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CURSO DE DIREITO CONSTITUCIONAL COM REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS

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DIREITO CONSTITUCIONAL III
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
 
INTRODUÇÃO: SUPREMACIA FORMAL DA CONSTITUIÇÃO (CONSTITUIÇÃO ESCRITA DO TIPO RÍGIDA): somente nos ordenamentos de Constituição escrita e rígida é possível a realização do controle de constitucionalidade. 
CONSTITUIÇÃO FLEXÍVEL (Inglaterra): o parlamento é poder legislativo e constituinte ao mesmo tempo, as decisões do parlamento não podem ser atacadas perante os tribunais, somente os atos praticados em decorrência de ato do parlamento é que podem ser examinados pelo Judiciário (DESCABE COGITAR DE IMPUGNAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE).
ESTADO DE DIREITO: pressupõe a existência de pelo menos um órgão autônomo estatal e independente do órgão encarregado da produção normativa, ao qual a própria CF atribua competência para verificação das normas ordinárias com seus princípios e regras (SEPARAÇÃO DOS PODERES).
PRESSUPOSTOS PARA O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE:
a) existência de uma Constituição RÍGIDA;
b) previsão constitucional de um mecanismo de fiscalização da validade das leis;
CONSIDERAÇÕES INICIAIS: 
a) a RIGIDEZ constitucional tem como consequência imediata o princípio da supremacia da CF;
b) o PRINCÍPIO DA SUPREMACIA FORMAL DA CONSTITUIÇÃO exige que todas as demais normas do ordenamento estejam de acordo com o texto constitucional;
c) as normas que não estiverem de acordo com a CF serão inválidas, INCONSTITUCIONAIS e deverão, por isso, ser retiradas do ordenamento;
d) há a necessidade que a CF outorgue competência para que algum órgão(s), INDEPENDENTE DO ÓRGÃO ENCARREGADO DA PRODUÇÃO LEGISLATIVA, fiscalize se a norma inferior está (ou não) contrariando o seu texto, para o fim de retirá-lo do mundo jurídico e restabelecer a harmonia do ordenamento;
e) sempre que o órgão competente realizar esse confronto entre a lei e a CF, estará ele efetivando o ''CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE''.
PLANO AXIOLÓGICO: CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE como base:
a) de um ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO;
b) do PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DOS PODERES;
c) da garantia maior do indivíduo frente ao Estado, na proteção de seus direitos fundamentais;
d) garantia da RIGIDEZ e SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO.
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PRESUNÇÃO DE CONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS: as leis e atos normativos estatais devem ser considerados constitucionais, válidos, legítimos até que venham a ser formalmente declarados inconstitucionais (o reconhecimento da inconstitucionalidade das leis é medida excepcional – sempre que se puder conferir a uma norma impugnada uma interpretação que a compatibilize com a CF deve o órgão de controle de constitucionalidade determinar a adoção dessa interpretação.
 
CONCEITO E ESPÉCIES DE INCONSTITUCIONALIDADES:
INCONSTITUCIONALIDADE: resulta do conflito de um comportamento, de uma norma ou de um ato com a CF. AÇÃO ou OMISSÃO que ofende, no todo ou em parte, a CF. Qualquer manifestação do Poder Público (ou de quem exerça, por delegação, atribuições públicas), por ação ou omissão, em desrespeito à CF.
ATOS TIPICAMENTE PRIVADOS QUE VIOLEM A CF: são também passíveis de impugnação, mas por mecanismos distintos, que não se enquadram, estritamente, no conceito de controle de constitucionalidade. 
PRINCÍPIOS E REGRAS DA CF (EXPRESSOS OU IMPLÍCITOS): não podem ser afrontados.
NORMAS CONSTITUCIONAIS ORIGINÁRIAS: estão fora da possibilidade de controle de constitucionalidade (ADI 815-DF, 1996).
PRINCÍPIO DA UNIDADE DA CONSTITUIÇÃO: NÃO HÁ NORMAS CONSTITUCIONAIS ORIGINÁRIAS ''SUPERIORES'' e ''INFERIORES'' (a CF/88 é um todo orgânico) – as normas originárias têm IGUAL DIGNIDADE.
NORMAS FORMAL E MATERIALMENTE CONSTITUCIONAIS: não tem qualquer influência para fins de controle de constitucionalidade a distinção em questão. 
TESE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS INCONSTITUCIONAIS (não adotada no Brasil): OTTO BACHOF – defende a existência de hierarquia entre normas constitucionais originárias, o que possibilitaria a existência de normas constitucionais originárias inconstitucionais.
 
CLÁUSULAS PÉTREAS: não são hierarquicamente superiores às demais normas – a proteção à cláusula pétrea é um limite à atuação do poder constituinte de reforma, não um parâmetro de aferição da validade das normas originárias.
DIREITO PRÉ-CONSTITUCIONAL: não está sujeito à aferição de constitucionalidade face à CF superveniente (STF: não cabe aferir a inconstitucionalidade, mas sim a recepção ou não recepção (REVOGAÇÃO) da norma pré-constitucional pela Constituição atual (o STF apenas declarará que a lei foi revogada).
INCONSTITUCIONALIDADE POR AÇÃO (positiva) E POR OMISSÃO (negativa): 
OMISSÃO: conduta omissiva frente a uma obrigação de legislar, imposta ao Poder Público pela própria CF – obstaculizando o exercício de um direito dependente de regulamentação (NORMA CONSTITUCIONAL DE EFICÁCIA LIMITADA).
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INCONSTITUCIONALIDADE OMISSIVA TOTAL: o Poder Público, obrigado a legislar por força de determinação da CF, não elabora a norma, permitindo a existência de uma LACUNA (EX: direito de greve dos servidores públicos civis, art. 37 VIII).
INCONSTITUCIONALIDADE OMISSIVA PARCIAL: O Poder Público produz a norma, mas o faz de modo insatisfatório. LEI EXCLUDENTE DE BENEFÍCIO INCOMPATÍVEL COM O PRINCÍPIO DA IGUALDADE: disciplina determinado direito previsto na CF, MAS EXCLUI de sua abrangência pessoas que deveriam ter sido alcançadas. 
 
INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL(nomoestática) E FORMAL (nomodinâmica): 
MATERIAL: desconformidade de conteúdo (lei que introduzisse no Brasil a pena de morte).
FORMAL (orgânica): desconformidade ligada ao processo de elaboração da norma. 
 
INCONSTITUCIONALIDADE TOTAL (todo o ato normativo) E PARCIAL (apenas parte da norma): 
PARCIAL (REGRA): inconstitucionalidade de apenas parte da lei ou ato normativo (a aferição da validade da norma é feita dispositivo por dispositivo, matéria por matéria, e não em bloco).
DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL: pode recair sobre fração de artigo, parágrafo, inciso ou alínea, ATÉ MESMO SOBRE UMA ÚNICA PALAVRA.
VETO JURÍDICO DO CHEFE DO PODER EXECUTIVO (art. 66 § 2°): que limita o exame da constitucionalidade do projeto de lei ao texto integral de artigo, parágrafo, inciso ou alínea NÃO ALCANÇA A DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE pelo Judiciário.
 
LIMITE À DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL: não poderá subverter o intuito da lei, mudando o seu sentido, sob pena de ofensa ao princípio da SEPARAÇÃO DOS PODERES (que impede a atuação do Poder Judiciário como LEGISLADOR POSITIVO).
SOLUÇÃO: se a declaração PARCIAL alterar o sentido ou alcance da norma, o Poder Judiciário DEVERÁ DECLARAR A INCONSTITUCIONALIDADE DE TODA A NORMA, sob pena de atuar como legislador positivo. 
STF (INDIVISIBILIDADE DAS LEIS): a declaração parcial só é admissível no controle abstrato quando se pode presumir que o restante do dispositivo seria editado independentemente da parte inconstitucional.
AGRAVAMENTO DO ESTADO DE INCONSTITUCIONALIDADE: o STF constata e existência de vício no ato normativo, mas, apesar disso NÃO DECLARA SUA INCONST. porque a retirada do ato viciado acabaria por resultar em uma lesão maior que a decorrente de sua manutenção.
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EX: LEI ESTADUAL Y: criou um adicional aos servidores, a cada cinco anos, de 7,5% sobre o vencimento. O Governador envia um projeto para a Assembleia Legislativa reduzindo esse percentual para 5%. Durante a tramitação o projeto sofreu uma emenda aumentando o percentual para 6%. A lei foi aprovada prevendo o percentual de 6%. A norma foi impugnada no STF (é inconstitucional, em leis de iniciativa privativa do Chefe do Executivo, o dispositivo resultante de emenda parlamentar que acarrete aumento de despesa. O STF, no caso, reconheceria a inconstitucionalidade, mas deixaria de pronunciá-la, porque a supressão do artigo (6%) resultaria em aumento da despesa ainda maior, eis que retornaria o percentual da lei anterior de 7,5%, que foi revogada pela lei impugnada, frustrando de maneira ainda mais grave a vedação à emenda parlamentar
que aumente despesa em projeto de iniciativa privativa do Executivo. 
TOTAL (EX: INICIATIVA VICIADA).
DECLARAÇÃO PARCIAL DE INCONSTITUCIONALIDADE SEM REDUÇÃO DE TEXTO (Lei 9868/99, art. 28):
STF: recorre a essa prática quando constata a existência de uma regra legal inconstitucional que, em razão da redação adotada pelo legislador, não tem como ser excluída do texto da lei sem que a supressão acarrete um resultado indesejado (NENHUMA PALAVRA É SUPRIMIDA do texto da lei). 
SOLUÇÃO: a aplicação da lei é tida como inconstitucional em relação a determinadas pessoas, ou a certos períodos (em relação a outras pessoas ou períodos, ela continuará plenamente válida e aplicável). 
EXEMPLO: LEI Z estabeleceu prerrogativas a uma determinada categoria de servidores públicos
Art. 1° São prerrogativas dos titulares do cargo AAA:
I) prerrogativa ''a'';
II) prerrogativa ''b'';
III) prerrogativa ''c'';
prerrogativa ''d''.
Art. 2° Aplicam-se aos titulares do cargo BBB as prerrogativas previstas nos incisos I a III do art. 1°.
O art. 2° foi impugnado no STF, que entendeu que somente a extensão da prerrogativa ''b'' ao cargo BBB foi inconstitucional. O STF não teria como retirar essa regra do texto da lei por meio da supressão de alguma palavra ou expressão (o art. 2° não contém citação expressa do inciso II do art. 1°). Também não é possível suprimir o inciso II do art. 1°, porque é válida a prerrogativa ''b'' ao cargo AAA. SOLUÇÃO: o STF pode utilizar a DECLARAÇÃO DE INCONST. PARCIAL SEM REDUÇÃO DE TEXTO para afastar a aplicação do inciso II do art. 1° ao cargo BBB, MANTENDO-O em relação ao cargo AAA.
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INTERPRETAÇÃO CONFORME A CONSTITUIÇÃO (Lei 9868/99, art. 28): técnica de decisão. STF: quando ocorre de uma disposição legal comportar mais de uma interpretação e se constata que algumas dessas interpretações são inconstitucionais, ou que somente uma das interpretações possíveis está de acordo com a CF.
ATUAÇÃO COMO LEGISLADOR NEGATIVO:
a) STF declara que a lei é inconstitucional, DESDE QUE dada a ela determinada interpretação – ficam eliminadas as outras interpretações que a lei possibilitaria, mas que seriam contrárias ao texto da CF. 
b) STF declara que a lei é constitucional, EXCETO SE for adotada uma certa interpretação conflitante com a CF – o aplicador poderá optar por qualquer das interpretações, MENOS UMA.
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL: quando adota a técnica julga PROCEDENTE a ADI (declara inconstitucionais todas as interpretações, que não sejam compatíveis com a CF). 
GILMAR FERREIRA MENDES: nesses casos a pronúncia deveria ser pela constitucionalidade do ato normativo (não acolhimento do pedido da ADI). 
INTERPRETAÇÃO CONFORME ≠ DECLARAÇÃO DE INCONST. S/ REDUÇÃO DE TEXTO:
* restrição à incidência da lei – não há nenhuma interpretação possível que torne compatível com a CF a integralidade do dispositivo. Por isso, a aplicação de parte do dispositivo resultará em inconstitucionalidade, sem possibilidade de ser adotada alguma interpretação que a torne válida.
a lei, desde que interpretada como estabelecido no STF, será aplicável a todas as pessoas e situações que se enquadrem em seu espeque normativo (EFICÁCIA PLENA).
INTERPRETAÇÃO CONFORME NO CONTROLE DIFUSO: embora positivada no controle abstrato, tem sido utilizada na via incidental (com EFICÁCIA INTER PARTES). 
 
