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INTRA [Noções do Direito Processual do Trabalho]

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Instituto Tributário de Ensino à Distância 
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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL DO 
TRABALHO 
 
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certificado via correio. 
Observação: 
Depois de feita a avaliação, o usuário recebe um 
e-mail informando o seu percentual de acerto. 
 
Boa sorte! 
 
Conceito 
 
Sérgio Pinto Martins conceitua o Direito 
Processual do Trabalho como o conjunto de 
princípios, regras e instituições que se destinam 
a regular a atividade dos órgãos jurisdicionais na 
solução dos conflitos individuais ou coletivos, 
que advêm da relação de trabalho. 
Conjunto – é composto de várias partes 
organizadas; 
Princípios – proposições genéricas das quais 
derivam as demais normas; 
Regras – aquilo que a lei ou a norma determina. 
A maioria das regras de Direito Proc. Do 
Trabalho está contida na CLT; 
Instituições - determinadas pela legislação e que 
vão resolver as controvérsias existentes entre as 
partes, individuais ou coletivas; 
O processo é o complexo de atos e termos por 
meio dos quais se concretiza a prestação 
jurisdicional, através de um instrumento 
chamado "Ação", originado de um dissídio 
trabalhista, ou seja, é o meio pelo qual o 
empregado ou empregador se utiliza para 
satisfazer um prejuízo que eventualmente tenha 
tido na relação de trabalho. 
 
1. Princípios 
 
Sendo um ramo específico do Direito, o Direito 
Processual do trabalho também tem princípios 
próprios. Wagner Giglio faz a seguinte definição 
"princípios informam, orientam e inspiram 
preceitos legais, dão organicidade a institutos e 
sistemas processuais". 
Celso Antonio Bandeira de Mello esclarece que 
os "princípios são mandamento nuclear de um 
sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição 
fundamental que se irradia sobre diferentes 
normas compondo-lhes o espírito e servindo de 
critério para a sua exata compreensão e 
inteligência, exatamente por definir a lógica e a 
racionalidade de sistema normativo, no que lhe 
confere a tônica e lhe dá sentido harmônico". 
Não devemos nos esquecer de que a ciência do 
estudo do Direito não se desconecta pela 
simples fato de a separarmos em Direito Civil, 
Penal, Processual Civil, etc; assim, o Direito 
Processual Trabalhista deve seguir princípios de 
ordem geral, como os princípios constitucionais 
e os princípios do direito processual geral. 
Dentre os princípios constitucionais que devem 
ser observado no processo do trabalho, temos: 
 
Princípio da igualdade: Um dos maiores 
princípios no nosso ordenamento jurídico, este 
estabelece que “todos são iguais perante a lei”; 
 
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Princípio do contraditório: também consagrado 
no artigo 5º da Constituição Federal, estabelece 
a bilateralidade da ação e do processo. Ou seja, 
tanto ao autor, quanto ao réu deve ser 
assegurada a citação válida, a oportunidade de 
se defender e participar dos atos processuais de 
seus interesses; 
Princípio da ampla defesa: assegura às partes o 
direito de defesa com todos os meios e recursos 
a ela inerentes. 
Princípio da imparcialidade do juiz: a função 
judicante deve ser exercida com absoluta 
imparcialidade, ou seja, o juiz ao exercer sua 
função deve sempre assegurar que o devido 
processo legal seja cumprido, nunca 
apresentando tendências ou interesses que 
possam macular sua neutralidade; 
Princípio da decisão motivada: estabelece que 
o magistrado deve sempre fundamentar suas 
decisões de acordo com as leis vigente; 
Princípio do devido processo legal: estabelece 
que "ninguém será privado de sua liberdade ou 
de seus bens sem o devido processo legal". 
Ou seja, todos os cidadãos têm direito a um 
processo justo, regido por garantias mínimas 
para ambas as partes e como o emprego de 
instrumento técnico-processual adequado; 
Princípio do juiz natural: estabelece que o 
cidadão somente será julgado por pessoa 
devidamente investida nesta função judicante, 
afastando assim, julgamentos provenientes de 
outros Poderes que não detém esta 
competência ou mesmo, a existência de 
Tribunais de exceção; 
Princípio do promotor natural: estabelece que o 
cidadão somente seja processado por pessoa 
devidamente investida nesta função, de acordo 
com leis processuais previamente estabelecidas. 
Este princípio visa coibir a possibilidade de 
"escolha" de processos no qual determinado 
promotor ou procurador deverá atuar; 
Princípio do duplo grau de jurisdição: O duplo 
grau de jurisdição possibilita o reexame das 
decisões por um grau jurisdicional superior, 
diminuindo a possibilidade de erros; 
Princípio da proibição da prova 
ilícita: estabelece que em um processo são 
inadmissíveis as provas obtidas por meios 
ilícitos; 
Princípio do livre acesso à justiça: estabelece 
que a lei não pode afastar da apreciação do 
poder judiciário ameaça ou lesão de direito; 
Princípio da publicidade dos atos 
processuais: estabelece que os atos processuais 
devem ser públicos, somente podendo sofrer 
restrições quando a lei assim o determinar, para 
fins da defesa da intimidade das pessoas ou 
quando o interesse social exigir; 
Há princípios de ordem geral do direito 
processual que são aplicáveis ao Direito 
Processual do Trabalho tais como: 
Princípio da subsidiariedade: art. 769 da CLT, as 
regras do direito processual civil são aplicáveis 
de forma subsidiaria ao processo do trabalho, 
admitidas em casos omissos, e desde que haja 
compatibilidade. 
Princípio da instrumentalidade das formas ou 
da finalidade: estabelece que os atos serão 
considerados válidos mesmo que produzidos de 
forma equivocada. Neste caso, exige-se que a lei 
não estabeleça forma especifica para a 
produção deste ato e que o ato produzido 
alcance sua finalidade; 
Princípio da Inércia ou da demanda: estabelece 
o art. 2° do CPC que, “nenhum juiz prestará a 
tutela jurisdicional senão quando a parte ou o 
interessado a requerer, nos casos e nas formas 
legais.” No processo do trabalho há algumas 
exceções à este principio, como no caso dos 
arts. 39 e 856 da CLT. No tocante ao artigo 39, o 
juiz do trabalho poderá processar e julgar a 
reclamação encaminhada pela Superintendência 
Regional do Trabalho e emprego, nos casos em 
que por não ter a sua carteira de trabalho 
assinada, o empregado fizer reclamação perante 
a Superintendência, e o órgão constar que em 
sua defesa, o reclamado alega a inexistência do 
vinculo de emprego ou/ e que é impossível 
verificar esta condiçãopor meios 
administrativos. No art. 856, a CLT permite que 
o Presidente do Tribunal suscite dissídio coletivo 
na hipótese de paralisação do trabalho; 
Princípio do impulso oficial, inquisitivo ou 
inquisitório: Segundo o art. 262 do CPC, o 
 
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processo inicia-se por iniciativa da parte, mas 
desenvolve-se por impulso oficial. Ou seja, após 
a interposição da Reclamatória trabalhista, o juiz 
assume a obrigação de prestar a tutela 
jurisdicional, podendo determinar a produção 
de atos para a consecução desta finalidade. 
No processo do trabalho este princípio encontra 
ampla aplicação tendo previsão no art. 765 da 
CLT; 
Princípio da boa fé e lealdade 
processual: estabelece que as partes devem 
apresentar uma conduta ética, moral e de 
respeito mútuo durante a demanda. 
Princípio celeridade: tal princípio é buscado em 
qualquer tipo de processo, o fato é que o 
empregado deve receber mais rapidamente as 
verbas que lhe são devidas, porque é de 
natureza alimentar, devendo, assim, haver 
simplificação de procedimento para que o 
processo seja o mais célere possível. A Justiça 
Trabalhista prevê, por exemplo, que se o juiz 
perceber que a reclamada utiliza recursos com 
fins exclusivamente protelatórios, poderá 
aplicar-lhe multa por tal ato. 
Princípio da Preclusão: este princípio consiste 
na perda de oportunidade (em linguagem 
popular) para se praticar um ato processual. A 
preclusão pode ser consumativa, aquele que 
decorre da prática de ato processual; a 
preclusão temporal, se caracteriza pela 
impossibilidade de praticar o ato processual 
após expirado o prazo processual; a preclusão 
lógica, caracteriza-se pela impossibilidade de 
praticar um ato processual por mostra-se 
contraditório com um outro ato já praticado; a 
preclusão ordinatória é a impossibilidade de 
praticar um ato processual antes da realização 
de ato que a legislação prevê como procedente; 
há ainda a preclusão máxima que consiste na 
impossibilidade de interposição de qualquer 
recurso após o transito em julgado; e por fim a 
preclusão pro judicato que consiste na 
impossibilidade de o juiz tomar conhecimento 
sobre questões já decididas, salvo nas hipóteses 
de embargos de declaração e ação rescisória. 
Princípio da estabilidade da lide: este informa o 
momento processual limite em que o autor 
poderá modificar a sua petição inicial, após a 
propositura da ação. No Processo civil existe 
dois momentos distintos, o primeiro é antes da 
citação momento em que o autor tem ampla 
liberdade de modificar a petição inicial; o 
segundo momento pode ser após a citação, 
porém limita-se a obter o consentimento do réu; 
após o despacho saneador não poderá o autor 
fazer tal modificação, conforme o art. 264, 
parágrafo único. 
Já no processo do Trabalho como tudo é mais 
célere, não havendo despacho saneador e a 
defesa é apresentada em audiência, ficou 
estabelecido que o último momento para o 
autor apresentar modificações na petição inicial 
é na própria audiência, antes da apresentação 
da defesa. 
 
