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A sociologia e a obra de Marx

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A sociologia e a obra de Marx
“A relação de sucessivas gerações com a sociedade de classes foi determinada, assim pensa Geiger, até o dia de hoje pela doutrina de Marx. Lipset e Bendix são de opinião contrária: “O estudo das classes sociais sofreu no passado pela propensão dos cientistas sociais a reagir contra a influência de Karl Marx”. É provável que existam elementos de verdade em ambas as afirmações. A discussão nas ciências sociais tem estado, já por um tempo demasiado longo, dominado seja por tentativas de rejeitar por inteiro a doutrina de Marx, seja no sentido de sustentá-la sem qualificações. Implicitamente, se não explicitamente, essas tentativas ficaram expostas a controvérsias infindáveis a respeito do que Marx realmente quis dizer. Não é difícil perceber por que isso aconteceu. Em primeiro lugar, existem a atração ou a repulsa política, conforme seja o caso, pelo trabalho de Marx; há também a promessa profética de suas previsões; e, sobretudo, existe o que Schumpeter denominou a “síntese imponente” da doutrina de Marx. 
“Nossa época se revolta contra a necessidade inexorável da especialização e por isso anseia por uma síntese, mais em tudo nas ciências sociais, em que o elemento não profissional é tão importante. 
Mas, acrescenta Schumpeter, com igual exatidão, nesse ponto, “o sistema de Marx ilustra bem o fato de que, embora a síntese possa significar uma nova luz, pode representar novos grilhões”. [...]
Ignorar Marx é conveniente, mas também é ingênuo e irresponsável. Nenhum físico – se me perdoam a analogia – ignoraria Einstein por não aprovar sua atitude política ou alguns aspectos de sua teoria. Aceitar Marx pode ser prova de fidelidade exemplar, mais cientificamente, é estéril e perigoso. Nenhum físico deixaria de atacar Einstein apenas pela circunstância de ser um apreciador do homem e de sua obra como um todo. Iniciamos nossa pesquisa por um exame do trabalho de Marx porque sua formulação da teoria de classes é não só a primeira, mas também, como sabemos agora, a única em gênero. Hoje, essa teoria foi refutada, mas não superada. ”
 DAHRENDORF, Ralf. As classes e seus conflitos na sociedade industrial. Brasília: Edub,1982. p. 111-112.
A partir do texto "A sociologia e a obra de Marx" de Ralf Dahrendorf, responda:
Qual a posição do autor em relação à obra de Marx?
	Tomando como base "A sociologia e a obra de Marx", apesar de se posicionar de forma neutra, o autor defende a obra de Karl Marx. A respeito da grandiosa obra de Marx, de forma prudente, o autor reconhece que embora haja atração ou repulsão política, críticas como a de Schumpeter denominando sua “síntese imponente” sobre sua doutrina, é insensato não reconhecer o quão rica é sua obra, sendo pioneira e única, embora tenha sido rejeitada ela não foi superada. O autor apresenta postura de observador e estudioso não se deixando levar pela defesa ou pela rejeição.

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