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18/02/2014 1 BIOQUÍMICA DO EXERCÍCIO FÍSICO Bioquímica da Nutrição Raquel Araújo de Santana 2013.2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO TIPOS DE MÚSCULOS � Cardíaco ◦ Propulsão do sangue através do sistema circulatório � Esquelético ◦ Movimentação das ossos a partir das articulações � Liso ◦ Propulsão do bolo alimentar através do sistema digestório (MAUGHAN et al, 1951) 18/02/2014 2 ESTRUTURA DO MÚSCULO ESQUELÉTICO (MAUGHAN et al, 1951.; MCARDLE et al, 2008) SARCÔMERO FILAMENTOFILAMENTO MIOBIBRILAMIOBIBRILA FIBRA MUSCULARFIBRA MUSCULAR FASCÍCULOFASCÍCULO MÚSCULOMÚSCULO MECANISMO DE CONTRAÇÃO E RELAXAMENTO 18/02/2014 3 MECANISMO DE CONTRAÇÃO E RELAXAMENTO MECANISMO DE CONTRAÇÃO E RELAXAMENTO 18/02/2014 4 MECANISMO DE CONTRAÇÃO E RELAXAMENTO COMPLEXO TROPONINA-MIOSINA Troponina: 1. Actina 2. Tropomiosina 3. Cálcio 18/02/2014 5 MECANISMO DE CONTRAÇÃO E RELAXAMENTO TIPOS DE FIBRAS � TIPO I � Fibras vermelhas (> quantidade de mioglobina); � Predomínio do metabolismo oxidativo (aeróbio); � Possuem um grande número de mitocôndrias; � Ciclo de contração lento (fibras lentas) � Entram em fadiga mais lentamente; � Responsáveis, em grande parte pela remoção do lactato produzido pelas fibras do Tipo II. 18/02/2014 6 TIPOS DE FIBRAS � TIPO II � Fibras brancas; � Metabolismo essencialmente fermentativo; � Possuem < quantidade de mitocôndrias; � > quantidade de glicogênio e enzimas glicolíticas; � Ciclo de contração rápida (fibras rápidas); � Produzem maior potência de contração que do Tipo I; � Entram rápido em fadiga � Produção > de lactato durante a contração � Esgotam rapidamente a reserva de glicogênio FUNÇÃO MUSCULAR ENERGIA QUÍMICA ENERGIA MECÂNICA 18/02/2014 7 CONCEITOS ATIVIDADE FÍSICA EXERCÍCIO FÍSICO Qualquer movimento corporal, produzido pelos músculos esqueléticos, que resulta em gasto energético maior do que os níveis de repouso. Atividade física planejada, estruturada e repetitiva que tem como objetivo final ou intermediário aumentar ou manter a saúde/aptidão física. (CHEIK et al, 2003) CLASSIFICAÇÃO DO EXERCÍCIO LEVE MODERADO INTENSO Lactato (2 a 4 mmol/l) Vo2 Máx.: até 50% Lactato (2 a 4 mmol/l) Vo2 Máx.: Entre 50% até 75% Lactato (> 4 mmol/l) Vo2 Máx.: acima 75% INTENSIDADE 18/02/2014 8 CLASSIFICAÇÃO DO EXERCÍCIO ANAERÓBIO AERÓBIO NÃO UTILIZA O2 CURTA DURAÇÃO ALTA INTENSIDADE FONTE ENERGÉTICA (ATP-PCr-Lactato) AUMENTO DE FORÇA E MASSA MUSCULAR VIA OXIDATIVA UTILIZA O2 LONGA DURAÇÃO, CONTÍNUO INTENSIDADE LEVE/MODERADA FONTE ENERGÉTICA (GLICOSE-LIPÍDEOS) AUMENTO DE RESISTÊNCIA MUSCULAR E CARDÍACA FONTES ENERGÉTICAS PARA O EXERCÍCIO Para cada Kg = 3 a 8 mmol de ATP Sustenta o esforço por 2s Corpo armazena 8 a 10g de ATPATP ATP ADP + Pi + ENERGIA MOTRIZ 18/02/2014 9 FONTES ENERGÉTICAS PARA O EXERCÍCIO PCr-ATP PCr Cr + Pi + ENERGIA ATP ADP + Pi + ENERGIA ATP ADP + Pi + ENERGIA MOTRIZ Corpo armazena 100 a 120g de PCr Para cada Kg = 4 a 5 x mais do que ATP Sustenta o esforço por 10s FONTES ENERGÉTICAS PARA O EXERCÍCIO Lactato Sustenta o esforço por 10s a 3min. Piruvato (2) Lactato (2) Exercício de alta intensidade e curta duração Os acúmulos rápidos e significativos de lactato sanguíneo ocorrem durante o exercício máximo que dura entre 60 e 180s. 18/02/2014 10 LIMITAÇÕES DO SISTEMA ANAERÓBIO Cada um de nós possui um teto para a potência anaeróbia ou para o esforço máximo no qual se pode prescindir do oxigênio. São necessários