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Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza - Capítulo 10 - Energia e Trabalho - 10ª Edição - 2008 Cap. 10 177 10.1 – Princípio Energia- Trabalho 1) Energia Cinética Total do Corpo Rígido O método das Energias constitui um outro método para se resolver problemas que envolvem Forças, Velocidades e Deslocamentos na Dinâmica de um Sistema. Para isso iremos obter a energia para um Corpo Rígido em um Movimento Geral (Rotação + Translação). Consideremos um corpo realizando um movimento geral como da figura, um disco ou cilindro que se move em relação ao sistema de referência inercial xOy . Localizado em um ponto qualquer do corpo, consideremos um outro sistema de referência x’Qy’: Para um ponto P qualquer do corpo com massa dm à distância rP/O de O, sistema de referência inercial e com velocidade em relação a O, vP/O=v, tem energia cinética total 2vdm)2/1(T = . Integrando-se a energia para todos os pontos do corpo, obtemos a energia cinética total do corpo rígido: ∫= m vdmT 2 2 1 Considerando as expressões de posição e velocidade relativa de P, ponto qualquer do corpo, em relação a Q, origem do sistema de referencia x’Qy’, ligada a um ponto do corpo: O/QQ/PO/P rrr rrr += derivando O/QQ/PO/P vvv rrr += Fazendo PO/P vOarelaçãoemPdevelocidadev rr == QO/Q vOarelaçãoemQdevelocidadev rr == )(/ jyixkjvivvvv QyQxQPQP rrrrrrrr +∧ω++=+= jxviyvv QyQxP rrr ][][ ω++ω−= Elevando esta velocidade ao quadrado: 2 Py 2 Px 2 PPP ]xv[]yv[vv.v ω++ω−==rr 2222 22 rxvyvvv QQQP ω+ω+ω−= Substituindo na energia cinética, obtemos: ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ω+⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ω+ +⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ω−⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛= ∫∫ ∫∫ m 22 m Q m Q 2 Q m dmr 2 1dmxv2 dmyv2vdm 2 1T Como ∫∫∫ ∫ ==== m Q 2 mm m Idmr;mxdmx;mydmy;mdm Então, 22 2 1 2 1 ω+ω+ω−= QQyQxQ ImxvmyvvmT Considerando que a origem Q coincide com o Centro de Massa G do corpo, então, 0== xy , assim: Energia Cinética de um Corpo Rígido em Movimento Plano Geral em relação a G é: 22 2 1 2 1 ω+= GG IvmT ( N.m = J ) Rotação em torno de um eixo fixo: ___________________________________________________________ Capítulo 10 Energia e Trabalho ___________________________________________________________ x y P x y O ω Q y’ x’ rP/O v rQ/O rP/Q Cap. 10 Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza - Capítulo 10 - Energia e Trabalho - 10ª Edição - 2008 178 A energia de translação e rotação de um corpo rígido em torno de um eixo fixo A, diferente do Centro de Massa G, será dado por: Uma vez que vG = rG ω : 2 G 2 G I2 1vm 2 1T ω+= 2 G 2 G I2 1)r(m 2 1T ω+ω= ( ) 22GG rmI21T ω+= 2 AI2 1T ω= Obs.: para um corpo rígido girando em torno de um eixo fixo A, diferente do Centro de Massa G, o momento de Inércia de A pode ser escrito usando-se o teorema dos eixos paralelos (TEP): 2 AGGA dmII += 2 GGA rmII += Para o caso da relação entre os raios de giração de A e G, podemos obter: 2 AGGA dmII += 2 AG 2 G 2 A dmkmkm += Então, 2 AG 2 G 2 A dkk += 2) Trabalho de uma Força O trabalho U de uma força F r , aplicada a um corpo rígido é dado pelo produto escalar entre a força F r e o deslocamento rd r , integrada em cada ponto ao longo de todo o deslocamento da posição (1) até a posição (2). ∫=→ 2 1 21 rd.FU rr F r é a força aplicada ao corpo rígido kFjFiFF zyx rrrr ++= rd r é o deslocamento infinitesimal tangente à direção do movimento do corpo em cada ponto: kdzjdyidxrd rrrr ++= U é o trabalho da força F r projetada ao longo da trajetória s dzFdyFdxFdU zyx ++= dzFdyFdxFU zyx ∫∫∫ ++= Pelo produto escalar, a força deve ser projetada na direção do deslocamento rd r do corpo. Somente a componente da força projetada na direção do deslocamento rd r produz trabalho U. Força na direção perpendicular ao deslocamento ou componente de força projetada perpendicularmente ao deslocamento não produz trabalho. O deslocamento rd r é sempre tangente à trajetória do movimento no sentido do movimento. O módulo do deslocamento rd r vale ds. A unidade no Sistema Internacional de trabalho ou energia é dada em joules = J, em homenagem ao físico Britânico: James Prescott Joule (1818-1889). Outras unidades são: 1 kgm = 1 kilogrametro = 1 kgf x 1 m = 9,80 J 1 ft . lb = 1 foot . 1 libra = 1,356 J 1 Btu = 1 British Thermal Unit = 1055 J 1 erg = 10-7 J 1 cal = 4,186 J 1 eV = 1 eletron-volt = 1,602 x 10-19 J 1 kWh = 1 quilo-watt-hora = 3,6 x 106 J 1.1) Trabalho de uma força qualquer: ∫= rdFU rr . Como dsFrdFrdF θ=θ= coscos.. rrrr ∫ θ= sF dsFU cos • Uma força Fr realiza trabalho se o valor de sua projeção ao longo do deslocamento s do corpo FS, for diferente de zero, FS ≠ 0. De forma F Força variável no espaço θ rd r θ’ F r θ rd r s F r F r rd r dsrd =r G A Gr r Gv r ω Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza - Capítulo 10 - Energia e Trabalho - 10ª Edição - 2008 Cap. 10 179 equivalente uma força F r realiza trabalho se alguma parte do deslocamento s do corpo ao longo de sua trajetória tiver direção paralela sF à força, sF ≠ 0 . • Graficamente o trabalho é a área sob a curva num diagrama de força paralela ao deslocamento (FS ) X deslocamento na direção da força (sF) . • O trabalho de uma força é positivo quando a força tem o mesmo sentido do deslocamento do corpo. Se a força estiver no sentido contrário ao deslocamento então o trabalho desta força é negativo. • Potência de uma força é o trabalho da força por unidade de tempo: ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ ===== Wwatts s Jv.F dt rd.F dt dU P F rrr r • Um torque τr realiza trabalho positivo se o seu sentido de giro for o mesmo do deslocamento angular θ. Se o torque τr tiver sentido contrário ao deslocamento angular θ, então o trabalho desta força é negativo. ∫ θτ=→ 2 1 21 d.U • Potência de um torque é o trabalho do torque por unidade de tempo: ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ ==ωτ=θτ== τ Wwatts s J. dt d. dt dU P a) Trabalho de uma força constante: Se a força F for constante e o ângulo θ entre F e rdr também, então F cosθ sai fora da integral e ∫ = xxd então: idxrd rr = jsenFicosFjFiFF yx rrrrr θ+θ=+= x)cosF(dxcosFdx)cosF(rd.FU θ=θ=θ== ∫∫∫ rr x)cosF(UF θ= O trabalho de uma força constante é igual à força projetada na direção do movimento vezes o deslocamento sofrido; ou: o deslocamento do corpo projetado na direção da força vezes a força; duas condições equivalentes. b) Trabalho da Força Peso: O trabalho da força Peso, só ocorre se o deslocamento for na vertical, ou seja, na mesma direção da força. Na direção horizontal o trabalho da força peso é nulo. No deslocamento horizontal quem produz trabalho não é a força peso é outra força. O O trabalho na horizontal seria de uma força que age na direção do movimento horizontal. Se o corpo sobe, a força peso está no sentido contrário ao do deslocamento, neste caso o trabalho é negativo. Se o corpo desce, a força peso está no mesmo sentido do deslocamento portanto é positivo.Direcionando o eixo y para cima, a força peso será: )( jPP rr −= e o deslocamento genérico é kdzjdyidxrd rrrr ++= e portanto, o trabalho da força peso será: ∫ ∫ ∫ ∆−=−=++−== yPdyPkdzjdyidxjPrdPU )(.)(. rrrrrr mghymgymgyPUP mm =∆=∆−=∆−= yPUPeso ∆−= Se o corpo sobe o deslocamento ∆y é positivo e o trabalho fica negativo, deslocamento no sentido inverso ao da força peso. Se o corpo desce o ∆y é negativo vezes o negativo da expressão fica positivo, e, portanto, o trabalho é positivo, uma vez que o deslocamento está no mesmo sentido da força. c) Trabalho da Força elástica em uma Mola: Consideremos uma mola comprimida ou distendida de sua posição natural, devido a uma força externa que realiza esta dinâmica. Vamos verificar como fica o sentido da força elástica em cada caso e sua expressão geral. 