INCONSTITUCIONALIDADE DIRETA E INDIRETA:
DIRETA: a inconstitucionalidade resulta do confronto direto entre a norma infraconstitucional e a CF.
ATOS ADMINISTRATIVOS: DECRETO AUTÔNONOMO: pode padecer de vício de inconst. direto (invasão da reserva de lei). 
INDIRETA (REFLEXA): o vício não decorre de violação direta da CF.
EXEMPLO: se um decreto regulamentar, expedido para a fiel execução da lei, extrapola os limites desta (ainda que em desrespeito à CF), não será hipótese de inconst. direta (pois o fundamento de validade do decreto regulamentar não é diretamente a CF, mas sim a lei regulamentada).
CONFLITO ENTRE NORMA SECUNDÁRIA E A NORMA PRIMÁRIA (ainda que viole a CF): NÃO CONSTITUEM OFENSA DIRETA À CF. 
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STF: EQUIPARA A INCONST. REFLEXA À MERA ILEGALIDADE: a inconst. reflexa não poder ser objeto do controle de constitucionalidade. 
INCONST. REFLEXA ≠ INCONSTITUCIONALIDADE DERIVADA (consequente – quando a declaração de inconst. da norma PRIMÁRIA leva ao automático e inevitável reconhecimento da invalidade das normas SECUNDÁRIAS, expedidas em função dela.
INCONSTITUCIONALIDADE ORIGINÁRIA E SUPERVENIENTE: 
ORIGINÁRIA: macula o ato no momento da sua produção, em razão de desrespeito à CF.
EXEMPLO: inconstitucionalidade originária de uma lei produzida em 1985 – o confronto desta será com a Constituição de 1969 (em vigor quando o diploma foi elaborado).
SUPERVENIENTE: invalidade da norma resulta da incompatibilidade com texto constitucional futuro (originário ou derivado).
EXEMPLO: uma lei de 1985 torna-se supervenientemente inconstitucional em razão do advento da CF de 1988. Ou uma lei atual se torna inconstitucional pelo advento de nova CF ou EC.
STF: NÃO ADMITE A EXISTÊNCIA DE INCONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE: a superveniência de texto constitucional opera simples REVOGAÇÃO do direito pretérito. 
INCONSTITUCIONALIDADE CIRCUNSTANCIAL: a aplicação de uma norma, formalmente constitucional, pode gerar uma inconstitucionalidade, pelas circunstâncias do caso concreto.
EXEMPLO. ADI 223: discussão sobre a const. das normas que vedavam a concessão de tutela antecipada e liminares em face da fazenda pública, nos casos de: 1) reenquadramento de servidor público; 2) concessão de tutela antecipada para que o Estado custeasse cirurgia de vida ou morte. Neste segundo caso, dada a circunstância, a lei seria inconstitucional (art. 5° XXXV). 
INCONSTITUCIONALIDADE ''CHAPADA'', ''ENLOUQUECIDA'', ''DESVAIRADA'': casos de inconstitucionalidade FLAGRANTE, manifesta, evidente.
 
SISTEMAS DE CONTROLE:
CONTROLE JUDICIAL: o controle é realizado pelo Poder Judiciário (competência para declarar a inconstitucionalidade das leis). ORIGEM: EUA – primeiro Estado a reconhecer a competência dos juízes e tribunais do Judiciário para, nos casos concretos submetidos à sua apreciação, declarar a inconstitucionalidade das leis. ADOTADO PELA CF/88.
CONTROLE POLÍTICO: o controle é realizado por órgão que não integra o Poder Judiciário (FRANÇA: a fiscalização do controle de constitucionalidade é de incumbência do CONSELHO CONSTITUCIONAL, órgão que se situa fora da estrutura orgânica dos demais poderes). 
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VETO JURÍDICO do Chefe do Executivo.
CONTROLE MISTO: o controle é realizado em parte pelo Poder Judiciário, em parte por órgão que não integra o Poder Judiciário (SUIÇA: as leis nacionais submetem-se ao controle político e as leis locais são fiscalizadas pelo Poder Judiciário). 
 
MODELOS DE CONTROLE:
DIFUSO: (via incidental ou de exceção): a competência para fiscalizar a validade das leis é outorgada a todos os componentes do Poder Judiciário (juiz ou tribunal). QUALQUER ÓRGÃO DO PODER JUDICIÁRIO poderá reconhecer a inconstitucionalidade das leis
ORIGEM: EUA, a partir do caso MARBURY v. MADISON (1803). A Suprema Corte Americana, sob o comando do Chief Justice John Marshall, firmou o entendimento de que o Poder Judiciário pode deixar de aplicar uma lei, por entendê-la inconstitucional. 
CONCENTRADO: instalado inicialmente na Áustria, sob a influência de HANS KELSEN. A competência para realizar o controle de constitucionalidade é outorgada somente a um órgão de natureza jurisdicional (ou, excepcionalmente, a um número limitado de órgãos. SOMENTE O ÓRGÃO DE CÚPULA DO JUDICIÁRIO REALIZA O CONTROLE.
ORIGEM: ÁUSTRIA (1920): a fiscalização da validade das leis representava tarefa especial, que não deveria ser conferida a todos os membros do Poder Judiciário, mas SOMENTE a uma Corte Constitucional, que deveria exercer EXCLUSIVAMENTE essa função (Tribunal Constitucional Austríaco – função exclusiva). KELSEN: a função precípua do controle concentrado não seria a solução de casos
concretos, mas sim a anulação abstrata da lei incompatível com a Constituição.
VIAS DE AÇÃO (modo de impugnação de uma lei perante o Poder Judiciário): 
DE QUE FORMA UMA LEI PODERÁ SER IMPUGNADA PERANTE O PODER JUDICIÁRIO?
VIA INCIDENTAL (CONCRETA, DE DEFESA OU DE EXCEÇÃO): o controle é instaurado diante de uma controvérsia concreta, com o fim de afastar a aplicação da lei ao caso concreto (a apreciação da inconstitucionalidade não é o objeto principal do pedido, MAS UM INCIDENTE do processo, um pedido acessório – o provimento judicial principal será o reconhecimento do direito pleiteado pela parte, decorrente do afastamento da lei àquele caso concreto). 
PODE SER EXERCIDO PERANTE QUALQUER JUIZ OU TRIBUNAL DO JUDICIÁRIO e em qualquer processo judicial (cível, criminal, trabalhista etc).
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VIA PRINCIPAL (ABSTRATA): o controle é instaurado em tese, na defesa do ordenamento. Não há caso concreto – não há interesses subjetivos a serem tutelados.
PROCESSO OBJETIVO: não existem partes, tampouco direitos subjetivos a serem defendidos.
O PEDIDO DA AÇÃO É A PRÓPRIA QUESTÃO DA INCONSTITUCIONALIDADE.
 
MOMENTO DO CONTROLE: 
PREVENTIVO: a fiscalização da validade da norma incide sobre o projeto, ANTES de a norma estar pronta e acabada. 
EXEMPLO: CCJ das Casas do CN; VETO JURÍDICO; MANDADO DE SEGURANÇA impetrado por parlamentar visando SUSTAR A TRAMITAÇÃO DE EMENDA ou de PROJETO DE LEI com ofensa à CF. 
NÃO SE DECLARA A INCONSTITUCIONALIDADE – tem por fim evitar a produção de uma norma inconstitucional.
REPRESSIVO: incide sobre a norma pronta e acabada. 
FINALIDADE: RETIRAR uma norma inconstitucional do ordenamento. 
 
HISTÓRICO DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NO BRASIL:
MODELO BRASILEIRO: conjugação dos modelos DIFUSO e CONCENTRADO – alcançando não só as leis em sentido estrito, mas também os atos administrativos em geral. 
CONSTITUIÇÃO DE 1824:
a) NÃO CONTEMPLAVA QUALQUER SISTEMA ASSEMELHADO AO ATUAL.
b) PODER LEGISLATIVO: competência para ''fazer leis, interpretá-las, suspendê-las e revogá-las'', bem como ''velar na guarda da Constituição'' (art. 15).
c) PODER JUDICIÁRIO NÃO TINHA COMPETÊNCIA PARA DECLARAR A INCONST. 
 
CONSTITUIÇÃO DE 1891 (influenciada pelo constitucionalismo dos EUA):
a) ABANDONA O SISTEMA ESTRITAMENTE POLÍTICO DE CONTROLE.
b) CRIOU UM ABRANGENTE SISTEMA DE CONTROLE DIFUSO NO BRASIL: a arguição de inconstitucionalidade somente era possível na via incidental, diante de um caso concreto.
c) RECONHECIMENTO DA INCONSTITUCIONALIDADE: não retirava a lei do ordenamento, mas, tão somente, afastava a sua aplicação ao caso concreto.
 
CONSTITUIÇÃO DE 1934
a) PROFUNDAS ALTERAÇÕES (criação de novos mecanismos).
b) INSTITUIÇÃO DA RESERVA DE PLENÁRIO: somente a maioria absoluta dos membros dos tribunais do Judiciário dispõem de competência para declarar a inconstitucionalidade das leis e atos normativos. FORTALECIMENTO DA PRESUNÇÃO DE CONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS (segurança jurídica).
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c) COMPETÊNCIA DO SENADO FEDERAL para suspender a execução de uma lei com eficácia ERGA OMNES, em face da declaração de sua inconstitucionalidade pelo PJ (no caso concreto).
d) CRIAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO INTERVENTIVA: para fiscalizar a intervenção da União.
e) INSTITUIU O MANDADO DE SEGURANÇA. 
 
CONSTITUIÇÃO DE 1937
a) RETROCESSO NO SISTEMA DE CONTROLE.
b) PRESERVOU O CONTROLE DIFUSO.
c) ENFRAQUECEU A COMPETÊNCIA DO PJ (quase aboliu a separação dos poderes – art. 96).
d) RECONSTITUCIONALIZAÇÃO: o Chefe do Poder Executivo poderia submeter novamente ao Parlamento a lei já declarada inconstitucional pelo Poder Judiciário. Caso confirmada pelo Parlamento a legitimidade da norma, esta voltaria a ser aplicada, desconsiderando-se a decisão do PJ.
e) O MS DEIXOU DE SER GARANTIA CONSTITUCIONAL: passou a se previsto em lei ordinária, e não poderia ser impetrado contra atos do Presidente da República, dos Ministros de Estado, Governadores e interventores dos estados.
f) DEIXOU DE CONSTAR DO TEXTO DA CONSTITUIÇÃO A COMPETÊNCIA DO SF PARA SUSPENDER A EXECUÇÃO DE LEI DECLARADA INCONSTITUCIONAL PELO STF. 
g) RETIROU DA CONSTITUIÇÃO A REPRESENTAÇÃO INTERVENTIVA.
 
CONSTITUIÇÃO DE 1946
a) TROUXE DE VOLTA AS DISPOSIÇÕES SUPRIMIDAS PELA CARTA DE 1937.
b) O CONTROLE DIFUSO VOLTOU A SER EXERCIDO COM EXCLUSIVIDADE PELO PJ (sem a possibilidade de outro Poder tornar ''sem efeito'' as suas decisões).
c) RESTAUROU A COMPETÊNCIA DO SENADO FEDERAL (para suspender a execução de lei declarada inconstitucional pelo STF).
d) REPRESENTAÇÃO INTERVENTIVA: a decretação da intervenção federal ficou condicionada à prévia manifestação do STF. 
e) LEGITIMIDADE PARA A REPRESENTAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE perante o STF: confiada ao PGR (art. 8°). 
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EMENDA CONSTITUCIONAL 16/1965
a) INTRODUZIU O CONTROLE ABSTRATO DE CONSTITUCIONALIDADE (ADI de normas federais e estaduais em face da CF): 
b) COMPETÊNCIA: atribuída ao STF.
c) LEGITIMIDADE EXCLUSIVA DO PGR: 
d) PASSOU A ADMITIR A DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE EM TESE, por meio de CONTROLE CONCENTRADO, pela VIA DIRETA. 
 
