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Semiologia do Sistema Respiratório

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Resumo de Semiologia 
do Sistema Respiratório 
Danilo Fernando – Medicina UFRGS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Resumo baseado em anotações de aula e nos livros Doenças Pulmonares 6ªEd – Berardinelli e 
Propedêutica Médica 11ªEd – Bates. 
 
 Danilo Fernando SEMIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO MED-UFRGS 
 
1 
 
1 
 
 
 Danilo Fernando SEMIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO MED-UFRGS 
 
2 
 
2 
 
Sumário 
Pneumologia .............................................................................................................................................................................................. 3 
Abordagem do Paciente Pneumológico ................................................................................................................................................ 3 
Tabagismo ........................................................................................................................................................................................ 3 
Exposição Ambiental ........................................................................................................................................................................ 3 
Fármacos .......................................................................................................................................................................................... 3 
Anamnese – Sintomas Comuns ou Preocupantes ................................................................................................................................. 4 
Tosse ................................................................................................................................................................................................ 4 
Hemoptise .................................................................................................................................................................................. 4 
Dispneia ........................................................................................................................................................................................... 7 
Dor Torácica (ou Desconforto Torácico) .......................................................................................................................................... 9 
Principais Doenças Pulmonares ..................................................................................................................................................... 12 
Asma ........................................................................................................................................................................................ 12 
DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) ......................................................................................................................... 12 
Pneumonia ............................................................................................................................................................................... 13 
Tromboembolismo Pulmonar .................................................................................................................................................. 14 
Principais Síndromes Pulmonares .................................................................................................................................................. 14 
Gripe ........................................................................................................................................................................................ 14 
Resfriado .................................................................................................................................................................................. 14 
Bronquite Aguda ...................................................................................................................................................................... 14 
Bronquiectasia ......................................................................................................................................................................... 15 
Câncer de Pulmão .................................................................................................................................................................... 15 
Síndromes Paraneoplásicas ..................................................................................................................................................... 15 
Osteoartropatia Hipertrófica Pulmonar.............................................................................................................................. 15 
Síndrome de Pancoast ........................................................................................................................................................ 15 
Síndrome de Claude-Bernard-Horner ................................................................................................................................. 16 
Insuficiência Respiratória ......................................................................................................................................................... 16 
Cianose .................................................................................................................................................................................... 16 
Fibrose Pulmonar Idiopática .................................................................................................................................................... 17 
Derrame Pleural ....................................................................................................................................................................... 17 
Atelectasia ............................................................................................................................................................................... 18 
Pneumotórax ........................................................................................................................................................................... 19 
Exame Físico – Tórax (Pneumologia) .................................................................................................................................................. 20 
Anatomia de Superfície .................................................................................................................................................................. 20 
Inspeção ......................................................................................................................................................................................... 21 
Inspeção Estática ..................................................................................................................................................................... 21 
Inspeção Dinâmica ................................................................................................................................................................... 22 
Palpação ......................................................................................................................................................................................... 23 
Percussão ....................................................................................................................................................................................... 24 
Ausculta ......................................................................................................................................................................................... 24 
Extra – Baqueteamento Digital (Hipocratismo Digital) ..................................................................................................................26 
 
 Danilo Fernando SEMIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO MED-UFRGS 
 
3 
 
3 
 
Pneumologia 
Abordagem do Paciente Pneumológico 
• Principais fatores que colocam/predispõe os pacientes às doenças respiratórias. 
Tabagismo 
• Determinar: 
 Quantos cigarros fuma por dia; 
 Início do hábito; 
 Interrupções – se sim, por quanto tempo; 
 Tentativas de cessação – tratamentos anteriores, recaídas, sintomas de abstinência; 
 Convivência com outros fumantes; 
 Situações que fuma por condicionamento. 
 
*Importante¹: cálculo de carga tabágica 
- nº de maços fumados por dia x tempo em anos ou nº de cigarros/20 (1 maço) x tempo em anos. 
- A maioria dos portadores de DPOC são ou foram tabagistas com carga tabágica >20 maços/ano. 
 
*Importante²: cigarro “tradicional” vs. cigarro artesanal (p.e. palheiro). 
- Palheiro é muito mais danoso ao sistema respiratório – 6 palheiros = 1 maço tradicional. 
Exposição Ambiental 
• Determinar: 
 Exposição inalatória 
- Ambiente de trabalho (p. ex., sílica, asbesto, fumaça de madeira); 
∟Tipo de ambiente – é aberto ou fechado? 
∟Trabalho com exposição inalatória – fazia uso de EPI (equipa-
mento de proteção individual)? 
∟Agricultura – inseticidas, agrotóxicos. 
- Ambiente doméstico (p.ex., ácaros, poeira, mofo, cães, gatos); 
- Atividades de lazer (p. ex. criação de aves – excremento de pás-
saros de estimação). 
Fármacos 
• Pulmão é o único órgão do corpo que recebe toda a circulação. 
 Doenças pulmonares induzidas por fármacos não são incomuns; 
 Exemplos: 
- Amiodarona (antiarrítmico) – pode causar pneumonite intersticial crônica; 
- Inibidores da ECA – podem induzir tosse; 
- Betabloqueadores não-seletivos – podem induzir broncoespasmos em portadores de DPOC, asma; 
- Anti-inflamatórios não esteroidais – podem provocar pneumonia de hipersensibilidade; 
- Antibióticos (penicilinas, sulfas, eritromicina etc.) – podem provocar reação de hipersensibilidade, 
cuja manifestação são infiltrados pulmonares, febre, tosse e dispneia. 
 
 
 Danilo Fernando SEMIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO MED-UFRGS 
 
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Anamnese – Sintomas Comuns ou Preocupantes 
Tosse 
• Tosse: resposta reflexa a estímulos que irritam receptores localizados na laringe, na traqueia ou 
nos brônquios calibrosos – estímulos inflamatórios (edema, secreções), mecânicos (poeira, corpo 
estranho, diminuição da pressão pleural como nos derrames e atelectasias), químicos (gases irritan-
tes) e térmicos (calor ou frio excessivo). 
 Sintoma respiratório mais frequente. 
 
