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ADVOCACIA
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIEITO DA __ VARA CÍVEL DA COMARCA DE __________
 
Rito Sumário (CPC, art. 275, inc. II, “d”)
[ JUSTIÇA GRATUITA ]
				Intermediado por seu mandatário ao final firmado -- instrumento procuratório acostado -- causídico inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do ______, sob o nº. _______, com seu endereço profissional consignado no timbre desta, onde, em atendimento à diretriz do art. 39, inciso I, da Legislação Instrumental Civil, indica-o para as intimações necessárias, comparece, com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu patrono, ___________, solteiro, aposentado, inscrito no CPF(MF) sob o nº. _________, residente e domiciliado na ________, Cidade _______, para ajuizar, com fulcro nos arts. 186, 927, 944 e 949, todos do Código Civil Brasileiro, art. 275, inc. II, “d”, da Legislação Adjetiva Civil c/c art. 5º, incisos V e X, da Carta Política, a presente 
AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS, MATERIAIS E ESTÉTICOS
contra __________, casado, motorista, residente e domiciliado na Rua ____, nº. ____, na Cidade ______, em razão das justificativas de ordem fática e de direito, abaixo delineadas. 
SÍNTESE FÁTICA
				Na data de 25 de abril de 2005, por volta das 15:10h, o Autor conduzia sua moto de placas HWD-0000/PR, quando, na altura do cruzamento da Avenida Júlio Ventura com Rua José Vilar, foi colhido pelo veículo Santana de placas HUA-0000/PR, fatos estes descritos laudo pericial ora carreado. (doc. 01) 
 				O veículo automotor em questão, é de propriedade do Promovido.
				Ressalte-se que o Réu, agindo com extremada imprudência, avançou o sinal vermelho, vindo colidir com a motocicleta do Autor. 
				As seqüelas foram graves. No exame de corpo delito feito constatou-se as seguintes lesões (doc. 02):
“Histórico – periciando a vítima de acidente de moto, retornou para exame de sanidade. 
Exame: Cicatriz residual na face medial do tornozelo direito. Amputação do pé direito ao nível da articulação de Linsfranc. Atestado médico assinado por Dr. Henrique César Ribeiro: paciente submetido à cirurgia: amputação da articulação Linsfranc no pé direito. 
RESPOSTAS AOS QUESITOS:
SIM.
SIM. PERDA DE ANTEPÉ DIREITO, COM DÉFICIT FUNCIONAL DO PÉ DIREITO EM 100%.
SIM. DEFORMIDADE PERMANENTE: AMPUTAÇÃO DO PÉ DIREITO, AO NÍVEL DA ARTICULAÇÃO DE LINSFRANC. “
 				
 				Urge asseverar, mais, que, em face do evento, o Autor tornou-se inválido para o trabalho, conforme se comprova pelos documentos originários do INSS. O Promovente comprova o recebimento de benefícios por invalidez. (docs. 03/04)
 				Naquela ocasião, o Promovente percebia a quantia mensal de R$ 613,80(seiscentos e treze reais e oitenta centavos) da empresa Xista S/A. (docs. 05/06)
				Ainda por corroborar com o quadro fático, acosta-se boletim de ocorrência policial, o qual também dá conta dos acontecimentos que envolveram Autor e Réu no evento em espécie. (doc. 07)
				Hoje o Autor, em face do ocorrido, sacrifica-se em sustentar a si e sua família por meio da quantia repassada pelo INSS, sem que possa, como sempre aconteceu, angariar recursos financeiros extras com seu labor. 
				Ademais, não é preciso delongas para destacar o quanto tal acidente o afetou emocionalmente (dano moral), sobretudo quando do acidente resultou deformidade física permanente(dano estético), além dos danos materiais com o conserto da motocicleta. (docs. 08/09)
DOS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA
 		
	O Promovente, inicialmente, vem requerer a Vossa Excelência os benefícios da gratuidade de justiça, porquanto não tem condições de pagar as custas processuais, honorários advocatícios e periciais, o que faz por declaração neste arrazoado inicial(LAJ, art. 4º). Sob as penas da lei, ressalva que não pode arcar com referida despesas do processo, sem prejuízo do sustento próprio e de sua família. 
 
NO MÉRITO
CULPABILIDADE E A NECESSÁRIA REPARAÇÃO DO DANO OCASIONADO
 				
 				Assentadas tais premissas, constata-se do exame dos documentos colacionados com a exordial, além do depoimento a ser prestado pela testemunha ora arrolada, que a pretensão ressarcitória merece acolhida. 
 
 				Com efeito, a partir do material probatório de já produzido e a ser produzido, é possível inferir que o atropelamento decorreu de ato ilícito praticado pelo veículo conduzido pelo Réu (avanço de sinal). 
 				Ao condutor de veículos exige-se cautela no exercício do mister. A Lei nº 9.503/97 - Código de Trânsito Brasileiro - por seus artigos 26 e 28, impõe ao condutor que tenha domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito.
 
 
CAPÍTULO III
DAS NORMAS GERAIS DE CIRCULAÇÃO E CONDUTA
 
 Art. 26. Os usuários das vias terrestres devem:
 
 I - abster-se de todo ato que possa constituir perigo ou obstáculo para o trânsito de veículos, de pessoas ou de animais, ou ainda causar danos a propriedades públicas ou privadas;
 
 Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito.
 
 				Ademais, o Réu inobservou a regra do art. 34 do mesmo Código de Trânsito, que assim dispõe: 
Art. 34 - O condutor que queira executar uma manobra deverá certificar-se de que pode executá-la sem perigo para os demais usuários da via que o seguem, precedem ou vão cruzar com ele, considerando sua posição, sua direção e sua velocidade."
 				