pelo menos 2 a 4 minutos para o consumo de oxigênio alcançar um nível mais alto Treinados Destreinados 3-5L O2/min 2-3L O2/min Déficit de Oxigênio Corrida de 100m 8L O2/10seg Déficit de Oxigênio Piques de 10 – 30 seg Piques de 10 – 30 seg Corrida de 800 metros de 2 min. Corrida de 800 metros de 2 min. Vo lu m e de O 2/ m in u to Vo lu m e de O 2/ m in u to 18/02/2014 11 Déficit de Oxigênio 00 6060 Tempo (minutos) do exercícioTempo (minutos) do exercício Vo lu m e de O 2/ m in u to Vo lu m e de O 2/ m in u to INTEGRAÇÃO ENERGÉTICA DURANTE O EXERCÍCIO 18/02/2014 12 VIAS ENERGÉTICAS CONFORME A DURAÇÃO DO EXERCÍCIO 10 seg 2min 5min 100% C ap ac id ad e pe rc en tu al do s si st em as de en er gi a DURAÇÃO DO EXERCÍCIO Sistema a Curto Prazo (glicólise) Sistema Imediato (ATP-PCr) Sistema a Longo Prazo (aeróbio) AERÓBIO FONTES ENERGÉTICAS PARA O EXERCÍCIO Sustenta o esforço de 3 min a horas. Exercício de intensidade leva a moderada e longa duração 18/02/2014 13 PAPEL DO CARBOIDRATO DURANTE O EXERCÍCIO NO EXERCÍCIO DE LONGA DURAÇÃO E INTENSIDADE LEVE A MODERADO ◦ Na transição do repouso para o exercício submáximo quase toda a energia é ofertada pelo glicogênio muscular; ◦ Durante os 20 minutos subsequentes o glicogênio hepático e muscular proporcionam 40 a 50% da demanda energética; ◦ A medida que o exercício progride as reservas de glicogênio se esgotam; ◦ Ocorre fadiga quando o glicogênio hepático e muscular sofrem redução intensa mesmo em suficiência de O2. PAPEL DO CARBOIDRATO DURANTE O EXERCÍCIO NO EXERCÍCIO DE ALTA INTENSIDADE ◦ O glicogênio muscular e a glicose carregada pelo sangue constituem os principais fornecedores de energia; ◦ O aumento na contribuição percentual dos HC durante o exercício intenso é explicado pelo fato de ser o único nutriente que fornece energia quando o oxigênio é insuficiente em relação às necessidades. ◦ O exercício exaustivo promove stress oxidativo (aumento de superóxido – O2• – e peróxido de hidrogênio – H2O2 e radical hidroxila OH •) ◦ A oferta de bebida com glicose durante exercícios de longa duração e intensidade alta beneficia o desempenho aeróbio. 18/02/2014 14 PAPEL DO CARBOIDRATO DURANTE O EXERCÍCIO � Carboidratos simples ◦ Consumido durante e imediatamente após a prova (exercício intenso) mantém a glicemia e recupera o glicogênio muscular; � Dependerá de sódio para absorção e de insulina par acaptação e em excesso contribui com a lipogênese. � Carboidratos complexos ◦ Consumidos antes e após os treinos � Menor influencia glicêmica; � Menor contribuição com os estoques de lipídios. PAPEL DO LIPÍDIO DURANTE O EXERCÍCIO NO EXERCÍCIO DE LONGA DURAÇÃO E INTENSIDADE LEVE ◦ Os níveis de adrenalina, cortisol estão aumentados e ativam β-receptores nos adipócitos; ◦ Disparo da cascata mediada pelo AMPc; ◦ No Tec. Adiposo os TAG serão degradados em glicerol + 3 ác. Graxos. ◦ Glicerol servirá para gliconeogênse hepática – glicose que voltará ao músculo em contração aeróbia; ◦ Ác. Graxos serão oxidados aerobiamente para a produção de Acetil CoA e Corpos Cetônicos.; ◦ TCM (TG de Cadeia Média) não necessitam de carnitina para ingressar na mitocôndria. 