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Direito penal: dos crimes contra a Administração da Justiça
RESUMO: 
O Presente artigo, pretende de forma simples analisar determinados artigos do Código Penal Brasileiro, no que se refere ás qualificadoras existentes em cada texto de forma de trazer ao público interessado na doutrina penal uma visão de como um simples artigo se torna tão complexo no tocante a objetividade jurídica, tipo objetivo, sujeito ativo, sujeito passivo, elemento subjetivo, consumação e outros. Estando legitimado o estudo no Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940.   
A atuação do Poder Judiciário, bem como a dos órgão indispensáveis à sua atividade (autoridade policial, membros do MP, da advocacia e demais operadores do Direito), é bem jurídico relevantíssimo e deve, portanto, estar ao amparo do Direito Penal contra as ações tendentes a desrespeitar a justiça.
Denunciação Caluniosa (Art. 339)
Visa a norma manter a regular administração da justiça que deve ficar a salvo de falsas imputações de crime. Protege-se também a liberdade e a honra daquele que poderá ser objeto da investigação ou acusado de crime que não praticou.
Exige-se que a acusação falsa objetive pessoa determinada, pois o crime também exige a certeza da inocência da pessoa a quem se atribui a prática do crime.
A falsa imputação de um crime sem a vontade de provocar a instauração de investigação policial, administrativa ou processo criminal constitui apenas o crime de calúnia. Questão polêmica na doutrina e jurisprudência diz respeito ao dolo posterior, ou seja, na hipótese de se ter imputado a alguém a prática de crime e somente no decorrer da ação penal teve a certeza da inocência da pessoa denunciada. Teria essa pessoa a obrigação de comunicar o fato ou seu silêncio caracteriza o crime? Como dito, há interpretação em ambos os sentidos. (Majoritária é no sentido de que se descobrir a verdade depois e se silenciar estará configurado o crime)
- Diferentemente da calúnia, deve ser contado para uma autoridade com o intuito de movimentar a máquina judiciária (se a pessoa que deu causa tiver dúvida não configura o crime)
- Complexo: calunia contra uma pessoa e falsa denunciação (sujeitos passivos: pessoas e a Justiça) - "Dar início": BO já é considerado consumado (crime material) - A absolvição desse crime não impende da instauração de ação privada do crime de calúnia por parte do ofendido (se ainda houver prazo)
Comunicação Falsa de Crime (Art. 340)
A falsa comunicação de infração penal ofende o prestígio e a eficácia da atividade judiciária, provocando investigações ou diligências inúteis, embaraçando o seu normal desenvolvimento.
O dolo é a vontade de comunicar a ocorrência da infração penal inexistente, com o fim de provocar ou aceitar o risco de causar a ação da autoridade. Logo, não ocorre o crime quando houver dúvida por parte do agente ou atuando ele com dolo eventual.
Distingue-se do crime de denunciação caluniosa porque neste delito não há acusação contra pessoa certa e determinada.
- Informar um crime que não aconteceu, sem indicar pessoa certa, pois se informar enquadraria o crime do Art. 339 (ex: trote)
- "Provocar ação" (crime material)
Auto-acusação Falsa (Art. 341)
Este tipo penal pressupõe a existência de um crime antecedente e deve ocorrer perante a
autoridade, que pode ser a policial, do MP, Judiciária ou qualquer autoridade administrativa que tenha condição de provocar a ação da demais autoridades anteriormente destacadas.
- Formal: basta assumir o crime para a consumação (independentemente de as autoridades acreditarem ou iniciar-se a ação)
- Dolo malus: assumem por dinheiro ou interesse
- Dolo bonus: assumem por bondade (marido assume por esposa/pai assume pelo filho)
Diferenças entre os artigos 339, 340 e 341: O Art. 339 exige pessoa certa e determinada, exigindo, também, dolo direto, enquanto que o Art. 340 exige infração penal inexistente e contra pessoa indeterminada, contentando-se com o dolo eventual. Já no Art. 341 o agente atua, na verdade, como o substituto do verdadeiro criminoso, e, ao contrário dos crimes anteriores que são materiais, este não existe inicio de investigação, pois se trata de crime formal
Falso Testemunho - art. 342, CP
Trata-se de crime de mão própria, significando que só pode ser praticado pelo sujeito em pessoa (testemunha, perito, interprete ou tradutor), excluindo-se a coautoria. Todavia, é possível a participação por intermédio da instigação, auxilio, ajuste, etc. Como por exemplo, no caso do advogado que induz a testemunha a mentir. Caso essa indução ocorra com a promessa de dinheiro ou outra vantagem ocorrerá o crime previsto no art. 343 do Código Penal.
