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Instituto Tributário de Ensino à Distância ___________________________________________________________________ 1 ___________________________________________________________________________ www.intra-ead.com.br NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Siga as instruções abaixo para navegar no ambiente virtual do INTRA e obter êxito no curso. Após a inscrição, o usuário tem 30 dias para concluir o curso. Para fazer a avaliação, digite seu e-mail e senha na área do usuário (IDENTIFICAÇÃO), clique em ENTRAR, depois clique em MINHA CONTA, em seguida MINHAS INSCRIÇÕES e, por fim, clique no ícone AVALIAÇÃO. O usuário deverá responder a avaliação, existente na última página deste material, e transcrever as respostas para o gabarito existente no site. Uma vez confirmada às respostas, a avaliação não será mais disponibilizada. Para emitir o CERTIFICADO, o usuário precisa obter pontuação igual ou superior a 6,00 na avaliação e pagar a taxa de administração no valor de R$ 30,00. 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Do Trabalho está contida na CLT; Instituições - determinadas pela legislação e que vão resolver as controvérsias existentes entre as partes, individuais ou coletivas; O processo é o complexo de atos e termos por meio dos quais se concretiza a prestação jurisdicional, através de um instrumento chamado "Ação", originado de um dissídio trabalhista, ou seja, é o meio pelo qual o empregado ou empregador se utiliza para satisfazer um prejuízo que eventualmente tenha tido na relação de trabalho. 1. Princípios Sendo um ramo específico do Direito, o Direito Processual do trabalho também tem princípios próprios. Wagner Giglio faz a seguinte definição "princípios informam, orientam e inspiram preceitos legais, dão organicidade a institutos e sistemas processuais". Celso Antonio Bandeira de Mello esclarece que os "princípios são mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental que se irradia sobre diferentes normas compondo-lhes o espírito e servindo de critério para a sua exata compreensão e inteligência, exatamente por definir a lógica e a racionalidade de sistema normativo, no que lhe confere a tônica e lhe dá sentido harmônico". Não devemos nos esquecer de que a ciência do estudo do Direito não se desconecta pela simples fato de a separarmos em Direito Civil, Penal, Processual Civil, etc; assim, o Direito Processual Trabalhista deve seguir princípios de ordem geral, como os princípios constitucionais e os princípios do direito processual geral. Dentre os princípios constitucionais que devem ser observado no processo do trabalho, temos: Princípio da igualdade: Um dos maiores princípios no nosso ordenamento jurídico, este estabelece que “todos são iguais perante a lei”; Instituto Tributário de Ensino à Distância ___________________________________________________________________ 2 ___________________________________________________________________________ www.intra-ead.com.br Princípio do contraditório: também consagrado no artigo 5º da Constituição Federal, estabelece a bilateralidade da ação e do processo. Ou seja, tanto ao autor, quanto ao réu deve ser assegurada a citação válida, a oportunidade de se defender e participar dos atos processuais de seus interesses; Princípio da ampla defesa: assegura às partes o direito de defesa com todos os meios e recursos a ela inerentes. Princípio da imparcialidade do juiz: a função judicante deve ser exercida com absoluta imparcialidade, ou seja, o juiz ao exercer sua função deve sempre assegurar que o devido processo legal seja cumprido, nunca apresentando tendências ou interesses que possam macular sua neutralidade; Princípio da decisão motivada: estabelece que o magistrado deve sempre fundamentar suas decisões de acordo com as leis vigente; Princípio do devido processo legal: estabelece que "ninguém será privado de sua liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal". Ou seja, todos os cidadãos têm direito a um processo justo, regido por garantias mínimas para ambas as partes e como o emprego de instrumento técnico-processual adequado; Princípio do juiz natural: estabelece que o cidadão somente será julgado por pessoa devidamente investida nesta função judicante, afastando assim, julgamentos provenientes de outros Poderes que não detém esta competência ou mesmo, a existência de Tribunais de exceção; Princípio do promotor natural: estabelece que o cidadão somente seja processado por pessoa devidamente investida nesta função, de acordo com leis processuais previamente estabelecidas. Este princípio visa coibir a possibilidade de "escolha" de processos no qual determinado promotor ou procurador deverá atuar; Princípio do duplo grau de jurisdição: O duplo grau de jurisdição possibilita o reexame das decisões por um grau jurisdicional superior, diminuindo a possibilidade de erros; Princípio da proibição da prova ilícita: estabelece que em um processo são inadmissíveis as provas obtidas por meios ilícitos; Princípio do livre acesso à justiça: estabelece que a lei não pode afastar da apreciação do poder judiciário ameaça ou lesão de direito; Princípio da publicidade dos atos processuais: estabelece que os atos processuais devem ser públicos, somente podendo sofrer restrições quando a lei assim o determinar, para fins da defesa da intimidade das pessoas ou quando o interesse social exigir; Há princípios de ordem geral do direito processual que são aplicáveis ao Direito Processual do Trabalho tais como: Princípio da subsidiariedade: art. 769 da CLT, as regras do direito processual civil são aplicáveis de forma subsidiaria ao processo do trabalho, admitidas em casos omissos, e desde que haja compatibilidade. Princípio da instrumentalidade das formas ou da finalidade: estabelece que os atos serão considerados válidos mesmo que produzidos de forma equivocada. Neste caso, exige-se que a lei não estabeleça forma especifica para a produção deste ato e que o ato produzido alcance sua finalidade; Princípio da Inércia ou da demanda: estabelece o art. 2° do CPC que, “nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e nas formas legais.” No processo do trabalho há algumas exceções à este principio, como no caso dos arts. 39 e 856 da CLT. No tocante ao artigo 39, o juiz do trabalho poderá processar e julgar a reclamação encaminhada pela Superintendência Regional do Trabalho e emprego, nos casos em que por não ter a sua carteira de trabalho assinada, o empregado fizer reclamação perante a Superintendência, e o órgão constar que em sua defesa, o reclamado alega a inexistência do vinculo de emprego ou/ e que é impossível verificar esta condiçãopor meios administrativos. No art. 856, a CLT permite que o Presidente do Tribunal suscite dissídio coletivo na hipótese de paralisação do trabalho; Princípio do impulso oficial, inquisitivo ou inquisitório: Segundo o art. 262 do CPC, o Instituto Tributário de Ensino à Distância ___________________________________________________________________ 3 ___________________________________________________________________________ www.intra-ead.com.br processo inicia-se por iniciativa da parte, mas desenvolve-se por impulso oficial. Ou seja, após a interposição da Reclamatória trabalhista, o juiz assume a obrigação de prestar a tutela jurisdicional, podendo determinar a produção de atos para a consecução desta finalidade. No processo do trabalho este princípio encontra ampla aplicação tendo previsão no art. 765 da CLT; Princípio da boa fé e lealdade processual: estabelece que as partes devem apresentar uma conduta ética, moral e de respeito mútuo durante a demanda. Princípio celeridade: tal princípio é buscado em qualquer tipo de processo, o fato é que o empregado deve receber mais rapidamente as verbas que lhe são devidas, porque é de natureza alimentar, devendo, assim, haver simplificação de procedimento para que o processo seja o mais célere possível. A Justiça Trabalhista prevê, por exemplo, que se o juiz perceber que a reclamada utiliza recursos com fins exclusivamente protelatórios, poderá aplicar-lhe multa por tal ato. Princípio da Preclusão: este princípio consiste na perda de oportunidade (em linguagem popular) para se praticar um ato processual. A preclusão pode ser consumativa, aquele que decorre da prática de ato processual; a preclusão temporal, se caracteriza pela impossibilidade de praticar o ato processual após expirado o prazo processual; a preclusão lógica, caracteriza-se pela impossibilidade de praticar um ato processual por mostra-se contraditório com um outro ato já praticado; a preclusão ordinatória é a impossibilidade de praticar um ato processual antes da realização de ato que a legislação prevê como procedente; há ainda a preclusão máxima que consiste na impossibilidade de interposição de qualquer recurso após o transito em julgado; e por fim a preclusão pro judicato que consiste na impossibilidade de o juiz tomar conhecimento sobre questões já decididas, salvo nas hipóteses de embargos de declaração e ação rescisória. Princípio da estabilidade da lide: este informa o momento processual limite em que o autor poderá modificar a sua petição inicial, após a propositura