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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS – UNIFAL-MG Aula 5 ICT 13 Álgebra Linear Aula 5 PROF. DR. MAYK COELHO UM POUCO DE HISTÓRIA Permutações Para dar início ao assunto de determinantes de uma matriz quadrada qualquer é preciso primeiro saber alguns conceitos sobre permutação. Seja o conjunto 𝑆 = 1, 2, 3,… ,𝑛 e 𝑆! o conjunto de todas as permutações do conjunto 𝑆. É de conhecimento que 𝑆! contém 𝑛! elementos. Exemplo: 𝑆 = {1, 2, 3} então: 𝑆! = 1, 2, 3 , 1, 3, 2 , 3, 1, 2 , 3,2, 1 , 2, 3, 1 , 2, 1, 3 , ou seja, 𝑆! contém 3! Elementos, ou seja, 6 elementos. Considerando uma permutação 𝑝, chama-se paridade da permutação o número mínimo de trocas que são necessárias efetuarem em 𝑝 para voltar a ordem inicial. Exemplo: Se 𝑆 = {1, 2, 3} e 𝑝 = 321 então a paridade de 𝑝 é 3. Se 𝑝 = 312 a paridade de 𝑝 é 2. Diz-se que uma permutação é par se o número de trocas for par e ímpar se o número de trocas for ímpar. Determinantes das O início das matrizes e determinantes remontam ao século II a.C. embora alguns vestígios desse assunto foi encontrado no século VI a.C. Somente no final do século XVII que as ideias reapareceram e desenvolveram até os dias atuais. Não é de estranhar que o início de matrizes e determinantes está intimamente relacionado com o estudo dos sistemas lineares. Os babilônios estudaram problemas que levam a resolução de um sistema linear de duas variáveis e duas equações, sendo que alguns destes problemas foram preservados em tabuletas de argilas. Os chineses, entre 200 a.C e 100 a.C, chegaram muito mais perto de matrizes que os babilônios. Na verdade, é justo dizer que o texto “Nove Capítulos da Arte Matemática” escrito durante a dinastia Han dá o primeiro exemplo conhecido de métodos de matriz. Girolamo Cardano, em Ars Magna (1545), dá uma regra para a solução de um sistema de duas equações lineares que ele chama de regulamentação de Modo. Esta regra dá o que é essencialmente a regra de Cramer para resolver sistemas lineares 2×2. AULA 4 - DETERMINANTES | PROF. MAYK COELHO 2 Define-se o sinal de uma permutação 𝑝, 𝑠𝑔𝑛(𝑝), da seguinte forma: 𝑠𝑔𝑛 𝑝 = +1, 𝑠𝑒 𝑝 é 𝑝𝑎𝑟−1, 𝑠𝑒 𝑝 é 𝑖𝑚𝑝𝑎𝑟 A permutação identidade tem sinal +1 é qualquer permutação que só troque dois números tem sinal -1. Mas como encontrar a paridade de uma permutação? Podemos fazer da seguinte forma: Diz-se que ocorre uma inversão na permutação sempre que um número maior precede um menor. Assim, o número total de inversões que ocorre numa permutação 𝑝 = 𝑝!𝑝!…𝑝! calcula-se do seguinte modo: 1) Contam-se os números menores que 𝑝! que estão à sua frente na permutação; 2) Contam-se os números menores que 𝑝! que estão à sua frente na permutação; 3) Continua-se com a contagem para 𝑝!,… ,𝑝!!!; 4) O número de inversões é a soma dos números obtidos em cada passo anterior. Como o número total de inversões corresponde a um possível número de trocas para transformar a permutação na identidade, a paridade desse número é a paridade da permutação. Exemplos: A permutação 𝑝 ∈ 𝑆! dada por 𝑝 = 613452 é par, pois ocorrem 8 inversões (5+ 0+ 1+ 1+ 1 = 8). Já a permutação 𝑞 ∈ 𝑆! dada por 𝑞 = 214365 é impar, pois são necessárias 3 inversões (1+0+1+0+1=3). Produtos Elementares Seja 𝐴!