Buscar

DIREITO CIVIL IV Raimundo Cano

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 47 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 47 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 47 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREIO CIVIL IV
PROF. RAIMUNDO CANO
13/02/2017
- Diferenciação entre Direito Real e Direito Pessoal
Direito Pessoal:
Identifica-se um vínculo inter-partes com sujeito passivo determinado ou determinável;
Em um Direito Pessoal a obrigação poderá ser de dar, fazer ou não fazer;
O objeto de um Direito Pessoal é sempre a entrega de uma prestação.
Direito Real:
O sujeito passivo é a coletividade e por essa razão, sujeito indeterminado;
No Direito Real o dever jurídico imposto a coletividade consistirá sempre em uma obrigação de não fazer, já que todos, indistintamente, assumem a obrigação de não praticar qualquer conduta que viole direito alheio;
O objeto de um Direito Real é próprio, bem móvel ou imóvel, já que o sujeito ativo retira do bem, sem a concorrência de quem quer que seja, todas as utilidades que ele pode oferecer, deliberando em vendê-lo, alugá-lo, emprestá-lo e etc;
Muito embora um Direito Real tenha início usualmente através de um Direito Pessoal, um contrato uma vez exaurido, executado, fica constituído Direito Real, pouco importando a forma pela qual foi criada.
HIPOTECA (Direito Real Imobiliário):
A hipoteca é Direito Real genuinamente imobiliário, onde o pretenso comprador de um imóvel, por não ter meios de quitá-lo, se socorre ao Sistema Financeiro de Habitação, que celebra com ele mútuo Feneratício, exigindo o agente financeiro como garantia do pagamento da dívida o próprio imóvel ou até mesmo outro, constituindo-se a partir daí a hipoteca.
Efetuando o registro da hipoteca junto ao Registro de Imóveis (RI), nasce um Direito Real da Caixa Econômica Federal sobre coisa pertencente a outrem, o proprietário, que só será extinto ao término do pagamento do preço. Nesse período, até que o pagamento pontual e final aconteça, o agente financeiro é titular de Direito Real sobre coisa alheia de forma que toda a coletividade tem o dever jurídico de respeitar a hipoteca. Caso não haja pagamento do empréstimo a juros pela hipoteca, o agente financeiro poderá requerer a execução da mesma, promovendo a alienação do bem para pagamento da dívida, na medida em que credor hipotecário tem interesse em receber e não no bem em si.
Há então dois Direitos Reais distintos recaindo sobre um mesmo bem imóvel: O Direito Real de Propriedade (do proprietário) e o Direito Real de Hipoteca (da Caixa Econômica Federal).
Sujeito Passivo da Hipoteca: A coletividade;
Sujeito Ativo da Hipoteca: Caixa Econômica Federal;
Sujeito Ativo: O proprietário;
Objeto: O imóvel.
15/02/2017
SERVIDÃO DE PASSAGEM (Direito Real Imobiliário):
Também é um genuíno Direito Real Imobiliário, um ônus real. O imóvel dominante passa a ser titular de um Direito Real sobre o imóvel serviente. O sujeito ativo da servidão só precisa do próprio bem, da própria coisa, independentemente de qualquer outro, para fazer valer o seu Direito Real de fazer uso da servidão, estabelece-se assim um vínculo do sujeito ativo com o bem. Uma vez efetuado o Registro da servidão no Registro de Imóveis (RI) passa a existir o Direito Real.
Há então dois Direito Reais distintos recaindo sobre um mesmo bem imóvel: O imóvel dominante tem o direito de propriedade e o direito real de servidão sobre o imóvel serviente.
Sujeito Ativo da Servidão: O imóvel que faz uso da servidão, chamando de imóvel dominante;
Sujeito Passivo da Servidão: A coletividade;
Objeto da Servidão: Faixa do imóvel que pertence ao terceiro e está delimitado na escritura (Servidão).
Se for por contrato de gaveta, só há eficácia "Inter Partes". Se for levado a registro, adquire eficácia "Erga Omnes"	Comment by Tiago Fadel: Eficácia entre as partes.	Comment by Tiago Fadel: Que tem efeito ou vale para todos.
OBRIGAÇÃO PROPTER REM:	Comment by Tiago Fadel: Propter rem significa “por causa da coisa”.
Obrigação de caráter pecuniário em que você tem o ônus, o dever de pagar, em função de ser titular de um Direito Real pré-existente.
É uma obrigação de caráter híbrido ou misto, pois tem um pouco de Direito Real e um pouco de Direito Pessoal.
Ela não pode ser tida como um típico Direito Pessoal, pois o que caracteriza um Direito Pessoal é o fato de a obrigação ser assumida em caráter voluntário, a pessoa assume a obrigação com voluntariedade, o que não existe na obrigação "Propter Rem”, pois a pessoa não assume essa obrigação voluntariamente, ela é compelida a pagá-lo, pois é titular de um Direito Real; e, nem como um típico Direito Real, pois o objeto de todo Direito Real é a coisa móvel ou imóvel, o objeto da obrigação “Propter Rem” é a entrega de uma prestação, da pecúnia (de dinheiro).
A doutrina afirma que a obrigação “Propter Rem” é uma obrigação de caráter híbrido, pois ela não é Direito Pessoal típico, justamente por ela não ser assumida voluntariamente, você precisa pagar por ser titular de um Direito Real e também não é Direito Real típico, pois o objeto dela é a entrega de pecúnia, dinheiro, obrigação de dar e não a própria coisa.
Exemplos de Obrigações Propter Rem: Condomínio (Cota condominial prescreve em cinco anos - Artigo 206, §5º, I, CC); IPTU, Taxa de Incêndio, Obrigação de construir o muro divisório, obrigação de pagamento para recomposição de danos ambientais.	Comment by Tiago Fadel: Art. 206. Prescreve:§ 5º - Em cinco anos: I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular; 
Obs.: Débitos de água, esgoto e energia elétrica não são obrigações propter rem, e sim, obrigação de uma relação pessoal de consumo.
O que peculiariza uma obrigação propter rem é a possibilidade do titular atual ser responsabilizado pelas dívidas do seu antecessor (Direito Real). Ele tem que pagar e depois ajuizar ação regressiva diferentemente toque ocorre nas relações de consumo, onde há obrigação de Direito Pessoal e quem tem que pagar é o consumidor e não o novo dono do bem., conforme Artigo 1.345, do Código Civil.	Comment by Tiago Fadel: Caracteriza, evidenciar, definir, distinguir, identificar.	Comment by Tiago Fadel: Art. 1.345. O adquirente de unidade responde pelos débitos do alienante, em relação ao condomínio, inclusive multas e juros moratórios. 
√ Vide Folhas 27 / 30, do Livro Direito Civil Brasileiro, 2 - Teoria Geral das Obrigações - 13º Edição, de Carlos Roberto Gonçalves - Editora Saraiva.
PROMESSA DE COMPRA E VENDA:
No que diz respeito a Promessa de Compra e Venda, poderia-se imaginar que o custeio da obrigação "Propter Rem" diz respeito apenas do proprietário. Porém, algumas situações excepcionais afastariam essa regra.
Naquelas hipóteses em que a Promessa de Compra e Venda estiver registrada junto ao Registro de Imóveis (RI), o entendimento da jurisprudência é que a responsabilidade é solidária. Porém, em situações excepcionais em que o condomínio tem ciência inequívoca da Promessa de Compra e Venda e reconhece a posição do Promitente Comprador enviando-lhe boletos em seu nome e convocações para assembleias, não é possível admitir que o condomínio venha a cobrar o proprietário, considerando que até aquele momento tratavam suas relações jurídicas com o Promitente Comprador. A ideia de poder cobrar o proprietário constituiria verdadeiro comportamento contraditório (Venire Contra Factum Proprium).	Comment by Tiago Fadel: A expressão "venire contra factum proprium" significa vedação do comportamento contraditório, baseando-se na regra da pacta sunt servanda. Segundo o prof. Nelson Nery, citando Menezes Cordero, venire contra factum proprium' postula dois comportamentos da mesma pessoa, lícitos em si e diferidos no tempo. O primeiro - factum proprium - é, porém, contrariado pelo segundo.
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS REAIS:
É perfeitamente possível que um bem imóvel suporte Direitos Reais Distintos.
1) Oponibilidade "Erga Omnes”:A necessidade de todos respeitarem indistintamente a titularidade de um Direito Real alheio; Isso se dá com o Registro de Imóveis (no caso de bens imóveis). Por isso que se diz que o Direito Realé um direito absoluto, pois eu posso fazer valer o meu direito real contra quem quer que seja, todos indistintamente tem o dever jurídico de respeitar o meu direito real;
2) Taxatividade:Os contratos são de livre criação. Qualquer pessoa não está presa aos contratos previstos no Código Civil e é perfeitamente possível criar uma nova figura contratual, que não esteja no Código Civil. No Direito Real não se tem essa possibilidade. Só se pode se valer dos Direitos Reais que estão expressamente previstos em Lei. Apenas a Lei pode criar Direitos Reais. A autonomia da vontade não pode criar direito real, as partes não podem criar direito real a seu bel prazer, estão presas ao conteúdo da norma. A maioria dos Direitos Reais estão no Artigo 1.225, do Código Civil. Esse não é o único Artigo que prevê Direitos Reais, isso é admitido desde que estejam previstos em Lei.	Comment by Tiago Fadel: Art. 1.225. São direitos reais: I - a propriedade; II - a superfície; III - as servidões; IV - o usufruto; V - o uso; VI - a habitação; VII - o direito do promitente comprador do imóvel; VIII - o penhor; IX - a hipoteca; X - a anticrese. XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; XII - a concessão de direito real de uso; e (Redação dada pela MEDIDA PROVISÓRIA Nº 700 DE 8 DE DEZEMBRO DE 2015) XIII - os direitos oriundos da imissão provisória na posse, quando concedida à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou às suas entidades delegadas e respectiva cessão e promessa de cessão. (Incluído pela MEDIDA PROVISÓRIA Nº 700 DE 8 DE DEZEMBRO DE 2015) 
3) Aderência: Na aderência, uma vez estabelecido um Direito Real sobre o bem, cria-se um vínculo inafastável entre o Direito Real e a própria coisa, de forma que não é mais possível enxergar o bem sem o Direito Real que sobre ele incide.