da ação. No Processo civil existe dois momentos distintos, o primeiro é antes da citação momento em que o autor tem ampla liberdade de modificar a petição inicial; o segundo momento pode ser após a citação, porém limita-se a obter o consentimento do réu; após o despacho saneador não poderá o autor fazer tal modificação, conforme o art. 264, parágrafo único. Já no processo do Trabalho como tudo é mais célere, não havendo despacho saneador e a defesa é apresentada em audiência, ficou estabelecido que o último momento para o autor apresentar modificações na petição inicial é na própria audiência, antes da apresentação da defesa. Outros muitos princípios são próprios do processo do trabalho, tais como o: Princípio da proteção: esse princípio é de âmbito internacional, não vigora apenas no Brasil, mas também em outros países. As regras do Direito do Trabalho são interpretadas mais favoravelmente ao empregado, assegurando superioridade jurídica ao empregado devido sua inferioridade econômica. Sérgio Pinto Martins enfatiza que "não é a Justiça do trabalho que tem o cunho paternalista ao proteger o trabalhador, ou o Juiz que sempre pende para o lado do empregador, mas a lei que assim determina" O processo trabalhista permite que o mais fraco (empregado) goze de benefícios que não atingem o empregador, como por exemplo, a isenção do depósito recursal. Princípio da oralidade: o processo do trabalho é essencialmente um procedimento oral. Embora este princípio também faça parte do Direito Processual Comum, no Processo do Trabalho ele se acentua, com a primazia da palavra; concentração dos atos processuais em audiência; maior interatividade ente juiz e partes; irrecorribilidade das decisões interlocutórias e identidade física do juiz. Mesmo não havendo previsão expressa nem no Instituto Tributário de Ensino à Distância ___________________________________________________________________ 4 ___________________________________________________________________________ www.intra-ead.com.br CPC, nem na CLT, o referido princípio tem grande força no Processo do Trabalho. Princípio da concentração: tal principio estabelece que todos os atos (conciliação, defesa, provas, razões finais e sentença) pertinentes ao processo trabalhista concentram- se em uma única audiência. A CLT em seus artigos 849 e 852-C estabeleceu que a audiência é una. Atualmente, na prática, tal principio foi mitigado, sendo as audiências divididas, quando no processo ordinário, em inicial, instrução e julgamento. Princípio da simplicidade: não há como se negar que o Processo do Trabalho é mais simples e menos burocrático que o Processo Civil. Como bem adverte Júlio César Bebber: "Os formalis os e a burocracia são os piores vícios com capacidade absoluta de entravar o funcionamento do processo. Os tentáculos que deles emanam são capazes de abranger e de se instalar com efeitos nefastos, pelo que exige-se que a administração da justiça seja estruturada de modo a aproximar os serviços das populações de forma simples, a fim de assegurar a celeridade, a economia e a eficiência das decisões" Princípio da ultra (além) ou da extrapolação (fora do pedido): Autoriza que o juiz condene o reclamado a certos pedidos que não constam na petição inicial do reclamante. É exemplo de aplicação deste principio a cobrança de juros e correção monetária que serão computados ainda que o autor não formule pedido nesse sentido e, mais, mesmo que o juiz não os inclua na sentença estes serão incluídos nos cálculos de liquidação. Tal princípio é aplicado apenas em certos casos, o art. 467 da CLT permite o Juiz determinar o pagamento das verbas rescisórias incontroversas com acréscimo de 50%, caso não tenham sido pagas na primeira a audiência em que comparecer o réu, ainda que sem pedido do autor. Ainda nesse sentido, o art. 496 da CLT diz que o Juiz poderá determinar o pagamento de indenização ao empregado estável, não havendo possibilidade de retorno ao trabalho. Assevera Sergio Pinto Martins que não “estaria esse princípio” incluído na autorização que o juiz teria de julgar por equidade (art. 8º da CLT), permitindo a correção de erros manifestos e não concorda que deve ser aplicado em todos os casos, mas somente nos previstos em lei. Principio da finalidade social O art. 5º da LICC dispõe: “Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige, e às exigências do bem comum”. A justiça do trabalho é, primordialmente, uma justiça social. Na Justiça do trabalho permite-se que o juiz tenha uma atuação mais ativa, faça certas diligências para se chegar ao seu juízo de valor sempre buscando uma solução justa para a lide. O clássico exemplo deste princípio está no fato de que o juiz, ao condenar uma empresa a pagar as verbas rescisórias a um empregado, deverá verificar se a força desta decisão não irá afetar terceiros (aos demais trabalhadores), como acontece nos casos em que a empresa não está bem financeiramente e o impacto da decisão judicial pode levar à empresa a falência. Nesta situação o juiz trabalhista pode ter uma situação ativa, diferente do juizcível que está mais enrijecido na letra da lei, devendo apenas obedece-la, não se levando em conta os fatores sociais daquela decisão. Princípio da Busca da Verdade Real Este princípio decorre do princípio da primazia da realidade, aplicada ao direito material do trabalho. Para o âmbito jurídico existe duas espécies de verdade, a formal e a real, assim devemos antes, diferenciar a verdade real da verdade formal. A formal é aquela que está nos autos (no papel), podendo ou não encontrar correspondência com a realidade dos fatos. Já a verdade real é aquela que revela os fatos como eles realmente são. No processo penal, por tratar de bens jurídicos relevantes (vida, liberdade etc.), deve- se buscar sempre a verdade real, daí o Ministério Público diligenciar em busca de todas as provas possíveis para a condenação. Já no processo civil, os interesses são disponíveis, propõe a ação quem quer e cada um responde como quiser, apresenta as provas que melhor lhe convier, logo, o juiz contenta-se com a verdade formal, ou seja, aquilo que as partes Instituto Tributário de Ensino à Distância ___________________________________________________________________ 5 ___________________________________________________________________________ www.intra-ead.com.br trazem para ele no processo, podendo ou não ser verdade. No processo do trabalho busca-se a verdade real, como o fato aconteceu, pois assim como no direito penal àqueles direitos que estão sendo questionados pode ou não mudar a vida das partes. Encontramos tal principio de forma explicita no art. 765 da CLT que diz: “Os juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na direção do processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas.” Princípio da Conciliação: O princípio da conciliação, na justiça do trabalho, está previsto no art. 764, caput, da CLT: “Os dissídios individuais ou coletivos submetidos à apreciação da Justiça do Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação”. Segundo o art. 852-E da CLT, a conciliação poderá ocorrer em qualquer fase da audiência, prevê: “Aberta a sessão, o juiz esclarecerá às partes presentes sobre as vantagens da conciliação e usará os meios adequados de persuasão, para a solução conciliatória do litígio, em qualquer fase da audiência”. A conciliação é a busca pelo acordo podendo ser feita a qualquer momento pelas partes, porém a CLT obriga o juiz a propor a conciliação de forma expressa em dois momentos distintos, na abertura da audiência e no final da abertura de instrução. O art. 846 da CLT determina que: “aberta a audiência, o juiz ou presidente proporá a conciliação”, se não logra êxito neste momento poderá o juiz ainda, antes da sentença, após as razões finais, propor a conciliação conforme preceitua o art. 850, caput, da CLT, que diz: “Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não excedente de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente renovará a proposta de conciliação, e não se realizando esta, será proferida a decisão.” No procedimento sumaríssimo da justiça do trabalho, há uma observação importante a fazer quanto ao momento da conciliação. A não observância, pelo juiz, da proposta de conciliação acarretará nulidade dos atos posteriores praticados no processo, assim deve o magistrado por a termo a proposta de conciliação. Se as partes fizerem conciliação, esta é irrecorrível e tem força de coisa julgada, conforme determina o art. 831, parágrafo único, da CLT: “no caso de conciliação, o termo que for lavrado valerá como decisão irrecorrível, salvo para a previdência social quanto às contribuições que lhe forem devidas”. Princípio da informalidade: os atos processuais trabalhistas, em princípio, não dependem de forma rígida para a sua produção, podendo a defesa ser efetuados oralmente (art. 840 da CLT), bem como os recursos interpostos por meio de simples petição. 