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SAÚDE DA MULHER aula 2 Renata C. Velasque Saúde da Mulher 2 Saúde da Mulher Hormônios Hormônios são compostos químicos produzidos em pequenos órgãos chamados de glândulas. Os hormônios circulam pelo corpo, normalmente usando a corrente sanguínea, e alteram ou regulam o funcionamento de outros órgãos e estruturas. Na verdade, a liberação de hormônios é uma das maneiras usadas pelas diferentes partes do corpo para se comunicar. 3 Funções principais - Alguns hormônios atuam como espécie de mensageiro químico, transportando informações entre as células. - Outros agem com função de regular órgãos e regiões do corpo. 4 Saúde da Mulher Hormônios Melatonina É sabido que a melatonina também influencia no sistema genital e nos receptores do hormônio estrógeno, ajudando a prevenir câncer de mama e alterações nas taxas desse hormônio, porém, podem levar a distúrbios de ovulação e fertilidade. Seu excesso pode ser sinal de síndrome dos ovários policísticos e tumores no sistema genital feminino, merecendo atenção redobrada. 5 Saúde da Mulher Testosterona Apesar de ser conhecido como “hormônio masculino”, a testosterona é fundamental para a saúde sexual da mulher. Segundo uma pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), 75% das mulheres que apresentavam disfunção sexual tinham níveis de testosterona baixos. No organismo feminino, a testosterona é produzida nas glândulas adrenal e nos ovários. A quantidade, claro, é menor do que nos homens. A produção excessiva do hormônio pode sinalizar tumor nas glândulas adrenal ou distúrbios ovarianos. Com isso, provoca irregularidade menstrual, aumento de pelos, acnes e de massa muscular 6 Saúde da Mulher Tiroxina 4 É a mesma para homens e mulheres. E, a queda nas suas taxas também provoca o aumento da substância prolactina. A diferença é que, nas mulheres, o excesso de prolactina leva a alterações no ciclo menstrual e infertilidade. Ocitocina Além de ser liberado durante as relações sexuais femininas, o hormônio do amor também atua sobre útero e mamas. Ele é responsável pelas contrações da musculatura na hora do parto e auxilia na produção de leite durante a amamentação. 7 Saúde da Mulher Serotonina Regula o humor das mulheres. O neurotransmissor acompanha os níveis de estrógeno. Por exemplo, quando ele cai durante o período pré- menstrual, a serotonina despenca. Esse é um dos motivos da irritabilidade e da compulsão por doces na TPM. E como explicar a maior incidência de depressão nesse público? A resposta pode estar num estudo da Universidade Médica Karolinska (Suécia), que mostrou a atuação diferenciada do hormônio em ambos os sexos. As mulheres têm maior número dos receptores de serotonina mais comuns, porém, têm níveis baixos das proteínas que transportam a substância para as células nervosas. 8 Saúde da Mulher HIPÓFISE A pituitária (hipófise) anterior das meninas, como a dos meninos, não secreta praticamente nenhum hormônio gonadotrópico até à idade de 10 a 14 anos. Entretanto, por essa época, começa a secretar dois hormônios gonadotrópicos. 9 HIPÓFISE •A) No inicio, secreta principalmente o hormônio foliculo-estimulante, (FSH), que inicia a vida sexual na menina em crescimento, assim como causa a proliferação das células foliculares ovarianas e estimula a secreção de estrógeno, levando as cavidades foliculares a desenvolverem-se e a crescer. •B) Mais tarde, secreta o harmônio luteinizante (LH), que auxilia no controle do ciclo menstrual. Pois aumenta ainda mais a secreção das células foliculares, estimulando a ovulação 10 Saúde da Mulher SISTEMA REPRODUTOR FEMININO • Após seu rompimento, a massa celular resultante transforma-se em corpo lúteo ou amarelo, que passa a secretar os hormônios progesterona e estrógeno. Com o tempo, o corpo lúteo regride e converte-se em corpo albicans ou corpo branco, uma pequena cicatriz fibrosa que irá permanecer no ovário. •O gameta feminino liberado na superfície de um dos ovários é recolhido por finas terminações das tubas uterinas - as fímbrias. 