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CASOS CONCRETOS DIREITO CPC IV EXECUCAO

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CASOS CONCRETOS 
8º semestre – CPC IV 
2017.2 
 
 
 
Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição 
Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 
Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 
jonasfs.juridico@gmail.com 
DIREITO 2017.2 
 
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PARA MELHOR REDAÇÃO, REESCREVA OS 
CASOS PARA ASSIMILAÇÃO E INTERPRETAÇÃO 
PARA ADEQUAR A PERGUNTA QUESTIONADA 
 
 
 
 
CASOS CONCRETOS 
8º semestre – CPC IV 
2017.2 
 
 
 
Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição 
Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 
Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 
jonasfs.juridico@gmail.com 
DIREITO 2017.2 
 
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PLANO DE AULA - 1 Processo de Execução. Disposições Gerais para o Cumprimento da 
Sentença ou para a Execução por Título 
 
CASO CONCRETO 
QUESTÃO 
Ao iniciar o cumprimento de sentença envolvendo obrigação de pagar, o 
credor pretende que seja penhorado um bem imóvel do devedor, avaliado 
em R$ 1.000.000,00 (um milhão de Reais), para pagamento de uma 
dívida de apenas R$ 10.000,00 (dez mil Reais). O devedor, por meio do 
seu patrono, peticiona ao juízo informando que possui um veículo 
automotor avaliado em R$ 30.000,00 (trinta mil Reais), valor que é mais 
compatível com o do débito, requerendo a substituição do bem penhorado 
em atenção ao princípio do menor sacrifício ao executado. Indaga-se: 
deve ser deferido o pleito do executado? 
RESPOSTA 
SIM. Considerando que o art. 655 do CPC estabelece uma ordem de 
penhora e nela já contemplando que os bens móveis devem ser 
executados primeiramente. Trata-se de colorário do princípio do menor 
sacrifício do executado (menos gravoso) previsto no art. 835 do CPC. 
 
QUESTÃO OBJETIVA 2 - (XVI Exame de Ordem Unificado – FGV) 
Daniel possui uma pequena mercearia e costuma aceitar cheques de seus clientes, como 
forma de pagamento. Ocorre que, no último mês, três dos cheques apresentados no prazo 
foram devolvidos por insuficiência de fundos. Daniel não obteve êxito na cobrança amigável, 
não lhe restando, portanto, outra alternativa senão recorrer ao Poder Judiciário. Com base 
nessa situação hipotética, assinale a afirmativa correta. 
a) Daniel pode cumular várias execuções, sendo o devedor, ainda que fundadas em títulos 
diferentes e diversa a forma do processo, desde que o juízo seja competente para 
todas. 
b) É vedado ao juiz examinar de ofício os requisitos que autorizam a cumulação de 
execuções. 
c) Daniel pode cumular várias execuções, fundadas em títulos diferentes, ainda que 
diversos os devedores, desde que para todas elas seja competente o juízo e idêntica a 
forma do processo. 
d) Daniel pode cumular várias execuções, sendo o mesmo devedor, ainda que 
fundadas em títulos diversos, de que seja competente o juízo e haja identidade na 
forma do processo. Art 7 do CPC 
 
 
 
CASOS CONCRETOS 
8º semestre – CPC IV 
2017.2 
 
 
 
Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição 
Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 
Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 
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DIREITO 2017.2 
 
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PLANO DE AULA - 2 Partes. Responsabilidade Patrimonial. 
Fraude a Credores e Fraude a Execução 
 
CASO CONCRETO - (AGU CESPE - Adaptado) 
QUESTÃO 
No curso de uma ação de indenização e antes da sentença de 1o grau, o 
réu vendeu seus dois únicos imóveis por R$ 100.000,00 (cem mil reais), 
os quais constituíam a totalidade de seu patrimônio. Julgado procedente o 
pedido, com sentença transitada em julgado, o autor pretende receber o 
valor da indenização fixado pelo Juiz, ou seja, R$ 100.000,00 (cem mil 
reais). Considerando o enunciado acima, distinga os institutos da fraude à 
execução e da fraude contra credores, e, num segundo momento, indique 
os caminhos processuais adequados para que o exequente, na prática, 
possa receber seu crédito. 
RESPOSTA 
FRAUDE CONTRA CREDORES: AÇÃO PAULIANA E SOMENTE 
CIÊNCIA (ART. 790, VI, DO CPC). O reconhecimento da fraude contra 
credores, com a consequente anulação da alienação ou gravação do 
bem, demanda ação própria, de ampla dilação probatória insuscetível, 
portanto, de ser alegada exclusivamente no processo de execução ou na 
fase do cumprimento da sentença 
 
FRAUDE A EXECUÇÃO: PETIÇÃO INFORMANDO A DILAPIDAÇÃO E 
A EXECUÇÃO JÁ EM CURSO (ART. 799, IX DO CPC). Uma da 
propositura da execução, ou contra ato contínuo à propositura, de que a 
execução foi admitida pelo juiz (ART. 828, “caput” do CPC) 
 
QUESTÃO OBJETIVA 2 
Considerando o CPC, e, principalmente, as normas que tutelam a legitimidade passiva em 
execução, indique a alternativa incorreta, ou seja, de quem não pode figurar como executado. 
a) O devedor, reconhecido como tal no título executivo; 
b) O responsável tributário, assim definido em lei; 
c) O fiador do débito constante em título extrajudicial; 
d) O Ministério Público, nos casos previstos em lei. 
 
 
 
CASOS CONCRETOS 
8º semestre – CPC IV 
2017.2 
 
 
 
Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo - Conceição 
Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 
Jabaquara (Metrô Conceição) - CEP: 04309-010 
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DIREITO 2017.2 
 
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PLANO DE AULA - 3 Competência. Título Executivo Judicial ou Extrajudicial. 
Liquidação de Sentença. 
 
CASO CONCRETO 
QUESTÃO 
Adalberto ajuizou uma ação em face da Seguradora Porto Bello 
pleiteando o recebimento do seguro de vida realizado pelo seu tio 
Marcondes. Alega na inicial que a seguradora, de forma injustificada, se 
negou a pagar a indenização sob o argumento de que o segurado agiu de 
má-fé ao não informar que realizara uma cirurgia de coração 10 anos 
antes da assinatura do contrato. Após a instrução o juiz julgou procedente 
o pedido para condenar a Seguradora a pagar a respectiva indenização 
em valor a ser apurado em fase de liquidação. Diante do caso concreto 
indaga-se: 
RESPOSTA A 
Qual é a modalidade de liquidação de sentença mais adequada ao caso 
concreto? É possível modificar a sentença em fase de liquidação? 
NÃO. Em tese caberia arbitramento para que em tese um “terceiro expert” 
no assunto indicasse o valor indenizatório, contudo, em havendo 
necessidade de novas provas, caberia liquidação pelo procedimento 
comum, com a produção de provas supervenientes a sentença. 
RESPOSTA B 
Como deverão proceder as partes caso discordem do valor apurado na 
liquidação? 
Se as partes não concordarem com o valor fixado na sentença de 
liquidação cumprirá a elas ingressar com AGRAVO DE INSTRUMENTO, 
(artigo 1015, PU do CPC). 
 
QUESTÃO OBJETIVA 2 
Considerando o CPC, indique a alternativa que não contempla título executivo extrajudicial: 
a) O crédito de auxiliar de justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários 
tiverem sido aprovados por decisão judicial; art. 515 do CPC 
b) A escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; 
c) A nota promissória; 
d) O crédito decorrente de foro ou laudêmio. 
 
 
 
CASOS CONCRETOS 
8º semestre – CPC IV 
2017.2 
 
 
 
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Av. Engenheiro Armando de Arruda Pereira, 673 
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PLANO DE AULA - 4 Cumprimento de Sentença por Quantia Certa contra Devedor 
Solvente Fundada em Título Executivo Judicial 
 
CASO CONCRETO 
QUESTÃO 
Juca Cipó ingressa em juízo com ação de cobrança em desfavor de 
Sinhozinho Malta, que, citado pelo correio, quedou-se inerte, vindo, em 
consequência, o pedido autoral a ser julgado procedente, com a 
condenaçãodo réu ao pagamento de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais). 
Iniciado por Juca Cipó o cumprimento de sentença, após a segurança do 
juízo, Sinhozinho Malta oferece impugnação, na qual alega a nulidade de 
sua citação na fase cognitiva. O juiz, então, acata a impugnação de 
Sinhozinho Malta. 
RESPOSTA 
Qual seria o recurso cabível contra esta decisão judicial? 
Cabe AGRAVO DE INSTRUMENTO, conforme o (art. 1015, PU do CPC). 
A impugnação é um incidente processual, e o ato do juiz que julgou a 
impugnação tem natureza de decisão interlocutória. 
 