0=elásticaF r x x = 0 (a) Referencial definido.: comprimento natural da mola em x = 0. F = const F cos θ F = const s θθ Força constante x G G P P ∆y ∆x s y x h Cap. 10 Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza - Capítulo 10 - Energia e Trabalho - 10ª Edição - 2008 180 A força devido à mola, F = Fmola = Felástica , que a mola aplica no corpo, depende da posição x em que o corpo está em relação ao seu comprimento natural. Definindo a origem do eixo ( x=0 ) no ponto do corpo em que a mola está no seu comprimento natural. Podemos avaliar que se o corpo vai para um local de x negativo, compressão da mola, a força elástica fica no sentido positivo de x, ou seja, a força elástica fina no sentido i r+ então podemos montar a expressão: ixkFFF elásticamola rrrr −=== No caso de compressão da mola, x < 0: ixki)x(kixkFFF elásticamola rrrrrr =−−=−=== onde k é a constante elástica da mola, sempre positiva, sendo que x, representa o deslocamento do corpo em relação à posição natural da mola ( x=0 ), ou posição inicial de x, como definida por convenção. No caso contrário em que o corpo vai para posições de x maiores que zero, esticando ou distendendo a mola, temos que o valor de x é positivo, e como k é positivo, a força elástica ficará no sentido negativo de x, sentido i r− , dado pela expressão: ixkixkFelástica rrr −=−= fazendo valer para os dois casos o sinal negativo da expressão para esta convenção inicial. ixkFelástica rr −= O trabalho U1 → 2 da força elástica será dado por: 2 1 2 2 ).()(. xxelásticaF xkdxxkidxixkrdFU −=−=−== ∫∫ ∫ rrrr ( )212221 xxkU elásticaF −−= d) Trabalho da Força Centrípeta: Um corpo quando em um movimento circular qualquer, o trabalho da Força Centrípeta é nulo. uma vez que a Força Centrípeta é perpendicular ao deslocamento na direção da velocidade tangencial à trajetória. O trabalho da força centrípeta ou normal será dado por: ∫∫ =ω== 0)).((. 2 tdsnrrdFU cpcpF rrrr uma vez que o produto escalar entre o versor normal e o versor tangente é nulo: 0º90cosˆ.ˆ.ˆ == tntn r 0=centrípetaFU e) O Trabalho das forças Peso e Normal no ponto central de uma roda que gira num plano horizontal Neste caso as forças atuam em pontos que possuem deslocamentos (no sentido da velocidade) perpendiculares às forças, portanto, o trabalho de cada uma destas duas forças N e P é nulo. O trabalho da força peso, de uma roda indo na horizontal é nulo, pois a força peso é perpendicular ao deslocamento: 0)().(. =−== ∫∫ idxjPrdPUPeso rrrr uma vez que o Peso e o deslocamento são perpendiculares: 0º90cos.. == ijij rrrr O trabalho da força normal, com a roda em plano, seja ele feito na horizontal ou na diagonal, será nulo: 0)ˆ().(. === ∫∫ tdxnNrdNUNormal rrr uma vez que o deslocamento do ponto A, ponto de atuação da normal à roda, é perpendicular ao deslocamento da roda. 0=horizontalrodaNormalU 0=horizontalrodaPesoU f) O Trabalho da força de atrito no ponto de contato da roda com o solo, se a roda gira sem escorregar externaF r x distensão 0〉∆x ixkFelástica rr −= x = 0 (c) externaF rixkixkFelástica rrr =−−= )( x compressão 0〈x x = 0 (b) O P v r CPF r P N v r deslocamento O A Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza - Capítulo 10 - Energia e Trabalho - 10ª Edição - 2008 Cap. 10 181 Como a velocidade do ponto A de contato com o solo é zero, sendo o ponto A, o Centro Instantâneo de Rotação da roda (CIR), o deslocamento infinitesimal neste ponto é nulo, portanto o trabalho da força de atrito neste ponto é nulo. Sabemos que no movimento geral sem escorregamento, o deslocamento do ponto A é nulo, dx = 0, uma vez que a velocidade instantânea neste ponto é nula, sendo este ponto o Centro Instantâneo de Rotação da roda. No entanto, a força de atrito realiza trabalho, caso o roda escorre no solo, quando o roda breca ou acelera com escorregamento da roda. 0)0.()(. =−== ∫∫ iiFrdFU AtratrAtrF rrrr 0U rodadanoCIRFat = g) O Trabalho da força magnética O trabalho da Força Magnética é sempre nulo 0= magFU , uma vez que ela é uma força do tipo centrípeta, perpendicular ao deslocamento circular, tangente à trajetória. 0=magnéticoFU h) O Trabalho da força elétrica sobre uma carga em um campo eletrostático externo Entre duas placas eletrizadas, sendo o campo elétrico constante E, a força elétrica na carga q é EqF rr = também constante. O traballho será: VqdEqdxEqrd.FU 2121 ∆−==== ∫∫→ r r onde sabemos que o campo elétrico aponta para potenciais decrescentes, portanto, AB VV 〈 , portanto, para as duas cargas, positiva e negativa, os trabalhos são positivos, seja a carga positiva que se movimenta de A para B ou a carga negativa que se movimenta de B para A, as suas forças elétricas estão no mesmo sentido dos deslocamentos, sendo portanto, o movimento espontâneo, ou seja, com trabalho positivo: 0)( 〉−−=+ AB VVqU 0)( 〉−−=− BA VVqU )( inicialfinalelétricaF VVqU −−= VqU elétricaF ∆−= Como observação adicional podemos dizer que, como sabemos, o trabalho é a integral de linha de campos de forças, podemos igualmente associar a integral de linha do campo elétrico, que é a força sobre a carga, qFE / rr = , que nos fornece assim, o potencial do campo elétrico ou potencial elétrico. k z Vj y Vi x VVE rrrr ∂ ∂−∂ ∂−∂ ∂−=∇−= .consti x VE =∂ ∂−= rr ∫∫∫ −=−=⇒−= dxEdxEdVdxEdV ⇒ dEV =∆ o potencial elétrico de um campo elétrico uniforme é o campo (constante) vezes a distância entre os dois pontos na direção do campo. No caso o trabalho da força elétrica, se esta for eletrostática será conservativa, e portanto, o trabalho é dado da força elástica é VqU elétricaF ∆−= . Assim podemos definir o módulo da d.d.p. ou diferença de potencial V∆ , entre dois pontos, como sendo o trabalho da força elétrica por unidade de carga (J/C). 3) Trabalho de um Torque Consideremos um corpo sujeito a um binário de torque τ = F.d , de tal forma que o corpo sofre um deslocamento angular dθ em torno de um eixo perpendicular às forças. Assim sendo, o trabalho desse Torque define-se como sendo: O q, m v r r vmFBvqF CPmag 2 === v r translação Fatr A ωr rotação 0;0 == dxvAr + + + + + − − − − − + V1 V2 〈 V1 − E r eletrF r x eletrF r + + − − Carga positiva Carga negativa d V2Cap. 10 Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza - Capítulo 10 - Energia e Trabalho - 10ª Edição - 2008 182 Se a intensidade do torque é constante e o trabalho vale: θ∆τ=θ−θτ=τθ=θτ= θθ θ θ =τ ∫ .)(dU 12cte 21 2 1 4) Princípio Energia-Trabalho O Princípio Trabalho-Energia é utilizado para resolver problemas de dinâmica que envolvem velocidades, forças e deslocamentos. A Energia cinética de um corpo rígido envolve dois temos: a Energia de translação e a Energia de rotação como visto. Se a rotação é feita em torno de um eixo fixo qualquer, estas duas energias se combinam podendo se expressar através apenas da energia de rotação em torno do eixo O, no qual o corpo gira, e que sabemos ser igual à Energia Cinética de todas as partículas do corpo que sabemos ser idêntica à Energia Cinética do Centro de Massa desse corpo, somada à Energia Cinética de Rotação do corpo todo em torno do Centro de Massa (G ou CM): 2 I 2 I 2 vm T 2 o 2 G 2 G ω=ω+= Considerando o Trabalho da Força Resultante somado ao Trabalho do Torque Resultante temos: ∫ ∫∫∫∑ =θα+=θ+=→ dIrdamdMrdFU GRR rrrr21 ∫ ∫ θω+= ddt dmrd dt vdm rr ∑ ∫ ∫ ∫∫ ωω+=θω+=→ dIvdvmdt ddm dt rdvdmU G21 rrrr 2 1 2 2 1 2 21 22 ω ω→ ω+=∑ Gvv IvmU r r 12 2 1 2 1 2 2 2 221 2 1 2 1 2 1 2 1 TTImvImvU GG −=⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ ω+−⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ ω+=∑ → O Trabalho da força resultante somado ao Trabalho do torque resultante, pode ser considerado a soma do trabalho de todas as forças e torques que atuam no corpo do estado 1 para o estado 2: ∫ ∑ ∫∑∫ ∫ θτ+=θτ+=τ drdFdrd.FU iiRR,F RR r rrr ∑ ∑ ∫ ∑∫ →τ =θτ+= 21ii,F UddrFU RR r Portanto, podemos enunciar o Princípio Trabalho- Energia como sendo: “A energia cinética total inicial de um corpo rígido somado ao trabalho das forças e torques resultantes que agem neste mesmo corpo rígido, resulta na energia cinética total final do corpo.” 