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12/09/2016 1 Aula 3 Doutoranda e Mestra em Ensino de Ciências e Educação Matemática Unidade de Ensino: 3 Competência da Unidade de Ensino: Conhecer os fundamentos de cálculo necessários à formação do profissional da área de exatas. Resumo: Nesta aula, conheceremos mais algumas regras de derivação e aplicaremos tais regras na descrição de fenômenos e situações- problema. Palavras-chave: Derivadas; regras; funções. Título da teleaula: Regras de derivação Teleaula nº: 3 Por meio da definição de derivada, associada à ideia de limite, é possível calcular qualquer função que tenha derivada em um ponto. No entanto, dependendo da função, você imaginou o quanto esse cálculo pode ser trabalhoso e complicado? Além da definição, existe outra maneira mais simples de realizar o cálculo de derivada de uma função? Existem relações entre as funções e suas derivadas, de maneira que possamos adotar alguma regra ao invés de utilizar a definição? Em que tipos de situações um engenheiro precisa encontrar a taxa de variação instantânea? 12/09/2016 2 Operações matemáticas básicas Equações polinomiais (algébricas): operações, conjunto solução (raízes), fatoração, produtos notáveis. Sistema de coordenadas cartesianas: representação gráfica. Funções João acabou de concluir o Ensino Médio e irá participar de um processo seletivo, em uma empresa multinacional. Teste: mostrar que compreende e é capaz de resolver problemas ligados ao cotidiano. Resolver situações- -problema: que tratam da interdependência de várias coisas. Uma companhia telefônica quer estimar o número de novas linhas residenciais que deverá instalar em um dado mês. No início de janeiro, havia 100 000 assinantes, cada um com 1,2 linhas, em média. A companhia estimou o crescimento das assinaturas em 1 000 ao mês. Pesquisando os assinantes existentes, a companhia descobriu que cada um pretendia instalar, em média, 0,01 linha telefônica nova até o final daquele mês. Estime o número de novas linhas que a companhia deverá instalar até o final de janeiro, calculando a taxa de crescimento das linhas no começo do mês. Regras de derivação: 5ª) 𝑑 𝑑𝑥 𝑓 𝑥 ∙ 𝑔 𝑥 = 𝑓′ 𝑥 ∙ 𝑔 𝑥 + 𝑓(𝑥) ∙ 𝑔′(𝑥) Exemplo: 𝑦 = (4𝑥2 − 1) ∙ (7𝑥3 + 𝑥) 𝑦′ = 8𝑥 ∙ 7𝑥3 +𝑥 + 4𝑥2 −1 ∙ 21𝑥2 +1 𝑦′ = 56𝑥4 + 8𝑥2 + 84𝑥4 + 4𝑥2 − 21𝑥2 − 1 𝑦′ = 140𝑥4 − 9𝑥2 − 1 𝒇 𝒙 𝒈(𝒙) 12/09/2016 3 Regras de derivação: 6ª) 𝑑 𝑑𝑥 𝑓(𝑥) 𝑔(𝑥) = 𝑓′ 𝑥 ∙ 𝑔 𝑥 − 𝑓 𝑥 ∙ 