Outros muitos princípios são próprios do 
processo do trabalho, tais como o: 
 
Princípio da proteção: esse princípio é de 
âmbito internacional, não vigora apenas no 
Brasil, mas também em outros países. As regras 
do Direito do Trabalho são interpretadas mais 
favoravelmente ao empregado, assegurando 
superioridade jurídica ao empregado devido sua 
inferioridade econômica. Sérgio Pinto Martins 
enfatiza que "não é a Justiça do trabalho que 
tem o cunho paternalista ao proteger o 
trabalhador, ou o Juiz que sempre pende para o 
lado do empregador, mas a lei que assim 
determina" O processo trabalhista permite que 
o mais fraco (empregado) goze de benefícios 
que não atingem o empregador, como por 
exemplo, a isenção do depósito recursal. 
Princípio da oralidade: o processo do trabalho é 
essencialmente um procedimento oral. Embora 
este princípio também faça parte do Direito 
Processual Comum, no Processo do Trabalho ele 
se acentua, com a primazia da palavra; 
concentração dos atos processuais em 
audiência; maior interatividade ente juiz e 
partes; irrecorribilidade das decisões 
interlocutórias e identidade física do juiz. 
Mesmo não havendo previsão expressa nem no 
 
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CPC, nem na CLT, o referido princípio tem 
grande força no Processo do Trabalho. 
Princípio da concentração: tal principio 
estabelece que todos os atos (conciliação, 
defesa, provas, razões finais e sentença) 
pertinentes ao processo trabalhista concentram-
se em uma única audiência. A CLT em seus 
artigos 849 e 852-C estabeleceu que a audiência 
é una. Atualmente, na prática, tal principio foi 
mitigado, sendo as audiências divididas, quando 
no processo ordinário, em inicial, instrução e 
julgamento. 
Princípio da simplicidade: não há como se negar 
que o Processo do Trabalho é mais simples e 
menos burocrático que o Processo Civil. Como 
bem adverte Júlio César Bebber: "Os formalis os 
e a burocracia são os piores vícios com 
capacidade absoluta de entravar o 
funcionamento do processo. Os tentáculos que 
deles emanam são capazes de abranger e de se 
instalar com efeitos nefastos, pelo que exige-se 
que a administração da justiça seja estruturada 
de modo a aproximar os serviços das populações 
de forma simples, a fim de assegurar a 
celeridade, a economia e a eficiência das 
decisões" 
Princípio da ultra (além) ou da extrapolação 
(fora do pedido): Autoriza que o juiz condene o 
reclamado a certos pedidos que não constam na 
petição inicial do reclamante. É exemplo de 
aplicação deste principio a cobrança de juros e 
correção monetária que serão computados 
ainda que o autor não formule pedido nesse 
sentido e, mais, mesmo que o juiz não os inclua 
na sentença estes serão incluídos nos cálculos 
de liquidação. Tal princípio é aplicado apenas 
em certos casos, o art. 467 da CLT permite o Juiz 
determinar o pagamento das verbas rescisórias 
incontroversas com acréscimo de 50%, caso não 
tenham sido pagas na primeira a audiência em 
que comparecer o réu, ainda que sem pedido do 
autor. Ainda nesse sentido, o art. 496 da CLT diz 
que o Juiz poderá determinar o pagamento de 
indenização ao empregado estável, não havendo 
possibilidade de retorno ao trabalho. Assevera 
Sergio Pinto Martins que não “estaria esse 
princípio” incluído na autorização que o juiz 
teria de julgar por equidade (art. 8º da CLT), 
permitindo a correção de erros manifestos e não 
concorda que deve ser aplicado em todos os 
casos, mas somente nos previstos em lei. 
Principio da finalidade social 
O art. 5º da LICC dispõe: “Na aplicação da lei, o 
juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige, 
e às exigências do bem comum”. 
A justiça do trabalho é, primordialmente, uma 
justiça social. Na Justiça do trabalho permite-se 
que o juiz tenha uma atuação mais ativa, faça 
certas diligências para se chegar ao seu juízo de 
valor sempre buscando uma solução justa para a 
lide. O clássico exemplo deste princípio está no 
fato de que o juiz, ao condenar uma empresa a 
pagar as verbas rescisórias a um empregado, 
deverá verificar se a força desta decisão não irá 
afetar terceiros (aos demais trabalhadores), 
como acontece nos casos em que a empresa não 
está bem financeiramente e o impacto da 
decisão judicial pode levar à empresa a falência. 
Nesta situação o juiz trabalhista pode ter uma 
situação ativa, diferente do juizcível que está 
mais enrijecido na letra da lei, devendo apenas 
obedece-la, não se levando em conta os fatores 
sociais daquela decisão. 
Princípio da Busca da Verdade Real 
Este princípio decorre do princípio da primazia 
da realidade, aplicada ao direito material do 
trabalho. 
Para o âmbito jurídico existe duas espécies de 
verdade, a formal e a real, assim devemos antes, 
diferenciar a verdade real da verdade formal. A 
formal é aquela que está nos autos (no papel), 
podendo ou não encontrar correspondência 
com a realidade dos fatos. Já a verdade real é 
aquela que revela os fatos como eles realmente 
são. No processo penal, por tratar de bens 
jurídicos relevantes (vida, liberdade etc.), deve-
se buscar sempre a verdade real, daí o 
Ministério Público diligenciar em busca de todas 
as provas possíveis para a condenação. Já no 
processo civil, os interesses são disponíveis, 
propõe a ação quem quer e cada um responde 
como quiser, apresenta as provas que melhor 
lhe convier, logo, o juiz contenta-se com a 
verdade formal, ou seja, aquilo que as partes 
 
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trazem para ele no processo, podendo ou não 
ser verdade. 
No processo do trabalho busca-se a verdade 
real, como o fato aconteceu, pois assim como no 
direito penal àqueles direitos que estão sendo 
questionados pode ou não mudar a vida das 
partes. 
Encontramos tal principio de forma explicita no 
art. 765 da CLT que diz: “Os juízos e Tribunais do 
Trabalho terão ampla liberdade na direção do 
processo e velarão pelo andamento rápido das 
causas, podendo determinar qualquer diligência 
necessária ao esclarecimento delas.” 
Princípio da Conciliação: O princípio da 
conciliação, na justiça do trabalho, está previsto 
no art. 764, caput, da CLT: “Os dissídios 
individuais ou coletivos submetidos à apreciação 
da Justiça do Trabalho serão sempre sujeitos à 
conciliação”. 
Segundo o art. 852-E da CLT, a conciliação 
poderá ocorrer em qualquer fase da audiência, 
prevê: “Aberta a sessão, o juiz esclarecerá às 
partes presentes sobre as vantagens da 
conciliação e usará os meios adequados de 
persuasão, para a solução conciliatória do litígio, 
em qualquer fase da audiência”. 
A conciliação é a busca pelo acordo podendo ser 
feita a qualquer momento pelas partes, porém a 
CLT obriga o juiz a propor a conciliação de forma 
expressa em dois momentos distintos, na 
abertura da audiência e no final da abertura de 
instrução. O art. 846 da CLT determina que: 
“aberta a audiência, o juiz ou presidente 
proporá a conciliação”, se não logra êxito neste 
momento poderá o juiz ainda, antes da 
sentença, após as razões finais, propor a 
conciliação conforme preceitua o art. 
850, caput, da CLT, que diz: “Terminada a 
instrução, poderão as partes aduzir razões finais, 
em prazo não excedente de 10 (dez) minutos 
para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente 
renovará a proposta de conciliação, e não se 
realizando esta, será proferida a decisão.” 
No procedimento sumaríssimo da justiça do 
trabalho, há uma observação importante a fazer 
quanto ao momento da conciliação. 
A não observância, pelo juiz, da proposta de 
conciliação acarretará nulidade dos atos 
posteriores praticados no processo, assim deve 
o magistrado por a termo a proposta de 
conciliação. 
Se as partes fizerem conciliação, esta é 
irrecorrível e tem força de coisa julgada, 
conforme determina o art. 831, parágrafo único, 
da CLT: “no caso de conciliação, o termo que for 
lavrado valerá como decisão irrecorrível, salvo 
para a previdência social quanto às 
contribuições que lhe forem devidas”. 
Princípio da informalidade: os atos processuais 
trabalhistas, em princípio, não dependem de 
forma rígida para a sua produção, podendo a 
defesa ser efetuados oralmente (art. 840 da 
CLT), bem como os recursos interpostos por 
meio de simples petição. 
 
2. Da Solução dos conflitos Trabalhistas 
 
Quanto às partes podem ser classificados como: 
individuais, que discutem interesses concretos, 
decorrentes de normas já existentes, as partes 
são pessoas determinadas e individualizadas 
(reclamação trabalhista); e coletivas, que tratam 
de interesses abstratos, pertencentes a uma 
categoria, representadas por um sindicato. 
Em relação ao efeito da sentença, podem ser: 
declaratórios (existência ou inexistência de 
relação jurídica), constitutivos (criam, extinguem 
ou modificam) e condenatórios (obrigação de 
dar, fazer, ou de não fazer). 
Quanto às formas de solução Amauri Mascaro 
Nascimento classifica da seguinte forma: 
autodefesa onde as próprias partes procedem à 
defesa de seus interesses, ou seja, para a 
solução uma parte cede à imposição da outra; 
autocomposição no qual as partes chegam à 
solução sem a intervenção de um terceiro; e 
heterocomposição ocorre quando a solução é 
determinada por um terceiro, por exemplo: 
mediação, quando um terceiro é chamado pelas 
partes, para solucionar o conflito; arbitragem 
quando a solução é feita por um terceiro ou 
órgão estranho escolhido pelas partes e 
estranho à relação e a tutela ou jurisdição que 
 
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soluciona os conflitos com a intervenção do 
Estado, gerando o processo judicial. 
 