*Importante: outras regiões com receptores da tosse (não é exclusivo do trato respiratório) – mem-
brana timpânica, meato auditivo externo, cavidade nasal, seios maxilares, pleura, pericárdio, dia-
fragma, esôfago e estômago. 
 
• Classificação (de acordo com a duração): 
- Aguda: presença de tosse até três semanas; 
∟Infecções das vias aéreas superiores (IVAS), exacerbações de asma e DPOC. 
- Subaguda: tosse persistente de três a oito semanas; 
∟Infecções, síndrome da tosse de vias aéreas superiores (STVAS), DRGE 
- Crônica: tosse por mais de oito semanas. 
∟Asma, síndrome da tosse de vias aéreas superiores (STVAS), DRGE. 
 
*Importante: sintomático respiratório – tosse há mais de 2 semanas, pensar em tuberculose. 
 
• Expectoração: volume, cor, odor e consistência; 
 Escarro mucoide: translúcido, branco; 
 Escarro purulento: amarelado ou esverdeado; 
 Escarro mucopurulento; 
 Escarro hemoptoico: com raias de sangue. 
 
• Determinar: 
 Frequência; 
 Intensidade; 
 Presença ou não de expectoração (seca ou produtiva), relação com o decúbito; 
 Período do dia em que a intensidade é maior; 
 Mudança no padrão da tosse; 
 Sintomas associados (febre, dispneia, sibilos, ortopneia, dor torácica). 
Hemoptise 
• Definição: expectoração sanguínea que se origina das vias aéreas inferiores. 
 Presença de escarro com raias de sangue. 
 
• Classificação: leve – menos de 100 mL em 24h 
 moderada – entre 100 e 600 mL em 24h 
 maciça – 600 mL em 24h ou 30 mL/h – possui risco iminente de morte (asfixia)! 
 Danilo Fernando SEMIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO MED-UFRGS 
 
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• Fisiopatologia: 
 Circulação brônquica – alta pressão (corresponde à 90% das hemoptises) 
- Aumento da circulação sistêmica para corrigir o equilíbrio loco-regional de ventilação-perfusão; 
- Corresponde as hemoptises mais volumosas. 
 Circulação pulmonar – baixa pressão (corresponde à <5% das hemoptises). 
- Menos volumosas: espaços alveolares podem acomodar grande volume de sangue. 
• Causas: 
 Infecções, doenças cardiovasculares, neoplasias, vasculites, outros (miscelâneas); 
 Causas mais comuns: tuberculose (ativa ou sequela), bronquiectasias, bronquite aguda, exacer-
bação de bronquite crônica, pneumonia, câncer de pulmão. 
a) Infecções: tuberculose, bronquite aguda, bronquite crônica exacerbada, bronquiectasias, pneu-
monia, outras micobacterioses, abscesso pulmonar, bola fúngica, leptospirose, fibrose cística; 
b) Cardiovasculares: insuficiência ventricular esquerda grave, estenose mitral, tromboembolia pul-
monar, endocardite em câmaras direitas, aneurisma da aorta, malformação arteriovenosa, fístula 
entre vaso e árvore brônquica; 
c) Neoplasias: câncer de pulmão, adenoma brônquico, tumor carcinoide; 
d) Vasculites: granulomatose de Wegener, LES, síndrome de Goodpasture, poliangiíte microscópica; 
e) Outros (miscelâneas): hemossiderose pulmonar, coagulopatia, corpo estranho, contusão pulmo-
nar, iatrogenia, uso de cocaína, catamenial, trauma de vias aéreas superiores, criptogênica. 
• Anamnese: 
 Diferenciação de hematêmese – presença de náuseas e vômitos, doença hepática; 
- Sangue com aspecto de “borra de café” = hematêmese. 
 Caracterização da quantidade: normalmente é superestimada pelo paciente e pelo médico; 
 Localização do sangramento; 
 Episódios prévios de infecção respiratória/pneumonias recorrentes: bronquiectasias, infecções; 
 Febre, sudorese noturna, perda de peso: tuberculose; 
 Tabagismo: câncer de pulmão; 
 Dispneia, dor pleurítica, fatores de risco para trombose venosa: tromboembolismo pulmonar; 
 Doença cardiovascular: tromboembolismo pulmonar, estenose mitral; 
 Secreção purulenta associada ao sangramento: abscesso pulmonar; 
 Uso de anticoagulante oral – causa comum quando a dose está desregulada; 
 Danilo Fernando SEMIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO MED-UFRGS 
 
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 Uso de drogas ilícitas: cocaína; 
 Exposição à asbesto,arsênico, cromo e níquel; 
 Associação com menstruação. 
• Exame Físico: 
 Avaliação de orofaringe e nasofaringe: descartar sangramento de vias aéreas superiores; 
 Sibilos localizados, estridor: obstrução por neoplasia; 
 Adenomegalia cervical, supraclavicular ou axilar: neoplasia 
 Baqueteamento digital: doença supurativa crônica, neoplasia, abscesso pulmonar; 
 Estertores na ausculta: pneumonia, sangue aspirado; 
 Exame cardiovascular. 
 
Tosse e hemoptise (tabela – Bates) 
 Danilo Fernando SEMIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO MED-UFRGS 
 
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Dispneia 
• Definição: experiência subjetiva de desconforto respiratório que consiste de sensações qualitati-
vamente distintas, variáveis em sua intensidade. 
 