2211 TUT ∑∑∑ =+ → ou “O trabalho total resultante sobre o corpo para ir da posição 1 à 2 é igual à variação da sua energia cinética.” TU ∆=∑ →21 10. 2 – Princípio da Energia Potencial para Forças de Trabalhos Conservativos 1) Definição da função Potencial a) Integral de Linha Chamam-se forças conservativas, aquelas forças cujo trabalho ao logo de um caminho fechado é nulo. Quando as forças que agem sobre um corpo são conservativas, ou seja, não dissipam energia ao longo de um caminho de trabalho sobre um corpo. No entanto, inicialmente vamos buscar entender sob o ponto de vista da Física e suas conseqüências Matemáticas, alguns parâmetros anteriores que levam ao conceito de força conservativa. Chama-se integral de linha do campo vr qualquer, ao longo de uma trajetória Γ à integral: ∫ Γ = rdvIL rr onde: IL = integral de linha rd r = vetor deslocamento infinitesimal tangente a trajetória e no sentido do movimento v r = vetor campo qualquer que pode representar um campo elétrico, campo magnético, gravitacional, ou força qualquer. Γ = trajetória seguida pelo corpo b) Circuitação de um campo vetorial v Se a integral de linha é feita ao longo de uma linha fechada Γ, que parte de um ponto e retorna ao mesmo ponto, ela é denominada de circuitação de v r . dθ F F O r / 2 r / 2 dθ ∫ θ θ θτ= 2 1 dU M A v r rd r rdr v r Γ B Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza - Capítulo 10 - Energia e Trabalho - 10ª Edição - 2008 Cap. 10 183 Para isso usamos a integral com um circulo interno dizendo que o caminho percorrido é fechado ( ∫ ): ∫ Γ ⋅= rdvvC rrr )( Como exemplo, podemos dizer que a circuitação do vetor campo gravitacional g r é: ∫ Γ ⋅= rdg)g(C rrr Neste caso, podemos definir campo conservativo como o sendo o campo cuja circuitação é nula. O campo gravitacional é conservativo: 0rdg)g(C =⋅= ∫ Γ rrr O campo eletrostático é também um campo conservativo: 0)( =⋅= ∫ Γ rdEEC rrr Podemos dizer que a integral de linha de um campo conservativo entre dois pontos A e B é a mesma, qualquer que seja o caminho, ou seja, uma vez que: ∫ ∫∫ Γ ΓΓ =⋅==⋅+⋅ A B B A 21 0rdg0rdgrdg rrrrrr Portanto: ∫ ∫∫ Γ ΓΓ ⋅=⋅−=⋅ A )(B B )(A B )(A 2 21 rdgrdgrdg rrrrrr Portanto, a integral de linha para ir do ponto A até B pelo caminho Γ1 é igual a integral de linha para o campo g ir do ponto A até B pelo caminho Γ2, ou qualquer outro caminho. c) Função Potencial Se a integral de linha não depende do caminho, então podemos dizer que neste espaço temos um campo conservativo e podemos associá-lo a uma função que depende apenas dos pontos A e B independente do caminho que se siga dentro destes dois pontos pelo campo, ou caminho feito. Se os pontos A e B coincidem, temos um caminho fechado, então a circuitação é nula, uma vez que podemos associar ao mesmo ponto um mesmo número. Não dependendo do caminho seguido, a um mesmo ponto desse espaço, para este campo, cada ponto deve possuir um mesmo valor e para isso faz-se necessário, por simplificação do resultado físico, estabelecer-se um modelo e um ponto de referência, com um valor escolhido, da qual todos os outros pontos terão seus valores dependentes desse inicial. Estes campos são chamados de conservativos neste espaço. Daí, aos campos conservativos costuma-se sempre associar para sua simplificação,uma função escalar de ponto V = V (P) = V (x,y,z) denominada de função potencial escalar do campo, que varia de ponto para ponto do espaço, sem depender do caminho de um ponto a outro. A direção do campo original esta ligada à maneira como varia este potencial no espaço. Ocorre que a uma função potencial escalar, aparece a vantagem de que ao se fazer a superposição de vários potenciais de várias distribuições em um ponto, a soma é uma soma simplesmente algébrica e não vetorial. Se é um campo de forças conservativas, a função escalar de ponto é denominada de Energia Potencial. Se é um campo que cria uma força a função potencial do campo que gera a força é chamada simplesmente de potencial do campo. O potencial de um campo é definido como sendo a integral de linha deste campo. Para um campo g qualquer, como o campo gravitacional, por exemplo, a função potencial é definida como: rdgdV rr ⋅−= ou ∫−=∆ rd.gV rr No caso do campo eletrostático: rdEdV rr ⋅−= ou ∫−=∆ rd.EV rr O sinal negativo do segundo membro indica que o campo vetorial g r ou E r aponta sempre no sentido dos potenciais decrescentes. Dizemos também que o campo vetorial g r ou E r deriva de um potencial, como veremos adiante e é definido à partir e como conseqüência da circuitação do campo ser nula: rdgdV0rdg)g(C rrrrr ⋅−=⇔=⋅= ∫ Γ A ≡ B v r rd r rd r v r A B Γ2 Γ3 Γ1 Cap. 10 Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza - Capítulo 10 - Energia e Trabalho - 10ª Edição - 2008 184 rdEdVrdEEC rrrrr ⋅−=⇔=⋅= ∫ Γ 0)( Uma outra conseqüência da circuitação do campo ser nula é que o rotacional do campo também é nulo, uma vez que o campo deve ser essencialmente divergente pois pela unicidade dos potenciais, as equipotencias não poderão se cruzar.Portanto: 0grot =r 0=Erot r Ao se falar sobre o potencial de um ponto temos que ter em mente que é sempre em relação a um potencial de referência escolhido convenientemente: ∫∫ ⋅−= B A B A rdEdV rr ⇒ ∫ ⋅−=− B A AB rdEVV rr ⇒ ∫ ⋅=− B A BA rdEVV rr Associando aos pontos A → P (ponto P) e ao ponto B → P.R. (ponto de referência) temos: ∫ ⋅+= PR P PRP rdEVV rr Potencial devido a uma carga elétrica puntiforme pode ser calculado e associado o valor de referência rPR → ∞ o potencial tende a 0, VPR → 0. Da mesma forma a Energia potencial em volta de um planeta devido à sua massa (m): onde: )./(1085,8 tan 2212 mNCx dadepermissividetecons o o −=ε =ε )/.(1067,6 tan 2211 kgmNxG UniversalGravitacãodeteconsG −= = Para n cargas elétricas vale o Princípio da Superposição, uma vez que o potencial é uma grandeza escalar e não precisa se preocupar com a direção característica como no caso de vetores: ⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ +++επ=επ= ∑ n n oi i o elétr r q r q r q r q V ... 