				Apropriado colacionar, nesse sentido, o magistério de Arnaldo Rizzardo:
“Fator determinante de incontáveis acidente é a troca de luz do semáforo, passando da verde para a amarela e, em seguida, para a vermelha. Em geral, pretende-se aproveitar a passagem da luz amarela para a vermelha, chegando-se ao centro do cruzamento já incidente no semáforo esta última.
( . . . )
“Quanto ao significado da luz amarela, e a sua importância no trânsito, sabe-se que indica precaução, atenção, ou cuidado. 
Consequentemente, em princípio, ao acender-se a luz amarelo-alaranjada, deve o motorista para o veículo. Poderá prosseguir a travessia caso já esteja no cruzamento ou, no máximo, começando a passar pelo encontro das duas vias. “ (RIZZARDO, Arnaldo. A reparação nos acidentes de trânsito: Lei 9.503, de 23.09.1997. 11ª Ed. São Paulo: RT, 2010, pp. 357-358)
 				É necessário não perder de vista a posição jurisprudencial acerca do tema em vertente:
RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS. ACIDENTE DE TRÂNSITO. CRUZAMENTO DE VIAS COM SEMÁFORO. PROVA TESTEMUNHAL NO SENTIDO DE QUE FOI O VEÍCULO DA RÉ QUEM AVANÇOU COM SINAL VERMELHO. CULPA EXCLUSIVA EVIDENCIADA. 
1. O acidente objeto do presente feito, de forma incontroversa, ocorreu em cruzamento de vias com semáforos, com o que, para ter ocorrido a colisão, por certo algum dos envolvidos ultrapassou o sinal vermelho. 2. A respeito, foi ouvida somente uma testemunha, fl. 13, cujo relato evidentemente prefere ao da própria recorrente contido na certidão de fl. 17. 3. Afirmou a testemunha tania Regina Gomes da Silva, cuja idoneidade não se tem razão para duvidar, ter certeza que o sinal estava verde para o autor, com o que resulta lógico que foi a demandada quem avançou com sinal vermelho. 4. Eventual inconsistência no relato quanto à circunstância do autor ter parado ou apenas diminuído sua marcha não serve para descaracterizar o que de mais importante disse a testemunha, ou seja, que o sinal estava verde para o autor, o que faz certa a culpa da ora recorrente pela colisão, de forma exclusiva. 5. Quanto aos danos morais, decorrem da ofensa à integridade física do autor, descrita tanto na certidão de fl. 17 como no relato da testemunha antes referida, fl. 13, que disse que o autor estava com a calça rasgada, sangrando na perna e com muita dor. Veja-se que o autor sequer pode depor no dia do acidente porque necessitava de prontoatendimento médico. 6. O valor indenizatório arbitrado em R$ 2.000,00 é condizente com a lesão noticiada (fratura do tornozelo), não representado hipótese de enriquecimento sem causa. Sentença mantida por seus próprios fundamentos. Recurso improvido. (TJRS - RecCv 46368-57.2012.8.21.9000; Santa Cruz do Sul; Segunda Turma Recursal Cível; Rel. Des. Roberto Behrensdorf Gomes da Silva; Julg. 10/04/2013; DJERS 15/04/2013)
ACIDENTE DE TRÂNSITO. VEÍCULO QUE ULTRAPASSA O SINAL VERMELHO, COLIDINDO COM MOTOCICLETA E CAUSANDO DANOS. AÇÃO INDENIZATÓRIA. 
1. Revelando-se adequada a verba indenizatória arbitrada na sentença, que considerou as circunstâncias do acidente e a extensão dos danos, não se justifica qualquer majoração. 2. A verba honorária fixada no patamar de 15% sobre o valor da condenação não merece qualquer ajuste, revelando quantia suficiente a remunerar o profissional, tendo em vista que a causa se revelou de pouca complexidade e não exigiu demasiadamente do profissional. Recurso principal do autor desprovido. 3. Tendo havido regular instrução probatória, com oitiva de testemunhas em audiência para esse fim, não há falar-se em cerceamento de defesa, máxime quando a ré apelante sequer indicou qual prova pretendia realizar. Preliminar rejeitada. 4. Revelou-se suficiente para demonstrar os fatos narrados a testemunha ouvida na audiência de instrução, que se encontrava no local da ocorrência, e que corroborou as alegações do demandante, não tendo sido apresentada qualquer prova em contrário. Recurso adesivo desprovido. 5. Rejeitaram a preliminar e negaram provimento ao recurso principal, do autor, e adesivo, da ré. (TJSP - APL 0113005-45.2010.8.26.0100; Ac. 6690115; São Paulo; Vigésima Quinta Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Vanderci Álvares; Julg. 24/04/2013; DJESP 07/05/2013)
REPARAÇÃO DE DANOS. ACIDENTE DE TRÂNSITO. CULPA DO MOTORISTA QUE TRANSPÕE CRUZAMENTO, EM DESRESPEITO E SINAL VERMELHO. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO IMPROVIDO. 
Embora nestas circunstâncias, de abalroamento em cruzamento sinalizado por semáforo, não seja raro a dúvida sobre qual dos motoristas desrespeitou a sinalização, no caso presente, o autor desincumbiu-se a contento do ônus probatório. Ou seja, através das testemunhas ouvidas, que não lograram ser desacreditadas pelas razões recursais, comprovou o autor que estava parado na av. Sete de setembro, avançando quando o sinal tornou-se verde, ocasião em que o réu, que trafegava pela rua João Pessoa, ultrapassou o sinal que já se tornara vermelho. Embora não seja possível estabelecer a motivação do motorista réu para assim agir, a existência de outro semáforo, apenas para conversão a direita, confere verossimilhança a versão de que o requerido, ou confundiu-se, ou simplesmente tentou "aproveitar" o sinal amarelo. (TJRS - RecCv 38046-48.2012.8.21.9000; Erechim; Segunda Turma Recursal Cível; Relª Desª Vivian Cristina Angonese Spengler; Julg. 24/04/2013; DJERS 02/05/2013)
APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CONDENATÓRIA. ACIDENTE DE TRÂNSITO. PARCIAL PROCEDÊNCIA NA ORIGEM. RECURSO DOS RÉUS. (1) COLISÃO DE VEÍCULOS. CRUZAMENTO COM SEMÁFORO. EXCESSO DE VELOCIDADE E INOBSERVÂNCIA DE VERMELHO. EMBRIAGUEZ. DEMONSTRAÇÃO. CULPA DO RÉU CARACTERIZADA. DEVER DE INDENIZAR. 
– o código de trânsito brasileiro coíbe o ingresso em cruzamentos com semáforo quando com luz vermelha, tratando-se sua prática de infração gravíssima (art. 208). Assim, age com culpa o motorista que, em cruzamento sinalizado, 'fura' sinal vermelho e, em excesso de velocidade, colide com outro automóvel que transitava regularmente na via perpendicular. Materializada, na hipótese, a presunção decorrente da comprovada embriaguez. (2) danos materiais. Veículo. Quantum. Impugnação do valor. Ausência de contraprova documental. Orçamento único. Valor superior ao de mercado. Tabela FIPE. Incidência. Possibilidade. Valor do salvado. Redução necessária. Liquidação. – Na linha da jurisprudência desta corte, em que pese a praxe seja a realização de mais de um orçamento, a apresentação de uma única cotação não inutiliza a prova. Todavia, se o quantum nele constante supera o valor de mercado do bem, deve a indenização considerar a quantia prevista na tabela FIPE (tal qual se dá na perda total), reduzindo-se o valor do salvado, tudo a ser apurado em liquidação de sentença. (3) danos morais. Valor. Proporcionalidade não observada. Minoração. – A compensação por danos morais deve considerar, além da extensão do dano e o grau de culpa do ofensor, os fins pedagógico, inibitório e reparador da verba, conquanto assim restará razoável e proporcional. Se o arbitramento não observar essas balizas, revelando-se excessivo, impõe-se a sua minoração. sentença alterada. Recurso parcialmente provido. (TJSC - AC 2012.084655-1; Brusque; Quinta Câmara de Direito Civil; Rel. Des. Henry Petry Junior; Julg. 07/03/2013; DJSC 21/03/2013; Pág. 264)
 				