×! = 𝑎!" !×! uma matriz quadrada de ordem 𝑛. Chama-se produto elementar de 𝐴 um produto de 𝑛 entradas da matriz 𝐴 contedo exatamente uma entrada de cada linha e de cada coluna de 𝐴, ou seja, um produto da forma 𝑎!!!𝑎!!! …𝑎!!!, onde 𝑝!𝑝!…𝑝! ∈ 𝑆!. Como cada produto elementar de uma matriz de ordem 𝑛 esta associada a uma permutação em 𝑆! segue que para uma matriz de ordem 𝑛 há 𝑛! Produtos elementares. Exemplo: Na matriz 2 3 45 3 17 4 5 , 4×3×7 = 84 é o produto elementar associado à permutação 321 . Um produto elementar assinalado é um produto elementar multiplicado pelo sinal da permutação que lhe está associada. Exemplo: No exemplo anterior temos que o produto elementar assinalado associado a permutação 321 é −18, pois a permutação e impar. A ideia de um determinante apareceu no Japão e na Europa quase simultaneamente, embora o matemático Seki no Japão publicou suas ideias antes. Em 1683, Seki escreveu “Método de Resolver os Problemas Dissimulados” que contém métodos matriciais escrito como tabelas exatamente do jeito que os métodos chineses acima foram construídos. Sem ter qualquer palavra que corresponda a "determinante" Seki ainda introduziu determinantes e deu métodos gerais para o seu cálculo com base em exemplos. Usando seus "determinantes" Seki foi capaz de encontrar os determinantes de ordem 2, 3, 4 e 5 e aplicou-os na resolução de equações, mas não em sistemas de equações lineares. Extraordinariamente, a primeira aparição de um determinante na Europa apareceu exatamente em 1683 com uma carta de Leibniz enviada ao marquês de L'Hôpital. Leibniz estava convencido de que uma boa notação matemática era a chave para o progresso da mesma. Em seus manuscritos inéditos, encontram-se mais de 50 maneiras diferentes de notação de sistemas que ele trabalhou durante muitos anos. Leibniz usou a palavra "resultante" para certas somas combinatórias de um determinante. Ele provou vários resultados sobre resultantes, incluindo o que é essencialmente a regra de Cramer. Ele também sabia que um determinante pode ser expandindo usando qualquer linha ou coluna - o que é agora chamado de método de Laplace, ou de co-fatores. Em1730, Mclaurin escreveu seu Tratado de Álgebra, embora não foi publicado até 1748, dois anos após sua morte. Ele contém os primeiros resultados publicados sobre os determinantes provando a regra de Cramer para determinantes 2×2 e 3×3 e indicando como proceder para os determinantes 4×4. Trabalhos sobre determinantes começaram a surgir regularmente. Em 1764, Bézout apresentou os determinantes de Vandermonde. Em 1772, Laplace afirmou que os métodos introduzidos por Cramer e Bézout eram impraticáveis e, em um artigo onde ele estudou as órbitas dos planetas interiores, ele discutiu a solução de um sistema de equações lineares, sem realmente calculá-lo, usando determinantes. Surpreendentemente Laplace usou a palavra "resultante" para o que hoje chamamos de determinante, o que é curioso, é que essa palavra é a mesma usada por Leibniz. Deste modo, Laplace deve ter tido conhecimento dos trabalhos