CONSTITUIÇÃO DE 1967 E EMENDA CONSTITUCIONAL 01 DE 1969
a) MANTEVE O CONTROLE CONCRETO E ABSTRATO.
b) não houve inovações.
 
CONSTITUIÇÃO DE 1988
a) MANTEVE O CONTROLE DIFUSO E O CONCENTRADO (BRASIL: adotou inicialmente o sistema norte-americano (difuso), evoluindo aos poucos para um sistema misto e peculiar, que combina o modelo difuso, por via incidental, com o concentrado, por via de ação direta).
b) AMPLIAÇÃO DO ROL DE LEGITIMADOS PARA A INSTAURAÇÃO DO CONTROLE ABSTRATO PERANTE O STF (ADI) – ART. 103, I A IX (quebrando o monopólio do PGR)
c) CRIOU NOVAS AÇÕES NO ÂMBITO DO CONTROLE CONCENTRADO: 
c.1) ADIN POR OMISSÃO;
c.2) ADPF, 
c.3) ADC (EC 3/93), 
c.4) MANDADO DE INJUNÇÃO, 
c.5) SÚMULA VINCULANTE (EC 45/04).
d) INSTITUIÇÃO DO CONTROLE ABSTRATO NO ÂMBITO DOS ESTADOS (representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Const. Estadual – 125 § 2°).
e) CRIAÇÃO DA INCONSTITUCIONALIDADE PRO FUTURO (MODULAÇÃO) – Lei 9868/99 e 9882/99 (ADPF): STF poderá, ao proclamar a inconstitucionalidade de uma lei, conferir eficácia não retroativa à sua decisão (EX NUNC), ou até mesmo fixar um outro momento para o início dos seus efeitos. 
f) EMENDA CONSTITUCIONAL 45/2004 – INOVAÇÕES:
f.1) ampliação dos legitimados para a ADC;
f.2) criação da SÚMULA VINCULANTE do STF (art. 103-A).
f.3) REPERCUSSÃO GERAL das questões constitucionais discutidas, para a admissibilidade do recurso extraordinário. 
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JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL
BRASIL: CONTROLE PREDOMINANTEMENTE REALIZADO PELO PJ.
CONTROLE DIFUSO: qualquer interessado, no curso de um processo judicial, pode suscitar, incidentalmente, uma controvérsia constitucional, perante qualquer órgão do PJ.
CONTROLE ABSTRATO: somente os legitimados pela CF poderão, perante o STF, questionar a constitucionalidade, EM TESE, de uma lei.
VIA ABSTRATA – INSTAURADA EXCLUSIVAMENTE PERANTE O STF. AÇÕES:
a) AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (ADI).
b) AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO (ADO).
c) AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE (ADC).
d) ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL (ADPF).
e) AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE INTERVENTIVA (ADI interventiva).
VIA ABSTRATA NOS ESTADOS E NO DF: para a defesa da respectiva Constituição estadual e da Lei Orgânica, respectivamente. 
BRASIL: TODOS OS ÓRGÃOS DO PJ EXERCEM JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL
a) COMBINAÇÃO DOS MODELOS DIFUSO E CONCENTRADO.
b) SOMENTE A JURISDIÇÃO CONCENTRADA EM FACE DA CF É EXCLUSIVA DO STF (o Tribunal de Justiça de cada estado e do DF exercem controle concentrado em defesa da Const. Estadual). 
 
REGRA GERAL:
1) O CONTROLE INCIDENTAL E REALIZADO NO MODELO DIFUSO (incidental).
2) A FISCALIZAÇÃO ABSTRATA É EXERCIDA DE FORMA CONCENTRADA.
EXCEÇÕES:
 
1) CONTROLE INCIDENTAL NA FORMA CONCENTRADA: a competência para o controle de constitucionalidade está concentrada no STF (controle
concentrado), mas a ação trata de um caso concreto, sendo a questão constitucional discutida incidentalmente (controle incidental). EXEMPLO: HABEAS CORPUS, HABEAS DATA E O MS (art. 102, I ''d'').
CONTROLE DO PROCESSO LEGISLATIVO. STF: admite a impetração de MS por parlamentar para sustar o andamento da proposição legislativa. CASO DE CONTROLE CONCENTRADO (competência exclusiva do STF), INCIDENTAL (diante de um caso concreto).
 
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2) CONTROLE ABSTRATO NA FORMA DIFUSA: hipótese em que o controle abstrato envolve mais de um tribunal (difuso) – uma LEI ESTADUAL ou MUNICIPAL é impugnada no controle ABSTRATO perante o Tribunal de Justiça por VIOLAR NORMA DA CONST. ESTADUAL QUE SEJA MERA REPRODUÇÃO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. NESSE CASO SERÁ CABÍVEL RECURSO EXTRAORDINÁRIO PARA O STF. 
CONCLUSÃO: as expressões ''controle concentrado'' e ''controle abstrato'' nem sempre coincidem.
 
FISCALIZAÇÃO NÃO JURISDICIONAL: 
OBS. INSTAURAÇÃO DO CONTROLE ABSTRATO NÃO OBSTA a possibilidade de a mesma norma ser impugnada simultaneamente no controle incidental, diante de um caso concreto.
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PODER LEGISLATIVO:
 
CONTROVÉRSIA: parte da doutrina REFUTA a possibilidade de atuação desse Poder - não se pode considerar controle de constitucionalidade a manifestação sobre a validade de uma norma emitida pelo próprio Poder encarregado de elaborar essa norma. 
CF/88: o Poder Legislativo exerce controle de constitucionalidade:
1) COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA (CCJ): no âmbito das Casas do CN.
2) VETO LEGISLATIVO, art. 49, V da CF: autoriza o CN a SUSTAR ATOS NORMATIVOS do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites da delegação legislativa.
HIPÓTESES:
2.1) Poder Executivo exorbita dos limites do poder regulamentar, na edição de atos infralegais regulamentares;
2.2) Poder Executivo exorbita dos limites da delegação legislativa, na edição de leis delegadas.
2.3) EFEITOS DA SUSTAÇÃO: EX NUNC (por meio de decreto legislativo – não precisa recorrer ao PJ).
3) APRECIAÇÃO DAS MEDIDAS PROVISÓRIAS: o Legislativo poderá rejeitar totalmente a MP, seja pelo desatendimento aos pressupostos constitucionais (relevância e urgência), seja por entender o CN que a MP contraria a CF.
4) COMPETÊNCIA DO SENADO FEDERAL PARA SUSPENDER A EXECUÇÃO (no todo ou em parte) DE LEI DECLARADA INCONSTITUCIONAL PELO STF (em decisão definitiva) – (art. 52, X) – típico controle político repressivo.
POSSIBILIDADE DE ULTERIOR APRECIAÇÃO JUDICIAL: as manifestações do Legislativo NÃO são dotadas de força definitiva. EXEMPLO: a manifestação da CCJ pela const. do projeto não afasta a competência do PJ para, ulteriormente, declarar inconstitucional a lei resultante.
 
DUAS OBSERVAÇÕES: 
1) IMPOSSIBILIDADE DO PODER LEGISLATIVO SUSPENDER DECISÃO JUDICIAL QUE TENHA DECLARADO A INCONSTITUCIONALIDADE DE ATO NORMATIVO: previsão na Constituição de 1937 – RECONSTITUCIONALIZAÇÃO – CF/88 art. 60 § 4° III).
2) NÃO SE ADMITE A DECLARAÇÃO DA INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI OU ATO NORMATIVO COM FORÇA DE LEI POR LEI OU ATO NORMATIVO POSTERIORES: não pode o CN declarar, por meio de nova lei, a nulidade da lei anterior, sob o fundamento de inconstitucionalidade. O caso será de MERA REVOGAÇÃO com EFEITOS EX NUNC.
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PODER EXECUTIVO: 
TRÊS SITUAÇÕES: 
1) VETO JURÍDICO (com fundamento na inconstitucionalidade da norma -art. 66 § 1°) - aplica-se a SIMETRIA. CONTROLE PREVENTIDO. NÃO É DEFINITIVO (pode ser derrubado pelo CN pelo voto da maioria absoluta dos seus membros em sessão conjunta).
2) POSSIBILIDADE DE INEXECUÇÃO PELO CHEFE DO PODER EXECUTIVO DE LEI POR ELE CONSIDERADA INCONSTITUCIONAL - STF: o Chefe do Executivo pode determinar aos seus órgãos subordinados que deixem de aplicar administrativamente as leis ou atos com força de lei que considere inconstitucionais. 
2.1) COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DO CHEFE DO EXECUTIVO: o que veda a possibilidade de qualquer funcionário subalterno descumprir a lei sob a alegação de inconstitucionalidade. 
2.2) DECISÃO DEFINITIVA E VINCULANTE DO PODER JUDICIÁRIO: somente poderá ser exercida caso inexista manifestação definitiva e vinculante do PJ sobre a constitucionalidade da lei. Eventual desobediência de Governadores e Prefeitos enseja INTERVENÇÃO (art. 34 VI c/c 34 IV). 
2.3) DETERMINAÇÃO DE NÃO APLICAÇÃO DA LEI E DECISÃO ULTERIOR: se o PJ vier a a considerar a lei CONSTITUCIONAL, a autoridade deverá restabelecer, de imediato, a sua aplicação. 
3) PROCESSO DE INTERVENÇÃO (art. 84, X): nos casos constitucionalmente admitidos, o Chefe do Executivo pode decretar a intervenção, como meio de restabelecer o cumprimento da CF.
 
TRIBUNAIS DE CONTAS:
STF (SÚMULA 347): ''os tribunais de contas possuem competência para realizar o controle de constitucionalidade das leis e atos normativos do Poder Público, podendo afastar a aplicação daqueles que entenderem inconstitucionais'' (NÃO AFASTA O CONTROLE ULTERIOR PELO PJ). 
 
CONTROLE DIFUSO DE CONSTITUCIONALIDADE (por via de exceção, concreto, via de defesa, indireto incidenter tantum):
ORIGEM: EUA.
CONTROVÉRSIA SOBRE A CONSTITUCIONALIDADE: é acessória.
OBJETO PRINCIPAL: reconhecimento ou a proteção de um direito aduzido no caso concreto.
CABIMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
*
LEGITIMAÇÃO ATIVA:
 
a) AS PARTES NO PROCESSO.
b) TERCEIROS ADMITIDOS COMO INTERVENIENTES NO PROCESSO.
c) REPRESENTANTE DO MINISTÉRIO PÚBLICO.
d) JUIZ OU TRIBUNAL, DE OFÍCIO (afastando a aplicação da norma no caso concreto). 
 
ESPÉCIES DE AÇÕES JUDIDICIAS: 
TODA E QUALQUER AÇÃO SUBMETIDA À APRECIAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO (cível, criminal, eleitoral, trabalhista etc): o controle difuso pode ser iniciado em toda e qualquer ação em que haja um interesse concreto em discussão. 
NÃO IMPORTA A ESPÉCIE DE PROCESSO (conhecimento, execução, cautelar, seja qual for a matéria discutida).
MS, HC, HD, AÇÃO POPULAR: todas são idôneas ao controle concreto.
AÇÃO CIVIL PÚBLICA: como a decisão proferida nessa ação coletiva tem eficácia ERGA OMNES, muitos entenderam que o controle implicaria USURPAÇÃO da competência do STF. 
STF: a ACP pode ser utilizada como instrumento de controle, desde que com feição de controle incidental – isto é – desde que tenha como pedido principal certa e concreta pretensão e, apenas como fundamento desse pedido, seja suscitada a inconstitucionalidade da lei em que se funda o ato cuja anulação é pleiteada.
NÃO SE ADMITE O USO DA ACP COMO SUCEDÂNEO DA ADI (tendo por objeto principal a declaração de inconstitucionalidade, em tese, de lei ou ato normativo do Poder Público - nessa situação haveria usurpação da competência do STF.
PODERÁ TER COMO OBJETO TODA E QUALQUER ESPÉCIE NORMATIVA: inclusive os editados sob a égide das Constituições pretéritas – RECEPÇÃO OU REVOGAÇÃO pela CF/88.
 