4) Ambulatoriedade:É a capacidade de deslocamento do Direito Real, de forma que o titular do mesmo não precisa ter a coisa sobre seu poder físico a todo tempo para que o Direito Real sobreviva. Assim, o proprietário de um imóvel não perde sua qualidade considerando que o bem esteja sobre o contato físico do inquilino, por exemplo.
5) Sequela: É o direito de retomar a coisa fazendo uso das demandas judiciais por parte do titular de um Direito Real, onde quer ou com quem quer que ela se encontre, desde que a pessoa tenha o bem consigo injustamente.
6) Preferência: Ela é típica de uma espécie de Direito Real. Ela não se aplica a todos os Direitos Reais, mas sim a algumas espécies, aos chamados Direitos Reais de Garantia: Hipoteca, Penhor, Anticrese.
É chamado Direito Real de Garantia, pois o indivíduo oferece um bem para garantir dívida (Mútuo Feneratício). A preferência é a prerrogativa do titular de um Direito Real de Garantia de receber na frente dos demais credores em caso de insolvência ou falência.
Essa prerrogativa não é absoluta, conforme o Artigo 83, da Lei de falência (Lei 11.101/2005).	Comment by Tiago Fadel: Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem: I - os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 (cento e cinqüenta) salários-mínimos por credor, e os decorrentes de acidentes de trabalho; II - créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado; 
Erga Aliquos: A preferência do Direito Real de Garantia é oponível contra alguns credores.
O condomínio tem prioridade sobre o credor hipotecário considerando a Súmula 478, do STJ, e ainda, por que o não pagamento de despesas desta natureza cria para os demais condôminos a obrigação de arcar pelo inadimplente, o que não se revela medida correta. Ademais, o objetivo da taxa condominial é o custeio da coisa comum, o que deixa de acontecer diante do não pagamento do condomínio. Assim, se a coisa comum não se conserva, o imóvel que precisa ser alienado terá valor menor, abarcando por consequência o menor numero de créditos, o que justifica a necessidade do condomínio ser pago em primeiro lugar, reforçando a Súmula 478, do STJ.	Comment by Tiago Fadel: Súmula Nº 478 - Na execução de crédito relativo a cotas condominiais, este tem preferência sobre o hipotecário.
20/02/2017
7) Exclusividade: A característica da exclusividade significa que é impossível que duas pessoas, sozinhas, ou ao mesmo tempo, postulem ou sejam os titulares sobre o mesmo Direito Real recaindo sobre o mesmo bem. Iremos importar um conceito la de física, onde dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço.
Poderá haver mais de um titular de um mesmo bem, como por exemplo, uma propriedade em condomínio. Nesta hipótese, haverão dois titulares ou mais em uma co-propriedade.
Mas é perfeitamente possível que eu tenha um bem, móvel ou imóvel, que suporte direitos reais distintos. Como por exemplo, na hipótese de uma hipoteca.
8) Perpetuidade x Temporariedade: A perpetuidade significa que o Direito Real é criado, estabelecido para ter um tempo indefinido de existência, sem limitação. Essa característica é da propriedade, assim como sabem é de outros Direitos Reais, como por exemplo, temos a servidão que é um direito perpétuo.
Alguns direitos reais também são temporários. O temporário esta relacionado ao fato de que aquele direito real ao ser instituído, criado, já se sabe que terá um tempo de duração. Como por exemplo, a hipoteca, que é essencialmente um Direito Real Temporário. Ao término do pagamento do preço, aquela hipoteca se resolve.
9) Elasticidade: Essa característica é própria de um Direito Real, o Direito Real da Propriedade, extraída do Artigo 1.228, do Código Civil).	Comment by Tiago Fadel: Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
• PODERES INERENTES DA PROPRIEDADE: Usar, gozar, dispor e reivindicar.	Comment by Tiago Fadel: As “Alíneas A, B e C” revelam os chamados Aspectos Internos da propriedade, pois o titular só precisa da própria coisa, do próprio bem, para fazer uso dessas faculdades.
Poder de usar (Fazer uso, morar, emprestar);
Fruir ou gozar (Perceber os frutos civis, naturais e industriais);
Dispor: Alienar (Transferir a titularidade a título oneroso ou gratuito, vender, doar, trocar) / Gravar (Oferecer a coisa em garantia. Hipoteca em caso de bem imóvel, navio ou avião, ou penhor no caso de bens móveis);
	Comment by Tiago Fadel: Reivindicar é o poder de tomar a coisa de quem injustamente a possua ou detém. É o Aspecto Externo.Como por exemplo, se alguém invade um imóvel meu, tenho o direito de tomar o imóvel de novo.O proprietário para conseguir reivindicar, precisará de uma terceira pessoa, que estará desrespeitando o seu direito real. Trata-se de um Aspecto Externo.
Reivindicar(Direito de Sequela).
O proprietário pleno é aquele que tem em suas mãos os quatro poderes ou faculdades inerentes a propriedade. Em algumas hipóteses o proprietário deixa esse status e passa a se qualificar como restrito ou limitado. Nestas circunstancias estará desprovido de uma das faculdades inerentes a propriedade, de mais de uma dessas faculdades, ou até mesmo de parte de uma dessas faculdades. A limitação a propriedade variará de acordo com a espécie de direito real. Na hipoteca, por exemplo, o proprietário tem o poder de usar, fruir, reivindicar e dispor, porém, quanto a esse último, há uma restrição na medida em que o proprietário não pode resolver aliená-lo sem a anuência do credor hipotecário.
√ Vide Artigos 1228, do Código Civil.	Comment by Tiago Fadel: Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
Os Direitos Reais Obedecem Duas Condicionantes:
Interesse Público: O Direito Real é restringido em prol do interesse público (desapropriação, tombamento);
Função Social: A função social deixa claro que os Direitos Reais tem que estar de acordo com a função social (Usucapião).
Acessão Invertida ou Inversa: Pois foge a regra geralde o acessório seguir a sorte do principal.
√ Vide Artigos 1.255, § Único e Artigo 1.258, do Código Civil.	Comment by Tiago Fadel: Art. 1.255. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio perde, em proveito do proprietário, as sementes, plantas e construções; se procedeu de boa-fé, terá direito a indenização. Parágrafo único. Se a construção ou a plantação exceder consideravelmente o valor do terreno, aquele que, de boa-fé, plantou ou edificou, adquirirá a propriedade do solo, mediante pagamento da indenização fixada judicialmente, se não houver acordo.	Comment by Tiago Fadel: Art. 1.258. Se a construção, feita parcialmente em solo próprio, invade solo alheio em proporção não superior à vigésima parte deste, adquire o construtor de boa-fé a propriedade da parte do solo invadido, se o valor da construção exceder o dessa parte, e responde por indenização que represente, também, o valor da área perdida e a desvalorização da área remanescente.Parágrafo único. Pagando em décuplo as perdas e danos previstos neste artigo, o construtor de má-fé adquire a propriedade da parte do solo que invadiu, se em proporção à vigésima parte deste e o valor da construção exceder consideravelmente o dessa parte e não se puder demolir a porção invasora sem grave prejuízo para a construção.
- A POSSE é fenômeno fático relacionado diretamente a nossa vida cotidiana e está ligada ao exercício de um, mais de um ou de todos os poderes inerentes à propriedade. O titular de um direito real, dependendo de sua espécie tem o direito de exercer algumas ou todas as faculdades da propriedade, o que certamente, não significa que o faça. Por outro lado, o exercício com autonomia dessas faculdades não exige a prévia titularidade. A posse é fenômeno democrático visto a todo instante em nossa vida cotidiana pelo indivíduo que faz uso de seu carro, por aquele que está alugando o seu imóvel e etc.
A posse é direito por que é resguardada pela norma e fato por estar presente em nosso dia-a-dia, ao nosso cotidiano.