de Leibniz sobre esse assunto. Determinante foi o termo introduzido pela primeira vez por Gauss em “Disquisitiones Arithmeticae” (1801) ao discutir formas quadráticas. Ele usou o termo porque o determinante determina as propriedades da forma quadrática. No entanto, o conceito não é o mesmo que a de nosso determinante. No mesmo trabalho Gauss estabelece os coeficientes de suas formas quadráticas em matrizes retangulares. Ele descreve a multiplicação de matrizes (o que ele pensa em como composição que ele ainda não atingiu o conceito de álgebra matricial) e da inversa de uma matriz no contexto particular das matrizes de coeficientes de formas quadráticas. O método de eliminação, que ele apareceu pela primeira vez no texto “Nove Capítulos da Arte Matemática” foi usado por Gauss em seu trabalho que estudou a órbita do asteroide Pallas. Usando observações de Pallas tomadas entre 1903 2 1809, Gauss obteve um sistema de seis equações lineares em seis incógnitas. Gauss deu um método sistemático para a resolução de equações desse tipo, o que é precisamente o método sobre a matriz coeficiente que conhecemos hoje. Foi Cauchy que usou "determinante" em seu sentido moderno. Oseu trabalho é o mais completo dos primeiros trabalhos sobre determinantes. Ele reprovou os trabalhos anteriores e deu novos resultados sobre esse assunto. No artigo de 1812, o teorema sobre a multiplicação de determinantes é provado pela primeira vez, embora, na mesma reunião do Instituto da França, Binet também apresentou um artigo que continha uma prova do teorema da multiplicação, mas foi menos satisfatória do que aquela dada por Cauchy. AULA 4 - DETERMINANTES | PROF. MAYK COELHO 3 Definição geral de determinante de uma matriz 𝑨𝒏×𝒏 O determinante da matriz 𝐴!×! (det𝐴 𝑜𝑢 𝐴 ) é a soma de todos os produtos elementares assinalados de 𝐴, isto é: det𝐴 = 𝑠𝑛𝑔(𝑝)!∈!! 𝑎!!!𝑎!!! …𝑎!!! Assim, o determinante de uma matriz 𝐴!×! = 𝑎 𝑏𝑐 𝑑 é dado por 𝐴 = 𝑎𝑑 − 𝑏𝑐. Para uma matriz 𝐴!×! = 𝑎 𝑏 𝑐𝑑 𝑒 𝑓𝑔 ℎ 𝑖 temos que 𝐴 = 𝑎𝑒𝑖 + 𝑔𝑏𝑓 + 𝑑ℎ𝑐 − 𝑔𝑒𝑐 − 𝑎ℎ𝑓 − 𝑑𝑏𝑖 Note que se 𝐴!×! for triangular, o det𝐴 é o produto dos elementos da diagonal. Mas imagine a dificuldade de se obter todos os produtos elementares com sinal de uma matriz de ordem 10. Teríamos 10! Produtos para serem calculados. Mas há uma maneira de reduzir estes cálculos. Observe que se reescrevermos 𝐴 agrupando os múltiplos da primeira linha de 𝐴 temos o seguinte: 𝐴 = 𝑎 𝑒𝑖 − ℎ𝑓! + 𝑏 𝑔𝑓 − 𝑑𝑖! + 𝑐 (𝑑ℎ − 𝑔𝑒)! Observe que: • 𝑥 é o determinante da matriz resultante da retirada da linha e da coluna do elemento 𝑎, ou seja: 𝑥 = 𝑒 𝑓ℎ 𝑖 • 𝑦 é o determinante da matriz resultante da retirada da linha e da coluna do elemento 𝑏, com sinal trocado, ou seja: 𝑦 = − 𝑑 𝑓𝑔 𝑖 • 𝑧 é o determinante da matriz resultante da retirada da linha e da coluna do elemento 𝑐, ou seja: 𝑧 = 𝑑 𝑒𝑔 ℎ Assim, se definirmos 𝐴!" como sendo o determinante da matriz resultante da retirada da linha 𝑖 e da coluna 𝑗 de 𝐴, então temos que: 𝐴 = 𝑎 𝐴!! − 𝑏 𝐴!" + 𝑐 𝐴!" Logo reduzimos o calculo de um determinante de ordem 3 para o calculo de 3 determinantes de ordem 2. Mas poderíamos escolher também como referencia a linha 2 ao invés da linha 1 e teríamos: 𝐴 = 𝑑 ℎ𝑐 − 𝑏𝑖! + 𝑒 𝑎𝑖 − 𝑔𝑐! + 𝑓 (𝑔𝑏 − 𝑎ℎ)! E teríamos: 𝐴 = −𝑑 𝐴!" + 𝑒 𝐴!! − 𝑓 𝐴!" O mesmo pode ser feito escolhendo qualquer outra linha ou mesmo qualquer outra coluna, de modo geral temos então a seguinte definição: AULA 4 - DETERMINANTES | PROF. MAYK COELHO 4 Seja 𝐴 = 𝑎!! ⋯ 𝑎!!