Alguns julgados, entendem necessária a relevância do depoimento falso na influência da decisão, afirmando não ocorrer o crime se não houver potencialidade lesiva. Todavia, é entendimento majoritário que em se tratando este delito de crime formal, basta para a sua configuração a simples possibilidade de dano, sendo irrelevante que tenha ou não influido na decisão da causa. 
A retratação do agente (§ 2º) é possível e comunica-se ao partícipe. 
O § 1º prevê causa de aumento de pena, notadamente se o falso testemunho destina-se a influir em julgamento penal. 
Consumação: como dito, por tratar-se de crime formal, o momento consumativo do delito, técnicamente, seria o momento da entrega do laudo pericial, ou ao término do depoimento falso. Muito se discutiu na doutrina e jurisprudência sobre o momento da retratação, até que lei recente, estabeleceu o momento da retratação como sendo o momento da “prolação da sentença”. 
Crime doloso e em se tratando de depoimentos falsos em várias etapas do mesmo processo, entende a doutrina e jurisprudência, ocorrer na hipótese, crime único. 
Pena: 2 a 4 anos e multa
Crime próprio - classe ou categoria de pessoas 
Crime de Mão Própria - só o próprio sujeito
Coação do Curso do Processo- art. 344, CP
O crime em estudo é um tipo especial de constangimento ilegal em que não se exige, para a sua concretização, que o coacto (coagido) se submeta ao sujeito ativo. A conduta típica é constituida pelo emprego de violência ou grave ameaça contra a autoridade, parte ou qualquer outra pessoa que intervém no processo: delegado de polícia, promotor de justiça, juiz, autor, réu, testemunha, perito, jurado, interprete, oficial de justiça, etc. 
Sem prejuízo das penas correspondentes à violência, ex: se o criminoso coage a vítima, e posteriormente, a agride, haverá concurso entre este crime e o de lesão corporal.
Tipo Subjetivo: Além da vontade de pratica a violencia ou grave ameaça, exige-se o dolo consistente na finalidade de favorecer interesse próprio ou alheio. Exemplos: intimidação de testemunha, ameaças ao juiz e ao advogado da parte contrária, coação destinada a evitar o oferecimento da denúncia, etc. 
Crime formal, consumando-se independentemente de lograr o a gente, o fim pretendido. 
A reiteração de ameaças para se conseguir o mesmo objetivo, não implica continuidade da infração ou concurso de crimes, mas sim crime único.
De acordo com a violência poderá o a gente incorrer no crime de coação e o correspondente à lesão proporcionada. 
A pena é de 1 a 4 e multa, sem prejuízo das penas correspondentes à violência 
Exercício Arbitrário das Próprias Razões - art. 345, CP
A conduta típica, se apresenta pela expressão “fazer justiça pelas próprias mãos” que equivale à exercer arbitrariamente a sua pretensão sem buscar a via judicial adequada, o a gente ao inves de buscar a tutela jurisdicional resolve empregar a autotutela, fazendo por conta própria, aquilo que entende por justiça. 
Não existirá o crime se a lei permitir a satisfação da pretensão pelas próprias mãos do agente, como por exemplo na hipótese prevista no artigo 1210 do CC. Trata-se de crime formal, sendo que a ação penal, em regra é privada, podendo ser pública apenas se houver emprego de violência contra pessoa. 
Crime expressamente subsidiário, pois poderá ocorrer conduta mais grave (tentativa de homicídio, furto, lesão corporal).Favorecimento Pessoal - art. 348, CP
A conduta típica, vem caracterizada pela expressão “auxiliar a subtrair-se”, que significa, ajudar a escapar a ocultar-se, a furtar-se. O auxilio deve prestar-se à favorecer o autor do crime (não inclui contravenção penal), ao qual é cominada pena de reclusão à subtrair-se da ação da autoridade pública (judicial, policial, ou administrativa). 
O auxílio admite qual quer forma de realização e deve ser prestado após a consumação do delito anterior.
Sujeito ativo: pode ser qualquer pessoa, salvo o coautor e o partícipe do crime anterior. 