COMPETÊNCIA: 
QUALQUER ÓRGÃO DO PODER JUDICIÁRIO, JUIZ OU TRIBUNAL.
DECLARAÇÃO DE INCONST. PELOS TRIBUNAIS. DA RESERVA DE PLENÁRIO (art. 97):
NOÇÃO: exigência const. de procedimento especial para a declaração de inconstitucionalidade por qualquer tribunal do País, na sua esfera de competência, SOB PENA DE NULIDADE da decisão.  
REFORÇO À PRESUNÇÃO DE CONSTITUCIONALIDADE: se o QUORUM não for alcançado, a norma será tida como CONSTITUCIONAL.
ÓRGÃO ESPECIAL: ART. 93, XI.
ÓRGÃOS FRACIONÁRIOS (turmas, câmaras, seções) E MONOCRÁTICOS DOS TRIBUNAIS: estão impedidos de declarar a inconstitucionalidade das leis.
*
PROCEDIMENTO: 
a) acatada a arguição de inconstitucionalidade pelo órgão fracionário:
b) o incidente será submetido ao Plenário ou ao órgão especial para que decida sobre a questão constitucional .
c) decidida a questão constitucional, os autos são DEVOLVIDOS ao órgão fracionário, para que este decida o caso concreto e lavre o respectivo acórdão (aplicando a posição firmada pelo pleno ou órgão especial sobre a inconstitucionalidade.
A RESERVA DE PLENÁRIO VINCULA TODOS OS TRIBUNAIS DO PAÍS.
SÚMULA VINCULANTE n° 10: ''Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, art. 97) a decisão de órgão
fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta a sua incidência no todo ou em parte''. 
DESRESPEITO À RESERVA DE PLENÁRIO: nulidade absoluta da decisão (seja no controle incidental, seja no concentrado). 
 
STF: FLEXIBILIZAÇÃO DA RESERVA DE PLENÁRIO (art. 481, parágrafo único do CPC): 
RAZÃO DE SER DA RESERVA DE PLENÁRIO: necessidade de evitar que órgãos fracionários apreciem, PELA PRIMEIRA VEZ, a pecha da inconstitucionalidade. 
SÍNTESE (FLEXIBILIZAÇÃO):
* a exigência da reserva de plenário somente é aplicável à apreciação da PRIMEIRA controvérsia envolvendo a inconstitucionalidade de determinada lei;
* a partir do momento em que já houver decisão do plenário ou do órgão especial do respectivo tribunal, ou do plenário do STF, não mais há que se falar em cláusula de reserva de plenário, passando os órgão fracionários a dispor de competência para proclamar, eles próprios, a inconst. da lei, observado o precedente fixado por um daqueles órgãos.
* se houver divergência entre a decisão do tribunal e a decisão do STF, deverão os órgãos fracionários dar aplicação, nos casos futuros submetidos a sua apreciação, à decisão do STF. 
 
NÃO SE SUBMETE À RESERVA DE PLENÁRIO O DIREITO PRÉ-CONSTITUCIONAL.
PARÂMETRO DE CONTROLE: 
CONTROLE INCIDENTAL: (ao contrário da via abstrata) pode ser realizado em face de Const. pretérita, revogada – é possível na via incidental que o Poder Judiciário declare na vigência da CF/88, a inconstitucionalidade de uma lei pré-constitucional, por ofensa à Constituição da época da edição da lei (EXEMPLO: Lei Y de 1975, incompatível com a CF de 1969).
EC 45/2004: ''tratados e convenções internacionais s/ direitos humanos'' (art. 5° § 3°): se aprovados mediante procedimento especial, serão parâmetro de controle, com força de EC. 
*
RECURSO EXTRAORDINÁRIO: 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL: atua não só na forma concentrada, mas também como órgão revisor das decisões incidentais proferidas pelos órgão inferiores do Poder Judiciário (em casos concretos), quando a controvérsia é levada ao seu conhecimento por meio do RECURSO ORDINÁRIO (art. 102 II) ou do RECURSO EXTRAORDINÁRIO (art. 102 III).
NOÇÃO: meio idôneo para a parte, no âmbito do controle difuso de constitucionalidade, levar ao conhecimento do STF controvérsia constitucional concreta. 
CABIMENTO: compete ao STF julgar, mediante RE, as causas decididas em única ou última instância, QUANDO A DECISÃO RECORRIDA:
1) contrariar dispositivo da CF.
2) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal.
3) julgas válida lei ou ato de governo local contestado em face da CF.
4) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. 
5) controvérsia envolvendo a aplicação do direito pré-constitucional (recepção ou revogação pela CF).
 
A CF/88 NÃO EXIGE QUE A DECISÃO RECORRIDA (RE) TENHA SIDO PROFERIDA POR TRIBUNAL: é cabível a interposição de RE das decisões de juiz singular, nas hipóteses em que não existir recurso ordinário, e dos juizados especiais cíveis e criminais. 
EC 45/2004 – DUAS IMPORTANTES INOVAÇÕES: 
1) AMPLIAÇÃO DAS HIPÓTESES DE CABIMENTO: quando a decisão recorrida tiver julgado válida lei local contestada em face de lei federal (a competência era do STJ – RESP). O conflito entre lei local e lei federal implica controvérsia constitucional, não meramente legal (envolve a PARTILHA DE COMPETÊNCIAS CONSTITUCIONAIS). 
CONFLITO DE ATOS DE GOVERNO LOCAL CONTESTADO EM FACE DE LEI FEDERAL: a competência permanece com o STJ, em sede de RESP. 
2) DEMONSTRAÇÃO DA REPERCUSSÃO GERAL das questões constitucionais discutidas no caso - art. 102, § 3° (redução do número de processos no STF – evitar causas insignificantes): 
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2.1) PRESSUPOSTO CONSTITUCIONAL DE ADMISSIBILIDADE DO RE: em caso de não demonstração da repercussão geral, o STF poderá recusar o recurso extraordinário, DESDE QUE pela manifestação de DOIS TERÇOS DE SEUS MEMBROS. 
2.2) APLICA-SE A TODOS OS RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS: inclusive os criminais.
2.3) REGULAMENTAÇÃO LEGAL: Lei 11.418/2006: para efeitos de REPERCUSSÃO GERAL, será considerada a existência, ou não, de questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que ultrapassem os interesses subjetivos da causa. 
2.4) REPERCUSSÃO PRESUMIDA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONTRA SÚMULA OU JURISPRUDÊNCIA DOMINANTE DO STF: nesses casos haverá repercussão geral – não há a necessidade de exame da repercussão geral, que nesses casos é presumida. 
2.5) PRELIMINAR DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO: a repercussão deverá ser indicada em preliminar do RE, para APRECIAÇÃO EXCLUSIVA DO STF.
2.6) CONHECIMENTO E NÃO CONHECIMENTO DO RE:
NÃO CONHECIMENTO: o Plenário do STF poderá, em DECISÃO IRRECORRÍVEL, firmada por DOIS TERÇOS DE SEUS MEMBROS (8 ministros), não conhecer do recurso quando a questão constitucional não caracterizar repercussão geral. 
CONHECIMENTO: se a Turma decidir pela existência da repercussão geral por, NO MÍNIMO 4 votos, o RE será admitido, DISPENSADA A REMESSA DO RECURSO AO PLENÁRIO. 
OBS1. Os órgão fracionários do STF (Primeira e Segunda Turma, compostas por 5 ministros cada) também poderão decidir sobre a repercussão geral, desde que mediante decisão de 4 votos – se a Turma decidir pela repercussão, o RE será admitido, ficando dispensada a remessa ao Plenário.
OBS2: RECUSA DO RECURSO POR AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL: somente poderá ser decidida pelo Plenário do STF, por dois terços de seus membros (8 ministros). A DECISÃO VALERÁ PARA TODOS OS RECURSOS SOBRE MATÉRIA IDÊNTICA, que serão indeferidos liminarmente, salvo revisão da tese (RISTF). 
2.7) MANIFESTAÇÃO DE TERCEIROS: o Relator poderá admitir a manifestação de terceiros. 
 
*
EFEITOS DA DECISÃO: 
EFICÁCIA: a decisão no controle incidental só alcança as partes no processo (INTER PARTES).
NÃO DISPÕE DE EFEITO VINCULANTE (COMO REGRA).
EFEITOS (COMO REGRA): EX TUNC – RETROATIVOS. 
STF: poderá, por DOIS TERÇOS dos seus membros, em casos excepcionais, tendo em vista .
RAZÕES DE SEGURANÇA JURÍDICA ou RELEVANTE INTERESSE SOCIAL, determinar EFEITOS EX NUNC, ou fixar um outro momento para o início da eficácia da decisão. 
PRONÚNCIA DE INCONSTITUCIONALIDADE NÃO RETIRA A LEI DO ORDENAMENTO: em relação a terceiros que não participaram do processo, a lei continuará a ser aplicada. 
DECISÃO FINAL PROFERIDA PELO STF (apenas por este!): AMPLIAÇÃO DOS EFEITOS da declaração incidental de inconstitucionalidade:
1) SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO DA LEI POR ATO DO SENADO FEDERAL;
2) SÚMULA VINCULANTE DO STF.
 
ATUAÇÃO DO SENADO FEDERAL (no controle difuso – art. 52, X)
NOÇÃO: suspensão do ato declarado inconstitucional pelo STF em decisão definitiva, dando eficácia ERGA OMNES à decisão. 
EFICÁCIA TEMPORAL – CONTROVÉRSIA: uma corrente entende ser a eficácia EX NUNC, enquanto outra corrente defende a eficácia EX TUNC.
STF: não tem posicionamento firme sobre o tema.
CORRENTE MAJORITÁRIA: o ato do Senado produz efeitos EX NUNC (prospectivos), desde a edição do ato. 
REGRA ESPECIAL APLICÁVEL À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL - Dec. 2.346/97: a resolução do Senado vai produzir efeitos retroativos EX TUNC (desde a entrada em vigor da lei declarada inconstitucional). 
OBSERVAÇÕES RELEVANTES: 
1) SÓ OCORRE NO CONTROLE CONCRETO INCIDENTAL (no abstrato as decisões do STF são dotadas de eficácia ERGA OMNES).
2) O SENADO NÃO ESTÁ OBRIGADO A SUSPENDER A EXECUÇÃO DA LEI.
*
3) NÃO HÁ PRAZO PARA A ATUAÇÃO.
4) A DECISÃO DO SENADO PELA SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO É IRRETRATÁVEL.
5) O SENADO NÃO PODE MODIFICAR OS TERMOS DA DECISÃO DO STF. (''suspender a execução, no todo OU EM PARTE, de lei declarada inconstitucional'' – se toda a lei foi declarada como inconstitucional, a suspensão há de ser total, da lei inteira, se a declaração for parcial, não poderá o Senado ampliar essa decisão suspendendo a execução de toda a lei).
6) O INSTRUMENTO PARA SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO
É A RESOLUÇÃO.
7) A COMPETÊNCIA DO SENADO ALCANÇA LEIS FEDERAIS, ESTADUAIS E MUNICIPAIS
8) A RESOLUÇÃO DO SENADO SUJEITA-SE A CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE.
 
