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TUTORIA 4 transtorno psíquico UC14

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TUTORIA 4 Hellen K.
Transtornos Psiquiátricos
Caracterizar a epidemiologia e os aspectos neurobiológico dos transtornos de humor (transtorno bipolar e depressão maior) 
O humor de um indivíduo é caracterizado pela expressão verbal de sentimentos que refletem seu estado emocional interior. O afeto diz respeito à expressão não verbal destes estados emocionais. Os estados de humor normais são a alegria, a tristeza, a raiva e o medo.
 As patologias do humor são aquelas que alteram de maneira constante estes estados emocionais. Quando um indivíduo apresenta alteração de longa duração (mais de 2 semanas) numa destas dimensões, podemos defini-lo como um portador de doença do humor (afetiva). De modo geral, podemos classificar os estados patológicos como sendo os seguintes:
Alterações do humor que passem da alegria normal para a euforia patológica ou da irritação normal para a irritação patológica são classificadas como episódios maníacos ou hipomaníacos (não abordados neste trabalho).
Alterações do humor que passem do medo normal para o medo patológico caracterizam os episódios de ansiedade (não abordados neste trabalho). 
Alterações do humor que passam da tristeza normal para a depressão patológica são classificadas como episódios de depressão maior (episódio agudo) ou distimia (forma atenuada e crônica).
Em psiquiatria os estudos epidemiológicos descrevem a distribuição dos transtornos psiquiátricos na população e seus possíveis fatores determinantes, além de permitir que se avaliem conseqüências diretas e indiretas das doenças. Com isso, pode-se melhor avaliar a etiologia e a história natural das doenças na comunidade, o que colabora ainda para a elaboração da validade de construto de um determinado diagnóstico. No entanto, o tipo de dado gerado por estudos epidemiológicos depende essencialmente de seu delineamento.
O curso dos transtornos de humor é flutuante, possuindo, em geral, uma característica de intervalos mais longos entre os episódios iniciais, com intervalos menores posteriores à medida que a doença progride. Os fatores de risco para o desenvolvimento de transtornos de humor incluem a vulnerabilidade genética e os estressores psicossociais globais, que podem deflagrar conjuntamente a ocorrência de episódios completos.
Transtorno Bipolar: 
O transtorno bipolar (TBP) é uma condição psiquiátrica relativamente freqüente, com prevalência na população entre 1% e 2%. É caracterizado por episódios de alteração do humor de difícil controle – depressão ou mania (bipolar I) ou depressão e hipomania (bipolar II). Os sintomas podem aparecer em qualquer idade, sendo mais comum o surgimento entre o início da segunda e meio da terceira década de vida. A etiologia da doença ainda não é conhecida, mas muitos estudos apontam para a existência de disfunções complexas, incluindo alterações nos receptores e nos pós-receptores de neurotransmissores.
O início pode ser tanto pela fase depressiva como pela fase maníaca, iniciando gradualmente ao longo das semanas, meses ou abruptamente em poucos dias, já com sintomas psicóticos o que muitas vezes confundem com síndromes psicóticas. Além dos quadros depressivos e maníacos, há também os uadros mistos(sintomas depressivos simultâneos aos maníacos) o que muitas vezes confunde os médicos retardando o diagnóstico da fase em atividades. O humor da pessoa oscila de muito eufórico (agitado), para muito triste(com desesperança, desmotivação, desvalia).
- Ocorrência de um ou mais episódios Depressivos Maiores, acompanhados por pelo menos um episódio hipomaníaco
Os fatores neurobiológicos intracelulares e intercelulares envolvidos na fisiopatologia do THB incluem alterações em sistemas de neurotransmissão, segundos-mensageiros, vias de transcrição de sinal e regulação na expressão gênica. Apesar da grande quantidade e diversidade de estudos avaliando a biologia da doença, ainda pouco se sabe sobre a real associação entre os achados neurobiológicos do THB e as alterações comportamentais e neurovegetativas observadas nesses pacientes.
Principais Teorias Etiológicas: 
Apesar de se desconhecer a base causal, existe uma interação complexa entre fatores biológicos, genéticos, psicossociais para tentar explicar o transtorno: 
	Fatores Biológicos: As teorias dos neurotransmissores, no sistemas noradrenérgicos, seratonérgico, dopaminérgio, que tem característica semelhantes, pois todos se originam em núcleos localizados no tronco cerebral e se projetam para amplas áreas do pró-encéfalo, têm sido admitidas na etiologia dos transtornos bipolares. Além destes, outros neurotransmissores inculuindo o glutemato, neuropeptídeo, como a colecistocininca e o hormônio liberado de corticotrofrina, têm sido implicados assim como anormalidades no eixo-hipotalâmico - pituitário - tireóide são comuns no transtornos bipolar. 