⋮ ⋱ ⋮𝑎!! ⋯ 𝑎!! e 𝐴!" o determinante da matriz resultante da retirada da linha 𝑖 e da coluna 𝑗 de 𝐴, então temos que: Escolhendo a linha 𝑖 como referencia: 𝐴 = (−1)!!!𝑎!" 𝐴!"!!!! ou Escolhendo a coluna 𝑗 como referencia: 𝐴 = (−1)!!!𝑎!" 𝐴!"!!!! O termo 𝐶!" = (−1)!!! 𝐴!" é chamado de co-fator de 𝑎!". Deste modo, note que para obter o determinante de uma matriz 𝐴!×! teremos que calcular 𝑛 determinantes de ordem 𝑛 − 1. Muita coisa não? Uma estratégia é escolher a linha, ou a coluna que contenha mais zeros, reduzindo assim a quantidade de determinantes de ordem menor para calcular. Mas se não houver zeros na matriz? Na aula anterior vimos maneiras de zerar elementos de uma matriz, basta fazer operações elementares ou nas linhas ou nas colunas. Porém, estas operações em linhas, ou colunas podem alterar o valor do determinante como podemos ver no exemplo abaixo: Exemplo: Para uma matriz 𝐴!×! = 𝑎 𝑏 𝑐𝑑 𝑒 𝑓𝑔 ℎ 𝑖 temos que 𝐴 = 𝑎𝑒𝑖 + 𝑔𝑏𝑓 + 𝑑ℎ𝑐 − 𝑔𝑒𝑐 − 𝑎ℎ𝑓 − 𝑑𝑏𝑖 O determinante da matriz 𝐵 resultante da multiplicação da primeira linha de 𝐴 é dado por: 𝑘𝑎 𝑘𝑏 𝑘𝑐𝑑 𝑒 𝑓𝑔 ℎ 𝑖 = 𝑘𝑎𝑒𝑖 + 𝑔𝑘𝑏𝑓 + 𝑑ℎ𝑘𝑐 − 𝑔𝑒𝑘𝑐 − 𝑘𝑎ℎ𝑓 − 𝑑𝑘𝑏𝑖 = 𝑘 𝐴 O determinante da matriz 𝐵 resultante da troca da linha 1 com a linha 2 de 𝐴 é dado por: 𝑑 𝑒 𝑓𝑎 𝑏 𝑐𝑔 ℎ 𝑖 = 𝑑𝑏𝑖 + 𝑔𝑒𝑐 + 𝑎ℎ𝑓 − 𝑎𝑒𝑖 − 𝑔𝑏𝑓 − 𝑑ℎ𝑐 = − 𝐴 O determinante de uma matriz 𝐵 resultante da combinação da linha 1 com um múltiplo da linha 2 de 𝐴 é dado por: 𝑎 + 𝑘𝑑 𝑏 + 𝑘𝑒 𝑐 + 𝑘𝑓𝑑 𝑒 𝑓𝑔 ℎ 𝑖 = 𝑎 + 𝑘𝑑 𝑒𝑖 + 𝑔 𝑏 + 𝑘𝑒 𝑓 + 𝑑ℎ 𝑐 + 𝑘𝑓 − 𝑔𝑒 𝑐 + 𝑘𝑓 − 𝑎 + 𝑘𝑑 ℎ𝑓 − 𝑑 𝑏 + 𝑘𝑒 𝑖 = 𝑎𝑒𝑖 + 𝑔𝑏𝑓 + 𝑑ℎ𝑐 − 𝑔𝑒𝑐 − 𝑎ℎ𝑓 − 𝑑𝑏𝑖 + 𝑘𝑑𝑒𝑖 + 𝑘𝑒𝑓𝑔 + 𝑘𝑓𝑑ℎ − 𝑘𝑓𝑔𝑒 − 𝑘𝑑ℎ𝑓 − 𝑘𝑒𝑑𝑖! = 𝐴 Resumidamente temos de um modo geral as seguintes alterações: Seja 𝐴 uma matriz quadrada e 𝐵 a matriz resultante de uma operação elementar em 𝐴. Então temos: • Se 𝐿! ← 𝑘𝐿! então det 𝐵 = 𝑘 det 𝐴 ; • Se 𝐿!⟷ 𝐿! então det 𝐵 = −det (𝐴); • Se 𝐿! ← 𝐿! + 𝑘𝐿! então det 𝐵 = det (𝐴); • Se 𝐿! ← 𝑠𝐿! + 𝑘𝐿! então det 𝐵 = 𝑠det (𝐴); Conhecido como Método de Laplace ou simplesmente método dos co-‐fatores. AULA 4 - DETERMINANTES | PROF. MAYK COELHO 5 Estas alterações no determinante causadas pelas operações elementares nas linhas ou colunas da matriz trazem algumas propriedades interessantes, como por exemplo: • Podemos escalonar uma matriz até chegar em uma triangular e como vimos anteriormente, o determinante desta matriz triangular é o produto dos elementos da diagonal; • Caso 𝐴 tenha alguma linha nula o det𝐴 = 0; • det𝐴 = det𝐴!; • Caso 𝐴 tenha alguma combinação entre as linhas então det𝐴 = 0; • Sendo 𝐴!