𝑔′(𝑥) [𝑔 𝑥 ]² Exemplo: 𝑦 = 𝑥2+ 𝑥 − 2 𝑥3 + 6 𝑦′= 2𝑥 + 1 ∙ 𝑥3 + 6 − (𝑥2 + 𝑥 − 2) ∙ (3𝑥²) (𝑥3 + 6)² 𝑦′= 2𝑥4 + 12𝑥 + 𝑥3 + 6 − 3𝑥4 − 3𝑥3 + 6𝑥² (𝑥3 + 6)² 𝒚′= −𝒙𝟒 − 𝟐𝒙𝟑 + 𝟔𝒙𝟐 + 𝟏𝟐𝒙 + 𝟔 (𝒙𝟑 + 𝟔)² 𝒇(𝒙) 𝒈(𝒙) Uma companhia telefônica quer estimar o número de novas linhas residenciais que deverá instalar em um dado mês. No início de janeiro, havia 100 000 assinantes, cada um com 1,2 linhas, em média. A companhia estimou o crescimento das assinaturas em 1 000 ao mês. Pesquisando os assinantes existentes, a companhia descobriu que cada um pretendia instalar, em média, 0,01 linha telefônica nova até o final daquele mês. Estime o número de novas linhas que a companhia deverá instalar até o final de janeiro, calculando a taxa de crescimento das linhas no começo do mês. Sejam: 𝑠 𝑡 o número de assinantes; 𝑛(𝑡)o número de linhas telefônicas; 𝑡 medido em meses; 𝑡 = 0 → início de janeiro; 𝐿(𝑡) o número total de linhas. 𝑳 𝒕 = 𝒔(𝒕) ∙ 𝒏(𝒕) Determinar 𝐿′ 0 ; assinantes em janeiro: 𝑠 0 = 100000; n° de linhas/assinantes em janeiro: 𝑛 0 = 1,2 taxa de crescimento mensal por assinante: 𝑠′ 0 ≅ 1000 taxa de crescimento de novas linhas por assinante: 𝑛′ 0 = 0,01 𝑳 𝒕 = 𝒔(𝒕) ∙ 𝒏(𝒕) 𝐿′ 𝑡 = 𝑠′ 𝑡 ∙ 𝑛 𝑡 + 𝑠(𝑡) ∙ 𝑛′(𝑡) 𝐿′ 0 = 𝑠′ 0 ∙ 𝑛 0 + 𝑠 0 ∙ 𝑛′ 0 𝐿′ 0 = 1000 ∙ 1,2 + 100000 ∙ 0,01 𝐿′ 0 = 1200 + 1000 𝑳′ 𝟎 = 𝟐𝟐𝟎𝟎 A companhia precisou instalar, aproximadamente, 2 200 novas linhas telefônicas no mês de janeiro. 12/09/2016 4 Suponha que um engenheiro de determinada empresa tenha um carro econômico que faça 20 km por litro de combustível. Sabe-se que a quilometragem que pode ser alcançada, sem que o carro seja reabastecido, é uma função do número de litros que há no tanque de combustível. Se cada litro de combustível custa R$ 4,00 no posto de preferência do engenheiro, qual a quilometragem obtida por real gasto em combustível? Considere que a quantidade de combustível disponível no tanque é uma função da quantia de dinheiro gasto no abastecimento. Função composta: dadas duas funções, 𝑓 e 𝑔, a função composta 𝑓 ∘ 𝑔 é definida por (𝑓 ∘ 𝑔( 𝑥 = 𝑓 𝑔 𝑥 . Exemplo: Considere 𝑓 𝑥 = 𝑥² e 𝑔 𝑥 = 𝑥 − 3 𝑓 ∘ 𝑔 𝑥 = 𝑓 𝑔 𝑥 = 𝑥 − 3 2 𝑔 ∘ 𝑓 𝑥 = 𝑔(𝑓 𝑥 = 𝑥2 − 3 Função composta Exemplo: 𝑓 𝑥 = 𝑥2 + 1 → 𝑦 = 𝑓 𝑢 = 𝑢 𝑢 = 𝑔 𝑥 = 𝑥2 + 1 Observe que: 𝒅𝒖 𝒅𝒙 ∶ taxa de variação de u em relação a x. 𝒅𝒚 𝒅𝒖 : taxa de variação de y em relação a u. 