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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIBRASIL. PENÚLTIMO PERIODO DO CURSO DE DIREITO. TEMÁTICA: RECURSOS TRABALHISTAS. 1. DOS FUNDAMENTOS E FUNÇÕES DOS RECURSOS. Segundo Wagner D. Giglio: “(...) O juiz, como todo ser humano está sujeito a falhas: pode errar, enganar-se, julgar mal. E de fato erra, ocasionalmente. A sociedade não ignora isto, e por isso ninguém se satisfaz num erro judiciário para preservar o amor próprio. Por tais razões, as sentenças são submetidas a reexame perante um juízo colegiado, composto de julgadores presumivelmente mais capacitados. (...)” Infere-se disso, que o fundamento primeiro dos recursos é a falibilidade dos julgadores. Os magistrados, como todos os seres humanos, erram. O resultado, porém, do exercício do seu mister afeta o interesse de terceiras pessoas, as quais, por sua vez, não se resignam e não aceitam decisões equivocadas ou mal fundamentadas. A parte ou as partes prejudicadas por uma decisão desfavorável – há hipótese de sucumbência recíproca – invariavelmente não se conformam com a sentença e demandam – no sentido psicanalítico do termo - a reavaliação do feito. O reexame da “res in iudicio deducta”, portanto, é a função outorgada aos recursos. É por meio deste instrumento processual que se permite uma “nova” abordagem da lide e que se materializa o princípio constitucional do duplo grau de jurisdição. São pois, funções do recurso: a possibilidade de reexame da lide e a materialização do duplo grau de jurisdição. 2. CONCEITO. Apontados o fundamento e as funções dos recursos em geral, pode-se concluir que estes instrumentos processuais são os meios pelos quais a parte sucumbente pode demandar ao próprio órgão julgador ou outro de hierarquia superior o reexame da “res in iudicio deducta”. Segundo Nelson Nery Júnior – citado por José Janguiê Bezerra Diniz� - “(...) o recurso é o remédio processual que a lei coloca à disposição das partes, do Ministério Público ou de um terceiro, a fim de que a decisão judicial possa ser submetida a novo julgamento, por órgão de jurisdição hierarquicamente superior, em regra, àquele que a proferiu. (...)” 3. CLASSIFICAÇÃO. Recursos Ordinários ou Comuns: são aqueles que possibilitam o reexame da matéria de fato e de direito em respeito ao princípio do duplo grau de jurisdição consagrado na CF/88; Ex. recurso de apelação, agravo de instrumento, recurso ordinário, agravo de petição, etc. Recursos Extraordinários: são aqueles que permitem aos tribunais superiores uniformizar a jurisprudência, garantido a aplicação unitária da Lei Federal em todo o território nacional. Contrapõe-se, pois, aos recursos ordinários, pois devolvem ao órgão julgador apenas a matéria de direito. “Mais que uma garantia do cidadão a uma decisão justa, os recursos de natureza extraordinária constituem uma garantia da União de que as lei federais sejam observadas e interpretadas de forma unívoca em todo o território nacional”� (Princípio da transcendência – art. 896-A da CLT e art. 102, § 3º da CF/88). Ex. Recurso de Revista, Embargos Infringentes, Recurso Especial, Recurso Extraordinário, etc. Recurso acerca do Error in procedendo: “é o recurso que visa anular o erro que o magistrado cometeu no decurso do processo.”� Ex. recurso que visa anular a sentença por cerceamento do direito de defesa quando o juiz indefere a oitiva de determinada testemunha; Recurso acerca do Error in judicando: “é o recurso que visa a reformar a sentença de juiz que errou ao julgar a lide. Errando ao prolatar a sentença, deixando de aplicar ao caso lei que se enquadraria ao mesmo. Errando no prolatar da sentença quando deixa de apreciar corretamente as provas carreadas aos autos.”� 4. PRINCÍPIOS DOS RECURSOS. São alguns os princípios que informam os recursos de natureza trabalhista. O primeiro deles é o princípio da UNIRRECORRIBILIDADE DAS DECISÕES. Segundo este princípio, para cada decisão caberá apenas um recurso. Portanto, a lei não preverá, para o mesmo fim, mais de um remédio processual. Corolário deste princípio, é o princípio da IRRECORRIBILDIADE DAS DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS, que no processo do trabalho encontra amparo no art. 893, § 1º da CLT, in verbis: “Art. 893. (...) § 1º. Os incidentes do processo são resolvidos pelo próprio juízo ou tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente em recurso da decisão definitiva. (Redação dada ao parágrafo