	Fatores Genéticos: Quando um dos pais apresenta Transtorno Bipolar, existe de 25% a 50% de chance de o filho adquirir transtornos bipolar. Quando maior a distância de parentesco, menor a possibilidade de ter um transtorno bipolar. 
	Fatores Psicossociais: Os acontecimentos vitais-estressores precedem, mais frequentemente, os primeiros episódios de transtorno do humor e poderiam provocar alterações nos estados funcionais de vários sistemas neurotransmissores e sinalizadores intraneurais.
 Tipos: (Existem 4 formas de TBP)
Transtorno Bipolar Tipo 1: Períodos de mania(euforia) com humor elevado e expansivo, grave o suficiente para causar prejuízo no trabalho, relações sociais podendo necessitar de hospitalização contrapostos por períodos de humor deprimido sentimentos de desvalia, desprazer, desmotivação, alterações do sono, apetite, entre outros. Geralmente o estado maníaco dura dias ou pelo menos uma semana, e períodos de depressão de semanas á meses.. 
Transtorno Bipolar Tipo II: Períodos de hipomania, em que também ocorre estado de humor elevado e agressivo mas de forma mais suave. Um episódio de tipo hipomania, ao contrário da mania, não chega a ser suficientemente grave para causar prejuízo em atividades de trabalho ou vida social. 
Transtorno Bipolar Misto: Períodos mistos, em que em mesmo dia haveria alternâncias entre depressão e mania. Em poucas horas a pessoa pode chorar, ficar triste, com sentimentos de desvalia e desprazer e, no momento seguinte, estar eufórica, sentindo-se capaz de tudo, falante, agressiva. 
Transtorno Ciclotímicos: Períodos em que haveria uma alteração crônica e flutuante do humor marcada por numerosos períodos com sintomas maníacos e numerosos sintomas depressivos que se alterariam. Contudo, não seriam suficientemente graves nem ocorreriam em quantidades suficiente para se ter certeza de se tratar de depressão e mania. 
Fases: 
O TBP apresenta-se em diferentes fases: 
Maníaca: Tipicamente leva uma a duas semanas para começar e quando não tratada pode durar meses. O estado de humor está elevado podendo isso significar uma alegria contagiante ou uma irritação agressiva. Junto com a elevação desses sintomas podem ter a elevação da auto-estima, sentimentos de grandiosidade. Aumento da atividade motora apresentando grande vigor físico e apesar disso com uma diminuição da necessidade de sono. Elevação da percepção de estímulos externos levando-o a distrair-se constantemente com pequenos e insignificantes acontecimentos. Pode surgir sintomas psicóticos típicos da esquizofrenia o que demonstra um quadro mais grave.
Depressiva: É de certa forma o oposto da fase maníaca, o humor está depressivo, a auto-estima em baixa com sentimentos de inferioridade, a capacidade física está comprometida, pois a sensação de cansaço é constante. Nessa fase o sono também está diminuído, mas ao contrário da fase maníaca, não é um sono que satisfaça ou descanse, uma vez que o paciente acorda indisposto. 
Humor para baixo, tristeza, angústia ou sensação de vazio;
Irritabilidade, desespero;
Pouca ou nenhuma capacidade de sentir prazer e alegria na vida;
Cansaço mais fácil, desânimo,preguiça, falta de energia física e mental; 
Falta de concentração, lentidão do raciocínio, mémoria ruim;
Falta de vontade, falta de iniciativa e interesse, apatia; 
Pensamentos negativos repetidos amplificados, pessimismo, idéias de culpa, fracasso, inutilidae, falta de sentido na vida, doença, morte (suicídio); 
Sentimentos de insegurança, baixo auto-estima, medo; 
Interpretação distorcida e negativa do presente, de fatos ocorridos no passado e no futuro;
Perda ou aumento de apetite e/ou peso; 
Dores ou sintomas físicos difusos
Em depressões graves, alucinações e/ou delírios.