3. Da Organização da Justiça do Trabalho 
 
Segundo a Constituição Federal, a justiça do 
trabalho é composta por: 
 
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO – TST 
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO - TRT 
JUIZ DO TRABALHO 
 
Vejamos a letra da lei: 
“Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho: 
I - O Tribunal Superior do Trabalho; 
II - Os Tribunais Regionais do Trabalho 
III - Juízes do Trabalho.” 
 
Após a Emenda Constitucional de n° 24/1999, o 
inciso III deste artigo foi alterado, extinguindo a 
figura dos juízes classistas, que eram os 
representantes da categoria econômica e 
profissional; e extinguiu também as juntas de 
conciliação e julgamento. 
 
3.1. O TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO 
(TST) 
 
Tem sede em Brasília, mas possui jurisdição em 
todo o país, atualmente é composto por 27 
ministros, sendo um quinto de seus membros 
composto por advogados e membros do 
Ministério Público com mais de 10anos de 
efetiva atividade profissional e de efetivo 
exercício, respectivamente (QUINTO 
CONSTITUCIONAL). Os demais membros serão 
desembargadores dos Tribunais Regionais do 
Trabalho, oriundos da magistratura de carreira e 
indicados pelo próprio tribunal. Seus juízes serão 
nomeados pelo Presidente da República, após 
prévia aprovação pela maioria absoluta do 
Senado Federal, e são vitalícios desde a posse. 
Haverá Presidente, o Vice Presidente e o 
Corregedor do TST, o Presidente vota somente 
para desempatar, nas questões de 
inconstitucionalidade das leis ou de atos do 
poder público e em matéria administrativa. 
Funcionam junto ao TST, a Escola Nacional de 
Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados 
do Trabalho e Conselho Superior da Justiça do 
Trabalho. 
O TST tem a função de uniformizar a 
jurisprudência trabalhista, julgando os recursos 
de revista, recursos ordinários e agravos de 
instrumento contra decisões de TRTs e dissídios 
coletivos de categorias organizadas em nível 
nacional, mandados de segurança, embargos 
opostos a suas decisões e ações rescisórias. 
 
3.2. OS TRIBUNAIS REGIONAIS DO 
TRABALHO 
 
Compõem-se no mínimo de sete juízes, 
recrutados, quando possível, na respectiva 
região, e nomeados pelo Presidente da 
República dentre brasileiro com mais de 30 anose menos de 65 anos. Na composição dos 
membros do TRT também se respeita o quinto 
constitucional. Atualmente existem 24, sendo 
dois deles situados no Estado de São Paulo, um 
na Capital e outro em Campinas. Os juízes dos 
TRTs são nomeados pelo Presidente da 
República, como já dito acima, e seu número 
varia de acordo com o volume de processos de 
cada região, tal nomeação é feita após o 
oferecimento da lista tríplice feita pelos próprios 
TRTs. Os Tribunais Regionais serão compostos 
de no mínimo 07 juízes do trabalho, naqueles 
com número superior a 25 julgadores poderá ser 
construído um órgão especial, com o mínimo de 
11 e o máximo de 25 membros. Nos tribunais 
com oito juízes há o Presidente do Tribunal e o 
Vice. Nos tribunais maiores há os Corregedores 
e os Vice- corregedores. 
Os TRT’S são órgãos competentes no julgamento 
de recursos ordinários contra as decisões das 
Varas, agravos de instrumento; ações originárias 
(dissídios coletivos de sindicatos patronais ou de 
trabalhadores, mandados de segurança, ações 
rescisórias de decisões do próprio TRT ou das 
Varas. 
Os Tribunais Regionais estão divididos nas 
seguintes regiões: 
1ª Região: RJ, com sede no Rio de Janeiro; 
 
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2ª Região: SP, com sede em São Paulo; 
3ª Região: MG, com sede em Belo Horizonte; 
4ª Região: RS, com sede em Porto Alegre; 
5ª Região: BA, com sede em Salvador; 
6ª Região: PE, com sede em Recife; 
7ª Região: CE, com sede em Fortaleza; 
8ª Região: PA e AP com sede em Belém; 
9ª Região: PR, com sede em Curitiba; 
10ª Região: DF, com sede em Brasília 
abrangendo o estado de Tocantins; 
11ª Região: AM e RR, com sede em Manaus; 
12ª Região: AM e RR, com sede em Manaus; 
12ª Região: SC, com sede em Florianópolis; 
13ª Região: PB, com sede em João Pessoa; 
14ª Região: RO e AC, com sede em Porto Velho; 
15ª Região: SP, com sede em Campinas; 
16ª Região: MA, com sede em São Luiz; 
17ª Região: ES, com sede em Vitória 
18ª Região: GO, com sede em Goiânia; 
19ª Região: AL, com sede em Maceió; 
20ª Região: SE, com sede em Aracaju; 
21ª Região: RN, com sede em Natal; 
22ª Região: PI, com sede em Teresina; 
23ª Região: MT, com sede em Cuiabá; 
24ª Região: MS, com sede em Campo Grande; 
 
3.3. OS JUÍZES DO TRABALHO 
 
Ingressarão na carreira no cargo de Juiz do 
Trabalho Substituto, após aprovação em 
concurso público de provas e títulos, sendo 
designado pelo Presidente do TRT para auxiliar 
ou substituir nas Varas do Trabalho. Após dois 
anos de exercício, o Juiz do Trabalho Substituto 
torna-se vitalício. Com o passar do tempo, 
levando em conta os critérios de antiguidade e 
merecimento, alternadamente, o juiz será 
promovido a Juiz Titular da Vara do Trabalho, e 
posteriormente, levando em conta os mesmo 
critérios, a Juiz do Tribunal Regional do 
Trabalho, conforme dita o artigo 654 da CLT: 
"Art. 654 - O ingresso na magistratura do 
trabalho far-se-á para o cargo de juiz do 
trabalho substituto. As nomeações 
subsequentes por promoção alternadamente, 
por antiguidade e merecimento.” 
Os juízes do Trabalho devem ter perfeita 
conduta pública e privada, devendo residir 
dentro dos limites de sua jurisdição, não 
podendo se ausentar sem a devida licença do 
Presidente do Tribunal Regional, devendo 
dentro dos prazos estabelecidos despachar e 
praticar os atos decorrentes de suas funções, 
sujeitando-se para cada dia de retardamento um 
desconto correspondente a um dia de 
vencimento. 
Como Garantia Constitucional para exercer tal 
ofício de grande responsabilidade é assegurado 
aos magistrados a vitaliciedade (garantia do 
exercício, se aposentará por invalidez ou aos 70 
anos de idade ou por interesse público, 
facultativamente poderá se aposentar depois de 
30 anos de serviço e após 05 anos de efetivo 
exercício na magistratura); a inamovibilidade 
(não há possibilidade de sua remoção ou 
promoção sem seu consentimento, a não ser 
por motivo de interesse público reconhecido 
por 2/3 do Tribunal) e a irredutibilidade de 
vencimentos ( garantia de vencimentos dignos à 
sua função, não podem sofrer redução senão 
em casos expressos em lei). Ver artigo 95 da 
Constituição Federal de 1988. 
É proibido aos Magistrados a acumulação de 
cargos, participação nas custas processuais e 
atividade político partidária. 
 
Nas varas do Trabalho, a jurisdição é exercida 
por um juiz singular, juízo monocrático, 
conforme artigo 116 da CF/88: 
“Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição 
será exercida por um juiz singular. A Lei 
Ordinária Federal criará as varas da Justiça do 
Trabalho, sua constituição, investidura, 
jurisdição, competências, garantias e condições 
de exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho. 
Conforme artigo 113 da CF/88: 
"Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, 
investidura, jurisdição, competência, garantias e 
condições de exercício dos órgãos da Justiça do 
Trabalho.” 
Obs.: A lei que determina tais critérios é a 
6.947/81. 
 
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Importante dizer que, nas Comarcas onde não 
houver juiz do trabalho, por força de lei, os 
juízes de Direito poderão ser investidos da 
jurisdição trabalhista. Das Sentenças proferidas 
por estes Magistrados, da justiça comum, caberá 
Recurso Ordinário para o respectivo Tribunal 
Regional do Trabalho, conforme art. 112, CF/88 
e art.668 da CLT. 
 