pelo Decreto-Lei nº 8.737, de 19.01.1946). (...)” Segundo este princípio, as decisões interlocutórias – que na locução do art. 162, § 2º, do CPC, é o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve questão incidente –, salvo se forem terminativas, só poderão ser reexaminadas em recurso a ser interposto após a sentença. Não há, pois, como no processo civil, a possibilidade de interposição de agravo de instrumento. O TST já sedimentou entendimento a este respeito, nos termos do que estabelece o Enunciado nº 214. O terceiro princípio que rege os recursos trabalhistas é o PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE. Corolário de um princípio geral do processo civil – instrumentalidade das formas - o princípio da fungibilidade consagra na esfera trabalhista o apego à simplicidade e a instrumentalidade do processo. Os artigos 154 e 244 ambos do CPC, consagram o seguinte: “Art. 154. Os atos e termos processuais não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir, reputando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencheram a finalidade essencial. (...) Art. 244. Quando a lei prescrever determinada forma, sem cominação de nulidade, o juiz considerará válido o ato, se realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade.” Conceitua-se a fungibilidade como sendo a faculdade outorgada ao magistrado de receber um recurso por outro, quando houver dúvida objetiva, tempestividade e não houver erro grosseiro. Vale dizer: O Juiz pode e deve receber um recurso por outro quando: a matéria for controvertida na doutrina e na jurisprudência e houver dúvida objetiva acerca da adequação do remédio a ser utilizado. Ex. da decisão que acata preliminar de incompetência na esfera cível, qual o recurso cabível: agravo ou apelação? A decisão é interlocutória ou é terminativa? Trata-se de sentença ou não? Há, ainda, alguma dúvida a este respeito.; quando o recurso houver sido interposto dentro do prazo; quando não houver erro grosseiro; Ex. Recurso Ordinário no lugar do Recurso de Revista; E por fim, o último princípio que rege os recursos trabalhistas é o princípio da REFORMATIO IN PEJUS, que impossibilita a reforma em prejuízo da parte recorrente. 5. REGRAS GERAIS DOS RECURSOS. 5.1.) Dos efeitos dos recursos: a) Efeito devolutivo: segundo o art. 899 da CLT, “(...) Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título, permitida a execução provisória até a penhora. (...)”. Pois bem. A regra no processo do trabalho – ao contrário do processo civil (art. 520 do CPC) – é de que os recursos são dotados, em regra, apenas do efeito devolutivo. Isto quer significar que as sentenças e acórdãos são exeqüíveis desde logo, gerando efeitos desde a sua prolação. b) Efeito suspensivo: Excepcionalmente, a parte sucumbente poderá reclamar, por meio de ação cautelar inominada incidental (O.J. 51 da SDI-II do C. TST) a concessão do efeito suspensivo ao recurso interposto, o qual poderá ser deferido pelo juízo competente. (art. 800 do CPC). O efeito suspensivo, como o próprio nome induz, suspende os efeitos da sentença até o julgamento do apelo. Torna temporariamente inexeqüível a sentença recorrida. c) Efeito translativo: há casos em que o magistrado pode julgar além dos limites impostos pelas razões recursais e contra-razões, sem que haja julgamento ultra ou extra petita. Isso ocorre com freqüência no julgamento de questões de ordem pública quepodem ser conhecidas de ofício pelo juiz e sobre as quais não se operam os efeitos da preclusão. Ex. art. 267, § 3º do CPC – carência de ação ou ausência de pressupostos processual. d) Efeito transcendente: consagrado no art. 896-A da CLT e 102, § 3º da CF/88; 5.2.) Pressupostos dos recursos: 5.2.1.) Pressupostos subjetivos: - Legitimidade para recorrer: O art. 499 do CPC estabelece o seguinte: “Art. 499. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público. § 1º. Cumpre ao terceiro demonstrar o nexo de interdependência entre o seu interesse de intervir e a relação jurídica submetida à apreciação judicial. § 2º. O Ministério Público tem legitimidade para recorrer assim no processo em que é parte, como naqueles em que oficiou como fiscal da lei. - Sucumbência total ou parcial: é sucumbente a parte que não teve, total ou parcialmente, sua pretensão assistida; 5.2.2.) Pressupostos objetivos: - Adequação do recurso: há que se guardar pleno respeito ao princípio da unirrecorribilidade, utilizando-se o instrumento processual adequado ao requerimento de prestação jurisdicional; - Tempestividade: o recurso deve ser interposto dentro do prazo legal sob pena de não conhecimento do apelo; - regularidade dos poderes ao subscritor: faz-se necessária a juntada de procuração outorgada na forma da lei. Admite-se também, a outorga de procuração tácita, apud acta, nos termos do En. 164 do C. TST; - depósito recursal: garantia do crédito. Faz-se mister a menção ao recolhimento do depósito recursal, o qual deverá respeitar o disposto nos §§ 1º a 5º do art. 899 da CLT, IN’S 20 e 26 do C. TST e art. 40 da lei 8.177/91, sob pena de deserção e não conhecimento do recurso; - custas: serão arbitradas no valor de 2% do valor da condenação, nos termos do art. 789 da CLT. Faz-se mister a menção ao recolhimento sob pena de deserção e não conhecimento do recurso. (IN 20 do TST); Embargos de Declaração e Recurso Ordinário EMBARGOS DE DECLARAÇÃO: - A prestação jurisdicional deve ser clara e completa; - Os Embargos de Declaração têm por objeto esclarecer e complementar as decisões judiciais; - Discussão sobre a natureza: é recurso ou não? - São julgados pelo mesmo órgão que proferiu a decisão; - Não há previsão para o contraditório; - Não objetivam a reforma da decisão (a não ser quando têm efeitos modificativos); EMBARGOS DE DECLARAÇÃO: a) Cabimento: quando houver contradição, omissão, obscuridade ou “manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso” (art. 897-A da CLT). b) prazo: 5 dias. (prazo em dobro Decreto-Lei 779/69). PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO: a) Cabimento: art. 2º, § 1º da Lei 5.584/70; b) Prazo: 48 horas. - Estão no art. 897-A/CLT, no capítulo de recursos. A ausência do duplo grau de jurisdição não desconfigura a natureza salarial – especialmente em ED por omissão que possa gerar efeito modificativo da decisão. Entendimento do STF; - Cabimento: 897-A/CLT: cabem ED quando na sentença (ou acórdão) for verificada a ocorrência de: 1. Omissão; 2. Obscuridade; 3. Contradição. - Omissão: sentença que deixa de apreciar algum pedido da inicial ou algum outro ponto sobre o qual deveria o juiz pronunciar-se (ex: argüição de nulidade processual em razões-finais); - Obscuridade: sentença não suficientemente clara e com ponto ininteligíveis – sentença de difícil entendimento; - Contradição: sentença que, na fundamentação, faz afirmações não conciliáveis entre si ou que não guardam relação com o dispositivo; - Prazo: 5 dias, contados da publicação da sentença (ou acórdão); - Pessoas jurídicas de direito público têm prazo em dobro para interposição de ED (OJ SDI-1 192 TST); - Interrupção do prazo recursal: prazo para os demais recursos recomeça a correr da data de publicação da sentença ou acórdão de ED (538/CPC); - Meramente protelatórios: pagamento ao embargado de multa equivalente a 1% sobre o valor da causa. Na reiteração, a multa será de 10%, condicionando a interposição de qualquer outro recurso ao respectivo depósito (538, par. ún., CPC); - Efeito modificativo: 897-A/CLT e Súmula 278/TST: nos casos de omissão e contradição na julgado, podem ter efeito modificativo na decisão. Nesses casos, deve ser dada à parte contrária de manifestação, sob pena de nulidade (OJ SDI-1 142 TST); RECURSO ORDINÁRIO: DO RECURSO ORDINÁRIO. Cabe recurso ordinário nas seguintes hipóteses: Art. 895. Cabe recurso ordinário para a instância superior: a) das decisões definitivas das juntas e juízos, no prazo de 8 (oito) dias; (Prazo estabelecido pela Lei nº 5.584, de 26.06.1970) b) das decisões definitivas dos Tribunais Regionais, em processo de sua competência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos. (Alínea alterada pelo Decreto-Lei nº 9.168, de 12.04.1946, cujo prazo é estabelecido pela Lei nº 5.584, de 26.06.1970). § 1º Nas reclamações sujeitas ao procedimento sumaríssimo, o recurso ordinário: I - (VETADO) II - será imediatamente distribuído, uma vez recebido no Tribunal, devendo o relator liberá-lo no prazo máximo de dez dias, e a Secretaria do Tribunal ou Turma colocá-lo imediatamente em pauta para julgamento, sem revisor; III - terá parecer oral do representante do Ministério Público presente à sessão de julgamento, se este entender necessário o parecer, com registro na certidão; IV - terá acórdão consistente unicamente na certidão de julgamento, com a indicação suficiente do processo e parte dispositiva, e das razões de decidir do voto prevalente. Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a certidão de julgamento, registrando tal circunstância, servirá de acórdão. (Parágrafo acrescentada pela Lei nº 9.957, de 12.01.2000, DOU 13.01.2000, em vigor a partir de 60 dias da data de publicação) § 2º Os Tribunais Regionais, divididos em Turmas, poderão designar Turma para o julgamento dos recursos ordinários interpostos das sentenças prolatadas nas demandas sujeitas ao procedimento sumaríssimo. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.957, de 12.01.2000, DOU 13.01.2000, em vigor a partir de 60 dias da data de publicação) Função: permitir aos tribunais superiores a revisão das decisões proferidas pelo julgador originário. Forma: interposto por simples petição, na forma do art. 899 da CLT. Efeito: devolutivo. Podendo ter efeito suspensivo, se o Juiz assim decidir. Prazo: 8 dias. Exceção: 16 dias para a União, Estados, Municípios, Autarquias e Fundações que não exerçam atividade econômica. Hipóteses de cabimento: a) das decisões definitivas das juntas e juízos; b) das decisões definitivas dos Tribunais Regionais, em processo de sua competência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos. - A admissibilidade dos recursos está condicionada à satisfação, pelo recorrente, de pressupostos previstos em lei; - O não atendimento dos pressupostos acarreta a inadmissibilidade (não conhecimento) do recurso pelo mesmo órgão judicial prolator da decisão recorrida – resta impedido o exame do mérito; - SUBJETIVOS (INTRÍNSECOS): - Dizem respeito aos atributos do recorrente: legitimidade, capacidade e interesse; 1. Legitimidade: - 499/CPC: pessoa que tenha participado, como parte, do processo em primeiro grau de jurisdição, ainda que revel; - Terceiros com legitimidade: 1. Sucessor ou herdeiro (10 e 448/CLT); 2. Empresa condenada solidária ou subsidiariamente (Súmula 331/TST, art. 2º, § 2º, da CLT); 3. Subempreiteiro, empreiteiro principal ou o dono da obra (455/CLT); 4. Sócios de fato (265/CCB); 5. Litisconsortes e assistentes (simples ou litisconsorciais); 6. Substituto processual. - Ministério Público do Trabalho, como parte ou custos legis(83, VI, LC 75/1993). 2. Capacidade: - O recorrente no momento da interposição do recurso, deve estar plenamente capaz (3º, 4º e 5º do CC); - Caso incapaz, deverá ser legalmente representado (8º/CPC). 3. Interesse: - Binômio utilidade-necessidade; - Necessário ao recorrente como meio de se obter anulação ou reforma da decisão impugnada; - Útil ao recorrente: se o bem pretendido já houver sido satisfeito pelo recorrido, não há utilidade no recurso. - OBJETIVOS (EXTRÍNSECOS): - Dizem respeito aos aspectos do próprio recurso, e não do recorrente: recorribilidade do ato, adequação, tempestividade, representação e preparo; 1. Recorribilidade do ato: - O ato impugnado deve ser recorrível (lembrar do art. 162/CPC); - São irrecorríveis, no processo do trabalho, os despachos de mero expediente (504/CPC), as decisões interlocutórias (893, § 1º, CLT), as sentenças proferidas no rito sumário que não versem sobre matéria constitucional (art. 2º, § 4º, Lei 5.584/70) - Termo de conciliação é irrecorrível, podendo ser atacado apenas por ação rescisória. Para o INSS, no que tange às contribuições que lhe forem devidas, não há irrecorribilidade no particular (Súmula 259/TST e 831, par. ún., CLT). 2. Previsão legal (princípio da taxatividade): - Os recursos cabíveis no Processo do Trabalho são os previstos no 893/CLT – numerus clausus, além do recurso extraordinário (102, III, CF), o agravo regimental (709, § 1º, CLT – contra decisão do Corregedor), e dos embargos declaratórios (897-A/CLT): Art. 893/CLT. Das decisões são admissíveis os seguintes recursos: I – embargos; II – recurso ordinário; II – recurso de revista; IV – agravo. Art. 102/CF. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: a) contrariar dispositivo desta Constituição; b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição. d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal 3. Adequação: - O recurso utilizado deve ser adequado ao ato judicial por ele impugnado; - Para cada ato judicial há um recurso específico; 4. Tempestividade: - Os prazos recursais do 893/CLT são unificados, sendo todos de 8 dias, contados da intimação da decisão a ser impugnada; - Os recursos de natureza civil tem prazos próprios: a. Embargos Declaratórios: 5 dias; b. Recurso Extraordinário: 15 dias; - Os entes públicos e o Ministério Público do Trabalho têm prazo em dobro para