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Aula 4 Sentença (3) (3)

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AULA 2
Sentença
INTRODUÇÃO
- Razões finais: faculdade das partes de manifestação nos autos após a instrução e antes da prolação da sentença;
	- Art. 850/CLT: oralidade e concentração em audiência – 10 min.;
	- Memoriais – faculdade do julgador: art. 454, §3º, CPC (causas complexas);
	- Argüição de nulidades: art. 795/CLT;
“Art. 795. As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as quais deverão argüi-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos autos.”
	
- Facilitação do convencimento do juiz;
- Conciliação pré-decisória: 
- 850/CLT: Findas as razões-finais, o juiz deve renovar a proposta de conciliação;
- 831/CLT: a decisão só será proferida após rejeitada a proposta de conciliação;
- Ausente a primeira proposta conciliatória, não há nulidade. Ausente a última, há – sentença contaminada por vício insanável;
- Nulidade, contudo, só se mantém pelo manifesto prejuízo à parte contrária (794/CLT);
- Partes podem conciliar a qualquer tempo (764, §3º, CLT);
- Juiz não é obrigado a homologar proposta de acordo, ainda que formulada por ambas as partes – deve justificar a recusa (93, IX, CF);
SENTENÇA
- Atos do juiz: 162/CPC – sentenças, decisões interlocutórias e despachos:
	“Art. 162.  Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.
        § 1o Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.232, de 2005)
        § 2o  Decisão interlocutória é o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve questão incidente.
        § 3o  São despachos todos os demais atos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte, a cujo respeito a lei não estabelece outra forma.
        § 4o  Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessários. (Incluído pela Lei nº 8.952, de 1994)”
- Lei 11.232/2005: sentença deixa de ser ato pelo qual o juiz põe termo ao processo com ou sem julgamento de mérito – passa a ser “ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269 do Código de Processo Civil".
- Extinção do processo não acontece com a sentença, mas com o esgotamento do prazo para eventual recurso;
- Com o sincretismo, a sentença definitiva não implica o término do ofício jurisdicional, pois o juiz continuará praticando, no mesmo processo, atos destinados ao cumprimento das obrigações nele contidas;
- 799, §2º, CLT: fala apenas em “decisões”, aplicando-se a especificidade do CPC;
- Silogismo: premissa maior (lei), premissa menor (fatos que gravitam em torno do caso concreto) e o dispositivo (conclusão) – fórmula lógica e formalística (legalista): 
- Mera operação lógica que considera o juiz um autômato na condução do processo e na aplicação da lei;
- Justiça social: juiz como agente político pautado na fiel aplicação dos princípios constitucionais – alicerces para a solução da lide e hermenêutica das normas que compõem o direito positivo;
- Sentença terminativa: “provimento judicial que, sem apreciar o mérito, resolve o procedimento no primeiro grau de jurisdição” (CHBL, 652) - hipóteses do art. 267/CPC – dela cabem recurso e embargos de declaração;
- Sentença definitiva: “provimento judicial que, apreciando e resolvendo o mérito da demanda, pode implicar a extinção do procedimento em primeiro grau de jurisdição” (CHBL, 652) – hipóteses do art. 269/Código de Processo Civil;
- Implica a extinção: sentença eminentemente declaratória de procedência ou qualquer sentença de improcedência;
- Sentença condenatória, mandamental ou executiva lato sensu: não há extinção do procedimento, pois o próprio juiz que a proferiu continuará praticando atos posteriores, visando ao efetivo cumprimento do seu conteúdo – art. 475-P, II/CPC;
- Classificação quinária das sentenças: declaratória, constitutiva, condenatória, mandamental ou executiva lato sensu:
	- Importância didática – as sentenças costumar conter comandos mistos;
	