11 12 Saúde da Mulher Hormônios Sexuais Femininos Os dois hormônios ovarianos, o estrogênio e a progesterona, são responsáveis pelo desenvolvimento sexual da mulher e pelo ciclo menstrual. Esses hormônios, são ambos compostos esteróides, formados, principalmente, de um lipídio, o colesterol. São, na realidade, vários hormônios diferentes chamados estradiol, estriol e estrona, mas que têm funções idênticas e estruturas químicas muito semelhantes. Por esse motivo, são considerados juntos, como um único hormônio. 13 Saúde da Mulher Hormônios Sexuais Femininos Funções do Estrogênio: Proliferação das células, como a musculatura lisa do útero que chega a duplicar ou, mesmo, a triplicar de tamanho, o aumento da vagina e o desenvolvimento dos lábios, faz o púbis se cobrir de pêlos, os quadris se alargarem e o estreito pélvico assumir a forma ovóide; desenvolvimento das mamas e os seus elementos glandulares, leva o tecido adiposo a concentrar-se, na mulher nos quadris e coxas. 14 Saúde da Mulher Hormônios Sexuais Femininos O estrogênio também estimula o crescimento de todos os ossos logo após a puberdade, mas promove rápida calcificação óssea. A mulher, nessa fase, cresce mais rapidamente que o homem, mas para após os primeiros anos da puberdade; já o homem tem um crescimento menos rápido, porém mais prolongado. O estrogênio tem, outrossim, efeitos muito importantes no revestimento interno do útero, o endométrio, no ciclo menstrual. . 15 Saúde da Mulher Hormônios Sexuais Femininos • Funções da Progesterona: Está relacionada com a preparação do útero para a aceitação do embrião e à preparação das mamas para a secreção láctea. Em geral, a progesterona aumenta o grau da atividade secretória das glândulas mamárias e, também, das células que revestem a parede uterina, acentuando o espessamento do endométrio e fazendo com que ele seja intensamente invadido por vasos sanguíneos; determina, ainda, O surgimento de numerosas glândulas produtoras de glicogênio, e inibe as contrações do útero e impede a expulsão do embrião que se está implantando ou do feto em desenvolvimento. 16 17 18 19 Saúde da Mulher 20 CICLO REPRODUTIVO FEMININO Ao contrário do homem a produção de gametas na mulher não ocorre de maneira contínua, mas em ciclo com duração de 1 mês ou 28 dias. Estes ciclo recebem também a denominação de ciclo menstrual. O ciclo possui durante a maior parte uma alça de retroalimentação negativa entre os hormônios produzidos pela hipófise e pelos ovários. Mas durante um fase , esta retroalimentação se torna positiva , ocorrendo uma inversão . 21 O Eixo Hipotálamo – Hipófise – Gônadas O hipotálamo produz GnRH ( Hormônio Liberador das Gonadotrofinas que atuam na Adenohipófise estimulando a produção de dois hormônios O FSH Hormônio Folículo Estimulante e o Hormônio Luteinizante. O FSH e LH atuam nas gônatas estimulando a produção de Estrogênio e Progesterona. O aumento de Estrogênio e Progesterona , por meio de uma alça de retroalimentação negativa inibe a produção de FSH e LH. 22 1º dia do ciclo – O aumento de FSH e LH , mas principalmente o de FSH é responsável pelo recrutamento , desenvolvimento e maturaçãodos folículos ovarianos Com o desenvolvimento dos folículos ovarianos ocorre um aumento da produção de Estrogênio pelos folículos. O Estrogênio produzido pelos folículos tem duas funções: inibir a produção de FSH e LH pela Hipófise e, inicia a proliferação do endométrio no útero. 