QUESTÃO OBJETIVA 2 
Considerando o CPC, indique a alternativa que não contempla matéria passível de ser 
alegada em sede de impugnação ao cumprimento de sentença: 
a) Incompetência relativa; 
b) Impossibilidade jurídica do pedido; art. 525, PU 
c) Ilegitimidade da parte; 
d) Excesso de execução ou cumulação indevida de execuções. 
 
 
 
CASOS CONCRETOS 
8º semestre – CPC IV 
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DIREITO 2017.2 
 
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PLANO DE AULA - 5 Execução por Quantia Certa contra Devedor Solvente fundada em 
Título Executivo Extrajudicial. Embargo de Devedor 
 
CASO CONCRETO 
QUESTÃO 
Repelidos Embargos de Devedor com fundamento em sua 
intempestividade, apresenta o Executado petição avulsa, intitulando-a 
como OBJEÇÃO DE NÃO EXECUTIVIDADE (também conhecida como 
Exceção de Pré-Executividade), denunciando a nulidade do título. 
RESPOSTA 
Deve tal pleito, inobstante a rejeição dos Embargos, ser admitido ao 
exame do órgão judicial? 
SIM. Admite-se a propositura da EXCEÇÃO DE PRÉ EXECUTIVIDADE 
(art. 914, §1° do CPC), pois não existe prazo limitado quanto a sua 
propositura uma vez que tem por objetivo alegar matéria de ordem pública 
que poder ser feita a qualquer tempo ou grau de jurisdição. 
RESPOSTA 
Se admissível a referida peça, teria a apresentação da mesma efeito 
suspensivo? 
NÃO. A exceção não tem por si só o poder de suspender a decisão. 
 
QUESTÃO OBJETIVA 2 
Os embargos do devedor serão oferecidos no prazo: 
a) De 10 dias, contados da juntada aos autos do mandado de citação; 
b) De 10 dias, contados da efetivação da penhora, depósito ou caução; 
c) De 15 dias, contados da efetivação da penhora, depósito ou caução; 
d) De 15 dias, contados da juntada aos autos do mandado de citação; Art. 736 
e) Em dobro do previsto em lei, quando forem vários os executados e tiverem 
procuradores diferentes nos autos. 
 
 
 
CASOS CONCRETOS 
8º semestre – CPC IV 
2017.2 
 
 
 
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PLANO DE AULA - 6 Etapa comum ao Cumprimento de Sentença / Execução por 
Quantia Certa contra Devedor Solvente I: Penhora 
 
CASO CONCRETO 2 
QUESTÃO 
Determinado credor instaurou processo de execução, lastreado em título 
executivo extrajudicial, em face de um incapaz, que se encontra 
regularmente representado nos autos. A penhora recaiu sobre um 
determinado bem e não foram oferecidos embargos à execução. Como o 
exequente não manifestou interesse na adjudicação, o magistrado 
determinou a expropriação por alienação em leilão judicial. No segundo 
leilão, o bem constricto recebeu um lance equivalente a 75% do valor da 
avaliação, o que gerou a assinatura no auto de arrematação. 
Imediatamente, o executado peticionou ao juízo, postulando o 
reconhecimento da ineficácia da arrematação, uma vez que o bem foi 
expropriado por preço vil. Já o credor, por sua vez, ponderou que, de 
acordo com o art. 891, parágrafo único, do CPC, a arrematação teria sido 
perfeitamente válida. Indaga-se: como deve decidir o magistrado? 
RESPOSTA 
Trata-se de ARREMATAÇÃO REALMENTE INVÁLIDA, pois não foi 
atingido o preço mínimo de 80% na hipótese em que incapaz é sujeito 
passivo da execução, conforme (art. 896 do CPC). 
 
QUESTÃO OBJETIVA 2 
A respeito dos bens impenhoráveis, marque a alternativa incorreta: 
a) O seguro de vida; 
b) Os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas; 
c) Os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência 
do executado, inclusive os de elevado valor ou os que ultrapassem as 
necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida; art. 833, II 
d) Os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de 
elevado valor. 
 
 
 
CASOS CONCRETOS 
8º semestre – CPC IV 
2017.2 
 
 
 
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PLANO DE AULA - 7 Do Processamento da Recuperação Judicial. Do Plano de 
Recuperação Judicial para Microempresas e Empresas de 
Pequeno Porte Da Convolação da Recuperação Judicial em 
Falência 
 
CASO CONCRETO 
QUESTÃO 
Após a vigência do CPC, Rodolfo promove execução em face de Matheus 
e Lucas, objetivando o recebimento de determinada quantia. A citação de 
ambos foi realizada regularmente e não foram localizados bens passíveis 
de penhora. Diante desta situação, o magistrado suspendeu o processo 
pelo prazo de um ano. Findo este período e, também tendo sido 
ultrapassado o prazo prescricional da obrigação, os executados 
peticionam ao juízo requerendo o desarquivamento do processo e a 
pronúncia da prescrição intercorrente. Devidamente intimado, o 
exequente se posiciona em sentido contrário, ao argumento de que esta 
suspensão deveria permanecer sine die, ou seja, indefinidamente, até que 
sejam localizados bens passíveis de constrição judicial. 
RESPOSTA 
Como deverá se posicionar o magistrado quanto ao tema? 
Quando o executado não possuir bens penhoráveis, suspende-se a 
execução (art. 9 21, III, do CPC) pelo prazo de 1 ano (art. 9 21, § 1°, do 
CPC). Passado 1 ano, e não for encontra do bens penhoráveis (art. 921, § 
2°, do NCPC), o juiz ordenará o arquivamento dos autos, que serão 
desarquivados para prosseguimento da execução se a qualquer tempo for 
encontrado bens penhoráveis ( art. 921, § 3° do CPC). Passado 1 ano 
sem a manifestação do exequente, começa a correr o prazo de 
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE (art. 921, § 4° do CPC) que é, aquela 
que se opera mesmo na fluência do procedimento jurisdicional, nos 
casos de inércia do titular do direito nos termos dos (artigos 921, §4º 
c/c art. 924, V, ambos do CPC). Trata-se de uma sentença com 
resolução de mérito de acordo com o art. 487, I, do CPC. 
 
QUESTÃO OBJETIVA 2 
A respeito das hipóteses de suspensão da execução, marque a alternativa incorreta: 
a) A execução é suspensa no todo ou em parte, quando recebidos com efeito suspensivo 
os embargos à execução; 
b) A execução é suspensa no todo ou em parte, quando o exequente renunciar ao 
crédito; 
c) Ocorrerá a suspensão se a alienação dos bens penhorados não se realizar por falta de 
licitantes e o exequente, em 15 (quinze) dias, não requerer a adjudicação nem indicar 
outros bens penhoráveis; 
d) A execução é suspensa no todo ou em parte, quando o executado não possuir bens 
penhoráveis. 
 
 
 
 
 
CASOS CONCRETOS 
8º semestre – CPC IV 
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PLANO DE AULA - 8 Cumprimentode Sentença por Obrigação de Fazer, Não Fazer ou 
para Entrega de Coisa. Meios Executivos 
 
CASO CONCRETO 
QUESTÃO 
Em determinado processo, o magistrado fixou astreintes diárias para 
compelir o devedor a cumprir obrigação de entrega de coisa, o que não 
ocorreu no prazo estabelecido. Levando em consideração que o valor 
acumulado das astreintes está próximo de R$ 100.000,00 (Cem Mil Reais) 
e que o conteúdo econômico discutido no processo é de no máximo R$ 
20.000,00 (Vinte Mil Reais), a parte ré peticiona requerendo a redução do 
valor retroativamente. Ocorre que a exequente, por seu turno, sustenta 
que este montante de R$ 100.000,00 (Cem Mil Reais) já integra o seu 
patrimônio. Vindo os autos conclusos para decisão, o magistrado percebe, 
na ambiência de seu gabinete, que o CPC fornece um tratamento 
inconclusivo quanto ao tema astreintes. Em determinada norma, por 
exemplo, autoriza que o magistrado possa alterar ou mesmo excluir o 
valor das multas, mas apenas para aquelas vincendas (art. 537, par. 1º), o 
que contraria entendimento jurisprudencial. Por outro lado, em outro 
momento, deixa o tema um tanto vago (art. 806, par. 1º), nada dispondo 
se a revisão do valor pode ser realizada em caráter retroativo. Indaga-se: 
RESPOSTA 
Como decidir? 
Trata-se de questão bastante controvertida. Há a existência de duas 
corretes: 
 
1ª CORRENTE: O valor da multa pode ser reduzido, mas a eficácia dessa 
decisão será “ex nunc”, pois o valor acumulado já integra o patrimônio do 
credor da prestação. 
 
2ª CORRENTE: Entende que a decisão pode ter caráter retroativo, pois 
se assim decidiu é porque o juiz percebeu que este mecanismo executivo 
estava sendo ineficiente para atingir os seus fins. 
 