• Classificação: relacionar a dispneia às atividades físicas permite classificá-la. 
 Dispneia aos grandes esforços: surge após atividade física acima do habitual, mas dentro das 
possibilidades de cada um; 
- Comum e inespecífica entre portadores de pneumopatias e cardiopatias. 
 Dispneiaaos médios esforços: surge após exercícios habituais, antes realizados sem dificuldade; 
- Quantos lances de escada o paciente consegue subir antes de parar para tomar fôlego? 
 Dispneia aos pequenos esforços: aparece após as atividades de rotina. 
- Caminhar dentro da residência, tomar banho, escovar o cabelo ou os dentes. 
 Dispneia de repouso: dificuldade respiratória mesmo sem movimentação, durante o repouso; 
 
• Outras classificações: 
 Ortopneia: dispneia que impede o paciente de ficar deitado e o obriga a sentar-se ou a ficar de 
pé para obter algum alívio; 
- Surgimento ou agravamento da sensação de dispneia com a adoção da posição horizontal; 
- Alívio parcial ou total com elevação da porção superior do tórax (p.e. travesseiros); 
- Associado com: insuficiência cardíaca esquerda, congestão pulmonar, também pode ocorrer em 
asma, DPOC e doenças neuromusculares. 
 Trepopneia: dispneia que aparece em determinado decúbito lateral, como acontece nos pacien-
tes com derrame pleural que se deitam sobre o lado são. 
 Dispneia paroxística noturna: sono interrompido por dramática sensação de falta de ar, le-
vando-o a sentar-se no leito, ou mesmo levantar-se; 
- Associado com: insuficiência cardíaca esquerda, agravamento da congestão pulmonar durante o 
sono REM, grande estimulação dos nervos simpáticos sobre o sistema cardiovascular. 
 Platipneia: sensação de dispneia que surge ou se agrava com a adoção da posição ortostática; 
 Causas: pericardite; shunts direito-esquerdos. 
- Ortodeoxia: queda acentuada da SaO2 com a posição em pé; 
- Síndrome hepatopulmonar: dilatações vasculares intrapulmonares que predominam no ⅓ inferior. 
 
• Sibilância: também chamado de chiado ou “chieira” – é como o paciente se refere a um ruído que 
ele pode perceber, predominantemente na fase expiratória da respiração, quase sempre acompa-
nhado de dispneia. 
 Possui timbre elevado e de tom musical (comparado ao “miado de um gato”); 
 Resulta da redução do calibre da árvore brônquica devido, principalmente, a espasmos; 
 Principais causas brônquicas e pulmonares: asma, bronquite aguda e crônica, infiltrados eosino-
fílicos, tuberculose brônquica, neoplasias malignas e benignas, embolias pulmonares; 
- Sibilância persistente, localizada ou unilateral, pode indicar neoplasia ou corpo estranho. 
 
*Importante: sibilância é denominada erroneamente como “asma cardíaca”– insuficiência ventricu-
lar esquerda é a causa não-pulmonar que mais provoca chiado (dispneia de origem cardíaca). 
 Danilo Fernando SEMIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO MED-UFRGS 
 
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• Anamnese: 
 Início: época e hora de instalação; 
 Modo de instalação: súbita, progressiva; 
 Duração: desde o início dos sintomas e duração das crises; 
 Fatores desencadeantes: esforços, exposições ambientais, alterações climáticas; 
 Número de crises e periodicidade: ao longo do dia, semanas e meses; 
 Fatores de melhora: medicamentos, repouso, posições assumidas, relação com o decúbito; 
 Sintomas associados. 
Dispneia (tabela – Bates) 
 
 Danilo Fernando SEMIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO MED-UFRGS 
 
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Dor Torácica (ou Desconforto Torácico) 
• Dor torácica (de origem pulmonar): comumente tem origem na pleura parietal (incluindo a 
pleura diafragmática), parede torácica e as estruturas do mediastino. 
 Parênquima pulmonar e a pleura visceral são insensíveis aos estímulos dolosos; 
 A existência de dor em condições como pneumonia ou infarto pulmonar é, em geral, consequên-
cia de inflamação da pleura parietal adjacente. 
 
• Outras origens de dor torácica: sistema cardiovascular, esôfago, costelas, músculos, pele, cintura 
escapular, mamas, nervos torácicos. 
 
• Principais causas de dor torácica: 
 Doença musculoesquelética – 36%;  Cardíaca – 16%; 
 Esofagite de refluxo – 13%;  Doenças pulmonares – 5%. 
 
• Fisiopatologia: 
 Dor somática: pele, tecido subcutâneo, ossos, músculos, coluna vertebral; 
 - Mais localizada e caracterizada; 
 - Calor, frio, queimação, picada, fisgada. 
 Dor visceral: estruturas viscerais mais profundas. 
 - Desconforto, dor imprecisa, oscilações de intensidade – não necessariamente de lesão tecidual, 
mas da distensão do envoltório do órgão; 
- Parênquima e pleura visceral – não possuem nociceptores; 
- Pleura parietal – possui nociceptores. 
 Danilo Fernando SEMIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO MED-UFRGS 
 
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• Anamnese: 
 Caracterização da dor: localização, irradiação, qualidade (queimação, aperto, pontada, etc.), in-
tensidade, cronologia, fatores agravantes a atenuantes, sintomas associados; 
 Solicitar ao paciente para que aponte a localização da dor torácica – atentar-se aos movimentos 
realizados por ele enquanto descreve a dor → punho cerrado sobre o esterno sugere angina de 
peito; o dedo apontado para uma região de hipersensibilidade na parede torácica sugere dor mus-
culoesquelética; o movimento da mão na direção do pescoço para o epigástrio sugere pirose. 
• Causas de dores torácicas não-pulmonares: 
 Isquemia miocárdica; 
- Punho fechado sobre a região retroesternal (sinal de Levine); 
- Irradiação para pescoço, mandíbula, ombro e membro superior; 
- Piora com exercício, estresse, relação sexual; 
- Alívio com repouso, nitrato sublingual; 
- Tosse, dispneia, náuseas, vômitos. 
 
 Dor esofágica/gastrointestinal; 
- Inicia leve e aumenta com o passar do tempo; 
- Associada à disfagia, refluxo; 
- Alívio com antiácidos; 
- Náuseas, vômitos. 
 
 Dissecção aórtica; 
- Dor entre as escápulas. 
 
 Dor musculoesquelética; 
- Inicio vago; 
- Piora com mudança de posição corporal, movimentos ou respiração profunda. 
 
 Pericardite. 
- Alívio com a movimentação do tórax para frente. 
 