4 1 4 1 2 2 1 1 ⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ +++−=−= ∑ n n 2 2 1 1 i i grav r m... r m r mG r m GV Funções Físico-Matemáticas: d) Cálculo matemático do Gradiente: Seja V = V(P) = V (x,y,z) uma função contínua e derivável em todos os pontos do campo. Assim, podemos escrever a diferencial para uma função de várias variáveis : dz z Vdy y Vdx x VdV ∂ ∂+∂ ∂+∂ ∂= Que pode ser escrito também como: r V q < 0 q > 0 Hipérbole equilátera m > 0 Eqe r qq F r o rr 'ˆ 4 ' 2 = επ = Força Elétrica: Força Gravitacional: gme r mm GF r rr ')ˆ(' 2 =−= Campo Elétrico: r2 o eˆ r4 qE επ =r Campo Gravitacional: )ˆ( 2 r e r mGg −=r Potencial Gravitacional:Potencial Elétrico: r q V oεπ = 4 r mGV −= Energia Potencial Gravitacional: Energia Potencial Elétrica: r mM GU P −=r4 'qqU o P επ= Pelétrica UgradF −= r rdFU elétricaP rr∫−=∆ VgradE −=r rd.EV rr∫−=∆ Pgravit UgradF −= r rdFU gravitP rr∫−=∆ Vgradg −=r rd.gV rr∫−=∆ Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza - Capítulo 10 - Energia e Trabalho - 10ª Edição - 2008 Cap. 10 185 ( )kdzjdyidxk z Vj y Vi x VdV rrrrrr ++⋅⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ ∂ ∂+∂ ∂+∂ ∂= Neste caso iremos definir como sendo o gradiente de uma função escalar V = V (x,y,z) à expressão: k z Vj y Vi x VVVgrad rrr ∂ ∂+∂ ∂+∂ ∂=∇= Como dV = grad V . rd r e como rdEdV rr ⋅−= então: VgradE −=r k z Vj y Vi x VkEjEiEE zyx rrrrrrr ∂ ∂+∂ ∂+∂ ∂−=++= x VEx ∂ ∂−= y VEy ∂ ∂−= z VEz ∂ ∂−= Daí dizermos que E r deriva de um potencial. Podemos, portanto tirar os seguintes significados simultâneos, ou seja, se ocorre um dos 5 significados abaixo, os outros todos ocorrem simultaneamente: Campo Eletrostático: Campo Gravitacional: Assim, ocorrendo qualquer uma destas situações matemáticas com o campo, ou o campo de forças qualquer, ocorrerá todas as outras imediatamente, pois são conseqüências diretas. Definição: operador matemático nabla ou del: k z j y i x rrr ∂ ∂+∂ ∂+∂ ∂=∇ O operador matemático Del ou Nabla muda seu significado físico dependendo do tipo de função (escalar ou vetorial) e de como é aplicado (produto escalar ou vetorial): Sempre que aplicarmos o Del a uma função escalar V, resulta no gradiente desta função: Vk z j y i x VVgrad ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ ∂ ∂+∂ ∂+∂ ∂=∇= rr k z Vj y Vi x VVgrad rrr ∂ ∂+∂ ∂+∂ ∂= e) Cáculo matemático do Divergente de um vetor: Aplicando o Del com um produto escalar a um campo vetorial E r , resulta no divergente de E r que dá como resultado um escalar (número): ( )kgjgigk z j y i x ggdiv zyx rrrrrrr ++⋅⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ ∂ ∂+∂ ∂+∂ ∂=⋅∇= z g y g x ggdiv zyx ∂ ∂+∂ ∂+∂ ∂=r f ) Calculo matemático do Rotacional de um vetor: Aplicando o Del com produto vetorial a um campo vetorial E r , resulta no rotacional de E r que é um vetor: ( )kgjgigk z j y i x ggrot zyx rrrrrrr ++∧⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ ∂ ∂+∂ ∂+∂ ∂=∧∇= k y g x g j x g z gi z g y ggrot zyzxyz rrrr ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ ∂ ∂−∂ ∂+⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ ∂ ∂−∂ ∂+⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ ∂ ∂−∂ ∂= Significados físicos das funções físico-matemáticas: g) Significado físico de Gradiente: Vemos que o Del aplicado simplesmente a uma função escalar f (x,y,z) resulta no gradiente desta função f∇ que representa um vetor cuja direção aponta no sentido de maior crescimento da função f . h) Significado físico de Divergente: O Del aplicado escalarmente a um vetor ou campo vetorial E r resulta no divergente deste vetor que é um escalar, apenas um número, cujo significado físico deste número é de uma proporcionalidade com a densidade do material que origina o vetor E r . Se o divergente do campo for zero, significa que o campo não é essencialmente divergente de uma origem, mas um campo circularmente fechado. Se o divergente for maior que zero significa que o campo resulta de, ou é gerado por, uma densidade positiva de material e o campo diverge à infinito, deste material. Se o (1) Sendo E r conservativo ⇔ (2) 0.)( == ∫ rdEEC rr ⇔ (3) rdEdV rr ⋅−= ⇔ (4) VgradE −=r ⇔ (5) 0=∧∇= EErot rr (1) Sendo g r conservativo ⇔ (2) 0rd.g)g(C == ∫ rr ⇔ (3) rdgdV rr ⋅−= ⇔ (4) Vgradg −=r ⇔ (5) 0ggrot =∧∇= rr Cap. 10 Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza - Capítulo 10 - Energia e Trabalho - 10ª Edição - 2008 186 divergente for menor que zero significa que o campo resulta de, ou é gerado por, uma densidade negativa de material e o campo converge do infinito para esse material. Vemos que as cargas elétricas tem sua polaridade que pode ser separada em bipolaridade individual e portanto o divergente pode ser positivo ou negativo dependendo da densidade de carga. As linhas de campo elétrico divergem das cargas positivas, saindo de sua fonte que é a densidade de cargas e convergem para as cargas negativas entrando nas cargas negativas. Podemos separar os monopólos elétricos como individualidades independentes sob o ponto de vista físico. Vemos que na essência a massa é uma grandeza de divergente negativo, portanto, deveria ter densidade negativa, mas seu sinal é introduzido artificialmente devido o comportamento físico de atração de duas massas de mesmo sinal. Onde estariam as massas de sinais contrários a estas que neste caso produziriam repulsão? Existiriam a fim de garantir a simetria do Universo? Pelo menos, deveriam existir! Vemos que os campos magnéticos não tem monopólos magnéticos, apenas dipolos, não dando para separar os dipolos magnéticos. Sendo assim as linhas de campo magnético são sempre fechadas. Será que existem condições em que é possível separar os dipolos magnéticos e o divergente do campo magnético ser diferente de zero ( 0≠Bdiv r ) , a fim de tornar a 1ª e 3ª Equações de Maxwell simétricas ? i) Significado Físico de Rotacional: O Del aplicado com produto vetoriala um campo vetorial resulta no rotacional deste campo, que é um outro vetor, gerado pela variação espacial do primeiro em movimento de rotação ou giratório. Se o campo vetorial tiver rotacional nulo significa que ele é essencialmente divergente e da maneira como ele se configura no espaço ele não gera nenhum outro vetor pela sua maneira de variação no espaço. Por exemplo um campo conservativo terá sempre rotacional nulo. Um campo que dissipa energia no espaço terá rotacional diferente de zero, ou seja, ele gera um outro vetor espacial que resulta na transformação de um tipo de energia em outro, degradando a energia original e por conseqüência aumentando a entropia do ambiente. Se um campo tiver linhas de campo fechadas o seu rotacional será também diferente de zero como no caso do campo magnético. O rotacional do campo elétrico e neste caso ele não é conservativo e é originado pela variação do campo magnético no tempo.O rotacional do campo magnético é originado pela densidade de corrente elétrica J r e/ou também pela variação do campo elétrico no tempo. t BErot ∂ ∂−=r : (2ª Equação de Maxwell) ; t EJBrot ooo ∂ ∂εµ+µ= rrr : (4ª e última Equação de Maxwell) Será que na 2ª Equação de Maxwell existiria um termo como na quarta equação em que uma “densidade de corrente magnética” produziria um campo elétrico rotacional para tornar as (2ª e 4ª) equações simétricas ? Até agora nada se descobriu sobre isto. 0〈gdiv r +m Campo gravitacional ρπ−= Ggdiv 4r gme r mMGF r rr =−= )ˆ(2 )ˆ(2 rer MGg −=r ρπ−= Ggdiv 4r 0grot =r Vgradg −=r r mGV −= ρ = densidade volumétrica de massa 0〉Ediv r +q o Ediv ε ρ=r Campo Elétrico ρ = densidade volumétrica de carga E r (1ª Equação de Maxwell) Norte Sul B r 0〈Ediv r -q E r o Ediv ε ρ=r (1ª Equação de Maxwell) Campo Magnético B r : 0=Bdiv r (3ª Equação de Maxwell) Pois as linhas de Campo Magnético são sempre fechadas. Não divergem. Somente rotacionam. Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza - Capítulo 10 - Energia e Trabalho - 10ª Edição - 2008 Cap. 10 187 Os gradientes, divergentes e rotacionais são ferramentas matemáticas essenciais ao desenvolvimento da física, ou seja, à compreensão da natureza, na lógica de suas variáveis dinâmicas ou estáticas, vetoriais ou escalares. A essência das equações matemáticas é que ao estabelecer uma equação para um fenômeno simples as outras soluções possíveis para ela, farão sugerir fenômenos físicos que ainda nunca foram testados experimentalmente ou descobertos. j ) Exemplo Prático de Gradiente: Retornando ao gradiente que mais nos interessa nesta capítulo em que estudamos o trabalho e a energia, vamos esclarecer melhor o que constitui o significado de gradiente de uma função espacial escalar através de exemplos. 