1 – Declaratória (meramente declaratória):
- Apresenta um “acertamento”: reconhece a existência e a certeza de um direito;
- Se limita a declarar a existência ou inexistência de uma relação jurídica ou autenticidade ou falsidade de um documento – art. 4º/Código de Processo Civil;
- Em todas as sentenças há um conteúdo declaratório;
- Sentença de improcedência será sempre declaratória (declaratória negativa), ainda que a ação seja constitutiva ou condenatória;
- Seus efeitos são ex tunc: retroagem à data da celebração da relação jurídica reconhecida judicialmente;
- Ex: reconhecimento de relação de emprego entre empregado e empregador;
2 - Constitutiva:
	- Julga procedente uma ação constitutiva;
- Ação é constitutiva quando tem por objeto criar, modificar ou extinguir determinada relação jurídica;
- Ex: rescisão indireta, resolução de contrato de trabalho do empregado portador de estabilidade ou garantia no emprego, anula transferência de empregado;
- Efeito normalmente ex nunc, produzindo efeitos a partir do trânsito em julgado. Exceção para os casos do art. 9º/CLT (nulos atos praticados com o fim de fraudar, desvirtuar ou impedir a aplicação dos direitos materiais trabalhistas – ex. nulidade de transferência de dirigente sindical);
3 - Condenatória:
	- Julga procedente pedido inscrito em ação condenatória;
- Mesmo, contudo, a sentença de ação meramente declaratória condena o sucumbente a pagar custas, honorários advocatícios e periciais (despesas processuais) etc.;
- Impõem ao vencido uma obrigação de satisfazer o direito reconhecido judicialmente;
- As obrigações podem ser: fazer, não fazer, entregar ou pagar quantia;
- Muito usuais no processo do trabalho: pagar horas extras, salários em atraso, férias etc.
- Efeitos ex tunc: retroagem ao tempo da violação do direito;
4 – Mandamental e 5 - Executiva Lato Sensu:
- A doutrina tradicional entende que as sentenças mandamental e executiva lato sensu seriam abrangidas pela sentença condenatória, de modo a não a dotas a classificação quinária;
- Mandamentais: em ações de mandado de segurança, habeas corpus, habeas data etc. – contém uma ordem dirigida à autoridade impetrada ou ao réu para que faça ou deixe de fazer alguma coisa (ex: mula diária – 461, §4º, CPC);
- Executivas lato sensu: determina providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento, independentemente da instauração de um processo de execução (461, §5º e 461-A, CPC) – de ofício ou a requerimento: multa por tempo de atraso, busca e apreensão, remoção de coisas e pessoas, se necessário com requisição de força policial;
- Requisitos essenciais da sentença – art. 832/CLT e art. 458/CPC (equivalentes):
	- 832/CLT:
		a - Nome das partes;
		b - Resumo do pedido e da defesa;
		c - Apreciação das provas;
		d - Fundamentos da decisão;
		e - Respectiva conclusão;
	- 458/CPC – São requisitos essenciais da sentença:
I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a suma do pedido e da resposta do réu, bem como o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo;
II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;
III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões, que as partes lhe submeterem.
- Relatório: sentença sem relatório é nula – salvo no rito sumaríssimo (852-I/CLT) – contempla os itens “a”, “b” e “c” do 832/CLT;
- Fundamentos: raciocínio desenvolvido sobre a apreciação das questões processuais, provas produzidas e alegações das partes – alicerce da decisão;
- Garantia constitucional (93, IX, CF) – sentença sem fundamentação é nula – negativa de prestação jurisdicional (Súmula 297/TST - prequestionamento);
- Ordem lógica: pressupostos processuais, condições da ação, prescrição e decadência, mérito propriamente dito;
		
	- Dispositivo: é a parte da sentença que transita em julgado;
- Princípio lógico ouda congruência: conclusão deve guardar rigorosa sintonia com as demais partes da sentença;
- É na conclusão que o juiz acolhe ou rejeita pretensões das partes, ou declara extinto o processo sem resolução de mérito;
- Sentença sem dispositivo é mais que nula. É inexistente.
- Vícios da Sentença:
1. Ausência dos requisitos essenciais: relatório, fundamentação e dispositivo:
- 93, IX, CF: todas as decisões devem ser fundamentadas;
- 165/CPC: decisões interlocutórias podem ser fundamentadas de forma concisa;
- 459/CPC: em sentenças terminativas – extinção anômala do processo (sem julgamento de mérito) – o juiz também pode decidir de forma concisa;
2. Vedação do juiz proferir sentença ilíquida no caso de pedido líquido:
- Se o juiz contrariar o pedido, proferindo sentença ilíquida, ele julga fora do pedido, e, portanto, a sentença é nula;
	3. Vedação de a sentença julgar fora do pedido, aquém ou além do pedido:
- 460, caput, CPC: “é defeso ao juiz proferir sentença, a favor do autor, de natureza diversa da pedida, bem como condenar o réu em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado”;
		- 128/CPC: a natureza da sentença deve ser reflexo do pedido;
- Extra Petita: além do que foi pedido - ex.: Súmula 396/TST – indenização substitutiva à reintegração (ainda que o autor peça apenas a reintegração);
		
- Ultra Petita: mais do que foi pedido - ex.: 467/CLT – multa de 50% sobre o atraso das rescisórias – de ofício;
- Citra Petita: menos do que foi pedido - ex.: 484/CLT (culpa recíproca);
4. A sentença deve ser certa, ainda quando decida relação jurídica condicional:
- 460, parágrafo único, CF: não é possível que a sentença condicione a sua eficácia a evento futuro e incerto por ela mesma criado;

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