2. Da Solução dos conflitos Trabalhistas Quanto às partes podem ser classificados como: individuais, que discutem interesses concretos, decorrentes de normas já existentes, as partes são pessoas determinadas e individualizadas (reclamação trabalhista); e coletivas, que tratam de interesses abstratos, pertencentes a uma categoria, representadas por um sindicato. Em relação ao efeito da sentença, podem ser: declaratórios (existência ou inexistência de relação jurídica), constitutivos (criam, extinguem ou modificam) e condenatórios (obrigação de dar, fazer, ou de não fazer). Quanto às formas de solução Amauri Mascaro Nascimento classifica da seguinte forma: autodefesa onde as próprias partes procedem à defesa de seus interesses, ou seja, para a solução uma parte cede à imposição da outra; autocomposição no qual as partes chegam à solução sem a intervenção de um terceiro; e heterocomposição ocorre quando a solução é determinada por um terceiro, por exemplo: mediação, quando um terceiro é chamado pelas partes, para solucionar o conflito; arbitragem quando a solução é feita por um terceiro ou órgão estranho escolhido pelas partes e estranho à relação e a tutela ou jurisdição que Instituto Tributário de Ensino à Distância ___________________________________________________________________ 6 ___________________________________________________________________________ www.intra-ead.com.br soluciona os conflitos com a intervenção do Estado, gerando o processo judicial. 3. Da Organização da Justiça do Trabalho Segundo a Constituição Federal, a justiça do trabalho é composta por: TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO – TST TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO - TRT JUIZ DO TRABALHO Vejamos a letra da lei: “Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho: I - O Tribunal Superior do Trabalho; II - Os Tribunais Regionais do Trabalho III - Juízes do Trabalho.” Após a Emenda Constitucional de n° 24/1999, o inciso III deste artigo foi alterado, extinguindo a figura dos juízes classistas, que eram os representantes da categoria econômica e profissional; e extinguiu também as juntas de conciliação e julgamento. 3.1. O TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) Tem sede em Brasília, mas possui jurisdição em todo o país, atualmente é composto por 27 ministros, sendo um quinto de seus membros composto por advogados e membros do Ministério Público com mais de 10anos de efetiva atividade profissional e de efetivo exercício, respectivamente (QUINTO CONSTITUCIONAL). Os demais membros serão desembargadores dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura de carreira e indicados pelo próprio tribunal. Seus juízes serão nomeados pelo Presidente da República, após prévia aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, e são vitalícios desde a posse. Haverá Presidente, o Vice Presidente e o Corregedor do TST, o Presidente vota somente para desempatar, nas questões de inconstitucionalidade das leis ou de atos do poder público e em matéria administrativa. Funcionam junto ao TST, a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho e Conselho Superior da Justiça do Trabalho. O TST tem a função de uniformizar a jurisprudência trabalhista, julgando os recursos de revista, recursos ordinários e agravos de instrumento contra decisões de TRTs e dissídios coletivos de categorias organizadas em nível nacional, mandados de segurança, embargos opostos a suas decisões e ações rescisórias. 3.2. OS TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO Compõem-se no mínimo de sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiro com mais de 30 anose menos de 65 anos. Na composição dos membros do TRT também se respeita o quinto constitucional. Atualmente existem 24, sendo dois deles situados no Estado de São Paulo, um na Capital e outro em Campinas. Os juízes dos TRTs são nomeados pelo Presidente da República, como já dito acima, e seu número varia de acordo com o volume de processos de cada região, tal nomeação é feita após o oferecimento da lista tríplice feita pelos próprios TRTs. Os Tribunais Regionais serão compostos de no mínimo 07 juízes do trabalho, naqueles com número superior a 25 julgadores poderá ser construído um órgão especial, com o mínimo de 11 e o máximo de 25 membros. Nos tribunais com oito juízes há o Presidente do Tribunal e o Vice. Nos tribunais maiores há os Corregedores e os Vice- corregedores. Os TRT’S são órgãos competentes no julgamento de recursos ordinários contra as decisões das Varas, agravos de instrumento; ações originárias (dissídios coletivos de sindicatos patronais ou de trabalhadores, mandados de segurança, ações rescisórias de decisões do próprio TRT ou das Varas. Os Tribunais Regionais estão divididos nas seguintes regiões: 1ª Região: RJ, com sede no Rio de Janeiro; Instituto Tributário de Ensino à Distância ___________________________________________________________________ 7 ___________________________________________________________________________ www.intra-ead.com.br 2ª Região: SP, com sede em São Paulo; 3ª Região: MG, com sede em Belo Horizonte; 4ª Região: RS, com sede em Porto Alegre; 5ª Região: BA, com sede em Salvador; 6ª Região: PE, com sede em Recife; 7ª Região: CE, com sede em Fortaleza; 8ª Região: PA e AP com sede em Belém; 9ª Região: PR, com sede em Curitiba; 10ª Região: DF, com sede em Brasília abrangendo o estado de Tocantins; 11ª Região: AM e RR, com sede em Manaus; 12ª Região: AM e RR, com sede em Manaus; 12ª Região: SC, com sede em Florianópolis; 13ª Região: PB, com sede em João Pessoa; 14ª Região: RO e AC, com sede em Porto Velho; 15ª Região: SP, com sede em Campinas; 16ª Região: MA, com sede em São Luiz; 17ª Região: ES, com sede em Vitória 18ª Região: GO, com sede em Goiânia; 19ª Região: AL, com sede em Maceió; 20ª Região: SE, com sede em Aracaju; 21ª Região: RN, com sede em Natal; 22ª Região: PI, com sede em Teresina; 23ª Região: MT, com sede em Cuiabá; 24ª Região: MS, com sede em Campo Grande; 3.3. OS JUÍZES DO TRABALHO Ingressarão na carreira no cargo de Juiz do Trabalho Substituto, após aprovação em concurso público de provas e títulos, sendo designado pelo Presidente do TRT para auxiliar ou substituir nas Varas do Trabalho. Após dois anos de exercício, o Juiz do Trabalho Substituto torna-se vitalício. Com o passar do tempo, levando em conta os critérios de antiguidade e merecimento, alternadamente, o juiz será promovido a Juiz Titular da Vara do Trabalho, e posteriormente, levando em conta os mesmo critérios, a Juiz do Tribunal Regional do Trabalho, conforme dita o artigo 654 da CLT: "Art. 654 - O ingresso na magistratura do trabalho far-se-á para o cargo de juiz do trabalho substituto. As nomeações subsequentes por promoção alternadamente, por antiguidade e merecimento.” Os juízes do Trabalho devem ter perfeita conduta pública e privada, devendo residir dentro dos limites de sua jurisdição, não podendo se ausentar sem a devida licença do Presidente do Tribunal Regional, devendo dentro dos prazos estabelecidos despachar e praticar os atos decorrentes de suas funções, sujeitando-se para cada dia de retardamento um desconto correspondente a um dia de vencimento. Como Garantia Constitucional para exercer tal ofício de grande responsabilidade é assegurado aos magistrados a vitaliciedade (garantia do exercício, se aposentará por invalidez ou aos 70 anos de idade ou por interesse público, facultativamente poderá se aposentar depois de 30 anos de serviço e após 05 anos de efetivo exercício na magistratura); a inamovibilidade (não há possibilidade de sua remoção ou promoção sem seu consentimento, a não ser por motivo de interesse público reconhecido por 2/3 do Tribunal) e a irredutibilidade de vencimentos ( garantia de vencimentos dignos à sua função, não podem sofrer redução senão em casos expressos em lei). Ver artigo 95 da Constituição Federal de 1988. É proibido aos Magistrados a acumulação de cargos, participação nas custas processuais e atividade político partidária. Nas varas do Trabalho, a jurisdição é exercida por um juiz singular, juízo monocrático, conforme artigo 116 da CF/88: “Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um juiz singular. A Lei Ordinária Federal criará as varas da Justiça do Trabalho, sua constituição, investidura, jurisdição, competências, garantias e condições de exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho. Conforme artigo 113 da CF/88: "Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, competência, garantias e condições de exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho.” Obs.: A lei que determina tais critérios é a 6.947/81. Instituto Tributário de Ensino à Distância ___________________________________________________________________ 8 ___________________________________________________________________________ www.intra-ead.com.br Importante dizer que, nas Comarcas onde não houver juiz do trabalho, por força de lei, os juízes de Direito poderão ser investidos da jurisdição trabalhista. Das Sentenças proferidas por estes Magistrados, da justiça comum, caberá Recurso Ordinário para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho, conforme art. 112, CF/88 e art.668 da CLT. 3.4. Dos órgãos Auxiliares da Justiça do Trabalho Os serviços auxiliares da Justiça do Trabalho estão elencados no Capítulo VI da CLT, nos arts. 710 a 717, e a saber grande parte da doutrina os divide em quatro que são as secretarias, os distribuidores, os oficiais de justiça