1) Supondo uma montanha onde são desenhadas as curvas de nível , ou seja, as curvas de mesma altura h, as equi-alturas. Podemos fazer então estas curvas de equi-alturas em um diagrama (x,y), tendo então uma função escalar onde se associa a cada ponto do plano (x,y) uma altura h = h (x,y). Aplicando-se o del a esta função escalar obtemos um campo vetorial ∇h que tem como direção o sentido de maior crescimento da função h em cada ponto. A função grad h será tanto maior quanto mais próxima ela se encontra de outra curva de nível. 2) Um corpo aquecido no espaço gera um campo escalar de temperaturas: gera ao seu redor curvas de nível de temperaturas que é uma função escalar no espaço que associa a cada ponto do espaço uma grandeza física que é a temperatura daquele ponto. O gradiente desta função escalar de temperaturas aponta em cada ponto no sentido de maior temperatura. Sendo T = T (x, y, z ) ou em função de coordenadas esféricas T = T ( r, ϕ, θ) se aplicarmos o del ou em coordenadas cartesianas ou retangulares ou em coordenadas esféricas, obteremos o gradiente da função, ou seja, um campo vetorial que aponta no sentido de maior crescimento das temperaturas, sendo o campo de temperaturas ∇T, proporcional à intensidade da variação de temperaturas e à intensidade de temperaturas em cada ponto. Obs.: O del em coordenadas esféricas ou cilíndricas está no capítulo 1 de vetores. 3) Os potenciais elétricos entre dois eletrodos. O gradiente de V = V(x,y,z), grad V, gera o campo elétrico com sinal trocado: VVgradE ∇−=−=r que aponta portanto no sentido de maior decrescimento dos potenciais. Sendo que ∫−=∆ B A rdEV rr . ⇒ rdEdV rr ⋅−= . Ou seja se pegarmos a)um deslocamento infinitesimal rd r na direção paralela ao campo E r , //rd r temos: lr rrr dErdErdEdV −=°−=⋅−= 90cos//// (direção de máximo decrescimento do potencial) a)um deslocamento infinitesimal rd r na direção perpendicular ao campo E r , ⊥rd r temos: 00cos =°−=⋅−= ⊥⊥ rdErdEdV r rrr (direção de uma equipotencial, na direção perpendicular à linha de campo) 4) O trabalho representa um movimento de um corpo se deslocando no espaço gerado por um campo de forças. O trabalho é uma integral de linha de um campo de forças ao longo de um deslocamento. Portanto é uma função escalar cujas forças derivam desta função trabalho. Se o campo de forças for conservativo, ou seja, não dissipar energias, então do 0 m 100 m 200 m 300 m 400 m 500 m 700 m Função escalar de alturas (curvas de nível) : h = h (x,y) x y z = h Olhando de cima em função de x e y , as curvas de nível: h = h (x,y) O grad h, resulta num vetor que aponta no sentido de alturas maiores em cada ponto. y z x ∇T ∇T ∇T ∇T ∇T VE −∇=r 4 V 8 V 12 V 16 V 20 V 24 V28 V V = 30 V = cte 0int =E r 30 V V−∇V−∇V−∇ 100 m 0 m 200 m 300 m 500 m x y ∇h ∇h grad h ∇h 400 m 0 V (refe rênci a) Cap. 10 Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza - Capítulo 10 - Energia e Trabalho - 10ª Edição - 2008 188 trabalho pode-se derivar uma função potencial (de ponto) que denominamos de Energia Potencial EP ou V. Assim sendo, para forças conservativas, o trabalho será igual à menos a variação da Energia Potencial. O trabalho é uma integral de linha que pode ou não depender do caminho seguido. É uma função de linha mais geral. ∫ Γ ⋅= rdFU rr Se o trabalho ao longo de um caminho fechado é zero, isto significa que ele não depende do caminho, e as forças envolvidas com ele não dissipam energias ou seja são conservativas e o trabalho é nulo. Neste caso podemos ter o Princípio da Energia Potencial. k) Princípio da Energia Potencial: PUU ∆−=→21 Se a força é conservativa a integral de linha desta força que representa o trabalho entre dois pontos não depende do caminho, ou seja, não há perdas de energia ao longo do caminho neste caso podemos interpretar este trabalho como sendo uma função de ponto ou função potencial, na qual depende apenas do ponto inicial e ponto final do deslocamento, não importando o caminho que foi percorrido. Chamamos ou definimos a esta função de ponto de Energia Potencial. UP , e depende apenas do ponto do espaço em que o corpo se encontra UP = UP (x,y,z) para o caso em que o trabalho da força não depende do caminho. Um trabalho qualquer é igual à [ ] .diss1P2P21 UUUU ∑+−−=→ Tendo conservação da energia ao longo do caminho, então 0U .diss =∑ , logo: [ ]1P2P21 UUU −−=→ PUU ∆−=→21 ou ( )1P2P21 UUU −−=→ PUgradF −=r ou PUF −∇= r ∫ ⋅−=∆⇒−= rdFUrdFdU PP rrrr . ⇒ ∫ ⋅+= PR P PRP rdFUpUp rr Campo que gera a força No caso do campo que gera a força. Por exemplo: (1) a força peso gmP rr = é gerado pelo campo gravitacional )s/m(j8,9g 2 rr = , e se a força for conservativa ela deriva de uma energia potencial gravitacional UPgrav . O campo gravitacional por sua vez, g r , gera também uma função potencial que chamamos simplesmente de potencial V que é também uma função de ponto, ou seja não depende do caminho, mas que contrariamente à energia potencial não depende da massa de prova; (2) a força elétrica EqF rr = é gerado pelo campo elétrica Er , e se a força elétrica é conservativa, ela gera uma energia potencial elétrica UPeletrica . O campo elétrico E r , por sua vez, também gera uma função potencial a que chamamos simplesmente de potencial V que é também uma função de ponto, mas não como a energia potencial UPelétrica que depende da carga, o potencial V derivado do campo E r não depende da carga de prova, da mesma forma que o campo E r não depende também da carga de prova que a força elétrica depende. m) Tipos de Forças Conservativas: São forças que não dissipam energias, são forças que mantém a energia mecânica ao longo de um caminho. São forças que conservam as energias ligadas a elas ao longo do espaço. Neste caso que tipo de forças são conservativas? Apresentemos algumas: 1) Força Peso: O trabalho da força peso gera a Energia Potencial Gravitacional Energia Potencial Gravitacional propriamente dita de um planeta Consideremos um corpo de massa m e ele produz a sua volta um campo gravitacional produzindo uma força de atração em um segundo corpo: M = massa do corpo maior m = massa do corpo menor r = distância do centro do corpo A ao centro de B G = constante universal de gravitação = 6,67 x 10-11 N.m2 / kg2 F r = Força gravitacional que o corpo M faz sobre o corpo m r r = vetor de direção radial, com origem em M e extremidade em m radialmAcorpodosaindoforapararadialunitáriovetorversorer ,)(ˆ = “Se uma força é conservativa, então o trabalho desta força entre dois pontos é igual `a menos a variação da energia potencial.” rA M FAB reˆ m Inicial Final deslocamento rB Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza - Capítulo 10 - Energia e Trabalho - 10ª Edição - 2008 Cap. 10 189 )ˆ( 2 rAB e r mMGF −=r = m gr = Força gravitacional )ˆ( 2 r e r MGg −=r = campo gravitacional produzida pelo e em torno do corpo de massa M Se M = MTerra ; r = RTerra então g = 9,8 m/s2 O Trabalho para levar um corpo no campo gravitacional de A para B é igual à menos a variação da Energia Potencial gravitacional. Sendo o vetor deslocamento infinitesimal em coordenadas esféricas: ϕθ ϕθ+θ+= eˆdsenreˆdreˆdrrd rr redrrd ˆ=r ∫∫ −=⋅=−−=→ B A 2 B A PAPBBA r drMmGrdF)UU(U rr ⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ −−=⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡−=− AB B A PAPB r 1 r 1mMG r 1mMGUU Assim sendo a Energia Potencial gravitacional em um ponto qualquer é definido a partir da expressão acima como: r mMGUP −= Considerando BTB hRr += e ATA hRr += . Ou então Escolhendo o ponto inicial 0U,entãor PAA =∞→ , ou seja, a energia para trazer o corpo de um ponto muito longínqüo até um ponto qualquer, e o corpo em uma distância rB = r, qualquer, do centro do corpo, será UPB = UP assim r mMGUP −= = Energia Potencial gravitacional para distâncias em grande escala. Considerando o campo gravitacional de maneira análoga: )ˆ( 2 r e r MGg −=r , o potencial gravitacional deste campo é : r MGV −= 2) Energia Potencial Gravitacional de uma região pequena e com campo g uniforme Considerando o caso mais simples que pegamos uma região do espaço em que o g da gravidade é praticamente constante, não variando perto das distâncias em que se experimenta. Um campo, portanto, uniforme: g = const. Assim sendo: jgmgmP rrr −== = const. Como já calculado, hPyPU 21P ∆−=∆−=→∑ jdhjdyrd rrr == = deslocando de dy ou dh o corpo para cima ou para baixo )hh(gm)yy(gmU )jdy(.)jmg()UU(U 121221 2 1 1P2P21 −−=−−= −=−−= → → ∫ rr )yy(gm)UU(UU 121P2PP12 −−=−−=∆−= ou hgmygmU nalgravitacioP == A energia potencial depende da massa. No caso do Campo Gravitacional constante: .constg =r ygV = O potencial gravitacional independe da massa de prova. 