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Análise de Balanço como instrumento de avaliação de desempenho

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I CINGEN- Conferência Internacional em Gestão de Negócios 2015 
Cascavel, PR, Brasil, 16 a 18 de novembro de 2015 
UNIOESTE-Universidade Estadual do Oeste do Paraná 
CCSA-Centro de Ciências Sociais Aplicadas 
 Análise de Balanços como intrumento de avaliação de desempenho 
Ernesto Vinícius Thomé (Unioeste) ernestovinicius@hotmail.com 
Marcos Andrade (Unioeste) marcos.consultor@hotmail.com 
Fabíola Graciele Besen (Unioeste) fabiolagracielebesen@gmail.com 
Tércio Vieira de Araújo (Unioeste) professortercio@hotmail.com 
Welinton Camargo Ferreira (Unioeste) welintonferreira@ hotmail.com 
Valdir Serafim Junior (Unioeste) jr.valdir@hotmail.com 
 
Resumo: 
A contabilidade fornece informações essenciais para a gestão e administração das 
empresas e diversas ferramentas que deixam de ser empregadas somente para atender 
interesse tributários. A análise das demonstrações financeiras é um instrumento 
fundamental no processo de avaliação de desempenho e tomada de decisão nas 
empresas. Pode ser usada tanto internamente por gestores, quanto externamene por 
investidores, bancos etc. Neste trabalho será apresentado como instrumento exclusivo 
da administração. As análises utilizam-se de quoeficientes e índices para identificar 
pontos positivos e negativos da gestão da empresa. O objetivo deste trabalho é elaborar 
um estudo sobre os índices econômicos-financeiros da Cia. Hering S.A em um período 
de crise e uma reviravolta para o sucesso financeiro, ocorrida em um espaço curtíssimo 
de tempo, nos exercícios de 2007 a 2009. Bem como avaliar o seu desempenho através 
de dados extraídos por análises de balanços patrimoniais e demonstrações de resultado 
dos exercícios citados acima. Assim, a presente pesquisa busca apresentar um 
diagnóstico do desempenho da empresa resultante da aplicação da análise vertical e 
horizontal, índices de estrutura de capital, índices de endividamento, índices de liquidez 
e índices de rentabilidade. Para a realização, foi definido um conjunto ordenado de 
procedimentos para aplicar no objeto de pesquisa, metodologias de pesquisa através do 
método indutivo, com a pesquisa descritiva, com técnicas de pesquisa bibliográfica, 
documental, configurando-se como um estudo de caso qualitativo e quantitativo. 
 
Palavras - Chave: Contabilidade, Análise de Balanços, Avaliação do Desempenho. 
 
Área Temática:Contabilidade Gerencial e Controle em Organizações 
 
1 Introdução 
A ferramenta de Análise das Demonstrações Contábeis pode ser utilizada por 
um contador gerencial (controller) e a administração pode se utilizar destas análises 
para avaliar o desempenho da empresa para melhores resultados. O controller está 
exclusivamente para a administração da empresa ao contrário do contador finaceiro, que 
tem sido mais eficiente para oferecer a saída de relatórios para interessados externos à 
empresa. 
Para suprir a administração em seu processo decisório exige-se do controller 
amplo conhecimento à várias técnicas e procedimentos contábeis, porém este trabalho 
focará somente nas técnicas de análise como instrumento da avaliação de desempenho. 
A análise de balanço tem como objetivo extrair informações das demonstrações 
financeiras e avaliar a situação da empresa, em seus aspectos operacionais, econômicos, 
patrimoniais e financeiros. Estas informações podem servir tanto a usuários internos 
quanto a externos. As formas para se realizar a análise são elaboradas e avaliadas sob 
vários pontos de vistas distintos, possibilitando a interpretação da saúde financeira da 
empresa, seu grau de liquidez, capacidade de solvência, das variações do patrimônio e 
da riqueza gerada por sua movimentação. Pela análise horizontal, foi avaliado cada 
 
I CINGEN- Conferência Internacional em Gestão de Negócios 2015 
Cascavel, PR, Brasil, 16 a 18 de novembro de 2015 
UNIOESTE-Universidade Estadual do Oeste do Paraná 
CCSA-Centro de Ciências Sociais Aplicadas 
 conta das demonstrações contábeis e sua variação através de períodos, a fim de apontar 
o ritmo de crescimento dos vários itens. Portanto, é importante para avaliar a estrutura 
de composição de itens e sua evolução no tempo. 
A análise vertical consiste em dividir todos os elementos do ativo pelo valor do 
total desse mesmo ativo e todos os valores do passivo pelo total desse passivo. Assim, 
avalia o que cada conta ou cada grupo de contas representa para a empresa naquele 
momento. A análise através de índices, por sua vez, é mais detalhado e oportuno que as 
demais análises, pois relaciona as mais variadas contas do balanço, calcula uma série de 
quocientes e atribui então um significado aos resultados de tais cálculos. Ressalta-se que 
o índice obtido não é a análise em si, esta se dá a partir da consequência de um conjunto 
de índices obtidos, suficientes para a conclusão da demonstração analisada. 
Ainda que tais quocientes são muito úteis, mostrar-se-á neste trabalho somente 
apenas os principais do ponto de vista gerencial. Estas análises são desenvolvidas em 
demonstrações contábeis verídicas publicadas pela Hering S.A, e com os resultados 
obtidos, foi elaborado uma avaliação de desempenho da empresa. 
Espera-se das análises, serem um painel de controle para a administração. 
Porém se não utilizadas de forma conveniente com os registros contábeis da empresa, 
mantidos com esmero, apontará mais problemas a serem investigados do que soluções. 
Ressalta-se que não existe um roteiro padronizado para alcançar as mesmas conclusões. 
Desta maneira, este trabalho procura mostrar as principais formas de análises para a 
visão gerencial e responder a seguinte pergunta: Quais foram as medidas tomadas pela 
administração para melhorar a capacidade financeira da empresa, com base nas 
análises de balanços? 
O objetivo geral é analisar as demonstrações contábeis da Cia. Hering S.A. nos 
períodos de 2007 a 2009 e, através dos resultados obtidos, avaliar o desempenho da 
Companhia e identificar informações gerenciais que podem ser extraídas através destes 
demonstrativos financeiros, e que estão vinculadas as medidas tomadas pela 
administração da empresa para melhorar a sua capacidade financeira. 
Para uma empresa obter melhores resultados, o empresário tem que estar 
consciente da necessidade de administração com amplo conhecimento contábil. A 
obrigatoriedade da contabilidade para as empresas mostra essa importância, mas como 
já mencionado, essa obrigatoriedade visa mais ao atendimento de usuários externos. 
 Portanto, este trabalho visa apresentar aos usuários da contabilidade, a 
fundamental relevância de um profissional da contabilidade inteiramente à disposição 
da empresa analisando as demonstrações contábeis, sem ter que recorrer aos escritórios 
de contabilidade. 
 