Transtorno Depressivo 
Os transtornos depressivos são considerados um grande problema de saúde pública pela Organização Mundial da Saúde. São freqüentes: afetam, pelo menos, 20% das mulheres e 15% dos homens a.
o longo de suas vidas. Causam muito sofrimento e incapacidade: A depressão é responsável pela maior parte dos suicídios, sendo que 2/3 de todos os suicídios são cometidos por portadores de depressão.
Além de apresentar alta comorbidade com outros quadros psiquiátricos, os transtornos depressivos são freqüentemente comórbidos, com doenças físicas, como artrite, hipertensão arterial, lombalgia, diabete e problemas cardíacos. Quando isso ocorre, geralmente há um pior prognóstico para ambos problemas.
Quanto maior o número de sintomas físicos clinicamente inexplicáveis apresentados por um paciente, maior a chance de ele ter um diagnóstico atual de ansiedade ou depressão e uma incapacitação significativa no seu funcionamento social e profissional.
Clinicamente, a depressão apresenta sintomas que vão além das alterações do humor. São freqüentes alterações psicomotoras, cognitivas, neurovegetativas, nos ritmos circadianos e a sazonalidade. 
As alterações psicomotoras mais freqüentes são a agitação ou o retardo. Normalmente pensamos que o paciente classicamente deprimido é aquele que não quer sair da cama, se move lentamente e inicia qualquer atividade física com extrema dificuldade. Temos que ter em mente que muitos pacientes deprimidos podem apresentar-se com extrema inquietude, dificuldade em permanecerem sentados ou fechados em um mesmo ambiente por muito tempo.
As alterações cognitivas mais comuns são as alterações subjetivas da memória, atenção e velocidade do pensamento e do raciocínio. É comum que depressões que se iniciam na terceira idade sejam confundidas com demências orgânicas (pseudodemências). Outro tipo menos freqüente de alterações cognitivas são os delírios e as alucinações (estas percepções sensoriais irreais).
São as alterações neurovegetativas que conferem aspectos físicos aos quadros depressivos. Por isso, muitos destes pacientes procurarem ajuda médica para seus sintomas físicos, não percebendo o aspecto emocional envolvido no distúrbio. Os sintomas mais comuns são a anorexia, a perda de peso, a hiperfagia, o aumento de peso, as alterações do sono (insônia ou hipersônia), as alterações no interesse sexual (diminuição da libido) e sintomas somáticos, como fraqueza muscular, peso na região das costas, plenitude gástrica e cefaléia.
 Outro aspecto importante, nos transtornos do humor, são as alterações dos ciclos circadianos. Alterações nos ritmos de sono-vigília, liberação de cortisol e regulação da temperatura são comuns em pacientes com depressão.
 Finalmente, episódios com padrões sazonais determinados podem ocorrer em alguns casos. Estes se caracterizam por aumento dos episódios em determinadas épocas do ano. Classicamente, as depressões soem ocorrer nos meses de outono e inverno.
Inicialmente, é necessário diferenciar entre episódio e transtorno. Um indivíduo que apresenta sintomas depressivos em número suficiente para realizar o diagnóstico de depressão por primeira vez é caracterizado como sofrendo de um episódio de depressão maior. A ocorrência de sucessivos episódios se caracteriza com transtorno depressivo maior. Quando o episódio é de longa duração – mais de dois anos – diagnostica-se depressão maior crônica. E quando estes sintomas de depressão são crônicos (mais de 2 anos) e de baixa intensidade faz-se o diagnóstico de distimia.
Episódio Depressivo – F32 – (CID-10)
A) Critérios gerais para episódio depressivo
G1: O episódio deve durar pelo menos duas semanas.
G2:Não haver sintomas maníacos ou hipomaníacos em qualquer época da vida.
G3 :O episódio não é atribuível ao uso de substâncias psicoativas.
B) Critérios principais para episódio depressivo (dois ou mais destes sintomas devem estar presentes sempre):
Humor deprimido que definitivamente seja anormal para aquele indivíduo, presente pela maior parte do dia e quase todos os dias, largamente não influenciado pelas circunstâncias e mantido por pelo menos 2 semanas. 
Perda de interesse ou prazer por atividades que normalmente são agradáveis. 
Energia diminuída ou fadigabilidade aumentada.
C) Sintomas adicionais para episódio depressivo: 
Perda de confiança ou auto-estima. 
Sentimentos irracionais de autoreprovação ou culpa excessiva e inapropriada. 