×!, se 𝑃 𝐴 < 𝑛 então det𝐴 = 0. Exemplo 1: Seja 𝐴 = 2 1 3 10 1 3 31 2 0 13 1 2 0 vamos calcular o determinante de 𝐴: Utilizando co-fatores na coluna 1 de 𝐴 temos: det𝐴 = 2 𝐴!! − 0 𝐴!" + 1 𝐴!" − 3 𝐴!" = 2 1 3 32 0 11 2 0! + 1 1 3 11 3 31 2 0! − 3 1 3 11 3 32 0 1! Para melhor compreensão, iremos calcular os determinantes 𝑥,𝑦 e 𝑧 como o mesmo método, assim: Utilizando co-fatores na linha 2 de 𝑥 temos: 𝑥 = −2 3 32 0 − 1 1 31 2 = −2 −6 − 1 −1 = 13 Utilizando co-fatores na linha 3 de 𝑦 temos: 𝑦 = 1 3 13 3 − 2 1 11 3 = 1 6 − 2 2 = 2 Utilizando co-fatores na coluna 2 de 𝑧 temos: 𝑧 = −3 1 32 1 + 3 1 12 1 = −3 −5 + 3 −1 = 12 Logo, voltando ao det𝐴 temos: det𝐴 = 2 13 + 1 2 − 3(12) = −8 Repare que buscamos escolher linhas e colunas que contivesse ao menos um valor nulo. Esta atitude no fez reduzir o calculo de um determinante em cada passo. Isto foi possível devido haver uma certa quantidade de zeros na matriz. Exemplo 2: Vamos utilizar a mesma matriz do exemplo anterior, porém iremos fazer operações nas linhas de 𝐴, escalonando-a até obtermos uma matriz triangular. 2 1 3 10 1 3 31 2 0 13 1 2 0 ∗∗𝐿! ← 2𝐿! − 𝐿!𝐿4 ← 2𝐿4 − 3𝐿1 ⇒ 2 1 3 10 1 3 30 3 −3 10 −1 −5 −3!! ∗∗𝐿! ← 𝐿! − 3𝐿!𝐿4 ← 𝐿4 + 𝐿2 ⇒ 2 1 3 10 1 3 30 0 −12 −80 0 −2 0!! ∗∗∗𝐿4 ← 6𝐿4 − 𝐿3 ⇒ 2 1 3 10 1 3 30 0 −12 −80 0 0 8!! Temos então que det𝐵! = 2×1× −12 ×8 = −192, mas queremos saber o determinante de 𝐴, assim: det𝐵! = 6×det𝐵! = det𝐵! = 2×2× det𝐴 ⇒ det𝐴 = det𝐵!6×4 = −19224 = −8 AULA 4 - DETERMINANTES | PROF. MAYK COELHO 6 Exemplo 3: Ainda no exemplo 1, podemos fazer uma combinação dos dois métodos. Observe no exemplo 2 que a matriz 𝐵! contém três entradas nulas na primeira coluna. Assim utilizando co-fatores na primeira coluna de 𝐵! temos: det𝐵! = 2 1 3 33 −3 1−1 −5 −3 = 2 −16 = −32 e além disso, det𝐵! = 4× det𝐴. Logo temos que: det𝐴 = −324 = −8 Dos exemplos anteriores, podemos perceber que ao utilizar apenas co-fatores no cálculo de um determinante podemos escolher as linhas ou colunas que melhor convém, ou seja, que exige menos cálculos, uma alternativa é escolher linhas ou colunas que contenham a maior quantidade de entradas nulas, reduzindo assim a quantidade de determinantes menores a serem calculados. Vimos também que é possível calcular o determinante de uma matriz fazendo apenas operações elementares nesta até obtermos uma matriz diagonal, visto que esta apresenta o calculo simples de seu determinante,lembrando apenas que é preciso tomar cuidado com as operações utilizadas, pois estas alteram o determinante, tomando este cuidado é possível descobrir o determinante da matriz original. Outro fator a destacar é que podemos combinar os dois métodos, inserindo zeros na matriz através de operações elementares e depois sim utilizando co-fatores, reduzindo bastante o número de operações. Mais resultados sobre determinantes Quando consideramos a complexidade das definições de multiplicação matricial e de determinantes, parece não haver uma relação simples entre estes conceitos, porém é muito interessante o seguinte resultado de que se 𝐴 e 𝐵 são matrizes quadradas de mesma ordem temos que det𝐴𝐵 = det𝐴 det𝐵 Observe que esta simplicidade não se aplica quando temos 𝐴 + 𝐵, ou seja, de modo geral: det𝐴 + 𝐵 ≠ det𝐴 + det𝐵 a igualdade é válida apenas as matrizes 𝐴 e 𝐵 se diferem por uma linha, ou por uma coluna. Bibliografia Anton H. E C. Rorres: Álgebra Linear com Aplicações Bookman, 2001 - Ed. 8 Pág 78-94 A. Steinbruch e P. Winterle: Álgebra Linear Pearson, 2002 – Ed. 2 Pág 420 - 446
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