 				Dessarte, o motorista do veículo atropelador não se portou de forma correta na condução do carro. Deveria frenar o veículo ao deparar-se com o sinal vermelho, sobretudo quando à luz do laudo pericial aqui acostado a via de tráfego estava em perfeito estado de conservação. Estivesse o Réu conduzindo o veículo com prudência e atenção devida, certamente teria evitado o acidente, pois teve plena condição de avistar o sinal vermelho.
				Desta feita, temos que encontramos constatou-se, na hipótese, os pressupostos da responsabilidade civil, mormente em face do Código Civil, a saber: a conduta humana(aqui ação ilícita do agente), o dano ou prejuízo, a culpa e o nexo de causalidade. 
DANO MATERIAL 
 				A reparação decorrente de ato ilícito se efetiva no sentido de restaurar o status quo ante, colocando a coisa danificada no mesmo estado em que se encontrava antes do advento da lesão.
				Como se verifica pelos comprovantes de pagamentos ora acostados, o Autor tivera despesas na ordem de R$ 1.237,00(mil duzentos e trinta e sete reais) para efetuar o conserto do bem sinistrado. (docs. 10/11)
DANO MORAL 
 				No plano do direito civil, para a configuração do dever de indenizar, segundo as lições de Caio Mário da Silva Pereira, faz-se necessário a concorrência dos seguintes fatores:
“ 	a) em primeiro lugar, a verificação de uma conduta antijurídica, que abrange comportamento contrário a direito, por comissão ou por omissão, sem necessidade de indagar se houve ou não o propósito de malfazer; b) em segundo lugar, a existência de um dano, tomada a expressão no sentido de lesão a um bem jurídico, seja este de ordem material ou imaterial, de natureza patrimonial ou não patrimonial; c) e em terceiro lugar, o estabelecimento de um nexo de causalidade entre um e outro, de forma a precisar-se que o dano decorre da conduta antijurídica, ou, em termos negativos, que sem a verificação do comportamento contrário a direito não teria havido o atentado ao bem jurídico.”(In, Instituições de Direito Civil. Rio de Janeiro: Forense, 2004, Vol. I. Pág. 661). 
 	A propósito reza a Legislação Substantiva Civil que:
CÓDIGO CIVIL
Art. 186 – Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, viola direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. “
 			