Para resolver a questão dos valores que vão se acumulando em razão da 
multa diária ou semanal poderia o juiz fixar ASTREINTES DE 
INCIDÊNCIA ÚNICA o que não resultaria obrigatoriamente em valor 
menor pelo contrário poderia ser ainda mais expressivo. 
RESPOSTA O valor das astreintes poderia ser reduzido ex tunc? 
NÃO. Conforme considera a 1ª corrente. 
RESPOSTA 
E, para os casos de fixação desta multa, não seria melhor simplesmente o 
magistrado fixar multa de incidência única, em valor mais substancial, 
para que a mesma realmente possa funcionar como fator coercitivo? 
SIM. Com o descumprimento, os autos iriam conclusos ao magistrado que 
poderia mudar o meio executivo ou insistir no mesmo, mas agora 
estabelecendo um valor ainda maior. 
 
QUESTÃO OBJETIVA 2 
Considerando o CPC, indique a alternativa que represente o mecanismo de resposta que deve 
ser empregado pelo executado para apresentação das suas teses defensivas: 
a) Impugnação; art. 536, §4º 
b) Embargos a execução; 
c) Exceção; 
d) Contestação. 
 
 
 
CASOS CONCRETOS 
8º semestre – CPC IV 
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PLANO DE AULA - 9 Execução de Título Executivo Extrajudicial por Obrigação de Fazer, 
Não Fazer ou para Entrega de Coisa 
 
CASO CONCRETO 
QUESTÃO 
Maurício promove execução por título extrajudicial em face da Fazenda 
Pública, para cumprimento de obrigação de fazer, observando o disposto 
entre o art. 815 e art. 821 do CPC. Esta, ao ser citada, aduz em sua 
defesa que há error in procedendo, eis que tem a prerrogativa de ser 
executada por modelo próprio estatuído no art. 910 do CPC. 
RESPOSTA 
A quem assiste razão? 
ASSISTE RAZÃO AO EXEQUENTE MAURICIO. Considerando que o 
procedimento previsto no CPC refere-se apenas às obrigações de 
pagar. Para a tutela específica das obrigações, usamos o mesmo 
procedimento destinado aos particulares, ou seja, baseado em título 
judicial, utilizamos cumprimento de sentença e, em título extrajudicial. 
 
QUESTÃO OBJETIVA 2 
Considerando o CPC, indique a alternativa que represente o mecanismo de resposta que deve 
ser empregado pelo executado para apresentação das suas teses defensivas: 
a) Impugnação; 
b) Embargos a execução; 
c) Exceção; 
d) Contestação. 
 
 
 
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PLANO DE AULA - 10 Execução contra a Fazenda Pública por Obrigação de Pagar, 
fundada em Título Executivo Judicial ou Extrajudicial 
 
CASO CONCRETO 
QUESTÃO 
Geisa, servidora pública estadual, promove demanda em face da Fazenda 
Pública que se encontra vinculada, pleiteando o pagamento de 
determinada importância em dinheiro, que lhe foi indevidamente 
descontada em sua remuneração. A demanda se processa regularmente, 
tendo sido proferida sentença favorável condenando a ré ao pagamento. 
Na etapa de cumprimento e, diante da demora na executada em liquidar a 
sua obrigação sujeita a pagamento por meio de precatório, a exequente 
peticiona ao juízo requerendo que seja aplicada a multa de 10%, prevista 
no art. 523, parágrafo 1º, do CPC. 
RESPOSTA 
Este pleito deve ser deferido? 
O pleito deverá ser NEGADO. NÃO cabe a multa de 10% contra a 
Fazenda Pública, conforme art. 534, § 2º do CPC. 
Por este motivo, o pagamento deve ser realizado apenas por precatório 
ou por RPV (requisição de pequeno valor), dependendo dos valores 
envolvidos. Por este motivo, ainda que a Fazenda Pública queira liquidar 
a obrigação, ela está impedida por ter que obrigatoriamente observar este 
procedimento. Por este motivo, aliás, é que o CPC expressamente 
proibiu a aplicação desta multa de 10% nos casos em que a Fazenda 
Pública estiver sendo executada. 
 
QUESTÃO OBJETIVA 
Considerando o CPC, indique a alternativa que não contempla matéria passível de ser 
alegada em sede de impugnação ao cumprimento de sentença pela Fazenda Pública: 
a) Incompetência relativa; 
b) Impossibilidade jurídica do pedido; art. 535 do CPC 
c) Ilegitimidade da parte; 
d) Excesso de execução ou cumulação indevida de execuções. 
 
 
 
CASOS CONCRETOS 
8º semestre – CPC IV 
2017.2 
 
 
 
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PLANO DE AULA - 11 Execução de Alimentos, fundada em Título Executivo Judicial ou 
Extrajudicial. Procedimentos. 
 
CASO CONCRETO 
QUESTÃO 
O CPC prevê que, na execução por título extrajudicial por dívida 
alimentar, é possível oficiar o empregador do executado para que o 
mesmo efetue o desconto em folha de pagamento, o que coincide com o 
modelo do CPC-73. Contudo, o mesmo inova ao prever que o 
descumprimento pelo empregador gera a prática de crime de 
desobediência (art. 912, par. 1º). Ocorre que a lei de alimentos já possui 
tipo penal específico para esta situação (art. 22, parágrafo único, Lei 
5.478/68), não tendo o mesmo sido revogado pelo CPC/2015, ao contrário 
de diversas outras normas (art. 1.072). 
RESPOSTA 
Qual tipo penal deve prevalecer? 
De acordo com o PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE deve prevalecer a 
norma específica, que é a Lei 5.478/1968 – Lei de Alimentos, a figura 
prevista no art. 22 da respectiva lei. Uma vez que não houve a revogação 
da Lei de Alimentos pelo art. 1.072 do CPC. 
 
QUESTÃO OBJETIVA 
Considerando o CPC, indique a alternativa que não contempla meio executivo, de coerção ou 
de sub-rogação, para forçar o devedor a adimplir obrigação de pagar alimentos: 
a) Prisão civil; art. 528, § 7º do CPC c/c art. 5ºLXVII da CF/88 
b) Protesto do título judicial; 
c) Desconto em folha de pagamento; 
d) Mandado de imissão. 
 
 
 
CASOS CONCRETOS 
8º semestre – CPC IV 
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PLANO DE AULA - 12 Procedimentos Especiais na Legislação Esparsa I. Teoria Geral do 
Processo Coletivo. Princípios 
 
CASO CONCRETO 
QUESTÃO 
Determinada entidade de classe impetrou mandado de segurança coletivo 
em defesa de interesses de seus membros, o qual foi denegado pelo 
órgão competente, havendo tal decisão transitado em julgado. É cabível a 
posterior propositura de ação, pelo procedimento comum, 
individualmente, por qualquer dos membros da entidade, para pedir o 
reconhecimento do direito que alega e compreendido no pedido formulado 
no anterior mandado segurança coletivo? 
RESPOSTA 
NÃO. O processo coletivo foi criado como instrumento para racionalizar a 
atividade jurisdicional, de modo a evitar a pulverização de demandas 
individuais quando, em um único processo, já seria possível resolver 
aquela lesão que tem alcance social. No entanto, a promoção de um 
processo coletivo NÃO prejudica aqueles particulares que optaram 
pelo ajuizamento de demandas individuais. Desta maneira, qualquer 
que seja o resultado do processo coletivo, pela procedência ou 
improcedência, em regra a coisa julgada somente irá se formar no plano 
coletivo, apenas impedindo novos processos coletivos repetindo a mesma 
ação, com exceção, é claro, quando a improcedência for por falta de 
provas. 
 
QUESTÃO OBJETIVA 
Quanto aos processos coletivos, assinale a alternativa correta: 
a) A arguição incidental de constitucionalidade só pode ser admitida com 
fundamento do pedido, nunca como objeto da ação principal; 
b) No mandado de segurança coletivo, a improcedência do pedido por falta de provas faz 
coisa julgada em relação aos interesses individuais dos substituídos; 
c) A ação popular, cuja legitimidade é atribuída aos cidadãos, só pode ser ajuizada em 
caso de atos ilegais e lesivos ao patrimônio público; 
d) Os direitos individuais homogêneos são considerados como direitos difusos. 
 