√ Vide Artigo 1.196, do Código Civil.	Comment by Tiago Fadel: Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
Existem duas correntes que explicam a posse:
De 
A 1º é a chamada de "Teoria subjetiva da posse” - criada pelo Professor Savigny. Por esta teoria, para que uma determinada pessoa fosse enquadrada como possuidora, ela precisaria ter ao mesmo tempo, “Corpus + Animus Domini”, ou seja, ter a coisa ou bem (móvel ou imóvel) e um conjunto de Atos Materiais que revelam um poder fisico sobre a coisa. Pela Teoria Subjetiva da posse, "Corpus"" sem “Animus" não é posse, é detenção.	Comment by Tiago Fadel: O Direito Brasileiro não acolheu a Teoria Subjetiva da Posse como regra. Foi acolhida em caráter excepcional, como por exemplo, no Usucapião. Vide Artigo 1238, CC.	Comment by Tiago Fadel: A coisa, o bem e um conjunto de atos materiais que revelam um poder físico sobre a coisa.	Comment by Tiago Fadel: Animus Domini é a intenção de adquirir a propriedade, de se tornar proprietário.	Comment by Tiago Fadel: Detentor: Usufrutuário, arrendatário, comodatário, locatário)
22/02/2017
A 2º é a chamada de "Teoria Objetiva da Posse” = Foi idealizada pelo Professor Ihering. Nesta teoria, é irrelevante "Corpus" e "Animus Domini”, sendo importante a Visibilidade do domínio da posse ou a Exterioridade do domínio, que significa que o indivíduo adota comportamento em relação a coisa como se dono dela fosse. Ele procede em relação ao bem como o dono procederia naquelas circunstâncias, sendo irrelevante a intenção de propriedade e sim a atuação como proprietário. Se a coletividade observando a conduta do sujeito, puder concluir que ele é o proprietário, pois o seu comportamento revela isso, estaremos diante de um possuidor (comodatário, locatário). O importante é conseguir tentar detectar a maneira em que ele atua em relação ao bem.
	Comment by Tiago Fadel: É a teoria acolhida no Brasil.
Irrelevância de Animus e Corpus;
Visibilidade ou exterioridade do domínio;
Adoção de comportamento ou reação a coisa como se dono dele fosse;
A coletividade observando a conduta do indivíduo pode concluir que ele é o proprietário (possuidor);
Teoria adotada majoritariamente no Brasil.
√ Vide novamente o Artigo 1.196, do Código Civil.	Comment by Tiago Fadel: Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
DETENÇÃO: É possível visualizamos duas modalidades de detenção:
Detenção Interessada: O detentor possui interesse jurídico na coisa que tem consigo, por outro lado, na Desinteressada, ocorre exatamente o contrário.
Detenção Desinteressada: O detentor não possui interesse jurídico no bem que tem consigo.
Posse Degrada ou Inferiorizada pela Lei: Na "Teoria Objetiva da Posse”, o indivíduo só não é possuidor porque a Lei assim determina. Para a Teoria Objetiva da Posse o detentor seria aquele que retira a qualidade de possuidor. Qualquer indivíduo que se enquadrar na hipótese do Artigo 1.198, do CC, será chamado de “Fâmulo ou Servo da Posse” (Caseiro).
- Posse Degrada ou Inferiorizada pela Lei:Por esta teoria o detentor seria aquele a quem a Lei, a norma retira a qualidade de possuidor. Você só não é possuidor porque a norma expressamente assim determina.
A hipóteses mais usual de detenção é a prevista no Artigo 1.198, do Código Civil (hipótese do caseiro). √ Vide Enunciado nº 493.	Comment by Tiago Fadel: Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas. Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve este artigo, em relação ao bem e à outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o contrário.	Comment by Tiago Fadel: O detentor (art. 1.198 do Código Civil) pode, no interesse do possuidor, exercer a autodefesa do bem sob seu poder. 
A ocupação de um bem público jamais conduzirá o indivíduo a ter posse sobre o bem diante do poder público. Assim, mesmo que o indivíduo ocupe este bem por grande lapso temporal, jamais será considerado possuidor diante da Fazenda Pública e sim Detentor Interessado. Porém, em relação ao restante da coletividade, entende a jurisprudência que, o mesmo será possuidor com todos os efeitos que possam ser atribuídos a posse merecendo destaque a possibilidade de ajuizar contra qualquer particular uma ação possessória.
TEORIA SOCIOLÓGICA DA POSSE: Existe também a chamada de “Teoria Sociológica da Posse” - Não tem o objetivo de superar, prevalece sobre as demais. O seu objetivo é o fortalecimento do fenômeno fático da posse diante da propriedade. A aplicação da "Teoria Sociológica da Posse" tem por efeito, ora a extinção da propriedade ou de outros direitos reais, e ora, a sua limitação, a sua restrição.
A redução dos prazos do usucapião é um dos efeitos da Teoria Sociológica da Posse. Outro exemplo é, sem duvida, o Artigo 1258, do Código Civil.	Comment by Tiago Fadel: Art. 1.258. Se a construção, feita parcialmente em solo próprio, invade solo alheio em proporção não superior à vigésima parte deste, adquire o construtor de boa-fé a propriedade da parte do solo invadido, se o valor da construção exceder o dessa parte, e responde por indenização que represente, também, o valor da área perdida e a desvalorização da área remanescente.Parágrafo único. Pagando em décuplo as perdas e danos previstos neste artigo, o construtor de má-fé adquire a propriedade da parte do solo que invadiu, se em proporção à vigésima parte deste e o valor da construção exceder consideravelmente o dessa parte e não se puder demolir a porção invasora sem grave prejuízo para a construção.
√ Vide também o § Único do Artigo 1.238, do Código Civil.	Comment by Tiago Fadel: Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houverestabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo.
• CLASSIFICAÇÃO DA POSSE:
Posse Plena: O indivíduo tem a posse plena quando ele exerce todos os poderes (4) inerentes a propriedade. Possuidor pleno é aquele que exerce com autonomia todos os poderes inerentes a propriedade.
A posse poderá ser desmembrada em “Posse Direta” ou “Posse Indireta”.
- Posse Direta: Possuidor direto é aquele que tem contato físico, imediato com a coisa. Por exemplo, temos o locatário, o comodatário e etc.
- Posse Indireta: Possuidor indireto é aquele que já recebe a coisa ou ele mesmo por direito real ou pessoal e transfere o contato direto da coisa para outrem reservando-se o direito de recobrá-la em momento futuro.
	A importância prática é que tanto o possuidor direto quanto o indireto podem defender a coisa de terceiros, sozinhos e com exclusividade. Poderão também, tanto o possuidor direto como o indireto podem um contra o outro exercer o direito da posse (ação possessória). Ex: Eu alugo um imóvel (possuidor indireto) para Felipe (possuidor direto). Se alguém invade o imóvel, tanto eu quanto Felipe poderemos ajuizar a ação possessória.
√ Vide Artigo 1.197, do Código Civil.	Comment by Tiago Fadel: Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto. 
	O possuidor indireto pode ajuizar ação possessória contra o direto e vice e versa, pois ambos possuem a posse.
06/03/2017
2) Composse (Artigo 1.199, do Código Civil):
Ocorre quando duas ou mais pessoas simultaneamente exercem a posse sobre o mesmo bem. Normalmente proveniente da compropriedade, mas não necessariamente.
Se apenas um dos compossuidores tiver a posse direta do bem e os demais se insurgirem em relação a isso, estes últimos poderão exigir ação de arbitramento de aluguel, ou seja, os compossuidores poderão exigir o pagamento de um aluguel proporcional, a ser pago pelo compossuidor que obtiver a posse.
1º Exemplo de Composse Direta: Dois inquilinos no mesmo imóvel.
A composse fere a característica da exclusividade dos Direitos Reais? Não, pois pela exclusividade eu tenho duas pessoas reivindicando o mesmo direito sobre o mesmo bem. Na Composse o direito é um só, exercido em conjunto por duas ou mais pessoas.
2º Exemplo de Composse Direta: Herança - O pai morre e deixa um imóvel para quatro filhos. Todos terão um único direito sobre o mesmo bem.	Comment by Tiago Fadel: Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros compossuidores. 
	Comment by Tiago Fadel: Como exemplo, um casal que possui um imóvel. Os dois são proprietários de um mesmo imóvel.
Exceção do Artigo 1.199, do Código Civil: Se o possuidor é casado, ele precisará que os dois litiguem, ou um litigue com a anuência do outro, ou tenha o suprimento deste consentimento, conforme expressa o Artigo 73, § 2º, do CPC.
	Comment by Tiago Fadel: Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado.
3) Posse Derivada e Originária:
	Comment by Tiago Fadel: Não está em Lei.
A Posse Derivada é aquela em que há o fenômeno da transmissão, ou seja, o sucessor recebe a posse do antecessor por ato “inter-vivos” ou "mortis causa”.	Comment by Tiago Fadel: Doação, compra e venda, cessão de posse e etc.
Importância prática: O sucessor assume a posse com todas as qualidades, características e classificações que esta posse tinha em relação ao anterior. Se minha posse era de má-fé e eu a transfiro para outrem, este também possuirá uma posse de má-fé.
Na Posse Originária não há o fenômeno da transmissão, ou seja, o indivíduo obtém a posse por sua própria força. Neste o possuidor não assume o histórico da posse. As características da posse referentes ao antecessor, não são transmitidas ao sucessor, pois não há o fenômeno da transmissão. Ele assume por ato próprio e sem vícios e as características do anterior.
4) Posse Justa e Injusta:
Posse Justa: O possuidor justo é aquele que tem a posse desacompanhada de um dos vícios objetivos da posse. - Artigo 1.200, do Código Civil.	Comment by Tiago Fadel: Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.
Posse Injusta: O Possuidor Injusto é aquele que tem a posse acompanhada de um dos vícios objetivos da posse, essa posse será injusta até que um ato o legitime. A partir da publicidade o possuidor é considerado como possuidor injusto perante o proprietário, porém, diante da sociedade é possuidor justo.
√ Vide Artigo 1.208, do Código Civil.	Comment by Tiago Fadel: Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade. 
(A) Violência ou Posse Vi;
(B) Clandestinidade;
(C) Precariedade.
	Comment by Tiago Fadel: A posse é obtida através da violência.