 				No que tange ao dano moral, decorrente de lesão corporal, como no caso em liça, apropriado transcrever as lições de Sílvio de Salvo Venosa:
“Quando a vítima sofre ofensa em sua incolumidade física, em sede de indenização pelo ato ilícito, deve ser avaliado o grau de incapacidade que essa agressão ocasionou. Nesse diapasão, a perícia deverá avaliar o grau de incapacidade, devendo o juiz levar em conta a diminuição de ganho que esse percentual representa para as atividades ou ocupação habitual da vítima. Aqui, leva-se em conta a tão mencionada perda de chace que já fizemos nesta obra. Nesse sentido, a pensão deverá ser estabelecida de molde a compensar a perda de proventos que a vítima sofreu. Deve ser entendido que o danopsicológico, que não deixa marcas evidentes, mas diminui a capacidade, também deve ser compreendido nessa modalidade de indenização. “ (VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: responsabilidade civil. 12ª Ed. São Paulo: Atlas, 2012, vol. 4, pp. 332-333)
 				Nesse aspecto, assim reza o Código Civil:
Art. 949 - No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.
 				A propósito:
DIREITO CIVIL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. LESÃO CORPORAL DE NATUREZA GRAVE. LUCROS CESSANTES. COMPROVAÇÃO. DANO MORAL CARACTERIZADO. FIXAÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO. PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. 
1. Evidenciado que a conduta do réu ocasionou lesão corporal de natureza grave ao autor, que ficou impossibilitado de exercer suas ocupações habituais por mais de trinta dias, é devida indenização a título de lucros cessantes, nos termos do artigo 949 do Código Civil. 2. Há comprovação nos autos que o autor exercia atividade de representante comercial na empresa Finogoiás, recebendo a comissão mensal média de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), conforme declaração de fls. 28 e documentos de fls. 25/27. 3. Além das dores físicas e sofrimento com tratamento médico, o autor se viu impossibilitado de exercer normalmente suas atividades, o que certamente causou abalo psíquico passível de caracterizar dano moral. 4. O valor fixado pelo juízo a quo de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) é suficiente para reparar o dano sofrido pelo autor e proporcional à reprovabilidade da conduta ilícita do réu, atendendo ainda ao caráter pedagógico-punitivo do dano moral. 5. Recursos conhecidos e desprovidos. (TJDF - Rec 2007.07.1.005221-6; Ac. 576.977; Terceira Turma Cível; Relª Desª Gislene Pinheiro; DJDFTE 16/04/2012; Pág. 100)
 				É inegável a ocorrência dos danos morais, pois em decorrência do acidente em que se envolveu, o Autor sofreu dor, amargura, tristeza, além de ter perdido sua capacidade laborativa. Assim, as situações que caracterizam danos morais, conforme mencionado retro, referidas pelos doutrinadores, estão presentes. 
DANO ESTÉTICO 
 				Quando ao dano estético, professa Maria Helena Diniz:
"O dano estético é toda alteração morfológica do indivíduo, que, além do aleijão, abrange as deformidades ou deformações, marcas e defeitos, ainda que mínimos, e que impliquem sob qualquer aspecto um afeiamento da vítima, consistindo numa simples lesão desgostante ou num permanente motivo de exposição ao ridículo ou de complexo de inferioridade, exercendo ou não influência sobre sua capacidade laborativa" (DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro - Responsabilidade Civil. 24ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2010, vol. 7, p. 82.
 				E prossegue a ilustre doutrinadora, afirmando que:
"O dano estético estaria compreendido no dano psíquico ou moral, de modo que, em regra, como ensina José de Aguiar Dias, se pode ter como cumuláveis a indenização por dano estético e a indenização por dano moral, representado pelo sofrimento, pela vergonha, pela angústia ou sensação de inferioridade da vítima, atingida em seus mais íntimos sentimentos" (Ob. e aut. citados, p. 82).
 				Estatui artigo 949 do Código Civil, in verbis:
Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas com tratamento e dos lucros cessantes até o fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.
 				Observa-se, neste ponto, que o Autor sofreu lesões graves, destacando-se a perda do antepé direito, com déficit funcional em 100%, conforme documentos imersos com esta inaugural.
DANO MORAL E ESTÉTICO – CUMULATIVIDADE 
				Não restam dúvidas que é cabível, no caso em ensejo, que o Autor pleiteie a condenação do Réu em danos morais e estéticos. 
				O dano estético encontra-se caracterizado pela lesão irreparável sofrida pelo Promovente, que tivera seu pé amputado, lesão esta que carregará pelo resto da vida. Já o dano moral, é decorrente do sofrimento pessoal causado pelo infortúnio e nos seus reflexos de ordem psíquica, de sua dor íntima intensa, do choque e abalo emocional grave, nomeadamente pela nova condição pessoal de vida a ser experimentada. 
				É pacífico, nesse azo, o entendimento do Egrégio Superior Tribunal de Justiça:
STJ, Súmula nº 387. É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral.
DO VALOR DA CONDENAÇÃO ALMEJADA
				De outro plano, o Código Civil estabeleceu-se a regra clara de que aquele que for condenado a reparar um dano, deverá fazê-lo de sorte que a situação patrimonial e pessoal do lesado seja recomposta ao estado anterior. Assim, o montante da indenização não pode ser inferior ao prejuízo. Há de ser integral, portanto. HhÁ 				
CÓDIGO CIVIL
Art. 944 – A indenização mede-se pela extensão do dano.
	