• Dor torácica – sintomas e causas: 
 Início abrupto: pneumotórax, embolia pulmonar, dissecção aórtica; 
 Sudorese, pré-síncope, síncope: IAM, embolia pulmonar, dissecção aórtica. 
 
• Dor torácica - causas pleuropulmonares: 
 Aguda: pneumonia, pneumotórax, TEP (infarto pulmonar), infecção pleural (empiema [acúmulo 
de pus em cavidade – p.e. cavidade pleural], TB), pleurite associada a LES/AR, fratura de costela 
 Dor pleurítica: aguda, intensa e em pontada. Paciente localiza a dor com precisão. Aumenta com 
a tosse e com movimentos do tórax (ventilatório-dependente); 
 Crônica: infecção pleural (TB, empiema), doença pleural maligna, doença pleural benigna associ-
ada ao asbesto, hipertensão pulmonar. 
 
 Danilo Fernando SEMIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO MED-UFRGS 
 
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Dor torácica (tabela – Bates) 
 Danilo Fernando SEMIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO MED-UFRGS 
 
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Principais Doenças Pulmonares 
 
Asma 
• Asma: doença inflamatória crônica das vias aéreas, 
associada à hiperresponsividade das vias aéreas infe-
riores e à limitação variável ao fluxo aéreo; 
 Episódios recorrentes de dispneia, sibilância, 
tosse e aperto no peito; 
 Sintomas mais frequentes à noite e pela manhã 
ao despertar; 
- Possui variabilidade dos sintomas; 
- Sinais e sintomas podem estar ausentes no período intercrises. 
 Desencadeados por exposição a alérgenos, fumaça de cigarro, cheiros fortes, exercício, fatores 
emocionais. 
• Exame físico: 
 Inspeção: cianose, tiragem intercostal, taquipneia, taquicardia, confusão mental, dificuldade 
para falar e para permanecer em decúbito dorsal; 
 Palpação: expansibilidade reduzida; FTV reduzido; 
 Percussão: som claro pulmonar ou hiperressonante; 
 Ausculta: sibilância(expiratória). 
*Importante: crise grave de asma → obstrução importante de vias aéreas → MV diminuído e au-
sência de sibilância! 
DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) 
• Doença pulmonar obstrutiva crônica: caracteri-
zada por limitação do fluxo aéreo persistente e pro-
gressiva, não totalmente reversível; 
 Resulta da resposta inflamatória anormal dos pul-
mões a partículas ou gases nocivos (p.e. tabaco); 
 Doença de evolução insidiosa – ocorre ao longo 
de anos; 
 Fase inicial pouco sintomática. 
 
 Danilo Fernando SEMIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO MED-UFRGS 
 
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Achados apenas sugestivos 
Classificação clássica; 
Hoje a DPOC é mais abrangente  
• Anamnese: 
 Tosse produtiva, pigarro matinal, dispneia progressiva; 
 Exacerbação: aumento da dispneia; aumento da tosse e do volume de secreção; secreção puru-
lenta – pelo menos dois sintomas para caracterizar exacerbação. 
• Exame físico: 
*Pink puffer: sopradores róseos (estereótipo – enfisematoso); 
*Blue bloater: inchados azuis (estereótipo – bronquítico grave). 
 
 
 
 
 
 
 Inspeção: prolongamento do tempo expiratório, aumento do diâmetro AP do tórax, horizontali-
zação do gradil costal, rebaixamento da cúpula diafragmática, respiração com lábios semicerrados, 
uso de pontos de ancoragem, cianose. 
 Palpação: expansibilidade e FTV reduzidos; 
 Percussão: normal a hiperressonante; 
 Ausculta: MV diminuído; roncos, sibilos. 
Pneumonia 
• Pneumonia: infecção aguda do parênquima pulmonar secundária 
a microrganismos inoculados. 
 
• Anamnese: 
 Febre, calafrios, tosse, dispneia, dor torácica; 
 Tosse seca, produtiva e/ou hemática; 
 Escarro cor de tijolo/ferruginoso: pneumonia pneumocócica; 
 Escarro cor de geleia de groselha: pneumonia por Klebsiella. 
• Tipos de pneumonia e sintomas: 
 Pneumocócica: calafrios, febre, escarro mucopurulento, dor ventilatório-dependente; 
 Clamídia, Legionella: sintomas GI (diarreia); 
 Mycoplasma: tosse seca, dor de ouvido, alteração do estado mental; 
 Legionella: cefaleia; 
 Clamídia: infecção do trato respiratório superior com laringite, simulando infecção viral. 
• Exame físico: 
 Inspeção: taquipneia, taquicardia, febre, uso de musculatura acessória, cianose, confusão; 
 Palpação: expansibilidade normal; FTV aumentado; 
 Percussão: macicez; 
 Ausculta: som brônquico na região envolvida; estertores teleinspiratórios; broncofonia, pectori-
lóquia, egofonia. 
 Danilo Fernando SEMIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO MED-UFRGS 
 
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Tromboembolismo Pulmonar 
• Tromboembolismo pulmonar (TEP): condição decorrente do 
material endógeno ou exógeno (constituindo-se em êmbolo) que 
ganha acesso ao sistema venoso sistêmico e, assim, à circulação 
pulmonar, com consequências potencialmente graves determi-
nadas pela natureza do êmbolo, pela carga embólica, pela res-
posta vasomotora e pela condição pulmonar subjacente. 
 Consiste na obstrução aguda da circulação arterial pulmonar por coá-
gulos sanguíneos oriundos da circulação venosa sistêmica, geralmente do 
sistema venoso profundo proximal dos membros inferiores (trombose 
venosa profunda, TVP – conforme a imagem ao lado); 
- TVP é o evento básico e a embolia pulmonar é a sua complicação aguda. 
 