Violência ou Posse Vi:
Na violência o indivíduo faz uso da força física ou da coação moral para obter o contato imediato com a coisa. Enquanto o legítimo possuidor estiver oferecendo resistência a investida do agressor, será considerado aquele que faz uso da violência, como mero detentor interessado. Por força do Artigo 1.210, § 1º, do Código Civil, o agredido poderá fazer uso da autodefesa de sua posse, situação em que a norma permite que o indivíduo faça uso da força física para repelir a agressão. A norma exige a presença de dois requisitos para o uso da autodefesa, a proporcionalidade, bem como, que o uso da força física seja concomitante ou logo em seguida a prática do ato e não no momento em que o legítimo possuidor tomar conhecimento. A partir do momento que o legítimo possuidor deixar de oferecer resistência, não chamando a polícia, a ajuda de familiares, o detentor interessado passa a possuidor injusto até que fato superveniente eventual legitime a sua posse, seja um contrato ou usucapião.
	Comment by Tiago Fadel: § 1º - O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.
	Comment by Tiago Fadel: Assemelha-se ao crime de furto. O indivíduo obtém a coisa sorrateiramente, na calada da noite, sem publicidade, de maneira furtiva.
Clandestinidade ou Posse Clam:
Na Posse Clandestina o indivíduo obtém a coisa sorrateiramente, na calada da noite, sem publicidade, de maneira furtiva. Ele será considerado possuidor quando começar a dar publicidade na posse do bem, deixando de ser um detentor interessado e passando a ser um possuidor injusto.
	Comment by Tiago Fadel: É o vício mais comum.
Precariedade ou Posse Precária:
A norma no Artigo 1.208, Segunda Parte, do Código Civil, não faz menção ao vício da precariedade de maneira que alguns doutrinadores com amparo nessa norma sustentam que o vício da precariedade jamais se convalescem de maneira que o indivíduo será tratado indefinidamente como detentor interessado. A interpretação deste artigo, vai de encontro a "Teoria Sociológica da Posse", de forma que o indivíduo em dado momento deverá ser tratado como Possuidor Injusto, já que figurava na qualidade de Detentor ou Possuidor Direto Justo até determinado momento. A grande questão que se coloca está em saber a partir de que momento o indivíduo poderá ser considerado possuidor Injusto. A melhor compreensão da norma e da Teoria Sociológica entende que isso seria possível a partir do momento que o legítimo possuidor tem a negativa expressa na devolução do bem ou aquele que faz uso da precariedade começa a adotar uma serie de comportamentos objetivos que revelama sua intenção em não devolver o bem, tais como, construindo, reformando, plantando ou criando animais. O Enunciado nº 301 da Jornada de Direito Civil, reforça a ideia de que o indivíduo possa se tornar possuidor pela precariedade.	Comment by Tiago Fadel: 301 Art.1.198. c/c art.1.204. É possível a conversão da detenção em posse, desde que rompida a subordinação, na hipótese de exercício em nome próprio dos atos possessórios.
√ Vide Artigo 1.208, do Código Civil.	Comment by Tiago Fadel: Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade. 
A Posse com Vício Subjetivo é a posse de má-fé.
√ Vide Artigo 1.201, Caput, do Código Civil.	Comment by Tiago Fadel: Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa.
08/03/2017
• INSTITUTO DA “INTERVERSÃO, INVERSÃO OU CONVERSÃO DO TÍTULO DA POSSE”:
A prática da precariedade é o exemplo mais recorrente, clássico da "Intervenção, Inversão ou Conversão do Título da Posse”. Estaremos diante de um fenômeno que tenha esses três nomes todas vez que o indivíduo alterar as qualidades, especificações e atributos de sua posse, ou quando ele era detentor e passa a ser possuidor. Tinha-se uma posse justa, uma detenção e ao negar devolução da coisa eu me torno um detentor injusto. É o que acontece na precariedade. Pode ser dada de 02 formas a inversão do título da posse:
A) FATO DE NATUREZA JURÍDICA: Estará presente quando a inversão acontecer consensualmente através da celebração de um Direito Real ou Pessoal.
Ex.: Constituto Possessório ou Cláusula Constituti: 	Comment by Tiago Fadel: Posse de coisa própria que passa a ser coisa alheia.Se opõe ao “Traditio Brevi Manu”. O indivíduo é possuidor direto ou detentor legítimo e adquire a propriedade do bem se tornando proprietário pleno e por consequência possuidor pleno.Ex: inquilino que compra o imóvel que a ele era locado.2º Ex.: O invasor que adquire o imóvel através do usucapião.
A interversão do título da posse por fato de natureza jurídica também acontecerá através do Constituto Possessório. Este fenômeno estará presente quando o indivíduo aliena bem de sua propriedade, faz inserir através de cláusula expressa a entrega da posse em favor do adquirente, permanecendo o alienante com o contato imediato com a coisa na qualidade de possuidor direto ou detentor. Muito embora a eficácia da cláusula não esteja condicionada a um prazo de ocupação por parte do alienante, o correto que a cláusula preveja prazo específico para a desocupação do bem. A entrega da posse em favor do adquirente se dá de forma ficta na medida em que a cláusula tem o efeito de entregar a posse ao adquirente, que imediatamente devolve ao alienante. A grande vantagem da previsão expressa da entrega da posse está justamente no fato de que o adquirente conseguirá obter a retomada do bem contra o alienante de maneira mais célere caso este não entregue a coisa. A Cláusula Constituti produz eficácia unicamente inter-partes, justamente por estar prevista no contrato, esta cláusula não é oponível Erga Omnes. Ela se opõe ao “Traditio Brevi Manu”. O indivíduo é possuidor direto ou detentor legítimo e adquire a propriedade do bem se tornando proprietário pleno e por consequência possuidor pleno. Enquanto no Constituto se tem o desmembramento da posse, aqui teremos a concentração da posse plena.
Como exemplo, temos o caseiro que recebe doação de seus patrões o imóvel que ele ocupava. O Constituto Possessório é uma forma de aquisição Da Posse Ficta, pois ocorre única e exclusivamente por causa da cláusula.
Forma de Tradição:
Efetiva: É o indivíduo ser investido na posse;
Fictícia: Posse obtida pela cláusula;
Simbólica: Onde há a entrega das chaves.
B) FATO DE NATUREZA MATERIAL: A grande diferença é que no fato de natureza material o indivíduo inverte a sua posse unilateralmente, sem a concordância do legítimo possuidor, isso precisa ser acompanhado por atos objetivos, precisa-se demonstrar objetivamente que eu modifiquei o meu comportamento, construir, plantar, reformar e etc.	Comment by Tiago Fadel: O indivíduo inverte a sua posse unilateralmente, sem a concorrência do legítimo possuidor. Vide Enunciado nº 301 da Jornada de Direito Civil.
√ Vide Enunciado nº 301 da Jornada de Direito Civil.	Comment by Tiago Fadel: 301 Art.1.198. c/c art.1.204. É possível a conversão da detenção em posse, desde que rompida a subordinação, na hipótese de exercício em nome próprio dos atos possessórios. 
5) POSSE AD USUCAPIONEM - ANIMUS DOMINI:
É aquela que tem amparo em uma relação jurídica prévia, seja um direito real ou pessoal. É a mesma coisa que posse "Animus Domini", Intenção de Adquirir a propriedade.
6) POSSE JUS POSSIDENDI E JUS POSSESSIONIS:
A Jus Possiendi é aquela que tem amparo em uma relação jurídica prévia, seja um Direito Real, seja um Direito Pessoal.
A Jus Possessionis é a posse desamparada por qualquer relação jurídica. É a posse pela posse. Eu sou possuidor pela própria situação fática.
7) POSSE AD INTERDICTA:
É a posse que permite ser defendida através do uso das ações possessórias. Toda posse é Ad Interdicta, pois toda posse permite defender-se através das ações possessórias. 
8) POSSE COM JUSTO TÍTULO: 	Comment by Tiago Fadel: Para efeito desta classificação de posse, justo título é aquele indivíduo que tem a posse constituída em razão de um fato legítimo, seja um direito real ou pessoal.
É aquele indivíduo que tem a posse constituída em razão de fato legítimo, seja Direito Real ou Direito Pessoal. O principal efeito dessa classificação é identificar que esse indivíduo goza de posse de boa-fé. Esta classificação encontra-se expressa no Artigo 1.201, § Único, do Código Civil: "O possuidor com justo título tem por si a presunção"relativa"de boa-fé, salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção.”
9) POSSE NATURAL E / OU CIVIL (JURÍDICA):
Na Posse Natural o indivíduo tem o contato direto, imediato com a coisa. Na Posse Civil ou Jurídica o indivíduo recebe a posse em virtude de determinação legal ou de disposição contratual expressa, independentemente do contato direto com a coisa (Constituto Possessório e Lei - Morte).
10) VÍCIO SUBJETIVO DA POSSE (POSSE DE BOA-FÉ E MÁ-FÉ):	Comment by Tiago Fadel: Artigo 1.202, CC.