23 A medida que o processo de maturação dos folículos vai se desenvolvendo, um dos folículos se torna dominante, inibindo os outros, e passa a produzir níveis cada vez maiores de Estrogênio. Quando o Estrogênio produzido pelo folículo dominante atinge um limiar. Ocorre uma inversão da alça de retroalimentação, tornando-a positiva. O Estrogênio passa a estimular principalmente a produção do Hormônio Luteinizante LH. E, início da produção de progesterona. No final da fase folicular ocorre um pico no nível de LH, o que causa a ovulação, normalmente 20 horas após o pico. 24 Após a ovulação o LH faz com que as células que restaram no folículo se transformem em Corpo Lúteo ( corpo amarelo) O Corpo Lúteo começa a produzir Estrogênio, mas principalmente Progesterona. Esta fase dura em torno de 12 dias. Caso não ocorra a fecundação o Corpo Lúteo se degenera e morre. Com as altas doses de Progesterona e Estrogênio ocorre um restabelecimento da alça de retroalimentação, que se torna novamente negativa. Desta forma , ocorre a inibição da produção de FSH e LH. 25 A Progesterona também atua no endométrio, que inicia o seu desenvolvimento pela ação do estrogênio, provocando um aumento do aporte sanguíneo, do deposito de glicogênio . Portanto, o endométrio se prepara para receber o embrião. Se não ocorre a fecundação, após 12 dias o Corpo Lúteo se degenera e para a produção de progesterona. Cessando , assim a inibição a produção pela Hipófise de FSH e LH. Iniciando um novo ciclo ovariano. 26 Com a diminuição de progesterona também cessa o estímulo para o desenvolvimento do endométrio. Ocorrendo uma constrição dos vasos sanguíneos , cessa o aporte de oxigênio, de nutrientes e as células do endométrio morrem levando uma descamação FASE FOLÍCULAR – Hormônio dominante ESTROGÊNIO. Responsável pelas variações no ciclo reprodutivo da mulher. FASE SECRETÓRIA – Hormônio dominante PROGESTERONA. Dura 12 dias é a fase do corpo lúteo, não possui variações. 27 Saúde da Mulher 28 Saúde da Mulher 29 Saúde da Mulher FASES DO CICLO MENSTRUAL • 1.Fase menstrual: corresponde aos dias de menstruação e dura cerca de 3 a 7 dias, geralmente. •2.Fase proliferativa ou estrogênica: período de secreção de estrógeno pelo folículo ovariano, que se encontra em maturação. •3.Fase secretora ou lútea: o final da fase proliferativa e o início da fase secretora é marcado pela ovulação. Essa fase é caracterizada pela intensa ação do corpo lúteo. •4.Fase pré-menstrual ou isquêmica: período de queda das concentrações dos hormônios ovarianos, quando a camada superficial do endométrio perde seu suprimento sangüíneo normal. Dura cerca de dois dias, podendo ser acompanhada por dor de cabeça, dor nas mamas, alterações psíquicas, como irritabilidade e insônia (TPM ou Tensão Pré- Menstrual). 30 Saúde da Mulher 31 ENDOMETRIOSE • É uma doença benigna que atinge aproximadamente 10% das mulheres em geral e pode alcançar até 50%. A endometriose ainda é uma doença enigmática, tanto em relação à sua etiologia como em relação às suas consequências mais marcantes: dor e infertilidade. – Presença de tecido endometrial (glândulas e estroma), em localização extra – uterina, sensível a alterações hormonais. Saúde da Mulher 32 ENDOMETRIOSE Saúde da Mulher 33 • EPIDEMIOLOGIA – Diagnóstico: entre 25 e 30 anos. – 1% - cirurgias ginecológicas. – 1 a 7% - laqueadura tubária. – 12 a 32 % - videolaparoscopia para estudo da dor pélvica crônica (idade fértil). – 9 a 50% - videolaparoscopia por infertilidade. – 50% - videolaparoscopia para avaliação de dor pélvica crônica ou dismenorréia (adolescentes). Saúde da Mulher 34 • COMPLICAÇÕES • A endometriose pode causar infertilidade; • Dor pélvica crônica ou prolongada que interfere