recorrer: 16 dias; - Prazos recursais são peremptórios: impassíveis de convenção das partes; 5. Preparo: - Pagamento de custas processuais (2% valor da causa) e depósito recursal; - Havendo recurso, as custas devem ser pagas dentro do prazo recursal e comprovadas no mesmo prazo: sob pena de deserção; - Art. 790-A: são isentos do pagamento de custas, além dos beneficiários de justiça gratuita: I – a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e respectivas autarquias e fundações públicas federais, estaduais ou municipais que não explorem atividade econômica; II – o Ministério Público do Trabalho; - O depósito recursal tem natureza de garantia de juízo para futura execução, razão porque é exigido apenas em relação ao reclamado – não é exigível apenas em caso de AI e AP; - O valor total dos depósitos recursais limita-se ao valor da condenação (arbitrado em sentença), sendo cada depósito limitado ao teto fixado pelo TST – atualmente: - R$ 6.290,00 (seis mil duzentos e noventa reais) para Recurso Ordinário; e - R$ 12.580,00 (doze mil quinhentos e oitenta reais) para Recurso de Revista, Embargos, Recurso Extraordinário e Recurso em Ação Rescisória. - O reclamado recorrente deve efetuar depósito recursal para cada recurso interposto, sob pena de deserção. Atingido o valor da condenação, nenhum outro depósito é exigido (Súmula 128, I, TST); - Condenação solidária: o depósito de uma das empresas a proveita as demais (Súmula 128, II, TST); - O depósito é feito na conta vinculado do FGTS do empregado, já existente ou aberta para este fim (899, §§ 4º e 5º, CLT); - Recolhimento de custas e depósito recursal deve ser feito no montante exato, sob pena de deserção (OJ SDI-1 140, TST); 6. Regularidade de representação: - Caso a parte constitua advogado, este deve ter procuração nos autos, sob pena de não reconhecimento do recurso, por inexistente, salvo na hipótese de mandato tácito (Súmula 383/TST); - CABIMENTO: - Para impugnar decisões de primeira instância (sentenças), terminativas ou definitivas; - Função de assegurar o duplo grau de jurisdição; - Para hostilizar também acórdãos proferidos por TRTs nos feitos de sua competência originária: ações individuais (mandados de segurança, ações rescisórias etc.) e dissídios coletivos; Art. 895/CLT - Cabe recurso ordinário para a instância superior: I - das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias; e II - das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de sua competência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos. - Também cabe Recurso Ordinário de decisão interlocutória terminativas do feito (como a que acolhe preliminar de incompetência material absoluta) e nas seguintes hipóteses: SUM-214 DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE (nova redação) - Res. 127/2005, DJ 14, 15 e 16.03.2005 Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT. - EFEITOS: - Meramente devolutivo – art. 899/CLT: Art. 899/CLT - Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título, permitida a execução provisória até a penhora. - Toda a matéria impugnada é devolvida ao Tribunal para apreciação, não sendo admissível a argüição de questões novas (a não ser na hipótese de 517/CPC): Art. 517/CPC. As questões de fato, não propostas no juízo inferior, poderão ser suscitadas na apelação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior. - DESISTÊNCIA: - O recorrente pode desistir a qualquer tempo do RO, sem anuência da parte contrária; Art. 501/CPC. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes, desistir do recurso. - PRAZO: - 8 dias da intimação da sentença recorrida (895/CLT); - TRÂMITES: - Dirigida ao juiz que proferiu a sentença, podendo o mesmo admitir ou não o recurso, de acordo com a presença dos pressupostos processuais; - Admitido o recurso, a parte contrária será intimada para apresentar contra-razões no mesmo prazo de 8 dias (900/CLT); - Juiz pode reconsiderar a admissibilidade (518/CPC). Mantida, os autos são remetidos ao Tribunal para julgamento do RO; - Não admitido o recurso, o recorrente poderá interpor AI no prazo de 8 dias a fim de destrancar o processamento do recurso; - O acórdão substituirá a sentença (512/CPC). � DINIZ, J. J. B. “Os recursos no direito processual trabalhista”. Ed. Consulex : Brasília, 2ª Ed. Rev. e Atual. Pág. 28 � DINIZ, J.J.B. Op. Cit. Pág. 31. � DINIZ, J.J.B. Op. Cit. Pág. 31 � DINIZ, J.J.B.Op. Cit. Pág. 32.
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