𝒚 = 𝒇 𝒖 = 𝒇(𝒈(𝒙)) Regra da Cadeia: a derivada de uma função composta é o produto das derivadas das funções “de fora” e “de dentro”. Notações: 𝑓 𝑔 𝑥 ′ = 𝑓′(𝑢) ∙ 𝑔′(𝑥) 𝑒 𝑑𝑦 𝑑𝑥 = 𝑑𝑦 𝑑𝑢 ∙ 𝑑𝑢 𝑑𝑥 Exemplo: 𝑦 = (𝑥2 + 2)100 𝑓 𝑔(𝑥) = (𝑥2 + 2)100 𝑢 = 𝑔 𝑥 = 𝑥2 + 2 𝑓 𝑢 = 𝑢100 𝑓′ 𝑢 = 100𝑢99 𝑔′ 𝑥 = 2𝑥 𝑓 𝑔 𝑥 ′ = 𝑓′(𝑢) ∙ 𝑔′(𝑥) 𝑓 𝑔 𝑥 ′ = 100(𝑥2 + 2)99 ∙ 2𝑥 𝒇 𝒈 𝒙 ′ = 𝟐𝟎𝟎𝒙(𝒙𝟐 + 𝟐)𝟗𝟗 12/09/2016 5 Suponha que um engenheiro de determinada empresa tenha um carro econômico que faça 20 km por litro de combustível. Se cada litro de combustível custa R$ 4,00 no posto de preferência do engenheiro, qual é a quilometragem obtida por real gasto em combustível? Considere que a quantidade de combustível disponível no tanque é uma função da quantia de dinheiro gasto no abastecimento. Sejam: 𝑦 → n° de km que pode ser alcançado; 𝑢 → n° de litros de combustível disponíveis. 𝒚 = 𝒇(𝒖) 𝑥 → n° de reais pagos no abastecimento. 𝒖 = 𝒈(𝒙) 20 km/L é a taxa de variação da quilometragem em relação ao combustível: 𝑓′ 𝑢 = 𝑑𝑦 𝑑𝑢 = 20 𝑘𝑚/𝐿 Sendo R$ 4,00/L, cada real fornece ¼ de litro de combustível: 𝑔′ 𝑥 = 𝑑𝑢 𝑑𝑥 = 1 4 𝐿/𝑟𝑒𝑎𝑙 O n° de quilômetros que podem ser percorridos também é uma função do n° de reais que foram gastos com combustível. Assim, temos: 𝑦 = 𝑓 𝑢 = 𝑓(𝑔 𝑥 ) A quilometragem obtida por real gasto em combustível é 𝑑𝑦 𝑑𝑥 : 𝑑𝑦 𝑑𝑥 = 𝑑𝑦 𝑑𝑢 ∙ 𝑑𝑢 𝑑𝑥 20 𝑘𝑚 1 𝑙𝑖𝑡𝑟𝑜 ∙ 1 𝑙𝑖𝑡𝑟𝑜 4 𝑟𝑒𝑎𝑖𝑠 = 20 𝑘𝑚 4 𝑟𝑒𝑎𝑖𝑠 ∴ 5 𝑘𝑚/𝑟𝑒𝑎𝑙 Considere uma população de bactérias em um meio nutriente homogêneo. Suponha que, ao recolher amostras da população em certos intervalos, tenha sido verificado que ela duplica a cada hora. Considere que a população inicial seja de 𝑛0 = 100 bactérias. 12/09/2016 6 Qual é a taxa de crescimento depois de 4 horas? Derivada da função logarítmica: 𝑓 𝑥 = ln 𝑥 é diferenciável para 𝑥 > 0. 𝑑 𝑑𝑥 (ln 𝑥) = 1 𝑥 𝑑 𝑑𝑥 log𝑎 𝑥 = 𝑑 𝑑𝑥 ln 𝑥 ln 𝑎 = 1 𝑥 ln 𝑎 Exemplo: 𝑦 = ln(𝑥2 + 1) 𝑦 = 𝑓 𝑢 = 𝑓 𝑔 𝑥 𝑦 = 𝑓 𝑔 𝑥 , 𝑢 = 𝑔 𝑥 𝑒 𝑦 = 𝑓 𝑢 : 𝒇 𝒈 𝒙 ′ = 𝒇′(𝒖) ∙ 𝒈′(𝒙) 𝑢 = 𝑥2 + 1 𝑢′ = 𝑑𝑢 𝑑𝑥 = 2𝑥 𝑦 = ln 𝑢 𝑦′ = 𝑑𝑦 𝑑𝑢 = 1 𝑢 Substituindo na Regra da Cadeia, temos: 𝒇 𝒈 𝒙 ′= 𝒇′ 𝒖 ∙ 𝒈′ 𝒙 𝑜𝑢 𝒅𝒚 𝒅𝒙 = 𝒅𝒚 𝒅𝒖 ∙ 𝒅𝒖 𝒅𝒙 𝑑𝑦 𝑑𝑥 = 1 𝑢 ∙ 2𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑥 = 1 𝑥2 + 1 ∙ 2𝑥 𝒅𝒚 𝒅𝒙 = 𝟐𝒙 𝒙𝟐 + 𝟏 Derivada da função exponencial: 𝑓 𝑥 = 𝑎𝑥 𝑑 𝑑𝑥 𝑎𝑥 = 𝑎𝑥 ln 𝑎 𝑑 𝑑𝑥 𝑒𝑥 = 𝑒𝑥 Considere uma população de bactérias em um meio nutriente homogêneo. Suponha que, ao recolher amostras da população em certos intervalos, tenha sido verificado que ela duplica a cada hora. Desse modo, considere que a população inicial seja de 𝑛0 = 100 bactérias. Qual é a taxa de crescimento depois de 4 horas? 