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Universidade Estácio de Sá Curso de Psicologia Análise Experimental do Comportamento Professora Patrícia Pacheco CONDICIONAMENTO OPERANTE Cintia Dutra Albuquerque Luciana Canela Martins Niterói 26/06/2014 Universidade Estácio de Sá Condicionamento Operante Sniffy-Pro Relatório com gráficos sobre Condicionamento Operante relacionado à disciplina de Análise Experimental do Comportamento objetivando a obtenção de nota parcial de AV2 Sob orientação da professora Patrícia Pacheco INTRODUÇÃO Neste relatório abordaremos o chamado condicionamento operante, ou seja um comportamento que é voluntário, vem a ser o processo pelo qual certa classe de comportamentos fica sob o controle de suas consequências. Esta classe de comportamentos recebe o nome de Operante. O termo faz referência ao fato de que esta classe de comportamentos opera no meio modificando-o, e por sua vez estas modificações também alteram o comportamento. O comportamento aumenta de frequência se for reforçado (positiva ou negativamente) e diminui de frequência se for punido(positiva ou negativamente), resumindo o comportamento é regulado por suas consequências ou contingências. Uma forma importante de aprendizagem é aquela que leva em consideração a consequência da resposta que está sendo aprendida. O pioneiro do estudo nesta forma de aprendizagem foi Thorndike, que se dedicou ao estudo experimental da inteligência em animais e seres humanos. Através de experimentos com gatos, desenvolveu a Lei do Efeito que afirma que os comportamentos acompanhados por consequências agradáveis tornam-se mais frequentes enquanto comportamentos acompanhados por consequências desagradáveis tendem a desaparecer. Burrhus Friederich Skinner (1904-1990)- Provavelmente um dos psicólogos mais influentes na área da aprendizagem, desenvolveu o conceito de condicionamento operante. Desenvolveu também uma nova área da psicologia denominada de Análise Experimental do Comportamento. Primeiro Skinner começou trabalhando com animais em laboratório. No seu clássico experimento um rato ou um pombo foram colocados em uma caixa experimental. Nesta caixa existia uma barra e/ou um disco (botão) e um recipiente que liberava água ou comida. O rato ou o pombo privados da água ou comida tiveram acesso tanto a água ou a comida toda vez que exibiram um certo comportamento. No caso do rato o comportamento seria pressionar a barra e no pombo seria o comportamento de bicar um disco (botão) iluminado na parede da caixa experimental. No entanto, antes das sessões experimentais estes comportamentos não existiam no repertório de comportamentos dos animais. Os mesmos foram modelados. Cada resposta que se aproximava do comportamento almejado (pressionar barra / bicar disco) era imediatamente seguida da consequência ter acesso a comida e/ou a água. Percebeu-se que estas respostas foram se tornando mais fortes. Logo Skinner entendeu que foi estabelecida uma relação de dependência entre a resposta e a consequência por ela produzida (liberação de água ou comida). Ao final do experimento o rato conseguia pressionar a barra e o pombo bicar o disco para que houvesse liberação da comida ou água. Este simples arranjo experimental foi um passo grandioso, pois ele levou à descoberta da classe de comportamentos que Skinner chamou de operantes. Diferente dos comportamentos respondentes, o comportamento operante não é causado por um estímulo que antecede a sua ocorrência. O comportamento operante é causado (determinado) pelas consequências que produz, pelas alterações que provoca no ambiente.Rompendo a ideia do comportamento clássico porque demonstra que nem todo comportamento é provocado por estímulos que antecedem sua ocorrência, e porque demonstra também a necessidade de se entender a relação que o comportamento estabelece com o meio ao seu entorno para que este possa ser analisado. Sem que conheçamos o comportamento e as modificações por ele produzidas no ambiente, não somos capazes de entender os motivos por trás da sua ocorrência. Disto conclui-se que comportamento é relação e nos dois polos desta relação existem modificações que se processam, e o entendimento do comportamento passa pelo entendimento destas modificações. Um polo é a resposta exibida pelo organismo e o outro polo são as consequências produzidas por esta resposta. Daí surgem as complexidades quando descobrimos que a forma como as consequências seguem determinadas respostas são determinantes para a força desta. Mede-se a força de uma reposta pela sua frequência de emissão. Muitas variáveis se interpõem no intervalo entre uma resposta (um curso de ação) e a