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Síntese – 1ª Prova de Introdução às Relações Internacionais

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Revisão – 1ª Prova de Introdução às Relações Internacionais
Conteúdo:
WEBER, Cynthia. International Relations Theory: A Critical Introduction. (Cap. 1)
HOFFMANN, Stanley. “An American Social Science: International Relations.”
WALTZ, Kenneth N. O Homem, o Estado e a Guerra: uma análise teórica.
HERZ, Monica; HOFFMANN, Andrea. Organizações Internacionais: História e Práticas.
FARIA, Luiz Augusto. O Valor do conceito de hegemonia para as relações internacionais.
BULL, H. A Sociedade Anárquica. (Cap. 1, 2, 3)
International Relations Theory: A Critical Introduction (CAPÍTULO 1)
Cynthia Weber: professora de Relações Internacionais na Universidade de Lancaster, autora de diversos livros e artigos do campo das RI.
A política internacional é um campo vasto a ser estudado.
Usamos a teoria das relações internacionais para fazer a política internacional ser compreendida.
TEORIA DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS: uma coleção de histórias acerca da política internacional.
A teoria das RI recorre à mitos para que aparente ser verdadeira.
MITO DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS: uma “aparente verdade” normalmente expressa através de um slogan. São os “blocos de construção” da teoria das RI. Não se reconhecem como ideologias e são difíceis de se nomear. Ex: A anarquia internacional é a permissão para a guerra.
Os mitos podem ser verdadeiros ou falsos, mas isto não é tão importante para a compreensão da teoria das RI.
A teoria das RI relaciona 3 conceitos: CULTURA, IDEOLOGIA E A FUNÇÃO DO MITO.
CULTURA
Stuart Hall: “A cultura está preocupada com a produção e a troca de significados entre membros de uma sociedade ou grupo.”
John Hartley: “A produção e reprodução social de sentido, significado, e consciência”.
Cultura diz respeito a como fazemos o mundo ter sentido e como produzimos, reproduzimos e circulamos esse sentido.
Circulamos o sentido sobre o mundo de várias formas, principalmente por HISTÓRIAS.
Clifford Geertz: “um conjunto de histórias que contamos sobre nós mesmos”. Compostas de sentido e senso comum.
A teoria das RI é o local da prática das culturas.
A teoria das RI se baseiam nos mitos da RI a fim de transformar sua produção de histórias sobre o mundo em um senso comum.
IDEOLOGIA
IDEOLOGIA CONSCIENTE para Ball e Dagger: “Um conjunto coerente e abrangente de ideias que explicam e avaliam as condições sociais, ajudam as pessoas a compreenderem seus papéis em sociedade, e oferece uma atuação social e política”. 
IDEOLOGIA INCONSCIENTE: Não é nomeada e é difícil de identificar. 
DIFERENÇAS: Enquanto a consciente é voltada para a ação política em debates políticos, a inconsciente é fundada em nosso pensamento político e ideológico (senso comum dos indivíduos).
FUNÇÃO DO MITO DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Teoria das RI é um palco no qual as ideologias consciente e inconsciente circulam pela história pela “aparente verdade”.
Se a teoria das RI narra uma visão particular de uma perspectiva de várias tradições, o MITO DAS RI ajuda esta visão a APARENTAR ser verdadeira.
Sua FUNÇÃO é transformar o que é particular/cultural/ideológico em um “aparente” universal/natural/empírico.
É NATURALIZAR SIGNIFICADOS.
Ao questionarmos a aparente verdade dos mitos das RI, surgem oportunidades para que novas teorias sejam escritas. Entretanto, estas também serão mitos. Nunca haveremos de parar o questionamento quanto à função dos mitos.
An American Social Science: International Relations
Stanley Hoffmann: professor na Universidade de Harvard nos EUA, especialista em Política Internacional.
O autor cria uma perspectiva sobre o desenvolvimento e os retrocessos das RI como disciplina acadêmica.