18/02/2014 15 PAPEL DO LIPÍDIO DURANTE O EXERCÍCIO PAPEL DO LIPÍDIO DURANTE O EXERCÍCIO NO EXERCÍCIO DE LONGA DURAÇÃO E INTENSIDADE ALTA ◦ Do início do exercício até chegar ao Steady-State (efeito platô), o fornecimento de O2 não é ideal (exercício progride do anaeróbio para o aeróbio); ◦ No Steady-State o volume de O2 é normalizado e a fonte de energia passa do glicogênio para os AGL. ◦ Com o esfoçomáximo mantido, não se mantém o S.S.; ◦ Aumenta-se o nível de lactato até chegar à exaustão; ◦ Cai o nível de AGL do sangue e o músculo volta a usar principalmente glicogênio; ◦ Dependendo da glicemia haverá participação ou não de BCAA. 18/02/2014 16 PAPEL DO LIPÍDIO DEPOIS DO EXERCÍCIO APÓS O EXERCÍCIO DE LONGA DURAÇÃO ◦ Os hormônios epinefrina e glicocorticóides permanecem ativos após o exercício; ◦ Durante o sono liberamos GH – após a execução de atividade física, o corpo é mantido por maior percentual de oxidação da gordura, conservando a glicose para recuperação do glicogênio muscular e manutenção da glicemia; PAPEL DA PROTEÍNA DURANTE O EXERCÍCIO RECOMENDAÇÕES � Indivíduos que praticam exercícios de endurance moderada e regularmente (5 a 6 vezes por semana durante uma hora), com ingestão energética adequada – consumo de 1,2 a 1,4 gramas de proteína/kg de peso corporal � Atletas de endurance de elite ou em fase preparatória para competições - 1,6g de proteínas/kg/dia. � Os indivíduos que praticam atividades de endurance de modo recreativo (4-5 vezes semana por 30 minutos com intensidade inferior) devem ingerir a mesma quantidade recomendada para indivíduos sedentários (1g/kg/dia). 18/02/2014 17 PAPEL DA PROTEÍNA DURANTE O EXERCÍCIO SUPLEMENTAÇÕES � BCAA, particularmente a LEUCINA – apresentam efeitos anabólicos, aumentando significativamente a taxa de síntese e diminuindo a taxa de degradação de proteína na musculatura em repouso, após o exercício de RESISTÊNCIA (ENDURANCE DE ELITE). � Exercícios de resistência – observa-se diminuição dos níveis plasmáticos de GLUTAMINA, cuja função principal é servir de fonte de energia para importantes células do sistema imunológico. � Consumo elevado de BCAA elevam a amônia e não retardam a fadiga central. PAPEL DAS VITAMINAS DURANTE O EXERCÍCIO COENZIMAS - SUPLEMENTAÇÕES � Tiamina (B1): Precursor de TPP - Pirofosfato de Tiamina – descarboxilase oxidativa � Riboflavina (B2): Precursor da FAD e FMN; � Niacina (B3): Componentes da NAD e NADP; � Ác Pantotênico (B5): precursor da CoA; � Piridoxina (B6): Cofator de reações com aa e glicogênio – Piridoxal fosfato, glicogênio fosforilase) � Folacina (B9), Cobalamina (B12): anemia – fraqueza muscular 18/02/2014 18 Condicionamento Físico "A inatividade física e o baixo nível de condicionamento têm sido considerados fatores de risco para a mortalidade prematura tão importante quanto fumo, dislipidemia, diabetes e hipertensão arterial.“ FCMax - Frequência cardíaca Máxima = 220 - idade Zona de Batimentos Cardíacos Alvo: Saúde do Coração (Healthy Heart Zone): 50-60% Queima de Gorduras (Fat Burning Zone): 60-70% Endurance/Resistência (Endurance Training): 70-80% VO2 Máximo (Anaerobic Zone): 80-90% Esforço Máximo (Red Line Zone): 90-100% Referências � CASPERSEN, C.J.; POWELL, K.E.; CHRISTENSON, G.M. Physical activity, exercise, and physical fitness: definitions and distinctions for health-related research. Public Health Rep. 1985, 100: 126-31. � FOSS, Merle F. Fox – Bases fisiológicas do exercício e do esporte. 6ª ed. Rio de Janeiro. Editora Guanabara Koogan, 2000. � Marzzoco, Anita; Torres, Bayardo B. Biquímica básica. 3ª ed. Rio de Janeiro. Ed Guanabara Koogan, 2007. � McArdle, WD; Katch, FI; Katch, VL. Nutrição para o desporto e o exercício. Rio de Janeiro – Ed. Guanabara Koogan, 2001.
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