• Anamnese: 
 Dispneia, dor torácica pleurítica, tosse, hemoptise; 
 TEP pequena, próxima à pleura: dor pleurítica, tosse e hemoptise; 
 TEP maciça: síncope, hipotensão, cianose e hipoxemia. 
• Exame físico: 
 Inspeção: taquipneia, taquicardia, cianose; 
 Palpação: expansibilidade normal; FTV aumentado (infarto pulmonar); 
 Percussão: macicez (infarto pulmonar); 
 Ausculta: som brônquico na região envolvida; estertores teleinspiratórios; atrito pleural. 
Principais Síndromes Pulmonares 
 
Gripe 
• Gripe: doença viral (influenza) sazonal (normalmente no inverno). 
 Doença de início súbito, tosse é o principal sintoma; 
 Comprometimento sistêmico: febre, mialgias, cefaleia; 
Resfriado 
• Resfriado: doença viral (vários vírus – rinovírus [principal], coronavírus, adenovírus, parainflu-
enza, vírus sincicial respiratório) que ocorre durante todo o ano; 
 Sintomas nasais (coriza e obstrução) causam mais desconforto que as manifestações sistêmicas; 
 Início insidioso de dor de garganta, seguido de um ou dois dias de coriza, obstrução nasal. 
Bronquite Aguda 
• Bronquite aguda: inflamação dos brônquios. 
 Situação clínica muito comum na prática diária; 
 Causas mais comuns: vírus, Mycoplasma, Chlamydia, 
Bordetella pertussis; 
 Tosse com produção de escarro, sintomas de infecção 
de vias aéreas superiores, febre é rara. 
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Bronquiectasia 
• Bronquiectasia: dilatação anormal e irreversível dos brôn-
quios causada pela destruição dos componentes elástico e 
muscular de suas paredes. 
 É uma doença que normalmente está associada a outras 
doenças – doenças congênitas, imunodeficiências, obstruções 
brônquicas, sequelas de inalação, condições reumáticas etc. 
 
• Tipos de bronquiectasias: 
 Focais: bloqueio luminal (corpo estranho, tumor de crescimento lento), compressão extrínseca 
por linfonodomegalia (síndrome do lobo médio), distorção brônquica (após ressecção lobar); 
 Difusas: doenças sistêmicas; 
- Pós-infecciosas (países em desenvolvimento) e fibrose cística (desenvolvidos). 
 Doença indolente: assintomáticos ou tosse leve – achado radiológico; 
 Doença supurativa: bronquiectasias “úmidas” – tosse e expectoração crônicas; exacerbações. 
- Exame físico: estertores grosseiros, roncos, sibilos. 
 Doença com hemoptise: bronquiectasias “secas” (pouca tosse e expectoração). Em geral decor-
rentes de TB. Hemoptises recorrentes, em geral de pequeno volume. 
Câncer de Pulmão 
• Câncer de pulmão: alta mortalidade (sobrevida de 5 anos – 15%); 
 Diagnóstico em fase avançada → pleura visceral e parênquima sem receptores de dor e dispneia 
 Sinais e sintomas: crescimento do tumor primário, comprometimento loco-regional, dissemina-
ção à distância e síndromes paraneoplásicas; 
 Atenção para: 
- Mudança no padrão da tosse (meses), hemoptise, sibilância localizada, baqueteamento digital. 
Síndromes Paraneoplásicas 
Osteoartropatia Hipertrófica Pulmonar 
• Orteoartropatia hipertrófica pulmonar: síndrome osteoar-
ticular que se caracteriza por crescimentos e espessamentos 
anormais de ossos e de articulações; 
• Presença de hipocratismo digital, proliferação periosteal 
dos ossos longos, artrite (tornozelo, joelho, punho, cotovelo); 
• Dor nas extremidades; 
• Dor, rigidez e edema nas articulações acometidas; 
• 80% dos casos → carcinoma broncogênico: adenocarcinoma (50%) e epidermoide (40%); 
• Em 4-12% dos casos de carcinoma broncogênico. 
Síndrome de Pancoast 
• Síndrome de Pancoast: tumor localizado no sulco formado pela passagem 
dos vasos subclávios pela cúpula da pleura e ápices pulmonares. 
 Ocorre acometimento do plexo braquial, pleura parietal, primeiro e se-
gundo arcos costais e corpos vertebrais adjacentes, primeiro e segundo 
nervos torácicos, cadeia simpática paravertebral e gânglio estrelado. 
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• Sinais e sintomas decorrentes de acometimento do ápice pulmonar (sulco superior) e estruturas 
adjacentes por um tumor (maioria das vezes); 
• Carcinoma broncogênico – principal neoplasia causadora da síndrome. 
• Anamnese: 
 Dor no ombro e face dorsal do braço no lado acometido; 
 Dormência no cotovelo e antebraço; Fraqueza e hipotrofia muscular 
 Atrofia de 4º e 5º quirodáctilos. 
Síndrome de Claude-Bernard-Horner 
• Síndrome de Horner: lesão da via nervosa simpática, em qualquer lugar 
desde o hipotálamo (glândula localizada no centro do cérebro) até a medula 
espinhal, que afeta principalmente os nervos dos olhos, rosto e pescoço. 
 Tumor acomete o gânglio estrelado – crescimento invade e destrói 
o corpo vertebral. 
• Achados: miose e ptose palpebral, enoftalmia e anidrose ipsilateral. 
Insuficiência Respiratória 
• Sistema respiratório não consegue manter os valores da PaO2 e/ou da PaCO2 dentro dos limites 
da normalidade – PaO2 < 60 mmHg e PaCO2 > 50 mmHg; 
 
• Tipo I ou hipoxêmica: déficit na oxigenação (alteração na membrana alvéolo-capilar); 
 PaO2 bastante reduzida e PaCO2 reduzida ou normal; 
 Causas: SARA, pneumonias, atelectasias, embolia, edema pulmonar, DPOC exacerbado, asma 
grave, pneumotórax. 
 
• Tipo II ou hipercápnica: déficit na ventilação. 
 PaCO2 aumentada e PaO2 reduzida; 
 Causas: alterações no SNC, alterações neuromusculares, disfunções da parede torácica e pleura, 
obstrução das vias aéreas superiores. 
 