Hoffmann apresenta pontos de vista influenciados pela teoria realista. Logo, ele acredita que as relações estabelecidas entre os Estados são relações de poder e, portanto, os conflitos se torna a preocupação central das RI.
Questiona a autonomia dessa área e conclui que os estudos até então publicados eram esparsos e não inseridos em um plano internacional didático.
Haviam restrições de classes para debates sobre o Estado. A política não era considerava uma questão do povo e acreditava-se que a Política Externa não impactava no cotidiano.
Logo, faz-se necessário fundamentar as RI como uma ciência normativa que explicasse as RI baseando-se na realidade política.
As RI se concretiza nos EUA de acordo com 3 fatores convergentes: AS CIRCUNSTÂNCIAS POLÍTICAS, AS PREDISPOSIÇÕES INTELECTUAIS E AS OPORTUNIDADES INSTITUCIONAIS. As circunstâncias políticas advêm da prosperidade econômica, do regime presidencialista com participação popular, da integração social e do surgimento como potência. As predisposições intelectuais se referem ao incentivo de estudo por métodos científicos e a ampliação das ciências sociais. As oportunidades institucionais se referem à edificação de estudantes em escolas estadunidenses, que questionavam sobre dúvidas amplas acerca de fins, escolhas e totalidades sociais.
Com o crescimento dos EUA, o estudo da política externa norte-americana significaria o estudo da política mundial
Crescimento das RI com o advento de um sistema heterogêneo.
O Homem, o Estado e a Guerra: uma análise teórica.
Kenneth Waltz: professor na Columbia University e um dos mais importantes estudiosos de Relações Internacionais, participando na fundação do neorrealismo no campo das RI.
Quais são as causas da guerra? Waltz examina as ideias dos maiores pensadores da história, explorando tanto o trabalho dos filósofos políticos clássicos -Santo Agostinho, Hobbes, Kant, Rouseeau- e psicólogos e antropologistas modernos a fim de compreender a guerra entre Estados e suas prescrições de paz.
PRIMEIRA IMAGEM
Residem na natureza e no comportamento humano as causas importantes da guerra. Ou seja, as guerras resultam do egoísmo, de impulsos agressivos mal canalizados e da estupidez.
Nesse capítulo, Waltz considera aqueles que aceitam a proposição de que, para entender a recorrência da guerra, é preciso, antes disso, conhecer o homem e a sua natureza falha, por meio da qual os males do mundo, inclusive a guerra, podem ser explicados.
Waltz critica a posição de autores como Santo Agostinho, Niebuhr e Morgenthau, que rejeitam o dualismo explícito que existe na natureza humana. Para estes, o homem inteiro, mente e corpo, é falho. Eles deduzem os males políticos dos defeitos humanos. Ainda que seja proclamada a paz como a finalidade do  Estado, estes são inimigos naturais, e nessa condição, têm de estar constantemente em guarda uns CONTRA os outros. A culpa desse fato é que as paixões freqüentemente obscurecem os verdadeiros interesses dos Estados e dos homens.
O enunciado conciso da primeira imagem consiste em que a maldade do homem, ou seu comportamento impróprio, leva à guerra. A bondade individual, se pudesse ser universalizada, significaria a paz. Embora demonstrem a utilidade da primeira imagem, Santo Agostinho e Espinoza, Niebuhr e Morgenthau também ajudam a deixar claros os limites de sua viabilidade.
SEGUNDA IMAGEM
A organização interna dos Estados é a chave para a compreensão da guerra e da paz.
A proposição a ser considerada é a de que, por meio da reforma dos Estados, as guerras podem ser reduzidas ou eliminadas para sempre, uma vez que, relembrando, parte-se da ideia de que os defeitos nos Estados provocam guerras entre eles.