 
 
 
CASOS CONCRETOS 
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PLANO DE AULA - 13 Procedimentos Especiais na Legislação Esparsa I. Teoria Geral do 
Processo Coletivo. Sentença Genérica 
 
CASO CONCRETO 
QUESTÃO 
Associação de Consumidores do Estado do Paraná ingressou com uma 
ação coletiva em face do Hipermercado Novo Horizonte, na Comarca do 
referido estado, visando obter tutela específica no sentido de determinar a 
abstenção do mercado de comercializar leite da marca Vacaboa, fora do 
prazo de validade e com alto índice de formol, cumulado com pleito 
indenizatório por danos morais e materiais decorrentes para os 
consumidores que adquiriram o referido produto. O juiz deferiu tutela 
específica, nos termos do art. 84, §3º do Código de Defesa do 
Consumidor, para determinar a abstenção do réu em comercializar o 
produto e condenou o réu a indenizar os consumidores prejudicados pelos 
danos materiais e imateriais sofridos, cujo quantum será apurado em sede 
de liquidação de sentença. Diante do caso discuta as seguintes 
indagações: 
RESPOSTA 
Considerando que o Hipermercado possui diversas filiais em todo Brasil, 
os consumidores do Estado do Rio de Janeiro e Minas Gerais poderão 
promover a liquidação da referida sentença genérica? 
NÃO. A liquidação será especifica, com base na Lei. 8.078/90, com 
redação que altera alguns artigos “Lei 9.008/95”. 
RESPOSTA 
Qual modalidade de liquidação de sentença poderá ser utilizada neste 
caso? 
A modalidade será EXECUÇÃO COLETIVA, conforme Lei 8.78/90: 
Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida conforme o art. 
82 (legitimados a propor ação), abrangendo as vítimas cujas indenizações 
já tiveram sido fixadas em sentença de liquidação, sem prejuízo do 
ajuizamento de outras execuções. (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 
21.3.1995) 
§ 1° A execução coletiva far-se-á com base em certidão das sentenças de 
liquidação, da qual deverá constar a ocorrência ou não do trânsito em 
julgado. 
RESPOSTA 
Qual o juízo competente para promoção da execução do julgado para os 
consumidores de Minas Gerais e do Rio de Janeiro? 
Conforme Lei 8.78/90: Art. 98, § 2° É competente para a execução o 
juízo: 
I - da liquidação da sentença ou da ação condenatória, no caso de 
execução individual; 
II - da ação condenatória, quando coletiva a execução. 
 
Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e 
serviços, sem prejuízo do disposto nos Capítulos I e II deste título, serão 
observadas as seguintes normas: 
I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor; 
 
Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, 
proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor: 
I - por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado 
pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação; 
II - pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e 
provar fato novo. 
 
 
 
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QUESTÃO OBJETIVA 
2ª A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro ingressou com uma ação coletiva em 
face do Estado do Rio de Janeiro pleiteando o pagamento imediato dos pensionistas do 
estado que tiveram seus pagamentos suspensos indevidamente pelo governo. Nesta hipótese, 
o mérito da respectiva ação coletiva trata de: 
a) direitos difusos, por se tratar de direitos transindividuais e ligados à um número 
indeterminado de pessoas; 
b) direitos coletivos, transindividuais e determinado pelo grupo ou classe de 
pessoas; 
c) direitos individuais homogêneos, estando os pensionistas cujo os fatos possuem a 
mesma origem comum; 
d) direitos individuais que, em nenhuma hipótese, admite a defesa através da referida 
ação coletiva. 
 
 
 
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PLANO DE AULA - 14 Procedimentos Especiais na Legislação Esparsa II. Juizados 
Especiais Cíveis Estaduais. 
 
CASO CONCRETO 
QUESTÃO 
O Juizado Especial Cível decidiu ação, recorrendo o vencido, tendo a 
turma Recursal própria mantido a sentença, que rejeitou arguição de 
incompetência absoluta daquele Órgão Julgador, em razão do valor em 
discussão superior ao atribuído, legalmente, à competência dos Juizados 
Especiais. Contra essa decisão da Turma impetrou o interessado 
Mandado de Segurança, perante o Tribunal de Justiça, repisando a 
alegação de incompetência absoluta, vindo o órgão da Justiça comum a 
denegar a ordem, afirmando a incompetência do Tribunal de Justiça para 
rever decisões prolatadas por Juizados Especiais e respectivas Turmas 
Recursais. Pergunta-se: Justificar as respostas. 
RESPOSTA 1 
Qual o recurso cabível contra a decisão do Tribunal de Justiça? 
O recurso cabívelé o Recurso Ordinário, nos termos do Art.1027, II, a 
CPC 15, devendo o órgão competente para julgar este recurso, no caso o 
STJ, atuar como Tribunais de segundo grau de jurisdição, não aplicando-
se as restrições imanentes ao exercício de sua competência recursal, 
sendo possível a apreciação por este Tribunal Superior em relação ao 
reexame de provas e apreciação de normas de ordem pública. 
RESPOSTA 2 
O que deve decidir o órgão competente para apreciar esse recurso? 
O STJ vem admitindo, em caráter excepcional, que o Tribunal de Justiça 
pode exercer o controle sobre a competência dos processos que 
observam a Lei nº 9.099/95, caso venha a ser impetrado mandado de 
segurança perante a Corte inferior. 
 
Devendo o órgão dizer que cabe a impetração de MS de ato da Turma 
Recursal. 
 
QUESTÃO OBJETIVA 2 
Assinale a alternativa correta quanto aos embargos de declaração, interpostos para impugnar 
sentença proferida por magistrado lotado em juizado especial, após a vigência da Lei nº 
13.105/15. 
a) Estes embargos possuem efeito suspensivo quanto ao prazo para a interposição de 
ulterior recurso inominado; 
b) Estes embargos possuem efeito interruptivo quanto ao prazo para a interposição 
de ulterior recurso inominado; 
c) Os embargos de declaração são incabíveis em sede de juizados especiais; 
d) Os embargos de declaração deverão ser apreciados pelo mesmo magistrado prolator 
da decisão embargada, em obediência ao princípio da identidade física do juiz; 
e) Os embargos de declaração poderão ser empregados para a correção de erro material 
e nova valoração sobre as provas produzidas. 
 
 
 
 
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PLANO DE AULA - 15 Encerramento da Falência 
 
CASO CONCRETO 
QUESTÃO 
Consumidor promove demanda em face da EBCT (Empresa Brasileira de 
Correios e Telegráfos) e da empresa Rodsoft Informática, perante um 
Juizado Especial Federal. Argumenta, em sua petição inicial, que 
comprou um determinado produto no site da segunda, para que o mesmo 
fosse entregue pela primeira em seu endereço residencial, o que não 
ocorreu em razão de extravio. Também aduz que não foi ressarcido, o 
que justificaria a instauração do presente processo em face de ambas, 
objetivando o recebimento de danos materiais e morais. Ocorre que a 
empresa Rodsoft já encerrou suas atividades, embora tenha ficado 
evidente nos autos que a mesma vinha sendo utilizada por seus sócios 
para a prática de diversos ilícitos civis. Diante desta situação, o autor 
pleiteia que, no Juizado Especial Federal, seja autorizada a 
desconsideração da personalidade jurídica. Ocorre que este requerimento 
foi indeferido pelo magistrado, ao argumento de que o CPC trata deste 
incidente como uma modalidade de intervenção de terceiros (art. 132 ? 
art. 137), o que é vedado no sistema dos Juizados Especiais (art. 10, Lei 
nº 9.099/95). Esta decisão foi objeto de posterior mandado de segurança 
impetrado perante a Turma Recursal Federal, com o intuito de reformá-la. 
Indaga-se: os magistrados lotados no órgão revisor, analisando as 
normas constantes no CPC, deverão conceder ou negar a segurança? 
Por quais fundamentos? 
RESPOSTA 
Deverão conceder o Mandado de Segurança, tendo em vista a ressalva 
realizada no CPC/15 em seu Art.1062 c/c Art.10 da Lei 9.099/95. 
 
Ademais, o INCIDENTE DA DESCONSIDERAÇÃO DA 
PERSONALIDADE JURÍDICA, previsto no Arts.133 ao 137 do CPC/15, 
NÃO terá sua aplicação ipsis litteris, pois temos que observar o 
procedimento do JEC, tendo como base os princípios da CELERIDADE 
PROCESSUAL e a SIMPLICIDADE nos autos. 
 
QUESTÃO OBJETIVA 2 
Assinale a alternativa correta quanto aos embargos de declaração, interpostos por 
determinado Município, para impugnar sentença proferida por magistrado lotado em juizado 
especial fazendário estadual. 
a) Estes embargos possuem efeito suspensivo quanto ao prazo para a interposição de 
ulterior recurso inominado; 
b) Estes embargos deverão ser interpostos no prazo de dez dias, em razão de a Fazenda 
Pública ter a prerrogativa de praticar atos com o prazo em dobro (art. 183, NCPC); 
c) Os embargos de declaração são incabíveis em sede de juizados especiais fazendários 
estaduais, por ausência de previsão legal; 
d) Os embargos de declaração deverão ser apreciados pelo mesmo magistrado prolator 
da decisão embargada, em obediência ao princípio da identidade física do juiz; 
e) Estes embargos deverão ser interpostos no prazo de cinco dias, pois não há 
prerrogativa de prazo em dobro para a Fazenda Pública no sistema dos juizados 
especiais. 
 