3) Força Elástica: Energia Potencial Elástica Trabalho da força elástica: 2 1elástica x x 2 F 2 xkidx).ixk(rd.FU −=−== ∫ ∫ rrrr ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ −−=−−= 21221P2PF xk2 1xk 2 1)UU(U elástica Energia potencial elástica: 2 elásticaP xk2 1U = 4) Força Elétrica: Energia Potencial Elétrica Força elétrica constante : )V(qxEq)idx()iEq(rd.FU elétricaBA ∆−=∆=== ∫∫→ rrrr onde sabemos que o campo elétrico é menos o gradiente do potencial ou o potencial é menos a integral de linha do campo elétrico: ∫−=∆ dxEV ; e que o campo elétrico P = m g P = m g 2y 1y 1212 yyhh −=− Cap. 10 Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza - Capítulo 10 - Energia e Trabalho - 10ª Edição - 2008 190 aponta sempre para potenciais menores, portanto, se AB VV 〈 , o trabalho da força eletrostática para cargas positivas e negativas é 0)VV(qU AB0q 〉−−=〉 0)VV(qU AB0q 〈−−=〈 )VV(qVq)UU(U ABPAPBBAelétricaForça −−=∆−=−−=→ A energia potencial elétrica: VqU elétricaP ∆⋅= l) Princípio de Conservação de Energia: Uma outra forma de escrever o Princípio Energia- Trabalho é através do discernimento entre energias cinéticas totais T e energias potenciais UP: ( ) ∑∑∑ =+ → 'TUT 21 Considerando que o trabalho de 1 para 2 (‘) contenham forças conservativas e dissipativas (não conservativas), podemos escrever: ( ) ( )consconsnão21 UUU ∑∑∑ +=→ Considerando que o trabalho das forças conservativas é igual a menos a variação das energias potenciais (finais menos iniciais), temos que ( ) ( ) )UU(UU 1P2PPcons ∑∑∑∑ −−=∆−= Substituindo, ( ) [ ( ) ]∑∑∑∑ −−+=→ PPconsnão21 U'UUU Considerando o princípio Energia-Trabalho, ∑∑∑∑∑ −=−=→ T'TTTU 1221 Enunciado do Princípio de Conservação de Energia (PCE): “A soma das energias cinéticas e potenciais iniciais de um corpo rígido, mais as energias perdidas por dissipação no caminho entre os dois pontos é igual à soma das energias cinéticas mais potenciais no final do caminho.” Expressão matemática do PCE: ( ) ∑ ∑∑∑∑ +=++ 'U'TUUT P.consñP Esta expressão do Princípio de Conservação de Energia é idêntica ao Princípio Energia-Trabalho, mas escrita de uma forma diferente, considerando os Trabalhos Conservativos e não Conservativos. Sendo ΣT = soma das energias cinéticas totais do corpo no primeiro ponto a ser considerado (A); ΣU = soma das energias potenciais totais do corpo no primeiro ponto a ser considerado (A); ΣUA →B = soma do trabalho das forças dissipativas de energia que agiram ao longo do caminho de A até B; exemplo: trabalho da força de atrito que é uma força dissipativa de energia, ou seja, transforma a energia mecânica em outro tipo de energia: energia térmica, energia acústica. ΣT’ = soma das energias cinéticas totais do corpo no segundo ponto a ser considerado (B); ΣU’ = soma das energias cinéticas totais do corpo no segundoponto a ser considerado (B); m) Principio de Conservação de Energia Mecânica: “Considerando que haja somente forças conservativas ao longo da trajetória do corpo (∑ = 0vasconservatinãoU em um problema) a soma das energias cinéticas mais as energias potenciais, a qual denominamos de Energia Mecânica, em qualquer ponto da trajetória é sempre igual. A energia mecânica, soma das energias cinéticas e energias potenciais, em qualquer outro ponto da trajetória, se conserva. “ PCBA MMMM E...EEE ==== finalMinicialM EE = ∑ ∑∑∑ +=+ 'U'TUT PP 10.3 – Potência e Rendimento Potência A Potência de uma força é dada pela quantidade de trabalho que essa força consegue produzir em joules por unidade de tempo em segundos. Um trabalho realizado não dá informações de sua eficiência de realização. Ele pode ter sido realizado tanto em 1minuto, ou em 1hora ou em 1 mês, ou em 1 ano ou 10 anos ou 100 anos. Quem dá informações sobre essa eficiência do trabalho é a Potência. Podemos definir Potência como sendo a derivada do Trabalho pelo tempo, ou a derivada da Energia pelo tempo, ou A B Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza - Capítulo 10 - Energia e Trabalho - 10ª Edição - 2008 Cap. 10 191 seja, é a taxa de variação de trabalho (ou energia) por unidade de tempo. dt dE dt dP =τ= A Potência no Sistema Internacional é medido em Joules por segundo, e recebe o nome especial de watts em homenagem ao cientista inglês James Watt: Wwatts seg joules s J === Dado que o trabalho elementar é dado por força vezes deslocamento elementar: rdFd rr ⋅=τ , que substituindo na expressão de Potência, temos o que poderiamos chamar de Potência instantânea, para o momento do valor da velocidade v do corpo: vF dt rdF dt dP rrr r ⋅=⋅=τ= Portanto, a Potência pode ser calculada pelo produto Força pela velocidade instantânea. A Potência média pode ser calculada como o trabalho total τ pela variação de tempo: t P ∆ τ= Para o caso da Potência de um torque, temos que a Potência seria representada pelo trabalho do torque pela unidade de tempo, e teriamos : ω⋅τ=θ⋅τ=τ= dt d dt dP Ou seja, a Potência instantânea do torque aplicado, seria representada pelo torque vezes a velocidade angular instantânea. As outra unidade de Potência seriam: W8,9 s J8,9 s metroxforçaramalogki segundo râmetrologqui s kgm ==−== W2830,0watts2830,0 s3600 J1055 hora unitthermalBritish h Btu ==== 1 hp = 1 horse power = 745,7 W = 75,9 kgm/s 1 ft.lb/s = 1 feet . libra/s = 1,356 J/s = 1,356 W 1 cal/s = 1 caloria / Segundo = 4,186 J/s = 4,186 W Rendimento Da Potência total gasta em um aparelho, uma parte da energia total vai se transformar em potência útil para realizar o que o aparelho foi designado a realizar; uma outra parte a energia total vai ser transfomada em energias dissipadas como energia térmica, energia acustica, energia vibracional, etc. Portanto, podemos definir da energia total, a energia útil e a energia dissipada ou entropizada: dissipadaútiltotal EEE += Da mesma forma: dissipadaútiltotal PPP += Portanto, podemos definir de rendimento de um aparelho qualquer como sendo: total útil total útil E E P P ==η Onde 10 ≤η≤ %100 P P1%100 P P %100% total diss total útil ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ −==η=η Não existe, em tese, um rendimento de 100% uma vez que sabemos que para toda transformação de um tipo de energia em outro, uma parte da energia se dissipa sempre, aumentando a entropia ou desorganização do Sistema. Da mesma forma que podemos dizer que existem energias mais nobres ou menos entrópicas ou menos entropizadas que ao serem transformadas em outro tipo de energia tem um rendimento muito maior, como é o caso da energia mecânica, energia elétrica, que podem ter rendimentos de 40%, 70%, 80%. No entanto, existem outros tipos de energias que são mais entropizadas, também chamadas de energias mais degradadas, mais microscopizadas e desordenadas, como é o caso da energia térmica, da energia acústica, que na tentativa de serem aproveitadas e ao serem transformadas em outros tipos de energia apresentam rendimento baixo como 10%, 15%, 20%, necessitando de muito gasto para pouco rendimento. 