Pensamento recorrente de morte ou suicídio ou qualquer comportamento suicida.
Queixas ou evidências de diminuição da capacidade de pensar ou concentrar-se, tais como indecisão ou vacilação.
Alteração na atividade psicomotora com agitação ou lentificação (tanto subjetiva como objetiva).
Qualquer tipo de perturbação do sono.
Alteração do apetite (diminuição ou aumento), com correspondente alteração do peso.
Pode haver a presença ou ausência de síndrome somática (características melancólicas, neurovegetativas ou físicas):
Marcante perda de interesse e prazer em atividades que são normalmente prazerosas. 
Falta de reações emocionais a eventos ou atividades que normalmente produzem uma reação emocional.
Levantar-se de manhã 2 ou mais horas antes do habitual. 
Depressão pior pela manhã. 
Evidência objetiva de retardo ou agitação psicomotora marcante (observado ou relatado por outra pessoa).
Marcante Perda de apetite
Perda de peso (5% ou mais do peso corporal no último mês).
Marcante perda de libido
Nos episódios depressivos leves devemos encontrar 2 ou 3 sintomas mencionados acima causando angústia ao paciente, porém este poderá seguir com sua rotina diária. 
No episódio depressivo moderado devemos encontrar 4 ou mais sintomas mencionados acima e estes causam sofrimento e dificuldades nas atividades cotidianas.
 Nos episódios depressivos graves sem sintomas psicóticos devemos encontrar vários sintomas mencionados acima e estes são marcantes e causam muito sofrimento. O paciente geralmente não consegue prosseguir com sua vida cotidiana.
 Nos episódios depressivos graves com sintomas psicóticos aparecem vários dos sintomas anteriores (mais de quatro) e estes são acompanhados de sintomas psicóticos, como delírios e alucinações ou mesmo estupor depressivo (catatonia). 
Quando os episódios se repetem, temos caracterizado o transtorno depressivo e este pode ser um transtorno depressivo recorrente episódio atual leve, moderado, grave sem sintomas psicóticos ou grave com sintomas psicóticos.
 A distimia é uma depressão crônica de humor, com duração de pelo menos alguns anos (2 ou mais), que não é suficientemente grave ou cujo episódios individuais não são suficientemente prolongado(s) para justificar um diagnóstico de transtorno depressivo recorrente leve, moderado ou grave. Em muitos casos de distimia, o paciente se encontra deprimido há tanto tempo (anos), que pode pensar que sua tristeza e desânimo fazem parte de seu “temperamento”. Não é incomum que os sintomas tenham se iniciado na infância ou adolescência (início precoce) e o paciente procure ajuda somente na idade adulta.
A Associação Psiquiátrica Americana, no DSM-IV,9 assim classifica os transtornos do humor:
Transtornos depressivos:
• Transtorno depressivo maior, que é subdividido em episódio único, ou recorrente.
• Transtorno distímico, que pode ser especificado de acordo com o tipo de início (precoce ou tardio), e de acordo com a presença ou ausência de características atípicas.
• Transtornodepressivo sem outra especificação (SOE).
Transtorno Depressivo Maior: 
O conceito de depressão maior, como aparece no DSM-IV, é excessivamente abrangente, e por isso mesmo, pouco preciso. Abarca provavelmente uma gama muito heterogênea de condições, que vão desde as fronteiras da normalidade (reações de luto ou tristeza normal) até aquelas formas mais graves de depressão, para as quais provavelmente concorrem fatores mais biológicos (adquiridos e/ou geneticamente determinados).
- Um ou mais Episódios depressivos maiores. Episódio Depressivo Maior: Período mínimo de 2 semanas, durante as quais há um humor deprimido ou perda de interesse ou prazer por quase todas as atividades. 