3.4. Dos órgãos Auxiliares da Justiça do 
Trabalho 
 
Os serviços auxiliares da Justiça do Trabalho 
estão elencados no Capítulo VI da CLT, nos arts. 
710 a 717, e a saber grande parte da doutrina os 
divide em quatro que são as secretarias, os 
distribuidores, os oficiais de justiça e a 
contadoria. 
São também denominados de órgãos auxiliares 
do juiz e servem para dar sustentação a todos os 
órgãos judiciais. Amauri Mascaro Nascimento 
conclui: 
“Para a execução dos seus trabalhos o juiz conta 
com o apoio de diversas funções exercidas por 
auxiliares, comuns a todos os órgãos judiciais 
que dividem a mesma competência, como os 
distribuidores, contador e serviço de dados 
econômicos, específicos, permanentes 
funcionários, como diretor de secretaria e o 
oficial de justiça, ou eventuais não funcionários, 
como por exemplo, os peritos.” 
O primeiro órgão auxiliar é a secretaria, na qual 
é competente para realizar notificações, 
autuações, atendimento aos advogados e, ainda, 
sob supervisão do juiz, nos termos do art. 162, § 
2°, do CPC, os atos meramente ordinatórios, 
como a juntada e a vista obrigatória. 
Nos termos do art. 710 da CLT, as secretarias são 
dirigidas pelo Diretor de secretaria, que tem a 
função de dirigir a secretaria preparando os 
despachos para o juiz e cumprir as 
determinações deste. 
As secretarias são compostas ainda pelo 
Assistente de Diretor, que substitui o Diretor em 
sua ausência; um assistente de juiz, que auxilia o 
juiz diretamente; um secretario de audiências ou 
como é conhecido popularmente de datilógrafo 
(digitador) de audiências, a quem compete 
secretariar as audiências e digitar as atas; um 
assistente de cálculo a quem compete auxiliar o 
juiz na elaboração e conferência dos cálculos de 
liquidação; o oficial avaliador, a quem compete 
o cumprimento dos mandados e diligencias 
solicitadas pelo juiz e pelos demais funcionários 
da justiça do trabalho, analistas e técnicos. 
E existindo mais de uma vara na localidade, 
haverá ainda a figura do distribuidor, para que a 
distribuição dos processos seja equitativa.Os 
distribuidores podem fornecer recibos ou 
certidões da distribuição. Nos tribunais também 
há distribuidor, visando distribuir o mesmo 
número de processos para cada um dos juízes. 
Difere da Justiça comum, pois esta é por sorteio. 
Nos Tribunais Regionais também terão 
secretarias, dirigidas por um secretário. (art. 718 
da CLT) O secretário, exercerá a mesma função 
que exerce o diretor da secretaria da Vara, além 
de mandar os processos à conclusão do juiz 
presidente e da organização e manutenção de 
um fichário de jurisprudência do tribunal para 
consulta dos interessados. 
 
3.5. Do Ministério Público do Trabalho 
 
O MPT é tido como órgão fiscalizador da lei, e 
conforme o art. 129 da Constituição Federal tem 
a incumbência de defender a ordem pública, o 
regime democrático e os interesses 
indisponíveis da sociedade e dos indivíduos. É 
um dos ramos do Ministério Público da União e 
tem como “chefe” o Procurador Geral da Justiça 
do Trabalho. 
O Procurador Geral do Trabalho é nomeado pelo 
Procurador Geral da República entre os 
integrantes da Procuradoria com mais de 35 
anos de idade e cinco anos de carreira. 
Tal órgão atua perante o TST, através do 
Procurador Geral e dos subprocuradores-gerais. 
Junto aos Tribunais Regionais funcionam as 
procuradorias Regionais do Trabalho, compostas 
por procuradores regionais, nomeados por 
concurso público de provas e títulos. E assim 
como as Varas do Trabalho, todas as 
 
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Procuradorias contam com os serviços de uma 
Secretaria. 
 
4. Da Competência da Justiça do Trabalho 
 
4.1. Conceito 
 
Ensina Sérgio Pinto Martins, "a competência é 
uma parcela da jurisdição, dada a cada juiz. E a 
parte da jurisdição atribuída a cada juiz, ou seja, 
a área geográfica e o setor do Direito em que vai 
atuar, podendo emitir suas decisões. Consiste a 
competência na delimitação do poder 
jurisdicional. É, portanto, o limite da jurisdição, a 
medida da jurisdição, a quantidade da 
jurisdição". 
A competência da Justiça do Trabalho está 
contida no art.114 da CF/88, lembrando que 
naqueles incisos em que a Constituição fizer 
menção as “juntas de conciliação e julgamento”, 
devemos substituir por “varas”. 
 
4.2. Competência em razão da matéria e em 
razão da pessoa 
 
A competência estabelecida no artigo 114 da CF 
dita, a um só tempo, tanto a competência em 
razão da matéria (litígios referentes à relação de 
emprego ou decorrentes da relação de trabalho) 
quanto a competência em razão da pessoa. 
Assim, passou a grande maioria dos 
doutrinadores a descrever sobre tal assunto 
num mesmo tópico, e assim o faremos. 
A competência em razão das pessoas é fixada 
em virtude da qualidade da parte que figura na 
relação jurídica processual, pólo passivo e pólo 
ativo. 
Entende-se que a determinação da competência 
material da Justiça do Trabalho é fixada em 
decorrência da causa de pedir e do pedido. Com 
isso, deduz-se que, se o autor da demanda aduz 
que a relação da matéria é regida pela CLT, 
formula pedidos de natureza trabalhista, o único 
órgão do Poder Judiciário pátrio que terá 
competência para julgar e processar tal 
demanda será a Justiça do trabalho. A 
incompetência em razão da matéria é de 
natureza absoluta, e consequentemente deve 
ser declarada de oficio pelo juiz, 
independentemente se há provocação pelas 
partes ou não. 
Com a Reforma do Judiciário, através da Emenda 
Constitucional n°45, a Justiça do Trabalho 
passou a ser competente para processar e julgar 
as ações decorrentes da relação de trabalho e 
não mais da relação de emprego somente. 
Ressalte-se que a relação de trabalho é mais 
abrangente, por se tratar de gênero, que 
comporta várias espécies, entre elas, a relação 
de emprego, que se refere aos conflitos 
existentes entre empregado e empregador. 
Para haver a relação de emprego faz-se 
necessário que o trabalho seja realizado por 
pessoa física, bem como que a prestação do 
serviço seja desenvolvida com pessoalidade 
(sempre o mesmo trabalhador), não-
eventualidade (continuidade da prestação do 
serviço), onerosidade (deve haver uma 
contraprestação) e subordinação (estar 
submetido a ordens). 
Já a relação de trabalho rege-se pelas leis 
especiais ou residualmente pelas disposições do 
Código Civil, conforme pontua o seu art.593: “A 
prestação de serviços que não estiver sujeita a 
leis trabalhistas ou a lei especial, reger-se-á 
pelas disposições deste Capitulo”. 
Após a EC n° 45/2004, o Supremo Tribunal 
Federal passou a entender através da ADI n° 
3395 que, é proibido a Justiça do Trabalho 
apreciar as causas instauradas entre o Poder 
Público e os Servidores a ele vinculados por 
típica relação baseada no regime estatutário ou 
jurídico administrativo. Assim, só é possível 
ajuizar Reclamação Trabalhista contra a 
Administração Pública, direta ou indireta, na 
Justiça do Trabalho quando os servidores 
estiverem a ela vinculados por relação 
CELETISTA. 
 
4.3. Competência em razão do lugar 
 
A competência em razão do lugar será 
determinada pela localidade onde o empregado 
 
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prestar os seus serviços ao empregador, ainda 
que, tenha sido contratado em outro local. 
O art. 651 dispõe a regra geral, no qual dita 
como competência das VARAS a localidade onde 
o empregado, reclamante ou reclamado, prestar 
serviços ao empregador, ainda que tenha sido 
contratado em outro local ou no estrangeiro. 
Porém como toda regra cabe uma exceção, o 
art. 651 da CLT não será aplicado quando o 
empregador realizar atividade itinerante, que 
neste caso o empregado pode optar entre o 
local da celebração do contrato e o da prestação 
dos serviços. Quando o empregado o 
empregado for agente ou viajante comercial, a 
competência será o da localidade onde se situar 
a agência ou filial à qual esteja subordinada ou 
será do local do domicilio do empregado ou 
localidade mais próxima. 
 
4.4. Competência Funcional 
 
Relaciona com o poder-dever do juiz na direção 
do processo, ou seja, a função desempenhada 
na Justiça do Trabalho. Trata de competência 
das atribuições de cada órgão dentro da Justiça 
do Trabalho: da competência do TST, da 
competência dos TRT’S e das varas do trabalho. 
 
4.5. Incompetência da Justiça do trabalho 
 
A Justiça do Trabalho não é competente: 
 
a) Para ação de sindicato contra empresa 
pretendendo desconto compulsório de 
contribuição sindical, assistencial ou 
confederativa; 
b) Para disputa entre sindicatos e Estado 
em caso de intervenção, violação de 
direito de greve, desvio de imposto 
sindical; 
c) Questões relativas ao PIS (discutível) e à 
Previdência Social; 
d) Para determinar reintegração de 
empregado demitido do serviço público 
com base em atos institucionais; 
e) Para causas em que a União intervenha 
como assistente, se demonstrar 
interesse jurídico; 
f) Para causas em que seja parte o 
funcionário público estatutário 
municipal, estadual ou federal; 
g) Para ações sobre incorporação do 
adicional por tempo de serviço aos 
proventos de aposentadoria da FEPASA 
(decisão do STF); 
h) Para relação de trabalho autônomo; 
i) Para ações relativas a acidente de 
trabalho. 
 
4.6. Conflitos de Competência 
 
Dão-se quando dois ou mais juízes se derem por 
competentes ou incompetentes, de acordo com 
o art. 805 da CLT o conflito pode ser suscitado 
pelo juiz, partes ou peloMP e podem ocorrer 
entre: 
 
­ Duas Varas do trabalho pertencente a 
mesma região, na qual será competente 
para julgar o próprio TRT; 
­ Duas Varas pertencentes a regiões 
diferentes, sendo competente o 
julgamento pelo TST; 
­ Tribunais Regionais do Trabalho, neste 
caso o conflito será julgado pelo TST; 
­ Conflito entre varas de trabalho e Juízes 
de Direito ou Federais, a competência 
para julgar o conflito nestes casos será 
do TRT; 
­ Varas e Juízes de Direito investidos de 
jurisdição trabalhista, terá competência 
para julgar o TRT; 
­ Conflito entre o TST e Juízes de direito 
ou Juízes Federais, sendo o TST 
competente para julgar o conflito. 
 