SÚMULA VINCULANTE (art. 103-A, c/c Lei 11.417/2006, art. 3°): 
STF: as decisões adotadas em controle incidental não possuem força vinculante ou ERGA OMNES. 
STF: É INCABÍVEL A RECLAMAÇÃO na qual se alega o descumprimento de decisão proferida em RE (via difusa), quando o reclamante não tenha sido parte (nesse caso, deverá percorrer toda a via recursal). 
INICIATIVA: o STF PODERÁ APROVAR, REVER ou CANCELAR SÚMULA VINCULANTE:
a) POR INICIATIVA PRÓPRIA (DE OFÍCIO); ou
b) POR INICIATIVA DE QUALQUER DOS LEGITIMADOS NA CF (art. 103, I a IX) E NA LEI (a CF autorizou a Lei a prever outros legitimados): 
ALÉM DOS LEGITIMADOS PARA A PROPOSITURA DE ADI, também poderão provocar o STF para a edição, revisão ou cancelamento de súmula vinculante:
1) DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DA UNIÃO.
2) TRIBUNAIS SUPERIORES.
3) TRIBUNAIS DE JUSTIÇA DOS ESTADOS E DO DFT.
4) TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS.
5) TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO.
6) TRIBUNAIS REGIONAIS ELEITORAIS.
7) TRIBUNAIS MILITARES.
 
*
MUNICÍPIO: poderá propor, incidentalmente no curso do processo em que seja parte, a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula vinculante, O QUE NÃO AUTORIZA A SUSPENSÃO DO PROCESSO. NÃO PODERÁ PROVOCAR DIRETAMENTE O STF.
PROPOSTA DE EDIÇÃO DE SÚMULA VINCULANTE E SUSPENSÃO PROCESSUAL: a proposta de edição, revisão e cancelamento de enunciado de súmula vinculante NÃO autoriza a suspensão dos processos em que se discuta a mesma questão.
ATUAÇÃO DO PGR: nas propostas que não houver formulado, manifestar-se-á previamente à edição, revisão ou cancelamento de enunciado de súmula vinculante.
MANIFESTAÇÃO DE TERCEIROS: o Relator poderá admitir, por decisão IRRECORRÍVEL.
 
REQUISITOS: 
1) MATÉRIA CONSTITUCIONAL (nunca matéria infraconstitucional).
2) EXISTÊNCIA DE REITERADAS DECISÕES DO STF SOBRE ESSA MATÉRIA CONST. (evitar a aprovação precipitada de súmula vinculante sobre tema ainda não consolidado)
3) EXISTÊNCIA DE CONTROVÉRSIA ATUAL ENTRE ÓRGÃOS JUDICIÁRIOS OU ENTRE ESSES E A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (a controvérsia deve ser atual, nem futura, nem superada, mesmo que presumivelmente acarrete controvérsia futura relevante). 
4) CONTROVÉRSIA QUE ACARRETE GRAVE INSEGURANÇA JURÍDICA E RELEVANTE MULTIPLICAÇÃO DE PROCESSOS SOBRE QUESTÃO IDÊNTICA. 
DELIBERAÇÃO PARA APROVAÇÃO, REVISÃO OU CANCELAMENTO: exige decisão de 2/3 dos membros do STF (8 Ministros), EM SESSÃO PLENÁRIA. 
 
INÍCIO DA EFICÁCIA: com a PUBLICAÇÃO NA IMPRENSA OFICIAL o enunciado passará a ter efeito vinculante. PRAZO: 10 dias após a sessão o STF fará publicar, em seção especial do Diário da Justiça e do Diário Oficial da União, o enunciado.
 
MODULAÇÃO DOS EFEITOS: o STF poderá restringir os efeitos vinculantes ou fixar um outro momento (decisão de 2/3 de seus membros). SILÊNCIO DO STF: a eficácia será imediata.
 
DESCUMPRIMENTO: RECLAMAÇÃO no STF (art. 103-A § 3°) - sem prejuízo dos recursos ou outros meios de impugnação. COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO STF (RECLAMAÇÃO).
 
*
RECLAMAÇÃO CONTRA OMISSÃO OU ATO DA ADM. PÚBLICA: só será admitida a utilização da RECLAMAÇÃO após o esgotamento das vias administrativas (art. 7° c/c 64-B da Lei 11.417/2006).
RECLAMAÇÃO PROCEDENTE: STF anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial determinando que outra seja proferida com ou sem aplicação da súmula, conforme o caso.
 
SÚMULAS ANTERIORES À EC 45/2004: somente terão efeitos vinculantes se confirmadas por decisão de 2/3 dos ministros do STF e publicada na imprensa oficial. 
PERMANECEM VÁLIDAS (como mera orientação). 
*
CONTROLE ABSTRATO DE CONSTITUCIONALIDADE 
(concentrado, direto, por via de ação, por via principal, controle em tese).
BRASIL: introduzido no Direito brasileiro pela EC 16/65 (EC à CF de 1946), tendo como fim a defesa do ordenamento constitucional contra as leis com ele incompatíveis.
ORIGEM DO SISTEMA EUROPEU CONTINENTAL: Europa, na Constituição da Áustria de 1920 (HANS KELSEN) – adotado majoritariamente no mundo.
CORTE CONSTITUCIONAL AUSTRÍACA: criação do primeiro tribunal dedicado ao exercício específico da jurisdição constitucional.
NOÇÃO: controle em tese, sem vinculação a uma situação concreta, com o objetivo de expelir do sistema a lei ou ato inconstitucional. Não se busca a tutela de direitos subjetivos, liberando alguém do cumprimento de uma lei inconstitucional, mas sim extirpar do sistema jurídico a lei ou ato inconstitucional. O autor atua como representante do INTERESSE PÚBLICO. 
PROCESSO OBJETIVO: não conhece partes, destinando-se à defesa da CF.
COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA (não recursal) DO STF OU DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA. 
CONTROLE ABSTRATO EM FACE DA CF: é exercido exclusivamente perante o STF, por meio das seguintes ações:
1) AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (ADI).
2) AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO (ADO).
3) AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE (ADC).
4) ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL (ADPF).
 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE INTERVENTIVA (ADI interventiva): ação de competência exclusiva do STF, mas que possui objeto específico e concreto (fiscalização do processo de intervenção federal no caso de ofensa a princípios constitucionais sensíveis).
a) MODALIDADE DE CONTROLE CONCENTRADO.
b) NÃO CARACTERIZA CONTROLE ABSTRATO: embora tenha por objeto a apreciação de uma lei ou ato normativo do ente federado que abstratamente esteja em conflito com um dos princípios da CF, terá por finalidade sempre a ulterior decretação da intervenção (CONTROLE DIRETO PARA FINS CONCRETOS).
*
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (ADI):
NOÇÃO: ação típica do controle abstrato brasileiro – visa a defesa do ordenamento, mediante a apreciação, na esfera federal, da constitucionalidade, em tese, de lei ou ato normativo, federal ou estadual, em face das regras e princípios constantes explícita ou implicitamente na CF.
OBJETO DA AÇÃO: exame da validade da lei em si (não há a apreciação de caso concreto) – não é incidental. 
FINALIDADE. CONTROLE ABSTRATO DE NORMAS (não é a tutela de um direito subjetivo).
COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA E EXCLUSIVA DO STF (art. 102, I ''a''): lei ou ato normativo FEDERAL ou ESTADUAL. 
LEGITIMAÇÃO ATIVA: os legitimados para a propositura da ADI estão arrolados no ART. 103 DA CF: 
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: 
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; 
V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; 
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
 
INCISOS VIII e IX: NECESSIDADE DE REPRESENTAÇÃO POR ADVOGADO. 
DEMAIS LEGITIMADOS: podem propor diretamente a ADI sem representação, mesmo não sendo advogados habilitados pela OAB (podem praticar todos os atos privativos de advogados) – possuem CAPACIDADE PROCESSUAL PLENA E POSTULATÓRIA. 
STF: não poderá, porém, intervir em outras ações diretas nas quais ele não seja nem requerente (autor da ação), nem requerido (sujeito passivo da ação). 
OPÇÃO PELA REPRESENTAÇÃO ADVOCATICIA. 
REGRA: o STF exige a outorga de PROCURAÇÃO ESPECÍFICA (uma procuração a cada ação proposta, autorizando a impugnação de dispositivos especificados). 
DEVEM CONSTAR EXPRESSAMENTE OS DISPOSITIVOS IMPUGNADOS. 
*
EXCEÇÃO. STF: LEGITIMAÇÃO DO CHEFE DO PODER EXECUTIVO: bastará a assinatura do 
respectivo procurador-geral (AGU ou PGE), que dispõe de poderes para atuar na defesa do ente federado.
PARTIDO POLÍTICO COM REPRESENTAÇÃO NO CN: basta que o partido
tenha um único representante em uma das Casas do CN.
PERDA SUPERVENIENTE DE REPRESENTAÇÃO DO PARTIDO NO CN. STF: a aferição da legitimidade deve ser feita na propositura da ação e a perda superveniente de representação NÃO DESQUALIFICA O PARTIDO COMO LEGITIMADO ATIVO PARA A ADI. 
INSTAURAÇÃO DE CONTROLE ABSTRATO POR PARTIDO POLÍTICO (STF): é suficiente a decisão do PRESIDENTE DO PARTIDO, não havendo necessidade de manifestação do diretório
LEGITIMIDADE ATIVA DAS ''ASSOCIAÇÕES DE ASSOCIAÇÕES'' (STF) – associações que congregam exclusivamente pessoas jurídicas. TÊM LEGITIMIDADE ATIVA. 
CENTRAIS SINDICAIS, SINDICATOS E FEDERAÇÕES: NÃO TÊM LEGITIMIDADE ATIVA – a legitimação alcança somente as confederações sindicais.
PERTINÊNCIA TEMÁTICA (demonstração do interesse de agir): embora a CF não tenha feito qualquer distinção entre os legitimados, o STF os diferenciou.
LEGITIMADOS UNIVERSAIS: são aqueles que podem impugnar em ADI qualquer matéria, sem necessidade de demonstrar nenhum interesse específico.
a) PRESIDENTE DA REPÚBLICA.
b) MESAS DA CÂMARA e do SENADO.
c) PGR.
d) CONSELHO FEDERAL DA OAB.
e) PARTIDOS POLÍTICOS COM REPRESENTAÇÃO NO CN.
LEGITIMADOS ESPECIAIS: são aqueles que somente poderão impugnar em ADI matérias em relação as quais seja comprovado o seu interesse de agir, isto é, a relação de pertinência entre o ato impugnado e as funções exercidas pelo órgão ou entidade.
a) CONFEDERAÇÕES SINDICAIS.
b) ENTIDADES DE CLASSE DE ÂMBITO NACIONAL.
c) MESAS DAS ASSEMBLÉIAS LEGISLATIVAS ESTADUAIS OU CÂMARA LEGISLATIVA DO DF.
d) GOVERNADORES DOS ESTADOS E DO DF.
 
*
OBJETO DA ADI: instrumento para a apreciação da validade de lei ou ato normativo FEDERAL ou ESTADUAL, desde que editados posteriormente à promulgação da CF/88.
DIREITO MUNICIPAL - NÃO PODE SER IMPUGNADOS EM ADI: poderá ser declarado inconstitucional pelo STF no CONTROLE DIFUSO (RE), ou, excepcionalmente, por meio de ADPF. 
LEIS DO DISTRITO FEDERAL: somente poderão ser impugnadas em ADI perante o STF as leis distritais editadas no desempenho de sua competência estadual (lei sobre ICMS). SÚMULA 642.
NEM TODAS AS LEIS OU ATOS NORMATIVOS FEDERAIS E ESTADUAIS (ou distritais no desempenho de atribuição estadual) PODEM SER OBJETO DE ADI NO STF. 
REQUISITOS:
a) TER SIDO EDITADA NA VIGÊNCIA DA ATUAL CF – o STF não admite a impugnação do direito pré-constitucional mediante ADI – será cabível no controle difuso ou em ADPF).
b) SER DOTADA DE ABSTRAÇÃO, GENERALIDADE OU NORMATIVIDADE.
c) POSSUIR NATUREZA AUTÔNOMA (não meramente regulamentar).
d) ESTAR EM VIGOR.
 
