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Campus Criciúma FABIO VICENTE OLIVEIRA JULIANI PEREIRA BATISTA VINÍCIUS DOS SANTOS NUNES MOVIMENTO BIDIMENSIONAL Relatório experimental referente à prática de laboratório da disciplina de Física Experimental, do curso Graduação em Engenharia Mecatrônica, do Instituto Federal de Educação, Ciência e tecnologia de Santa Catarina - IFSC como requisito parcial para obtenção de nota semestral da disciplina. Prof. Evandro da Cunha e prof. Paulo Montedo. Criciúma Outubro de 2017 Campus Criciúma MOVIMENTO BIDIMENSIONAL Fábio Vicente Oliveira / fabio.v07@aluno.ifsc.edu.br Juliani Pereira Batista / juliani.pb@aluno.ifsc.edu.br Vinícius dos Santos Nunes / vinicius.sn@aluno.ifsc.edu.br Resumo: O lançamento horizontal é um movimento composto por um movimento horizontal e um movimento vertical. Segundo Galileu, se um móvel apresenta um movimento composto, cada um dos movimentos componentes se realiza como se os demais não existissem e no mesmo intervalo de tempo. O presente relatório tem como objetivo estudar a prática de experimentos laboratoriais de física sobre o movimento bidimensional, trazendo resultados obtidos a partir de um software e de realização de cálculos. Palavras chave: movimento horizontal, gravidade, tempo, velocidade. INTRODUÇÃO O lançamento horizontal é um movimento composto, na qual um objeto é posto em movimento horizontal sob a ação da gravidade em queda livre. Nesse caso, o objeto em questão ao mesmo tempo em que se movimenta para frente, se movimenta para baixo por ação do campo gravitacional terrestre. Segundo a o princípio da independência dos movimentos, o lançamento horizontal pode ser tratado como sendo a soma dos movimentos horizontal e vertical. Estes podem, então, ser analisados de forma separada, como se o outro não existisse. Com base nesse princípio, o lançamento horizontal não sofre influência do movimento de queda livre e pode ser descrito conforme a Eq. 1. Eq. 1 Onde Xo é a posição inicial, X(t) é a posição no tempo t e vx é a velocidade do lançamento horizontal. Percebe-se que nesse caso, esse movimento comporta-se como um movimento uniforme, onde a velocidade em x permanece constante ao longo do movimento, independente da ação da gravidade. Porém, por não estar suportado sobre uma superfície, o objeto lançado horizontalmente sobre a ação da gravidade e inicia um movimento de queda livre. Nesse caso, a posição vertical do objeto pode ser dada pela Eq. 2. Eq. 2 Onde Y(t) é a posição do objeto no tempo t, Yo, a posição inicial, Voy a velocidade inicial do objeto em y, e g a aceleração do campo gravitacional. Nesse contexto, a velocidade do objeto será pela Eq. 3. Eq. 3 Supondo que o objeto foi lançado na horizontal e, portanto não possui velocidade inicial em y, a Eq. 2 reduz-se a Eq. 4 e a Eq. 3 reduz-se a Eq. 5: Eq. 4 Eq. 5 Campus Criciúma Assim, a velocidade do objeto em qualquer tempo t, será dada pela soma dos vetores Vx e Vy, representado pela Eq. 6. Eq. 6 A Figura 1 apresenta um esquema sobre o movimento horizontal. De acordo com a imagem, no instante em que a esfera é lançada, apenas o vetor Vx é existente. Ao sair do plano da mesa, a esfera passa a sofrer a ação da gravidade e entra em movimento de queda livre. Nesse instante, o movimento resultante da esfera é a soma dos movimentos horizontais (uniforme) e verticais (queda livre), indicado pelos vetores resultantes (em vermelho). Figura 1 – Esquema gráfico da composição dos movimentos no lançamento horizontal. MATERIAIS UTILIZADOS Kit pêndulo balístico adaptado para o lançamento horizontal de projéteis; Esfera de aço; Aparelho de filmagem (smartphone); Trena milimetrada; Software para edição de vídeos (Sony Vegas); Figura 3: Esfera de aço Figura 2: Aparato experimental utilizado Campus Criciúma PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Para a realização do experimento, adaptou-se um pêndulo balístico com o objetivo de executar um lançamento horizontal de certo projétil, neste caso uma esfera de aço. Observou- se que a mola lançadora possuía ao menos dois estágios de compressão, bem como o procedimento consiste em executar a prática em cada um dos estágios. Com