5. Atos, Termos e Prazos Processuais 
 
Os atos processuais são acontecimentos 
voluntários que ocorrem no processo. Segundo 
o artigo 93, inciso IX da CF/88, são em regra, 
públicos. 
Os atos processuais podem ser praticados pelo 
juiz, pelas partes e/ou pelo auxiliares da justiça. 
 
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A CLT trata dos atos, termos e prazos, 
processuais nos artigos 770 a 782. 
Os atos trabalhistas devem ser realizados em 
dias úteis, das 6 às 20h. Porém a penhora PODE 
ser realizada em domingos e feriados mediante 
expressa autorização do juiz, observando apenas 
ao que preceitua o art. 5, IX da CF/88, quando 
diz que a casa é asilo inviolável do morador. 
Os atos processuais devem ser registrados, 
assim surge o termo, que nada mais é que a 
redução escrita de um ato processual. Frise-se 
que mesmo aqueles atos processuais que 
podem ser praticados de forma oral, devem ser 
reduzidos a termo. 
E quanto aos prazos, vamos pensar o seguinte: 
tudo na vida tem começo e fim! Assim há o 
momento do inicio do prazo e o momento do 
inicio da contagem do prazo. 
O inicio do prazo coincide com o dia da 
notificação ou da intimação. Notificação 
(abrange citação e a intimação): poderá ser feita 
pelos correios (mais usual) ver súmula 16 do 
TST, pessoalmente pelo oficial de justiça, 
publicação do edital no diário oficial ou no órgão 
que publicar o expediente da Justiça do 
Trabalho, por afixação do edital na Vara do 
trabalho, Juízo do Trabalho ou Tribunal do 
Trabalho. A lei 9.800/99 permite a transmissão 
de dados e imagens por fax, todavia, os originais 
deverão ser protocolados até cinco dias do 
prazo para a prática do referido ato ou do envio 
do fax. A Resolução Normativa 132/2005 editou 
a instrução normativa 28/2005, que permite a 
prática dos atos processuais por e-mail. Criando 
assim o e-doc, que disponibiliza nas páginas da 
internet do TST e dos TRTs o envio de 
documentos via eletrônica. 
Já o momento do inicio da contagem do prazo 
ocorre no primeiro dia útil subsequente ao dia 
no inicio do prazo. Os prazos nos processos 
trabalhistas são contados de acordo com os 
artigos 774 e 775 da CLT, podendo aplicar 
subsidiariamente o art. 177ss dos CPC. Os prazos 
são contados a partir do conhecimento do 
notificado, excluindo o dia do começo e 
incluindo o dia do vencimento, salvo se este cair 
em domingo, feriado ou em dia em que não 
houver expediente na justiça. 
Há ainda no direito processual do trabalho 
súmulas que se destacam quando se referem a 
contagem dos prazos processuais, são: 
 
 Súmula 1 do Tribunal Superior do 
Trabalho. 
 
“Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, 
ou a publicação com efeito de intimação for 
feita nesse dia, o prazo judicial será contado da 
segunda-feira imediata, inclusive, salvo se não 
houver expediente, caso em que fluirá do dia 
útil que se seguir.” 
 
 Súmula 262 do Tribunal Superior do 
Trabalho. 
 
I. Intimada ou notificada a parte no 
sábado, o início do prazo se dará no 
primeiro dia útil imediato e a contagem, 
no subsequente. (ex-Súmula nº 262 - 
Res. 10/1986, DJ 31.10.1986). 
II. O recesso forense e as férias coletivas 
dos Ministros do Tribunal Superior do 
Trabalho (art. 177, § 1º, do RITST) 
suspendem os prazos recursais. (ex-OJ 
nº 209 da SBDI-1 - inserida em 
08.11.2000)” 
 
Obs.: O Recesso forense se dá no período de 20 
de dezembro a 06 de janeiro. E quando se fala 
em suspender os prazos, significa dizer que, 
paralisa-se a contagem e quando inexistir a 
causa suspensiva do prazo, volta o prazo a fluir 
pelo que lhe resta. Quando se diz interrompido, 
diz-se que paralisa-se a contagem e quando 
cessar a causa da interrupção, o prazo reinicia. 
 
Devemos observar ainda a Orientação 
Jurisprudencial de n° 310, SDI, TST. “A regra 
contida no art. 191 do CPC é inaplicável ao 
processo do trabalho, em decorrência da sua 
incompatibilidade com o princípio da celeridade 
inerente ao processo trabalhista.” 
 
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 A regra contida no art. 191 do CPC versa sobre 
litisconsortes com procuradores diferentes, que 
pelo CPC estes terão prazo em dobro, como tal 
dispositivo não tem aplicabilidade no Processo 
do Trabalho, então quando houver 
Litisconsórcio com procuradores diferentes NÃO 
haverá prazo em dobro no Processo. 
Ainda no que se diz respeita a prazos, a regra 
188 do CPC se aplica por completo ao Processo 
do Trabalho, assim a Fazenda Pública e o 
Ministério Público do Trabalho têm prazo em 
dobro para recorrer e em quadruplo para 
contestar. 
Por fim, sobre prazos devemos ter em mente 
que, segundo o art. 185 do CPC, não havendo 
previsão legal ou fixação pelo juiz de prazo para 
a pratico de determinado ato processual, este 
será de 05(cinco) dias. 
 
6. Da Ação Trabalhista 
 
A expressão usada pela Justiça do Trabalho para 
definir uma reclamação trabalhista ou ação 
trabalhista é dissídio. Os dissídios (ações) 
trabalhistas são classificados conforme o 
número de autores: 
 
­ Individuais, quando há somente um 
autor no pólo ativo; 
­ Plúrimas, quando há vários autores no 
pólo ativo da ação; 
­ Coletivo, quando será beneficiado um 
número determinado de pessoas. 
 
Quanto à providência jurisdicional, as ações 
podem ser: 
 
­ De conhecimento, será apenas 
assegurado se o direito é ou não devido, 
sem exigência de cumprimento do que 
foi prolatado; 
­ Executórias, será executado aquilo que 
já foi averiguado na fase de 
conhecimento, pretende-se que seja 
cumprida a obrigação imposta. Na 
Justiça do Trabalho serão executadas as 
sentenças transitadas em julgado, os 
acordos não cumpridos, os termos de 
ajuste de conduta, a conciliação prévia, 
os créditos previdenciários de sentença; 
­ Cautelares, que visa uma concessão 
antecipada, e em ação principal será 
discutido o mérito da questão. As 
cautelares a serem utilizadas na Justiça 
do trabalho são as mesmas previstas no 
CPC, principalmente arresto, protestos, 
justificações, sequestro, exibição e 
produção antecipada de prova etc. 
­ Mandamentais, visa cumprimento de 
ordem pela autoridade. 
 
7. Partes e Procuradores 
 
São partes, as pessoas, ou seus representantes, 
que ocupam o pólo ativo ou o passivo nas 
relações jurídicas, são pessoas que tem uma 
controvérsia e pretendem que a Justiça 
Trabalhista a resolva. As partes deverão ser 
maiores de 18 anos, e se menores, serão 
assistidos pelos pais ou pela procuradoria do 
trabalho; 
 
No processo trabalhista, chama-se o autor de 
reclamante e o réu de reclamado, conforme o 
art. 651 da CLT, mostrando assim autonomia em 
relação ao processo civil. 
Adquire-se qualidade de parte, ou seja, de 
sujeito interessado no resultado da demandaatravés da (o): 
 
 Propositura da ação: o autor 
(reclamante) ou o litisconsórcio ativo ou 
através de substituição processual pelos 
sindicatos profissionais. 
 Pela citação: o réu, ou o litisconsórcio 
passivo. 
 Pela intervenção de terceiros no 
processo; 
 Pela sucessão da parte originária: em 
caso de morte (habilita-se o sucessor), 
sucessão de empresa (no caso de pessoa 
jurídica) e no caso de desconsideração 
da pessoa jurídica( onde passa os sócios, 
pessoas físicas, a ser a parte passiva). 
 
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A legitimação processual é a capacidade de estar 
em juízo, capacidade de ser parte; o que difere 
de capacidade civil, que é a capacidade de 
adquirir direitos e obrigações. 
 
Na representação atribui-se a outrem a 
qualidade para agir em nome de alguém, 
substituindo, é um terceiro, o trabalhador 
menor será representado em juízo. Há dois tipos 
de representação, a legal que decorre de lei (art. 
12, I e II do CPC) e a representação convencional 
(art. 12, VI, 1° parte do CPC), que é a faculdade 
de a parte se fazer representarem juízo, 
podendo ser preposto. Preposta é a pessoa 
nomeada pelo empregador para representa-lo 
em audiência. Ele dever obrigatoriamente, ter 
conhecimento dos fatos, uma vez que o 
preposto deverá responder às perguntas do juiz 
e que se não este não souber dos fatos, será 
aplicado à confissão ficta. (art. 843, §1° da CLT) 
Sobre representação devemos saber que a 
Justiça do Trabalho faculta as partes 
(empregadores e empregados apenas) o direito 
de serem representados. Surge então a partir 
desta faculdade o “Ius postulandi”, o DIREITO 
DADO A PARTE DE POSTULAR PESSOALMENTE 
EM JUÍZO, sem necessidade de representação 
por advogado. Na justiça do Trabalho, diferente 
do que ocorre no processo comum, regido pelo 
Código de Processo Civil, a capacidade 
postulatória é facultada diretamente aos 
empregados e aos empregadores, conforme 
previsão do art. 791 da CLT. É importante frisar 
que, o art. 791 da CLT trata apenas de 
empregados e empregadores, portanto, para 
novas ações acrescidas à competência da Justiça 
do Trabalho pela EC n° 45/2004, a 
representação das partes por advogado será 
obrigatória. 
Caso a parte opte por ser representado por um 
advogado, deverá existir nos autos uma 
procuração outorgando este poder ao 
profissional do Direito. Sem o devido 
instrumento de mandato, não poderá ingressar 
em juízo, conforme o art. 37 do CPC. Porém há 
hipóteses em que se é justificável intentar ação 
sem o mandato, como por exemplo, a fim de 
evitar a decadência ou a prescrição, bem como 
de intervir no processo para praticar atos 
considerados urgentes, ocasião em que fica o 
advogado obrigado a exibir instrumento de 
mandato dentro de 15 dias. 
 