2 Referencial Teórico 
 
2.1 Contabilidade Financeira e Gerencial 
 
A contabilidade é uma ciência social que estuda e controla o patrimônio das 
entidades. Ela mensura monetariamente os dados econômicos obtidos da empresa, 
registrando e apresentando-os em forma de relatórios. Sendo assim, evidenciando o 
resultado, o desempenho da gestão da entidade em dado exercício e perspectivas 
futuras, resultante de decisões de administradores na condução do seu negócio e casos 
fortuitos, sendo o principal instrumento para auxiliar os gestores na tomada de decisões. 
A contabilidade financeira ou contabilidade geral pode ser entendida como a 
que cuida da elaboração e divulgação das informações contábeis de uma entidade, 
 
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 porém mais direcionadasaos usuários externos (acionistas, investidores, governo, fisco, 
bancos, credores etc). 
A Administração e Contabilidade produzem informações que se completam. O 
sistema contábil proporciona aos gestores e também aos usuários externos, uma visão 
geral da organização, criando valor pelo fornecimento de informações apuradas e 
oportunas sobre as atividades necessárias ao sucesso das organizações. Porém, nem 
sempre os Contadores externos têm tempo para assessorar a empresa. 
A contabilidade gerencial pode ser caracterizada, superficialmente, como um 
enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e 
tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na análise financeira e 
de balanços etc., colocados numa perspectiva diferente, num grau de detalhe mais 
analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de maneira a 
auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório (IUDÍCIBUS, 1998). 
Segundo Cabrelli e Ferreira (2007, p. 03) a contabilidade gerencial tem como 
objetivo [...] facilitar o planejamento, controle, avaliação de desempenho e tomada de 
decisão; auxiliar empresários nas tomadas de decisões, a fim de controlar, planejar e 
corrigir as falhas da empresa, proporcionando um melhor gerenciamento [...] 
A contabilidade financeira e a gerencial, são dois ramos da contabilidade. A 
financeira prepara relatórios basicamente para os usuários externos e é subordinada aos 
princípios de contabilidade, enquanto que a contabilidade gerencial prepara relatórios 
para a administração superior e outros níveis organizacionais dentro da entidade, e não 
há critério compulsório para utilização dos princípios e normas contábeis, salvo as 
legalmente determinadas pela própria administração. 
Os usuários da contabilidade financeira são externos (acionistas, credores e 
autoridades tributárias, enquanto os usuários da contabilidade gerencial são internos da 
empresa. Nos sistemas contábeis da contabilidade financeira é obrigatória a utilização 
das partidas dobradas. Na contabilidade gerencial podem ser utilizados outros sistemas 
de informação desde que atenda ao propósito da boa informação. A contabilidade 
financeira é restrita a aderência compulsória aos princípios fundamentais de 
contabilidade e normas contábeis do país, enquanto a gerencial não há critério 
compulsório para utilização dos princípios e normas contábeis. 
O maior propósito da contabilidade financeira é reportar o desempenho 
passado aos usuários externos. A contabilidade gerencial, por sua vez, tem a finalidade 
de subsidiar decisões internas, feedback e controle do desempenho operacional. 
Portanto, a contabilidade gerencial é a integração dos conhecimentos úteis oriundos da 
Ciência Contábeis e de outras ciências, voltada única e exclusivamente para a 
administração da empresa, procurando suprir os objetivos da empresa. 
Os relatórios gerenciais são os resultados do processamento de dados, 
fomentados a partir de um sistema contábil interno da empresa, que contém todo o 
histórico das transações financeiras ocorridas no período desejado. Assim, são 
imprescindíveis para a análise de balanços e representam para os administradores 
informações que permitirão a tomada de decisões. 
Os relatórios devem ser elaborados com foco na operacionalidade informativa, 
devem ser práticos e objetivos, com dados verdadeiros que retratem a realidade da 
empresa, para atender os diferentes níveis de gerência dentro da organização, ou seja, 
que atenda aos que utilizam os relatórios para execução das atividades e sejam 
entendidos por quem os utiliza (PADOVEZE, 1997). 
Existem diversos tipos de relatórios que podem auxiliar no gerenciamento das 
organizações, dispondo aos gestores informações úteis ao processo de tomada de 
 
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 decisões. Devem ter linguagem descomplicada, e, na medida do possível, recomenda-se 
o uso de gráficos como auxiliares para simplificar as conclusões mais complexas. 
Os relatórios gerenciais são direcionados aos gestores, portanto, devem além de 
estar à altura da compreensão deles, serem claros, precisos e tempestivos, revelando a 
situação econômico-financeira da empresa. Para isso, podem ser demonstrados em 
relatórios contábeis financeiros, sistemas internos de controles, planilhas, gráficos, 
dentre outros. 
A elaboração destes relatórios gerenciais visa atender unicamente aos 
administradores/gestores/diretores, com a finalidade maior de tomada de decisão. 
Contudo, um relatório adequado de Análise de Balanços como instrumento de avaliação 
do desempenho da empresa, deve conter informações que apresentam: situação 
financeira; situação econômica; desempenho; eficiência na utilização dos recursos; 
pontos fortes e pontos fracos; tendências e perspectivas; quadro evolutivo; adequação 
das fontes às aplicações de recursos; causas das alterações na situação financeira; causas 
das alterações na rentabilidade; evidência de erros; providências que deveriam ser 
tomadas e não foram; avaliação de alternativas econômico-financeiras futuras, dentre 
outras. 
A hipótese de que parte do elenco de informações que as empresas utilizam 
para tomar decisões está nas demonstrações contábeis, torna as análises das 
demonstrações relevantes no processo decisório nas empresas. Essas análises são 
processos constituídos por diversas fórmulas e índices padronizados e necessitam de 
profissional com conhecimentos em matemática básica e financeira, mas 
principalmente, saber classificar e extrair os índices, o trabalho mais difícil é a 
interpretação dos resultados dos índices extraídos. 
A técnica de análise de balanços possibilita o conhecimento detalhado do 
estado patrimonial e financeiro, as modificações ocorridas, suas causas e as projeções 
que possam ser feitas. Consiste no exame isolado das contas e na comparação de grupos 
de contas entre si ou em relação ao todo, podendo essas comparações ser feitas por 
números absolutos, números índices, percentagens e quocientes. 
A análise de balanço deve ser entendida dentro de suas possibilidades e 
limitações. De um lado, mais aponta problemas a serem investigados do que indica 
soluções; de outro, desde que convenientemente utilizada, pode transformar-se num 
poderoso “painel de controle” da administração (IUDÍCIBUS, 1998). A análise de 
balanços é a técnica que realiza a decomposição, comparação e interpretações das 
demonstrações da empresa. Sua finalidade é transformar os dados extraídos destas 
demonstrações em informações que sejam úteis para os contadores, administradores, 
investidores e demais usuários das informações contábeis da empresa. 
A análise e a interpretação de balanços exigem do Contador a tarefa de calcular 
uma série de quocientes, relacionando as mais variadas contas do balanço e do 
demonstrativo operacional, atribuindo um significado aos resultados de tais cálculos. 
Porém, mesmo que tais quocientes sejam muito úteis, este trabalho selecionará apenas 
os principais para o ponto de vista gerencial da empresa. 
 Existem muitos índices para analisar os balanços, mas neste trabalho 
apresentar-se-ão somente os mais importantes como um instrumento da avaliação do 
desempenho para os gestores. A análise horizontal, vertical e, as análises através de 
índices são essenciais para a empresa, pois elas podem indicar a evolução dos itens 
desejados do balanço. A análise horizontal é o processo desenvolvido com a finalidade 
de calcular a variação de um ou mais elementos em determinadosperíodos, buscando 
 