Estará presente quando a posse for de má-fé. O legislador optou em não estabelecer um conceito de boa-fé entendendo que o indivíduo ostenta essa qualidade toda vez que ignora o vício que lhe impede de possuir a coisa. A ignorância a que se refere a norma deve ser escusável, tolerável, não sendo justo entender que o indivíduo que acaba de invadir alegue desconhecer que aquele bem pertence a alguém. O possuidor de boa-fé manterá essa qualidade até que fato superveniente presuma de maneira inequívoca que ele passou a conhecer o vício. Na falta de um marco determinante para a inversão do título da posse deverá ser considerado a citação válida seguida da sentença que determina a entrega da coisa. Em regra o possuidor injusto é também de má-fé. Porém, excepcionalmente é possível sustentar que passado um tempo razoável da prática do ato de precariedade, aquele indivíduo possa ser considerado um possuidor de boa-fé, como por exemplo, o caseiro que passados 06 (seis) anos sem ter notícias de seu patrão e sem receber salário, passa a partir de então a acreditar que tem direito a permanecer no imóvel.
√ Vide Artigos 1.201 e 1.202, do Código Civil.	Comment by Tiago Fadel: Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa.	Comment by Tiago Fadel: Art. 1.202. A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e desde o momento em que as circunstâncias façam presumir que o possuidor não ignora que possui indevidamente. 
13/03/2017
JUS RETETIONIS - Éum dos efeitos da Posse de Boa-fé. O Direito de Retenção funcionará como uma forma de exceção de um contrato não cumprido (a pessoa não pode demandar da outra parte sem ter cumprido a sua própria), pois se o juiz reconhece o direito de retenção, o réu alega que não cumprirá o contrato naquele momento. Na verdade é um fato impeditivo do direito do autor. O que se discuti não é o conteúdo e sim se deve retornar a coisa naquele momento. porque o réu ao alegá-la não pretende discutir que não tem a posse, mas sim que não devolverá a coisa naquele momento, pois a devolução do bem está relacionada ao direito de pagamento.
- Modalidade de Exceção do contrato não cumprido: Porque o réu ao alegá-la não pretende discutir o conteúdo do contrato, não pretende discutir que não tem a posse, mas sim que não devolverá a coisa naquele momento. Só tem razão de ser se o juiz julgar procedente.
- A Natureza Jurídica do Direito de Retenção possui duas correntes: A doutrina discute sobre a natureza jurídica do direito de retenção de maneira que para algum, estamos diante de direito pessoal sui generis, pessoal por que uma vez quitada a indenização, cumprida a obrigação, o retomante poderá exigir a entrega da coisa e Sui Generis por que várias características dos Direitos Reais a ele se aplicam, tais como, a oponibilidade erga omnis, a aderência e a sequela. Argumenta-se como forma de rejeitar a classificação como Direito Real Típico o fato de não estar previsto expressamente no Artigo 1.225, CC, bem como, diante da impossibilidade de registrá-lo. 
Há os que sustentam se tratar de Direito Real Típico argumentando que trata-se de Direito Real previsto em Lei cumprindo assim a característica da taxatividade e quanto a impossibilidade registral, o Artigo 1.227, CC, permite que aquela situação seja tratada como Direito Real, já que prevista no Código Civil.
A 1º Corrente acredita que tem Natureza Pessoal Sui Generis, pois não está no rol dos direitos reais do Artigo 1.225, do Código Civil (Princípio da Taxatividade. Uma vez pago o dever de indenizar, o direito de retenção fica esvaziado. Se o autor pagar as benfeitorias imediatamente, esvazia-se o direito de retenção. As características dos direitos reais se aplicam também oponível erga omnes, direito de sequela, ambulatoriedade.	Comment by Tiago Fadel: Art. 1.225. São direitos reais: I - a propriedade; II - a superfície; III - as servidões; IV - o usufruto; V - o uso; VI - a habitação; VII - o direito do promitente comprador do imóvel; VIII - o penhor; IX - a hipoteca; X - a anticrese. XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; XII - a concessão de direito real de uso; e (Redação dada pela MEDIDA PROVISÓRIA Nº 700 DE 8 DE DEZEMBRO DE 2015) XIII - os direitos oriundos da imissão provisória na posse, quando concedida à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou às suas entidades delegadas e respectiva cessão e promessa de cessão. 
A 2º Corrente acredita que tem Natureza de Direito Real, pois o direito de retenção tem todas as características do Direito Real. O argumento de que ele não é direito real cai por terra por causa do Artigo 1.227, do Código Civil. O direito de retenção está previsto em Lei, no Código Civil, não necessariamente precisa ser no Artigo 1.225, do Código Civil.	Comment by Tiago Fadel: Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos (arts. 1.245 a 1.247), salvo os casos expressos neste Código. 
Regra Geral: Artigos 1.219 e 1.220, do Código Civil.	Comment by Tiago Fadel: Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis. 	Comment by Tiago Fadel: Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias. 
- Se o indivíduo é Possuidor de Má-fé, o juiz assegura o pagamento das benfeitorias necessárias, pois o possuidor de má-fé contribuiu para a conservação da coisa, devendo ser indenizado para não constituir o enriquecimento sem causa. Artigo 1220, do Código Civil.	Comment by Tiago Fadel: Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias. 
- Em se tratando de Benfeitorias Não Legalizadas estas darão direito a indenização e retenção, desde que possam ser legalizadas pelo retomante, evitando o enriquecimento sem causa.
- Em se tratando de Benfeitorias Que Não Puderem Ser Legalizadas por estarem por exemplo em local indevido, estas não darão direito a indenização e nem retenção. O réu só poderá requerer indenização e retenção com benfeitorias concomitantes ao processo.
- Valor da indenização:Artigo 1.222, do Código Civil.
- Na hora de ajuizar ação de retomada, ela deve ser cumulada com a ação de perdas e danos: Artigo 1.201, do Código Civil.	Comment by Tiago Fadel: Art. 1.222. O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de má-fé, tem o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao possuidor de boa-fé indenizará pelo valor atual. 	Comment by Tiago Fadel: Art. 1.221. As benfeitorias compensam-se com os danos, e só obrigam ao ressarcimento se ao tempo da evicção ainda existirem. 
• Retenção No Comodato:
- Em um Comodato com prazo, pode se requerer a resilição extinção sem inadimplemento: Sim, se houver justificativa.
- Se extingue o comodato verbal? Sim, através de notificação extrajudicial, comunicando ao comodatário, instituindo prazo e aluguel pena. Será considerado de má-fé a partir do término do prazo da notificação extrajudicial.
- No Comodato, as benfeitorias úteis realizadas de boa-fé, para alguns doutrinadores, não conferem indenização e nem retenção, por decorrerem do natural uso da coisa, na forma do Artigo 584, do Código Civil.	Comment by Tiago Fadel: Art. 584. O comodatário não poderá jamais recobrar do comodante as despesas feitas com o uso e gozo da coisa emprestada. 
Nos Contratos de Locação:
- Em se tratando de Contrato Verbal ou Sem Cláusulas que dizem respeito às benfeitorias, serão indenizadas e com direito a retenção elas necessárias e as úteis se forem autorizadas. As volutearias não serão indenizadas, mas poderão ser retiradas desde que não tragam prejuízos ao bem (Vide Artigos 35 e 36 da Lei 8.245/91)Se for locação, será aplicado os artigos 35 e 36 da Lei 8245/91.
Súmula 335 do STJ - "Nos contratos de locação, é válida a cláusula de renúncia à indenização das benfeitorias e ao direito de retenção."
- Benfeitoria x Acessões: As benfeitorias são tratadas pelo Código como bens acessórios, exigem obrigatoriamente a intervenção do homem e não possuem valor econômico autônomo na medida em que a coisa é avaliada como um todo. As acessões podem ser naturais ou com a participação do homem, são tratadas pela norma como uma forma de aquisição da propriedade imobiliária, e por fim, possuem valor econômico autônomo, afastado o bem em que aderem. O Artigo 1.255, do Código Civil, prevê apenas o direito de indenização ao possuidor de boa-fé. A norma não trata da possibilidade da retenção. Porém, é pacífico o entendimento sentido de que se aplica por analogia o direito de retenção sem prejuízo de eventual acessão invertida (Artigo 1.255, § único, do Código Civil).	Comment by Tiago Fadel: Parágrafo único. Se a construção ou a plantação exceder consideravelmente o valor do terreno, aquele que, de boa-fé, plantou ou edificou, adquirirá a propriedade do solo, mediante pagamento da indenização fixada judicialmente, se não houver acordo. 
Acessões: Artigo 1.248, do Código Civil.	Comment by TiagoFadel: Da Aquisição por AcessãoArt. 1.248. A acessão pode dar-se:I - por formação de ilhas;II - por aluvião;III - por avulsão;IV - por abandono de álveo;V - por plantações ou construções.
•Responsabilidade pelos Frutos e Responsabilidade da Coisa:
Responsabilidade pelos Frutos (Possuidor de Má-fé Artigo 1.216, do Código Civil / Possuidor de Boa-fé Artigo 1.214, do Código Civil).
	Comment by Tiago Fadel: Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio. 	Comment by Tiago Fadel: Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos. 
Responsabilidade pela Coisa (Possuidor de Má-fé - Artigo 1.218, do Código Civil / Possuidor de Boa-fé - Artigo 1.217, do Código Civil).	Comment by Tiago Fadel: Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante. 	Comment by Tiago Fadel: Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa. 
O Possuidor de Boa-fé terá direito a todos os rendimentos que a coisa que está em seu poder puder oferecer, tais como, aluguel, arrendamento agrícola e frutos naturais. Terá direito a essas verbas até ser citado em eventual ação em que se pretende a retomada, se não há fato anterior que promove a inversão do título da posse. Só responderá pela perda e deterioração da coisa caso tenha agido dolosa ou culposamente. Em se tratando Possuidor de Má-fé, deverá restituir todos os frutos requeridos pelo retomante e comprovadamente por ele recebido, e ainda, caso o bem venha a perecer em seu poder, responderá mesmo que por caso fortuito ou força maior, salvo se ficar provado, e o ônus da prova é dele, que a coisa pereceria de qualquer forma se estivesse em poder do retomante. Assim, se o bem vem a perecer por conta de uma tragédia natural, não possui o possuidor de boa-fé qualquer responsabilidade. Já o de má-fé, responderá pela perda caso não prove que o bem pereceria de qualquer forma.