A assistência ocorre quando há deficiência de 
vontade do assistido, não há substituição. O 
assistente não é a parte no processo, mas um 
terceiro que auxilia a parte. 
Segundo o art. 14 da Lei n°5.584/70, sempre em 
que se estiver discutindo questões relativas ao 
contrato de trabalho a assistência judiciaria será 
exercida pelo sindicato, e os honorários pagos 
pela parte vencida reverterão em favor do 
sindicato assistente. 
A assistência judiciaria gratuita abrange o 
beneficio da justiça gratuita. No Processo do 
Trabalho assistência judiciaria gratuita é regida 
também pela Lei 5584/70, onde em seu art. 18 
diz que o empregado não precisa estar 
associado para ter direito a assistência gratuita. 
A justiça gratuita está prevista no artigo 790, § 
3° da CLT que faculta aos juízes de qualquer 
instância conceder este beneficio, àqueles que 
perceberem salário igual ou inferior ao dobro do 
mínimo legal, ou declararem, sob as penas da 
lei, que não estão em condições de pagar as 
custas do processo, sem prejuízo do seu próprio 
sustento ou de sua família. 
 
8. Petição inicial 
 
Poderá ser escrita ou verbal, sendo verbal será 
reduzida a termo. 
A petição escrita deverá conter os requisitos do 
art. 840 da CLT, vejamos: 
“Art. 840. A reclamação poderá ser escrita ou 
verbal. 
§ 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter 
a designação do Presidente da Junta, ou do juiz 
de direito a quem for dirigida, a qualificação do 
reclamante e do reclamado, uma breve 
exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o 
pedido, a data e a assinatura do reclamante ou 
de seu representante”. 
 
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Obs.: A EC n° 24/99 substituiu as Juntas de 
Conciliação e Julgamento por Varas do Trabalho 
(juiz singular) e extinguiu a representação 
classista na Justiça do Trabalho. 
 Art. 786 . “A reclamação será distribuída antes 
da sua redução a termo. 
Parágrafo único - Distribuída a reclamação 
verbal, o reclamante deverá, salvo motivo de 
força maior, apresentar-se no prazo de 5 (cinco) 
dias, ao cartório ou à secretaria, para reduzi-Ia a 
termo, sob a pena estabelecida no art. 731" 
 
A petição inicial é a peça mais importante da 
ação, deverá ser feita com cuidado em duas vias, 
deve obedecer a uma lógica cronológica dos 
fatos e fundamentos, para que se chegue a uma 
conclusão. Deverá ser feito o pedido com os 
cálculos dos valores pretendidos. 
Mesmo não existindo na CLT previsão quanto ao 
valor da causa, será necessário indicá-lo, 
seguindo as determinações do CPC. Não será 
necessário declinar as provas que serão 
produzidas, pois deverá ser apresentadas na 
audiência, na forma do art. 845 da CLT. É 
prescindível que se peça a citação da outra parte 
na inicial, conforme o inciso VII do CPC, pois a 
citação é automática, a Vara deverá enviá-la em 
48 horas, independente do despacho do Juiz. 
 
Inépcia da inicial 
 
A petição inicial será considerada inepta quando 
houver alguma das hipóteses contidas no art. 
295 e 296 do (PC: faltar o pedido ou a causa de 
pedir, narração dos sem lógica a concluir, o 
pedido for juridicamente impossível e contiver 
pedidos incompatíveis entre, não haver pedido, 
pedido não ser certo ou determinado. 
 
Litispendência 
 
Repetição de ação, contendo mesmas partes, a 
mesma causa de pedir e o mesmo objeto, 
impedindo assim que ações idênticas sejam 
julgadas em Varas diferentes, o pedido de 
existência da litispendência pede que uma delas 
seja extinta. 
A litispendência pode ser parcial, quando 
pertinente apenas a um ou alguns pedidos. 
 
Coisa julgada 
 
Quando a ação ingressada já foi julgada por 
sentença da qual não caiba mais nenhum 
recurso, neste caso o processo será extinto sem 
julgamento do mérito. 
Art. 836 da CL T: "É vedado aos órgãos da 
Justiça do Trabalho conhecer de questões já 
decididas, excetuados os casos expressamente 
previstos neste Título e a ação rescisória, que 
será admitida na forma do disposto no Capítulo 
IV do Título IX da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro 
de 1973 - Código de Processo Civil, sujeita ao 
depósito prévio de 20% (vinte por cento) do valor 
da causa, salvo prova de miserabilidade jurídica 
do autor." 
 
Conexão e continência 
 
Conexão: quando uma ação tem um mesmo 
objeto ou a mesma causa de pedir outra; 
Continência: ocorrerá quando entre duas ou 
mais ações haja identidade de partes e de causa 
de pedir, e o objeto de uma abrange as demais; 
Nestes casos não haverá extinção e sem a 
prevenção do juízo que conheceu um dos casos 
em primeiro lugar, sendo assim remetidos para 
este as demais ações. Havendo alguns destes 
casos, o juiz, de ofício ou a requerimentode 
qualquer das partes, ordenará a reunião de 
todas as ações que foram propostas, salvo se 
ainda não houver sido instruído aguardando 
sentença. 
 
Carência da ação 
 
Haverá carência da ação quando inexiste 
possibilidade jurídica do pedido, legitimidade de 
parte e falta de interesse processual. A decisão 
que examinar estas questões será de mérito, 
não sendo o autor carecedor da ação. 
Incapacidade da parte, defeito de representação 
ou falta de autorização. Nestes casos o Juiz dará 
 
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um prazo para regularização do processo sob 
pena de extinção sem julgamento de mérito. 
Incapacidade de parte: menor de 18 anos sem 
representante legal, ou na sua falta, pela 
procuradoria; 
Defeito de representação: sem procuração nos 
autos ou sem o contato social da empresa. 
Falta de autorização: outorga do cônjuge para 
ajuizamento da ação, ou preposto sem a carta 
de preposição; 
 
9. Das Nulidades processuais 
 
As nulidades processuais são norteados 
por alguns princípios a fim de que não se 
comprometa os princípios da 
economicidade e da celeridade: 
 
 Principio do prejuízo (art. 794 da CLT) – 
sem a demonstração de manifesto 
prejuízo às partes, o ato processual não 
será declarado nulo. 
 Principio da convalidação ou preclusão 
(art.795 da CLT) – As nulidades no 
processo devem ser suscitadas na 
primeira oportunidade pelas partes, seja 
nos autos ou na audiência. Se o ato for 
praticado em desacordo com a lei e a 
outra parte não se manifestar no 
momento oportuno, o ato se torna 
válido, ou seja, convalida-se o ato. 
 Principio da declaração dos atos nulos 
(art. 797 da CLT) – visa a economia 
processual, aqui o juiz diz de forma 
expressa a partir de qual ato os demais 
serão nulos. 
 Principio da instrumentalidade das 
formas ou finalidade (arts. 154 e 244 do 
CPC) – diz que, mesmo o ato feito de 
forma contraria a lei, mas atingindo seus 
objetivos, não será declarado nulo. 
 
10. Procedimentos 
 
O que divide o procedimento é o valor da causa. 
E segundo o TST, súmula 353, para fixação do 
procedimento, é constitucional o uso do salário 
mínimo. 
O procedimento comum que se subdivide em: 
 
Sumário ou Rito de alçada: processos com valor 
da causa até 02 salários mínimos (Lei 5584/70); 
Sumaríssimo: acima de 02 e abaixo de 40 
salários mínimos (art. 852 – A e ss da CLT) 
Procedimento ordinário: mais de 40 salários 
mínimos. 
 