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 estabelecer tendências, se houve crescimento real ou não desse elemento (RIBEIRO, 
2009). 
A análise horizontal relaciona cada conta da demonstração financeira com sua 
equivalente de exercícios anteriores, é utilizada para medir a evolução dos itens do 
balanço patrimonial (BP), da demonstração do resultado do exercício (DRE), bem como 
de outros demonstrativos, entre dois ou mais períodos. Procura também evidenciar os 
motivos que causaram as variações de um período para o outro. Deve-se, 
obrigatoriamente, ter mais de um ano de período para possibilitar a verificação da 
evolução de cada item. 
A análise vertical baseia-se em calcular o percentual de cada conta em relação 
ao total do Ativo ou Passivo por exemplo. Do mesmo modo, determina o percentual das 
contas do DRE em relação à receita líquida ou bruta de vendas, qual for usada como sua 
base. A análise vertical procura obter o valor percentual de cada verba, ou cada grupo 
de verbas, em relação ao valor global do demonstrativo, ou, ainda, de cada verba em 
relação ao total do seu respectivo grupo (MARION; REIS, 2006). 
 Os índices de liquidez evidenciam a situação financeira de uma empresa 
frente a seus diversos compromissos financeiros, ou seja, medem a capacidade de 
pagamento, quanto maiores forem melhor será a situação da entidade (LOPES DE SÁ, 
2006). Para Sérgio de Iudícibus, dentre outros autos, as principais fórmulas, 
consagradas, para os cálculos de índices de liquidez são: 
a) índice de Liquidez Corrente (LC): mostra a capacidade de pagamento da 
empresa a Curto Prazo; 
b) índice de Liquidez Seca (LS): mostra a capacidade de pagamento da 
empresa em pagar suas dividas apenas com as contas do Ativo Disponível e 
de Duplicatas a Receber; 
c) índice de Liquidez Imediata (LI): mostra a capacidade de pagamento da 
empresa imediatamente; 
d) índice de Liquidez Geral (LG): mostra a capacidade de pagamento da 
empresa a Longo Prazo, considerando tudo o que a empresa converterá em 
dinheiro (a Curto e Longo Prazo), e relacionando com tudo o que a empresa 
já assumiu como dívida (a Curto e Longo Prazo). 
 
QUADRO 1 – Fórmulas de Índices de Liquidez 
ÍNDICES DE LIQUIDEZ 
LC = ATIVO CIRCULANTE (AC) 
 PASSIVO CIRCULANTE (PC) 
LS = AC – ESTOQUES (E) 
 PC 
LI = DISPONÍVEIS (D) 
 PC 
LG = AC+ REALIZÁVEL A LONGO PRAZO (RLP) 
 PC + PASSIVO NÃO CIRCULANTE (PNC) 
FONTE: Alexandre Alcantara da Silva (2012) 
NOTA: Adaptado pelos autores 
 
Silva (2003, p. 287) cita que “os índices de estrutura são aqueles que 
relacionam a composição de capitais (próprios e de terceiros), que medem os níveis de 
imobilização de recursos e que buscam diversas relações na estrutura da dívida da 
empresa”. De acordo com Schrickel (1999, p. 317), “é fundamental que toda e qualquer 
 
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 empresa mantenha seu endividamento oneroso em níveis prudentes e gerenciáveis. Cada 
iniciativa [...] deve ser precedida da correspondente reflexão sobre o impacto que tais 
decisões estratégicas terá sobre a estrutura financeira da empresa”. 
Para Alexandre Alcantara da Silva (2012), dentre outros autores, os principais 
indicadores de endividamento podem ser visto da seguinte maneira: 
a) endividamento Geral: revela qual é percentual do ativo total que está sendo 
financiado por recursos de terceiros; 
b) participações de Capitais de Terceiros sobre Recursos Totais (PCTRT): 
indica o percentual que o endividamento representa sobre os recursos totais 
que a empresa possui; 
c) composição do Endividamento de Curto e Longo Prazo (CECP e CELP): 
indica qual é o percentual de endividamento que vence no curto e no longo 
prazo; 
d) imobilização do Patrimônio Líquido: retrata qual a porcentagem dos 
recursos próprios que está imobilizada ou que não está em giro; e 
e) imobilização dos Recursos não Correntes: demonstra qual o percentual de 
recursos não correntes a empresa aplicou no Ativo Não Circulante. 
 
QUADRO 2 – Fórmulas de Índices de Endividamento 
ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO 
EG = PC + PNC × 100 
PL 
PCTRT = PC + PNC × 100 
 PASSIVO TOTAL 
CECP = PC × 100 
 PC + PNC 
CECP = PNC × 100 
PC + PNC 
FONTE: Alexandre Alcantara da Silva (2012) 
NOTA: Adaptado pelos autores 
 
O capital de giro (CG), também denominado Capital Circulante Líquido 
(CCL), representa os recursos investidos no ativo circulante da empresa, demandados 
para financiar suas necessidades operacionais, desde a aquisição das matérias-primas ou 
mercadorias, até o recebimento pela venda do produto acabado. O impacto das diversas 
mudanças no cenário econômico, encarado pela empresa de forma continuada, faz com 
que o capital de giro necessite ser monitorado permanentemente. Segundo Silva (2012, 
p. 170), o capital de giro “representa a diferença entre o Ativo Circulante e o Passivo 
Circulante, constituindo-se em uma medida estática de folga financeira de que a 
empresa dispõe para liquidar seus compromissos de curto prazo”. 
 