consequência por ela produzida. A consequência pode seguir imediatamente a resposta, pode segui-la depois de um tempo, ou segui-la depois de ser exibida uma quantidade de vezes etc. Tudo isso faz diferença na análise da resposta, sendo esta a menor fração de uma classe de comportamentos.E observamos que uma classe de comportamentos é formada por várias respostas que têm a mesma função. Chamamos de reforçadores, estímulos reforçadores ou simplesmente reforços as consequências produzidas por um operante.O condicionamento Operante , desenvolvido por Skinner, se baseia como o comportamento que produz mudança no individuo e que é afetado por elas, ou seja é afetado por suas consequências ,sendo essa consequências reforço ou punição e há dois tipos de operações através do qual as consequências podem modificar o comportamento: operação de reforçamento positivo e operação de reforçamento negativo Reforço – é um tipo de consequência do comportamento que aumenta a probabilidade de um determinado comportamento voltar a ocorrer. Modelagem – é uma técnica usada para ensinar um comportamento novo por meio de reforço diferencial de aproximações sucessivas do comportamento alvo(novos comportamentos surgem de comportamentos anteriores- como subir de escada para alcançar o alvo) Extinção - é a suspensão de uma consequência reforçadora anteriormente produzida por uma comportamento. Tem como efeito o retorno da frequência do comportamento ao seu nível operante. Recuperação Espontânea – aumento espontâneo na força de um reflexo após ter havido a extinção . Reforço Secundário - é aquele usado em associação como um reforço primário passa a ter a capacidade de condicionar após um processo de aprendizagem ou condicionamento. "Não considere nenhuma prática como imutável. Mude e esteja pronto a mudar novamente. Não aceite verdade eterna. Experimente." (Skinner, 1969, p.viii) Experimento com o Sniffy Exercício 22 – Reforço Treinamento para uso do alimentador : utilizamos o condicionamento clássico para fazer o Sniff se ambientar com o som do comedouro , transformando – o no reforço secundário. Fazendo , assim o condicionamento do Sniff para permanecer perto do comedouro e realizar o pareamento entre o som – alimento. Parâmetros Experimentais : Som da barra . Reforço – bolota de comida Intervalo de tempo – aproximadamente 40min. Quantidade de frequência – contínuo Hipótese Experimental : Esperamos que o Sniff associe o som da barra ao recebimento do alimento. Realização do Experimento : Inicialmente toda vez que o Sniff, se movia para o fundo da caixa recebia um alimento,reforçando seu comportamento. Isso foi realizado sucessivas vezes até que o Sniff ao ouvir o som da barra já se dirigia para o alimentador, mesmo estando bem na frente da caixa. Conclusões : Ao término do experimento observamos que o Sniff está adquirindo uma associação entre o som do comedouro e a apresentação do alimento, partindo do principio que reforço é todo estímulo que aumenta a frequência de uma determinada resposta operante utilizamos os reforços primário(bolota de comida) ou secundário (som).Reforço primário produziu o aumento da resposta operante de forma natural e o reforço secundário só é capaz deaumentar a frequência de uma resposta operante através de uma associação (condicionamento clássico) com um reforçador primário. então concluímos que o Sniffy respondeu ao condicionamento e adquiriu uma associação entre o som e o alimento . Exercício 23 – Modelagem Modelando o Sniff para acionar a Barra do Alimentador: Através do comportamento operante (de Skinner), o ambiente é modificado e produz consequências que agem de novo sobre ele, alterando a probabilidade de ocorrência futura semelhante. O condicionamento operante é um mecanismo de aprendizagem de novo comportamento - um processo que Skinner chamou de modelagem. O instrumento fundamental de modelagem é o reforço. Parâmetros Experimentais: Alimentador Reforço – bolota de comida Intervalo de tempo – 40min Quantidade de frequência – contínua Hipótese Experimental: Esperamos que o Sniff associe o acionamento da barra do alimentador com a resposta do recebimento do alimento, ou seja, pressione a barra para ter alimento de forma “consciente”, reforçando a ideia do condicionamento operante sobre o reforço. Realização do Experimento : Estabelecemos 5 metas que deveriam se alcançadas pelo Sniff: 1ª- Receber reforço toda vez que tiver virado para a parede de trás. 2ª- Receber reforço toda vez que ficar em pé na parede de trás. 3ª- Receber reforço toda vez que se esticar entre o som e o bebedouro. (limitamos o espaço) 4ª- Receber reforço toda vez que ficar em pé sobre a barra. 