Ordinário - é o procedimento mais utilizado na 
Justiça do Trabalho. Todos os dispositivos da CLT 
que não se referirem aos procedimentos 
sumário ou sumaríssimo, este dispositivo esta a 
falar do procedimento ordinário. 
Na prática, as audiências nesse procedimento 
são de conciliação, assim, devem comparecer as 
partes ou seus representantes e seus 
advogados, aberta a audiência, o juiz propõe a 
conciliação (art. 846 CLT) e havendo acordo, 
este será lavrado em termo e assinado pelas 
partes, não havendo acordo, o réu terá vinte 
minutos para apresentar a sua defesa, o autor, 
terá dez minutos para impugná-la e ficam 
intimadas para a audiência de instrução; de 
instrução, que também devem comparecer a 
partes sob pena de confissão quanto à matéria 
de fato, será prestados os depoimentos, ouvidas 
as testemunhas e poderá ser solicitada 
produção de provas que suspenderá o processo 
até a conclusão do trabalho do perito, ao 
término da instrução poderão ser feitas as 
razões finais por 10 minutos cada uma das 
partes, em seguida o juiz propõe conciliação e 
não havendo acordo será marcada a audiência 
de julgamento; de julgamento, na prática a 
audiência não acontece, sendo propriamente 
um prazo que o juiz tem para a publicação da 
sentença, da data da publicação da sentença 
que começa a contar. A audiência no processo 
do trabalho ordinário é contínua. A ideia do 
legislador era de que a audiência fosse uma, 
porém na prática, costuma ser dividida. 
Sumário - são raras no processo trabalhista, não 
está previsto na CLT, encontra-se na lei 5584/70. 
Este tipo de procedimento tem por finalidade 
 
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garantir maior celeridade aos processos 
trabalhistas cujo valor da causa não ultrapasse 
dois salários mínimos. Possui características 
relevantes: se for sobre matéria constitucional 
não caberá recurso das sentenças proferidas; 
será dispensável o resumo dos depoimentos, 
devendo constar na ata a conclusão do juiz 
quanto a matéria de fato. Alguns doutrinadores 
defendem que a lei 9957/00, que instituiu o 
procedimento sumaríssimo, revogou o 
procedimento sumario, previsto pela lei 
5584/70. 
Sumaríssimo: Lei 9.957/00, que acrescentou o 
art. 852-A na CLT, e não revogou o 
procedimento sumário, adverte Carlos Henrique 
Bezerra leite, que veio para tornar o processo do 
trabalho mais rápido e ao mesmo tempo mais 
seguro em virtude dos novos critérios adotados 
que são mais objetivos. Este procedimento 
excluiu-se as pessoas de direito público em 
geral, da administração direta, autárquica ou 
fundacional (art. 852-A da CLT). Sua apreciação 
pelo juiz deverá ocorrer com no máximo quinze 
dias, deverá ser instruído e julgamento em 
audiência única, salvo no caso do § 1º do art. 
852-H da CLT, só cabem nas ações trabalhistas 
individuais (simples ou plúrimas) de valor maior 
que dois salários mínimo e menor que quarenta 
salários mínimos nas causas acima deste valor 
(40 salários mínimos) o procedimento será 
ordinário. De acordo com o art. 852-B, o pedido 
nestas ações deverá ser certo, determinado e 
líquido, não será feita citação por edital, assim 
deverá o autor indicar corretamente o endereço 
do reclamado. 
Este procedimento não se aplica aos dissídios 
coletivos. 
A audiência é una. A causa deve ser apreciada 
no prazo máximo de 15 dias, entretanto, se for 
interrompida a audiência, o seu prosseguimento 
e a solução do litigio poderão demorar um mais 
30 dias, no máximo. As provas deverão ser 
apresentadas na audiência, ainda que não 
requeridas previamente. O numero máximo de 
testemunhas é de duas pessoas, devendo estas 
comparecerem em audiência 
independentemente de intimação ou 
notificação. 
É possível ainda, produzir prova pericial no 
procedimento sumaríssimo, quando depender 
dela a prova do fato ou por imposição de lei. E 
na própria audiência o juiz designará o perito, o 
objeto e o prazo. Após apresentação do laudo 
pelo perito, as partes terão um prazo comum de 
05(cinco) dias para se manifestarem. 
 
11. Respostas do Réu 
 
O art. 297 do CPC dispõe que o réu, após sua 
citação, poderá oferecer contestação, exceção e 
reconvenção. As duas primeiras modalidades de 
resposta são verdadeiramente respostas do réu 
contra as arguições do autor; já a reconvenção é 
uma ação própria, e não defesa. 
O art. 847 da CLT garante ao reclamado 20 
minutos para apresentar sua defesa. 
 
Contestação 
 
A CLT não define contestação e emprega 
genericamente o vocábulo "defesa", sendo 
compatível a aplicação subsidiária do art. 300 do 
CPC. A contestação contra o processo está 
prevista no artigo 301 do CPC, que no 
entendimento do Carlos Henrique Bezerra Leite 
é aplicável com algumas adaptações ao processo 
trabalhista, assim, o réu, antes de discutir o 
mérito, alegar todos os incisos do artigo 301 do 
CPC, salvo o inciso IV a perempção e o XI a falta 
de caução. 
O réu pode também se opor ao pedido 
formulado pelo autor, neste caso a contestação 
poderáser direta ou indireta: indireta, o réu 
reconhece o fato constitutivo do direito do 
autor, mas, opõe outro fato impeditivo, 
modificativo ou extintivo do pedido formulado 
na petição inicial; direta, é quando o réu ataca o 
fato constitutivo do direito alegado pelo autor 
seja pela negativa de sua existência, seja pela 
negativa de seus efeitos jurídicos. 
 
 
 
 
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Exceções 
 
As exceções são defesas dirigidas contra o 
processo e não contra o mérito do processo. O 
pedido não é improcedente! Este tipo de defesa 
deseja trancar o curso do processo, provocando 
sua extinção sem resolução do mérito. 
O art. 304 da CLT estabelece que podem ser 
arguidas por exceção: a suspeição, o 
impedimento e a incompetência relativa. 
A exceção de suspeição envolve a parcialidade 
do juiz. Atualmente utiliza-se a expressão 
exceção de suspeição e impedimento, pois as 
mesmas razões que justificam a exceção de 
suspeição justificam também a de impedimento. 
Por esse motivo onde a CLT diz apenas 
suspeição, deve ser lido também impedimento. 
As hipóteses de suspeição e impedimento estão 
previstas no art. 801 da CLT e nos arts. 134 a 138 
do CPC. As exceções de suspeição e 
impedimento devem ser apresentadas em 
audiência, salvo se o motivo que as originou for 
posterior a audiência; caso em que a nulidade 
deve ser arguida na primeira oportunidade que 
a parte tiver de falar em audiência ou nos autos, 
sob pena de preclusão. Estas exceções 
suspendem o feito e serão processadas nos 
mesmos autos, de reclamatória trabalhista. 
Apresentada a exceção de suspeição e 
impedimento, o juiz ou Tribunal deverá designar 
audiência de instrução e julgamento dentro de 
48 horas. (art. 802 da CLT) 
Nas exceções de suspeição e impedimento, os 
sujeitos passivos são os juízes, promotores, 
peritos judiciais, intérpretes e os próprios 
serventuários da justiça. Quando a suspeição e o 
impedimento forem contra o juiz, haverá a 
suspensão do processo. Contra os demais 
sujeitos passivos da suspeição e impedimento, 
não haverá suspensão do processo. 
A decisão que julga a exceção de suspeição ou 
impedimento é uma decisão interlocutória, 
assim, dela não caberá recurso de imediato, mas 
as partes poderão mencioná-las novamente no 
momento em que couber recurso da decisão 
final. 
Quanto à exceção de incompetência, esta pode 
ser absoluta (em razão da pessoa, da matéria ou 
da função) ou relativa (em razão do lugar ou do 
valor da causa). A absoluta pode ser declarada 
de oficio ou a requerimento das partes, a 
qualquer momento, e são improrrogáveis. Já a 
relativa é prorrogável e pode ser requerida 
apenas pelas partes, na primeira oportunidade 
em que tiverem de falar no processo. 
Apresentada exceção de incompetência, será 
aberta vista ao excepto para manifestação em 
24 horas. 
O réu pode oferecer mais de uma exceção ao 
mesmo tempo. 
 
Reconvenção 
 
A reconvenção é uma ação do réu contra o autor 
dentro do mesmo processo em que está sendo 
demandado. 
A CLT é omissa quanto à reconvenção. Disposta 
no artigo 315 do CPC, a doutrina majoritária 
admite que a reconvenção é perfeitamente 
compatível com o processo trabalhista, desde 
que sejam observadas algumas peculiaridades. 
Deverá ser feita na audiência de conciliação, 
durante vinte minutos, não sendo obrigatório, 
mas recomenda-se que sua apresentação seja 
em peça distinta da contestação. 
Segundo Nelson Nery Júnior seus pressupostos 
são: que o juiz da causa principal não seja 
absolutamente incompetente para julgar a 
reconvenção; deve haver compatibilidade entre 
os ritos procedimentais da ação principal e da 
ação reconvencional; haver processo pendente 
e haver conexão. 
Inexistência ou nulidade de citação. A citação é 
denominada notificação no processo do 
trabalho, sempre será feita via correios. Deverá 
sempre haver um prazo de cinco dias entre o 
recebimento da notificação e a audiência, para 
entes de direito público este prazo é de 20 dias. 
 
 
 
 
 
 
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12. Das Provas 
 
O objeto da prova é demonstrar em juízo a 
existência ou não de um fato que está sendo 
alegado. As provas visam o livre convencimento 
do juiz. 
E válido também no processo trabalhista, o 
princípio da livre convicção do juiz, ou da 
persuasão racional da prova ou livre convicção 
motivada, sendo o Juiz livre para apreciar a 
prova, porém deverá indicar na sentença quais 
foram os motivos que lhe levaram a chegar a 
sentença. 
Conforme o art. 451 do CPC, ao iniciar a 
instrução processual, o Juiz, ouvidas as partes, 
deverá fixar os pontos controvertidos, sobre os 
quais serão feitas as provas em juízo. 
Todos os meios legais, de acordo com o art. 332 
do CPC, são hábeis para provar a verdade dos 
fatos em que se funda a ação ou a defesa: 
depoimento pessoal, documentos, testemunhas, 
perícia, inspeção judicial e usos e costumes. 
O artigo 818 da CLT reza que o ônus de provar as 
alegações incumbe a parte que as fizer. 
Dos meios de provas disponíveis na Justiça do 
Trabalho, temos: 
 
 Depoimento pessoal e interrogatório das 
partes; 
 Prova testemunhal; 
 Prova documental; 
 Prova pericial; 
 Inspeção judicial 
 
No Depoimento pessoal e interrogatório das 
partes o juiz da causa é quem preside o 
interrogatório. O primeiro a ser interrogado é o 
autor, sem a presença da reclamada. Cada parte 
do processo pode elaborar quesitos que serão 
questionados pelo juiz a outra parte, desde que 
ele entenda que as perguntas são pertinentes. 
A prova testemunhal é a mais utilizada no 
Processo do Trabalho. É o depoimento de 
pessoas que tenham conhecimento da causa. No 
processo ordinário pode-se ter até 03 
testemunhas, exceto quando se tratar de 
inquérito de falta grave, que é a até 06 
testemunhas. No procedimento sumaríssimo 
deve haver no máximo 02 testemunhas por 
parte. 
A prova documental deve ser apresentada junto 
com a petição inicial ou com a contestação. 
Estará precluso se não o fizer no momento 
adequado. Outras provas documentais podem 
ser juntadas ao processo, desde que as partes 
não tenham tido acesso a elas no momento da 
apresentação. 
A prova pericial é realizada quando houver 
necessidade de se elucidar um fato por uma 
pessoa de capacidade técnica, especializada, 
surgem então a figura do perito, que pode ser 
um medico, contador. 
A inspeção judicial é uma faculdade dada ao juiz. 
Pode o magistrado, pessoalmente, dirigir-se ao 
local para ver o fato contravertido. Pode mercar 
data e horário ou não. Desta prova é feita um 
termo de inspeção que é juntado aos autos. 
 