• Sintomas: dispneia, taquipneia, taquicardia, cianose; 
• SaO2 < 90%; 
• Hipoxemia (nível de PaO2): dispneia, taquipneia, sudorese, taquicardia, elevação da PA, ansie-
dade, cefaleia, visão borrada, cianose; 
• Hipercapnia (diminuição do pH no LCR e não PaCO2): hipoxemia + alteração do estado mental. 
Cianose 
• Cianose: coloração azulada da pele e mucosas; 
 Ocorre com hemoglobina reduzida (> 5g/dL). 
• Na anemia → cianose pode estar ausente (falta de Hb para ser reduzida); 
• Na policitemia (produção anormal e acentuada de eritrócitos) → cianose presente 
mesmo com SaO2 maiores; 
 
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• Tipos de cianose: 
a) Periférica: 
 Diminuição da saturação venosa da Hb; 
 Redução do fluxo sanguíneo aos tecidos; 
 Ocorre devido à: insuficiência cardíaca, fenômeno de Raynaud, vasoconstrição pelo frio. 
 
b) Central: diminuição da saturação arterial da Hb; 
 Ocorrência: 
- Hipoventilação alveolar: sem alteração trocas gasosas, relação V/Q normal, diminuição da expan-
sibilidade torácica ou pulmonar (dor torácica, obesidade excessiva, derrame pleural, pneumotórax); 
- Alteração nas trocas gasosas: relação V/Q alterada – ventilação inadequada: pneumonias e edema 
pulmonar, ou perfusão inadequada: enfisema e vasculites; 
- Shunt direito-esquerdo: pressão do sistema vascular pulmonar → sistêmica; 
- Nas cardiopatias congênitas: CIA, CIV, tetralogia de Fallot. 
 
• Exame físico: 
 Inspeção sob luz natural; 
 Verificar leito ungueal, extremidades digitais, lábios, lobos da orelha; 
 
*Importante: a avaliação da cianose em pacientes de pele negra exige áreas de observação onde a 
pigmentação ocorra (conjuntiva, esclerótica, mucosa oral, língua). 
Fibrose Pulmonar Idiopática 
• Fibrose pulmonar idiopática: causa da doença não é conhecida. 
 Mais comum em idosos; 
 Enrijecimento pulmonar (fibrose) – expansibilidade reduzida. 
 
• Anamnese: dispneia com piora progressiva, tosse seca; 
 
• Exame físico: baqueteamento digital (30-50%), estertores finos e 
intensos em terços inferiores (“em velcro”), cianose. 
Derrame Pleural 
• Derrame pleural: acúmulo anormal de líquido no espaço pleural; 
 Presença de 0,1 a 0,2 mL/kg de líquido no espaço pleural; 
 Renovado continuamente por um balanço de forças entre as pressões 
hidrostática e osmótica da microcirculação e do espaço pleural. 
 
• Mecanismos capazes de aumentar o fluxo de líquido ao espaço pleural: 
a) aumento da pressão hidrostática, na microcirculação sistêmica; 
b) diminuição da pressão oncótica, plasmática; 
c) aumento da permeabilidade capilar, pleural; 
d) diminuição da pressão no espaço pleural. 
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• Anamnese: 
 Dor torácica: pleurítica, acometimento da pleura parietal; 
 Dispneia: pela limitação dos movimentos pela dor – secundária a grande derrame (limita capaci-
dade de ventilação); 
 Tosse seca: estímulo dos receptores da tosse, pelo deslocamento das vias aéreas. 
• Exame físico: 
 Inspeção: assimetria do tórax; desvio da traqueia para o lado oposto a de um grande derrame 
pleural ; 
 Palpação: redução da expansibilidade no lado acometido; redução ou abolição do FTV; 
 Percussão: macicez ou submacicez; 
 Ausculta: redução ou ausência do murmúrio vesicular, som brônquico próximo à extremidade 
superior de um grande derrame. 
 
 
 
 
 
 
Atelectasia 
• Atelectasia: colapso das unidades pulmonares mais periféricas, o que 
causa redução do volume pulmonar. 
 
• Causas: 
 Obstrutiva: secreção, tumor, corpo estranho; 
 Compressiva: tumores, linfonodos; 
 Restritiva: postura antálgica (fratura de costela), alterações da parede torácica (escoliose); 
 Cicatricial: sequela de cicatrização do parênquima (doença granulomatosa); 
 Tensiolítica: SARA, prematuridade – deficiência de surfactante (surfactante reduz a tensão su-
perficial do alvéolo, impedindo que colabe). 
 
• Anamnese: 
 Dispneia – sintoma mais comum! 
 Sintomas dependem: 
- Da área de pulmão afetada (tamanho da atelectasia); 
- Da função pulmonar prévia; 
- Do tempo de instalação da atelectasia. 
 
 
 
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 Assintomático em 15% dos 
pneumotóraces espontâneos 
• Exame físico: 
 Inspeção: retração; diminuição da expansibilidade, cianose, deslocamento da traqueia para o 
lado da atelectasia; 
 Palpação: diminuição da expansibilidade, FTV reduzido ou abolido; 
 Percussão: macicez (crônicas); submacicez (agudas); 
 Ausculta: murmúrio vesicular abolido. 
 
 
 
 
 
Pneumotórax 
• Pneumotórax: presença de ar livre na cavidade pleural. 
 Dependem da etiologia, do volume do pneumotórax, de doença pulmonar pré-existente e da ca-
pacidade ventilatória do paciente; 
 Pneumotórax espontâneo primário: ocorre em pacientes sem doença pulmonar evidente; 
 Pneumotórax espontâneo secundário: ocorre como complicação de doença 
pulmonar conhecida (DPOC, tuberculose pulmonar). 
 
• Anamnese: 
 Dor pleurítica de início súbito/progressiva; 
 Dispneia de início súbito/progressiva; 
 Tosse seca. 
 
• Exame físico: 
 Inspeção: desvio da traqueia para o lado oposto a de um grande PTX; assimetria do tórax; 
 Palpação: redução da expansibilidade no lado acometido; diminuição ou abolição do FTV; enfi-
sema subcutâneo (pneumomediastino); 
 Percussão: hiperressonância ou timpanismo; 
 Ausculta: diminuição ou ausência do murmúrio vesicular. 
 