5ª Receber reforço toda vez que tocar na barra. Sendo que o nosso Sniff, associou rapidamente o comportamento e quase que “queimou” a 3ª e 4ª etapas. Conclusões: Observamos que o Sniff respondeu rapidamente a modelagem atingindo o objetivo de acionar sozinho a barra do alimentador em um tempo muito rápido. Concluímos que o ao receber o reforço (alimento) o Sniff , foi guiado para a emissão de respostas por aproximações sucessivas isso aconteceu até que a determina resposta, no caso o pressionamento da barra foi alcançada.Uma das mais importantes fontes de influência na aprendizagem humana é o comportamento dos outros. Diariamente somos expostos a uma enorme multiplicidade de modelos, que em diferentes contextos exibem desde os comportamentos mais simples aos mais complexos. A observação desses comportamentos e das suas consequências será em grande parte determinante na aprendizagem, isso observamos neste experimento com o Sniff. Exercício 25 – Extinção Extinção do comportamento : Processo que consiste em não mais apresentar um reforçador anteriormente apresentado de modo contingente a uma resposta do organismo. Quando a Extinção começa é esperado que a frequência da resposta aumente para só depois começar a cair lentamente até que a probabilidade de ser emitida alcance índices próximos de zero. Parâmetros Experimentais : Retirada de todos os reforçadores(primário e secundário) Intervalo de tempo – 20 minutos Quantidade de frequência – 4 tempos de 5 minutos cada Hipótese Experimental : Esperamos que retirar o reforçador primário (alimento) e o secundário (som) o Sniff diminua a frequência de pressionamento da barra até não ir pressiona –lá mais. Realização do Experimento : Nos primeiros 5 minutos o Sniff pressionou muito a barra , demonstrando um jorro de resposta de extinção, ficou em pé na parede do barra e do bebedouro e movimentou –se muito na parte de trás. Nos 5 minutos posteriores , ele pressionou a barra uma média de 4 vezes, diminuindo a frequência de subida na parede de fundo e passando a subir nas laterais. Nos 5 minutos seguintes , o Sniff pressionou a barra aproximadamente 11 vezes, contudo , demonstrou menos movimento no interior e não subiu nas paredes. E por fim os 5 minutos de extinção ele diminuiu quase totalmente a subida nas paredes, movimentando –se mais pela caixa e sem pressionar a barra nenhuma vez. Conclusões : Ao término do experimento observamos que o Sniff respondeu rapidamente ao processo de extinção considerada um modo efetivo para se eliminar uma resposta do repertório comportamental do Sniff, deixando de associar o pressionamento da barra ao fato de receber alimento. Esse experimento é de suma importância para compreensão de como a falta do reforço (bota de alimento),ou seja o elemento de recompensa é um determinado comportamento , influencia na emissão de certas respostas muito frequentes na presença de um estimulo reforçador. Com o experimento de extinção da resposta de pressão à barra foi possível observar que o não reforçamento de uma resposta logo após sua emissão leva ao seu enfraquecimento. Após o procedimento de modelagem, esse comportamento passou a ocorrer em frequência maior que os outros registrados em nível operante. Quando manipulou a retirada do estímulo reforçador, o comportamento de pressão à barra chegou a ser extinto, a frequência dele decresceu até que desaparece definitivamente. Assim a hipótese levantada pela dupla que o Sniff ao final do experimento , por não receber mais reforço , já não pressionaria a barra foi mantida. Exercício 26 – Reforço Secundário Reforço Secundário : Reforços vão generalizar, lado a lado, estímulos similares (generalização de estímulo) produzindo condicionamento secundário. Reforço também pode ser “secundário” quando usado em associação com os primários e segundo CABRAL e NICK (2003, p.275) é “qualquer estado de reforço ou recompensa que derive sua eficácia de um processo anterior de aprendizagem ou condicionamento”. Assim reforço secundário é aquele que usado em associação com o reforço primário passa a ter a capacidade de condicionar após um processo de aprendizagem ou condicionamento. Parâmetros Experimentais : Som da barra Reforço primário retirado(bolota de alimento) Intervalo de tempo – 1 hora e 50 minutos. Quantidade de frequência – 22 tempos de 5min cada Hipótese Experimental : Esperamos que o Sniff mesmo ouvindo o som da barra do alimentador (reforço secundário) deixe de associar ao recebimento de alimento , havendo assim uma extinção do comportamento. Realização do Experimento : Primeiros cinco minutos pressionou a barra do comedouro com muita frequência e toda vez buscava o alimento farejando