13. Sentença 
 
Conceitua Sergio Pinto Martins como “o ato pelo 
qual o juiz põe fim ao processo decidindo o 
mérito da postulação”. 
A CLT emprega o termo "decisão" em vez de 
sentença, arts. 831, 832 e 850, a doutrina 
majoritária defende o uso do vocábulo 
"sentença" que melhor define a conclusão do 
Juiz num processo. 
Os requisitos da sentença são: o relatório, a 
fundamentação (art. 93, IX da CF) e a disposição. 
São requisitos complementares (art. 789, § 2° da 
CLT) o valor arbitrado à condenação, ainda 
quando ilíquida, mais custas processuais, que 
são também requisitos para a interposição dos 
recursos. 
O prazo improrrogável para o Juiz publicar a 
sentença é de 48 horas, contado da audiência de 
julgamento. 
 
14. Recursos 
 
O direito de recorrer é amplo; todavia não é 
ilimitado.Para interpor validamente qualquer 
recurso é preciso dispor de alguns requisitos, 
 
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como a legitimidade, interesse na causa, 
recorribilidade do ato, tempestividade, 
preparo(custas e deposito recursal), formalidade 
e adequação. 
Recurso é o reexame de decisão por autoridade 
superior ou pela mesma. Têm como regra o 
efeito devolutivo, exceto o dissidio coletivo, em 
que o presidente do Tribunal Superior do 
Trabalho pode dar efeito suspensivo. 
Art. 899 da CLT: “Os recursos serão interpostos 
por simples petição e terão efeito meramente 
devolutivo, salvo as exceções previstas neste 
Título, permitida a execução provisória até a 
penhora”. 
 
Mas o que quer dizer recurso com efeitos 
devolutivo e suspensivo? 
 
­ Com efeito devolutivo: devolve ao Poder 
Judiciária a oportunidade de rever 
matéria já julgada por órgão que não 
tem competência originária; 
­ Com efeito suspensivo: cessa, suspende, 
a eficácia da decisão até que seja 
julgado o recurso. 
 
No processo do trabalho o prazo para o recurso 
é de 8 (oito) dias para o recurso ordinário, de 
revista, embargos, agravo de petição e 
instrumento. O recurso extraordinário será de 
15 (quinze) dias. As custas serão pagas pelo 
vencido, o não pagamento e a não comprovação 
das custas implicará deserção, e o recurso não 
será conhecido no Tribunal. 
 
Os isentos do pagamento das custas estão 
descritos no art. 790-A da CLT: 
São isentos do pagamento de custa, além dos 
beneficiários de justiça gratuita: 
I - a União, os Estados, o Distrito Federal, os 
Municípios e respectivas autarquias e fundações 
públicas federais, estaduais ou municipais que 
não explorem atividade econômica; 
II- o Ministério Público do Trabalho 
Parágrafo único. A isenção prevista neste artigo 
não alcança as entidades fiscalizadoras do 
exercício profissional, nem exime as pessoas 
jurídicas referidas no inciso I da obrigação de 
reembolsar as despesas judiciais realizadas pela 
parte vencedora.” 
 
Recurso Ordinário 
 
Previsto no art. 895 da CLT, semelhante com a 
contestação do processo civil, cabível nas 
decisões definitivas das Varas e Juízos: 
“Art. 895 - Cabe recurso ordinário para a 
instância superior: 
a) das decisões definitivas das Juntas e Juízos no 
prazo de 08 (oito) dias; 
b) das decisões definitivas dos Tribunais 
Regionais, em processos de sua competência 
originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos 
dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos. 
$ 1º - Nas reclamações sujeitas ao procedimento 
sumaríssimo, o recurso ordinário: 
I – (VETADO) 
II - será imediatamente distribuído, uma vez 
recebido no Tribunal, devendo o relatar liberá-la 
no prazo máximo de dez dias, e a Secretaria do 
Tribunal ou Turma colocá-la imediatamente em 
pauta para julgamento, sem revisor; 
III - terá parecer oral do representante do 
Ministério Público presente à sessão de 
julgamento, se este entender necessário o 
parecer, com registro na certidão; 
IV - terá acórdão consistente unicamente na 
certidão de julgamento, com a indicação 
suficiente do processo e parte dispositiva, e das 
razões de decidir do voto prevalente. Se a 
sentença for confirmada pelos próprios 
fundamentos, a certidão de julgamento, 
registrando tal circunstância, servirá de acórdão. 
$ 2º - Os Tribunais Regionais, divididos em 
Turmas, poderão designar Turma para o 
julgamento dos recursos ordinários interpostos 
das sentenças prolatadas nas demandas sujeitas 
ao procedimento sumaríssimo. 
 
Cabe também o recurso ordinário nas decisões 
terminativas em que se extingue o processo sem 
o julgamento de mérito: 
 
 
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 Decisão interlocutória que acolhe a 
exceção de incompetência em razão da 
matéria; 
 Do indeferimento da inicial; 
 Do arquivamento do autos em razão do 
não comparecimento do reclamante à 
audiência; 
 Da paralisação do processo por mais de 
um ano, em razão de negligência das 
partes; 
 Do não atendimento, pelo autor, do 
despacho que determinou que se 
promovessem os atos e diligências, pelo 
abandono da causa por mais de 30 dias; 
 Se o Juiz acolher a alegação de 
Litispendência; 
 Se o processo for extinto por carência da 
ação; 
 Pela desistência da ação; 
 Se ocorrer confusão entre autor e réu; 
 Da decisão que aplica pena ao 
empregado de não poder reclamar por 
seis meses; nos casos em que o juiz 
extinguir o processo, por falta de pedido 
certo ou determinado e de indicação do 
valor correspondente ao procedimento 
sumaríssimo. 
 
As decisões das Varas que caberá o recurso 
ordinário são: 
 
 Quando o juiz acolher ou rejeitar o 
pedido do autor, ainda que 
parcialmente; 
 Quando o juiz acolher a decadência ou 
prescrição. 
 
As decisões nos processos de competência 
originária do TRT: 
 
 Dissídios coletivos; 
 Ação rescisória; 
 Mandado de segurança; 
 Habeas corpus; 
 Decisões que aplicam penalidade a 
servidores da Justiça do Trabalho. 
Seu efeito será apenas devolutivo. 
Se a parte estiver sem advogado poderá interpor 
oralmente, bastando apenas que recorrente 
manifeste que está inconformado com a 
decisão, se o fizer por escrito, não será 
necessária a fundamentação, porém, neste caso 
haverá necessidade de redução a termo. Se a 
parte tiver advogado, este deverá ser escrito e 
deverá conter os nomes e qualificações das 
partes, os fundamentos de fato e de direito e o 
pedido de nova decisão. 
O juiz verificará se atende todos os pressupostos 
legais para sua admissibilidade e determinará 
que a parte contrária venha contrária para 
contra arrazoar o recurso no prazo de oito dias, 
se o recurso não for aceito caberá agravo de 
instrumento, após o recebimento das contra 
razões o processo subirá ao Tribunal para 
julgamento. 
 
Recurso de Revista 
 
Tem como objetivo uniformizar a jurisprudência 
dos tribunais regionais por intermédio das 
turmas do TST, seu prazo para interposição 
começa a contar da publicação da súmula ou 
acórdão, é apresentado ao Presidente do 
Tribunal Regional do Trabalho, no prazo de oito 
dias, e será cabível nos casos descritos no artigo 
abaixo da CLT. 
 
Art. 896: "Cabe Recurso de Revista para Turma 
do Tribunal Superior do Trabalho das decisões 
proferidas em grau de recurso ordinário, em 
dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do 
Trabalho, quando: 
a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal 
interpretação diversa da que lhe houver dado 
outro Tribunal Regional, no seu Pleno ou Turma, 
ou a Seção de Dissídios Individuais do Tribunal 
Superior do Trabalho, ou a Súmula de 
Jurisprudência Uniforme dessa Corte; 
b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, 
Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo 
Coletivo, sentença normativa ou regulamento 
empresarial de observância obrigatória em área 
territorial que exceda a jurisdição do Tribunal 
 
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Regional prolator da decisão recorrida, 
interpretação divergente, na forma da alínea a; 
c) proferidas com violação literal de disposição 
de lei federal ou afronta direta e literal à 
Constituição Federal. 
§ 1º - o Recurso de Revista, dotado de efeito 
apenas devolutivo, será apresentado ao 
Presidente

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