				Nesta esteira de raciocínio, emérito Julgador, cumpri-nos demonstrar a extensão do dano ( e não o dano ). 
				Quanto ao valor da reparação, tocantemente ao dano moral, assevera Caio Mário da Silva Pereira, que: 
“Quando se cuida de reparar o dano moral, o fulcro do conceito ressarcitório acha-se deslocado para a convergência de duas forças: `caráter punitivo` para que o causador do dano, pelo fato da condenação, se veja castigado pela ofensa que praticou; e o `caráter compensatório` para a vítima, que receberá uma soma que lhe proporcione prazeres como contrapartida do mal sofrido. “ (PEREIRA, Caio Mário da Silva (atualizador Gustavo Tepedino). Responsabilidade Civil. 10ª Ed. Rio de Janeiro: GZ Ed, 2012, p. 78)
(destacamos)
				Nesse mesmo compasso de entendimento, leciona Arnaldo Rizzardo que:
“Não existe uma previsão na lei sobre a quantia a ser ficada ou arbitrada. No entanto, consolidaram-se alguns critérios.
Domina a teoria do duplo caráter da repação, que se estabelece na finalidade da digna compensação pelo mal sofrido e de uma correta punição do causador do ato. Devem preponderar, ainda, as situaões especiais que envolvem o caso, e assim a gravidade do dano, a intensidade da culpa, a posição social das partes, a condição econômica dos envolvidos, a vida pregressa da pessoa que tem o título protestado ou o nome negativado. “ (RIZZARDO, Arnaldo. Responsabilidade Civil. 4ª Ed. Rio de Janeiro, Forense, 2009, p. 261)
				No caso em debate, ficou cabalmente demonstrada a ilicitude do Réu, quando, absurdamente, atravessara uma avenida movimentada com o semáforo apontando para a parada obrigatório e imediata do condutor. 
 				Desta maneira, o nexo causal ficou claríssimo. Logo, evidente está o dano moral suportado pelo Autor, devendo-se tão-somente ser examinada a questão do quantum indenizatório. 
 				É certo que o problema da quantificação do valor econômico a ser reposto ao ofendido tem motivado intermináveis polêmicas, debates, até agora não havendo pacificação a respeito. De qualquer forma, doutrina e jurisprudência são pacíficas no sentido de que a fixação deve se dá com prudente arbítrio, para que não haja enriquecimento à custa do empobrecimento alheio, mas também para que o valor não seja irrisório. 
 				Ademais, a indenização deve ser aplicada de forma casuística, supesando-se a proporcionalidade entre a conduta lesiva e o prejuízo enfrentado pela ofendida, de forma que, em consonância com o princípio neminem laedere, inocorra o lucuplemento da vítima quanto a cominação de pena tão desarrazoada que não coíba o infrator de novos atos. 
 				O valor da indenização pelo dano moral, mais, não se configura um montante tarifado legalmente. A melhor doutrina reconhece que o sistema adotado pela legislação pátria é o sistema aberto, no qual o Órgão Julgador pode levar em consideração elementos essenciais, tais como as condições econômicas e sociais das partes, a gravidade da lesão e sua repercussão e as circunstâncias fáticas.Assim, a importância pecuniária deve ser capaz de produzir-lhe um estado tal de neutralização do sofrimento impingido, de forma a "compensar a sens ação de dor" experimentada e representar uma satisfação, igualmente moral.
 				Anote-se, por oportuno que não se pode olvidar que a presente ação, nos dias atuais, não se restringe a ser apenas compensatória; vai mais além, é verdadeiramente sancionatória, na medida em que o valor fixado a título de indenização reveste-se de pena civil.
				Nesse tocante, o Egrégio Superior Tribunal de Justiça, no tocante ao montante da indenização, por danos estéticos e morais, tem consagrado que:
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. MILITAR. ACIDENTE DURANTE O SERVIÇO MILITAR. PARAPLEGIA PERMANENTE. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E ESTÉTICOS. MAJORAÇÃO. 
1. Discute-se no caso o dever de o estado indenizar militar que, durante a prática de exercícios de treinamento do tiro de guerra, sofreu acidente que lhe atingiu a medula óssea, causando paraplegia. O acórdão recorrido condenou a união ao pagamento da quantia de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), a título de indenização por dano moral e estético. O recorrente postula o direito a verba autônoma para tratamento de saúde, a majoração do valor fixado a título de danos morais e estéticos, bem assim a incidência dos juros de mora a partir do evento danoso. 2. Os dispositivos de Lei federal que embasam a tese acerca do direito à verba autônoma para tratamento de saúde não receberam carga decisória pelo tribunal a quo, o que justifica aplicação, no ponto, das Súmulas nºs 282/stf e 211/stj. 3. Na esteira da jurisprudência desta corte e considerando o caso concreto, o valor da condenação a título de danos morais e estéticos deve ser majorado, em atendimento aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. 4. O termo inicial de incidência dos juros de mora é defendido de forma genérica, sem indicar o dispositivo de Lei federal violado e sem apontar nem sequer um julgado paradigma com o objetivo de demonstrar eventual dissenso pretoriano. Inteligência da Súmula nº 284/stf. 5. Recurso Especial conhecido em parte e, nesta parte, provido. (STJ - REsp 1.211.562; 2010/0160378-4; Segunda Turma; Rel. Min. Castro Meira; DJE 21/05/2013; Pág. 505)
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. ERRO DE LAUDO LABORATORIAL. PROVA DO NEXO DE CAUSALIDADE E DO DANO MORAL. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. REDUÇÃO DA INDENIZAÇÃO. INVIABILIDADE. RAZOABILIDADE NA FIXAÇÃO DO QUANTUM. SÚMULA N. 7/STJ. 
1. O Recurso Especial não comporta o exame de questões que impliquem revolvimento do contexto fático-probatório dos autos, a teor do que dispõe a Súmula n. 7/STJ. 2. No caso concreto, a análise das razões apresentadas pelo recorrente, quanto à insuficiência das provas da existência do nexo de causalidade e do dano moral, demandaria o reexame do conjunto fático-probatório. 3. Em hipóteses excepcionais, quando manifestamente evidenciado ser irrisório ou exorbitante o valor da indenização, a jurisprudência desta Corte permite o afastamento do referido óbice para possibilitar a revisão. 4. O Tribunal de origem, considerando as peculiaridades do caso concreto, reduziu a indenização, que havia sido fixada pelo Juízo singular em R$ 100.000,00 (cem mil reais) a título de danos moral e estético, decorrentes do erro de diagnóstico sobre a existência de neoplasia maligna (câncer) no pulmão do autor, para R$ 40.000,00 (quarenta mil reais), quantia que não se distancia dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. 5. Agravo regimental desprovido. (STJ - AgRg-AREsp 94.342; Proc. 2011/0222246-8; MT; Quarta Turma; Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira; Julg. 27/11/2012; DJE 06/12/2012)
ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL. INDENIZAÇÃO. DANO MORAL E ESTÉTICO. AMPUTAÇÃO DE MEMBRO SUPERIOR. QUANTUM NÃO DESPROPORCIONAL. SÚMULA Nº 7/STJ. 
1. Trata-se, na origem, de ação de indenização por responsabilidade civil com pedido de danos morais e estéticos decorrentes de omissão da prestação de serviço público de assistência à saúde, que resultou na amputação do membro superior esquerdo do autor. 2. A revisão do valor fixado na instância ordinária a título de danos morais (setenta salários mínimos) só é admitida quando irrisório ou exorbitante (precedentes do STJ), o que não se afigura no caso dos autos. Incidência da Súmula nº 7/STJ. 3. Agravo Regimental não provido. (STJ - AgRg-Ag-REsp 224.171; Proc. 2012/0180101-9; SP; Segunda Turma; Rel. Min. Herman Benjamin; Julg. 09/10/2012; DJE 31/10/2012)
DA PENSÃO MENSAL VITALÍCIA 
 				Evidencia-se, assim, que pelas lesões irreversíveis, aferidas pelo exame de corpo de delito, o Autor faz jus à pensão mensal vitalícia, proporcional à sua incapacidade, visto que a seqüela resultante do acidente implicou em redução de sua capacidade laborativa, ocorrendo depreciação para o exercício da profissão.
 				Com efeito, aquele que sofre lesão em sua integridade física capaz de reduzir o valor de seu trabalho, faz jus ao recebimento de indenização.
APELAÇÃO CÍVEL. 
Ação reparatória de danos advindos de acidente de trânsito. Veículo que choca-se com motocicleta que trafegava em sentido contrário ao inadvertidamente convergir à esquerda. Pensão vitalícia, lucros cessantes, dano estético, dano moral e danos materiais pleiteados. Sentença de provimento parcial. Irresignação do autor quanto ao afastamento dos lucros cessantes, dano moral e dano estético. Recurso provido. Em ação de indenização por acidente de trânsito, se o conjunto probatório dos autos, principalmente as testemunhas, o boletim de ocorrência, bem como os demais documentos instrutórios, demonstram a culpa e o nexo de causalidade entre o sinistro e o dano sofrido, caracterizados estão os requisitos da responsabilidade civil e, por conseguinte, evidente o dever de reparação dos abalos material, moral e estético (artigo 186 c/c artigo 927, ambos do Código Civil). Lucros cessantes. Sentença que julgou improcedente o pedido por falta de comprovação da diferença entre a remuneração habitual do acidentado e a quantia percebida a título de auxílio doença. Prova nos autos demonstrando o afastamento do trabalho em decorrência do acidente. Sentença reformada para deferir o pedido de condenação em lucros cessantes e remeter sua apuração para fase de liquidação de sentença. "Havendo prova do dano, apenas não se podendo precisar seu quantum, poderá o togado, mesmo que no segundo grau de jurisdição, julgar procedente o pedido quanto aos lucros cessantes, remetendo-o à liquidação de sentença para apuração dos efetivos valores devidos. " (AC n. 2006.026737-8, Rel. Des. Sérgio roberto baasch luz, DJ de 27-4-2007). Dano moral e dano estético. Sentença que denega a indenização do dano moral sob a justificativa de que acidente foi mero aborrecimento do cotidiano e nega a reparação do dano estético por ausência de fato constitutivo do direito do autor. Perícia judicial que atesta dano estético. Capacidade de flexão do joelho diminuída permanentemente. Havendo cicatriz ou deformidade inquestionável o direito à reparação do dano estético. Os danos morais são decorrentes do dano estético. Valor da reparação de ambos os danos fixados em trinta e cinco mil reais. Recurso provido. "A prova documental juntada aos autos - Laudo pericial - Não deixa dúvida em relação a cicatriz provocada pelo acidente, sendo inquestionável o fato do autor ter sofrido uma mudança na aparência do seu membro inferior direito, porquanto, a reparação pelos danos estéticos são plenamente devidos. Quanto ao dano moral, advém ele, justamente, da própria lesão estética. No laudo pericial constou: "houve redução funcional? [... ] sim, perda de aproximadamente 10% da flexão do joelho direito. [... ] resultou danos estéticos permanentes? sim – Pequeno. " (laudo pericial, fls. 251 e 252). Assim sendo, considerando, principalmente, a gravidade do dano, uma vez que a vítima teve sequelas permanentes na perna direita, conforme constatado no laudopericial, sendo submetido a procedimentos cirúrgicos, somado ao grau de culpa do réu e, ao nível econômico das partes, voto no sentido de reformar a sentença e fixar a indenização por danos morais cumulados com estéticos no valor de R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais). Recurso adesivo da seguradora ré. Sentença que reconhece a inclusão dos danos morais na cobertura pelos chamados danos corporais. Entendimento jurisprudencial que ratifica o estabelecido na decisão recorrida. Recurso não provido. "O dano moral é uma espécie de dano pessoal e, se o último estiver previsto no contrato de seguro, tem a seguradora a obrigação de ressarcir o abalo moral suportado pela vítima, mesmo porque, tratando-se aquele de contrato tipicamente de adesão, deve ser interpretado de maneira mais favorável ao aderente a distinção entre as lesões abarcadas pelo dano moral e estético autoriza a cumulação dos pedidos ressarcitórios. " (AC n. 2004.000562-8, Rel. Des. Stanley da Silva Braga, DJ de 10-7-2009). Recurso adesivo. Correção monetária e juros remuneratórios. Pretensão de contagem a partir da data da propositura da ação e data da citação, respectivamente. Súmula nº 54 do Superior Tribunal de Justiça. Correção monetária que conta-se a partir do efetivo desembolso. Sentença mantida. Recurso não provido. "Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de responsabilidade extracontratual. " (STJ, Súmula n. 54, DJ de 1-10-1992). A correção monetária visa o ressarcimento das perdas havidas com a desvalorização da moeda no curso do tempo. Não se pode admitir o enriquecimento sem causa da parte ré das perdas da moeda do período entre a data do desembolso a citação. Na responsabilidade extracontratual não há constituição em mora, do que tem-se que a partir da liquidação dos danos, começa a correr a atualização monetária. Ante o exposto, dar provimento ao recurso de apelação para condenar os réus nos lucros cessantes e no ressarcimento dos danos moral e estético, bem como negar provimento ao recurso adesivo são medidas que se impõe. (TJSC - AC 2011.089646-7; Joinville; Primeira Câmara de Direito Civil; Rel. Des. Carlos Prudêncio; Julg. 30/04/2013; DJSC 08/05/2013; Pág. 289)
APELAÇÃO CÍVEL. 
