágio inicial é frequentemente assintomático. Quando se manifesta clinicamente, o faz com sangramento vaginal, dispareunia e corrimento, que pode ser aquoso, mucoide ou purulento e fétido.
Dor pélvica e/ou lombar, com irradiação para a região posterior dos membros são geralmente sintomas de doença avançada. 
Casos mais extremos podem evoluir com sintomas decorrentes de invasão/obstrução das estruturas adjacentes, como hematúria e ureterohidronefrose secundários à invasão do trato geniturinário ou hematoquezia e suboclusão intestinal pela invasão do reto.
Diagnóstico: 
- A maioria das mulheres com neoplasia invasiva apresenta uma lesão visível ao exame ginecológico.A lesão pode se apresentar como uma ulceração superficial, um tumor exofítico na exocérvice ou uma lesão infiltrativa na endocérvice.
- Em mulheres com uma lesão visível e grosseiramente invasiva, o diagnóstico é estabelecido pela biópsia da mesma. 
- Mulheres sem lesões aparentes e com um exame de citologia oncótica anormal devem ser submetidas à colposcopia com biópsia dirigida das lesões suspeitas. Um exame colposcópico adequado deve visualizar toda a Junção Escamocolunar (JEC) e todas as lesões suspeitas devem ser submetidas a exame anatomopatológico.
- A conização torna-se necessária se uma colposcopia adequada não foi possível e para o diagnóstico de doença microinvasiva.
Tratamento: O tratamento do câncer de colo uterino pode ser dividido entre o tratamento dos casos precoces e o tratamento da doença avançada.
Tratamento dos casos em estagio:
- Histerectomia radical com linfadenectomia. pélvica/para-aórtica com ou sem quimioterapia e radioterapia adjuvantes; 
- Radioterapia e quimioterapia definitivas; 
- Traquelectomia radical; 
- Conização.
Tratamento da doença avançada:
- e o tratamento padrão é a quimio-radioterapia.
Tratamento dos casos com recidiva ou metastáticos:
- é um desafio e necessita de avaliação multidisciplinar,envolvendo equipes de cirurgia, oncologia clínica e radioterapia.
ALTERAÇÕES ANATÔMICAS DO COLO DE ÚTERO: 
2) ENTENDER A LEIOMIOMATOSE UTERINA
	Os miomas uterinos (também conhecidos por leiomiomas ou fibromas uterinos).São os tumores pélvicos sólidos benignos mais frequentes na mulher em idade reprodutiva. Estas neo-formações, habitualmente de natureza benigna, bem circunscritas e não infiltrativas, têm origem na camada muscular lisa do miométrio. Os seus constituintes são músculo liso e matriz extracelular (colagéneo, proteoglicanos e fibronectina).
	O leiomioma constitui tumor monoclonal, com origem independente entre nódulos de um mesmo útero, conforme demonstrado pelo registro do padrão eletroforético da glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD) em células tumorais e confirmado por Marshal et al., 1994, ao estudarem o padrão de inativação do cromossomo X. Vale lembrar que um tumor multiclonal seria logicamente inconsistente com a premissa de que um raro evento genético (mutações gênicas eou rearranjos cromossômicos) tenha sido responsável pela sua formação.
	O leiomioma uterino é neoplasia benigna de celulas musculares lisas do miométrio, responsiva aos hormônios ovarianos.A variação nos efeitos hormonais sobre o leiomioma está relacionada em parte ao seu crescimento autonomo.O desenvolvimento e crescimento de leiomiomas resulta de uma complexa interação entre hormonios estéroides(estrógenos e progestágenos), fatores de crescimento, citocinas e mutações somáticas. Tanto o estrógeno quanto a progesterona são considerados fatores promotores, estimulando o crescimento de leiomioma. 
	O rápido crescimento desses tumores durante a gestação, quando os níveis hormonais são altos, a regressão dos mesmo após a menopausa, além de diminuição de crescimento com terapêuticas como análogos do GnRH, danazol e antiprogestínicos, ratificam o papel hormonal no desenvolvimento desta afecção.Além disso, tem sido demonstrado que no local do crescimento e desenvolvimento dos leiomiomas existem receptores de progesteronas e estrógenos aumentados em relação ao miométrio e endométrio normal. Esses achados podem explicar a sensibilidades dos leiomiomas aos hormonios esteróides tanto endógenos quando exógenos.
	Estudos recentes mostram que o leiomioma se desenvolve não apenas pela hiperplasia e hipertrofia de célula miometriais, mas também pelo aumento da matrix extracelular.
	E aproximadamente 40% dos leiomiomas exibem também anormalidades citogenéticas. 
QUADRO CLÍNICO: 
Os leiomiomas uterinos dividem-se em sintomáticos e assintomáticos. 
Manifestação clínica local: 
	São: aumento do fluxo menstrual, algia pélvica, infertilidade, aumento do volume abdominal, corrimento, e compressão do trato intestinário, urinário e venoso.