ATOS DOTADOS DE EFEITOS CONCRETOS (desprovidos de abstração e generalidade): não se prestam ao controle abstrato, eis que, de acordo com o STF, a CF adotou como objeto da ADI somente os atos tipicamente normativos, dotados de abstração e generalidade. 
EXEMPLO: decreto para fins de desapropriação (utilidade pública); decreto para a nomeação ou exoneração de servidor etc. 
STF. A RESTRIÇÃO NÃO SE APLICA AOS ATOS DE EFEITOS CONCRETOS APROVADOS SOB A FORMA DE LEI EM SENTIDO ESTRITO (LEI FORMAL) – os atos aprovados pelo CN e sancionados pelo Chefe do Poder Executivo. 
CONCLUSÃO: é admitida a aferição, em ADI, da validade da LDO.
ATOS REGULAMENTARES E A INCONSTITUCIONALIDADE REFLEXA: somente podem ser impugnados em ADI as leis e atos normativos autônomos e que desrespeitem DIRETAMENTE a CF. SOMENTE NORMAS PRIMÁRIAS PODEM SER OBJETO DE ADI – sempre que for necessário o confronto da norma impugnada com outras normas infraconstitucionais o STF não admitirá a ADI.
ATOS ADMINISTRATIVOS: podem ser objeto de ADI perante o STF, desde que a sua natureza não seja meramente regulamentar (EXEMPLO: DECRETO AUTÔNOMO).
 
STF: NÃO É CABÍVEL ADI PARA O CONFRONTO DO ART. 169 § 1° DA CF COM NORMA QUE TENHA CRIADO VANTAGEM FUNCIONAL PARA SERVIDORES, ACARRETANDO AUMENTO DE DESPESA, SEM QUE HOUVESSE PRÉVIA DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA SUFICIENTE PARA SUPORTÁ-LA (entende o STF que a ausência de dotação orçamentária prévia em legislação específica não autoriza a declaração de inconstitucionalidade da lei que tenha criado a vantagem funcional, mas apenas impede a sua aplicação naquele exercício financeiro).
*
STF: NÃO ADMITE ADI PARA A IMPUGNAÇÃO DE LEIS REVOGADAS OU DE NORMAS CUJA EFICÁCIA TENHA SE ESGOTADO (MP rejeitada pelo CN) : somente podem ser objeto de ADI leis e atos normativos que integrem o ordenamento jurídico, AINDA QUE DURANTE O PRAZO DE VACATIO LEGIS.
 
REGRA:
a) ADI CONTRA NORMA REVOGADA OU QUE TENHA PERDIDO OS EFEITOS: a ação não será conhecida por AUSÊNCIA DE OBJETO.
b) ADI PROPOSTA CONTRA ATO EM VIGOR QUE É REVOGADO: a ADI é prejudicada, por PERDA DO OBJETO. 
STF. EXCEÇÃO: REVOGAÇÃO DA LEI QUANDO JÁ EM PAUTA A ADI: não subtrai do STF a competência para examinar a constitucionalidade da norma (não prejudica a ADI).
 
NORMAS QUE PODEM SER IMPUGNADAS EM ADI: 
a) EMENDAS À CF (normas originárias são insusceptíveis de controle por ADI).
b) CONSTITUIÇÃO DOS ESTADOS-MEMBROS.
c) TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS (incorporados pelo rito ordinário com status de lei ordinária ou, se versarem sobre direitos humanos, de SUPRALEGALIDADE, quer tenham sido incorporados mediante o procedimento especial do § 3° do art. 5° da CF (status de EC), sujeitam-se à fiscalização de sua validade por meio de ADI (decreto legislativo e decreto de promulgação, do Presidente da República). 
d) DEMAIS NORMAS PRIMÁRIAS FEDERAIS E ESTADUAIS.
e) MEDIDAS PROVISÓRIAS (ulteriormente rejeitada ou com perda de sua eficácia, a ADI será extinta, por perda do objeto – MP CONVERTIDA EM LEI, a ADI poderá ter prosseguimento em relação à lei resultante da conversão, DESDE QUE A PETIÇÃO INICIAL SEJA ADITADA).
f) DECRETOS AUTÔNOMOS.
g) DEC. LEGISLATIVO DO CN QUE SUSPENDA A EXECUÇÃO DOS ATOS NORMATIVOS DO EXECUTIVO QUE EXORBITEM DO PODER REGULAMENTAR OU DOS LIMITES DA DELEGAÇÃO LEGISLATIVA (art. 49 V).
h) REGIMENTOS INTERNOS (dos tribunais do PJ, do TCU e dos tribunais de contas estaduais – normas materialmente primárias).
PODEM AINDA SER OBJETO DE ADI: resoluções e decisões administrativas dos tribunais do PJ, atos normativos de pessoa jurídica de direito público da União (adm. direta e indireta), dos estados, pareceres normativos do Poder Executivo aprovados pelo Presidente da República, etc.
*
SÚMULAS APROVADAS PELOS TRIBUNAIS DO PODER JUDICIÁRIO: STF – em face da ausência de conteúdo normativo, NÃO podem ser objeto de ADI.
SENTENÇAS NORMATIVAS DA JUSTIÇA DO TRABALHO (convenções e acordos): STF – em face da ausência de conteúdo normativo, NÃO podem ser objeto de ADI.
 
PARÂMETRO DE CONTROLE NO PROCESSO ABSTRATO: CF EM VIGOR.
TEXTO CONSTITUCIONAL PARÂMETRO: cuja supremacia pretende-se ver respeitada. Cabe ao autor da ADI indicar na inicial o texto constitucional parâmetro violado pela norma. 
ALARGAMENTO DO PARÂMETRO DO CONTROLE ABSTRATO (EC 45/2004): art. 5° § 3°.
1) IMPOSSIBILIDADE DO CONTROLE ABSTRATO FACE À CONSTITUIÇÃO PRETÉRITA.
2) NÃO É CABÍVEL ADI EM FACE DE NORMA REVOGADA POR EC (se a ADI estiver em curso a ação será extinta – perda do objeto).
3) ADI 2.158/PR de 2010: SITUAÇÃO EXCEPCIONALÍSSIMA EM QUE O STF EXAMINOU A VALIDADE DE LEI EM FACE DE TEXTO CONSTITUCIONAL REVOGADO:
* Na vigência da EC 20/98, o Estado do Paraná editou lei criando contribuição previdenciária sobre os proventos dos servidores públicos inativos.
* foi proposta ADI e CONCEDIDA MEDIDA CAUTELAR, suspendendo a eficácia da lei.
* posteriormente a CF foi alterada pela EC 41, que passou a permitir a contribuição.
* se fosse adotado o entendimento tradicional do STF, a ADI teria que ser extinta pela alteração superveniente da CF (perda do objeto). Entretanto, ponderou o STF que no caso de extinção a medida cautelar seria automaticamente revogada – com isso a lei paranaense voltaria a viger e daria ensejo à interpretação de que a EC 41 a teria convalidado.
 
* o STF deixou claro que o sistema brasileiro NÃO ADMITE A CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENTIENTE (convalidação
de lei inconstitucional por norma constitucional futura), e deliberou pelo julgamento do mérito da ADI, MESMO EM FACE DE TEXTO CONST. PARÂMETRO REVOGADO PELA EC 41/2003, tendo declarado a inconstitucionalidade da lei em face do texto pretérito (introduzido pela EC 20 – revogado pela EC 41). 
 
OBS. CONTROLE DIFUSO (incidental): a mera revogação da norma constitucional não põe fim à ação, podendo o PJ proclamar a inconstitucionalidade da lei mesmo após a revogação desta – mesmo com a revogação da norma constitucional a lide deve ser apreciada e decidida. 
*
CAUSA DE PEDIR ABERTA
 (PRINCÍPIO DO PEDIDO):
 
ATUAÇÃO DO STF SOMENTE POR PROVOCAÇÃO E NÃO POR INICIATIVA PRÓPRIA: a petição inicial (formal) deve conter, no pedido, todos os dispositivos impugnados, bem como os fundamentos jurídicos da alegação de inconstitucionalidade (a causa de pedir aberta NÃO dispensa o autor da ADI de apontar o fundamento jurídico do pedido para cada norma).
REGRA: O STF ESTÁ VINCULADO AO PEDIDO (dispositivos expressamente mencionados na inicial).
EXCEÇÃO: INCONSTITUCIONALIDADE ''POR ARRASTAMENTO'' ou ''POR ATRAÇÃO'': o STF pronunciará a inconstitucionalidade de dispositivo não impugnado na ADI – correlação, conexão ou dependência entre eles e aqueles expressamente atacados no pedido.
O STF NÃO ESTÁ VINCULADO AOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO: é livre para declarar a inconstitucionalidade da norma não apenas pelos motivos indicados na ADI, mas também por qualquer outro parâmetro constitucional, ou em dispositivo (ou princípio) diferente do apontado na ADI. 
PRINCÍPIO DO PEDIDO: reduzir o controle político da fiscalização e evitar que o PJ assuma um papel de supremacia em relação aos demais poderes.
CAUSA DE PEDIR ABERTA - IMPOSSIBILIDADE DE AÇÃO RESCISÓRIA: ao declarar uma lei inconstitucional o STF terá analisado a CF inteira, e não só os fundamento indicados na inicial. Por isso não é possível a realização de nova apreciação da validade da norma, mesmo que o novo pedido tenha fundamentação totalmente diferente. 
 
PETIÇÃO INICIAL (apresentada em duas vias com cópia do ato impugnado) - DEVE INDICAR:
a) o dispositivo da lei ou ato normativo impugnado;
b) os fundamentos jurídicos do pedido em relação a cada uma das impugnações. 
IMPRESCRITIBILIDADE (a ADI não se sujeita a prazo de PRESCRIÇÃO ou DECADÊNCIA).
OS ATOS INCONSTITUCIONAIS NÃO SE CONVALIDAM COM O TEMPO. 
 
IMPOSSIBILIDADE DE DESISTÊNCIA: proposta a ADI, o autor não poderá dela desistir. 
INDISPONIBILIDADE: trata-se de processo objetivo, de defesa da supremacia da CF, em prol da sociedade.
NÃO SE ADMITE A DESISTÊNCIA A PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR (LIMINAR) – ADI. 
*
PEDIDO DE INFORMAÇÕES: conhecida a ADI o Relator pedirá informações aos órgãos e às autoridades dos quais emanou a lei ou o ato normativo impugnado. 
OBTENÇÃO DE MAIORES SUBSÍDIOS PARA O STF.
ADI SEM PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR: as informações deverão ser prestadas em 30 dias, do recebimento do pedido.
ADI COM PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR: 
a) antes da apreciação da cautelar os destinatários disporão do prazo de 5 dias para manifestar-se sobre o pedido (art. 10 da Lei 9868/99). 
b) após a apreciação (julgamento) da cautelar deverá o relator pedir às mesmas autoridades e órgãos as informações, que serão prestadas no prazo de 30 dias (art. 6° da Lei 9868/99).
PROCESSO SUBMETIDO DIRETAMENTE AO TRIBUNAL PELO RELATOR: o relator, em face da relevância da matéria para a segurança jurídica e a ordem social, poderá submeter o processo diretamente ao Tribunal, que terá a FACULDADE de julgar definitivamente a questão, após a prestação das informações, no prazo de 10 dias, e a manifestação do AGU e do PGR, no prazo de 5 dias (sucessivos - art. 12).
ÓRGÃO OU AUTORIDADE QUE CRIOU A LEI IMPUGNADA COMO AUTOR DA ADI: não haverá pedido de informações. 
 
SUSPEIÇÃO E IMPEDIMENTO DE MINISTRO. 
SUSPEIÇÃO (art. 135 do CPC): não cabe arguição de suspeição no controle abstrato (a suspeição é típica de processo subjetivo – açambarca interesse específico de pessoas ou grupos).
IMPEDIMENTO (art. 134 do CPC): é possível a alegação de impedimento (Ministro do STF que tenha atuado anteriormente no processo como parte, AGU ou PGR). 
 