Segundo a concepção liberal, a condição interna determina o comportamento externo. O bem-comum deve ser sempre buscado e, ainda que a busca de um determinado bem possa ser alcançada de outra maneira, isso deve ser refutado, porque não contribuiria para o bem de todos os países. É sabido que o povo realiza seus interesses somente com a paz. A cooperação ou competição construtiva é a maneira de promover, simultaneamente, os interesses de todos os povos. O bem-estar da população mundial só pode aumentar na medida em que a produção aumente e isso só acontece quando há paz.
Waltz aponta que as soluções para o problema da guerra baseadas no padrão tanto da primeira imagem (naturezae comportamento humano) como da segunda imagem (estrutura interna dos Estados) têm de pressupor a possibilidade de perfeição das unidades em conflito. Sendo essa perfeição impossível, o sistema liberal pode, no máximo, produzir uma situação de aproximação da paz mundial.
Em suma, o liberal pode descobrir uma situação antiga da inclinação de substituir a força pela razão quando o tipo de organização concebido se acha insuficientemente equipado para realizar seus objetivos. É muito árdua a tarefa de identificar que combinação contém a fugidia fórmula da paz. A crítica de Waltz aos liberais aplica-se a todas as teorias que se apoiam na generalização de um padrão do Estado e da sociedade a fim de trazer paz ao mundo.
A influência a ser atribuída à estrutura interna dos Estados, quando se tenta resolver a equação guerra-paz, só pode ser determinada depois de se considerar a importância do ambiente internacional.
TERCEIRA IMAGEM
Encontram-se na anarquia internacional as causas da guerra.
Com tantos Estados soberanos, sem um sistema jurídico que possa ser imposto a eles, com cada Estado sendo juiz de suas queixas e ambições segundo os ditames de sua própria razão ou de seu próprio desejo, o conflito, que por vezes leva à guerra, está fadado a ocorrer.
O crescimento do poder de um Estado aterroriza um outro que, preocupado, aumenta também seu poder. Essa preocupação com a posição de relativa de poder dos Estados leva inevitavelmente ao uso da força para alcançar metas.
Não se encontra problemas de desunião ou conflito quando se analisa na política doméstica a vontade do Estado, como sendo a vontade geral. No estudo da política internacional, convém analisar os estados como unidades atuantes, sendo assim, há o conflito de interesses. Cada Estado tem uma vontade e essa vontade é tida pelos outros Estados como vontade particular, podendo, inclusive, ser considerada como injusta e errada. Cada país estabelece suas metas, daí, na ausência de uma autoridade acima dos Estados para prevenir e conciliar os conflitos que surgem, a guerra é inevitável. Na anarquia, portanto, não há harmonia automática. Ainda, é possível concluir que, entre Estados autônomos, a guerra é inevitável.
Organizações Internacionais: História e Práticas.
Monica Herz: Doutora em Relações Internacionais com ênfase em Segurança Internacional, atuando principalmente nos seguintes temas: política internacional, organizações internacionais, segurança internacional, relações internacionais da América Latina e política externa brasileira.
Andrea Hoffmann: Professora Adjunta no Instituto de Relações Internacionais, promovendo pesquisas acerca da legitimidade e democracia na política internacional, organizações internacionais, e integração regional na América Latina e Europa.
Início: Pós Primeira Guerra, após o fim da Liga das Nações.
Organizações Intergovernamentais Internacionais (OIG) e Organizações Não Governamentais (ONGI): Forma mais institucionalizada de realizar a cooperação internacional. A rede das mesmas garante uma governança global.
OIGs: aparatos burocráticos, têm orçamento, alojadas em prédios, empregam servidores públicos internacionais. Gestam normas e regras, além de fornecer mecanismos para a aquiescência das mesmas. Podem fazer o uso de pressão política, sanções e até força militar. Participação voluntária; composta por um corpo de representação ampla.
O sistema internacional é um sistema político anárquico.