Os critérios diagnósticos para o Transtorno Depressivo Maior é de acordo com o DSM-V7, e são: 
A. Cinco ou mais dos sintomas seguintes presentes por pelo menos duas semanas e que representam mudanças no funcionamento prévio do indivíduo; pelo menos um dos sintomas é:1) humor deprimido ou 2) perda de interesse ou prazer (Nota: não incluir sintoma nitidamente devido a outra condição clínica):
1. Humor deprimido na maioria dos dias, quase todos os dias (p. ex.: sente-se triste, vazio ou sem esperança) por observação subjetiva ou realizada por terceiros (Nota: em crianças e adolescentes pode ser humor irritável);
2. Acentuada diminuição do prazer ou interesse em todas ou quase todas as atividades na maior parte do dia, quase todos os dias (indicado por relato subjetivo ou observação feita por terceiros);
3. Perda ou ganho de peso acentuado sem estar em dieta (p.ex. alteração de mais de 5% do peso corporal em um mês) ou aumento ou diminuição de apetite quase todos os dias (Nota: em crianças, considerar incapacidade de apresentar os ganhos de peso esperado);
4. Insônia ou hipersônia quase todos os dias;
5. Agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias (observável por outros, não apenas sensações subjetivas de inquietação ou de estar mais lento);
6. Fadiga e perda de energia quase todos os dias;
7. Sentimento de inutilidade ou culpa excessiva ou inadequada (que pode ser delirante), quase todos os dias (não meramente autorrecriminação ou culpa por estar doente);
8. Capacidade diminuída de pensar ou concentrar-se ou indecisão, quase todos os dias (por relato subjetivo ou observação feita por outros);
9. Pensamentos de morte recorrentes (não apenas medo de morrer), ideação suicida recorrente sem um plano específico, ou tentativa de suicídio ou plano específico de cometer suicídio;
B. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo;
C. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (p. ex.: droga) ou outra condição médica (Notas: 1. 
Os critérios de A-C representam um episódio depressivo maior; 2. Respostas a uma perda significativa (luto, perda financeira, perda por um desastre natural, uma grave doença médica ou invalidez) podem incluir sentimentos de tristeza intensa, reflexão excessiva sobre a perda, insônia, falta de apetite e perda de peso observado no critério A, que pode assemelhar-se a um episódio depressivo.
Descrever os transtornos de ansiedade(ansiedade genrealizada, fobia social, pânico e TOC)
Ansiedade é um sentimento vago e desagradável de medo, apreensão, caracterizado por tensão ou desconforto derivado de antecipação de perigo, de algo desconhecido ou estranho.
Os transtornos de ansiedade são condições psiquiátricas caracterizadas por medo e ansiedade ou comportamento de esquiva desproporcionais à situação desencadeante, que persistem além do esperado em relação ao evento. Ocasionam importantes prejuízos ao indivíduo em função do sofrimento produzido, da piora da qualidade de vida e das restrições sociais que impõem. 
Os transtornos de ansiedade são quadros clínicos em que os sintomas são primários, ou seja, não são derivados de outras condições psiquiátricas como a depressão, a psicose, os transtornos do desenvolvimento, o transtorno hipercinético. 
Manifestações Clínicas: 
Psicológicas: Tensão (contração muscular), afetividade alterada, nervosismo, apreensão, mal-estaar indefinido, insegurança, dificuldade de concentração, sensação de estranheza ou despersonalização, desrrealização. 
Somáticas: 
Autonômicas: Taquicardia, vasoconstrição (palidez), sudorese, aumento do peristaltismo (diárreia) taquipnéia (hiperventilação), piloereção(pêlos arrepiados), midríase(dilatação da pupila). 
Musculares: Dores, contraturas, tremores
Cenestésicas: Parestesias(dormências), calafrios, adormecimentos
Respiratórios: Sensação de afogamento ou sufocação(falta de ar)
Formas de Apresentação: 
Episódica: com episódios de ansiedade
Fásica: parecida com a episódica, mas é uma fase do transtorno 
Tônica(tônus): com contraturas musculares (pânico)
Situacional ou específica: Com objeto específico
Espontânea 
Principais Transtornos de Ansiedade:
Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)
As características essenciais do transtorno de ansiedade generalizada são a ansiedade e a preocupação excessiva acerca de diversos eventos ou atividades. A intensidade, a duração ou a frequência da ansiedade é desproporcional à probabilidade real ou ao impacto do evento antecipatório. Os adultos com transtornos de ansiedade generalizada frequentemente se preocupam com circunstancias rotineiras da vida, com possíveis responsabilidades no trabalho, saúde e finanças, com a saúde dos membros da família, com possíveis desgraças com seus filhos ou até com questões menores. Os indivíduos com transtorno de ansiedade generalizada relatam sofrimento subjetivo devido à preocupação constante e prejuízo relacionado ao funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes de suas vidas.