IMPOSSIBILIDADE DE INTERVENÇÃO DE TERCEIROS: é vedada a intervenção de terceiros na ADI (instituto típico de processos subjetivos, em que se pretende o reconhecimento de um direito – art. 7° da Lei 9868/99). 
STF: NÃO ACEITA A INTERVENÇÃO DE LEGITIMADO PARA A INSTAURAÇÃO DE CONTROLE ABSTRATO EM PROCESSOS DA MESMA NATUREZA, NOS QUAIS NÃO SEJA PARTE.
*
STF: ADMITE A INSTITUIÇÃO DE LITISCONSÓRCIO ATIVO ENTRE OS LEGITIMADOS PARA A PROPOSITURA DE ADIN: este litisconsórcio para a propositura de ADI é admitido pelo STF. 
ART. 131 § 3° DO RISTF (fala em intervenção de terceiros no controle concentrado – amicus curiae). SERIA UMA MODALIDADE DE INTERVENÇÃO DE TERCEIROS ADMITIDA?
(tecnicamente não)
 
ADMISSIBILIDADE DO AMICUS CURIAE (art. 7° § 2° da Lei 9868/99):
ENTIDADES E ÓRGÃOS COM LEGITIMAÇÃO PARA A ADI: podem pedir ao relator da ADI para manifestarem-se sobre a questão constitucional discutida. 
NOÇÃO: possibilidade de ser admitida na ADI manifestação formal de órgãos ou entidades que representem interesses passíveis de serem afetados pelo resultado da ação.
FINALIDADE: auxiliar o STF a vislumbrar aspectos técnicos ou relativos aos eventuais reflexos da decisão, aumenta a participação de setores organizados da sociedade (controle democrático e pluralista).
DECORRÊNCIA DA CAUSA DE PEDIR ABERTA.
ATUAÇÃO DO AMICUS CURIAE:
a) propostas de requisição de informações adicionais.
b) designação de peritos.
c) convocação de audiências públicas, juntada de documentos, pareceres, memoriais.
NÃO CONFERE CONTRADITÓRIO À ADI.
SUSTENTAÇÃO ORAL (EXCEPCIONAL): é admitida pelo STF (15 minutos, dobrado em caso de litisconsortes não representados pelo mesmo advogado).
MOMENTO PROCESSUAL DE ADMISSÃO DO AMICUS CURIAE: 
REGRA: deve ocorrer até a entrada do processo em pauta de julgamento (concluída a instrução, ouvida a PGR e encerrada a atuação do relator, com o encaminhamento do processo para ser incluído em pauta, não cabe mais a admissão do amicus curiae).
EXCEÇÃO (manifestação posterior à instrução): no caso de SUSTENTAÇÃO ORAL. 
*
AUSÊNCIA DE DIREITO SUBJETIVO AO INGRESSO NA ADI: 
DEFERIMENTO: DESPACHO IRRECORRÍVEL
INDEFERIMENTO: CABERÁ A INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO. 
AUSÊNCIA DE DIREITO À INTERPOSIÇÃO DE RECURSO: a admissão como amicus curiae não assegura o direito à interposição de recursos (não poderão recorrer).
STF: ADMISSÃO DO AMICUS CURIAE EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO NO ÂMBITO DO CONTROLE INCIDENTAL (RE 416.827/SC e RE 415.454/SC): com base na Lei 10.259/2001, arts. 14 § 7° e 15, que autoriza, em RE, a manifestação de eventuais interessados, ainda que não sejam parte no processo.
MANIFESTAÇÃO DO AMICUS CURIAE (possibilidade):
a) NO EXAME DA REPERCUSSÃO GERAL DO RE.
b) NO PROCEDIMENTO DE APROVAÇÃO DAS SÚMULAS VINCULANTES.
 
ATUAÇÃO DO ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO – AGU (art. 103 § 3°):
DECURSO DO PRAZO DE INFORMAÇÕES: O AGU e o PGR serão ouvidos sucessivamente, para manifestar-se, cada qual, em 15 dias.
INTIMAÇÃO DO AGU NA ADI: art. 103 § 3° determina a intimação do AGU para que defenda o ato ou texto impugnado.
CURADOR DA PRESUNÇÃO DE CONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS. 
COMPETÊNCIA ESPECIAL: o AGU não atua em função ordinária (art. 131), mas como defensor da presunção de constitucionalidade das leis. 
ALTERAÇÃO DE ENTENDIMENTO DO STF:
1) STF: O AGU ESTAVA SEMPRE OBRIGADO A DEFENDER O ATO IMPUGNADO. 
2) POSIÇÃO ATUAL DO STF: O AGU PODE DEIXAR DE DEFENDER O ATO IMPUGNADO, dispondo de plena autonomia para agir, e poderá escolher como se manifestará – pela const. ou não da norma impugnada, de acordo com a sua convicção. PODERÁ DEIXAR DE DEFENDER A CONSTITUCIONALIDADE DA NORMA, segundo, exclusivamente, o seu entendimento.
NECESSIDADE DE AUDIÊNCIA DO AGU: na ADI E ADPF.
NÃO ATUAÇÃO
DO AGU: ADC (não há texto constitucional impugnado).
*
ATUAÇÃO DO AGU NA ADO: 
1) ENTENDIMENTO ANTIGO DO STF: não cabia a atuação do AGU (não há norma inconst).
2) LEI 12.063/2009: o relator PODERÁ solicitar a manifestação do AGU (prazo de 15 dias).
CONCLUSÃO (ADO): cabe ao relator a decisão de ouvir, ou não, o AGU.
PARECER MERAMENTE OPINATIVO. 
QUANDO O PRÓPRIO PGR PROPÕE A ADI, RESTARÁ MANTIDO, AINDA, O SEU DIREITO DE MANIFESTAÇÃO?
STF: A RESPOSTA É AFIRMATIVA. Poderá o PGR, inclusive, opinar pela improcedência da ADI que ele mesmo ajuizou (atuação imparcial como fiscal da CF).
NÃO PODE DESISTIR DE ADI PROPOSTA. 
 
 PGR ≠ AGU
a) atua em todas as ações. a) não atua em ADC e, em ADO, a atuação
 dependerá do relator.
b) atuação autônoma (pode opinar pela const. b) atuação autônoma.
ou inconst. da norma).
 
c) é legitimado ativo (ações do controle abstrato) c) não é legitimado ativo.
 
d) poderá opinar nas ações por ele propostas d) atuação alcança leis federais e estaduais.
(inclusive pela improcedência)
 
ATUAÇÃO DO RELATOR NA INSTRUÇÃO DA ADI: caso de necessidade de esclarecimento de matéria ou circunstância PODERÁ o relator:
a) requisitar informações adicionais.
b) designar perito ou comissão de peritos para a elaboração de perecer.
c) fixar data para audiência pública e ouvir depoimento de testemunhas com experiência. 
d) solicitar informações aos Tribunais Superiores, federais e estaduais.
PRAZO DE CONCLUSÃO: 30 DIAS (contados da solicitação).
 
MEDIDA CAUTELAR EM ADI:
NOÇÃO: compete ao STF processar e julgar o pedido de MEDIDA CAUTELAR na ADI.
*
FINALIDADE: assegurar a utilidade da futura decisão de mérito da ADI. 
PRESSUPOSTOS: 
a) FUMUS BONI IURIS.
b) PERICULUM IN MORA.
CONCESSÃO DA CAUTELAR: decisão da MAIORIA ABSOLUTA dos membros do Tribunal (seis votos), devendo estar presentes na sessão, pelo menos oito Ministros, SALVO no período de RECESSO, quando poderá ser concedida pelo Presidente, AD REFERENDUM do Tribunal Pleno.
APRECIAÇÃO. REGRA: apreciação da MEDIDA CAUTELAR somente após a audiência dos órgãos ou autoridades dos quais emanou a lei ou ato normativo impugnado.
OITIVA PRÉVIA DO AGU E DO PGR: o relator, se entender pela indispensabilidade, poderá ouvir previamente o AGU e o PGR no prazo de 3 dias. 
EXCEÇÃO: EM CASOS EXCEPCIONAIS (URGÊNCIA): poderá ser deferida a CAUTELAR sem a audiência dos órgãos ou autoridades dos quais emanou a lei ou ato normativo impugnado. 
JULGAMENTO CAUTELAR - SERÁ FACULTADA A SUSTENTAÇÃO ORAL DOS ÓRGÃOS OU AUTORIDADES DOS QUAIS EMANOU A LEI OU ATO NORMATIVO IMPUGNADO. 
CONVERSÃO DA MEDIDA CAUTELAR EM JULGAMENTO DEFINITIVO (CELERIDADE): proposto pelo relator ao Plenário, após a prestação das informações e a manifestação do AGU e do PGR, no prazo de 5 dias (sucessivamente), nos casos de: 
a) RELEVÂNCIA DA MATÉRIA.
b) RELEVÂNCIA PARA A ORDEM SOCIAL E A SEGURANÇA JURÍDICA.
NÃO HAVERÁ A APRECIAÇÃO DA MEDIDA CAUTELAR, mas sim o julgamento definitivo. 
PRODUÇÃO DE EFEITOS: da publicação, no Diário da Justiça da União, da ata do julgamento do pedido, RESSALVADAS situações excepcionais expressamente reconhecidas pelo STF (que poderá fixar outro momento).
REGRA: EX NUNC. 
EXCEÇÃO: poderá ser concedida com eficácia retroativa EX TUNC.
 
EFICÁCIA ERGA OMNES E EFEITOS VINCULANTES: tem a força de suspender, durante o período de sua eficácia, o julgamento de todos os processos que envolvam a aplicação da lei ou ato normativo objeto da ação. Vincula os órgãos do PJ e da Adm. Pública.
DESOBEDIÊNCIA DO PODER JUDICIÁRIO E DA ADM. PÚBLICA: caberá RECLAMAÇÃO diretamente ao STF (caso procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial).
*
INEXISTÊNCIA DE EFEITO VINCULANTE NO CASO DE INDEFERIMENTO DA LIMINAR: não significa que o STF tenha considerado que a lei presumivelmente será tida como constitucional. NADA IMPEDE QUE OS JUÍZOS SINGULARES E OS TRIBUNAIS NO CONTROLE DIFUSO e CONCRETO DECLAREM INCONSTITUCIONAL A MESMA LEI EM QUE SE INDEFERIU A LIMINAR EM ADI (não caberá RECLAMAÇÃO).
REPRISTINAÇÃO PROVISÓRIA (TÁCITA): a concessão da medida cautelar em ADI torna aplicável (provisoriamente) a legislação anterior existente, SALVO expressa manifestação do STF (SUSPENSÃO DA VIGÊNCIA DA LEI IMPUGNADA). 
REQUISITOS PARA O AFASTAMENTO DO EFEITO REPRISTINATÓRIO INDESEJADO:
a) pedido expresso do autor (pedido cumulativo da declaração de inconstitucionalidade e do afastamento do efeito repristinatório indesejado;
b) manifestação EXPRESSA do STF em sua decisão. 
 