15/03/2017
• AÇÕES POSSESSÓRIAS:
O Código prevê três Ações Possessórias típicas ou Interditos Possessórios:
	Comment by Tiago Fadel: Somente admitem em razão da posse. A única causa para pedir essas ações, será a posse.
Interditos possessórias típicos admitem como única causa de pedir a alegação do autor ser o possuidor.
Prescindem da discussão acerca da propriedade; É irrelevante nessa ação a alegação de propriedade. O Juiz irá decidir por quem tem a melhor posse. Ex.: mesmo eu sendo um proprietário, ajuizando uma ação possessória, para o juiz não importa se eu sou proprietário ou não. o que importará será se eu tenho a posse ou não.
1º Regra: A ação precisa ser proposta no domicilio de situação do imóvel, a competência é absoluta do domicilio do imóvel, obrigatoriamente a ação precisa ser aflorada no local onde reside o imóvel. (Artigo 47, § 2º, do CPC).	Comment by Tiago Fadel: Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da coisa. § 2o A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem competência absoluta. 
2º Regra:Os cônjuges na posse de casal a ação necessariamente deve ser proposta contra ambos. Se a pessoa é casada e há uma composse, esta ação tem que ser proposta pelo casal ou por um deles com o consentimento do outro.
- A ação mais conhecida é a "Ação de Reintegração de Posse". Ela tem cabimento toda vez que o autor relata uma ocorrência de esbulho, que é privar injustamente um legítimo possuidor de exercer a sua posse de maneira total. É fundamental que o autor prove o esbulho e que um dia ele ou seu antecessor exerceu a posse direta em algum dia. O ônus de fazer prova que ele ou seu antecessor já teve posse direta do bem é do autor. Art. 561, CPC.	Comment by Tiago Fadel: Art. 561. Incumbe ao autor provar: I - a sua posse; II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu; III - a data da turbação ou do esbulho; IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda da posse, na ação de reintegração. 
Obs.: Caso se trate de um contrato de locação, o autor deverá entrar com uma ação de despejo, pois existe Lei específica. Art. 5º, da Lei 8.245/91.	Comment by Tiago Fadel: Art. 5º Seja qual for o fundamento do término da locação, a ação do locador para reaver o imóvel é a de despejo.
- a segunda ação possessória típica é a "Ação de Manutenção de Posse”: tem cabimento toda vez que o legitimo possuidor estiver sendo turbado. Na ação de Manutenção de Posse, o possuidor não foi totalmente privado da posse, só parcialmente. Ele permanece na posse do imóvel, mas sua posse está sendo atrapalhada por outrem. Ex.: Um vizinho que coloca uma cerca e invade meu terreno.	Comment by Tiago Fadel: Turbar = incomodar, atrapalhar, embaraçar.
- A última ação possessória típica é o chamado "Interdito Proibitório”: tem lugar toda vez que o autor relatar a presença de uma ameaça de esbulho ou de turbação. Precisa ser uma ameaça concreta e efetiva.
Para cada uma lesão, há uma respectiva ação para saná-la:Na primeira o indivíduo teve sua posse ceifada; Na segunda o indivíduo teve sua posse turbada; e; Na terceira o indivíduo teve sua posse ameaçada.
- Fungibilidade das Ações Possessórias Típicas:Em matéria de ação possessória típica figura o princípio da fungibilidade prevista no Artigo 554, NCPC. A regra comum em matéria processual é no sentido de que caso o autor promova a ação equivocada, o magistrado deva extinguir o processo sem exame do mérito, de forma a exigir que o indivíduo proponha a outra ação. Nas possessórias típicas o juiz receberá a ação equivocadamente ajuizada como se correta fosse. A regra legal se justifica pelo fato de que todas as demandas possessórias típicas se prestam a defesa da mesma causa de pedir remota a posse, não havendo sentido em exigir que o autor proponha nova ação. Ademais, as lesões possessórias estão em constante modificação, de forma que, uma situação que hoje revelaria turbação, amanhã passa a esbulho ou regride a ameaça, não sendo razoável exigir a propositura de nova ação.	Comment by Tiago Fadel: Art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados. 
- O caráter Dúplice das Ações Possessórias estão previstos no Artigo 556, do NCPC: A ação possessória tem caráter dúplice e está previsto na norma de forma categórica, no Artigo 556, NCPC. O réu poderá, através da contestação, formular o pedido da proteção possessória, sem a necessidade da propositura de nova ação, também chamada de reconvenção.	Comment by Tiago Fadel: Art. 556. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor. 
Duas Coisas Fundamentais: 
1) Quando houver uma ação possessória típica em curso, não poderá ser ajuizada ação de usucapião entre as mesmas partes evitando-se decisões conflitantes, contraditarias, conforme previsto no Artigo 557, NCPC.	Comment by Tiago Fadel: Art. 557. Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira pessoa. Parágrafo único. Não obsta à manutenção ou à reintegração de posse a alegação de propriedade ou de outro direito sobre a coisa. 
2) O autor poderá cumular ao pedido possessório, a indenização por perdas e danos ou indenização dos frutos, conforme previsto no Artigo 555, NCPC. 	Comment by Tiago Fadel: Art. 555. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de: I - condenação em perdas e danos;II - indenização dos frutos. Parágrafo único. Pode o autor requerer, ainda, imposição de medida necessária e adequada para: I - evitar nova turbação ou esbulho; II - cumprir-se a tutela provisória ou final. 
- A principal vantagem de uma ação possessória típica é a chamada liminar, que terá cabimento bastando que o autor comprove os requisitos do Artigo 561, do NCPC, e que as lesões provocadas pelo réu é inferior a 01 ano e 01 dia. Vide Artigo 562, NCPC. 	Comment by Tiago Fadel: Constituto Possessório.	Comment by Tiago Fadel: Art. 561. Incumbe ao autor provar: I - a sua posse; II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu; III - a data da turbação ou do esbulho; IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda da posse, na ação de reintegração. 	Comment by Tiago Fadel: Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada. Parágrafo único. Contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a manutenção ou a reintegração liminar sem prévia audiência dos respectivos representantes judiciais. 
- As ações possessórias típicas oferecem uma enorme vantagem em favor do autor na medida que toda vez que o mesmo afirmar que a lesão possessória é inferior a um ano e um dia, independentemente do tempo de posse do autor, poderá ser concedida liminar. O autor que conseguir provar os requisitos do Artigo 561, do NCPC, bem como, a data da lesão possessória, dispõe de uma ação de forca nova que poderá obter sem ouvir o réu, antes do oferecimento de contestação a devolução da coisa ou que cesse a turbação ou ameaça. Caso o magistrado tenha dúvidas em relação a concessão da liminar requerida em uma ação de forca nova, designará audiência de justificação permitindo que o autor, através de testemunhas, prove os requisitos do Artigo 561, do NCPC, bem como, a data da lesão. Após ouvidas as testemunhas, o magistrado decidirá, saindo o réu citado para oferecer contestação no prazo de 15 dias. A grande vantagem da possibilidade de se propor ação possessória típica incluindo-se aí do constitutivo possessório é a possibilidade de obter a proteção possessória sem que o réu se manifeste naquele processo.
20/03/2017
	Comment by Tiago Fadel: Não é uma possessória típica e sim uma peditório.
AÇÕES REIVINDICATÓRIAS:
É uma ação com base na alegação de ser dono, ou na promessa de compra e venda, ou na titularidade de outro direito real, onde eu pretendo a entrega da posse.
Ações Petitórias tem por fundamento a alegação de propriedade, de género, é uma espécie a demanda reivindicatória.
1) A esta ação não cabe liminar de ano e dia;
Para recuperar a posse do imóvel antecipadamente, deverei pedir uma Tutela de Urgência (Art. 300, NCPC).
	Comment by Tiago Fadel: Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
2) Possui caráter dúplice;
Não posso formular pedido na própria contestação. Precisarei oferecer a reconvenção.
3) Não há Fungibilidade;
Caso o autor entre com uma ação de reintegração de posse como se reivindicatória fosse, o magistrado ao invés de tomar uma ação como se fosse a outra, este deverá julgá-la improcedente.
SUCESSÃO NA POSSE:
	Comment by Tiago Fadel: Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais. 
Artigo 1.207, CC.
A Sucessão na Posse poderá se dar a Título Universal ou a Título Singular.	Comment by Tiago Fadel: Usualmente se dá pelo óbito. Sucessio Possessionis.	Comment by Tiago Fadel: Se dá através da “Assessio Possessiones” de forma facultativa, ou seja, facultado ao autor unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais, principalmente no usucapião.
A Sucessão na Posse implica obrigatoriamente em Posse Derivada na medida em que o sucessor recebe a posse do antecessor. A mesma pode acontecer a Título Universal ou a Título Singular. No primeiro caso identifica-se uma universalidade de direito, composta por direitos e obrigações, incluindo-se neste patrimônio bens móveis e imóveis que são transmitidos aos herdeiros, já que em regra, a sucessão universal acontece pelo óbito. Nessas circunstâncias estamos diante da chamada "Sucessio Possessionis" que tem por efeito mais importante a obrigatoriedade da soma ou união de posses para efeito de usucapião. Assim, se o pai permanece-se com posse "Animus Domini" em um imóvel por 07 (sete) anos em usucapião hipotético de 10 (dez), bastaria que os filhos permanecessem por mais 03 (três) aos para adquirem um bem por usucapião. 