OIGs e ONGIs, quando tem sua legitimidade reconhecida por um conjunto de atores, adquire autoridade no SI à medida que produzem bens públicos.
FONTES DE PODER: legitimidade da autoridade racional-legal e controle sobre o conhecimento técnico e informativo.
As grandes guerras, o desenvolvimento econômico, as inovações tecnológicas e o próprio crescimento do número de Estados no sistema internacional, a partir da desagregação dos impérios, favoreceram um enorme crescimento do número de OIGs e ONGIs na segunda metade do século XX.
SOBERANIA: conceito firmado após a Guerra dos 30 anos. Não é um conceito constante, e sim construído socialmente e passível de mudança.
OBJETIVO DO ESTADO: Conquistar território para alcançar o desenvolvimento econômico, segurança e outros interesses. (Robert Gilpin)
Estado para Weber: Instituição que possui o monopólio legítimo da coerção sobre um território definido.
Paz de Westfalia: Reconhecimento da soberania em dado território.
Reconhecimento de novos Estados: TÁCITO ou EXPLÍCITO.
ESTADO FORTE: condição empírica forte/alto conhecimento em termos jurídicos e econômicos. Ex: União Europeia, EUA, França.
ESTADO FRACO: é o contrário. Ex: Somália, Libéria, etc.
PODER=ESTRITAMENTE AO SENTIDO MILITAR.
O Valor do conceito de hegemonia para as relações internacionais.
Luiz Augusto Faria: Doutor em Economia atuando principalmente nos temas de: economia brasileira, integração econômica, globalização, relações exteriores do Brasil e Mercosul.
Antonio Gramsci: pensador italiano interessado em compreender as forças que produzem a estabilidade das relações de poder nas sociedades dotadas de um Estado.
Gramsci sobre IDEOLOGIA: uma das duas coisas que são necessárias a um Estado. É o cimento que mantém unidos os tijolos da estrutura social.
HEGEMONIA: coerção + consenso (Estado + Igreja) / Mantém estável a ordem social e o Estado.
PLANOS DA FORÇA DA HEGEMONIA
MATERIAL – coerção pelo monopólio da violência legítima pelo Estado e inclusão dos sujeitos sociais às obrigações e necessidades impostas pela ordem econômica.
IDEOLOGIA – introjeção de valores e projeções simbólicas conformando uma ética de condutas e razões que moldam as formas de pertencimento à estrutura da sociedade.
“Como se dá o exercício da hegemonia na ordem mundial?”
SUSAN STRANGE: O SI é hierarquizado. A hegemonia tem 4 fontes de poder: Estrutura produtiva (o que se deve produzir, de que forma e com o uso de quais meios), segurança (controle da violência), finanças (controle sobre o poder de compra) e conhecimento (controle da geração e difusão de ideias e crenças) -> estão inter-relacionadas e sobrepostas). 
ROBERT COX: Para Cox, a HEGEMONIA se estabelece pela capacidade material (potencial de produção e destruição), ideias (noções comuns que conduzem à obediência OU imagens coletivas acerca do bem público) e instituições (cristalizam correlação de forças).
HEGEMONIA: arranjo entre certa configuração de poder material (uma hierarquia econômica e militar), a imagem coletiva prevalecente da ordem mundial (um certo padrão a ser preservado e mantido, inclusive com suas normas) e o conjunto de instituições que administra essa ordem com ares de universalidade no sentido de não parecer um mero instrumento da dominação do Estado líder.
ORDEM MUNDIAL: sistema de hegemonia que define a hierarquia de poder, o lugar, e a função de cada um de seus elementos constitutivos, Estados e forças sociais.
Hegemonia é uma forma de exercício do poder e a maneira como este se organiza numa sociedade complexa onde o recurso à violência só pode ser empregado em situações-limite.