e a contadoria. São também denominados de órgãos auxiliares do juiz e servem para dar sustentação a todos os órgãos judiciais. Amauri Mascaro Nascimento conclui: “Para a execução dos seus trabalhos o juiz conta com o apoio de diversas funções exercidas por auxiliares, comuns a todos os órgãos judiciais que dividem a mesma competência, como os distribuidores, contador e serviço de dados econômicos, específicos, permanentes funcionários, como diretor de secretaria e o oficial de justiça, ou eventuais não funcionários, como por exemplo, os peritos.” O primeiro órgão auxiliar é a secretaria, na qual é competente para realizar notificações, autuações, atendimento aos advogados e, ainda, sob supervisão do juiz, nos termos do art. 162, § 2°, do CPC, os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória. Nos termos do art. 710 da CLT, as secretarias são dirigidas pelo Diretor de secretaria, que tem a função de dirigir a secretaria preparando os despachos para o juiz e cumprir as determinações deste. As secretarias são compostas ainda pelo Assistente de Diretor, que substitui o Diretor em sua ausência; um assistente de juiz, que auxilia o juiz diretamente; um secretario de audiências ou como é conhecido popularmente de datilógrafo (digitador) de audiências, a quem compete secretariar as audiências e digitar as atas; um assistente de cálculo a quem compete auxiliar o juiz na elaboração e conferência dos cálculos de liquidação; o oficial avaliador, a quem compete o cumprimento dos mandados e diligencias solicitadas pelo juiz e pelos demais funcionários da justiça do trabalho, analistas e técnicos. E existindo mais de uma vara na localidade, haverá ainda a figura do distribuidor, para que a distribuição dos processos seja equitativa.Os distribuidores podem fornecer recibos ou certidões da distribuição. Nos tribunais também há distribuidor, visando distribuir o mesmo número de processos para cada um dos juízes. Difere da Justiça comum, pois esta é por sorteio. Nos Tribunais Regionais também terão secretarias, dirigidas por um secretário. (art. 718 da CLT) O secretário, exercerá a mesma função que exerce o diretor da secretaria da Vara, além de mandar os processos à conclusão do juiz presidente e da organização e manutenção de um fichário de jurisprudência do tribunal para consulta dos interessados. 3.5. Do Ministério Público do Trabalho O MPT é tido como órgão fiscalizador da lei, e conforme o art. 129 da Constituição Federal tem a incumbência de defender a ordem pública, o regime democrático e os interesses indisponíveis da sociedade e dos indivíduos. É um dos ramos do Ministério Público da União e tem como “chefe” o Procurador Geral da Justiça do Trabalho. O Procurador Geral do Trabalho é nomeado pelo Procurador Geral da República entre os integrantes da Procuradoria com mais de 35 anos de idade e cinco anos de carreira. Tal órgão atua perante o TST, através do Procurador Geral e dos subprocuradores-gerais. Junto aos Tribunais Regionais funcionam as procuradorias Regionais do Trabalho, compostas por procuradores regionais, nomeados por concurso público de provas e títulos. E assim como as Varas do Trabalho, todas as Instituto Tributário de Ensino à Distância ___________________________________________________________________ 9 ___________________________________________________________________________ www.intra-ead.com.br Procuradorias contam com os serviços de uma Secretaria. 4. Da Competência da Justiça do Trabalho 4.1. Conceito Ensina Sérgio Pinto Martins, "a competência é uma parcela da jurisdição, dada a cada juiz. E a parte da jurisdição atribuída a cada juiz, ou seja, a área geográfica e o setor do Direito em que vai atuar, podendo emitir suas decisões. Consiste a competência na delimitação do poder jurisdicional. É, portanto, o limite da jurisdição, a medida da jurisdição, a quantidade da jurisdição". A competência da Justiça do Trabalho está contida no art.114 da CF/88, lembrando que naqueles incisos em que a Constituição fizer menção as “juntas de conciliação e julgamento”, devemos substituir por “varas”. 4.2. Competência em razão da matéria e em razão da pessoa A competência estabelecida no artigo 114 da CF dita, a um só tempo, tanto a competência em razão da matéria (litígios referentes à relação de emprego ou decorrentes da relação de trabalho) quanto a competência em razão da pessoa. Assim, passou a grande maioria dos doutrinadores a descrever sobre tal assunto num mesmo tópico, e assim o faremos. A competência em razão das pessoas é fixada em virtude da qualidade da parte que figura na relação jurídica processual, pólo passivo e pólo ativo. Entende-se que a determinação da competência material da Justiça do Trabalho é fixada em decorrência da causa de pedir e do pedido. Com isso, deduz-se que, se o autor da demanda aduz que a relação da matéria é regida pela CLT, formula pedidos de natureza trabalhista, o único órgão do Poder Judiciário pátrio que terá competência para julgar e processar tal demanda será a Justiça do trabalho. A incompetência em razão da matéria é de natureza absoluta, e consequentemente deve ser declarada de oficio pelo juiz, independentemente se há provocação pelas partes ou não. Com a Reforma do Judiciário, através da Emenda Constitucional n°45, a Justiça do Trabalho passou a ser competente para processar e julgar as ações decorrentes da relação de trabalho e não mais da relação de emprego somente. Ressalte-se que a relação de trabalho é mais abrangente, por se tratar de gênero, que comporta várias espécies, entre elas, a relação de emprego, que se refere aos conflitos existentes entre empregado e empregador. Para haver a relação de emprego faz-se necessário que o trabalho seja realizado por pessoa física, bem como que a prestação do serviço seja desenvolvida com pessoalidade (sempre o mesmo trabalhador), não- eventualidade (continuidade da prestação do serviço), onerosidade (deve haver uma contraprestação) e subordinação (estar submetido a ordens). Já a relação de trabalho rege-se pelas leis especiais ou residualmente pelas disposições do Código Civil, conforme pontua o seu art.593: “A prestação de serviços que não estiver sujeita a leis trabalhistas ou a lei especial, reger-se-á pelas disposições deste Capitulo”. Após a EC n° 45/2004, o Supremo Tribunal Federal passou a entender através da ADI n° 3395 que, é proibido a Justiça do Trabalho apreciar as causas instauradas entre o Poder Público e os Servidores a ele vinculados por típica relação baseada no regime estatutário ou jurídico administrativo. Assim, só é possível ajuizar Reclamação Trabalhista contra a Administração Pública, direta ou indireta, na Justiça do Trabalho quando os servidores estiverem a ela vinculados por relação CELETISTA. 4.3. Competência em razão do lugar A competência em razão do lugar será determinada pela localidade onde o empregado Instituto Tributário de Ensino à Distância ___________________________________________________________________ 10 ___________________________________________________________________________ www.intra-ead.com.br prestar os seus serviços ao empregador, ainda que, tenha sido contratado em outro local. O art. 651 dispõe a regra geral, no qual dita como competência das VARAS a localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado em outro local ou no estrangeiro. Porém como toda regra cabe uma exceção, o art. 651 da CLT não será aplicado quando o empregador realizar atividade itinerante, que neste caso o empregado pode optar entre o local da celebração do contrato e o da prestação dos serviços. Quando o empregado o empregado for agente ou viajante comercial, a competência será o da localidade onde se situar a agência ou filial à qual esteja subordinada ou será do local do domicilio do empregado ou localidade mais próxima. 4.4. Competência Funcional Relaciona com o poder-dever do juiz na direção do processo, ou seja, a função desempenhada na Justiça do Trabalho. Trata de competência das atribuições de cada órgão dentro da Justiça do Trabalho: da competência do TST, da competência dos TRT’S e das varas do trabalho. 4.5. Incompetência da Justiça do trabalho A Justiça do Trabalho não é competente: a) Para ação de sindicato contra empresa pretendendo desconto compulsório de contribuição sindical, assistencial ou confederativa; b) Para disputa entre sindicatos e Estado em caso de intervenção, violação de direito de greve, desvio de imposto sindical; c) Questões relativas ao PIS (discutível) e à Previdência Social; d) Para determinar reintegração de empregado demitido do serviço público com base em atos institucionais; e) Para causas em que a União intervenha como assistente, se demonstrar interesse jurídico; f) Para causas em que seja parte o funcionário público estatutário municipal, estadual ou federal; g) Para ações sobre incorporação do adicional por tempo de serviço aos proventos de aposentadoria da FEPASA (decisão do STF); h) Para relação de trabalho autônomo; i) Para ações relativas a acidente de trabalho. 