Ação sumária de indenização por danos materiais e morais decorrentes de acidente de veículo. Invalidez permanente. As provas carreadas aos autos comprovam sem sombra de dúvida que à época do acidente o veículo de placa jtu-2102 era de propriedade do município de moju, ora apelante (doc. De fls. 20), que não foi impugnado pelo apelante. A ele competia apresentar prova desconstitutiva do direito do autor e não o fez. Inteligência do artigo 333, II, do CPC. O proprietário é responsável pelo pagamento dos danos causados em acidente de trânsito por seu automóvel dirigido por preposto ou por pessoa de sua confiança que tem acesso ao veículo. O dano material. No caso o dano material se consubstancia na perda da capacidade laborativa, decorrente da lesão permanente da mão direita do autor, o que lhe impede ou dificulta de trabalhar para manter seu próprio sustento, direito este que se resolve através do arbitramento de pensão vitalícia, como o fez o juiz a quo. O dano moral. O acidente por si só já gera o dano moral. Pode ser mais contundente para sua configuração quando existentes lesões corporais sofridas em decorrência do acidente, bem como pelo período em que a vítima fica afastada sem poder exercer seu trabalho ou todos os problemas decorrentes do fato, como correr atrás de tratamentos médicos, consultas, as próprias dores e sofrimentos, sequelas, abalos psíquicos posteriores (traumas) e outros, enfim, tudo que possa ter uma ligação direta com o acidente provocado pelo ofensor engloba ainda mais a configuração do dano moral à pessoa vítima, tal como ocorreu no caso em tela, com lesões e sequelas irreversíveis. Apelo conhecido e parcialmente provido somente para modificar o quantum fixado na sentença a título de danos morais em R$ 100.000,00 (cem mil reais) para o quantum de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reis). Decisão unânime. (TJPA - AC 20113024535-6; Ac. 118359; Moju; Primeira Câmara Cível Isolada; Relª Desª Marneide Trindade Pereira Merabet; Julg. 08/04/2013; DJPA 17/04/2013; Pág. 186)
 				Também nada há que se decotar do pensionamento. Não importa se o Autor percebe auxílio do INSS. Tal fato não impede e nem se compensa o recebimento de pensão mensal vitalícia, porque os fatos ou as causas jurídicas de um e de outro são distintas.
 				Neste sentido, é a jurisprudência iterativa:
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. AÇÃO INDENIZATÓRIA. LEGITIMIDADE ATIVA DO ESPÓLIO CONFIGURADA. PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE. INEXISTÊNCIA DE PREJUÍZO AO RÉU. ART. 535 DO CPC. NÃO VIOLAÇÃO. DANO E NEXO DE CAUSALIDADE. REVOLVIMENTO DE FATOS E PROVAS. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA Nº 7/STJ. DANOS MATERIAIS CUMULAÇÃO COM PENSÃO PREVIDENCIÁRIA. POSSIBILIDADE. 
1. Impossível a pretendia extinção do processo por ilegitimidade da parte ativa, espólio, por contrastar com os princípios da instrumentalidade, economia e celeridade do processo, pois representaria tão somente alterar os nomes dos autores: a família do de cujus, postulando indenização por danos morais. (Precedente: RESP 921829/DF, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em 03/03/2009, DJe 31/03/2009.) 2. "A jurisprudência do STJ é pacífica no sentido de que, caracterizada a responsabilidade subjetiva do Estado, mediante a conjugação concomitante de três elementos - dano, omissão administrativa e nexo de causalidade entre o evento danoso e o comportamento ilícito do Poder Público -, é inafastável o direito do autor à indenização ou reparação civil dos prejuízos suportados. Rever tal entendimento implica reexame da matéria fático-probatória, obstado pela Súmula nº 7/STJ. " (AGRG no AG 1216939/RJ, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 02/03/2011; RESP 1191462/ES, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 14/09/2010). 3. A jurisprudência desta Corte é disposta no sentido de que o benefício previdenciário é diverso e independente da indenização por danos materiais ou morais, porquanto, ambos têm origens distintas. Este, pelo direito comum; aquele, assegurado pela Previdência; A indenização por ato ilícito é autônoma em relação a qualquer benefício previdenciário que a vítima receba. Precedentes: RESP 823.137/MG, Relator Ministro Castro Filho, Terceira Turma, DJ 30.06.2006; RESP 750.667/RJ, Relator Ministro Fernando Gonçalves; Quarta Turma, DJ 30.10.2005; RESP 575.839/ES, Relator Ministro Aldir Passarinho Junior, Quarta Turma, DJ 14.3.2005; RESP 133.527/RJ, Relator Ministro Barros Monteiro, Quarta Turma, DJ 24.2.2003; RESP 922.951/RS, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 10.2.2010. Agravo regimental improvido. (STJ - AgRg-AgRg-REsp 1.292.983; Proc. 2011/0266960-0; AL; Segunda Turma; Rel. Min. Humberto Martins; Julg. 01/03/2012; DJE 07/03/2012)
 				E ainda:
APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DE TRÂNSITO. ROTATÓRIA. PREFERÊNCIA. INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS. CONSERTO DA MOTOCICLETA. INDENIZAÇÃO LIMITADA AOS DANOS COMPROVADOS. DESPESA COM POSTAGEM. NÃO CABIMENTO. NOTIFICAÇÃO DISPENSÁVEL. AVARIA NA MERCADORIA TRANSPORTADA. DIREITO DO EMPREGADOR. LEGITIMAÇÃO EXTRAORDINÁRIA NÃO AUTORIZADA. INATIVIDADE DO EMPREGADO. LUCROS CESSANTES. BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. CUMULAÇÃO. POSSIBILIDADE. DANOS MORAIS. LESÃO À INTEGRIDADE FÍSICA. VIOLAÇÃO A DIREITO DA PERSONALIDADE. RECURSO PROVIDO EM PARTE. 
"O dano moral diz respeito a um prejuízo que atinge o patrimônio incorpóreo de uma pessoa natural ou jurídica, os direitos da personalidade, tais, V.g, o direito à vida e à integridade física, causando-lhe dor, desgosto, tristeza, pesar, sofrimento, angústia, amargura, depressão. " (AG no RESP nº 29.046/RS).. Quando veículos, transitando por fluxos que se cruzem, se aproximarem de local não sinalizado, terá preferência de passagem no caso de rotatória, aquele que estiver circulando por ela. "As despesas do processoprevistas no art. 20 do CPC incluem as custas de notificação premonitória, quando indispensável. " (RESP 19933/SP). Cabendo ao empresário suportar o risco do empreendimento, não é dado ao empregado pleitear, em nome, próprio, indenização pela mercadoria avariada em acidente de trânsito, posto tratar-se de direito do empregador. "É assente o entendimento nesta Corte no sentido de que a indenização previdenciária é diversa e independente da contemplada no direito comum, inclusive porque têm origens distintas: uma, sustentada pelo direito acidentário; a outra, pelo direito comum, uma não excluindo a outra (Súmula nº 229/STF), podendo, inclusive, cumularem-se. Precedentes. " (RESP 823.137/MG).. A indenização por danos morais deve ser arbitrada atentando-se para as circunstâncias da causa, o grau de reprovabilidade da conduta, as consequências do evento, sopesados sob o critério da razoabilidade o caráter pedagógico e o binômio reparação-punição. Caso em que as partes são beneficiárias da justiça gratuita, de parcos recursos financeiros, decorrendo o acidente de culpa leve, do que decorreu lesão à integridade física da vítima, que fraturou a tíbia, submetendo-se a cirurgia para colocação de prótese. (TJMG ​- APCV 1.0439.10.010478-5/001; Rel. Des. José Flávio de Almeida; Julg. 10/10/2012; DJEMG 22/10/2012)