QUADRO 3 – Fórmula do Capital de Giro 
CAPITAL DE GIRO 
Capital Circulante Líquido (Capital de Giro) = Ativo Circulante – Passivo Circulante 
FONTE: Alexandre Alcantara da Silva (2012) 
NOTA: Adaptado pelos autores 
 
 
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 A Necessidade de Capital de Giro (NCG) é determinante do ciclo de caixa da 
empresa, é o ciclo de caixa longo, a NCG é maior e vice-versa. Em resumo, significa 
que a empresa deve receber mais cedo e pagar mais tarde. A Necessidade do Capital de 
Giro é a principal determinante da situação financeira de uma empresa, expressando o 
nível de recursos necessários para a manutenção do giro dos negócios, pois as contas 
utilizadas no cálculo da determinação da NCG expressam operações de curto prazo e de 
efeitos rápidos. Sendo assim, quaisquer modificações nas políticas de estocagem, de 
crédito e de compras, produzirão efeitos imediatos sobre o fluxo de caixa da empresa 
(SILVA, 2012). 
Sendo assim, a diferença entre o ACO e o PCO é o montante da NCG e uma 
vez identificado cada um dos elementos patrimoniais ajustados, é possível apurar a 
NCG através da fórmula apresentada no quadro 15. 
 
QUADRO 4 – Fórmula da Necessidade de Capital de Giro 
NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO 
NCG = ACO – PCO 
FONTE: Alexandre Alcantara da Silva (2012) 
NOTA: Adaptado pelos autores 
 
O Ciclo Operacional compreende, genericamente, o período entre a data da 
compra até o recebimento do cliente. É incorporado no processo operacional 
sequêncialmente, todas as fases, desde a aquisição do estoque ou matéria-prima para 
produção (caso de uma empresa industrial) venda e finaliza no recebimento da venda. 
As fases operacionais (compra/venda/recebimento) apresentam determinada 
duração. Trata-se do Prazo Médio do Pagamento de Compras (PMPC), de Rotação de 
Estoques (PMRE) e de Recebimento das Vendas (PMRV). O Ciclo Financeiro, por sua 
vez, é o tempo entre o pagamento a fornecedores e o recebimento das vendas. Mede 
exclusivamenteas movimentações de caixa, compreendendo o período entre o 
desembolso inicial de caixa, como pagamentos de materiais a fornecedores e o 
recebimento da venda do produto. Quanto maior o poder de negociação da empresa com 
fornecedores, menor o ciclo financeiro. Portanto, a diferença entre o ciclo operacional e 
o ciclo financeiro está no prazo de pagamento concedido pelos fornecedores de 
insumos. Abaixo a figura 1 ilustra o tema. 
 
FIGURA 1 – Ciclo Operacional e Ciclo Financeiro 
 
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Cascavel, PR, Brasil, 16 a 18 de novembro de 2015 
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FONTE: Dante C. Matarazzo (1997) 
 
QUADRO 5 – Fórmula dos Prazos Médios 
PRAZOS MÉDIOS 
PMPC = Fornecedores × Dias do Período (360) 
 Compras 
PMRE = Estoque × Dias do Período (360) 
 CMV 
PMRV = Duplicatas a Receber × Dias do Período (360) 
 Receita Líquida de Vendas 
FONTE: Alexandre Alcantara da Silva (2012) 
NOTA: Adaptado pelos autores 
 
De acordo com Silva (2012, p. 147), “É possível avaliar o desempenho global 
de um empreendimento através do estudo das taxas de retorno. Esta análise busca a 
identificação do retorno sobre o investimento total, o retorno sobre as vendas e o retorno 
sobre o capital próprio, portanto, uma avaliação não apenas da produtividade, mas 
sobretudo, da lucratividade do negócio”. Os índices de rentabilidade permitem comparar 
o desempenho econômico-financeiro das empresas. Mostram quanto dos investimentos 
efetuados na empresa foram eficientes sob o ponto de vista de gerar resultados. 
Genericamente, a interpretação do resultado é quanto maior melhor. Para o cálculo da 
rentabilidade, o analista deve extinguir o lucro não operacional, ou seja, o lucro não 
proveniente do ramo de atividade da empresa, onde a DRE consigna esses dados. 
 
QUADRO 6 – Fórmula dos Índices de Rentabilidade 
ÍNDICES DE RENTABILIDADE 
Giro do Ativo = Receita Líquida 
 Ativo Total 
Margem Operacional = Lucro antes do Imposto de Renda e dos Juros 
 Vendas 
Margem Operacional = Lucro antes do Imposto de Renda e dos Juros 
 Vendas 
 
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 Margem Líquida = Lucro Líquido do Exercício 
 Vendas 
Margem Bruta = Vendas – Custo dos Produtos Vendidos 
 Vendas 
FONTE: Alexandre Alcantara da Silva (2012) 
NOTA: Adaptado pelos autores 
 
Uma análise de balanços não se constitui numa mera apuração de índices cujas 
fórmulas já se encontram montadas. O maior desafio do problema em questão é 
justamente a interpretação destes cálculos ou dos índices extraídos. 
O Contador Gerencial após calcular certo número selecionado de índices e 
quocientes, de forma consistente, de período para período, deverá interpretar os 
demonstrativos financeiros e, a partir daí, avaliar o desempenho da empresa. Para a 
gerência, a análise de balanços tem função de informar o posicionamento relativo da 
empresa, a evolução de vários grupos contábeis, e também, serve como um painel geral 
de controle da administração. 
O analista pode construir uma série de indicadores financeiros que julgar 
cabível. A evolução destes indicadores deve ser analisada em espaços de tempo que seja 
útil para a avaliação do desempenho da entidade. Este acompanhamento é importante 
para a empresa saber em que ponto se encontra e decidir se está satisfeita com a posição 
ocupada ou se pretende desempenho mais ambicioso. 
Por outro lado, é importante lembrar que para a análise de balanços não existe 
um roteiro padronizado que leve sempre às mesmas conclusões, dentro das mesmas 
circunstâncias, depende do amplo conhecimento do Contador para conclusão dos 
resultados. O analista deve possuir conhecimento sobre os princípios contábeis, dos 
critérios de elaboração das demonstrações contábeis, das atividades da empresa e do 
comportamento do seu segmento econômico. 
 
3 Procedimentos Metodológicos 
 
Neste trabalho é utilizado o método dedutivo devido à coleta de ferramentas, 
estudos e técnicas que são utilizados na análise de balanços, fazendo destas premissas 
uma conclusão sobre os resultados obtidos, desta forma, avaliando o desempenho da 
Cia. Hering S.A. A tipologia de pesquisa será o conjunto de procedimentos intelectuais 
e técnicos necessários à investigação científica. Neste estudo foram utilizadadas dois 
tipos de pesquisas: pesquisa bibliográfica e pesquisa descritiva. 
Neste trabalho fez-se necessário da pesquisa bibligráfica pelo levantamento, 
principalmente de livros, de diversos autores, enfocando todos os temas abordados nesta 
pesquisa. Também foram utilizados materiais bibliográficos obtidos em jornais, revistas 
e internet. O capítulo 2 (referencial teórico) foi todo fundamentado em pesquisa 
bibliográfica. 
Segundo Silva (2003, p. 64) a pesquisa descritiva “tem como objetivo principal 
a descrição das características de determinada população ou fenômenos, estabelecendo 
relações entre as variáveis”. O presente estudo caracteriza-se como uma Pesquisa 
Descritiva pelas descrições das características da empresa, descrições das ferramentas e 
técnicas utilizadas pelas análises de balanços. Este trabalho apresenta o levantamento de 
informações quantitativas através das análises de demonstrações contábeis, traduzindo 
os resultados e informações das análises em interpretações. Isso justifica a existência de 
 