 
 
 
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PLANO DE AULA - 16 
 
CASO CONCRETO 
QUESTÃO 
Max ingressou com uma ação indenizatória em face do Banco X visando 
obter reparação pelos danos decorrentes de negativação indevida de seu 
nome. O feito tramitou perante o juízo cível da Comarca de Duque de 
Caxias e após a instrução o réu foi condenado a pagar a quantia de R$ 
150.000,00. Transitada em julgado a decisão, o exequente promove a 
execução do julgado, devidamente atualizado, cujo valor perfaz a quantia 
de R$ 195.000,00. O devedor discorda do valor exequendo e pretende se 
defender alegando excesso de execução. Diante do caso Indaga-se: 
RESPOSTA A 
Qual meio de defesa deverá ser utilizado pelo devedor e em que prazo? 
Justifique. 
Cabe EMBARGOS À EXECUÇÃO, com base no art. 917, III do CPC 
(excesso de execução ou cumulação indevida de execuções), no prazo de 
15 (quinze) dias, contado da ciência do ato. 
RESPOSTA B 
A defesa apresentada pelo devedor acarretará a suspensão da execução 
do julgado? Justifique. 
NÃO. Conforme art. 919. Os embargos à execução não terão efeito 
suspensivo. SALVO: § 1º O juiz poderá, a requerimento do embargante, 
atribuir efeito suspensivo aos embargos quando verificados os requisitos 
para a concessão da tutela provisória e desde que a execução já esteja 
garantida por penhora, depósito ou caução suficientes. 
RESPOSTA C 
Caso a alegação do devedor seja acolhida qual o recurso cabível para 
impugnar a respectiva decisão e em qual prazo? Justifique. 
Cabe AGRAVO DE INSTRUMENTO, conforme o (art. 1015, PU do CPC), 
no prazo de 5 dias. 
 
QUESTÃO OBJETIVA 2 
Maria Carolina ajuizou ação em face do cirurgião plástico, José Mathias, em razão dos danos 
estéticos e morais decorrentes do insucesso de cirurgia de redução de mama. O juiz 
condenou o réu ao pagamento do valor de R$30.000,00 a título de danos morais e estéticos. 
No decorrer do cumprimento de sentença a exequente identifica outros danos vasculares, 
decorrentes da cirurgia, que não haviam sido diagnosticados à época do julgamento. Neste 
caso: 
a) Maria deverá ajuizar nova ação considerando a existência de coisa julgada material. 
b) Deverá Maria promover a liquidação por arbitramento considerando a necessidade de 
conhecimento técnico para fixação da indenização referente aos danos mencionados. 
c) Deverá Maria propor a competente ação rescisória para incluir na sentença os pedidos 
referentes à indenização pelos danos vasculares causados pela imperícia do cirurgião. 
d) Maria deverá promover a liquidação pelo procedimento comum, tendo em vista 
que se trata de hipótese de fato novo não apurado por ocasião do julgamento da 
ação ajuizada. 
 
 
 
 
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PROCESSO DE EXECUÇÃO NO CPC/15 
 
No Código de Processo Civil, não haverá mais o processo cautelar autônomo. Existirá 
no diploma processual medidas e providências com as mesmas características 
cautelares, mas que não darão origem a um processo autônomo. 
 
O processo de execução está disciplinado a partir do art. 771, CPC e compreende a 
duas espécies, de maneira que são definidas quanto ao título que está sendo 
executado. 
 
A execução que tem como fundamento um título extrajudicial é a execução de título 
extrajudicial. A execução cujo objeto é o título judicial é denominada cumprimento de 
sentença. 
 
A estrutura das duas espécies é o título. O credor precisa ter um título para executar 
em juízo exatamente o que determinar seu conteúdo. O título precisa ser líquido, com 
valor estipulado; certo e exigível, isto é, estar vencido e não houver sido pago. 
Dentro do processo de execução, não há previsão de defesa para o devedor. O meio 
de defesa do devedor se dá fora do processo de execução e por meio dos embargos 
do devedor. 
 
PRINCÍPIOS DO PROCESSO DE EXECUÇÃO 
 
1) TODA EXECUÇÃO É REAL – ART. 789, CPC. 
Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o 
cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei. 
Em última análise, a execução se consuma sobre o patrimônio do devedor. Existe uma 
exceção a este princípio, que é o chamado patrimônio mínimo. Alguns bens são 
considerados como mínimo existencial à pessoa, o mínimo para garantir o direito 
fundamental da dignidade da pessoa humana. 
 
Art. 832. Não estão sujeitos à execução os bens que a lei considera impenhoráveis ou 
inalienáveis. 
 
Art. 833. São impenhoráveis: 
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução; 
II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do 
executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns 
correspondentes a um médio padrão de vida; 
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de 
elevado valor; 
 
 
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IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os 
proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as 
quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e 
de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional 
liberal, ressalvado o § 2º; 
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros 
bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado; 
VI - o seguro de vida; 
VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem 
penhoradas; 
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela 
família; 
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação 
compulsória em educação, saúde ou assistência social; 
X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) 
salários-mínimos; 
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos 
da lei; 
XII - os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de 
incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra. 
§ 1º A impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida relativa ao próprio bem, 
inclusive àquela contraída para sua aquisição. 
§ 2º O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de penhora para 
pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem, bem como 
às importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-mínimos mensais, devendo a 
constrição observar o disposto no art. 528, § 8o, e no art. 529, § 3o. 
§ 3º Incluem-se na impenhorabilidade prevista no inciso V do caput os equipamentos, 
os implementos e as máquinas agrícolas pertencentes a pessoa física ou a empresa 
individual produtora rural, exceto quando tais bens tenham sido objeto de 
financiamento e estejam vinculados em garantia a negócio jurídico ou quando 
respondam por dívida de natureza alimentar, trabalhista ou previdenciária. 
 
2) A EXECUÇÃO DEVE SER ÚTIL – ART. 836, CPC. 
Art. 836. Não se levará a efeito a penhora quando ficar evidente que o produto da 
execução dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das 
custas da execução. 
§ 1º Quando não encontrar bens penhoráveis, independentemente de determinação 
judicial expressa, o oficial de justiça descreverá na certidão os bens que guarnecem a 
residência ou o estabelecimento do executado, quando este for pessoa jurídica. 
§ 2º Elaborada a lista, o executado ou seu representante legal será nomeado 
depositário provisório de tais bens até ulterior determinação do juiz. 
Não se admite a penhora de bens que não representem utilidade ao credor. Isto é, em 
razão de a execução ser um meio de pagamento ao credor, se os bens penhorados 
 
 
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forem inúteis, de nada servirão, de modo que não se pode proceder à execução como 
forma de punição ao devedor. 
 
3) A EXECUÇÃO DEVE SER ECONÔMICA – ART. 805, CPC: 
Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz 
mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado. 
Parágrafo único. Ao executado que alegar ser a medida executiva mais gravosa 
incumbe indicar outros meios mais eficazes e menos onerosos, sob pena de 
manutenção dos atos executivos já determinados. 
A execução deverá ser feita pelo meio menos gravoso possível para o devedor. No 
entanto, a ausência de meios menos gravosos não exclui a possibilidade do modo 
mais gravoso. 
 
4) LIVRE DISPONIBILIDADE DA EXECUÇÃO PELO CREDOR – ART. 755, CPC: 
Art. 775. O exequente tem o direito de desistir de toda a execução ou de apenas 
alguma medida executiva. 
Parágrafo único. Na desistência da execução, observar-se-á o seguinte: 
I - serão extintos a impugnação e os embargos que versarem apenas sobre questões 
processuais, pagando o exequente as custas processuais e os honorários 
advocatícios; 
II - nos demais casos, a extinção dependerá da concordância do impugnante ou do 
embargante. 
O credor pode desistir da execução, já que não existe previsão de defesa para o 
devedor dentro do processo de execução. Se o devedor, todavia, houver constituído 
advogado, mesmo que não haja apresentado defesa pela via separada, haverá 
sucumbência. A desistência, porém, pode ser feita sem a anuência do devedor. 
 
O modo pelo qual o Código de Processo Civil confere defesa ao devedor é a ação de 
embargos do devedor. É uma ação voltada ao combate da execução em questão. A 
matéria dos embargos pode ser processual ou de mérito. Como exemplo de matéria 
processual, pode-se citar a alegação de ilegitimidade passivana execução; e de 
matéria de mérito, cita-se a inexigibilidade do débito. 
Se o credor desistir da execução após o devedor ter proposto ação de embargos do 
devedor com matéria processual, a desistência estará condicionada ao pagamento da 
sucumbência e não necessitará de anuência do devedor, pois a execução será extinta 
por ausência de interesse processual. De outra maneira, se a matéria dos embargos 
for de mérito, a desistência da execução por parte do credor embargado depende da 
concordância do devedor embargante. 
 
5) PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO NA EXECUÇÃO: 
O fato de não haver previsão de defesa do devedor dentro da ação de execução não 
significa que não existe o contraditório. Dentro do processo o devedor pode opor 
defesas com relação a incidentes processuais e não especificamente quanto ao objeto 
 
 
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da execução que é o título. Um exemplo destes incidentes diz respeito à avaliação de 
um bem, que será penhorado, abaixo do seu valor real. Assim, discute-se 
incidentalmente o valor e a avaliação errada, e não o título que estiver sendo 
executado. 
 
TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL 
Quem define o que é um título executivo extrajudicial é o sistema normativo, mais 
precisamente o art. 784, CPC. 
 
Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais: 
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; Nota 
promissória e cheque sem data não são títulos executivos. A duplicata só é título 
executivo se houver o aceite, porém será título executivo se houver prova da entrega 
da mercadoria e protesto da duplicata. Estes títulos precisam ser executados no 
original, a fim de se evitar que passe adiante e posteriormente haja cobranças 
indevidas realizadas por terceiros de boa-fé, conforme o princípio da inoponibilidade 
das exceções pessoais. 
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; 
Trata-se da escritura pública, lavrada no Cartório de Notas. É um documento que 
possui clareza e força suficientes para ser executado em razão de ser emanado de 
cartório e possuir credibilidade. 
III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas; 
Segundo entendimento do STJ, as duas testemunhas não precisam estar presentes 
na elaboração do documento. A presença deve ser verificada somente em casos 
especiais. 
IV - o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria 
Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador 
ou mediador credenciado por tribunal; transação é um contrato, no qual, havendo um 
conflito prévio entre as partes, cada uma faz uma concessão para outra, de maneira a 
entrarem em um consenso. 
V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de 
garantia e aquele garantido por caução 
VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte; é um título executivo para os 
beneficiários da vítima. Não abrande outros tipos de seguro. 
VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio; é a remuneração da enfiteuse. O não 
pagamento legitima a execução. 
VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem 
como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio; O 
documento comprobatório de locação de imóvel é o contrato de locação. Para 
executar o contrato de locação não precisa das duas testemunhas. Pode-se provar a 
locação com outro documento que não seja o contrato, como recibos, e-mails etc. 
 
 
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IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei; é uma 
maneira de executar tributos não pagos. 
X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio 
edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde 
que documentalmente comprovadas; O CPC em vigor diz que taxas e despesas de 
condomínio serão cobradas por meio da execução (art. 585). Porém, prevaleceu o 
entendimento de que o inciso possibilita a cobrança de condomínio ligado ao aluguel 
(não poderia o condomínio cobrar por meio da execução). CPC mudou, possibilitando 
a execução. 
XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de 
emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas 
tabelas estabelecidas em lei; o cartório pode executar o contratante de um serviço que 
não tenha pago. 
XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força 
executiva. 
§ 1º A propositura de qualquer ação relativa a débito constante de título executivo não 
inibe o credor de promover-lhe a execução. 
§ 2º Os títulos executivos extrajudiciais oriundos de país estrangeiro não dependem de 
homologação para serem executados. 
§ 3º O título estrangeiro só terá eficácia executiva quando satisfeitos os requisitos de 
formação exigidos pela lei do lugar de sua celebração e quando o Brasil for indicado 
como o lugar de cumprimento da obrigação. 
 
Art. 785. A existência de título executivo extrajudicial não impede a parte de optar pelo 
processo de conhecimento, a fim de obter título executivo judicial. 
A ação de conhecimento proposta para discutir o título não suspende o andamento da 
ação de execução. Esse artigo não se refere aos embargos do devedor. 
Exemplo: uma pessoa está executando um cheque e o executado perdeu prazo para 
os embargos. Assim, este executado entra com uma ação um processo autônomo que 
não são os embargos e diz que o título foi emitido mediante coação, sendo que vai 
provar que assim aconteceu e pede sentença que anule o cheque por conta da 
coação. Essa ação não é embargos do devedor. É uma ação de conhecimento que 
está subordinada ao art. 785. 
Essa ação em que digo que assinei um cheque mediante coação não justifica a 
suspenção da execução porque o art. 785 diz expressamente que qualquer ação 
relativa ao título não suspende o processo de execução. 
Toda vez em que há uma obrigação, há uma prestação a cumprir. Se o devedor não 
cumpre a prestação devida, a consequência é a penhora do seu patrimônio. 
Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o 
cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei. 
Este artigo significa que o devedor responde com os bens que possui no momento da 
execução. Falar que vai penhorar os bens futuros se tornaria estranho, porém significa 
 
 
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que, mesmo que o devedor tenha comprado bens após a dívida, estes podem 
responder pelas dívidas. 
Bens que respondem pelo patrimônio especificamente 
Art. 790. São sujeitos à execução os bens: 
I - do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito real ou 
obrigação reipersecutória;Execução baseada em direito real é aquela que tem 
vinculação com algum bem. É real porque está ligada à res. Para saber se está 
vinculada a uma coisa, basta olhar ao título e ver qual título está na execução para o 
credor. Ex: caso haja um título garantido por um imóvel, no momento da execução a 
intenção é de executar o imóvel. Pode-se pensar que a obrigação pode alcançar a 
obrigação repersecutória, que, embora não seja um direito real (logo, não será 
encontrada na lista do art. 1.225) é uma obrigação ligada a uma coisa. Ex: um 
comprador adquire uma safra de commodities e executa o devedor para entregar este 
bem móvel. É um título que permite ao credor de ir buscar uma coisa. 
II - do sócio, nos termos da lei; Nessa hipótese, deve-se analisar junto com o inciso 
VII. Quando se fala em responsabilidade dos bens pela dívida e respondem os bens 
primeiramente do sócio e depois os decorrentes da desconsideração da personalidade 
jurídica, esta regra não é importante quando se trata da penhora dos bens do devedor. 
Neste caso, o Código prevê que podem ser penhorados os bens dos sócios e da 
pessoa jurídica cuja personalidade tenha sido desconsiderada. 
Alguns tipos de sociedade viabilizam ao lado dos bens da pessoa o jurídica os bens do 
sócio. Caso o sócio não tenha integralizado o capital social da sociedade, o credor 
pode executar tanto os bens da sociedade quanto os bens do sócio que não tenha 
integralizado. Essa hipótese não é a do inciso VII. A hipótese do inciso VII não tem 
relação com os casos em que a lei diz que o sócio pagará para integralizar o capital 
social, pois a integralização do capital social não se trata de desconsideração da 
personalidade jurídica. 
Nos casos da desconsideração da personalidade jurídica, os sócios integralizaram o 
capital social e mesmo assim não possui capital para pagar os credores. Neste caso, 
não se pode cobrar dos sócios. 
Preenchidos determinados requisitos, pode ocorrer a desconsideração da 
personalidade jurídica. (Art. 50, CC e Art. 28, §5º, CDC). A desconsideração da 
personalidade jurídica ocorre nos casos em que a PJ é utilizada como meio de causar 
danos a terceiros, seja por violação da lei ou por confusão patrimonial. 
Portanto, somente pode penhorar bens dos sócios desde que haja desconsideração 
da personalidade jurídica. 
 
No CPC, se houver necessidade da desconsideração, será por meio de um incidente 
no processo. 
III - do devedor, ainda que em poder de terceiros; Podem ser penhorados bens do 
devedor estiver em poder de terceiros. A hipótese se trata somente do caso em que o 
devedor é proprietário do bem. Está subentendido, logo, que pode ser penhorado pois 
o devedor ainda é proprietário do bem. 
 
