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INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO Profª. DEISY ALVES EVOLUÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO NO BRASIL E NO MUNDO I - ESCRAVIDÃO A primeira forma de trabalho foi à escravidão em que o escravo era considerado uma coisa, não tinha qualquer direito, muito menos trabalhista. O senhor podia vender, doar, alugar e até matar o trabalhado escravo. No Brasil foi abolida a escravidão em 1888. Anteriormente já havia sido proibida a importação de escravos (1850), libertados os nascituros (1871), assim como os maiores de 65 anos (1885). II - SERVIDÃO: A evolução foi sutil: o escravo era coisa, propriedade de seu amo; o colono era pessoa, pertencente à terra. Sendo, "pessoa", sujeito de direito, podia transmitir, por herança, seus animais e objetos pessoais: mas transmitia também a condição de servo. Tem seu início no século I e declínio a partir do século IX. III - CORPORAÇÕES DE OFÍCIO - Com a decadência do regime feudal, os colonos refugiaram-se nas cidades e pouco a pouco esses trabalhadores livres constituíram instrumentos da produção econômica local, surgindo no século X as corporações de ofício. Dividiam-se em 3 personagens: Mestre Companheiros Aprendizes REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Século XVIII O direito do trabalho e o contrato de trabalho passaram a desenvolver-se com o surgimento da revolução industrial, cuja a principal particularidade foi a substituição do trabalho artesanal pelo assalariado e com uso de máquinas – necessitando a intervenção estatal. A 1ª constituição que tratou do tema foi a do MÉXICO – 1917 Foi em 1919, a 2ª constituição dita de WEIMAR, cidade da alemã onde foi elaborada e votada. A partir daí as constituições dos países passaram a tratar do direito do trabalho, constitucionalizando os direitos trabalhistas. TRATADO DE VERSAILLES - 1919 - Surge prevendo a criação da Organização Internacional do Trabalho (OIT). EVOLUÇÃO DAS LEIS TRABALHISTAS NO BRASIL I - CARTA DA REPÚBLICA - DA INDEPENDÊNCIA AO IMPÉRIO - 1822 à 1889 – Foi decretada em 1824, dois anos após a Declaração da Independência, adotou pensamentos da Revolução Francesa, surgindo, por consequência, uma ampla liberdade para o trabalho e abolido as corporações de ofício. II - A PRIMEIRA REPÚBLICA - 1889-1930 A Constituição Federal de 1891, apenas garantiu, quanto ao trabalho humano o livre exercício de qualquer profissão moral, intelectual e industrial, garantindo também o direito a associação, que mais tarde serviu de fundamento jurídico para o STF considerar lícita a organização de sindicatos. III - O GOVERNO PROVISÓRIO DA REVOLUÇÃO DE 1930 Getúlio Vargas assumiu a chefia do governo provisório da Revolução em 24/10/1930 e no dia 26 do mês seguinte criou o MINISTÉRIO DO TRABALHO. Com o crescimento da industrialização, surge a necessidade de uma disciplina das relações de trabalho, cria-se então, com a Constituição de 1934 a Justiça do Trabalho, como Órgão do Poder Executivo IV - CARTA CONSTITUCIONAL DE 1937 E A CLT. Era corporativista inspirada na Carta del Lavoro (1927) e na Constituição Polonesa. Logo, o Estado, iria intervir nas relações entre empregados e empregadores, uma vez que o estado liberal tinha se mostrado incapaz. Em 01/05/1943, foi editado o decreto-lei 5.452, que aprovou a criação da Consolidação das Leis Trabalhista - CLT, tendo como objetivo reunir as leis esparsas. V - CONSTITUIÇÃO DE 1946 GETÚLIO VARGAS foi deposto em 1945. Em 1946 o Presidente EURICO GASPAR DUTRA institui uma nova Constituição Federal considerada norma democrática, rompendo com o corporativismo. Nela encontramos a participação dos empregados nos lucros, repouso semanal remunerado, estabilidade, direito de greve... VI - CONSTITUIÇÃO DE 1967 - RATIFICA A ANTERIOR E INTRODUZ O SISTEMA DO FGTS. Legislação infraconstitucional regulamentou o direito do: empregado doméstico (Lei 5859/72 revogada pela LC 150/2015) trabalhador rural (Lei 5889/73) trabalhador temporário (Lei 6019/74) VII - CONSTITUIÇÃO DE 1988 TRATA DOS DIREITOS DOS TRABALHADORES EM SEUS ARTIGOS 7º A 11º - (CAPÍTULO II - DIREITOS SOCIAIS), DO TÍTULO II (DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS) - art. 7º e incisos (direitos e garantias mínimos); - art. 8º e incisos (atividade sindical); - art. 9º e parágrafos (direito de greve); - art. 10 (participação paritária em órgãos colegiados); - art. 11 (representação nas empresas com mais de 200 empregados); - art. 10 do