Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Lo gís tic a e Di str ibu içã o Au la 14 - A Ca de ia de V alo r e a Lo gís tic a 85Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb Aula Nº 14 – A Cadeia de Valor e a Logística Objetivo da Aula Conhecer o conceito de Cadeia de Valor, suas vantagens e compreender qual a participação da Logística nesse conceito tão inovador. Introdução Vantagens competitivas vêm sendo agregadas ao longo de toda a cadeia de suprimento. Melhorias contínuas devem ser buscadas em todos os elementos da cadeia, reduzindo-se os custos, melhorando-se a qualidade dos produtos e o nível de serviço para os clientes finais. Um elemento que possibilita uma análise sistematizada do processo é chamado de cadeia de valor. Os elementos da cadeia de suprimento vão desde o fornecedor da matéria- prima destinada à fabricação de um produto, até o consumidor final, passando pela manufatura, centros de distribuição, atacadistas (quando há) e varejistas. Para atuarem de forma integrada e com sucesso na cadeia de suprimentos, as empresas, além de implementarem um controle de qualidade adequado, devem priorizar a redução de seus custos para serem competitivas em um mercado tão globalizado. Na aula anterior, estudamos o conceito das flexibilidades logísticas. Nesta aula, aprofundaremos nossos conhecimentos sobre a cadeia de Valor. Lo gís tic a e Di str ibu içã o Au la 14 - A Ca de ia de V alo r e a Lo gís tic a 86Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb 1. A Cadeia de Valor O conceito da cadeia de valor foi desenvolvido por Michael Porter, professor da Harvard Business School, e é, atualmente, um dos pilares do moderno Gerenciamento da Cadeia de Suprimento. Segundo Michael Porter, a cadeia de valor “é o conjunto de atividades realizadas por uma empresa que cria valor e aumenta a sua capacidade competitiva”. Podem ser divididas em “atividades primárias”, como logística, fabricação, marketing, vendas, serviços pós-venda, e em “atividades secundarias”, como infra-estrutura da empresa, recursos humanos, tecnologia e compras. 2. O valor Em um ambiente competitivo, valor é o montante que os compradores estão dispostos a pagar por aquilo que uma empresa ou indivíduo lhes fornece (PORTER,1989). Um bom exemplo é de uma água sendo vendida em um engarrafamento gigantesco, em um dia de calor insuportável. O que poderia ser gratuito em sua casa passa a ter um alto valor. O valor não é medido pelo custo final, mas pela receita total, resultante do preço que a empresa estabelece para o produto, em razão do mercado e do número de unidades que ela possa vender. A margem de lucro dar-se-á quando a soma dos custos envolvidos na geração do produto for menor do que o valor que ela consegue estabelecer para ele. Essa margem, normalmente, é dividida, não em partes iguais, entre varejista, fabricante, fornecedores, transportadoras, intermediários e todos os participantes da cadeia de suprimento. A meta de uma empresa competitiva deve ser aumentar ao máximo o valor agregado de seus produtos e, ao mesmo tempo, minimizar seus custos globais na cadeia de suprimento. Lo gís tic a e Di str ibu içã o Au la 14 - A Ca de ia de V alo r e a Lo gís tic a 87Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb 3. As Atividades de Valor As atividades de valor são formadas pelos processos físico-operacionais que a empresa utiliza para criar um produto com certo valor de mercado. Cada atividade de valor usa diversos insumos, como recursos humanos, materiais, tecnologia, informação, entre outros, podendo gerar ativos financeiros, como estoques e contas a receber, e passivos, como contas a pagar. A cadeia de suprimento é formada por uma seqüência de cadeias de valor e as atividades de valor são os elementos-chave da vantagem competitiva. A cadeia de valor não é um conjunto de atividades independentes, mas um sistema de atividades interdependentes. A cadeia de valor completa é muito extensa, pois envolve a manufatura, seus fornecedores, outros fornecedores nos segmentos anteriores do processo, varejistas, bem como outros agentes eventuais, como atacadistas, representantes e distribuidores. Ainda se observa, em muitos casos, que cada empresa da cadeia de valor tenta tirar o máximo de vantagem para si, ignorando os possíveis efeitos sobre os demais co-participantes. Este quadro, retirado do site do Banco do Brasil, serve como ilustração para nosso estudo: Lo gís tic a e Di str ibu içã o Au la 14 - A Ca de ia de V alo r e a Lo gís tic a 88Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb AGREGANDO A VISÃO DE CADEIA DE VALOR Trabalhar com a visão de cadeia de valor significa considerar todas as atividades de produção e entrega, que agregam valor a produtos e serviços até o consumidor final. A cadeia de valor abrange a cadeia produtiva (matéria-prima até produto/serviço), a cadeia de distribuição (produto/serviço até o consumidor final), bem como todos os elementos de influência direta e indireta não descritos na forma de atividade (como governo, cooperativas