 
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IV - do cônjuge ou companheiro, nos casos em que seus bens próprios ou de sua 
meação respondem pela dívida; é a hipótese em que o patrimônio de um cônjuge 
responde pela dívida contraída pelo outro cônjuge. Na obrigação assumida por um dos 
cônjuges individualmente, em qualquer que seja o regime de bens, se a dívida tenha 
sido contraída individualmente a benefício da família, ainda que o outro cônjuge não 
tenha assinado, este responderá pela dívida na execução. (Arts. 1.643 e 1.644). 
V - alienados ou gravados com ônus real em fraude à execução; A fraude de execução 
é um instituto que tem por objeto evitar que o devedor prejudique o credor 
simplesmente tirando seus bens de seu nome para não pagar a dívida. 
A fraude contra credores é um defeito do negócio jurídico (defeito social, pois as 
partes que fizeram o negócio fraudulento têm consciência) que tem por objeto 
prejudicar terceiros (art. 158, CC). Ex: duas pessoas celebram negócio jurídico para a 
transmissão de propriedade. Aquele que aliena, entra em insolvência. Os dois 
requisitos, vender e alienar, estão presentes na fraude contra credores e na fraude à 
execução. 
Na fraude contra credores, a existência de uma ação de conhecimento ou de 
execução contra o devedor é irrelevante. Basta que haja um credor, um devedor e que 
este caia em insolvência alienando seu patrimônio. Logo, neste defeito, os interesses 
importantes são apenas os das partes, de maneira que não há um ato judicial de 
cobrança das partes. A vítima da fraude contra credores pede que seja anulada a 
operação de alienação para que o bem retorne ao patrimônio do devedor. É 
irrelevante, salienta-se, uma ação de execução do credor contra o devedor. 
VI - cuja alienação ou gravação com ônus real tenha sido anulada em razão do 
reconhecimento, em ação autônoma, de fraude contra credores; 
VII - do responsável, nos casos de desconsideração da personalidade jurídica. 
 
FRAUDE CONTRA CREDORES E FRAUDE À EXECUÇÃO 
A fraude contra credores é um defeito do negócio jurídico anulável, uma vez que há 
prejuízo ao credor, pois, alguém sendo devedor de outra pessoa se desfaz de seu 
patrimônio de modo a ficar insolvente. Esta lógica é a prevista nos artigos 158 e 159, 
do Código Civil. 
 
Quando são preenchidos os requisitos da fraude contra credores, o credor pode entrar 
com uma ação e anular a venda ou a doação (ação pauliana). Uma vez anulada a 
venda ou a doação, o bem retornará ao patrimônio do alienante (devedor) e o credor 
que entrou com a ação pauliana poderá penhorar o bem. 
 
Se outra pessoa que não foi aquela que propôs a AÇÃO PAULIANA desejar penhorar 
também poderá fazê-lo, pois a anulação decorrente da ação pauliana significa que a 
venda foi desfeita, de maneira a ser resgatado o status quo ante. Assim, todos podem 
penhorar o bem como se nunca tivesse saído do patrimônio do devedor. 
 
 
 
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Na fraude contra credores a anulação que vaga pelo direito privado. A preponderância 
do interesse jurídico é privado. 
 
Quando se diz que se pretende anular a venda em fraude contra credores, é preciso 
olhar o artigo 158, CC. O artigo trata de doação e, quando se faz a transferência de 
um bem para o patrimônio de outra pessoa, o credor ajuíza AÇÃO PAULIANA e terá 
grandes chances de procedência no julgamento. Não é preciso levar em consideração 
a ciência ou não do donatário (concilium fraudes) quanto à existência da dívida, pois 
em seu patrimônio nada será afetado, somente deixará de ganhar algo, ao contrário 
do credor que estará perdendo seu patrimônio. 
 
De maneira diferente ocorre no caso de uma venda, a anulação da venda somente se 
dará caso o credor comprove o concilium fraudes, ou seja, a anuência do comprador 
quanto à existência de uma dívida e a concordância com a realização do negócio. 
 
Tanto na fraude contra credores quanto na fraude à execução há prejuízo ao credor 
uma vez que o patrimônio do devedor será dilapidado. A grande diferença é que 
enquanto a fraude contra credores exige uma ação específica e independente para ser 
reconhecida, a fraude à execução não precisa de uma ação específica para 
reconhece-la. 
 
Na fraude contra credores, o interesse predominante é privado, isto é, são apenas das 
partes. Quando se fala em fraude de execução, não se fala somente de uma proteção 
particular, pois o Estado também será afetado, de maneira a ser vítima destafraude. 
Assim, na fraude de execução o instituto é mais intenso, mais efetivo para reprimir o 
devedor. Por isso, preenchidos os requisitos da fraude de execução, pede-se ao juiz 
para que reconheça que a venda feita pelo devedor é ineficaz. Ineficaz significa que 
não produz efeitos em relação à vítima da fraude. 
 
A diferença é importante, pois, se houver fraude de execução será mais fácil proteger 
o credor. 
 
Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução: 
I - quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com pretensão 
reipersecutória, desde que a pendência do processo tenha sido averbada no 
respectivo registro público, se houver; 
Qualquer figura de ação que tenha por objeto uma coisa pode ser objeto de fraude à 
execução. Nestas hipóteses não precisa haver insolvência pois o objeto da demanda é 
algo específico. A ação reipersecutória é uma ação com o objetivo de anular a venda 
de um imóvel. 
Para saber que uma pessoa moveu uma ação para anular a venda realizada a outra é 
preciso fazer uma averbação na matrícula do imóvel no Cartório de Registro de 
Imóveis. Ex: X move uma ação para anular a venda de um imóvel realizada de Y a Z. 
 
 
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II - quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência do processo de 
execução, na forma do art. 828; Esse artigo permite ao credor, quando ajuíza uma 
execução, que consiga uma certidão informando os dados da petição antes de ser 
despachada pelo juiz. O credor retira esta certidão e averba à margem do registro dos 
bens do devedor. Ex: o credor pega a certidão, se dirige aos cartórios nos quais o 
devedor tem imóveis, e pede ao funcionário para que averbe à margem da matrícula 
que está sendo objeto de execução. Assim, caso um terceiro compre o imóvel 
averbado estará praticando fraude à execução, pois estará registrado que o imóvel 
estava sendo objeto de execução. 
Quando se faz a averbação da certidão de execução, o credor deve avisar o juiz quais 
bens estão sujeitos à execução e tão logo ocorra a penhora de bens suficientes para 
pagamento da dívida, o credor também deverá pedir o cancelamento do que estiver 
em excesso. Caso não seja feito e o excesso causar prejuízo ao devedor, o credor 
deverá indenizá-lo. 
III - quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou outro ato de 
constrição judicial originário do processo onde foi arguida a fraude; 
Nesse caso há a penhora do imóvel, devidamente registrada, e o credor se dirige ao 
cartório com certidão de penhora e registra nos imóveis do devedor. Caso este os 
venda, será fraude à execução. 
IV - quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o devedor ação 
capaz de reduzi-lo à insolvência; 
 
Uma ação é proposta no momento em que é distribuída. O inciso se refere ao 
momento em que tramitava a ação contra o devedor, isto é, a fraude à execução só se 
caracteriza após a citação devedor. Para caracterizar a fraude à execução nessa 
modalidade do inciso IV a alienação deverá ser feita somente após a citação do 
devedor. 
 
Se houver venda depois da averbação da certidão de execução na matrícula do 
imóvel, será fraude à execução, mas se a venda for antes da averbação não será 
fraude. 
 
O primeiro requisito é a necessidade de citação prévia do devedor alienante. Embora o 
instituto seja fraude à execução, não é preciso ter um processo de execução para que 
se caracterize fraude. Assim, a fraude à execução não se caracteriza só na ação de 
execução. 
Exemplo: uma pessoa citada e que antes da sentença de um processo de 
conhecimento aliena seu patrimônio. Pode-se ter fraude à execução no processo de 
conhecimento com a venda depois da citação e antes do fim da fase de conhecimento. 
 
Como dito, na fraude contra credores haveria necessidade do reconhecimento do 
concilium fraudes para prejudicar o credor. Na fraude à execução não há previsão de 
concilium fraudes, mas a jurisprudência deu origem a uma Súmula do STJ, a súmula 
 
 
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375, que dispõe: “caso se verifique a venda no curso da demanda de um bem do 
devedor que possa reduzi-lo à insolvência, só se vai reconhecer a fraude à execução 
se houver má-fé pelo comprador”. 
 
Súmula 375, STJ: O reconhecimento da fraude à execução depende do registro da 
penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente. 
 
Se não houver registro, para que se reconheça a má-fé, é ônus do credor provar que o 
comprador tinha conhecimento da execução. Para haver fraude à execução deve-se 
ter prova da ciência da execução pelo adquirente. 
 
Na FRAUDE CONTRA CREDORES, a consequência prevista no CC é a anulação do 
negócio fraudulento. Por causa da anulação, o bem volta para o patrimônio do devedor 
vendedor. 
 
Na FRAUDE DE EXECUÇÃO NÃO se anula, NÃO é anulável. O pedido de 
reconhecimento de fraude de execução não significa que a venda foi anulada. Embora 
tenha havido fraude de execução, o proprietário do bem continua sendo o executado. 
Porém, a venda realizada pelo executado por um terceiro é ineficaz somente perante o 
exequente. 
 
A ineficácia da venda realizada a terceiro não faz o bem voltar ao executado. O 
credor-exequente pode ignorar esta venda, sendo ineficaz perante este, mas é válido 
perante outros credores, de modo que não pode penhorar o imóvel porque o imóvel 
não é do executado. 
 