o auxílio de uma trena, mediu-se a altura vertical entre o chão e o ponto de lançamento, obtendo o valor de 0,968m. Foram divididos os experimentos em três partes: Na primeira parte travou-se a esfera no primeiro estágio da mola lançadora e soltou- se a trava para a realização da trajetória bidimensional da esfera. Durante a execução, com a ajuda de um smartphone, gravou-se o lançamento e observou-se a esfera até que esta atingisse o chão. Em seguida, sabendo o local que a esfera tocou o chão, mediu-se a distância horizontal entre o lançador e o ponto atingido. Repetiu-se novamente todo procedimento, assim como a medição do novo ponto atingido. Com isso, posteriormente será possível realizar cálculos. Para determinar o tempo de queda da esfera, do instante que ela sai do aparato experimental até tocar o chão, utilizou o software “Sony Vegas” para nos fornecer esse dado. Na segunda parte do experimento, diferente da primeira, travou-se a esfera no segundo estágio e repetiram-se novamente todos os procedimentos, obtendo assim novos dados de distância horizontal e tempo. Já na terceira parte, posicionou-se, com a mão, a esfera na mesma altura do ponto inicial dos lançamentos horizontais anteriores. Soltou-se, e, novamente, gravou-se e obteve o tempo de queda da esfera até o chão. Após todos os dados obtidos a partir das três partes do experimento, discutiram-se os resultados e comparações, bem como suas veracidades. RESULTADOS E DISCUSSÕES Observando-se a prática, podemos afirmar que, na vertical o experimento se trata de um movimento retilíneo uniformemente variado (MRUV), já na horizontal se trata de movimento uniforme (MU). A seguir podem-se observar os resultados de tempo obtidos, bem como tempo médio que foi encontrado a partir da média aritmética, a altura (Y0) e as distâncias horizontais: Tabela 1 – Dados obtidos a partir dos experimentos. Lançamento t1 (s) t2 (s) tmédio (s) y0 (m) x (m) Parte I 0,467 0,501 0,484 0,968 1,063 Parte II 0,467 0,434 0,451 0,968 1,734 Parte III 0,434 0,467 0,451 0,968 0 Usou-se a seguinte fórmula para o cálculo da velocidade em x, que permanece constante, pois não há forças significativas atuando fora da vertical durante o percurso da mesma. Assim não haverá alteração da velocidade em x. Campus Criciúma Na vertical percebesse que há atuação da gravidade, o que impacta em um MRUV, tendo V0 de y igual à zero, pois a esfera não é impulsionada verticalmente. Assim para calcularmos Vf de y temos que usar a fórmula: , sendo g=9,8m/s². Calcularam-se os dados e anotou-se na tabela a seguir: Tabela 2 – Dados dos eixos. Lançamento V0x (m/s) V0y (m/s) Vfy (m/s) Parte I 2,196 0 4,743 Parte II 3,995 0 4,42 Parte III 0 0 4,42 Percebe-se que os tempos de queda se assimilam nos três experimentos, assim como a velocidade final vertical são muito próximas, isso se deve a propriedade da independência dos movimentos proposta por Galileu, no qual um lançamento oblíquo pode ser analisado decompondo-se em duas variáveis x e y. CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesse experimento foi possível visualizar a independência dos movimentos em um lançamento horizontal, proposto por Galileu, pois ele possui duas componentes de movimento o horizontal e o vertical. Pode-se concluir do experimento que em um lançamento horizontal a velocidadeinicial não irá interferir no tempo de queda, pois como se nota no tempo de queda em II e III são os mesmos, e muito próximo de I, onde a velocidade horizontal varia entre esses experimentos. Assim observa-se que os movimentos horizontal e vertical são independentes, pois Vx não interfere no tempo de queda ou na velocidade final da mesma. Portanto o tempo de queda de uma munição de revolver é o mesmo para uma bala disparada e largada de uma mesma altura, desprezando-se o atrito, já que a queda é impulsionada pela gravidade, que é a mesma, e o alcance pela velocidade de lançamento horizontal. Campus Criciúma REFERÊNCIAS HALLIDAY, D. Fundamentos de Física: Mecânica. v. 1, 7ª Edição, ed. LTC, 2006. PIACENTINI, J. J., et al. Introdução ao Laboratório de Física. v. 5. Florianópolis: Editora da UFSC, 2013.
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