-Manifestações clínicas gerais:
	O excesso mentrual pode determinar anemia ferropriva e suas manifestações clinicas como: fadiga, astenia, dispnéia, descoramento, etc; 
	Quando o útero se expande e ocupa a cavidade pélvica, podem aparecer sintomas urinários (polaciúria ou retenção urinária)
	O aumento da circuação útero-vaginal provocado por presença de leiomiomas uterinos ou especificamente a existência de leiomiomas submucoso, podem ser responsável por corrimento vaginal.
	Os sintomas geralmente são associados à localização do tumor, sendo que os intramurais e subserosos tendem a causar sintomas compressivos, dor e distorção anatômica de órgãos adjacentes, enquanto que os submucosos produzem sangramento com mais frequência. Além disso, observou-se que esses últimos estão mais associados à disfunção reprodutiva.
	Os sintomas iniciais cursam com hemorragia uterina (menorragia e hipermenorreia) e desconforto/algias/pressão pélvica, causados pelo efeito de massa. 
	Estes episódios de hemorragia uterina anormal podem associar-se a anemia ferropénica ligeira a grave. São também frequentes as queixas de dismenorreia e dispareunia.
	Como consequência do efeito de massa causado sobre a bexiga e vias urinárias poderão surgir frequência e incontinência urinária, disúria e, mais raramente, hidronefrose. A obstipação, tenesmo, pressão retal e oclusão intestinal são consequências possíveis da compressão do cólon sigmóide ou reto, mas menos frequentes.
	No que diz respeito à associação entre miomas e infertilidade, em apenas 2-3% dos casos se poderá atribuir uma relação isolada de causalidade.
	A ovulação não é afetada, mas alterações como implantação prévia da placenta, sangramento de terceiro trimestre, trabalho de parto disfuncional, apresentação pélvica, trabalho de parto pré-termo, retenção da placenta, ruptura prematura das membranas, abortamento e parto cesáreo já foram relatadas.
DIAGNÓSTICO: 
	A história, inclusive antecendentese intercorrências, além de exame físico e ginecológico, deve nortear a progamação e mesmo a interpretação de cada prova imagenenológica.
 	É usualmente baseado no achado de um útero aumentado, móvel e com contornos irregulares ao exame bimanual ou um achado ultrassonográfico, por vezes casual.
Exames de imagem são necessários para confirmação diagnóstica e definir localização do tumor, não sendo necessária e nem melhora o desfecho.
Diagnóstico laboratorial: 
Exames de rotina, hemograma completo, coagulograma e bioquímica da urina. E o C4 125 pode ser solicitado na hipótese de associação com endometriose.
USG pélvica
Exame de imagem primordial. Pode ser realizado por endovaginal ou por via abdominal.
Histerosalpingografia: 
Útil para avaliar o contorno da cavidade interna do útero. Oferece poucas informações a respeito do restante do miométrio.
Histeroscopia:
 Envolve a inserção de um telescópio na cavidade endometrial.A utilização de solução salina para distensão do útero oferece visualização semelhante àquela oferecida por dióxido de carbono, com menos desconforto para a paciente e menor tempo de procedimento. 
Ultrassonografia - 
Pode ser por via transabdominal ou transvaginal. A primeira ainda representa um importante meio diagnóstico em centros menores. O método transvaginal apresenta alta sensibilidade (95%-100%) para detectar miomas em úteros com tamanho menor.
- Dos exames relacionados, a ultrassonografia é o mais utilizado por ser não invasivo, de baixo risco, com acurácia adequada e de baixo custo em relação aos demais, sendo o indicado
Histerossonografia- Melhora a caracterização da extensão da invasão para a cavidade endometrial dos miomas submucosos. Envolve a injeção de solução salina intrauterina durante a realização de ultrassonografia (transabdominal ou transvaginal).
Ressonância Magnética (RM) - É exame adequado para a visualização do tamanho e localização dos tumores, podendo distinguir entre leiomiomas, adenomiose e adenomiomas, além de diferenciar leiomiossarcoma.
Tratamento: deve considerar localização e tamanho dos miomas para estabelecer o tratamento.
Deve ser individualizado, baseado no desconforto gerado na paciente, seus planos obstétricos e a probabilidade de progressão/regressão da doença de acordo com a idade da paciente e necessidade de manipulação hormonal.
Cirúgico: a histerectomia é o tratamento definitivo, e a miomectomia por várias técnicas, ablação endometrial, miólise e embolização das artérias uterinas são procedimentos alternativos.
A histerectomia elimina os sintomas e a chance de problemas futuros. Para mulheres com prole completa, é o tratamento recomendado.
A miomectomia, ressecção do mioma, é uma opção para mulheres que não aceitam a perda do útero ou que desejam engravidar, principalmente se a localização do mioma for submucoso ou intramural.