OBS: O STJ está entendendo que fraude contra credores seria um motivo de 
ineficácia. 
 
Da necessidade de reconhecimento na ação pauliana para o reconhecimento da 
fraude contra credores, o credor-exequente não pode penhorar o bem pois estará 
vendido a terceiro. 
 
Imaginando que este credor-exequente peça a penhora do bem vendido a terceiro, 
antes da procedência da ação (fraude contra credores), sem que haja conhecimento 
da venda em razão do não registro, o terceiro pode interpor embargos de terceiro. O 
credor pode alegar na ação de embargos de terceiro que o terceiro comprou o imóvel 
em fraude contra credores, havendo o concilium fraudes. Nessa ação, o juiz não pode 
reconhecer a fraude contra credores na ação de embargos de terceiro contra o credor-
exequente e o devedor-executado. 
 
Súmula 195, STJ: Não se pode reconhecer a fraude contra credores em ação de 
embargo de terceiro. 
 
 
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Art. 792, §4º, CPC: Antes de declarar a fraude à execução, o juiz deverá intimar o 
terceiro adquirente, que, se quiser, poderá opor embargos de terceiro, no prazo de 15 
(quinze) dias. 
Os embargos de terceiro são uma ação específica que pretende evitar que um terceiro 
sofra um dano decorrente de um processo. Pelo prazo no artigo, infere-se que os 
embargos são opostos antes da efetivação do dano. 
§ 3º Nos casos de desconsideração da personalidade jurídica, a fraude à execução 
verifica-se a partir dacitação da parte cuja personalidade se pretende desconsiderar. 
No processo, respondendo pela dívida, haverá o sócio e a pessoa jurídica. A PJ é a 
devedora e, depois da desconsideração, o sócio também será. 
Somente pode haver se a alienação for posterior à citação. Com relação à pessoa 
jurídica, ela está no processo desde o começo. O sócio, ao saber do risco de 
desconsideração da personalidade jurídica após a citação, passa a vender seu 
patrimônio particular, depois da citação da pessoa jurídica, mas antes da citação da 
pessoa física. 
Este artigo diz que para fins de fraude de execução o sócio, pessoa física, será 
considerado citado na data em que a pessoa jurídica foi citada. Tem o fundamento de 
que, a partir do momento em que a pessoa jurídica for citada, o sócio não poderá 
dispor de seus bens. No entanto, continua sendo necessário o conhecimento do 
comprador para constituir fraude à execução. É preciso que haja a ciência da má-fé 
pelo adquirente na fraude de execução. 
§ 2º No caso de aquisição de bem não sujeito a registro, o terceiro adquirente tem o 
ônus de provar que adotou as cautelas necessárias para a aquisição, mediante a 
exibição das certidões pertinentes, obtidas no domicílio do vendedor e no local onde 
se encontra o bem. 
Quando a penhora atinge bens sujeitos a registro, como imóveis, pode-se tornar 
pública a execução ou a penhora. Ocorre que não há como tornar pública a penhora 
de alguns bens, como gado, pois não há registro. Nestes casos em que o registro é 
inviabilizado, o credor deve provar que o comprador sabia que o bem era de devedor 
que não pagava a dívida. A idéia deste artigo é obrigar o credor a provar a má-fé do 
comprador, mas a boa-fé se presume. 
 
Art. 793. O exequente que estiver, por direito de retenção, na posse de coisa 
pertencente ao devedor não poderá promover a execução sobre outros bens senão 
depois de excutida a coisa que se achar em seu poder. 
O credor que estiver em posse de coisa pertencente ao devedor, sendo classificado, 
assim, como um credor pignoratício – pois possui uma garantia real do débito do 
devedor, não poderá executar outros bens antes do objeto empenhado. Trata-se, 
portanto, do penhor. 
 
Art. 794. O fiador, quando executado, tem o direito de exigir que primeiro sejam 
executados os bens do devedor situados na mesma comarca, livres e 
desembargados, indicando-os pormenorizadamente à penhora. 
 
 
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O contrato de fiança é um contrato de natureza acessória que tem por objeto oferecer 
uma terceira pessoa para garantir o conteúdo de outro contrato. Tipicamente, é 
verificado em contrato de locação. Como regra geral, somente é possível penhorar 
bens do fiador se o afiançado não tiver patrimônio. Deve-se entrar com uma ação 
contra o inquilino e contra o fiador. O fiador pode alegar que sua responsabilidade é 
subsidiária, devendo primeiro serem penhorados os bens do afiançado. Logo, poderá 
indicar os bens do devedor, caso houver, para que sejam penhorados antes de ser 
atingido em seu patrimônio. 
 
Art. 795. Os bens particulares dos sócios não respondem pelas dívidas da sociedade, 
senão nos casos previstos em lei. 
§ 1º O sócio réu, quando responsável pelo pagamento da dívida da sociedade, tem o 
direito de exigir que primeiro sejam excutidos os bens da sociedade. 
§ 2º Incumbe ao sócio que alegar o benefício do § 1o nomear quantos bens da 
sociedade situados na mesma comarca, livres e desembargados, bastem para pagar o 
débito. 
§ 3º O sócio que pagar a dívida poderá executar a sociedade nos autos do mesmo 
processo. 
§ 4º Para a desconsideração da personalidade jurídica é obrigatória a observância do 
incidente previsto neste Código. 
 
O sócio pode agir do mesmo modo que o fiador. Isto é, o sócio diante da intenção de 
penhorar seus bens, pode alegar que sejam penhorados primeiramente os bens da 
pessoa jurídica, indicando-os. Caso contrário, seus bens pessoais serão penhorados. 
Em ambos os artigos, se o fiador ou o sócio pagar a dívida em nome do afiançado, na 
própria execução em que ocorrer, o fiador ou o sócio poderão mover, na chamada via 
de regresso, em face do devedor principal. O fiador se sub-roga na dívida em relação 
ao devedor, de modo que não precisa de outra demanda e pode proceder à execução 
nos mesmos autos. 
 
Art. 796. O espólio responde pelas dívidas do falecido, mas, feita a partilha, cada 
herdeiro responde por elas dentro das forças da herança e na proporção da parte que 
lhe coube. 
 
É um artigo que cuida de regra material consistente em quem responde pelas dívidas 
em caso de morte do falecido. Quando uma pessoa morre e deixa dívidas, estas são 
pagas pelo patrimônio do falecido. Este patrimônio, no entanto, ao mesmo tempo em 
que responde pela dívida, é o limite patrimonial sobre o qual o credor do falecido 
receberá. Isto significa que nenhuma herança pode exigir que nenhuma dívida pode 
ser paga com o patrimônio do herdeiro. Porém, pode ser que a partilha de bens 
termine e esteja em nome dos herdeiros e, nesta hipótese, o credor procede uma 
execução sobre o patrimônio que estiver em nome dos herdeiros, no limite daquilo 
proveniente por herança. 
 
 
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SUCESSÃO DOS ATOS DA EXECUÇÃO DA QUANTIA CERTA – EXECUÇÃO POR 
DÍVIDA BASEADA EM QUANTIA CERTA. 
 
Quando há uma hipótese de execução de quantia certa, precisa-se saber que só há 
possibilidade de se valer dessa execução se houver um título executivo extrajudicial. 
 
Entre os arts. 771 a 782 do CPC, está disposto que a execução se baseia em um título 
executivo líquido, certo e exigível. Líquido significa que pode ser expresso em um 
valor determinado. 
 
Pode-se executar quem figura no título como devedor, pois é em seu conteúdo que se 
tiram legitimidade, a causa de pedir e o limite do pedido. No entanto, há possibilidade 
de alguém que não figure no título ser titular do crédito e, embora não estar 
diretamente no título, ser parte no processo. 
 
O executado nesta demanda será ou o espólio, se o inventário estiver aberto, ou os 
herdeiros. O mesmo vale para o falecido que tiver um crédito. Neste caso, a ação será 
movida ou pelo espólio ou pelo herdeiro que herdar esta parte. 
Se houver uma cessão de crédito, um credor for substituído por outro, aquele que 
adquirir o título terá legitimidade para propor ação, de maneira que a cessão pode 
estar em outro instrumento que não seja o título. 
 
Ainda dentro destas regras, há a que trata da competência. Na propositura da 
execução, os arts. 781 e 782 prevêem as regras de competência. 
 
Quando se fala que há um processo de conhecimento e um de execução, existem 
diferenças de finalidade entre os processos. Essa afirmação significa que ao se buscar 
regras no processo de execução e dentro dele não haver regras específicas, aplica-se 
as regras do processo de conhecimento para supri-las. Esta importação de regras, 
porém, deve ser feita considerando a compatibilidade de cada processo. O processo 
de execução, por exemplo, não comporta produção de provas. Para se provar que o 
título foi pago, porém, utiliza-se os embargos do devedor, que

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