 
 
 
 
 
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Exame Físico – Tórax (Pneumologia) 
• O exame dos pulmões compreende a inspeção, a palpação, a percussão e a ausculta. 
Anatomia de Superfície 
• Descrição torácica através de linhas verticais e linhas horizontais: 
 
1) Linhas horizontais: 
 Espaços intercostais 
- Ângulo do esterno (ângulo de 
Louis): divide o manúbrio do corpo 
do esterno – melhor referência para 
delimitar o 2º espaço intercostal. 
*Importante: para identificar os es-
paços intercostais em mulheres é 
preciso deslocar lateralmente a 
mama ou palpar um pouco mais me-
dialmente do que em homens. Evitar 
comprimir o tecido mamário – muito 
sensível! 
 
- A extremidade inferior da escápula constitui outra referência óssea útil– ela se encontra, em ge-
ral, ao nível da 7ª costela ou espaço intercostal. 
 
2) Linhas verticais: 
 Linha medioesternal; 
 Linha hemiclavicular; 
 Linha axilar anterior – divisão entre a face anterior e lateral do tórax; 
 Linha axilar posterior; 
 Linha axilar média; 
 Linha vertebral; 
 Linha escapular – parte do ângulo inferior da escapula. 
 
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• Localizações no tórax: termos anatômicos gerais usados para identificar achados no tórax 
 Supraclavicular – acima da clavícula; 
 Infraclavicular – abaixo da clavícula; 
 Interescapular – entre as escápulas; 
 Infraescapular – abaixo das escápulas; 
 Bases pulmonares – as partes mais inferiores; 
 Campos pulmonares superior, médio e inferior. 
Inspeção 
• A inspeção torácica é dividida em estática e dinâmica. 
Inspeção Estática 
• Alterações cutâneas, subcutâneas, ósseas, cartilaginosas, articulares; 
 Cicatrizes, edema, enfisema subcutâneo, atrofia muscular. 
• Simetria torácica: verificação de retrações e abaulamentos; 
• Formato torácico: 
 Tórax normal (adulto);  Tórax em funil (pectus excavatum); 
 
 
 
 
 
 
 
 Tórax instável traumático – fratura de costela;  Tórax de pombo (peito em quilha); 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Cifoescoliose torácica → restrição pulmonar.  Tórax em tonel/barril – DPOC, 
 bronquite crônica; 
 
 
 
 
 
 
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• Presença de cianose → indica hipóxia; 
• Formato das unhas – baqueteamento digital → 
ausência de “janela de diamante”; 
 Pacientes com bronquiectasia, fibrose pulmo-
nar, abscessos pulmonares e neoplasias malignas; 
 Também ocorre em pacientes com cardiopatias 
congênitas e fibrose cística. 
 
*Importante: os itens abaixo são menos (ou pouco) utilizados. 
 
• Posição da traqueia: 
 
 
 
 
 
 
 
• Exame das vias aéreas superiores – observações: 
 Assimetria ou deformidades nasais – desvio de septo; 
 Mucosa nasal – pálida, azulada ou vermelha na rinite alérgica; 
 Lábios, mucosa oral, língua: coloração, úlceras, nódulos; 
 Hipersensibilidade dos seios paranasais (avaliação para 
sinusite) – na prática, pouco utilizado (imagem apontada) 
 Classificação de Mallampati: usada por anestesistas 
para prever a facilidade de intubação do paciente; 
- Pode ser utilizada também para avaliar obstrução em dis-
túrbios do sono. 
Inspeção Dinâmica 
• Frequência respiratória (FR): 14-20/min (normal); 
• Ritmo respiratório (RR): 
 Eupneia: ritmo normal 
 Hiperpneia: exercício, ansiedade, acidose metabólica, infarto, hipo-
xia, hipoglicemia (coma); 
 Taquipneia: doença pulmonar restritiva, dor torácica pleurítica, 
elevação do diafragma; 
 Bradipneia: coma diabético, depressão respiratória por medi-
camentos, aumento da pressão intracraniana; 
 Cheyne-Stokes: crianças e idosos normalmente durante o 
sono; insuficiência cardíaca, uremia, depressão respiratória me-
dicamentosa, lesão cerebral; 
 
 
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 Kussmaul: profunda, normal, rápida ou lenta, associada à 
acidose metabólica; 
 Biot (atáxica): depressão respiratória, associada à lesão 
cerebral (bulbo); 
 Dispneia/respiração suspirosa: suspiros frequentes, 
hiperventilação. 
 
• Expansibilidade torácica; 
• Uso de musculatura acessória (esternocleidomastoideo, trapézio, peitorais, serrátil); 
• Respiração paradoxal: o abdome se desloca para fora enquanto o tórax se movimenta para 
dentro durante a inspiração; 
• Tiragem: depressão inspiratória dos espaços intercostais e das regiões supraesternal e 
supraclaviculares que ocorre durante toda a inspiração; 
 Indica a presença de dificuldade na expansão pulmonar. 
• Sinal de Hoover: presente em pacientes portadores de hiperinsuflação pulmonar grave, cujo 
diafragma se mantém retificado e rebaixado. 
 Durante a inspiração, a contração de suas fibras promove, paradoxalmente, a diminuição do 
diâmetro látero-lateral do tórax inferior; 
 Observa-se na inspiração a retração do terço inferior do tórax e não a expansão, como seria 
esperado normalmente. 
Palpação 
• Pesquisa de áreas de hipersensibilidade; 
• Expansibilidade torácica; 
 Posicionar os polegares no mesmo nível (paralelos à ±10ª costela) com o obje-
tivo de formar uma prega cutânea frouxa (conforme a imagem ao lado) para me-
dir a expansividade torácica durante a inspiração profunda (solicitar ao paciente); 
 Diminuição da expansibilidade: doença fibrótica crônica do pulmão ou pleura, 
derrame pleural, pneumonia lobar, dor pleurítica e obstrução brônquica. 
 