4.6. Conflitos de Competência Dão-se quando dois ou mais juízes se derem por competentes ou incompetentes, de acordo com o art. 805 da CLT o conflito pode ser suscitado pelo juiz, partes ou peloMP e podem ocorrer entre: Duas Varas do trabalho pertencente a mesma região, na qual será competente para julgar o próprio TRT; Duas Varas pertencentes a regiões diferentes, sendo competente o julgamento pelo TST; Tribunais Regionais do Trabalho, neste caso o conflito será julgado pelo TST; Conflito entre varas de trabalho e Juízes de Direito ou Federais, a competência para julgar o conflito nestes casos será do TRT; Varas e Juízes de Direito investidos de jurisdição trabalhista, terá competência para julgar o TRT; Conflito entre o TST e Juízes de direito ou Juízes Federais, sendo o TST competente para julgar o conflito. 5. Atos, Termos e Prazos Processuais Os atos processuais são acontecimentos voluntários que ocorrem no processo. Segundo o artigo 93, inciso IX da CF/88, são em regra, públicos. Os atos processuais podem ser praticados pelo juiz, pelas partes e/ou pelo auxiliares da justiça. Instituto Tributário de Ensino à Distância ___________________________________________________________________ 11 ___________________________________________________________________________ www.intra-ead.com.br A CLT trata dos atos, termos e prazos, processuais nos artigos 770 a 782. Os atos trabalhistas devem ser realizados em dias úteis, das 6 às 20h. Porém a penhora PODE ser realizada em domingos e feriados mediante expressa autorização do juiz, observando apenas ao que preceitua o art. 5, IX da CF/88, quando diz que a casa é asilo inviolável do morador. Os atos processuais devem ser registrados, assim surge o termo, que nada mais é que a redução escrita de um ato processual. Frise-se que mesmo aqueles atos processuais que podem ser praticados de forma oral, devem ser reduzidos a termo. E quanto aos prazos, vamos pensar o seguinte: tudo na vida tem começo e fim! Assim há o momento do inicio do prazo e o momento do inicio da contagem do prazo. O inicio do prazo coincide com o dia da notificação ou da intimação. Notificação (abrange citação e a intimação): poderá ser feita pelos correios (mais usual) ver súmula 16 do TST, pessoalmente pelo oficial de justiça, publicação do edital no diário oficial ou no órgão que publicar o expediente da Justiça do Trabalho, por afixação do edital na Vara do trabalho, Juízo do Trabalho ou Tribunal do Trabalho. A lei 9.800/99 permite a transmissão de dados e imagens por fax, todavia, os originais deverão ser protocolados até cinco dias do prazo para a prática do referido ato ou do envio do fax. A Resolução Normativa 132/2005 editou a instrução normativa 28/2005, que permite a prática dos atos processuais por e-mail. Criando assim o e-doc, que disponibiliza nas páginas da internet do TST e dos TRTs o envio de documentos via eletrônica. Já o momento do inicio da contagem do prazo ocorre no primeiro dia útil subsequente ao dia no inicio do prazo. Os prazos nos processos trabalhistas são contados de acordo com os artigos 774 e 775 da CLT, podendo aplicar subsidiariamente o art. 177ss dos CPC. Os prazos são contados a partir do conhecimento do notificado, excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento, salvo se este cair em domingo, feriado ou em dia em que não houver expediente na justiça. Há ainda no direito processual do trabalho súmulas que se destacam quando se referem a contagem dos prazos processuais, são: Súmula 1 do Tribunal Superior do Trabalho. “Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial será contado da segunda-feira imediata, inclusive, salvo se não houver expediente, caso em que fluirá do dia útil que se seguir.” Súmula 262 do Tribunal Superior do Trabalho. I. Intimada ou notificada a parte no sábado, o início do prazo se dará no primeiro dia útil imediato e a contagem, no subsequente. (ex-Súmula nº 262 - Res. 10/1986, DJ 31.10.1986). II. O recesso forense e as férias coletivas dos Ministros do Tribunal Superior do Trabalho (art. 177, § 1º, do RITST) suspendem os prazos recursais. (ex-OJ nº 209 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000)” Obs.: O Recesso forense se dá no período de 20 de dezembro a 06 de janeiro. E quando se fala em suspender os prazos, significa dizer que, paralisa-se a contagem e quando inexistir a causa suspensiva do prazo, volta o prazo a fluir pelo que lhe resta. Quando se diz interrompido, diz-se que paralisa-se a contagem e quando cessar a causa da interrupção, o prazo reinicia. Devemos observar ainda a Orientação Jurisprudencial de n° 310, SDI, TST. “A regra contida no art. 191 do CPC é inaplicável ao processo do trabalho, em decorrência da sua incompatibilidade com o princípio da celeridade inerente ao processo trabalhista.” Instituto Tributário de Ensino à Distância ___________________________________________________________________ 12 ___________________________________________________________________________ www.intra-ead.com.br A regra contida no art. 191 do CPC versa sobre litisconsortes com procuradores diferentes, que pelo CPC estes terão prazo em dobro, como tal dispositivo não tem aplicabilidade no Processo do Trabalho, então quando houver Litisconsórcio com procuradores diferentes NÃO haverá prazo em dobro no Processo. Ainda no que se diz respeita a prazos, a regra 188 do CPC se aplica por completo ao Processo do Trabalho, assim a Fazenda Pública e o Ministério Público do Trabalho têm prazo em dobro para recorrer e em quadruplo para contestar. Por fim, sobre prazos devemos ter em mente que, segundo o art. 185 do CPC, não havendo previsão legal ou fixação pelo juiz de prazo para a pratico de determinado ato processual, este será de 05(cinco) dias. 6. Da Ação Trabalhista A expressão usada pela Justiça do Trabalho para definir uma reclamação trabalhista ou ação trabalhista é dissídio. Os dissídios (ações) trabalhistas são classificados conforme o número de autores: Individuais, quando há somente um autor no pólo ativo; Plúrimas, quando há vários autores no pólo ativo da ação; Coletivo, quando será beneficiado um número determinado de pessoas. Quanto à providência jurisdicional, as ações podem ser: De conhecimento, será apenas assegurado se o direito é ou não devido, sem exigência de cumprimento do que foi prolatado; Executórias, será executado aquilo que já foi averiguado na fase de conhecimento, pretende-se que seja cumprida a obrigação imposta. Na Justiça do Trabalho serão executadas as sentenças transitadas em julgado, os acordos não cumpridos, os termos de ajuste de conduta, a conciliação prévia, os créditos previdenciários de sentença; Cautelares, que visa uma concessão antecipada, e em ação principal será discutido o mérito da questão. As cautelares a serem utilizadas na Justiça do trabalho são as mesmas previstas no CPC, principalmente arresto, protestos, justificações, sequestro, exibição e produção antecipada de prova etc. Mandamentais, visa cumprimento de ordem pela autoridade. 7. Partes e Procuradores São partes, as pessoas, ou seus representantes, que ocupam o pólo ativo ou o passivo nas relações jurídicas, são pessoas que tem uma controvérsia e pretendem que a Justiça Trabalhista a resolva. As partes deverão ser maiores de 18 anos, e se menores, serão assistidos pelos pais ou pela procuradoria do trabalho; No processo trabalhista, chama-se o autor de reclamante e o réu de reclamado, conforme o art. 651 da CLT, mostrando assim autonomia em relação ao processo civil. Adquire-se qualidade de parte, ou seja, de sujeito interessado no resultado da demandaatravés da (o): Propositura da ação: o autor (reclamante) ou o litisconsórcio ativo ou através de substituição processual pelos sindicatos profissionais. Pela citação: o réu, ou o litisconsórcio passivo. Pela intervenção de terceiros no processo; Pela sucessão da parte originária: em caso de morte (habilita-se o sucessor), sucessão de empresa (no caso de pessoa jurídica) e no caso de desconsideração da pessoa jurídica( onde passa os sócios, pessoas físicas, a ser a parte passiva). Instituto Tributário de Ensino à Distância ___________________________________________________________________ 13 ___________________________________________________________________________ www.intra-ead.com.br A legitimação processual é a capacidade de estar em juízo, capacidade de ser parte; o que difere de capacidade civil, que é a capacidade de adquirir direitos e obrigações. Na representação atribui-se a outrem a qualidade para agir em nome de alguém, substituindo, é um terceiro, o trabalhador menor será representado em juízo. Há dois tipos de representação, a legal que decorre de lei (art. 12, I e II do CPC) e a representação convencional (art. 12, VI, 1° parte do CPC), que é a faculdade de a parte se fazer representarem juízo, podendo ser preposto. Preposta é a pessoa nomeada pelo empregador para representa-lo em audiência. Ele dever obrigatoriamente, ter conhecimento dos fatos, uma vez que o preposto deverá responder às perguntas do juiz e que se não este não souber dos fatos, será aplicado à confissão ficta. (art. 843, §1° da CLT) Sobre representação devemos saber que a Justiça do Trabalho faculta as partes (empregadores e empregados apenas) o direito de serem representados. Surge então a partir desta faculdade o “Ius postulandi”, o DIREITO DADO A PARTE DE POSTULAR PESSOALMENTE EM JUÍZO, sem