Na Sucessão Singular o sucessor sucede em relação a bem específico e determinado, como em uma compra e venda e uma cessão de posse. Nessas circunstâncias apesar da Posse também ser Derivada a sua soma, a sua união a do antecessor é facultativa, principalmente para o efeito de usucapião, na forma do Artigo 1.207, do Código Civil. Na Sucessão Singular estamos diante da "Acessio Possessionis” que também se apresenta no Legado, onde o Legatário é contemplado em bem específico e determinado em virtude de "Cláusula Testamentária", quando o Testador deixa a alguém a propriedade de um imóvel. Apesar do beneficiado receber em virtude do falecimento não se sucede na herança como um todo, mas apenas naquele bem específico.	Comment by Tiago Fadel: Testamento
Artigo 1.209, CC: A posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a das coisas móveis que nele estiverem. 
Artigo 1.211, CC: Quando mais de uma pessoa se disser possuidora, manter-se-á provisoriamente a que tiver a coisa, se não estiver manifesto que a obteve de alguma das outras por modo vicioso. 
DIREITOS REAIS EM ESPÉCIES:
 DIREITO REAL DE USUFRUTO:	Comment by Tiago Fadel: Pode fazer respeito a usufruto de bem móvel ou imóvel.
- Há duas partes no usufruto, sendo elas:
O Usufrutuário: É o titular dos poderes de usar e fruir; e;
O Nu Proprietário: É quem poderá Dispor e Reivindicar a propriedade;	Comment by Tiago Fadel: O Nu Proprietário por estar privado dos poderes de usar e fruir, não tem a oportunidade de revelar a coletividade que ele é o dono da coisa.
- Há três características essenciais ao usufruto, sendo elas a Temporariedade; Personalíssimo;	Comment by Tiago Fadel: É essencial na criação do usufruto que ele possua um tempo preestabelecido de vigência. Caso haja omissão em relação ao término do usufruto, presume-se vitalício.Na hipótese de pessoa jurídica - vide Art. 1.410, III, CC	Comment by Tiago Fadel: É um direito pessoal. O falecimento do usufrutuário, extinguirá o usufruto, tornando o Nu Proprietário, um proprietário pleno. Vide Art. !.410, I, CC.
O usufruto é essencialmente personalíssimo, ou seja, qualquer que seja o Termo ou Condição escolhido pelo instituidor, a morte do usufrutuário sempre porá fim ao usufruto, sendo corretor afirmar que não existe herança de usufruto em favor dos herdeiros do usufrutuário, que ficam obrigados a devolver o bem na medida que o nu proprietário passa a ser proprietário pleno. O caráter personalíssimo desse direito real se deve a sua origem histórica, na medida em que o usufruto foi criado como forma de assegurar ao usufrutuário a título gratuito, uma moradia ou uma renda suficiente ao atendimento de suas necessidades básicas, de maneira que é justo presumir que o instituidor só faria isso em favor de pessoa específica. 
A morte do nu proprietário não alcança o direito real de usufruto, que uma vez estipulado validamente cria um vinculo do usufrutuário com a coisa, pouco importando a pessoa do nu proprietário. Assim, os herdeiros do nu proprietário assumem essa condição procedendo inclusive o inventário até que o usufrutose extingue, seja pelo óbito, seja pelo termo ou condição estipulado pelo instituidor.
22/03/2017
O usufruto é inalienável, pois trata-se de direito personalíssimo, não podendo este ser vendido ou doado. Artigo 1393, CC.
É renunciável, pois o usufrutuário pode renunciar, caso não o queira.
O usufrutuário poderá ceder o uso, sem perder a titularidade, ocorrendo a título oneroso ou gratuito.
O usufruto poderá ser instituído:
1) Por Ato Inter Vivos = Escritura de Doação com Reserva de Usufruto (por exemplo, transfere a nu propriedade de um imóvel aos filhos com usufruto aos pais). Quando os pais morrerem não haverá a necessidade de se fazer inventário.
2) Por Testamento = Tanto a nu propriedade quanto o usufruto poderão ser instituídos por testamento.
3) Por Lei = Artigo 1.689, I, CC. 
4) Por Usucapião = Artigo 1.391, CC.
Imaginando que João e Maria sejam respectivamente nu proprietário e usufrutuário de um determinado bem imóvel, situação jurídica criada através de doação. Passados 12 anos dessa situação jurídica, os dois são surpreendidos com ação ajuizada por Luciana requerendo a nulidade do título, cumulada com a nulidade do registro, cumulada ainda com ação reivindicatória. Os dois primeiros pedidos precisam ser formulados na medida em que o registro existente em favor de João e Maria criam a presunção de titularidade de direito real em favor dos dois de maneira que este título precisa ser desconstituído, bem como registro, para que a ação reivindicatória possa ser analisada. No caso, além de todas as defesas possíveis, João e Maria, passados mais de uma década poderão manter seus direitos reais pelo usucapião.
É possível ter um usufruto sucessivo?Não. O direito Brasileiro não admite nem expressamente em Lei e nem em doutrina o usufruto sucessivo. O usufruto sucessivo viola o caráter temporário do usufruto, como também, o caráter personalíssimo do usufruto. Quando se cria este direito real a intenção do instituidor é que o usufrutuário em algum momento do futuro possa deixar de usufruir o bem.
O Usufruto Conjunto ou Conjuntivo é admitido no Direito Brasileiro? Sim. No Usufruto Conjunto, duas ou mais pessoas podem usar e fruir a coisa. 	Comment by Tiago Fadel: Art. 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título gratuito ou oneroso. 	Comment by Tiago Fadel: Usufruto Legal	Comment by Tiago Fadel: Art. 1.689. O pai e a mãe, enquanto no exercício do poder familiar:I - são usufrutuários dos bens dos filhos;	Comment by Tiago Fadel: Artigo 1.391, CC. O usufruto de imóveis, quando não resulte de usucapião, constituir-se-á mediante registro no Cartório de Registro de Imóveis. 	Comment by Tiago Fadel: É aquele em que se estabelece uma cadeia de usufrutuários.
Direito de Acrescer: Em regra, em um bem que possua duas ou mais usufrutuárias e uma das usufrutuárias vir a falecer, a quota parte da falecida será acrescida na quota parte das demais.
A solução para morte ou renúncia de um dos usufrutuários no usufruto conjuntivo passa pela análise da forma pela qual ele foi criado. Em se tratando de usufruto instituído por ato inter vivos aplica-se o Artigo 1.411, CC, que estabelece como regra a extinção gradativa do direito real do usufruto, sendo certo que é possível cláusula expressa prevendo contrário assegurando o direito de acrescer em favor dos usufrutuários remanescentes. A cláusula de direito de acrescer só não é admitida em doação com reserva de usufruto feita de pais a filhos, considerando que a Constituição Federal assegura o direito a herança como garantia individual de maneira que não se pode impor uma restrição aos descendentes pelo óbito de um dos ascendentes. Em se tratando de usufruto criado por testamento a regra é bem diversa, conforme se extrai do Artigo 1.946, CC. De acordo com esse dispositivo, fica claro o direito de acrescer em favor dos usufrutuários remanescentes. O aumento dos quinhões em favor dos usufrutuários remanescentes poderá ser afastado mediante cláusula expressa prevista no testamento ou se o testador deixar claro no testamento a quota parte ou fração de usufruto conferida a cada um dos usufrutuários na medida em que neste caso entende-se que o testador queria contemplar os usufrutuários apenas com aqueles percentuais e não com o usufruto como um todo. 
	Comment by Tiago Fadel: Art. 1.411. Constituído o usufruto em favor de duas ou mais pessoas, extinguir-se-á a parte em relação a cada uma das que falecerem, salvo se, por estipulação expressa, o quinhão desses couber ao sobrevivente. 	Comment by Tiago Fadel: Art. 1.946. Legado um só usufruto conjuntamente a duas ou mais pessoas, a parte da que faltar acresce aos co-legatários.
27/03/2017
O usufruto poderá ser penhorado?Não. O direito real é inalienável, não podendo este ser alienado, seja por determinação judicial ou por vontade das partes. Vide Artigo 1.393, CC.
É possível penhorar os rendimentos deste usufruto. Por exemplo, se o imóvel encontra-se alugado, os rendimentos provenientes deste aluguel poderão ser penhorados por um determinado período, até que a dívida se exaure. A exceção existe quando o usufrutuário provar que necessita desses valores para o atendimento de sua dignidade, de suas necessidades básicas.	Comment by Tiago Fadel: Art. 1.393. Não se pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título gratuito ou oneroso. 
O bem poderá ser locado pelo usufrutuário? Sim. Na hipótese do usufrutuário locar o imóvel, este não precisará da concordância do nu proprietário. Caso o usufrutuário venha a falecer, o nu proprietário poderá denunciar o contrato, solicitando a desocupação do imóvel, conforme previsto no Artigo 7º, da Lei 8.245/91.
	Comment by Tiago Fadel: A consolidação é quando um usufrutuário se torna proprietário pleno em razão de herança.
Consolidação é um fenômeno excepcional proveniente do direito sucessório onde o usufrutuário adquire a propriedade plena.
