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�PAGE �1� CANTUÁRIA & DUARTE ADVOGADOS ASSOCIADOS Rua Brasil, n.º144, Capuchinhos, Feira de Santana / BA - (75) 3622.2795 a EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA ESPECIALIZADA DE DEFESA DO CONSUMIDOR DA COMARCA DE FEIRA DE SANTANA– BAHIA. Autos n.º 1822605-3/2008. JOSENILDE MASCARENHAS DE OLIVEIRA, já devidamente qualificada nos autos de processo que move na Justiça Estadual, vem neste ato mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência, através de seu advogado FALAR DA CONTESTAÇÃO, apresentada pelo Requerido, para tanto valendo do princípio da ampla defesa e contraditório, nos termos em que a aduzir passa: PRELIMINAR: DA REVELIA Importa ressaltar, no que tange a resposta do réu, qual seja a contestação, que a mesma fora interposta fora do prazo, tendo imperado-se a revelia. Logo, a referida citação fora juntada em 16 de abril de 2008 – o que pode ser observado no verso das fls. 54 dos autos. Desta forma o requerido tinha o prazo estipulado com termo final para o dia 02 de maio de 2008. Todavia, o requerido protocolou sua defesa no dia 30 de maio de 2008. Destarte, deve imperar a revelia sobre o direito de defesa, bem como devem reputar-se verdadeiros os fatos afirmados pela autora em conformidade com os artigos 285, 319 e 324 de nosso Instituto Processual Civil, devendo portanto, a referida contestação ser desentranhada do autos. DA COMPETÊNCIA ABSOLUTA EM RAZÃO DA MATÉRIA A Requerente é Consumidora Final dos serviços que o Requerido presta em geral, in casu, contratos para aquisição de crédito para compra de veículos, enquadrando-se perfeitamente no que prescreve o CDC no art. 3.º, em seu §2.º. Dessa forma, não merece guarida o argumento do Requerido quando afirma que o veículo não é meio de transporte próprio, haja vista que a Requerida se trata sim de consumidora final, tendo em vista que adquiriu desde o início referido veículo com vício oculto – qual seja, o motor danificado – e por isso, a autora nem ao menos está a fazer uso do veículo, que dirá transportar mercadorias. Importa ressaltar que a Requerente teve um prejuízo ao comprar o veículo no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) referente a retífica do motor, o que vem pagando com sacrifício, conforme fls. 43 dos autos. Todavia, o Requerido ao aprovar a vistoria do referido veículo avalizou o referido bem como em “bom estado”, e hoje, mesmo o veículo com o motor retificado não está a servir para transporte, pois o motor ficou “fraco” restando o prejuízo total a Requerente, ora hipossuficiente. Ademais, configurando-se numa clara relação de consumo e como no caso em tela este juízo é o competente para processar e julgar litígios de consumo, pois o valor econômico ultrapassa 40 (quarenta) salários mínimos, conforme a Lei Estadual n.º6.982/92, mais especificamente em seu artigo 6º, levando-se em conta a data da propositura da referida ação – quando o salário mínimo vigente era de R$ 380,00 (trezentos e oitenta reais), o que perfazia um teto de R$ 15.200,00 (quinze mil e duzentos reais) e como pode ser observado a época dos fatos o valor dado a causa fora de 16.237,44 (dezesseis mil duzentos e trinta e sete reais e quarenta e quatro centavo), o que pode ser constatado nas fls.50 dos autos. DA VERDADE DOS FATOS E DA RELAÇÃO JURÍDICA CONTRATUAL Dessa forma, temos um valor exorbitante para o veículo com juros e encargos maiores do que aqueles previstos no CDC. Vale afimar, parte do referido veículo, o equivalente a R$ 8.900,00 (oito mil e novecentos reais), fora financiado em 36 (trinta e seis) parcelas, cada uma no valor de R$ 451,04 (quatrocentos e cinqüenta e um reais e quatro centavos), o que resultaria em R$ 16.237,44 (dezesseis mil duzentos e trinta e sete reais e quarenta e quatro centavos), quase