necessidade de representação por advogado. Na justiça do Trabalho, diferente do que ocorre no processo comum, regido pelo Código de Processo Civil, a capacidade postulatória é facultada diretamente aos empregados e aos empregadores, conforme previsão do art. 791 da CLT. É importante frisar que, o art. 791 da CLT trata apenas de empregados e empregadores, portanto, para novas ações acrescidas à competência da Justiça do Trabalho pela EC n° 45/2004, a representação das partes por advogado será obrigatória. Caso a parte opte por ser representado por um advogado, deverá existir nos autos uma procuração outorgando este poder ao profissional do Direito. Sem o devido instrumento de mandato, não poderá ingressar em juízo, conforme o art. 37 do CPC. Porém há hipóteses em que se é justificável intentar ação sem o mandato, como por exemplo, a fim de evitar a decadência ou a prescrição, bem como de intervir no processo para praticar atos considerados urgentes, ocasião em que fica o advogado obrigado a exibir instrumento de mandato dentro de 15 dias. A assistência ocorre quando há deficiência de vontade do assistido, não há substituição. O assistente não é a parte no processo, mas um terceiro que auxilia a parte. Segundo o art. 14 da Lei n°5.584/70, sempre em que se estiver discutindo questões relativas ao contrato de trabalho a assistência judiciaria será exercida pelo sindicato, e os honorários pagos pela parte vencida reverterão em favor do sindicato assistente. A assistência judiciaria gratuita abrange o beneficio da justiça gratuita. No Processo do Trabalho assistência judiciaria gratuita é regida também pela Lei 5584/70, onde em seu art. 18 diz que o empregado não precisa estar associado para ter direito a assistência gratuita. A justiça gratuita está prevista no artigo 790, § 3° da CLT que faculta aos juízes de qualquer instância conceder este beneficio, àqueles que perceberem salário igual ou inferior ao dobro do mínimo legal, ou declararem, sob as penas da lei, que não estão em condições de pagar as custas do processo, sem prejuízo do seu próprio sustento ou de sua família. 8. Petição inicial Poderá ser escrita ou verbal, sendo verbal será reduzida a termo. A petição escrita deverá conter os requisitos do art. 840 da CLT, vejamos: “Art. 840. A reclamação poderá ser escrita ou verbal. § 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante”. Instituto Tributário de Ensino à Distância ___________________________________________________________________ 14 ___________________________________________________________________________ www.intra-ead.com.br Obs.: A EC n° 24/99 substituiu as Juntas de Conciliação e Julgamento por Varas do Trabalho (juiz singular) e extinguiu a representação classista na Justiça do Trabalho. Art. 786 . “A reclamação será distribuída antes da sua redução a termo. Parágrafo único - Distribuída a reclamação verbal, o reclamante deverá, salvo motivo de força maior, apresentar-se no prazo de 5 (cinco) dias, ao cartório ou à secretaria, para reduzi-Ia a termo, sob a pena estabelecida no art. 731" A petição inicial é a peça mais importante da ação, deverá ser feita com cuidado em duas vias, deve obedecer a uma lógica cronológica dos fatos e fundamentos, para que se chegue a uma conclusão. Deverá ser feito o pedido com os cálculos dos valores pretendidos. Mesmo não existindo na CLT previsão quanto ao valor da causa, será necessário indicá-lo, seguindo as determinações do CPC. Não será necessário declinar as provas que serão produzidas, pois deverá ser apresentadas na audiência, na forma do art. 845 da CLT. É prescindível que se peça a citação da outra parte na inicial, conforme o inciso VII do CPC, pois a citação é automática, a Vara deverá enviá-la em 48 horas, independente do despacho do Juiz. Inépcia da inicial A petição inicial será considerada inepta quando houver alguma das hipóteses contidas no art. 295 e 296 do (PC: faltar o pedido ou a causa de pedir, narração dos sem lógica a concluir, o pedido for juridicamente impossível e contiver pedidos incompatíveis entre, não haver pedido, pedido não ser certo ou determinado. Litispendência Repetição de ação, contendo mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo objeto, impedindo assim que ações idênticas sejam julgadas em Varas diferentes, o pedido de existência da litispendência pede que uma delas seja extinta. A litispendência pode ser parcial, quando pertinente apenas a um ou alguns pedidos. Coisa julgada Quando a ação ingressada já foi julgada por sentença da qual não caiba mais nenhum recurso, neste caso o processo será extinto sem julgamento do mérito. Art. 836 da CL T: "É vedado aos órgãos da Justiça do Trabalho conhecer de questões já decididas, excetuados os casos expressamente previstos neste Título e a ação rescisória, que será admitida na forma do disposto no Capítulo IV do Título IX da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil, sujeita ao depósito prévio de 20% (vinte por cento) do valor da causa, salvo prova de miserabilidade jurídica do autor." Conexão e continência Conexão: quando uma ação tem um mesmo objeto ou a mesma causa de pedir outra; Continência: ocorrerá quando entre duas ou mais ações haja identidade de partes e de causa de pedir, e o objeto de uma abrange as demais; Nestes casos não haverá extinção e sem a prevenção do juízo que conheceu um dos casos em primeiro lugar, sendo assim remetidos para este as demais ações. Havendo alguns destes casos, o juiz, de ofício ou a requerimentode qualquer das partes, ordenará a reunião de todas as ações que foram propostas, salvo se ainda não houver sido instruído aguardando sentença. Carência da ação Haverá carência da ação quando inexiste possibilidade jurídica do pedido, legitimidade de parte e falta de interesse processual. A decisão que examinar estas questões será de mérito, não sendo o autor carecedor da ação. Incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização. Nestes casos o Juiz dará Instituto Tributário de Ensino à Distância ___________________________________________________________________ 15 ___________________________________________________________________________ www.intra-ead.com.br um prazo para regularização do processo sob pena de extinção sem julgamento de mérito. Incapacidade de parte: menor de 18 anos sem representante legal, ou na sua falta, pela procuradoria; Defeito de representação: sem procuração nos autos ou sem o contato social da empresa. Falta de autorização: outorga do cônjuge para ajuizamento da ação, ou preposto sem a carta de preposição; 9. Das Nulidades processuais As nulidades processuais são norteados por alguns princípios a fim de que não se comprometa os princípios da economicidade e da celeridade: Principio do prejuízo (art. 794 da CLT) – sem a demonstração de manifesto prejuízo às partes, o ato processual não será declarado nulo. Principio da convalidação ou preclusão (art.795 da CLT) – As nulidades no processo devem ser suscitadas na primeira oportunidade pelas partes, seja nos autos ou na audiência. Se o ato for praticado em desacordo com a lei e a outra parte não se manifestar no momento oportuno, o ato se torna válido, ou seja, convalida-se o ato. Principio da declaração dos atos nulos (art. 797 da CLT) – visa a economia processual, aqui o juiz diz de forma expressa a partir de qual ato os demais serão nulos. Principio da instrumentalidade das formas ou finalidade (arts. 154 e 244 do CPC) – diz que, mesmo o ato feito de forma contraria a lei, mas atingindo seus objetivos, não será declarado nulo. 10. Procedimentos O que divide o procedimento é o valor da causa. E segundo o TST, súmula 353, para fixação do procedimento, é constitucional o uso do salário mínimo. O procedimento comum que se subdivide em: Sumário ou Rito de alçada: processos com valor da causa até 02 salários mínimos (Lei 5584/70); Sumaríssimo: acima de 02 e abaixo de 40 salários mínimos (art. 852 – A e ss da CLT) Procedimento ordinário: mais de 40 salários mínimos. Ordinário - é o procedimento mais utilizado na Justiça do Trabalho. Todos os dispositivos da CLT que não se referirem aos procedimentos sumário ou sumaríssimo, este dispositivo esta a falar do procedimento ordinário. Na prática, as audiências nesse procedimento são de conciliação, assim, devem comparecer as partes ou seus representantes e seus advogados, aberta a audiência, o juiz propõe a conciliação (art. 846 CLT) e havendo acordo, este será lavrado em termo e assinado pelas partes, não havendo acordo, o réu terá vinte minutos para apresentar a sua defesa, o autor, terá dez minutos para impugná-la e ficam intimadas para a audiência de instrução; de instrução, que também devem comparecer a partes sob pena de confissão quanto à matéria de fato, será prestados os depoimentos, ouvidas as testemunhas e poderá ser solicitada produção de provas que suspenderá o processo até a conclusão do trabalho do perito, ao término da instrução poderão ser feitas as razões finais por 10 minutos cada uma das partes, em seguida o juiz propõe conciliação e não havendo acordo será marcada a audiência de julgamento; de julgamento, na prática a audiência não acontece, sendo propriamente um prazo que o juiz tem para a