Buscar

Erro e Dolo.pdf

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO 
 
 Vícios que maculam o ato celebrado e prejudicam a validade do negócio jurídico, tornando o negócio 
passível de ação anulatória ou declaratória de nulidade pelo prejudicado ou interessado. 
 Vícios de consentimento: erro, dolo, coação, lesão, estado de perigo 
 Vícios sociais: simulação e fraude contra credores 
 
ERRO OU IGNORÂNCIA 
 Erro = falsa percepção da realidade 
 Ignorância = total desconhecimento do declarante a respeito das circunstâncias do negócio 
 Quando o agente, por desconhecimento ou falso conhecimento das circunstâncias, age de modo que 
não seria a sua vontade, se conhecesse a verdadeira situação. 
 É a falsa noção em relação a uma pessoa, ao objeto do negócio ou a um direito que acomete a 
vontade de uma das partes que celebrou o negócio jurídico. 
 Só é considerado causa de anulabilidade o erro: 
a) Essencial (substancial) 
b) Escusável (perdoável)* 
 Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro 
substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do 
negócio. 
 Enunciado 12 (I Jornada de Direito Civil): “na sistemática do art. 138, é irrelevante ser ou não ser 
escusável o erro, porque o dispositivo adota o princípio da confiança”. 
 Erro substancial ou essencial: incide sobre a essência (substância) do ato que se pratica, sem o qual 
este não teria se realizado. Pode ser (art. 139): 
a) Erro sobre o negócio: é aquele que incide sobre a natureza do ato que se realiza. 
b) Erro sobre o objeto: é aquele que incide nas características do objeto do próprio negócio. 
c) Erro sobre pessoa: incide nos elementos de identificação ou da qualidade da outra parte do 
negócio. 
 
EMBARGOS INFRINGENTES. ANULAÇÃO DE CASAMENTO. ERRO ESSENCIAL EM RELAÇÃO A PESSOA DO CÔNJUGE. 
OCORRÊNCIA. A existência de relacionamento sexual entre cônjuges é normal no casamento. É o esperado, o 
previsível. O sexo dentro do casamento faz parte dos usos e costumes tradicionais em nossa sociedade. Quem 
casa tem uma lícita, legítima e justa expectativa de que, após o casamento, manterá conjunção carnal com o 
cônjuge. Quando o outro cônjuge não tem e nunca teve intenção de manter conjunção carnal após o casamento, 
mas não informa e nem exterioriza essa intenção antes da celebração do matrimônio, ocorre uma desarrazoada 
frustração de uma legítima expectativa.O fato de que o cônjuge desconhecia completamente que, após o 
casamento, não obteria do outro cônjuge anuência para realização de conjunção carnal demonstra a 
ocorrência de erro essencial. E isso autoriza a anulação do casamento.Desacolheram os embargos infringentes, 
por maioria. (TJ/RS, Relator: Rui Portanova, Julgado em 09/12/2005) 
 
d) Erro de direito: erro interpretativo sobre a ilicitude do fato, desde que não implique recusa 
maliciosa à aplicação da lei. 
 Exceção ao art. 3º da LINDB: Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. 
 O agente deve praticar o ato de boa-fé 
 O erro tem que ser a única ou principal razão da realização do negócio jurídico 
 
FALSO MOTIVO 
 Art. 140. O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão 
determinante. 
 Motivo (plano subjetivo) ≠ causa (plano objetivo) 
 Em regra, não gera a anulabilidade do negócio, a não ser que ele seja expresso como razão 
determinante para o negócio. 
Ex: pai que compra carro pensando num filho quando, na verdade, era para outro. 
Ex: doar um prédio a outrem, pelo fato de o donatário ter lhe salvado a vida, e depois descobrir que 
ele não havia participado do referido salvamento. 
 
TRANSMISSÃO ERRÔNEA DA VONTADE POR MEIOS INTERPOSTOS 
 Art. 141. A transmissão errônea da vontade por meios interpostos é anulável nos mesmos casos 
em que o é a declaração direta. 
 Meios interpostos: todos os meios de comunicação, escrita e audiovisual, sobretudo a internet. 
 Causa e anulabilidade e não de nulidade. 
Ex.: Alguém transmite por telefone uma declaração de vontade e, devido a interrupção ou deturpação 
sonora, faz isso com incorreções acarretando desconformidade entre a vontade declarada e a interna. 
 
ERRO DE INDICAÇÃO DA PESSOA OU DA COISA 
 Art. 142. O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir a declaração de vontade, não 
viciará o negócio quando, por seu contexto e pelas circunstâncias, se puder identificar a coisa ou 
pessoa cogitada. 
 Erro acidental: Erro que se opõe ao substancial, por se referir a circunstâncias de menor 
importância e que não acarretam efetivo prejuízo. Diz respeito aos elementos secundários e não 
essenciais do negócio jurídico. 
 Não gera a anulabilidade. 
Ex: doador beneficia, em seu testamento, o seu sobrinho Antônio. No entanto, descobre-se depois que 
ele não tem nenhum sobrinho com esse nome. Apura-se, porém, que tem um afilhado de nome 
Antônio, a quem sempre chamou de sobrinho. Essa pessoa receberá o bem doado. 
 