- As Obrigações do Usufrutuário:
1) A primeira grande obrigação do usufrutuário é a de prestar caução, caso o nu proprietário exija. Vide Artigo 1.400, CC.
2) Pagamento das obrigações propter rem. Por ter a posse direta do bem, o usufrutuário será responsável pelo pagamentos das taxas do bem (IPTU, Taxa de Incêndio, condomínio e etc), conforme disposto pelo Artigo 1.403, II, CC.	Comment by Tiago Fadel: Garantia.	Comment by Tiago Fadel: Art. 1.400. O usufrutuário, antes de assumir o usufruto, inventariará, à sua custa, os bens que receber, determinando o estado em que se acham, e dará caução, fidejussória ou real, se lha exigir o dono, de velar-lhes pela conservação, e entregá-los findo o usufruto.Parágrafo único. Não é obrigado à caução o doador que se reservar o usufruto da coisa doada.	Comment by Tiago Fadel: Propter rem significa “por causa da coisa”. Assim, se o direito de que se origina é transmitido, a obrigação o segue, seja qual for o título translativo. A transmissão é automática, independente da intenção específica do transmitente, e o adquirente do direito real não pode recusar-se a assumi-la	Comment by Tiago Fadel: Art. 1.403 Incumbem ao usufrutuário: II - as prestações e os tributos devidos pela posse ou rendimento da coisa usufruída. 
3) As despesas ordinárias, em regra, são obrigações do usufrutuário, salvo quando são de custo módico Artigo 1.404, § 1º, CC). As despesas extraordinárias são de responsabilidade do nu proprietário, conforme o Artigo 1.404, CC).	Comment by Tiago Fadel: § 1º - Não se consideram módicas as despesas superiores a dois terços do líquido rendimento em um ano. 	Comment by Tiago Fadel: Art. 1.404. Incumbem ao dono as reparações extraordinárias e as que não forem de custo módico; mas o usufrutuário lhe pagará os juros do capital despendido com as que forem necessárias à conservação, ou aumentarem o rendimento da coisa usufruída.
4) O usufrutuário será responsável pelo pagamento do seguro do imóvel. Ocorrendo o sinistro, o nu proprietário será o beneficiáriopor este seguro. Se o nu proprietário receber o benefício e optar por não reconstruir o imóvel, este deverá partilhar o valor do benefício com o usufrutuário. Vide Artigo 1.407, CC.	Comment by Tiago Fadel: Estipulação em Favor de Terceiros.	Comment by Tiago Fadel: O nu proprietário poderá reconstruir o imóvel ou não. Está decisão caberá exclusivamente ao nu proprietário.	Comment by Tiago Fadel: Art. 1.407. Se a coisa estiver segurada, incumbe ao usufrutuário pagar, durante o usufruto, as contribuições do seguro. § 1º - Se o usufrutuário fizer o seguro, ao proprietário caberá o direito dele resultante contra o segurador. § 2º - Em qualquer hipótese, o direito do usufrutuário fica sub-rogado no valor da indenização do seguro. 
O contrato de seguro é uma opção e caso os titulares de direito real optem por concretizá-lo, o pagamento dos valores será de responsabilidade do usufrutuário. Muito embora o usufrutuário contrate a seguradora a seu livre critério, em havendo sinistro, estamos diante de uma estipulação em favor de terceiro, na medida em que é o nu proprietário é que resgatará aquele valor. O nu proprietário ao receber o valor da indenização tem dupla opção. Poderá reconstruir o imóvel ou repará-lo, hipótese em que o usufruto se restabelece, ou recolher a indenização, a seu livre critério, e nessas circunstâncias o usufrutuário terá parte a receber proporcional ao tempo de usufruto que ainda resta.
No caso de desapropriação do imóvel, o usufrutuário também receberá parte proporcional ao tempo de usufruto que ainda resta.
Extinção do Usufruto (Artigo 1.410, CC):
A extinção do usufruto se dará nas hipóteses previstas no Artigo 1.410, do Código Civil, sendo elas: 
I - pela renúncia ou morte do usufrutuário;
II - pelo termo de sua duração;
III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer;
IV - pela cessação do motivo de que se origina;
V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e 1.409;
VI - pela consolidação;
VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas a aplicação prevista no parágrafo único do art. 1.395;
VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399).
Vide Enunciado nº 252 (Aplicação lógica da Teoria Sociológica da Posse).	Comment by Tiago Fadel: 252 Art. 1.410: A extinção do usufruto pelo não-uso, de que trata o art. 1.410, inc. VIII, independe do prazo previsto no art. 1.389, inc. III, operando-se imediatamente. Tem-se por desatendida, nesse caso, a função social do instituto. 
• DIREITO REAL DE HABITAÇÃO:
Só existe em relação a bem imóvel, diferente do usufruto que cabe também para bem móvel.
No usufruto pode usar e fruir enquanto no direito real de habitação precisa morar (é beneficiado com uma parcela do direito de usar).
O Direito Real de Habitação poderá ser criado por Testamento, por Ato Inter Vivos, por Lei (Artigo 1.831, CC).	Comment by Tiago Fadel: Art. 1.831. Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar.
A situação mais usual de direito real de habitação é a prevista no Artigo 1.831, CC, onde se assegura ao cônjuge ou companheiro sobrevivente, o direito real de habitação como forma de assegurar ao cônjuge sobrevivente o mesmo padrão sócio-econômico que ele possuía enquanto seu cônjuge ainda era vivo e por via indireta a dignidade da pessoa do cônjuge viúvo. Caso este direito real não tivesse sido consagrado, ao término do inventário, os herdeiros do falecido poderiam ajuizar ação de extinção de condomínio e caso os herdeiros não comprassem a parte eventual do cônjuge ou vice e versa, a consequência seria a alienação do bem para pagamento dos herdeiros e do cônjuge. Assim, a habitação tem por objetivo assegurar a permanência do sobrevivente naquele bem de forma a não poder ser forçado a desocupá-lo. Muito embora a norma deixe claro que só é cabível a habitação quando o cônjuge falecido, sozinho ou em conjunto com o sobrevivente, possuir um único imóvel residencial. A doutrina entende que em caso de múltiplas residências, a habitação deva recair sobre o imóvel de domicílio do casal.
27/03/2017
- Não copiei a parte inicial da aula
Caso a habitação convencional ou testamental seja constituída entre uma ou duas pessoas, aquele que habitar sozinho não poderá ser compelido ao pagamento de aluguel proporcional. pq possui o direito de moradia e não de conferir o rendimento.
• DIREITO REAL DE SUPERFÍCIE:
(Lei 10.257/01 e Artigos 1.369 a 1.377, do Código Civil)	Comment by Tiago Fadel: Estatuto da Cidade
O Estatuto das Cidades tem a finalidade e objetivo de estimular as políticas públicas de desenvolvimento urbano. Já os artigos 1.369 a 1.377, do Código Civil, regulam as políticas de direitos privados.
O direito real de superfície é direito real essencialmente temporário e que recai apenas sobre bem imóvel, onde o dono do solo justamente por não poder empregar função social ao seu terreno, transfere por direito real ao superficiário / concessionário a possibilidade do mesmo construir ou plantar sobre seu terreno. No momento da celebração da escritura pública é essencial que o superficiário preveja um tempo razoável para que recupere os investimentos feitos e ainda tenha lucro por um prazo razoável. Dessa forma, como precisa ter em mente essas considerações, ao término da superfície, como regra, todas as acessões realizadas pelo superficiário não poderão ser cobradas do fundeiro / concedente, salvo se o documento que criou a superfície dispuser em sentido contrário.
A doutrina admite que o direito real de superfície seja criado pelo fenômeno da cisão. A norma quando trata da superfície trata sobre o direito de construir ou plantar sobre algo eventual. A criação pela cisão é uma criação doutrinaria que não está em conformidade com a Lei, mas é pacífica que seja criada pela cissão.
Se a superfície for criada nos moldes do artigo 1.369, do Código Civil, ou seja, como um direito eventual e abstrato, e ao final da superfície o concessionário não quiser devolver o bem, o fundeiro deverá ajuizar ação reivindicatória. Se o direito for criado pela cisão, o fundeiro deverá ajuizar ação possessória.
	Comment by Tiago Fadel: No momento da criação da superfície, as construções ou plantações já existam.
O superficiário poderá usar, fruir, dispor e reivindicar o bem, mas a sua propriedade sobre as construções é uma propriedade resolúvel, até que advenha o termo estipulado pelas partes. Ao fim do termo estipulado, todos os direitos reais e pessoais serão extintos.
O direito de superfície não é personalíssimo e a morte do superficiário não acaba com a superfície, pois trata-se de objetivo de fomentar a função social daquele imóvel, transmitindo assim este direito para os herdeiros do superficiário, conforme disposto no Artigo 1.372, CC.
O direito real de superfície é essencialmente alienável e dessa forma tanto o superficiário quanto o fundeiro podem a qualquer momento alienar o seu direito real a título oneroso ou gratuito. Em se tratando de alienação gratuita, o titular de direito real pode dispor da coisa em favor de quem quer que seja. Na alienação onerosa o correto será conceder o direito de preferência ao outro pelo mesmo valor e nas mesmas condições que seria vendido em relação a terceiro. Caso a alienação onerosa seja concretizada sem essa providência, aquele que foi preterido poderá ajuizar contra o adquirente ação de consignação em pagamento cumulada com pedido de adjudicação compulsória contados

Outros materiais