	- A desvantagem da miomectomia é o desenvolvimento de novos miomas oriundos de novos clones de miócitos anormais. Aproximadamente 50% das mulheres apresentam novos miomas 5 anosapós a realização de miomectomia e 11% a 26% necessitarão de novo procedimento cirúrgico maior após uma primeira miomectomia.
A ablação endometrial – isolada ou em combinação com miomectomiahisteroscópica – pode diminuir a ocorrência de sangramento com procedimento minimamente invasivo nas mulheres que tenham prole completa.
A miólise, que se refere à coagulação laparoscópica de tecido miomatoso, éuma técnica alternativa de mais fácil execução do que a miomectomia; entretanto a destruição tecidual localizada pode aumentar a chance de ocorrência da formação de aderências e ruptura uterina.
Medicamentoso: indicada apenas nos casos de contraindicação cirúrgica.
Tem as vantagens de não submeter a paciente aos riscos cirúrgicos e permite a preservação do útero. Porém a suspensão do tratamento medicamentoso associa-se a rápida recorrência dos sintomas, isso sem considerar os efeitos adversos dos medicamentos.
- Análogos do Hormônio Liberador de Gonadotrofi na (GnRH)
- Análogos do GnrH associado a add-backtherapy
- Danazol
- Gestrinona (antiprogestogênico e antiestrogênico)
- Moduladores seletivos dos receptores estrogênicos - tamoxifeno e raloxifeno
- Antiprogestogênios
FATORES DE RISCO
-Raça negra
-História familiarr
-Idade
-Menstruações: A distribuição da frequência varia conforme a idade menstrual e o estado gravídico. Os leiomiomas são raros antes da menarca, crescem durante a gravidez ou na vigência de tratamento com esteróides sexuaise frequentemente regridem após a menopausa.
-Paridade
-Infertilidade
-índice de massa corporal
-Dieta alimentar
-Anticoncepção 
-Infecções ginecológicas
- Doenças crônicas associadas 
3) RELACIONAR HPV COM CA DE ÚTERO 
- a prevalência na população é alta
- a maioria das infecções são assintomáticas e passam despercebidas, regredindo de maneira espontânea
- na forma latente, a pct não apresenta lesões clínicas, e a única forma de diagnóstico é a molecular;
- na infecção subclínica, a pct não apresenta lesões diagnosticáveis a olho nu, e o diagnostico é por citopatologia, colposcopia, microcolpohisteroscopia ou histologia;
- na forma clinica, há lesão visível macroscopicamente, representada pelo condiloma acuminado, com quase nenhuma potencialidade de progressão para o câncer
- São conhecidos, atualmente, mais de 100 tipos diferentes de HPV e cerca de 20 destes possuem tropismo pelo epitélio escamoso do trato genital inferior (colo, vulva, corpo do períneo, região perianal e anal)
- Desses tipos, são considerados como de baixo risco para o desenvolvimento de câncer os de números 6, 11, 26, 40, 42, 53-55, 57, 59, 66 e 68 (relacionados principalmente a lesões benignas, tais como condiloma, e também à Neoplasia Intra-Epitelial Cervical – NIC I).
- Os de médio – alto risco são os de números 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56 e 59 (relacionados a lesões de alto grau – NIC II, III e câncer);
NEOPLASIA INTRA-EPITELIAL CERVICAL – NIC:
O colo uterino é revestido por várias camadas de células epiteliais pavimentosas, arranjadas de forma bastante ordenada. Nas neoplasias intra-epiteliais, esta estratificação fica desordenada.
Quando a desordenação ocorre nas camadas mais basais do epitélio estratificado = NIC I, onde se faz acompanhamento com o COP de 6/6m.
	- cerca de 60% tem regressão espontânea	
	- 30% podem ter persistência da lesão
	- menos de 10% evoluem para NIC II
Quando desordenação avança até os três quartos de espessura do epitélio, preservando as camadas mais superficiais = NIC II.
Quando o desarranjo é observado em todas as camadas = NIC III.
Quando as alterações celulares se tornam mais intensas e o grau de desarranjo é tal que as células invadem o tecido conjuntivo do colo do útero abaixo do epitélio = carcinoma invasor.
Classificação BETHESDA: desenvolver um sistema de descrição dos esfregaços de Papanicolaou que representaria a interpretação citológico de um modo claro e relevante.
Sua nova terminologia refletiu três princípios fundamentais: 
1.A terminologia deve comunicar informações clinicamente relevantes a partir do laboratório para o médico responsável pelo atendimento das pacientes. 
2.A terminologia deve ser uniforme e razoavelmente reprodutível entre diferentes patologistas e laboratórios e deve ser, também, bastante flexível para se adaptar a uma grande variedade de situações laboratoriais e localizações geográficas.
3. A terminologia deve refletir a compreensão mais atual da neoplasia cervical.
Para que o diagnóstico seja efetuado, o relatório interpretativo da citologia de acordo com a nomenclatura do Sistema de Bethesda, deve obedecer a determinados parâmetros descritos em baixo.

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