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 problemas que podem ser investigados com uma metodologia quantitativa e outros que 
exigem um enfoque diferente, necessitando-se da metologia qualitativa. 
O universo de pesquisa é a Cia Hering S.A. Fundada em 1880, na cidade de 
Blumenau em Santa Catarina, a Cia. Hering é uma das mais antigas companhias 
brasileiras ainda em atividade. Com mais de 130 anos, foi a primeira empresa têxtil 
brasileira a exportar seus produtos, é hoje a maior empresa de produtos de vestuário do 
Brasil. Atualmente existem mais de 450 lojas franqueadas espalhadas por todas as 
regiões do país, localizadas principalmente em centros de compras e shopping centers e 
possui 3 lojas virtuais para as marcas Hering Kids, Dzarm e PUC. 
A análise de balanços transformará esses dados em informações e avaliará o 
desempenho da Cia. nos anos de 2007, 2008 e 2009. A empresa e os anos foram 
escolhidos pois diante das mudanças ocorridas e o constante crescimento evidenciado, 
as demonstrações financeiras podem fornecer uma série de dados sobre a evolução 
financeira impressionante que a Hering obteve nesses três anos propostos. 
 
4 Análises e Discussões 
 
As análises horizontais e verticais foram elaboradas a partir de duas principais 
demonstrações contábeis para a avaliação do desempenho, o Balanço Patrimonial (BP), 
a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE). A tabela 1demonstra as análises 
horizontais e verticais dos Balanços Patrimoniais dos exercícios findos de 31 de 
dezembro de 2007, 2008 e 2009: 
 
Tabela 1 – Análise Horizontal e Vertical no Ativo da Hering S.A em 2007, 2008 e 2009 
CIA. HERING S.A 31/12/07 A.V 31/12/08 A.V A.H 
31/12/09 
A.V A.H 
Ativo R$MIL % R$MIL % % R$MIL % % 
 Circulante 335.443 48,72 383.676 55,43 14,38 418.666 62,02 9,12 
 Disponibilidades 139.271 20,23 65.009 9,39 -53,32 96.198 14,25 47,98 
 Aplicações financeiras - - 37.344 5,39 100 5.800 0,86 -84,47 
 Contas a receber de clientes 120.506 17,5 169.747 24,52 40,86 215.457 31,92 26,93 
 Estoques 56.028 8,14 75.365 10,89 34,51 90.018 13,34 19,44 
 Imposto a recuperar 7.920 1,15 5.394 0,78 -31,89 4.336 0,64 -19,61 
 Imp. de renda e CSL diferidos 4.303 0,62 13.707 1,98 218,54 - - -100 
 Outras contas a receber 6.399 0,93 16.484 2,38 157,60 6.494 0,96 -60,6 
 Despesas Antecipadas 1.016 0,15 626 0,09 -38,39 363 0,05 -42,01 
 Não circulante 353.000 51,28 308.465 44,57 -12,62 256.325 37,97 -16,90 
 Realizável em longo prazo 120.272 17,47 126.465 18,27 5,15 50.729 7,51 -59,89 
 Partes relacionadas 662 0,10 90 0,01 -86,4 130 0,02 44,44 
 Aplicações financeiras 18.889 2,74 31.726 4,58 67,96 720 0,11 -97,73 
 Títulos e contas a receber 6.360 0,92 14.011 2,02 120,3 - - -100 
 Imposto a recuperar 4.137 0,60 4.472 0,65 8,1 4.975 0,74 11,25 
 Empréstimos compulsórios 2.756 0,40 2.756 0,4 0 4.557 0,67 65,35 
 Imp, de renda e CSL diferidos 87.468 12,71 73.410 10,61 -16,07 20.546 3,04 -72,01 
 Plano de pensão - - - - - 3.445 0,51 100 
 Outras contas a receber - - - - - 16.356 2,42 100 
 Investimentos 1.013 0,15 1.013 0,15 0 1.013 0,15 0,0 
 Outros investimentos 1.013 0,15 1.013 0,15 0 1.013 0,15 0,00 
 Imobilizado 221.797 32,22 167.079 24,14 -24,67 181.411 26,88 8,58 
 Intangível 9.918 1,44 13.908 2,01 40,23 23.172 3,43 66,61 
Total 688.443 100 692.141 100 0,54 674.991 100 -2,48 
FONTE: Site BM&FBOVESPA. Adaptado pelos autores 
 
As análises se baseiam em avaliar a situação econômica e financeira e suas 
principais variações da empresa durante os anos de 2007, 2008 e 2009. O Ativo 
Circulante, que contêm as contas de maior liquidez ou de liquidez imediata como Caixa, 
Bancos, Estoques, Clientes a Receber etc., representava 48,72% de todo o Ativo em 
2007. Em 2008 aumentou 14,38% e passou para 55,43% do Ativo total. Em 2009 o 
ativo tornou-se ainda mais líquido, cresceu 9,12%, e atingiu 62,02% de Ativo 
Circulante. 
 
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 Percebe-se que a conta Disponibilidades representava a maior porcentagem em 
2007 (20,23%), diminuiu significativamente 53,31% em 2008 e passou a representar 
9,39% de todo o ativo. Porém nota-se um crescimento na Conta de Aplicação 
Financeira Circulante e Não Circulante de 2007 para 2008, parte dessas aplicações 
financeiras está vinculada a operações de empréstimos realizadas pela Companhia. Em 
2009 a conta Disponibilidades aumentou 47,98%, representando 14,25% de todo Ativo 
e a conta Aplicações Financeiras diminuiu 84,47% de 2008 para 2009. 
Houve variações importantes também na conta de Contas a Receber de 
Clientes, que evoluiu 40,86% de 2007 para 2008. Em 2009 a conta cresceu mais 
26,93% e naquele ano equivaleu a 31,92% de todo ativo. O valor dos impostos de renda 
e contribuição social evolui 218,54% com um saldo de R$13.707.000,00. No ano 
seguinte a conta zerou, refletindo a oportunidade da empresa em poder quitar seus 
impostos em bons prazos. 
A conta Outras Contas a Receber, que representa contas de atividades não 
operacionais, diminuiu 60,6% de 2008 e 2009. Por outras análises percebe-se que essas 
contas foram recebidas no ano de 2009, com juros e altos rendimentos financeiros. O 
crescimento do Ativo Circulante se deve principalmente pela queda do Realizável a 
Longo Prazo e Imobilizado. A diminuição das Aplicações Financeiras (longo prazo) e 
do Imposto de Renda e Contribuição Social Diferidos foram as mais notáveis pela 
queda do Realizável a Longo Prazo. As vendas de maquinarias foi o principal motivo de 
baixa do Imobilizado. Ainda neste grupo, outro fator que tem certa influência nos 
resultados da empresa foi o aumento do Intangível. Isso devido a criação de novas 
marcas (Dzarm, Puc e Hering Kids). A tabela 2, logo abaixo, demonstra as análises 
horizontais e verticais dos Balanços Patrimoniais dos exercícios findos de 31 de 
dezembro de 2007, 2008 e 2009: 
 