• Frêmito toracovocal (FTV): vibração perceptível pelo tato; 
 Solicitar ao paciente que ele diga “33”; 
 Utilizar regiões das mãos que facilitam a percepção da transmissão sonora 
(p.e. ossos da base da mão – região com ossos evidentes facilitam a percepção); 
 Frêmito toracovocal é uma manobra comparativa – examinam-se os hemitó-
rax de cima para baixo, nas faces posterior e lateral (conforme a imagem ao lado) 
 Transmissão do som é melhor nos meios sólidos; 
 Qualquer barreira entre o pulmão e a superfície torácica diminui o FTV 
- FTV aumentado: pneumonia lobar, infarto pulmonar; 
- FTV diminuído: obstrução brônquica, DPOC, derrame pleural, espessamento pleural, pneumotó-
rax, parede torácica muito espessa. 
 
*Importante: o frêmito toracovocal é uma ferramenta de avaliação imprecisa, mas como técnica 
exploratória ele orienta a atenção para possíveis anormalidades. 
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Percussão 
• Consiste em produzir vibrações na parede torácica que são transmitidas aos 
órgãos e tecidos subjacentes; 
• Percuta um dos lados do tórax e, em seguida, o outro na mesma altura – 
verificar simetria (ou assimetria) – conforme a imagem ao lado. 
 
*Importante: não se esqueça de manter as unhas cortadas  
 
• Tipos de notas de percussão: 
Ausculta 
• Técnica de exame mais importante para avaliar o fluxo de ar pela árvore traqueobrônquica; 
 Ajuda a avaliar as condições dos pulmões e do espaço pleural – compreende em: 
1) Ouvir os sons gerados pela respiração; 
2) Pesquisar ruídos adventícios; 
3) Se houver a suspeita de anormalidades, auscultar os sons da voz falada ou sussurrada do paci-
ente durante sua transmissão através da parede torácica. 
 
*Importante: pelos podem interferir na ausculta, de modo a causar confusão auscultatória. 
• Sons respiratórios normais: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Pneumonia: sons brônquicos ou broncovesiculares na região comprometida; 
 Derrame pleural: sons brônquicos próximos à extremidade superior de um grande derrame; 
 Estridor: som traqueal substituído por sibilo total ou predominantemente inspiratório. 
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Sibilância localizada: tumor ou 
obstrução por outros meios físicos 
• Sons adventícios 
 Contínuos (tempo maior, musicais): 
- Sibilos: timbre agudo, qualidade estridente; 
∟Estreitamento das vias aéreas; 
∟Asma, DPOC, bronquite. 
- Roncos: timbre grave, qualidade de ressonar; 
∟Secreção nas grandesvias aéreas. 
 
 Descontínuos (intermitentes, não-musicais, breves): 
- Estertores finos (ou crepitantes): suaves, breves, timbre agudo; 
∟Minúsculas explosões, quando as pequenas vias aéreas, desinsufladas na expiração, abrem-se 
durante a inspiração; 
∟Doença pulmonar intersticial, fase inicial da ICC, pneumonia. 
- Estertores grosseiros: mais intensos, mais graves, menos breves. 
∟Bolhas de ar fluem por secreções ou vias respiratórias mal fechadas durante a respiração; 
∟Bronquite crônica, asma, bronquiectasias. 
 
*Importante: nebulização ou tosse podem desobstruir as vias aéreas e alterar a ausculta. 
 
• Sons da voz falada: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Outros sons: 
 Estridor: 
- Sibilo total ou predominantemente inspiratório; 
- Mais intenso no pescoço, audível; 
- Obstrução parcial da laringe ou traqueia (tumor, corpo estranho). 
 Atrito pleural: 
- Som rascante; 
- Superfícies pleurais inflamadas com movimentação atrasada; 
- Ambas as fases da respiração; 
- Desaparece quando superfícies inflamadas são separadas por líquido. 
 Trituração mediastínica (sinal de Hamman): 
 - Estertores precordiais sincrônicos com o batimento cardíaco; 
 - Decúbito lateral esquerdo; 
 - Enfisema mediastínico (pneumomediastino). 
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Extra – Baqueteamento Digital (Hipocratismo Digital) 
• Baqueteamento digital: aumento focal do tecido conjuntivo da porção terminal das falanges dis-
tais, especialmente na face posterior. 
• Classificação: 
 Grau I: aumento e flutuação do leito ungueal; 
 Grau II: perda do ângulo natural de 15° entre a unha e a cutícula; 
 Grau III: acentuação da convexidade do leito ungueal; 
 Grau IV: aparência de baqueta da extremidade digital; 
 Grau V: aumento da extremidade com espessamento da falange 
distal e estriações longitudinais na unha. 
• Hipocratismo digital – causas: 
 Pulmonares: neoplasia pulmonar maligna, mesotelioma, abscesso pulmonar, empiema, fibrose 
cística, bronquiectasias, pneumopatia intersticial crônica, sarcoidose, pneumoconiose, má-forma-
ção arteriovenosa; 
- Apenas DPOC não causa baqueteamento digital – normalmente está acompanhado de outras do-
enças pulmonares. 
 Gastrointestinais e hepáticas: cirrose hepática, cirrose biliar primária, adenocarcinoma de esô-
fago, adenocarcinoma de cólon, doença inflamatória intestinal; 
 Cardiovasculares: cardiopatia congênita cianótica, endocardite bacteriana subaguda; 
 Outras: familiar, idiopática. 
*Importante: os mecanismos fisiopatológicos envolvidos ainda não estão definidos! 
• Baqueteamento digital por doença pulmonar pode 
regredir em alguns casos (conforme a imagem ao lado) 
– ressecção de câncer pulmonar, transplante. 
 
• Exame físico: 
 Aumento da curvatura da base da unha, formando 
um ângulo maior que 180°; 
 Prega ungueal proximal flutuante; 
 Falange distal arredondada/bulbosa; 
- Índice digital: razão entre os perímetros das falanges 
distal e intermediária de um mesmo dedo >1. 
 Sinal de Schamroth: “janela em diamante” ausente 
no hipocratismo digital. 
 
 
 
 
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