o comedouro, como um jorro de resposta de extinção. A 5 min. a seguir pressiona a barra do comedouro e fareja com menos frequência . Os 15 min. seguintes continua pressionando a barra do comedouro com intervalos e começa a se locomover mais pela caixa. No 6º intervalo de 5 minutos, o Sniff demonstra uma queda na frequência pressionamento da barra, mesmo tendo uma média de 20 vezes no período, Nos 7º ao 12º intervalos de 5 min. O Sniff demonstrou uma ligeira diminuição na ação de pressionar a barra. Nos 13º ao 19º intervalos de 5 min. Ele reduziu significativamente a atitude anterior tendo no 18º intervalo um período de bastante pressionamento. No 20º intervalo o Sniff teve um período extinção onde só pressionou a barra 2 vezes no tempo de 5 min, contudo voltou a responder com o pressionamento da barra nos dois intervalos seguintes. Resultados : Ao término do experimento observamos que o processo de reforço secundário é mais lento do que o processo de Extinção. O reforço secundário inicial do som do alimentador tem um poder muito grande durante o processo de extinção, pois passam a ser reforçadores por associações prévias com um reforço já estabelecido, em que o indivíduo aprendeu a reconhecer aquele evento como reforçador. Antes eram neutros - Não tinham propriedades reforçadoras. Após a extinção com o som do alimentador ligado, a associação som- alimento extinguiu –se mais rapidamente, o que não aconteceu com a associação barra- som . A associação som-alimento terminou porque o som ocorreu , porém não foi apresentada as pelotas de alimento. A associação barra –som permanece ilesa porque o Sniff continua a ouvir o som após cada pressão à barra. Conclusões: O reforço secundário se refere a um estimulo ou objeto originalmente não é reforçador, no caso a som da barra de alimentação , mas que assim se torna por associação com outro que o é , no caso a bolota de alimento. A distinção entre o reforço primário e secundário tem sido importante em nosso aprendizado , pois tem surgido evidencia de que , em certas situações ,reforços que até aqui vinham sendo considerados primários poderiam estar agindo nas situações em questão como reforços secundários. Sendo o reforço secundário aprendido , nosso caso associação do som ,adquiriu no Sniff o poder de associação com o reforço primário que é o recebimento da bolota de alimento . Exercício 27 – Recuperação Espontânea Recuperação Espontânea : Reaparecimento produzido após um descanso de uma resposta operante extinta. Parâmetros Experimentais : Retirada do reforçador primário (alimento) Reforçador secundário – som do alimentador Intervalo de tempo – 20 minutos Quantidade de frequência – 4 tempos de 5 minutos cada Hipótese Experimental : Esperamos com o reforçador secundário acionado (som) o SNIFF procure automaticamente o alimento que é o reforçador secundário ,voltando a pressionar não mais de forma aleatória e sim de forma a buscar o seu reforço ou seja a bolota de alimento. Realização do Experimento : No primeiro momento ele pressionou a barra de forma constante e nem saiu da parte posterior da caixa , localizando – se quase que totalmente na área do comedouro. Nos períodos seguintes ele continuou pressionando com muita frequência . Apenas no 3º tempo, foi que ele passou a diminuir a frequência e andar mais pela caixa. No quarto tempo pressionou apenas uma vez e depois não pressionou mais. Conclusões: Tal como no condicionamento clássico, a extinção não anula ou apaga por completo um comportamento aprendido. A recuperação espontânea pode ocorrer passado um determinado período de tempo após a extinção inicial. No inicio do experimento da recuperação espontânea os itens extintos são recuperados , ou seja, o sniff voltou a associar o pressionamento da barra para obtenção do alimento. Sendo que ao ouvir o som e observar a falta do reforçador primário, que vem a ser alimento, o Sniff conseguiu de forma mais rápida atingir o critério de extinção. Comparando com o processo de extinção no qual os dois reforçadores são retirados podemos observar que o tempo deste foi muito menor acreditamos que a associação do som tenha sido um fator primordial para a completa extinção. Bibliografia Moreira, Márcio B., Medeiros, Carlos A., Princípios Básicos de Análise do Comportamento – artmed ( material didático da disciplina PSPI, 2º semestre ano 2013) ALLOWAY, Tom, Sniffy , o rato virtual ; versão pro 2.0 / tom Alloway, Grey Wilson, Jeff Graham; (Roberto Galman). – São Paulo : Cengage Learning,2011. CABRAL, Álvaro e NICK, Eva (2003) Dicionário Técnico de Psicologia. 13.ed. São Paulo: Cultrix. p. 40
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