Tabela 2 – Análise Horizontal e Vertical no Passivo da Hering S.A. em 2007, 2008 e 2009 
Passivo 
31/12/07 A.V 31/12/08 A.V A.H 
31/12/09 
A.V A.H 
R$MIL % R$MIL % % R$MIL % % 
Circulante 173.421 25,19 206.426 29,82 19,03 178.500 
26,44 -13,53 
 Empréstimos e financiamentos 73.157 10,63 84.171 12,16 15,05 36.926 5,49 -56,13 
 Fornecedores 30.175 4,38 17.698 2,56 -41,35 54.070 8,01 205,51 
 Salários e encargos sociais 16.258 2,36 20.318 2,94 24,97 20.600 3,05 1,39 
 Parcelamentos tribut. e previd. 7.725 1,12 8.204 1,18 6,2 7.164 1,06 -12,68 
 Obrigações trib. e previdenciárias 28.326 4,11 21.471 3,1 -24,2 11.072 1,64 -48,43 
 Impostos diferidos - - 3.190 0,46 100 219 0,03 -93,13 
 Provisões para contingências e outras 6.590 0,96 17.338 2,5 163,09 25.104 3,72 44,79 
 Incentivos fiscais 1.724 0,25 2.071 0,3 20,13 2.228 0,33 7,58 
 Dividendos a pagar - - 10.578 1,53 100 14.557 2,16 37,62 
 Outras contas 9.466 1,38 21.387 3,09 125,93 6.560 0,97 -69,33 
Não circulante 240.208 34,89 242.945 35,1 1,14 127.077 18,83 -47,69 
 Empréstimos e financiamentos 51.606 7,5 60.913 8,8 18,03 40.632 6,02 -33,29 
 Parcelamentos tributários e previd. 42.839 6,22 39.089 5,65 -8,75 30.645 4,54 -21,6 
 Obrigações tributárias e previd, 50.258 7,3 54.482 7,87 8,4 684 0,1 -98,74 
 Impostos diferidos 47.364 6,88 12.400 1,79 -73,82 5.612 0,83 -54,74 
 Provisões para contingências 15.026 2,18 6.052 0,87 -59,72 6.748 1 11,5 
 Incentivos fiscais 28.033 4,07 33.406 4,83 19,17 38.858 5,76 16,32 
 Outra contas a pagar 5.082 0,74 36.603 5,29 620,25 3.898 0,58 -89,35 
Patrimônio líquido 274.773 39,91 242.765 35,08 -11,65 369.414 54,73 52,17 
 Capital social 375.168 54,49 223.220 32,25 -40,5 223.845 33,16 0,28 
 Reserva de capital - - 256 0,04 100 906 0,13 253,9 
 Reserva de lucros - - 19.289 2,79 100 91.676 13,58 375,28 
 Reserva de reavaliação 51.553 7,49 - - -100 - - - 
 Ajuste de avaliação Patrimonial - - - - - 9.161 1,36 100 
 Dividendos adicionais propostos - - - - - 11.759 1,74 100 
 Lucros ou Prejuízos Acumulados (151.948) -22,07 - - 100 32.063 4,75 100 
 Atribuído aos acion. controladores 274.773 39,91 242.765 35,08 -11,65 369.410 54,73 52,17 
 Participação de acion, não control. 41 0,00 5 0,00 -87,8 4 0,00 -20 
Total 688.443 100 692.141 100 0,54 674.991 100 -2,48 
FONTE: Site BM&FBOVESPA. Adaptado pelos autores 
 
 
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 No grupo de contas do Passivo Circulante (26,44% de todo o Passivo em 
2009), não houve alterações significativas. O Passivo Circulante em 2007 representava 
25,19%, em 2008 29,82% e em 2009 26,44% de todo o Passivo. A evidência mais clara 
de alteração deste grupo foi a conta de Fornecedores, que aumentou de 2008 para 2009 
205,51% e passou a representar 8,01% de todo o Passivo. A conta de Obrigações 
tributárias e previdenciárias em2007 representava 4,11%, e em 2009 1,64% de todo o 
Passivo. Dividendos a pagar aumento pelo fato das ações colocadas a venda a partir de 
2007. No grupo de contas Passivo Não Circulante diminuiu significativamente 47,69% 
de 2008 para 2009. A diminuição das contas de Empréstimos e Financiamentos, 
Parcelamentos Tributários e Previdenciários, Obrigações Tributárias e Previdenciárias e 
Outras Contas foram as principais causas desta diminuição. A tabela 3, abaixo 
demonstra as análises horizontais e verticais das Demonstrações de resultados dos 
exercícios findos em 31 de dezembro de 2007, 2008 e 2009: 
 
Tabela 3– Aplicação da Análise Horizontal e Vertical na DRE da Hering S.A. 
CIA. HERING S.A 31/12/07 A.V 31/12/08 A.V A.H 31/12/09 A.V A.H 
DRE R$MIL % R$MIL % % R$MIL % % 
Receita bruta de vendas 442.647 100 629.175 
100 
42,14 
876.951 100 39,38 
Deduções (73.404) -16,58 (114.259) -18,16 -55,66 (156.003) -17,79 -36,53 
Receita operacional líquida 369.243 83,42 514.916 81,84 39,45 720.948 
82,21 
40,01 
Custo dos produtos vendidos (223.945) -50,59 (276.386) -43,93 -23,42 (380.092) -43,34 -37,52 
Lucro Bruto 145.298 32,82 238.530 37,91 64,17 340.856 38,87 42,90 
Receitas (despesas) operacionais (125.201) -28,28 (148.595) -23,62 -18,68 (206.019) -23,49 -38,64 
 Vendas (80.410) -18,16 (113.473) -18,03 -41,12 (142.013) -16,19 -25,15 
 Administrativas e gerais (18.097) -4,09 (25.960) -4,12 -43,45 (24.171) -2,76 6,89 
 Honorários da administração (2.288) -0,52 (4.362) -0,69 -90,65 (4.914) -0,56 -12,63 
 Depreciação e amortização (2.238) -0,5 (6.606) 1,05 -195,17 (9.563) -1,09 -44,76 
 Participação nos resultados (1.649) -0,37 (10.652) -1,69 -545,97 (17.874) -2,04 -67,79 
 Outras receitas (despesas) 
operacionais líquidas 
(20.519) -4,63 12.458 1,98 160,71 (7.484) -0,85 -160,07 
Lucro operacional antes do 
resultado financeiro e das 
participações em controladas 
20.097 4,54 89.935 14,29 347,50 134.837 15,38 49,93 
 Resultado financeiro líquido (17.373) -3,92 (4.470) 0,71 -74,27 26.441 3,01 691,52 
 Resultado com instrumentos 
financeiros derivativos, líquido 
- - (41.769) -6,64 -100 24.842 2,83 159,47 
Receitas (despesas) financeiras 
líquidas 
(17.373) -3,92 (46.239) -7,35 -166,45 51.283 5,85 210,91 
Lucro líquido antes do imposto de 
renda, da contribuição social, da 
participação de acionistas não 
controladores e da reversão dos 
juros sobre o capital próprio 
2.724 0,61 43.696 6,94% 1.504,1 186.120 21,22 325,94 
 Imposto de renda e contribuição 
social correntes 
(7.097) -1,6 (22.798) -3,62 -221,23 (22.584) -2,58 0,94 
 Imposto de renda e contribuição 
social diferidos 
18.211 4,11 11.935 1,90 -34,46 (26.007) -2,97 -317.9 
 Participação de acionistas não 
controladores 
1 0,0 35 0,0 3.400 - - -100 
 Reversão dos juros sobre o capital 
próprio 
4.854 1,1 4.854 0,77 0 - - -100 
Lucro líquido do exercício 18.693 4,22 37.722 5,99% 101,8 137.529 15,68 264,59 
FONTE: Site BM&FBOVESPA. Adaptado pelos autores 
 