publicação da sentença, da data da publicação da sentença que começa a contar. A audiência no processo do trabalho ordinário é contínua. A ideia do legislador era de que a audiência fosse uma, porém na prática, costuma ser dividida. Sumário - são raras no processo trabalhista, não está previsto na CLT, encontra-se na lei 5584/70. Este tipo de procedimento tem por finalidade Instituto Tributário de Ensino à Distância ___________________________________________________________________ 16 ___________________________________________________________________________ www.intra-ead.com.br garantir maior celeridade aos processos trabalhistas cujo valor da causa não ultrapasse dois salários mínimos. Possui características relevantes: se for sobre matéria constitucional não caberá recurso das sentenças proferidas; será dispensável o resumo dos depoimentos, devendo constar na ata a conclusão do juiz quanto a matéria de fato. Alguns doutrinadores defendem que a lei 9957/00, que instituiu o procedimento sumaríssimo, revogou o procedimento sumario, previsto pela lei 5584/70. Sumaríssimo: Lei 9.957/00, que acrescentou o art. 852-A na CLT, e não revogou o procedimento sumário, adverte Carlos Henrique Bezerra leite, que veio para tornar o processo do trabalho mais rápido e ao mesmo tempo mais seguro em virtude dos novos critérios adotados que são mais objetivos. Este procedimento excluiu-se as pessoas de direito público em geral, da administração direta, autárquica ou fundacional (art. 852-A da CLT). Sua apreciação pelo juiz deverá ocorrer com no máximo quinze dias, deverá ser instruído e julgamento em audiência única, salvo no caso do § 1º do art. 852-H da CLT, só cabem nas ações trabalhistas individuais (simples ou plúrimas) de valor maior que dois salários mínimo e menor que quarenta salários mínimos nas causas acima deste valor (40 salários mínimos) o procedimento será ordinário. De acordo com o art. 852-B, o pedido nestas ações deverá ser certo, determinado e líquido, não será feita citação por edital, assim deverá o autor indicar corretamente o endereço do reclamado. Este procedimento não se aplica aos dissídios coletivos. A audiência é una. A causa deve ser apreciada no prazo máximo de 15 dias, entretanto, se for interrompida a audiência, o seu prosseguimento e a solução do litigio poderão demorar um mais 30 dias, no máximo. As provas deverão ser apresentadas na audiência, ainda que não requeridas previamente. O numero máximo de testemunhas é de duas pessoas, devendo estas comparecerem em audiência independentemente de intimação ou notificação. É possível ainda, produzir prova pericial no procedimento sumaríssimo, quando depender dela a prova do fato ou por imposição de lei. E na própria audiência o juiz designará o perito, o objeto e o prazo. Após apresentação do laudo pelo perito, as partes terão um prazo comum de 05(cinco) dias para se manifestarem. 11. Respostas do Réu O art. 297 do CPC dispõe que o réu, após sua citação, poderá oferecer contestação, exceção e reconvenção. As duas primeiras modalidades de resposta são verdadeiramente respostas do réu contra as arguições do autor; já a reconvenção é uma ação própria, e não defesa. O art. 847 da CLT garante ao reclamado 20 minutos para apresentar sua defesa. Contestação A CLT não define contestação e emprega genericamente o vocábulo "defesa", sendo compatível a aplicação subsidiária do art. 300 do CPC. A contestação contra o processo está prevista no artigo 301 do CPC, que no entendimento do Carlos Henrique Bezerra Leite é aplicável com algumas adaptações ao processo trabalhista, assim, o réu, antes de discutir o mérito, alegar todos os incisos do artigo 301 do CPC, salvo o inciso IV a perempção e o XI a falta de caução. O réu pode também se opor ao pedido formulado pelo autor, neste caso a contestação poderáser direta ou indireta: indireta, o réu reconhece o fato constitutivo do direito do autor, mas, opõe outro fato impeditivo, modificativo ou extintivo do pedido formulado na petição inicial; direta, é quando o réu ataca o fato constitutivo do direito alegado pelo autor seja pela negativa de sua existência, seja pela negativa de seus efeitos jurídicos. Instituto Tributário de Ensino à Distância ___________________________________________________________________ 17 ___________________________________________________________________________ www.intra-ead.com.br Exceções As exceções são defesas dirigidas contra o processo e não contra o mérito do processo. O pedido não é improcedente! Este tipo de defesa deseja trancar o curso do processo, provocando sua extinção sem resolução do mérito. O art. 304 da CLT estabelece que podem ser arguidas por exceção: a suspeição, o impedimento e a incompetência relativa. A exceção de suspeição envolve a parcialidade do juiz. Atualmente utiliza-se a expressão exceção de suspeição e impedimento, pois as mesmas razões que justificam a exceção de suspeição justificam também a de impedimento. Por esse motivo onde a CLT diz apenas suspeição, deve ser lido também impedimento. As hipóteses de suspeição e impedimento estão previstas no art. 801 da CLT e nos arts. 134 a 138 do CPC. As exceções de suspeição e impedimento devem ser apresentadas em audiência, salvo se o motivo que as originou for posterior a audiência; caso em que a nulidade deve ser arguida na primeira oportunidade que a parte tiver de falar em audiência ou nos autos, sob pena de preclusão. Estas exceções suspendem o feito e serão processadas nos mesmos autos, de reclamatória trabalhista. Apresentada a exceção de suspeição e impedimento, o juiz ou Tribunal deverá designar audiência de instrução e julgamento dentro de 48 horas. (art. 802 da CLT) Nas exceções de suspeição e impedimento, os sujeitos passivos são os juízes, promotores, peritos judiciais, intérpretes e os próprios serventuários da justiça. Quando a suspeição e o impedimento forem contra o juiz, haverá a suspensão do processo. Contra os demais sujeitos passivos da suspeição e impedimento, não haverá suspensão do processo. A decisão que julga a exceção de suspeição ou impedimento é uma decisão interlocutória, assim, dela não caberá recurso de imediato, mas as partes poderão mencioná-las novamente no momento em que couber recurso da decisão final. Quanto à exceção de incompetência, esta pode ser absoluta (em razão da pessoa, da matéria ou da função) ou relativa (em razão do lugar ou do valor da causa). A absoluta pode ser declarada de oficio ou a requerimento das partes, a qualquer momento, e são improrrogáveis. Já a relativa é prorrogável e pode ser requerida apenas pelas partes, na primeira oportunidade em que tiverem de falar no processo. Apresentada exceção de incompetência, será aberta vista ao excepto para manifestação em 24 horas. O réu pode oferecer mais de uma exceção ao mesmo tempo. Reconvenção A reconvenção é uma ação do réu contra o autor dentro do mesmo processo em que está sendo demandado. A CLT é omissa quanto à reconvenção. Disposta no artigo 315 do CPC, a doutrina majoritária admite que a reconvenção é perfeitamente compatível com o processo trabalhista, desde que sejam observadas algumas peculiaridades. Deverá ser feita na audiência de conciliação, durante vinte minutos, não sendo obrigatório, mas recomenda-se que sua apresentação seja em peça distinta da contestação. Segundo Nelson Nery Júnior seus pressupostos são: que o juiz da causa principal não seja absolutamente incompetente para julgar a reconvenção; deve haver compatibilidade entre os ritos procedimentais da ação principal e da ação reconvencional; haver processo pendente e haver conexão. Inexistência ou nulidade de citação. A citação é denominada notificação no processo do trabalho, sempre será feita via correios. Deverá sempre haver um prazo de cinco dias entre o recebimento da notificação e a audiência, para entes de direito público este prazo é de 20 dias. Instituto Tributário de Ensino à Distância ___________________________________________________________________ 18 ___________________________________________________________________________ www.intra-ead.com.br 12. Das Provas O objeto da prova é demonstrar em juízo a existência ou não de um fato que está sendo alegado. As provas visam o livre convencimento do juiz. E válido também no processo trabalhista, o princípio da livre convicção do juiz, ou da persuasão racional da prova ou livre convicção motivada, sendo o Juiz livre para apreciar a prova, porém deverá indicar na sentença quais foram os motivos que lhe levaram a chegar a sentença. Conforme o art. 451 do CPC, ao iniciar a instrução processual, o Juiz, ouvidas as partes, deverá fixar os pontos controvertidos, sobre os quais serão feitas as provas em juízo. Todos os meios legais, de acordo com o art. 332 do CPC, são hábeis para provar a verdade dos fatos em que se funda a ação ou a defesa: depoimento pessoal, documentos, testemunhas, perícia, inspeção judicial e usos e costumes. O artigo 818 da CLT reza que o ônus de provar as alegações incumbe a parte que as fizer. Dos meios de provas disponíveis na Justiça do Trabalho, temos: Depoimento pessoal e interrogatório das partes; Prova testemunhal; Prova documental; Prova pericial; Inspeção judicial No Depoimento pessoal e interrogatório das partes o juiz da causa é quem preside o interrogatório. O primeiro a ser interrogado é o autor, sem a presença da reclamada. Cada parte do processo pode elaborar quesitos que serão questionados pelo juiz a outra parte, desde que ele entenda que as perguntas são pertinentes. A prova testemunhal é a mais utilizada no Processo do Trabalho. É o depoimento de pessoas que tenham conhecimento da causa. No processo ordinário pode-se ter até 03 testemunhas, exceto quando se tratar de inquérito de falta grave, que é a até 06 testemunhas. No procedimento sumaríssimo deve haver no máximo 02 testemunhas por parte. A prova documental deve ser apresentada junto com a petição inicial ou com a contestação. Estará precluso se não o fizer no momento adequado. Outras provas documentais podem ser juntadas ao processo, desde que as partes não tenham tido acesso a elas no momento da apresentação. A prova pericial é realizada quando houver necessidade de se elucidar um fato por uma pessoa de capacidade técnica, especializada, surgem então a figura do perito, que pode ser um medico, contador. A inspeção judicial é uma faculdade dada ao juiz. Pode o magistrado, pessoalmente, dirigir-se ao local para ver o fato contravertido. Pode mercar data e horário ou não. Desta prova é feita um termo de inspeção que é juntado aos autos. 