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AULA 2 Sentença INTRODUÇÃO - Razões finais: faculdade das partes de manifestação nos autos após a instrução e antes da prolação da sentença; - Art. 850/CLT: oralidade e concentração em audiência – 10 min.; - Memoriais – faculdade do julgador: art. 454, §3º, CPC (causas complexas); - Argüição de nulidades: art. 795/CLT; “Art. 795. As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as quais deverão argüi-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos autos.” - Facilitação do convencimento do juiz; - Conciliação pré-decisória: - 850/CLT: Findas as razões-finais, o juiz deve renovar a proposta de conciliação; - 831/CLT: a decisão só será proferida após rejeitada a proposta de conciliação; - Ausente a primeira proposta conciliatória, não há nulidade. Ausente a última, há – sentença contaminada por vício insanável; - Nulidade, contudo, só se mantém pelo manifesto prejuízo à parte contrária (794/CLT); - Partes podem conciliar a qualquer tempo (764, §3º, CLT); - Juiz não é obrigado a homologar proposta de acordo, ainda que formulada por ambas as partes – deve justificar a recusa (93, IX, CF); SENTENÇA - Atos do juiz: 162/CPC – sentenças, decisões interlocutórias e despachos: “Art. 162. Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos. § 1o Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.232, de 2005) § 2o Decisão interlocutória é o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve questão incidente. § 3o São despachos todos os demais atos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte, a cujo respeito a lei não estabelece outra forma. § 4o Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessários. (Incluído pela Lei nº 8.952, de 1994)” - Lei 11.232/2005: sentença deixa de ser ato pelo qual o juiz põe termo ao processo com ou sem julgamento de mérito – passa a ser “ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269 do Código de Processo Civil". - Extinção do processo não acontece com a sentença, mas com o esgotamento do prazo para eventual recurso; - Com o sincretismo, a sentença definitiva não implica o término do ofício jurisdicional, pois o juiz continuará praticando, no mesmo processo, atos destinados ao cumprimento das obrigações nele contidas; - 799, §2º, CLT: fala apenas em “decisões”, aplicando-se a especificidade do CPC; - Silogismo: premissa maior (lei), premissa menor (fatos que gravitam em torno do caso concreto) e o dispositivo (conclusão) – fórmula lógica e formalística (legalista): - Mera operação lógica que considera o juiz um autômato na condução do processo e na aplicação da lei; - Justiça social: juiz como agente político pautado na fiel aplicação dos princípios constitucionais – alicerces para a solução da lide e hermenêutica das normas que compõem o direito positivo; - Sentença terminativa: “provimento judicial que, sem apreciar o mérito, resolve o procedimento no primeiro grau de jurisdição” (CHBL, 652) - hipóteses do art. 267/CPC – dela cabem recurso e embargos de declaração; - Sentença definitiva: “provimento judicial que, apreciando e resolvendo o mérito da demanda, pode implicar a extinção do procedimento em primeiro grau de jurisdição” (CHBL, 652) – hipóteses do art. 269/Código de Processo Civil; - Implica a extinção: sentença eminentemente declaratória de procedência ou qualquer sentença de improcedência; - Sentença condenatória, mandamental ou executiva lato sensu: não há extinção do procedimento, pois o próprio juiz que a proferiu continuará praticando atos posteriores, visando ao efetivo cumprimento do seu conteúdo – art. 475-P, II/CPC; - Classificação quinária das sentenças: declaratória, constitutiva, condenatória, mandamental ou executiva lato sensu: - Importância didática – as sentenças costumar conter comandos mistos; 1 – Declaratória (meramente declaratória): - Apresenta um “acertamento”: reconhece a existência e a certeza de um direito; - Se limita a declarar a existência ou inexistência de uma relação jurídica ou autenticidade ou falsidade de um documento – art. 4º/Código de Processo Civil; - Em todas as sentenças há um conteúdo declaratório; - Sentença de improcedência será sempre declaratória (declaratória negativa), ainda que a ação seja constitutiva ou condenatória; - Seus efeitos são ex tunc: retroagem à data da celebração da relação jurídica reconhecida judicialmente; - Ex: reconhecimento de relação de emprego entre empregado e empregador; 2 - Constitutiva: - Julga procedente uma ação constitutiva; - Ação é constitutiva quando tem por objeto criar, modificar ou extinguir determinada relação jurídica; - Ex: rescisão indireta, resolução de contrato de trabalho do empregado