“Hegemonia no nível internacional não é, então, meramente uma ordem entre Estados. É uma ordem dentro de uma economia mundo com um modo de produção dominante que penetra em todos os países e vincula outros modos de produção subordinados. É também um complexo de relações sociais internacionais que conecta as classes sociais de diferentes países. A hegemonia mundial pode ser descrita como uma estrutura social, uma estrutura econômica e uma estrutura política; e não pode ser apenas uma dessas coisas, mas todas as três. A hegemonia mundial é, ainda mais, expressa em normas universais, instituições e mecanismos que estabelecem regras gerais de comportamento para os Estados e essas forças da sociedade civil que agem através das fronteiras nacionais, regras que sustentam o modo de produção dominante” (Cox 1983, 137)
O arranjo estrutural pelo qual se exerce o poder hegemônico está articuladoem três níveis: um plano material, um plano ideológico e, entre os dois, o plano das instituições. O nível institucional é intermediário porque essas estruturas são ao mesmo tempo materiais – na medida em que têm poder como normas e são vinculantes em relação às ações dos sujeitos sociais – e ideológicas, pois prescrevem atitudes e indicam o certo e o errado do comportamento dos agentes. Os agentes aqui são as forças sociais e os Estados.
Soft power: leis, contratos, tratados. / Hard power: poder militar.
A Sociedade Anárquica
Hedley Bull: foi professor de Relações Internacionais na Universidade Nacional Australiana, Escola Londrina de Economia e Universidade de Oxford.
Dizer que as coisas estão em ordem é afirmar que elas estão relacionadas entre si de acordo com uma certa estrutura; que a sua relação recíproca não é fruto meramente casual, mas contém algum princípio discernível. É o caso de uma fileira de livros em uma estante.
A ordem que se procura na vida social é um arranjo que promova metas e valores, servindo assim a um objetivo. Ordem é necessariamente um conceito relativo, ou seja, um conceito relacional.
Todas as sociedades têm objetivos gerais quaisquer que sejam as suas metas particulares. O primeiro é a garantia da vida (sobrevivência); o segundo é a verdade (garantia de que as promessas sejam cumpridas); e o último é a estabilidade da posse (propriedade). Assim, na vida social a ordem é um padrão de atividade humana que sustenta os seus objetivos elementares, primários ou universais.
A ordem internacional refere-se a um padrão ou disposição das atividades internacionais que sustentam os objetivos elementares. Esses objetivos são, em primeiro lugar, a preservação do próprio sistema e da sociedade de Estados. Em segundo, o objetivo de manter a independência ou a soberania externa dos Estados individuais. Em terceiro lugar está objetivo de manutenção da paz. E em quarto lugar estão os objetivos comuns a toda vida social: vida, verdade e propriedade.
Bull afirma que a ordem mundial é diferente da ordem internacional. A ordem mundial é mais ampla que a ordem internacional porque para que se faça sua descrição é necessário que se trate não só da ordem entre os Estados, mas também da ordem em escala interna ou local existente dentro de cada Estado. A ordem mundial precede moralmente a ordem internacional.
Sustenta-se, em geral, que a existência da sociedade internacional é desmentida em razão da anarquia. Esse argumento não se sustenta porque mesmo na ausência de governo pode haver uma certa ordem. O Estado é único, e uma de suas particularidades é que garante a possibilidade de formarem uma sociedade sem governo.
As tradições hobbesiana (realista), Kantiana (universalista) e a grociana (internacionalista) competem entre si. Cada um desses modelos tradicionais incorpora uma descrição da natureza da política internacional e um conjunto de prescrições sobre a conduta dos Estados.
A chamada tradição grociana coloca-se entre o realismo de Hobbes e o idealismo de Kant. Ela aposta na possibilidade de cooperação e não na guerra sem tréguas ou na paz perpétua. Acredita em coordenação, ou seja, a partilha de interesses e valores comuns entre os Estados. É uma mescla de conflito e cooperação, advinda da possibilidade de canalizar interesses que nem sempre se excluem.