13. Sentença Conceitua Sergio Pinto Martins como “o ato pelo qual o juiz põe fim ao processo decidindo o mérito da postulação”. A CLT emprega o termo "decisão" em vez de sentença, arts. 831, 832 e 850, a doutrina majoritária defende o uso do vocábulo "sentença" que melhor define a conclusão do Juiz num processo. Os requisitos da sentença são: o relatório, a fundamentação (art. 93, IX da CF) e a disposição. São requisitos complementares (art. 789, § 2° da CLT) o valor arbitrado à condenação, ainda quando ilíquida, mais custas processuais, que são também requisitos para a interposição dos recursos. O prazo improrrogável para o Juiz publicar a sentença é de 48 horas, contado da audiência de julgamento. 14. Recursos O direito de recorrer é amplo; todavia não é ilimitado.Para interpor validamente qualquer recurso é preciso dispor de alguns requisitos, Instituto Tributário de Ensino à Distância ___________________________________________________________________ 19 ___________________________________________________________________________ www.intra-ead.com.br como a legitimidade, interesse na causa, recorribilidade do ato, tempestividade, preparo(custas e deposito recursal), formalidade e adequação. Recurso é o reexame de decisão por autoridade superior ou pela mesma. Têm como regra o efeito devolutivo, exceto o dissidio coletivo, em que o presidente do Tribunal Superior do Trabalho pode dar efeito suspensivo. Art. 899 da CLT: “Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título, permitida a execução provisória até a penhora”. Mas o que quer dizer recurso com efeitos devolutivo e suspensivo? Com efeito devolutivo: devolve ao Poder Judiciária a oportunidade de rever matéria já julgada por órgão que não tem competência originária; Com efeito suspensivo: cessa, suspende, a eficácia da decisão até que seja julgado o recurso. No processo do trabalho o prazo para o recurso é de 8 (oito) dias para o recurso ordinário, de revista, embargos, agravo de petição e instrumento. O recurso extraordinário será de 15 (quinze) dias. As custas serão pagas pelo vencido, o não pagamento e a não comprovação das custas implicará deserção, e o recurso não será conhecido no Tribunal. Os isentos do pagamento das custas estão descritos no art. 790-A da CLT: São isentos do pagamento de custa, além dos beneficiários de justiça gratuita: I - a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e respectivas autarquias e fundações públicas federais, estaduais ou municipais que não explorem atividade econômica; II- o Ministério Público do Trabalho Parágrafo único. A isenção prevista neste artigo não alcança as entidades fiscalizadoras do exercício profissional, nem exime as pessoas jurídicas referidas no inciso I da obrigação de reembolsar as despesas judiciais realizadas pela parte vencedora.” Recurso Ordinário Previsto no art. 895 da CLT, semelhante com a contestação do processo civil, cabível nas decisões definitivas das Varas e Juízos: “Art. 895 - Cabe recurso ordinário para a instância superior: a) das decisões definitivas das Juntas e Juízos no prazo de 08 (oito) dias; b) das decisões definitivas dos Tribunais Regionais, em processos de sua competência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos. $ 1º - Nas reclamações sujeitas ao procedimento sumaríssimo, o recurso ordinário: I – (VETADO) II - será imediatamente distribuído, uma vez recebido no Tribunal, devendo o relatar liberá-la no prazo máximo de dez dias, e a Secretaria do Tribunal ou Turma colocá-la imediatamente em pauta para julgamento, sem revisor; III - terá parecer oral do representante do Ministério Público presente à sessão de julgamento, se este entender necessário o parecer, com registro na certidão; IV - terá acórdão consistente unicamente na certidão de julgamento, com a indicação suficiente do processo e parte dispositiva, e das razões de decidir do voto prevalente. Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a certidão de julgamento, registrando tal circunstância, servirá de acórdão. $ 2º - Os Tribunais Regionais, divididos em Turmas, poderão designar Turma para o julgamento dos recursos ordinários interpostos das sentenças prolatadas nas demandas sujeitas ao procedimento sumaríssimo. Cabe também o recurso ordinário nas decisões terminativas em que se extingue o processo sem o julgamento de mérito: Instituto Tributário de Ensino à Distância ___________________________________________________________________ 20 ___________________________________________________________________________ www.intra-ead.com.br Decisão interlocutória que acolhe a exceção de incompetência em razão da matéria; Do indeferimento da inicial; Do arquivamento do autos em razão do não comparecimento do reclamante à audiência; Da paralisação do processo por mais de um ano, em razão de negligência das partes; Do não atendimento, pelo autor, do despacho que determinou que se promovessem os atos e diligências, pelo abandono da causa por mais de 30 dias; Se o Juiz acolher a alegação de Litispendência; Se o processo for extinto por carência da ação; Pela desistência da ação; Se ocorrer confusão entre autor e réu; Da decisão que aplica pena ao empregado de não poder reclamar por seis meses; nos casos em que o juiz extinguir o processo, por falta de pedido certo ou determinado e de indicação do valor correspondente ao procedimento sumaríssimo. As decisões das Varas que caberá o recurso ordinário são: Quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor, ainda que parcialmente; Quando o juiz acolher a decadência ou prescrição. As decisões nos processos de competência originária do TRT: Dissídios coletivos; Ação rescisória; Mandado de segurança; Habeas corpus; Decisões que aplicam penalidade a servidores da Justiça do Trabalho. Seu efeito será apenas devolutivo. Se a parte estiver sem advogado poderá interpor oralmente, bastando apenas que recorrente manifeste que está inconformado com a decisão, se o fizer por escrito, não será necessária a fundamentação, porém, neste caso haverá necessidade de redução a termo. Se a parte tiver advogado, este deverá ser escrito e deverá conter os nomes e qualificações das partes, os fundamentos de fato e de direito e o pedido de nova decisão. O juiz verificará se atende todos os pressupostos legais para sua admissibilidade e determinará que a parte contrária venha contrária para contra arrazoar o recurso no prazo de oito dias, se o recurso não for aceito caberá agravo de instrumento, após o recebimento das contra razões o processo subirá ao Tribunal para julgamento. Recurso de Revista Tem como objetivo uniformizar a jurisprudência dos tribunais regionais por intermédio das turmas do TST, seu prazo para interposição começa a contar da publicação da súmula ou acórdão, é apresentado ao Presidente do Tribunal Regional do Trabalho, no prazo de oito dias, e será cabível nos casos descritos no artigo abaixo da CLT. Art. 896: "Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando: a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe houver dado outro Tribunal Regional, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, ou a Súmula de Jurisprudência Uniforme dessa Corte; b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo Coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em área territorial que exceda a jurisdição do Tribunal Instituto Tributário de Ensino à Distância ___________________________________________________________________ 21 ___________________________________________________________________________ www.intra-ead.com.br Regional prolator da decisão recorrida, interpretação divergente, na forma da alínea a; c) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à Constituição Federal. § 1º - o Recurso de Revista, dotado de efeito apenas devolutivo, será apresentado ao Presidente
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