 				In casu, é necessário que se fixe pensão mensal vitalícia, correspondente à remuneração antes auferida pelo Autor, incluídas as vantagens pessoais e gratificações natalinas.
 				Nem se alegue que tal pensionamento fique limitado no tempo até os 65 anos de idade.
 				O critério de fixação de idade limite de indenização só é utilizado quando há óbito da vítima e o pensionamento é atribuído a seus beneficiários, considerando a idade provável em que a vítima morta contribuiria no sustento do lar. Não é o caso. 
 				Tendo a vítima sobrevivido, embora com lesões e redução de capacidade laborativa, o pensionamento que se faz à mesma não pode supor uma idade de vida limite e provável, mas deve persistir enquanto esta tiver vida.
DA APLICAÇÃO DA “TEORIA DA PERDA DA CHANCE” 
 				Invoca-se, de outro modo, que a hipótese trazida à baila é absorvida pela teoria da perda da chance, já por demais consagrada pela doutrina e jurisprudência pátria. 
 				O palavra “chance”, no contexto ora em análise, é bem esclarecido por Sérgio Savi, quando leciona que:
“O termo chance significa, em sentido jurídico, a probabilidade de obter um lucro ou de evitar uma perda. Assim entendida, a perda de uma chance assumiria um valor econômico, um conteúdo patrimonial. “ (SAVI, Sérgio. Responsabilidade civil por perda de uma chance. 3ª Ed. São Paulo: Atlas, 2012, p. 13)
 				Nesse sentido:
APELAÇÃO CÍVEL. 
Ação de indenização por danos morais e materiais. Preliminar de ilegitimidade passiva rejeitada à unanimidade. Mérito. Conjunto probatório comprova cabalmente a relação entre a conduta do preposto da parte ré/apelante e o acidente. Aplicação do art. 14 do cdc e dos arts. 734 e 735 do cc. Responsabilidade do transportador de passageiros. Aplicação da teoria da perda de uma chance. Danos morais e materiais configurados. Sentença preservada- apelo desprovido. Decisão unânime. (TJPE - APL 0015191-25.2009.8.17.0001; Sexta Câmara Cível; Rel. Des. José Carlos Patriota Malta; Julg. 11/09/2012; DJEPE 20/09/2012; Pág. 67)
 				Dessarte, é inegável que, por conta do acidente ora levado em conta, o Autor terá uma expectativa frustrada de direito em relação a futuros contratos de trabalho, causando-lhe, obviamente, prejuízos de ordem patrimonial. 
 Nesse contexto, deve o Réu ser condenado, também, à reparar os danos financeiros correspondentes à perda de chances de alcançar novos enlaces contratuais trabalhistas, maiormente em face da parda parcial de órgão de seu corpo. 
PEDIDOS e REQUERIMENTOS
					Em arremate, requer e pede o Promovente que Vossa Excelência se digne de tomar as seguintes providências:
a) Determinar a citação do Requerido, por carta, com AR, instando-o a comparecer à audiência de conciliação designada, para, nesta, apresentar a defesa que entender pertinente, sob pena de, não comparecendo, serem considerados verdadeiros os fatos aqui narrados(CPC, arts. 275, § 2º);
b) pede, mais, sejam JULGADOS PROCEDENTES os pedidos formulados na presença Ação de Reparação de Danos, condenando o Réu a pagar as seguintes verbas ressarcitórias ao Autor:
1) Pagamento de danos morais 400(quatrocentos salários mínimos) e danos estéticos no importe de 100(cem) salários mínimos;
2) condenação a ressarcir os danos materiais, em face do conserto do veículo sinistrado, no importe de R$ 1.237,00(mil duzentos e trinta e sete reais)
3) seja condenado ao pagamento de pensão mensal vitalícia, correspondente à remuneração do mesmo à época dos fatos, incluídas as vantagens pessoais e gratificações natalinas;
4) condenar ao pagamento de despesas médicas, hospitalares e fisioterápicas, a ser apurado em liquidação de sentença;
5) na forma do art. 475-Q do Estatuto de Ritos, determinar a constituição de capital para assegurar o cumprimento da obrigação;
6) condenar, outrossim, o Réu a pagar os prejuízos financeiros advindos da impossibilidade de trabalho em face do dano físico ocasionado; 
7) todos os valores acima pleiteados sejam corrigidos monetariamente;
Súmula 43 do STJ – Incide correção monetária sobre dívida por ato ilícito a partir da data do efetivo prejuízo.
Súmula 54 do STJ – Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de responsabilidade extracontratual. 
8) seja o Requerido condenado ao pagamento de honorários de 20%(vinte por cento) sobre o valor da condenação, mormente levando-se em conta o trabalho profissional desenvolvido pelo patrono do Autor, além do pagamento de custas e despesas, tudo também devidamente corrigido.
Provará o alegado por todos os meios de prova em direitos admitidos, por mais especiais que sejam, sobretudo por prova pericial, se necessário for, oitiva de testemunhas ( a qual o rol de pronto deposita – CPC, art. 276 ), depoimento pessoal do Réu, o que desde já requer, sob pena de confesso.
				Concede-se à causa o valor de R$ 191.237,00(cento e noventa e um mil, duzentos e trinta e sete reais).
Respeitosamente, pede deferimento.
				_____________, __ de ____ de ______.
				 ________________
 Advogado – OAB 
ROL DE TESTEMUNHAS:
QUESITOS À PERÍCIA
1) O Autor sofreu lesão e/ou deformidade no pé ? Caso a resposta positiva, qual a causa ?
2) A lesão é permanente ? 
3) Qual o grau de comprometimento no labor do Promovente ?
4) o dano ocasionou algumas expectativa de trabalho futura na profissão desempenhada pelo Autor ?
5) Qual o salário do Autor e quanto ganha a título de remuneração previdenciária ?
6) Segundo o boletim de ocorrência trazido à baila, quem foi o culpado, segundo a perícia de trânsito, pelo sinistro ?
7) O Autor está comprometido psicologicamente em face do acidente ?
8) Qual o valor dos danos materiais ?
9) O Autor, em decorrência tem ou tivera de ter acompanhamento médico-hospitar ? Caso positivo, qual o valor e período ? Ainda terá que ser tratamento futuro, em decorrência do acidente ? 
 							Data Supra. 
Na forma do que preceitua o art. 365, inc. IV do Código Civil, todas as cópias reprográficas insertas com esta peça, sob minha responsabilidade, são declaradas como autênticas. 
_________________________
Advogado – OAB
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