10. 5 – Resumo do Capítulo 1) Energia Cinética de um Corpo Rígido em Movimento Plano Geral em relação a G é: 22 2 1 2 1 ω+= GG IvmT (J) Rotação em torno de um eixo fixo: 22 2 1 2 1 ω+= GG IvmT = 222 2 1 2 1 ω=ω⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ + OGG IrmI Uma vez que vG = rG ω, coincidindo com o teorema dos eixos paralelos 2) Trabalho de uma Força: ∫= rdFU rr . ; UF = ∫ θs dxcosF ; Trabalho da força resultante(de todas as forças): ∫ ∑∑ =→ 21 i21 rdFU r Força constante: UF = x)cosF( θ ; Força Peso: hgmUPeso ±= Trabalho da Força Elástica: ( )2122elásticaF xxk21U −−= ; Trabalho da Força Centrípeta: 0=centrípetaFU ; Força de Atrito na base de Cap. 10 Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza - Capítulo 10 - Energia e Trabalho - 10ª Edição - 2008 192 uma roda que não escorrega: 0=horizontalrodabasenaatritoFU . Trabalho de um binário: ∫ θ θ τ θτ= 2 1 dU . 3) Princípio Trabalho-Energia 2211 TUT =+ ∑ → ou TU ∆=∑ →21 4) Princípio de Energia Potencial: “Se uma força é conservativa, então o trabalho desta força é igual `a menos a variação da energia potencial.” ( )inicialPfinalPPfi UUUU −−=∆−=→ Energia Potencial gravitacional: hgmU nalgravitacioP = ; Energia Potencial Elástica: 2 elásticaP xk2 1U = ; Energia Potencial Elétrica: VqU elétricaP = 5) Princípio de Conservação de Energia: “A soma das energias cinéticas do corpo, mais as energias potenciais (conservativas), mais o trabalho das forças não conservativas durante um intervalo de espaço percorrido pelo corpo é igual à soma das energias cinéticas e energias potenciais finais. “ ( ) ∑ ∑∑∑∑ +=++ 'U'TUUT P.consñP 6) Principio de Conservação de Energia Mecânica: “Havendo somente forças conservativas em um problema, a soma das energias cinéticas mais as energias potenciais (Energia Mecânica), em qualquer ponto da trajetória é sempre constante. “ .constUM = finalMinicialM UU = ; ∑ ∑∑∑ +=+ 'U'TUT PP 7) Potência de uma Força ou de um Torque dt dE dt dP =τ= ; vF dt rdF dt dP rrr r ⋅=⋅=τ= ; ω⋅τ=θ⋅τ=τ= dt d dt dP ; dissipadaútiltotal EEE += ; rendimento: total útil total útil E E P P ==η ; 10 ≤η≥ 10.6 - Exercícios Resolvidos Energia Cinética e Trabalho 10.1*) Os quatro corpos da figura estão ligados entre si por uma corda. Sabendo que a massa do disco A é de 12 kg e raio rA = 0,8 m, das roldanas B e C é 3 kg com raios de 0,4 m, e do bloco D é 15 kg. Sabendo-se que o bloco B neste instante tem velocidade de 1,2 m/s e não há escorregamentos, determine a energia cinética total do sistema. Sabe-se que o momento de inércia de um disco como A, B ou C é IG = m r2/2. 10.2*) O alçapão da figura no piso de uma casa tem massa de 3 kg e está submetido a um binário ou torque τ = 80 N.m constante e no sentido anti-horário e uma força F de 120 N aplicada sempre perpendicularmente ao alçapão na sua extremidade de abertura D. Uma mola que desliza livremente na sua extremidade de rolete B, está fixa em C, ficando sempre na verticall à medida em que se abre o alçapão. A mola possui uma constanteelástica k = 50 N/m e comprimento natural de 0,5 m. Determine o trabalho total realizado por todas as forças agindo no alçapão quando este gira da posição horizontal com θ = 0 até a posição vertical quando θ= 90°. A B C D P F τ A B CG D 2 m 1,5 m 0,5 m 0,8 m Solução: Trabalho do Peso P: O peso sobe de 1 m com 3 kg x 9,8 (m/s2 ) = 29,4 N ; UP = -29,4 J; Trabalho do Binário τ constante: Uτ = 80 N.m x π/2 = 125,7 J ; Trabalho da Força da mola Fs : Com θ=0 s = 0,3m e com θ= 90°, s= 1,8m ; UFs = - ( ½ 50x1,82 – ½ 50x0,32 ) = -78,75 J ; Trabalho da Força F: a medida que o alçapão se desloca faz um quarto de circunferência percorrendo uma distância 2 π r / 4 = 3,1416: UF = 120x3,1416 = 377 J; As forças no pino A não executam trabalho porque não sofreram deslocamento. Trabalho resultante ou Trabalho Total: U = - 29,4 + 125,7 – 78,75 + 377 = 395 J Solução: smrv AAA /5,18,0/2,1/ ===ω smrv BBCB /34,0/2,1/ ===ω=ω TA = mA vA2 / 2 + IG ωA2 /2=12 x (1,2)2 / 2 + ( 12 x 0,82 /2) 1,52 /2= 13,0 J TB = TC = IG ωB2 /2 = (3 x 0,42 / 2) 32 /2= 1,08 J TD = mD vD2 / 2 = 15 x (1,2)2 / 2 = 10,8 J T = TA + TB + TC + TD = 26,0 J Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza - Capítulo 10 - Energia e Trabalho - 10ª Edição - 2008 Cap. 10 193 Princípio Trabalho-Energia: 10.3*) O disco de massa 20 kg da figura, gira em torno de um eixo fixo onde age uma força F = 30 N através da corda de massa desprezível e um torque na direção de rotação do disco de 10 N.m. Determine o numero de revoluções dadas pelo disco, desde o momento em que ele parte do repouso até atingir uma velocidade angular de 80 rad/s. O momento de inércia de um disco é ½ mr2 . 10.4*) O pêndulo da figura consiste em uma barra delgada de 5 m de massa m1 = 25 kg, ligada na beirada de um disco de raio r = 0,5 m e massa m2 = 50 kg. Se o sistema está inicialmente na posição horizontal, como na figura, é solto a partir do repouso e está submetido a um torque constante τ = 100 (N.m), determine: (a) a velocidade angular após o pêndulo ter girado um ângulo de (a) 90° e (b) 180° a partir da posição inicial. O movimento ocorre unicamente no plano da figura. Obs.: O momento de inércia de uma barra delgada para girá-la em torno do centro de massa (G1) vale 2m 12 1 l e para girá-la em torno de uma extremidade (A) é 2m 3 1 l . O momento de inércia de um disco para girá-lo em torno de um eixo perpendicular (G2) ao seu centro de massa é 2rm 2 1 . O teorema dos eixos paralelos para transferir o momento de inércia do eixo do centro de massa até outro eixo paralelo é 2 AGGA dmII += 10.6 - Exercícios Propostos 10.5) Dado o eixo de giro A, fixo, que está no centro de um carretel, possuindo massa 50 kg, raio maior 5 m e raio menor 3 m. Com a finalidade de desenrolar 16 m de corda aplicando sobre ela uma força constante de 25 N,, determine a velocidade angular do carretel ao final dos 16 m de corda desenrolada. O raio de giração do carretel é de 1,5 m. Resp.: ω = 2,67 rad / s 10.6) O carretel da figura tem sua corda enrolada e é puxada com uma Força constante de 200 N. Se o carretel inicialmente estiver em repouso, determine a velocidade angular no momento em que um comprimento de corda de 5 m for desenrolado. Despreze o peso da porção de corda desenrolada. A massa da bobina e corda é de 90 kg e o raio de giração em relação ao eixo central da bobina é kG = 3,2 m. Resp.: ω = 1,47 rad/s 10.7) Uma força F = 150 N é aplicada a um cabo em uma bobina fixa de 100 kg de massa como mostra a figura. A massa do cabo que se desenrola é desprezível e a bobina gira sem atrito. Sendo o raio interno da bobina 0,8 m, o raio externo 1,4 m, e o raio de giração do conjunto para girá-la em torno do centro de massa G, kG = 0,9m, (a) determine a velocidade angular da bobina, após 4 voltas completas, partindo do repouso pelo método das Equações do Movimento. (b) Calcule a mesma velocidade angular da bobina após 4 voltas completas, através do Método: Princípio Energia-Trabalho. Resp.: sradk /63,8 rr =ω F 5m 3m ω G y x A 3 m 5 m 25 N ω F = 30 N M = 10 N.m r =0,4 m Solução: ∑ =+ → 2211 TUT ; repouso: T1 = 0 ; T2 = (½ mr2 ) 802 / 2 = 5120 J ; ∑ →21U = τ θ + Fs =10 θ + 30 θ 0,4 = 22 θ . Aplicando o Princípio Trabalho-Energia: 0 + 22 θ = 5120 ⇒ θ = 233 