ADCT. 17 FONTES DO DIREITO DO TRABALHO 18 FONTES DO DIREITO DO TRABALHO Conceito Segundo Washington de Barros Monteiro: “Fontes são os meios pelos quais se formam ou pelos quais se estabelecem as normas jurídicas. São os órgãos sociais de que dimana o direito objetivo”. As Fontes podem também ser enumeradas como a força criadora do Direito, ou mesmo como o Direito se exterioriza 19 CLASSIFICAÇÃO DAS FONTES Materiais (fato social) Formais (exteriorização) 20 Fontes Materiais Para Vólia Bomfim Cassar, “as fontes materiais de Direito do Trabalho encontram-se num estágio anterior às fontes formais, porque contribuem com a formação do direito material: é antecedente lógico das fontes formais” 21 “O fenômeno da movimentação social dos trabalhadores, em busca de melhoria das condições de trabalho através de protestos, reivindicações e paralisações, constitui fonte material de Direito do Trabalho. Da mesma forma, as pressões dos empregadores em busca de seus interesses econômicos ou para flexibilização das regras rígidas trabalhistas também são consideradas fontes materiais” (Cassar, Vólia Bonfim, Direito do Trabalho – Niterói: Impetus) 22 Fontes Materiais • Não têm força vinculante; • Servem para esclarecer o sentido das fontes formais; • Fontes potenciais, que emergem do próprio direito material; Exemplos: ideologias, greves. 23 FONTES FORMAIS (direito positivo) São os meios de revelação e transparência da norma jurídica – os mecanismos exteriores e estilizados pelos quais as normas ingressam, instauram- se e cristalizam na ordem jurídica. Exteriorização do direito; Tem força vinculante. 24 As FONTES FORMAIS classificam-se heterônomas autônomas 25 Fontes Formais Heterônomas A produção não é efetuada pelo destinatário direto da norma. “São aquelas que emanam do Estado e normalmente são impostas ou aquelas em que o Estado participa ou interfere.” (Vólia Bonfim Cassar) 26 Fontes Formais Heterônomas Constituição Federal da República - Principal fonte no sentido de que todas as demais fontes de trabalho têm de guardar correspondência com o comando principal da Constituição Federal. Leis em sentido lato: Complementares, Delegadas, Ordinárias, Medida Provisória etc 27 Sentença Normativa art. 114, § 2° CF São as decisões judiciais proferidas em dissídios coletivos do trabalho É fonte formal heterônoma do Direito do Trabalho, vez que estabelece regras gerais, abstratas e impessoais, sendo certo que os juízes que proferem a decisão não são os destinatários principais da norma .28 28 DISSÍDIO COLETIVO É uma ação que visa dirimir os conflitos coletivos de trabalho por intermédio do Poder Judiciário do Trabalho PODER NORMATIVO DA JUSTIÇA DO TRABALHO (ART. 114, § 2º da CRFB/88) 29 SÚMULA VINCULANTE (art.103-A, da CF) Revestida de eficácia normativa, com efeito erga omnes, a súmula vinculante acaba por produzir os mesmos resultados da lei, não no aspecto formal, já que derivada do Poder Judiciário. Ganhando, assim, o status de fonte formal heterônoma do direito. 30 Fontes FORMAIS AUTÔNOMAS São as vontades dos sujeitos da relação de emprego, livre de contingências exteriores. A norma é elaborada pela participação direta dos seus destinatários ou seja as próprias partes interessadas Assumem a feição de fonte singular, pois nenhuma outra fonte formal se iguala a ela em autenticidade. Ex.: Convenção Coletiva e Acordo Coletivo. 31 Convenção Coletiva – Sind. Prof. X Sind. Econ. Acordo Coletivo – Sind. Prof. X empresa (s) Acordo de caráter normativo que visa estabelecer condições de trabalho aplicáveis no âmbito das respectivas representações (CC) ou no âmbito da (s) empresa (s) acordantes (AC) às respectivas relações de trabalho CASO CONCRETO AULA 1 33 O Sindicato dos Empregados de Bares e Restaurantes de Minas Gerais celebrou convenção coletiva de trabalho com o Sindicato Patronal de Bares e Restaurantes de Minas Gerais. A referida norma coletiva estabeleceu que, para os integrantes da categoria profissional representada pelo sindicato profissional, a hora noturna, assim considerada aquela compreendida entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do outro dia, teria adicional de 50% (cinquenta por cento) sobre a hora diurna. Finalmente, as partes estabeleceram um prazo de vigência de 1(um) ano para a vigência da convenção coletiva. Analisando o caso concreto apresentado, esclareça se esta norma coletiva poderia ser caracterizada como fonte material do direito do trabalho? Justifique.
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