Na Demonstração do Resultado do Exercício, o Lucro Bruto aumentou de 
R$145.298.00,00 em 2007 para R$ 340.856.00,00 em 2009. O aumento do Lucro 
Operacional antes do Resultado Financeiro e das Participações em Controladas foi 
importantíssimo. Relacionando 2007 e 2009 houve um aumento de 570,93% no Lucro 
Operacional. O que indica que a empresa aumentou a margem de lucro dos seus 
produtos com sucesso, agregando valor. Mas, o que mais chama a atenção foram as 
 
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 Receitas Financeiras Líquidas de 2009. Nos outros dois anos a empresa teve despesa e 
em 2009 obteve R$51.283.000,00 de receita como segue a informação contida em nota 
explicativa. Segundo os demonstrativos da empresa, as receitas financeiras abrangem 
receitas de juros sobre aplicações financeiras, ajuste a valor presente e outras receitas 
diversas. Essas receitas de juros são reconhecidas no resultado. A Companhia também 
possui receita com variação cambial, ao qual é contabilizada, diretamente no resultado. 
As distribuições recebidas de investidas registradas por equivalência patrimonial 
reduzem o valor do investimento. As despesas financeiras abrangem despesas com juros 
sobre empréstimos, encargos financeiros sobre tributos, ajuste a valor presente. Essas 
despesas de juros são reconhecidas no resultado. A Companhia também possui despesa 
com variação cambial, ao qual é contabilizada, também, diretamente no resultado. 
Custos de empréstimo que não são diretamente atribuíveis à aquisição, construção ou 
produção de um ativo qualificável são mensurados no resultado através do método de 
juros efetivos. 
O lucro líquido em 2009 representou 1/3 de resultado financeira e 2/3 resultado 
operacional. As receitas financeiras foram importantíssimas para o bom resultado em 
2009. E demonstram o sucesso que a empresa teve na gestão financeira. Considerando 
os aspectos gerais de análise, os índices de liquidez da Cia Hering estão altos nos três 
anos analisados, o que indica uma certa cautela na administração do capital de giro. 
 
Figura 2 - Indices de Liquidez Cia Hering 
 
Fonte: Elaborado pelos autores. 
 
A Liquidez corrente e a liquidez geral tem altas bem significativas no ano de 
2009, o que indica que o Passivo circulante e não circulante tiveram redução de 
tamanho em comparação com o ativo circulante e o ativo não circulante. A opção pela 
utilização de capital próprio para financiar as atividades, também explica estes altos 
índices de liquidez, porque desta forma, há pouco endividamento e captação de capital 
de terceiros. Recomenda-se que empresas com esta situação de liquidez alta, busquem 
formas para utilizar estes recursos que ficam no ativo circulante. Altos índices de 
liquidez podem indicar estoques ociosos ou obsoletos, bem como duplicatas a receber 
de clientes insolventes. Em relação ao endividamento da Companhia, houve redução de 
todos os índices de endividamento, em função dos resultados positivos obtidos nas 
Demonstrações de Resultados e a opção por utilizar capital próprio para financiar os 
investimentos. 
 
ÍNDICES DE LIQUIDEZ 
geral 
corrente 
seca 
imediata 
0 
0,5 
1 
1,5 
2 
2,5 
2007 2008 2009 
ANO 
ÍNDICE 
 
I CINGEN- Conferência Internacional em Gestão de Negócios 2015 
Cascavel, PR, Brasil, 16 a 18 de novembro de 2015 
UNIOESTE-Universidade Estadual do Oeste do Paraná 
CCSA-Centro de Ciências Sociais Aplicadas 
 Figura 3 - Indices de Endividamento Cia Hering 
 
Fonte: Elaborado pelos autores. 
 
A redução do Imobilizado que ocorreu em função da opção estratégica pela 
terceirização, possibilitou o pagamento de alguns destes empréstimos onerosos. Esta 
diminuição do endividamento também possibilitou o impressionante resultado 
financeiro obtido na DRE de 2009, que representou 1/3 do resultado líquido total da 
Companhia, ou seja, 1/3 do lucro foi resultado financeiro e 2/3 do lucro foi resultado 
operacional. Em razão da diminuição do endividamento oneroso, houve a conseqüente 
redução das despesas financeiras na DRE. 
Sugere-se que a Companhia faça estudos de custo de oportunidade, para 
analisar se o capital de terceiros é mais oneroso ou mais barato que o capital próprio. De 
forma geral, se considerarmos que a rentabilidade do PL em 2009 foi de 37,23% ao ano, 
ou aproximadamente 3,11% ao mês, pode-se concluir que o financiamento de terceiros 
pode ser a opção mais barata, se exigir remuneração inferior a 3,11% ao mês. Em 
relaçãoaos prazos médios e a alvancagem da empresa, pode-se afirmar que no ano de 
2009 a Companhia obteve seu melhor desempenho, porque o ciclo financeiro e o ciclo 
operacional foram mais curtos, implicando num maior giro e numa menor necessidade 
de capital de giro. O que chama atenção é o prazo de pagamento de compras que era de 
45 dias em 2007 e passou para 21 dias em 2008, retornando aos 49 dias em 2009. Esta 
oscilação na negociação com fornecedores alterou o ciclo financeiro em 2008, que ficou 
mais longo, ocasionando uma maior necessidade de capital de giro para financiar as 
atividades operacionais. 
Figura 4 - Prazos Médios Cia Hering 
 
ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO
endividamento geral
cap terceirosendividamento CP
imobilização PL
endividamento LP
0%
50%
100%
150%
200%
2007 2008 2009
ANO
ÍND
ICE
PRAZOS MÉDIOS
0
50
100
150
200
250
PMPC PMRE PMRV ciclo
financeiro
ciclo
operacional
PRAZOS MÉDIOS
PR
AZ
OS
 EM
 DI
AS
2007
2008
2009
 
I CINGEN- Conferência Internacional em Gestão de Negócios 2015 
Cascavel, PR, Brasil, 16 a 18 de novembro de 2015 
UNIOESTE-Universidade Estadual do Oeste do Paraná 
CCSA-Centro de Ciências Sociais Aplicadas 
 Fonte: Elaborado pelos autores. 
 