rad = 233 / 2 π = 37 rev G1 A τ=100(N.m) 0,5 m 5 m G2 Solução: Princípio Energia-Trabalho (PET): ∑ =+ → 2211 TUT : (a) 2211 22 AG2 2 2 22 1 hgmhgm'dmrm2 1 2 1'm 3 1 2 1 ++ω⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ ++ω⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛=θτ l 5,5x8,9x505,2x8,9x25'5,5x505,0x50 2 1 2 1'5x25 3 1 2 1 2 100 22222 −−ω⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ ++ω⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛=π 26955,612'25,756'1041,157 22 −−ω+ω= ⇒ )s/rad(01,2 4,860 3465' ==ω (b) 2'860314 ω= ⇒ )s/rad(604,0 4,860 314' ==ω Cap. 10 Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza - Capítulo 10 - Energia e Trabalho - 10ª Edição - 2008 194 10.8) Uma força F = 250 N é aplicada a um cabo em uma bobina (carretel) fixa de 200 kg de massa como mostra a figura. A massa do cabo que se desenrola é desprezível e o carretel gira sem atrito. Sendo que o raio interno da bobina é 0,5 m, seu raio externo 1,2 m, e o raio de giração do conjunto para girá-lo em torno do centro de massa G, kG = 0,7m. (a) Determine a velocidade angular da bobina, após 3 voltas completas da bobina, partindo do repouso pelo Método das Equações Dinâmicas do Movimento. (b) Calcule a mesma velocidade angular da bobina após 3 voltas completas, através do método Princípio Energia-Trabalho. Resp.: sradk /93,6 rr −=ω 10.9) Um ioiô é abandonado do repouso da mão do operador e desce aumentando sua velocidade angular. Determine o espaço que o ioiô desce para que sua velocidade angular atinja o valor de 60 rad/s. A massa do ioiô é de 0,300 kg, seu raio até o cordão que o mantém é r = 0,02 m, sendo seu raio de giração, para fazê-lo girar em torno de seu centro de massa G, kG = 0,06 m. Resp.: s = 0,735 m 10.10) (2,5 ptos – Energia e Trabalho ) A figura mostra um martelo pendular, de peso 60 lb e raio de giração kA = 3,5 ft que desce da posição horizontal, à 0°, a qual se encontra, até a posição vertical à 90°. Sabendo-se que ele é lançado da horizontal com uma velocidade angular inicial ωo = 2 rad/s, determine: (a) a velocidade angular final, ωB do pêndulo, um instante antes dele bater em B; (b) Determine a velocidade linear da extremidade E do pêndulo no momento da colisão com o ponto B, sabendo-se que a extremidade E fica a uma distância AE= 4 ft do ponto de giro A. Resp. s/ft0,16Ev)b(;s/rad01,4 ==ω 10.11) A figura mostra um martelo pendular, de massa m = 5 kg e raio de giração kA = 9 m, que desce da posição horizontal em θ = 0°, a qual se encontra, até a posição diagonal em θ = 60° no momento em que colide com a peça BC. Sabendo-se que ele é lançado da horizontal com uma velocidade angular inicial ωo = 3 rad/s, determine: (a) a velocidade angular do martelo para θ = 60°, AEωr ; (b) Determine a velocidade linear da extremidade E do pêndulo no momento da colisão com o ponto C, sabendo-se que a extremidade E fica a uma distância AE= 11 m do ponto de giro A. Resp.: )s/rad(k27,3AE rr −=ω ; )s/m(j0,18i1,30vE rrr −−= A 3 ft ω0 G y x z B E θ F = 250N y z x 0,5 m 1,2 m F = 150 N y z x 1,4 m 0,8 m r Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza - Capítulo 10 - Energia e Trabalho - 10ª Edição - 2008 Cap. 10 195 10.12) Um tambor de massa m = 4 kg, raio r = 1,5 m e raio de giração kG = 1,2 m, está ligado a um motor de torque constante τ = 20 N.m no sentido horário. No momento em que o motor é ligado, t=0, o tambor está girando com velocidade angular inicial ω0 = 6 rad/s, também no sentido horário, fazendo descer um corpo A, de massa 5 kg, através de seu cabo ligado à periferia do tambor. Determine a velocidade do corpo A após ele ter descido de uma distância de 8 m, a partir do instante inicial em que se ligou o motor. Resp.: vA = 14,6 m/s ↓ 10.13) Uma barra delgada fixa em uma das extremidades, ponto A, tem densidade linear λ = 2,25 kg / m e pode girar livremente ao redor do ponto A fixo. Quando ela se encontra na posição vertical é aplicada sobre ela um torque τ = 20 N.m, constante, no sentido horário e uma força F= 8 N, que se mantém perpendicular à barra e na sua extremidade, de valor constante ao longo de toda a trajetória, como mostra a figura. Sabendo-se que a velocidade angular inicial da barra na posição da figura é ω1 = 3 (rad/s). Determine a velocidade angular ω’ da barra no momento em que ela se encontra na posição (a) a 90° da sua posição inicial ; (b) a 360° da sua posição inicial. Obs.: o momento de inércia de uma barra delgada para girá-la pelo centro de massa G é 2 G m12 1I l= e para girá-la em torno de uma extremidade é 2A m3 1I l= . Resp.: (a) para θ=90°: )s/rad(25,2'=ω ; (b) para θ=360°: )s/rad(76,4'=ω 10.14) O elevador E tem massa mE = 900 kg e um contrapeso C de massa mC = 1500 kg. A polia superior A, possui um motor que é acionado com um torque τ = 300 N.m constante. As massas das polias valem mA = mB = 100 kg, possuem raio rA = rB = 0,40 m e seus raios de giração em relação ao centro de massa é kA = kB = 0,32 m. Desprezando a massa do cabo e considerando que o cabo não escorrega nas polias, determinar após o elevador ter subido continuamente 10 m: (a) a velocidade do elevador Ev r ; (b) a velocidade angular das polias, ωr . Resp.: (a) )s/m(j24,7vE rr = ; (b) )s/rad(k1,18 rr −=ω A 8 m ω0 G B E θ=60° G E C ω y x z 4 m G A B F τ A y xz E C B A τA 8 m vA0 ω0 τ=20 N.m r G y x z Cap. 10 Mecânica do Corpo Rígido - Samuel de Souza - Capítulo 10 - Energia e Trabalho - 10ª Edição - 2008 196 10.15) O sistema da figura possui: duas barras finas, cada uma com comprimento 2 m e com massa m = 10 kg, interligadas pelo ponto B, fazendo com a horizontal um ângulo de 45° e com momento de inércia em relação a G IG = (1/12) m ℓ 2; uma mola de constante elástica k = 6 (N/m), que na posição da figura se encontra não distendida; e um disco de raio r = 0,5 m e massa 15 kg com momento de inércia IG = (1/2) m r2 , e que rola sem escorregar. No instante da figura o arranjo é solto a partir do repouso. Determinar a velocidade angular da barra AB no instante em que o ângulo θ = 0º. Resp.: (a) )s/rad(17,3=ω 10.16) Uma esfera de massa m = 8 kg e raio R= 0,3 m, encontra-se presa a uma mola de constante elástica k = 200 (N/m) num plano inclinado de 40° com a horizontal. Os dois, mola e esfera, se encontram em equilíbrio inicial, sendo que pelo centro da esfera passa um eixo que se liga à mola. Então é aplicada à esfera, em torno de seu centro G, e perpendicular ao plano mostrado na figura, um torque de valor constante e igual à τ = 12 kg.m2. A esfera possui momento de inércia em relação ao seu centro de massa IG = (2/5) m r2 . No movimento de descida da esfera e sabendo-se que ela desce sem escorregar, determinar: (a) o módulo da velocidade da esfera após o seu centro de massa G descer no plano inclinado de 0,2 m; (b) Qual a distância plano abaixo, que a esfera desce até parar. Resp.: (a) )s/m(59,1vG = ;(b) m904,0d = 10.17) De uma polia A na horizontal de raio rA = 0,5 m e massa mA = 9 kg, sai um cabo que passa por uma polia B na vertical de raio rB = 0,3 m e massa mB = 5 kg que se liga a uma carga suspensa de massa mC = 4 kg. Considere que não há escorregamento dos cabos nas polias, despreze a massa do cabo e que as polias são discos finos, que para girá-los em torno do seu eixo central, com momento de inércia 2 G rm)2/1(I = . Determine, após o bloco descer de uma altura h de 2 m: (a) a velocidade do bloco; (b) a velocidade angular da polia A ; (c) a velocidade angular da polia B. Resp.:(a) )s/m(j78,3vb r−= ; (b) )s/rad(j55,7A r=ω ; (c) )s/rad(k6,12B r−=ω h rA rB C )m/N(6k = 45° 2 m 2 m A B C )m.N(12=τ 40°
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