portador de estabilidade ou garantia no emprego, anula transferência de empregado; - Efeito normalmente ex nunc, produzindo efeitos a partir do trânsito em julgado. Exceção para os casos do art. 9º/CLT (nulos atos praticados com o fim de fraudar, desvirtuar ou impedir a aplicação dos direitos materiais trabalhistas – ex. nulidade de transferência de dirigente sindical); 3 - Condenatória: - Julga procedente pedido inscrito em ação condenatória; - Mesmo, contudo, a sentença de ação meramente declaratória condena o sucumbente a pagar custas, honorários advocatícios e periciais (despesas processuais) etc.; - Impõem ao vencido uma obrigação de satisfazer o direito reconhecido judicialmente; - As obrigações podem ser: fazer, não fazer, entregar ou pagar quantia; - Muito usuais no processo do trabalho: pagar horas extras, salários em atraso, férias etc. - Efeitos ex tunc: retroagem ao tempo da violação do direito; 4 – Mandamental e 5 - Executiva Lato Sensu: - A doutrina tradicional entende que as sentenças mandamental e executiva lato sensu seriam abrangidas pela sentença condenatória, de modo a não a dotas a classificação quinária; - Mandamentais: em ações de mandado de segurança, habeas corpus, habeas data etc. – contém uma ordem dirigida à autoridade impetrada ou ao réu para que faça ou deixe de fazer alguma coisa (ex: mula diária – 461, §4º, CPC); - Executivas lato sensu: determina providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento, independentemente da instauração de um processo de execução (461, §5º e 461-A, CPC) – de ofício ou a requerimento: multa por tempo de atraso, busca e apreensão, remoção de coisas e pessoas, se necessário com requisição de força policial; - Requisitos essenciais da sentença – art. 832/CLT e art. 458/CPC (equivalentes): - 832/CLT: a - Nome das partes; b - Resumo do pedido e da defesa; c - Apreciação das provas; d - Fundamentos da decisão; e - Respectiva conclusão; - 458/CPC – São requisitos essenciais da sentença: I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a suma do pedido e da resposta do réu, bem como o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo; II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito; III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões, que as partes lhe submeterem. - Relatório: sentença sem relatório é nula – salvo no rito sumaríssimo (852-I/CLT) – contempla os itens “a”, “b” e “c” do 832/CLT; - Fundamentos: raciocínio desenvolvido sobre a apreciação das questões processuais, provas produzidas e alegações das partes – alicerce da decisão; - Garantia constitucional (93, IX, CF) – sentença sem fundamentação é nula – negativa de prestação jurisdicional (Súmula 297/TST - prequestionamento); - Ordem lógica: pressupostos processuais, condições da ação, prescrição e decadência, mérito propriamente dito; - Dispositivo: é a parte da sentença que transita em julgado; - Princípio lógico ouda congruência: conclusão deve guardar rigorosa sintonia com as demais partes da sentença; - É na conclusão que o juiz acolhe ou rejeita pretensões das partes, ou declara extinto o processo sem resolução de mérito; - Sentença sem dispositivo é mais que nula. É inexistente. - Vícios da Sentença: 1. Ausência dos requisitos essenciais: relatório, fundamentação e dispositivo: - 93, IX, CF: todas as decisões devem ser fundamentadas; - 165/CPC: decisões interlocutórias podem ser fundamentadas de forma concisa; - 459/CPC: em sentenças terminativas – extinção anômala do processo (sem julgamento de mérito) – o juiz também pode decidir de forma concisa; 2. Vedação do juiz proferir sentença ilíquida no caso de pedido líquido: - Se o juiz contrariar o pedido, proferindo sentença ilíquida, ele julga fora do pedido, e, portanto, a sentença é nula; 3. Vedação de a sentença julgar fora do pedido, aquém ou além do pedido: - 460, caput, CPC: “é defeso ao juiz proferir sentença, a favor do autor, de natureza diversa da pedida, bem como condenar o réu em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado”; - 128/CPC: a natureza da sentença deve ser reflexo do pedido; - Extra Petita: além do que foi pedido - ex.: Súmula 396/TST – indenização substitutiva à reintegração (ainda que o autor peça apenas a reintegração); - Ultra Petita: mais do que foi pedido - ex.: 467/CLT – multa de 50% sobre o atraso das rescisórias – de ofício; - Citra Petita: menos do que foi pedido - ex.: 484/CLT (culpa recíproca); 4. A sentença deve ser certa, ainda quando decida relação jurídica condicional: - 460, parágrafo único, CF: não é possível que a sentença condicione a sua eficácia a evento futuro e incerto por ela mesma criado;
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