Se a Companhia quiser crescer nos anos seguintes com esta composição do 
ciclo operacional e do ciclo financeiro, vai necessitar de R$ 16.794.810,00 para crescer 
10%. Como a Companhia tem 139.271.000,00 em disponibilidades, ela pode crescer o 
seu faturamento e suas compras em até 83% apenas utilizando os recursos imediatos de 
caixa. Em relação à Rentabilidade, a Companhia apresenta índices impressionantes no 
ano de 2009. Tanto a Rentabilidade quanto a Lucratividade ficam bem acima da média 
dos anos anteriores, o que demonstra o sucesso da estratégia da Companhia ao optar 
pelo varejo, pela criação de marcas comerciais fortes e próprias e pela terceirização da 
produção, mantendo o foco no mercado consumidor e nos clientes. 
A conseqüência desta estratégia é que a Hering sai de um mercado concorrido 
e com baixa lucratividade, que é a indústria de base, para um segmento de moda com 
taxas de valor agregado sobre as marcas bem superiores aos produtos comuns. A criação 
de marcas com valor agregado, para suprir desejos de nichos de mercados específicos, 
tem se revelado um sucesso empresarial para empresas deste setor, como a Dudalina, a 
Hering, a Daslu e outras empresas que investem em produtos exclusivos e com valor 
agregado. 
Ao cruzar os índices de giro com os índices de margem operacional e líquida, 
obtém-se também indicadores acima da média, permitindo à Companhia administrar ora 
os indicadores de lucratividade, ora os indicadores de giro do ativo e do PL. Isto quer 
dizer, que a Hering pode diminuir o faturamento (que vai diminuir o índice de giro do 
ativo) mas isto será compensado pela alta margem líquida da sua DRE. Por outro lado, 
pode manter o faturamento e diminuir a lucratividade da DRE, e isto pode ser 
compensado pelo giro do ativo que é acima de 1,00. 
O segredo da lucratividade e da rentabilidade, segundo a literatura nacional, é 
manter altos índices de giro e altos índices de margem. Ora o giro ou a margem podem 
ser baixos, mas um precisa balancear e compensar o outro. É o caso de vender 1.000 
unidades por R$ 1,00 ou vender 1 unidade por R$ 1.000,00. O giro do ativo vai ser o 
mesmo, nos dois casos. 
Figura 5 - Indices de Rentabilidade e Lucratividade 
 
Fonte: Elaborado pelos autores. 
 
ÍNDICES DE RENTABILIDADE E LUCRATIVIDADE
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
40,00%
margem
operacional
margem líquida rentabilidade do
PL
retorno sobre o
investimento
2007
2008
2009
 
I CINGEN- Conferência Internacional em Gestão de Negócios 2015 
Cascavel, PR, Brasil, 16 a 18 de novembro de 2015 
UNIOESTE-Universidade Estadual do Oeste do Paraná 
CCSA-Centro de Ciências Sociais Aplicadas 
 Outra relação que existe com a Rentabilidade, está na teoria econômica do 
risco x retorno. Quanto maior o risco, maior precisa ser o retorno esperado para 
compensar o risco que se corre. 
Na Análise de Balanços, esta relação de risco x retorno se aplica na liquidez x 
rentabilidade. Empresas com alta liquidez geralmente são conservadoras porque não 
querem correr o risco de ter problemas de fluxos de caixa ou não gostam de buscar 
capitais de terceiros. Por outro lado, empresas com baixa liquidez correm mais riscos de 
ter problemas com o fluxo de caixa e sempre precisam buscar recursos de terceiros para 
cobrir oscilações no caixa. A empresa que trabalha com menor liquidez, aplica menos 
capital de giro em estoques, dá menos prazo para seus clientes e busca aumentar o prazo 
para pagar seus fornecedores. A conseqüência é faltar algum produto em estoque e 
perder venda, mas em conpensação, o capital de giro que possui está todo aplicado no 
negócio que gira muito mais rápido do que a empresa que mantém o ativo circulante 
mais inchado. 
Claro que quem trabalha com menor liquidez vai ter mais rentabilidade, se as 
condições de negócios forem semelhantes. É por isto que empresas concorrentes que 
vendem o mesmo produto pelo mesmo preço, possuem resultados diferentes nas suas 
respectivas Demonstrações de Resultado ou, podem trabalhar com preços menores 
porque tem custos menores. 
 
5 Conclusões 
 Diante dos dados obtidos no desenvolvimento, ficou evidente o crescimento 
econômico-financeiro da Hering durante estes três anos. A sua reviravolta vendendo 
grande parte de seu Imobilizado para importar produtos mais baratos em vez de fabricar, 
dessa forma deixando os preços mais acessíveis para o varejo. O aumento de Intangível 
com as novas marcas, suas novas lojas virtuais multiplicando a lista de clientes surtiram 
efeitos. Em questão de menos de três anos o retorno sobre o investimento aumentou 
584%. A remuneração dos investidores aumentou 447%. Em 2009 a Companhia 
conseguiu atingir uma margem líquida maior que a margem operacional, ou seja, 
impressionante lucro líquido maior que operacional. Entre outros dados já mencionados 
no capítulo 4. Dessa forma, foi possível demonstrar a amplitude de informações que 
podem ser extraídos das análises de balanços que podem ser utilizados não somente 
como um mero uso externo (avaliação de investimentos, concessão de créditos, 
concorrência etc), mas também como uma ferramenta gerencial fortíssima como painel 
de controle da administração. 
 
Referências 
 
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 br. Acesso em 15 jul 2015. 
 
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PADOVEZE, Clóvis Luis. Contabilidade Gerencial: um enfoque em sistema de 
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RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade geral fácil. São Paulo: Saraiva, 1997. 
 
RIBEIRO, OsniMoura. Estrutura e análise de balanços fácil. 8ª ed. São Paulo: 
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SCHRICKEL, Wolfgang Kurt. Demonstrações financeiras: abrindo a caixa preta. São 
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SILVA, Alexandre Alcantara da. Estrutura, Análise e Interpretação das 
Demonstrações Contábeis.. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2012. 
 
SILVA, Antonio Carlos Ribeiro da. Metodologia da pesquisa aplicada à 
contabilidade: orientações de estudos, projetos, artigos, relatórios, monografias, 
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