12/09/2016 7 Se a população inicial for 𝑛0 e o tempo medido em horas, então: 𝑓 1 = 2 ∙ 𝑓 0 = 2 ∙ 𝑛0 𝑓 2 = 2 ∙ 𝑓 1 = 2² ∙ 𝑛0 𝑓 3 = 2 ∙ 𝑓 2 = 2³ ∙ 𝑛0 ⋮ 𝒇 𝒕 = 𝟐𝒕 ∙ 𝒏𝟎 𝑜𝑢 𝒇 𝒕 = 𝒏𝟎 ∙ 𝟐 𝒕 A taxa de crescimento da população de bactérias no tempo 𝑡 é: 𝒇 𝒕 = 𝒏𝟎 ∙ 𝟐 𝒕 𝑓′(𝑡) = 𝑛0 ∙ 2 𝑡∙ ln 2 Para 𝑛0 = 100 bactérias e 𝑡 > 4 horas, temos: 𝑓′(𝑡) = 𝑛0 ∙ 2 𝑡∙ ln 2 𝑓′(𝑡) = 100 ∙ 24∙ ln 2 𝑓′(𝑡) = 100 ∙ 16 ∙ ln 2 𝑓′(𝑡) = 1600 ∙ ln 2 𝒇′ 𝒕 ≅ 𝟏. 𝟏𝟎𝟗 bactérias/h Um engenheiro está desenvolvendo um projeto. Para tanto, em uma mola, ele pendura um peso que é puxado para baixo a 5 unidades da posição de repouso e liberado no instante 𝑡 = 0, para que a oscile para cima e para baixo. Sabe-se que a posição do peso em qualquer instante 𝑡 posterior é: 𝒔 = 𝟓 𝐜𝐨𝐬 𝒕 Como João poderá resolver esse problema? Qual será a velocidade no instante t? Qual será a aceleração do peso no instante t? Derivada das funções trigonométricas: sen 𝑥 e cos 𝑥 Todas as funções trigonométricas são contínuas em todo número em seus domínios; Se 𝑦 = 𝑠𝑒𝑛 𝑥 → 𝑦′ = cos 𝑥 Se 𝑦 = cos 𝑥 → 𝑦′ = −𝑠𝑒𝑛 𝑥 12/09/2016 8 Derivada das demais funções trigonométricas: se 𝑦 = 𝑡𝑔 𝑥 → 𝑦′ = 𝑠𝑒𝑐2𝑥; se 𝑦 = 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑥 → 𝑦′ = −𝑐𝑜𝑠𝑒𝑐2𝑥; se 𝑦 = 𝑠𝑒𝑐 𝑥 → 𝑦′ = sec 𝑥 ∙ 𝑡𝑔 𝑥; se 𝑦 = 𝑐𝑜𝑠𝑒𝑐 𝑥 → 𝑦′ = = −𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑐 𝑥 ∙ 𝑐𝑜𝑡𝑔 𝑥. Derivadas sucessivas Derivada segunda: 𝑑2𝑦 𝑑𝑥² ou 𝑓′′(𝑥) Derivada terceira: 𝑑3𝑦 𝑑𝑥³ ou 𝑓′′′(𝑥) Derivada quarta: 𝑑4𝑦 𝑑𝑥4 ou 𝑓(4)(𝑥) Etc. Exemplo: 𝑓 𝑥 = 2𝑥5 + 3𝑥² 𝑓′ 𝑥 = 10𝑥4 + 6𝑥 𝑓′′ 𝑥 = 40𝑥3 + 6 𝑓′′′ 𝑥 = 120𝑥2 𝑓 4 𝑥 = 240𝑥 𝑓 5 𝑥 = 240 Um engenheiro está desenvolvendo um projeto. Para tanto, em uma mola, pendura um peso que é puxado para baixo a 5 unidades da posição de repouso e liberado no instante 𝑡 = 0, para que a oscile para cima e para baixo. Sabe-se que a posição do peso em qualquer instante 𝑡 posterior é: 𝒔 = 𝟓 𝐜𝐨𝐬 𝒕 Qual a velocidade e a aceleração do peso no instante t? Posição: 𝑠 = 5 cos 𝑡 Velocidade: 𝑣 = 𝑑𝑠 𝑑𝑡 = 𝑑 𝑑𝑡 (5 cos 𝑡) = −𝟓 𝒔𝒆𝒏 𝒕 Aceleração: 𝑎 = 𝑑𝑣 𝑑𝑡 = 𝑑 𝑑𝑡 −5𝑠𝑒𝑛 𝑡 = = −𝟓𝐜𝐨𝐬 𝒕 12/09/2016 9 Vimos que a Regra da Cadeia é utilizada para derivar funções compostas. No entanto, como podemos identificar quando uma função é ou não composta? Sobre derivadas sucessivas, existe algum tipo de função que tem ordem infinita de derivações? Se sim, quais são as características desse tipo de função?
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