DECISÃO DE MÉRITO:
 
DECLARAÇÃO DE CONSTITUCIONALIDADE/INCONSTITUCIONALIDADE: 
QUORUM DE INSTALAÇÃO (sessão deliberativa): 8 MINISTROS.
QUORUM DE DELIBERAÇÃO: MAIORIA ABSOLUTA – 6 MINISTROS (reserva de plenário – art. 97).
SE NÃO FOR ALCANÇADA A MAIORIA NECESSÁRIA?
RESPOSTA: suspensão da ADI até o comparecimento dos Ministros ausentes, até o número necessário para a prolação da decisão. 
EXEMPLO: presentes 9 ministros. Haverá quorum de instalação. 5 Ministros se manifestam em um sentido e 4 em outro. Não será, nessa sessão, proferida a decisão de mérito, O processo será suspenso até o comparecimento do número necessário para a decisão. 
O PRESIDENTE DO STF NÃO É OBRIGADO A VOTAR (mas poderá votar se assim decidir, e também no caso de DESEMPATE). 
OS MINISTROS PODERÃO MUDAR O VOTO JÁ MANIFESTADO (nem sempre o voto se encerra com 6 votos num sentido – novos argumentos podem causar a alteração dos votos).
*
NATUREZA DÚPLICE OU AMBIVALENTE:
 
a) PROCLAMADA A CONSTITUCIONALIDADE: será julgada improcedente a ADI.
b) PROCLAMADA A INCONSTITUCIONALIDADE: será julgada procedente a ADI. 
EFICÁCIA DA DECISÃO DE MÉRITO: ERGA OMNES (tanto a decisão improcedente quanto a procedente TÊM O MESMO ALCANCE)
 
EFEITOS DA DECISÃO DEFINITIVA DE MÉRITO: 
1) EFICÁCIA CONTRA TODOS (ERGA OMNES) – alcança todos os indivíduos que estavam submetidos à aplicação da lei impugnada.
2) EFEITOS RETROATIVOS (EX TUNC) – fulmina a lei desde a origem, invalidando-a desde então, bem como os atos pretéritos com base nela praticados. 
3) EFEITO VINCULANTE – relativa aos demais órgãos do PJ e à Administração Pública (sob pena de cabimento de RECLAMAÇÃO por qualquer pessoa atingida por decisões contrárias às decisões do STF. 
OBS. CONTROLE INCIDENTAL não há efeito vinculante – não há possibilidade processual de terceiro prejudicado por uma decisão inferior contrária à decisão do STF, provocar, diretamente, a manifestação da Corte Suprema (DIFERENCIAL DO EFEITO VINCULANTE).
O EFEITO VINCULANTE NÃO ALCANÇA O STF: que poderá mudar sua posição em uma outra ação. EM SUMA: O STF PODE REVER SUA JURISPRUDÊNCIA POR MEIO DE NOVAS AÇÕES: STF passou a conhecer ADIs que impugnem matéria já apreciada em ações anteriores no controle abstrato – pois é possível que o STF altere o seu entendimento antes firmado. 
O EFEITO VINCULANTE NÃO ALCANÇA A ATIVIDADE NORMATIVA DO LEGISLATIVO: que não fica impedido de editar nova lei com igual conteúdo - a declaração de inconst. não impede o legislador de adotar lei de conteúdo idêntico ao texto antes declarado inconst. 
NÃO CABE RECLAMAÇÃO contra lei produzida em data posterior à decisão da ADI. 
A VINCULAÇÃO ALCANÇA A ATIVIDADE ADMINISTRATIVA DO LEGISLATIVO.
4) EFEITO REPRISTINATÓRIO EM RELAÇÃO À LEGISLAÇÃO ANTERIOR – que havia sido revogada pela norma declarada inconstitucional (EFICÁCIA EX TUNC). 
*
REPRISTINAÇÃO DA LICC: a lei anterior só volta a ter vigência a partir da revogação da sua lei revogadora – EFICÁCIA EX NUNC, da data de revogação da lei revogadora.
REPRISTINAÇÃO EM ADI: EX TUNC, a lei revogadora declarada inconstitucional em ADI nunca teve a força de revogar
a lei anterior – nunca teve eficácia derrogatória).
 
AFASTAMENTO DO EFEITO REPRISTINATÓRIO - REQUISITOS: 
a) PEDIDO EXPRESSO DO AUTOR ao STF de declaração da inconst. da norma revogatória e do afastamento do efeito repristinatório em relação às leis revogadas.
b) MANIFESTAÇÃO EXPRESSA DO STF. 
 
MODULAÇÃO DOS EFEITOS TEMPORAIS: 
PODERÁ O STF: 
a) RESTRINGIR OS EFEITOS DA DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE.
b) CONFERIR EFEITOS NÃO RETROATIVOS À SUA DECISÃO (EX NUNC).
c) FIXAR OUTRO MOMENTO PARA O INÍCIO DA EFICÁRIA DE SUA DECISÃO.
NATUREZA DO QUE DESRESPEITA A CONSTITUIÇÃO:
a) ATO NULO (desde o seu nascimento).
b) ATO ANULÁVEL (MINORITÁRIO): poderiam produzir efeitos a partir da sua produção, sendo invalidados somente a partir de certo momento, quando houvesse a sua impugnação – poderiam ser mantidos os efeitos já produzidos durante o seu período de vigência.
TÉCNICA DA MODULAÇÃO (MANIPULAÇÃO) TEMPORAL DOS EFEITOS DA DECISÃO.
LEI 9868/99, ART. 27: 
''Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado''.
*
REQUISITOS: 
a) DECISÃO DE 2/3 DOS MEMBROS DO STF (8 MINISTROS).
b) RAZÕES DE SEGURANÇA JURÍDICA.
c) EXCEPCIONAL INTERESSE SOCIAL.
STF: ADMISSÃO DA MODULAÇÃO NO CONTROLE INCIDENTAL (RE 197.917 de 2004): 
STF: DESCABIMENTO DA MODULAÇÃO NO DIREITO PRÉ-CONSTITUCIONAL: não se trata de exame de constitucionalidade, mas, sim, de recepção ou não recepção (revogação). 
DEFINITIVIDADE DA DECISÃO DE MÉRITO: a decisão que declara a inconstitucionalidade ou a constitucionalidade é IRRECORRÍVEL. 
RESSALVA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.
NÃO CABE AÇÃO RESCISÓRIA. 
 
LIMITES DA EFICÁCIA RETROATIVA: 
ATOS CONCRETOS CONSOLIDADOS NO PERÍODO DE VIGÊNCIA DA LEI DECLARADA INCONSTITUCIONAL – não serão automaticamente desfeitos pela decisão proferida na ADI. A decisão em ADI apenas criará condições para que a parte interessada pleiteie, na via judicial, o desfazimento desses atos, se o direito ainda não houver sido alcançado pela prescrição. 
A DECISÃO EM ADI OPERA EFEITOS SOMENTE NO PLANO NORMATIVO (em abstrato), SEM ATINGIR DIRETAMENTE OS ATOS CONCRETOS (e só afeta os atos ainda susceptíveis de revisão). 
EXEMPLO: a decisão em ADI, por si só, não desfaz o contrato firmado com base na lei agora declarada como inconstitucional. Porém, como a decisão tem EFICÁCIA EX TUNC, a parte lesada poderá recorrer à via judicial para pleitear a anulação do contrato, com base na decisão do STF. 
O MESMO RACIOCÍNIO SE APLICA À COISA JULGADA (ação rescisória).
 
*
TRANSCENDÊNCIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES:
 
LIMITES OBJETIVOS DO EFEITO VINCULANTE (CONTROVÉRSIA):
1) PRIMEIRA CORRENTE: defende que o efeito vinculante está limitado à parte dispositiva da decisão (declaração de inconstitucionalidade em si).
2) SEGUNDA CORRENTE: entende que o efeito vinculante se estende também aos chamados fundamentos determinantes – o efeito vinculante transcenderia o caso singular e alcançaria outras situações análogas, apreciadas em momento futuro. 
A QUESTÃO NÃO ESTÁ PACIFICADA NO STF: a aplicação tem sido negada em decisões recentes.
VIABILIZARIA A UTILIZAÇÃO DA RECLAMAÇÃO.
EXEMPLO (ADI 1.662/SP de 2001): 
* STF firmou o entendimento em ADIN de que – por força do art. 100 § 2° da CF – somente no caso de preterição do direito de precedência, e em nenhuma outra, é lícito o sequestro de verbas públicas para o pagamento de precatórios.
* foi declarada a inconstitucionalidade da Instrução Normativa 11/97, do órgão especial do TST, que autorizava o sequestro também na hipótese de não inclusão no orçamento das verbas relativas aos precatórios apresentados até 1° de julho de cada ano e nos casos de pagamento a menor, sem a devida atualização ou fora do prazo.
firmada essa orientação, qualquer ato praticado que determine o sequestro de verbas públicas em desacordo com essa ÚNICA hipótese admitida poderá ser impugnado por RECLAMAÇÃO. 
MOMENTO DA PRODUÇÃO DE EFEITOS: 
PUBLICAÇÃO DA ATA DO JULGAMENTO NO DIÁRIO DA JUSTIÇA DA UNIÃO (regra) – ainda que a decisão não tenha transitado em julgado- no caso de interposição de embargos de declaração.
A PRODUÇÃO DE EFEITOS NÃO DEPENDE DO TRÂNSITO EM JULGADO.
*
SÍNTESE DO PROCEDIMENTO – PASSO A PASSO: 
a) propositura da ação por um legitimado (inicial em duas vias indicando a lei impugnada e os fundamentos jurídicos – com a respectiva procuração especial, caso subscrita por advogado.
b) não se admitirá desistência.
c) distribuição da ação para um Ministro que atuará como relator.
d) inicial inepta, não fundamentada ou manifestamente improcedente: indeferimento liminar.
e) cabimento de AGRAVO.
f) recebida a inicial, o relator pedirá informações aos órgãos ou às autoridades de que emanou a lei ou ato normativo impugnado (prazo de 30 dias).
g) poderá em despacho irrecorrível admitir a intervenção do amicus curiae.
h) serão ouvidos, sucessivamente, o AGU e o PGR (prazo de 15 dias).
i) vencidos os prazos, o relator lançará o relatório, com cópia para todos os Ministros, e pedirá dia para julgamento.
j) o relator poderá, ainda, requisitar informações adicionais (perícias, depoimentos etc).
l) pedido de liminar: após a audiência dos órgãos de onde emanou a lei (prazo de 5 dias), o STF poderá concedê-la por decisão da maioria absoluta de seus membros, salvo no recesso, em que poderá ser concedida monocraticamente ad referendum do STF. 
m) em caso excepcional o STF poderá conceder a liminar mesmo sem a audiência dos órgãos
n) poderá pedir a conversão da cautelar em julgamento definitivo. 
o) quorum de instalação: 8 Ministros. Quorum de deliberação: 6 Ministros
p) modulação dos efeitos da decisão: decisão de 2/3 dos Ministros.
r) decisão irrecorrível (não cabe ação rescisória).
*
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO – ADO: 
NOÇÃO: modalidade abstrata de controle. AÇÃO DIRETA.
OMISSÃO: não se limita à omissão legislativa, alcançando também a omissão de órgãos adm. que devam editar atos administrativos em geral, necessários à concretização de dispositivos da CF.
LEGITIMAÇÃO ATIVA: art. 103, incisos I a IX.
LEGITIMADO RESPONSÁVEL PELA OMISSÃO: não poderá propor a ADO.
LEGITIMAÇÃO PASSIVA: órgão ou autoridade omisso, que não cumpriu o dever que lhe foi imposto pela CF, de editar uma norma para a concretização do direito constitucional. 
INICIATIVA DE LEI: se os membros do Legislativo não dispõem de iniciativa sobre a matéria, não poderão ser apontados como omissos. 
OBJETO: OMISSÃO INCONSTITUCIONAL – não decorre de toda e qualquer omissão do Poder Público, mas sim das omissões relacionadas com as NORMAS CONSTITUCIONAIS DE EFICÁCIA LIMITADA, em que a plena aplicabilidade está condicionada à ulterior edição dos atos pela CF.
OMISSÕES QUE POSSIBILITAM A UTILIZAÇÃO DA ADO:
a) normas constitucionais de eficácia limitada definidoras de princípios programáticos.
b) normas constitucionais de eficácia limitada definidora de princípios institutivos de natureza IMPOSITIVA (FACULTATIVA, não autoriza a propositura da ADO, por se tratar de simples faculdade do legislador).
OMISSÃO EM TESE (não relacionada a um caso concreto).
SÓ PODERÃO SER IMPUGNADAS OMISSÕES NORMATIVAS FEDERAIS E ESTADUAIS, bem como as omissões do DF concernentes às suas atribuições estaduais.
OMISSÕES DE ÓRGÃOS MUNICIPAIS: não podem ser impugnadas por ADO. 
REVOGAÇÃO DA NORMA A SER REGULAMENTADA ANTES DA DECISÃO EM ADO: caso de extinção da ação por perda do objeto. 
 
*
PETIÇÃO INICIAL: deverá indicar a omissão inconstitucional. 
INDEFERIMENTO LIMINAR: AGRAVO. NÃO SE ADMITE DESISTÊNCIA.
MANIFESTAÇÃO DO AGU E DO PGR: 
AGU (art. 12-F da Lei 12.063/2009):

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