A sintomatologia associada ao Transtorno de Ansiedade Generalizada inclui agitação, sentimento de fadiga, dificuldade de concentração, irritabilidade, tensão muscular, transtorno do sono, preocupação excessiva relacionadas a diversos eventos ou atividade.
Transtorno de Ansiedade Social (TAS) 
A característica essencial do TAS é um medo e a ansiedade acentuados ou intensos, de situações sociais nas quais o individuo pode ser avaliado pelos outros. A possibilidade de ser avaliado negativamente provoca nele intensa ansiedade, fazendo com que, muitas vezes, evite esses momentos. O medo e a ansiedade são desproporcionais à ameaça real apresentada pela situação social e o contexto sociocultural, provocando esquivas persistentes que duram, geralmente, mais de seis meses. Tal quadro causa sofrimento clinicamente significativo e prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da sua vida.
Transtorno do Pânico (TP) 
O TP se caracteriza por ataques de pânico inesperados e recorrentes. Um ataque de pânico é um surto abruto de medo ou desconforto intenso que alcança um pico em minutos e durante o qual os sintomas mais comuns apresentados são: palpitações, taquicardia, sudorese, sensação de falta de ar ou sufocamento, sensação de tontura, medo de perder o controle ou morrer, despersonalização, desrealização, entre outros, apresenta sempre início súbito e tem duração de 10 a 30 minutos em média.
Qualquer pessoa pode vir a apresentar um ataque de pânico, todavia, apenas aquelas que têm ataques frequentes, três ou mais ao longo de um mês, recebem o diagnóstico de TP. O transtorno atinge aproximadamente 3% da população e acarreta grande sofrimento pessoal e prejuízos na vida do individuo. O Transtorno do Pânico é considerado um transtorno crônico que influencia a qualidade de vida dos pacientes, visto que sua repercussão pode acometer diversos contextos de suas vidas, como familiar, ocupacional, social e físico.
Fobia Social 
É o medo ou a ansiedade de um indivíduo frente a uma ou mais situações em que envolvam a avaliação do mesmo por outras pessoas. Os indivíduos temem aparecer ou agir, demonstrando ansiedade, como tremer e tropeçar às palavras.
Agorofobia 
significamedo de lugares abertos, medo de sair de casa ou situações onde o socorro não é possível, indivíduos com agorofobia evitam questões sociais.
Fobia Específica 
Palavra que vem do grego “phobia”, e por sua vez derivada da palavra “phobos”, nome de um deus grego, que significa “pânico, terror”. fobias específicas são definidas pela presença de medo excessivo e persistente relacionado a um determinado objeto ou situação, que não seja situação de exposição pública ou medo de ter um ataque de pânico. Obviamente, as fobias específicas podem desencadear no sujeito a chamada ansiedade antecipatória.
Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) 
Caracteriza-se por obsessões (que causam acentuada ansiedade ou sofrimento) e/ou compulsões(que servem pra neutralizar a ansiedade)
Obsessões: Pensamentos, impulsos ou imagens persistentes e recorrentes que são experimentados como intrusivos e impróprios e que causam acentuada ansiedade e desconforto. 
Compulsões: Comportamento repetitivo, ou atos mentais que a pessoa é levada a executar em resposta a uma obsessão ou em virtude de regras que devem ser seguidas rigidamente. 
Definir o Q.C (Sintomas positivos e Negativos), epidemiologia, fatores de riso da esquizofrenia e tratamento.
A esquizofrenia é um distúrbio psíquico que afeta a consciência do próprio eu, as relações afetivas, a percepção e o pensamento. Que pode ser de origem biológicas, bioquímicas, fisiológicas e psicológicas. Se caracteriza-se por distorções do pensamento, da percepção e de afetos inapropriados. 
É considerado pela psicopatologia, como um tipo de sofrimento psíquico grave, caracterizado principalmente pela alteração no contato com a realidade.
Subtipos de Esquizofrenia no DSM- IV:
Paranóide: Há o predomínio de sintomas positivos como ilusões e alucinações, sensações constantes de perseguição, acreditando ser vítimas das demais. Causa ansiedade e existe maior propensão a ataques de fúria. 
Desorganizado: Consiste em um pensamento desorganizado, em comportamento que parece incoerente aos demais e falha na expressão de emoções.
Catatônica: Podem ficar andando sem rumo ou falar excessivamente e sem razão, oua inda, podem ficar paradas e caladas. Provoca apatia, tendência a comportamento infantil, dificuldade de organização do pensamento e ausência de emoções diante de situações importantes.