atingindo assim, o valor total de mercado do veículo, qual seja R$ 18.000,00 (dezoito mil reais). Deste montante a Autora pagou 7 (sete) parcelas: a primeira e a segunda somaram o valor de R$ 1.104,70 (Um mil e cento e quatro reais e setenta centavos) e que venceram em 21/04/2007 e 21/05/2007 - pois foram cobradas taxa de permanência no valor de R$ 155,16 (cento e cinqüenta e cinco reais e dezesseis centavos); multa no valor de R$21,41 (vinte e um reais e quarenta e um centavos); mora no valor de R$ 16,15 (dezesseis reais e quinze centavos); tarifa bancária no valor de R$ 9,90 (nove reais e noventa centavos). A terceira parcela no valor de R$ 556,70 (quinhentos e cinqüenta e seis reais e setenta centavos) com vencimento em 21/06/2007; a quarta e quinta parcela somaram o valor de R$ 1.224,49 (Um mil duzentos e vinte e quatro reais e quarenta e nove centavos) com vencimento em 21/07/2007 e 21/08/2007 respectivamente; a sexta parcela no valor de R$ 484,94 (quatrocentos e oitenta e quatro reais e noventa e quatro centavos), com vencimento em 21/09/2007; e a sétima no valor de R$ 455,99 (quatrocentos e cinqüenta e cinco reais e noventa e nove centavos) com vencimento em 21/10/2007, tudo consoante pode ser observado nas fls. 34 a 39 dos autos, onde podem ser verificados a cobrança de taxas ilegais e abusivas. Ademais também não merece guarda a afirmação de que a Requente pagou sua última prestação em novembro, pois apesar de todas dificuldades pelas quais vem passando a Requerida, a mesma fez depósito judicial, conforme comprovante o qual ora requer a juntada. Destarte, como Vossa Excelência pode observar a Requerente veio pagando as prestações, mesmo com altos juros abusivos, no afã de adimplir suas obrigações. No entanto, a Autora não suportou os altos encargos bancários, situação esta somada ao problema ocorrido com o referido veículo que teve o seu motor danificado e posteriormente consertado a duras penas parcelando o pagamento com cheques que vêem dificultosamente sendo cobertos, fls.43. O Requerido não apresentou o “CONTRATO DE FINANCIAMENTO DO BEM ADQUIRIDO”, o qual não fora entregue ao autor, quando do financiamento, o que é defeso na Lei n.º8.078/90, impedindo o consumidor de discutir o direito e as condições do contrato, portanto deve ser aplicada a pena de multa diária no valor de R$ 100,00 (cem reais), conforme solicitado na exordial. DOS PEDIDOS Assim, estão presentes os elementos necessários à ocorrência do fato, que justificam a condenação do Contestante, na forma requerida na inicial. Destarte, é a presente para que Vossa Excelência acolha a preliminar de revelia, determinando o desentranhamento da contestação de fls.56 a 68. Seja aplicada a pena de multa diária no valor de R$ 100,00 (cem reais), conforme solicitado na exordial, haja vista o princípio da Inversão do Ônus da Prova, considerando que o Requerido não apresentou o “CONTRATO DE FINANCIAMENTO DO BEM ADQUIRIDO” e também não entregou uma cópia para a Requerente. Mas que ora alega possuir e no entanto não o apresenta, pois neste estão presentes todos os vícios alegados na exordial. Seja o Requerido condenado nas eventuais verbas de sucumbência. Requer a juntada de comprovante de depósito judicial referente aos autos em epígrafe. Ao final, caso não acolha as preliminares, refute os argumentos da peça contestatória, por suas próprias improcedências e entenda justa a pretensão do Requerente, julgando a presente ação procedente em favor do mesmo, e na forma da inicial. Nestes termos, Pede e espera D E F E R I M E N T OFeira de Santana, Bahia, 6 de junho de 2008. UBIRATAN QUEIROZ DUARTE OAB/BA – 10.587/89 IGOR CANTUÁRIA OAB/BA 17638E �PAGE � �PAGE �4� _1124178086/õ���(Todas as categorias) _1124172636/õ���(Todas as categorias)
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