na vida social e no trabalho; • Cistos grandes na pélvis que podem sofrer ruptura; • Podem causar obstruções no trato gastrointestinal ou urinário; • Muito raramente, um câncer pode se desenvolver nas áreas de endometriose após a menopausa. • . Saúde da Mulher 35 • FATORES DE RISCO Fatores de risco: ◦ História familiar materna ◦ Malformações uterinas ◦ Menarca precoce ◦ Ciclos menstruais curtos (< 27 d) ◦ Duração do fluxo menstrual aumentada ◦ Fluxo menstrual aumentado ◦ Estenoses cervicais ◦ Baixos índices de massa corporal ◦ Gestação tardia ◦ Nuliparidade ◦ Raça branca e asiática Saúde da Mulher 36 Sítios de envolvimento ◦ Ovários (65%) ◦ Fundo de saco posterior (30 a 34%) ◦ Fundo de saco anterior (15 a 35%) ◦ Ligamento largo (16 a 35%) ◦ Ligamentos uterossacros (28 a 60%) ◦ Trompas ◦ Colón sigmóide ◦ Apêndice Menos comuns: vagina, cérvice, septo retovaginal, ceco, íleo, canal inguinal, cicatrizes abdominais ou peritoneais, ureteres, bexiga e umbigo. Saúde da Mulher 37 classificação Classificação Acosta: ◦ Leve = lesões disseminadas superficiais, raros implantes superficiais ovarianos, sem cicatrizes, retrações ou aderências periovarianas ou peritubárias ◦ Moderada = afetando um ou ambos ovários com várias lesões superficiais, com formação de cicatriz ou retração ou pequenos endometriomas, aderências periovarianas mínimas, implantes superficiais nos fundos de saco, algumas aderencias peritoneais ◦ Acentuada = endometriomas > 2cm, aderências espessas com envolvimento ovários, tubas, fundos de saco, intestino, ap. urinário Saúde da Mulher 38 • Fisiopatologia – Fatores genéticos – Fatores imunológicos – Fatores hormonais – Fatores ambientais: dioxina Saúde da Mulher 39 Saúde da Mulher 40 Saúde da Mulher • Quadro Clínico – Dismenorréia: • Caráter progressivo, difuso, de forte intensidade, que irradia. – Dispareunia: • Envolvimento do fundo-de-saco e do septo retovaginal. 41 Saúde da Mulher • Quadro Clínico – Dor pélvica crônica: • Mais comum em implantes profundos infiltrantes • Relação paradoxal – Infertilidade: • 20 a 40% 42 Saúde da Mulher •Quadro clinico •dor pélvica crônica - dor não cíclica que persiste pelo menos 6 meses •Esterilidade •TPM •Dismenorréia - cólica menstrual irregularidade menstrual •Dispareunia - 'intercurso sexual doloroso •dor à evacuação •diarréia •disúria perimenstrual - dificuldade para urinar •Polaciúria - Aumento da frequência urinária, sem grande relação com o volume de urina excretado. •urgência miccional •Hematúria - presença de sangue na urina 43 Saúde da Mulher DIAGNOSTICO /Padrão ouro •videolaparoscopia • visualização: •Pelve •superfície ovariana •fossa ovárica •fundo de saco de Douglas •ligamentos útero-sacros 44 Saúde da Mulher objetivo terapêutico Dores Infertilidade Reincidência 45 Saúde da Mulher TRATAMENTO •Antálgico •Anti inflamatórios •Pílulas •Cirurgia 46 Saúde da Mulher PROCEDIMENTO CIRURGICO •ressecção •coagulação •vaporização dos focos •lise de aderências•Histectomia Clínica de menopausa 47 Saúde da Mulher Fisioterapia na endometriose Deve ser integral e realizada, preferencialmente, por uma equipe multidisciplinar. Com o objetivo de minimizar a dor através da elevação da liberação de endorfinas com exercícios direcionados, relaxar a musculatura da pelve, trabalhar posturas antálgicas, ajudar a lidar com a dor, desfazer o ciclo “tensão-dor-tensão”, prevenir incapacidades e restaurar as funções desejadas pela paciente. Para tanto, podem ser utilizados os seguintes recursos: eletroterapia, cinesioterapia, massagem, terapia manual, terapias posturais, crioterapia e termoterapia. AQUELE QUE SABE TUDO É PORQUE ESTÁ MUITO MAL INFORMADO! Millô Fernandes Saúde da Mulher
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