Indiferença: Esse tipo de esquizofrenia é uma categoria genérica para o que possuem uma mistura de sintomas que não se encaixam bem nas demais categorias.
Residual: Passa por um período com sintomas negativo, sem apresentar os sintomas positivos, predominar sintomas como o isolamento social, o comportamento excêntrico, emoções pouco apropriadas e pensamentos ilógicos. 
Etiologia: 
A etiologia da esquizofrenia ainda não está esclarecida e vários estudos foram e estão sendo realizados atualmente nesta área. Já se sabe que a esquizofrenia é uma doença multifatorial porque além de envolver fatores genéticos, como genes de susceptibilidade para a doença, também está relacionada a fatores ambientais, tais como viroses, complicações na gravidez e privação nutricional pré-natal.
Estudos relatam que existem vários genes causadores da doença e eles agem de forma aditiva aumentando o risco de desenvolver esquizofrenia. Assim, para que haja o desenvolvimento da doença tem que ocorrer várias alterações pequenas nos genes, junto com alterações na transcrição e tradução de genes e proteínas, associada a fatores ambientais. Apenas um desses fatores não é suficiente para desenvolver a doença.
			Hipótese dopaminérgica: A hipótese dopaminérgica é o modelo mais aceito para explicar a esquizofrenia e também o mais estudado. Essa hipótese é sustentada pelos bons resultados apresentados pelo uso de fármacos antipsicóticos, que antagonizam os receptores dopaminérgicos tipo D2.Também pela relação entre o uso de agentes que induzem a liberação de dopamina, como a anfetamina, e o aparecimento de quadros psicóticos. Então de acordo com essa hipótese a esquizofrenia seria resultado do excesso de dopamina. Todavia, essa hipótese ficou abalada quando novos estudos indicaram que certo nível de bloqueio dos receptores é necessário, mas não suficiente para garantir resposta clínica porque mesmo com o bloqueio, muitos pacientes não apresentaram respostas clínicas. Drogas mais eficazes como Clozapina e Quetiapina bloqueiam um número menor de receptores, sugerindo que outros sistemas neuronais estejam envolvidos do desenvolvimento da doença
			
			Fatores Neurológicos: No centro do problema está a dopamina, neurotransmissor associado ás sensações de prazer e de recompensa e que é encontrado em uma das regiões cerebrais mais profundas : O Mesencéfalo. Nas pessoas saudáveis, a dopamina é liberada em quantidades equivalentes para os lobos frontal e temporal - Sendo que o Frontal é responsável pela elaboração do pensamento, e o Temporal pela percepção e pela memória. O cérebro do paciente com esquizofrenia, contudo, funciona como se houvesse menos dopamina no lobo frontal e mais no lobo temporal. Essa falta provoca apatia e lentidão de pensamentos. Já o excesso de dopamina na região temporal provoca delírios e alucinações. E essas duas falhas contribuem para os sintomas da doença. 
			Hipótese glutamatérgica: O glutamato é um neurotransmissor excitatório do sistema nervoso central e a hipótese se baseia no envolvimento dos receptores do glutamato, os NMDA, com os efeitos psicóticos do PCP (fenciclidina) que é um antagonista do glutamato. Desta forma os pesquisadores concluíram que a hipofunção dos receptores NMDA estaria envolvida no desenvolvimento da esquizofrenia6. As vias envolvidas no modelo NMDA estão interligadas com as vias do modelo dopaminérgico, porque os dois sistemas têm grande ligação no SNC, e assim alterações no funcionamento de um neurotransmissor pode resultar em alterações em outras vias.
			Hipótese do desenvolvimento neural: Com o avanço das técnicas de imagem os pesquisadores conseguiram relatar que existe uma perda de volume cerebral nos portadores da doença, e que esta perda pode ser resultado da densidade reduzida de axônios, dendritos e sinapses que medeiam funções associativas no cérebro. Assim alguns autores consideram a esquizofrenia como uma doença de neurodesenvolvimento com neurodegeneração.