ERRO DE CÁLCULO 
 Art. 143. O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declaração de vontade. 
 Trata-se de engano sobre peso, medida ou quantidade do bem. 
 Não anula o negócio, apenas autoriza a possibilidade de retificação do cálculo mal elaborado 
 Princípio da conservação dos negócios jurídicos 
 
ERRO SEGUIDO DE EXECUÇÃO 
 Art. 144. O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa a quem a 
manifestação de vontade se dirige se oferecer para executá-la na conformidade da vontade real do 
manifestante. 
 Preserva-se a manifestação de vontade, desde que respeitada a intenção real dos negociantes. 
 
Ex: Se A comprou de B o lote 5 da quadra X pensando que se tratava do lote 5 da quadra Y. O erro 
substancial, nesse caso, não prejudicará o negócio se B vier a entregar-lhe o lote 5 da quadra Y. 
 
OBSERVAÇÃO FINAL: 
 Prazo para anular negócio jurídico eivado de erro: 04 anos, contados da celebração do negócio jurídico 
(prazo decadencial) 
 
 
DOLO 
 Artifício ardiloso empregado para enganar alguém, com intuito de benefício próprio, geralmente, com 
vistas ao enriquecimento ilícito. 
 É o erro provocado por terceiro, e não pelo próprio sujeito enganado. 
 
DOLO ESSENCIAL: 
 Aquele que dá causa ao negócio jurídico, sem o qual ele não seria concluído, acarretando o referido 
ato negocial. 
 Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa. 
Ex: Um vendedor empurra um carro com problema mecânico para o comprador. Se este soubesse do 
problema, não teria realizado o negócio 
DOLO ACIDENTAL: 
 O negócio seria celebrado de qualquer forma, presente ou não o artifício ardiloso. O negociante 
apenas levou a vítima a realizar o negócio em condições mais onerosas ou menos vantajosas, não 
afetando sua declaração de vontade. 
 Art. 146. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a seu 
despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo. 
 Não gera a anulabilidade do negócio jurídico. 
Ex.: Um vendedor influencia um comprador a comprar um carro por um valor maior que o real. Neste 
caso, o comprador pode obter ressarcimento na Justiça. 
 
DOLO DE TERCEIRO: 
 Ocorre quando o artifício ardil é praticado por uma terceira pessoa que não integra a relação jurídica. 
Gera os seguintes efeitos: 
I - se beneficiário da vantagem indevida tinha ciência do dolo ou tinha como saber, trata-se de dolo 
que torna anulável o negócio; 
II - porém, se o beneficiário não tinha conhecimento da existência do dolo praticado pelo terceiro, o 
negócio é mantido válido e o terceiro provocador do dolo responderá pelas perdas e danos causados 
ao lesado. O dolo de terceiro, para se constituir em motivo de anulabilidade, exige a ciência de uma das partes 
contratantes. 
 Art. 148. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte a quem 
aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o negócio 
jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou. 
 Se a parte a quem aproveite: 
 Tinha ciência: o negócio é anulável 
 Não tinha ciência: o negócio não é anulável, mas o lesado pode pedir perdas e danos ao autor do 
dolo 
 
DOLO DO REPRESENTANTE LEGAL (art. 149): 
 O representante é aquele que possui capacidade negocial e, portanto, age em nome do 
representando. Pode ter origem num representante legal ou convencional. 
a) Representante legal (pais, tutores, curadores): O representado arca com perdas e danos até a 
importância do proveito, ficando o restante do prejuízo para ser ressarcido pelo representante. 
b) Representante convencional (procuradores, gestores do negócio): O representado é solidário ao 
representante e com ele arca solidariamente com todas as perdas e danos. 
 
 
DOLO RECÍPROCO (art. 150): 
 Ambas as partes agem dolosamente. Haverá compensação das condutas e não será possível anular o 
negócio ou pleitear indenização. 
 
OUTRAS OBSERVAÇÕES: 
 QUANTO À ATUAÇÃO DO AGENTE: 
a) DOLO POSITIVO: decorre de uma atuação comissiva ou uma ação. São afirmações falsas sobre a 
qualidade da coisa. Ex: publicidade enganosa. 
b) DOLO NEGATIVO: fruto de uma omissão, de um expediente ardiloso com vistas a enganar o 
adquirente. Ex: silêncio intencional de uma das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra 
ignorava. 
 
 QUANTO AO CONTEÚDO: 
a) DOLO BOM: é um comportamento lícito e tolerado, consistente em reticências, exageros nas boas 
qualidades, dissimulações de defeitos. Artifício que não tem a finalidade de prejudicar, por isso, não 
induz anulabilidade. 
b) DOLO MAU: consiste no emprego de manobras astuciosas destinadas a prejudicar alguém. Poderá ser 
anulado

Outros materiais