e instituições financeiras, entre outros). Considerando que uma das principais metas de qualquer empreendimento é o crescimento da rentabilidade, a cadeia de valor deve ser gerenciada, identificando atividades que não adicionam valor para evitar dispêndios desnecessários e procurando a melhoria contínua do produto, em todas as etapas. A análise da cadeia de valor é um grande diferencial competitivo. Depois que a cadeia de valor é totalmente articulada, decisões estratégicas fundamentais tornam-se mais nítidas. As decisões de investimentos podem ser vistas de uma perspectiva do seu impacto na cadeia global. Construir uma vantagem competitiva sustentável exige conhecimento de todos os atores envolvidos e dos estágios-chave que podem conduzir ao sucesso. Essa é a visão de cadeia de valor, assim é com o DRS. Lo gís tic a e Di str ibu içã o Au la 14 - A Ca de ia de V alo r e a Lo gís tic a 89Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb 4. Participação da Logística na Cadeia de Valor A cadeia de valor deve ser trabalhada de forma sistemática e contínua, visando à melhoria da competitividade de toda a cadeia de suprimento no mercado. O processo não pára por aí e podem-se conseguir reduções adicionais nos custos das atividades de valor, à medida que o grupo de empresas que formam a cadeia de valor for aumentando sua participação no mercado e investindo em novas expansões. Grande parte das medidas que servem para melhorar a cadeia de valor depende de um bom desempenho das atividades logísticas. Deixando de tratar somente das operações logísticas clássicas, a Logística, hoje, passa a agir no campo estratégico, atuando, fortemente, na concepção, planejamento, implementação e execução dos projetos estratégicos das empresas. Como exemplo dessas medidas, podem-se citar: • Implantação de um sistema ECR ou Efficient Consumer Response, com reabastecimento das lojas do varejista diretamente pelo produtor, com uso de “EDI”; • Parcerias com fornecedores de matéria-prima e de componentes da indústria, visando à otimização e conseqüente redução nos custos finais; • Entre outras. 5. “EDI” e “ECR” a. EDI, ou Electronic Data Interchange é uma troca automatizada, de um computador para outro, de informações de negócios estruturadas, entre uma empresa e seus parceiros comerciais, de acordo com um padrão reconhecidointernacionalmente. Turban e colaboradores consideram que o uso primário do EDI é transferir transações de negócio repetitivas, tais como encomendas, faturas, aprovações de crédito e notificações de envio. Isso significa que o EDI, hoje, contrariamente ao que muitos acreditam, não implica comunicação em Lo gís tic a e Di str ibu içã o Au la 14 - A Ca de ia de V alo r e a Lo gís tic a 90Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb tempo real. O EDI é, sem dúvida, um potencializador para a comunicação de negócios efetiva e eficiente entre as organizações. Goldfarb e Prescod mencionam os benefícios subseqüentes, comparados a não ter quaisquer comunicações eletrônicas com os parceiros de negócio: • maior celeridade nas encomendas; • melhor controle do inventário; • menor flutuação financeira; • informação completa e em tempo real sobre encomendas e inventário para tomada de decisão mais apoiada; • redução de custos de introdução manual dos dados e menos erros. As vantagens são tão grandes que não subsiste nenhuma dúvida se a comunicação eletrônica é ou não algo a atingir, a questão reside em qual tipo de solução é mais adequada para o negócio e a qual preço. b. ECR ou Efficiet Consumer Response (Resposta Eficiente ao Consumidor) surgiu nos Estados Unidos, em 1992, e foi, posteriormente, disseminada em outros países. Nessa filosofia, busca-se maior integração entre as empresas, e o foco é na eficiência da cadeia de suprimento toda, ao invés da eficiência individual das partes, possibilitando, assim, reduzir os custos totais do sistema, dos estoques, e ainda disponibilizar produtos mais frescos, de melhor qualidade e com preços menores para o consumidor final. Síntese Nesta aula, vimos como muitas empresas têm se utilizado do conceito da cadeia de valor para o aprimoramento de suas atividades logísticas e, como conseqüência, têm conseguido atender seus clientes de maneira mais eficiente e eficaz. Na próxima aula, aprofundaremos o conceito do “ECR” e suas implicações. Até lá! Lo gís tic a e Di str ibu içã o Au la 14 - A Ca de ia de V alo r e a Lo gís tic a 91Faculdade On-Line UVB Anotações do Aluno uvb Referências Básicas BALLOU, Ronald H. Logística Empresarial. São Paulo: Atlas, 1993. NOVAES, Antonio Galvão N. ; ALVARENGA, Antonio Carlos. Logística Aplicada: suprimento e distribuição física. São Paulo: Pioneira, 1994. VALENTE, M. G. Gerenciamento de transportes e frotas. São Paulo: Pioneira, 1997. Referências Complementares CHING, Hong Yuh. Gestão de estoques na cadeia de logística integrada. São Paulo: Atlas, 2001. DIAS, Marco Aurélio P. Transportes e distribuição física. São Paulo: Atlas, 1987. http://www.bb.com.br.
Compartilhar