			Hipótese Genética: A esquizofrenia é uma desordem hereditária. Possuir um parente com esquizofrenia é o fator de risco mais consistente e significativo para o desenvolvimento da doença. Uma relação clara pode ser encontrada entre o risco de esquizofrenia e o grau de parentesco a uma pessoa com esquizofrenia. Muitos estudos epidemiológicos mostram que indivíduos que possuem parentes em primeiro grau com esquizofrenia possuem um risco aumentado em desenvolver a doença. Embora as estimativas variem, a taxa de concordância para esquizofrenia em gêmeos idênticos é ao redor de 50 % e, para gêmeos dizigóticos, é da ordem de 12 %, sendo significativamente maior que o 1 % de risco da população geral. Por um lado, estes estudos demonstram a existência do componente genético (quatro vezes maior a probabilidade em gêmeos monozigóticos do que em dizigóticos), mas, por outro lado, também ressalta a participação do componente ambiental na expressão da esquizofrenia, já que o esperado é teoricamente 100 % de concordância para gêmeos monozigóticos, pois a carga genética é idêntica em ambos.
Quadro Clínico: 
A esquizofrenia é uma doença mental grave, caracterizada por sintomas positivos, negativos, e cognitivos que afetam quase todos os aspectos da atividade mental, incluindo a percepção, a atenção, a memória e a emoção. Os sintomas estão associados a diversos graus de prejuízos sociais e funcionais persistentes.
É possível dividir os sintomas da esquizofrenia em três grupos:
(1) sintomas positivos ou psicóticos:
	Os sintomas positivos são caracterizados pelo excesso de distorções dos processos mentais, como por exemplo, alucinações, delírios e fala ou comportamento desorganizado. 
	Alucinações se caracterizam pelapercepção de uma experiência sensorial na ausência de uma fonte externa. As mais comuns são as auditivas, porém, podem ocorrer todas as outras modalidades, como visuais, gustativas, ou olfativas, por exemplo. 
	Os delírios são definidos como crenças falsas e fixas, geralmente inabaláveis, mesmo diante de evidências que provem o contrário. Os delírios podem ser de perseguição (os indivíduos acreditam que são vítimas de conspirações), de referência (os indivíduos atribuem um significado pessoal às ações, observações e declarações de outra pessoa, e a objetos ou eventos, quando, na verdade, não existe tal significado) de controle (indivíduos sentem que uma força externa manipula seus pensamentos), dentre muitos outros.
 (2) sintomas negativos:
Os sintomas negativos da doença envolvem o afeto, o desenvolvimento social e cognitivo do indivíduo. Geralmente apresenta expressão de emoções diminuída, apatia, falta de motivação, retraimento, falta de interesse em contatos sociais, pobreza de fala,etc;
(3) sintomas de desorganização:
Os sintomas de desorganização englobam a fala e o comportamento, em que a desorganização da forma ou do fluxo de pensamento é evidente na produção da linguagem. Os indivíduos que têm transtorno do pensamento formal realizam movimentos e gestos sem objetivos, além de apresentarem discurso desorganizado, comportamentos de agressividade e hostilidade, envolvendo expressões de raiva, ressentimentos, sarcasmo, abuso verbal, comportamento violento, irritabilidade, não cooperatividade,etc;
Tratamento Medicamentoso:
Os medicamentos anti-psicóticos são os indicados no tratamento de esquizofrenia. Eles apresentam um efeito neuro protetor, e podem evitar a progressão da doença em suas fases inicial. Para isso é necessário que o medicamento seja iniciado precocemente e continuamente. 
Os de primeira geração denominados ''típicos'', atuam principalmente sobre os chamados sintomas positivos( alucinações e delírios). E os medicamentos mais comuns são: Haloperidol, Tioridazina.
Os de segunda geração ou ''atípicos'' é um grupo heterogêneo de drogas antipsicóticas que produzem pouco ou nenhum sintoma extrapiramidal (tremores) como efeito colateral. Atuam nos sintomas negativos, melhorando o retraimento social e embotamento efetivo. Eles são mais seletivos e agem na parte do cérebro que causa os sintomas psicóticos e não na parte que controla os movimentos musculares normais. 
O tratamento medicamentoso tem duas fases importantes: Aguda e Manutenção. A fase Aguda envolve a tentativa de de aliviar os delírios, alucinações, alterações formais do pensamento e do comportamento. A fase de manutenção pode exigir de pessoas com esquizofrenia a necessidade de cuidados médicos e medicações pelo resto da vida. 
Citar as principais drogas (medicamentos) que são utilizados no transtorno de ansiedade e transtorno de humor (correlacionar com neurotrasmissores) 
antipisicótico 
andidepressivo 
antisiolítico

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