O advogado pode ser autor deste crime quando ao invés de prestar auxilio jurídico, acaba empregando, efetivo auxílio ao criminoso, para este escapar da autoridade pública. 
Não se admite favorecimento pessoal por omissão. Assim, não configura o delito, a atitude do agente que deixa de informar à autoridade policial sobre o paradeiro ou esconderijo de um criminoso. A única omissão não permitida é a do agente que favorecer.
Crime material, admite tentativa.
Favorecimento Real - art. 349, CP
A conduta típica, vem expressa pelo verbo “prestar” que significa conceder, dedicar, render. O objeto da prestação deve ser auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime.
O crime de consuma, com a prestação do auxílio, independentemente do êxito da empreitada. 
Não se confunde a figura da receptação dolosa com a do favorecimento real. Na primeira o agente visa o proveito econômico próprio ou de terceiro, enquanto que no favorecimento ele visa assegurar o proveito do autor do crime, ou seja, beneficiar indiretamente o criminoso, garantindo-lhe o proveito do crime praticado. O crime de receptação é contra o patrimônio, esta relacionado ao próprio uso do agente da receptação sobre objeto que ele tem conhecimento de ser produto de crime. 
Ex: Michel furtou rolex, e pediu para professor esconder o relogio até que a poeira baixasse. Professor se esconder incorre em favorecimento real.
Já se Michel oferecer o relógio ao professor para que o professor compre, ou fique com o relogio, e o professor aceita, deixa de ser favorecimento para ser crime de receptação dolosa. 
Observe-se que se o agente criminoso e o favorecedor combinarem anteriormente a conduta, o favorecedor deixará de responder pelo crime de favorecimento real, e passará a ser coautor ou partícipe do crime anterior. 
Crime formal, não admite tentativa.
Valido para ambas condutas (Favorecimento Real e Favorecimento Pessoal): Combinar com o agente o favorecimento, antes da pratica de qualquer um dos crimes, deixa de caracteriza-los. Estando os crimes de favorecimento descaracterizados, e o favorecedor sujeito a ser taxado como coautor ou partícipe do crime anterior. 
Art. 348 § 2º - Escusas Absolutórias: pessoas que não terão pena ainda que realizem o favorecimento. 
A contravenção penal não implica em favorecimento. Ex: se o Michel é bicheiro (jogo do bicho) e o professor o esconde das autoridades, o professor não incorre no crime de favorecimento, isso pois Michel não se trata de autor de crime, mas sim autor de Contravenção Penal
Art. 348>>>Termo “Autor de Crime” —— importante ressalvar que este é o termo utilizado na lei pois, para o autor do crime não é necessário que haja contra ele já o trânsito em julgado (caso fosse no tipo chamado de criminoso, seria necessário aguardar o trânsito em julgado de sentença penal condenatória que o decretasse culpado pelo crime) 
Art. 349>>> Termo “Criminoso” na época (1940) quando código foi feito, criminoso e autor de crime ainda eram a mesma coisa. 
Patrocínio Infiel - art. 355, CP
Trata-se de crime próprio, somente praticável pelo advogado.
A conduta típica vem expressa pelo verbo “trair” que significa enganar por traição, ser infiel, tramar contra o cliente. Trata-se de crime doloso, podendo a forma culposa ser apurada apenas no âmbito administrativo da OAB. 
§ Único: Patrocínio Simultâneo ou Tergiversação - há previsão de duas condutas típicas, quais são, defender simultaneamente ou defender sucessivamente. Na primeira conduta o advogado defende, na mesma causa, ao mesmo tempo, o interesse de partes contrárias. 
Defender sucessivamente, significa que o advogado deixou de patrocinar a parte autora e passou a patrocinar o interesse da parte ré, como por exemplo no caso do advogado que propõe ação de separação judicial em nome da esposa e depois resolve contestar a ação, em favor do marido.
A conduta do caput, depende da produção de prejuízo (crime material), enquanto que nas hipótese do parágrafo único o prejuízo é presumido pela lei (crime formal).
Tergiversação implica que ele não estava ao mesmo tempo nos dois polos, ele renunciou uma parte e ingressou com a contraria em seguida. 
A lei não fala que deve ser no “mesmo processo”, ela fala na mesma “causa”. Causas são ações conexas. Ex: inventário >>> inventariante patrocina simultaneamente o inventário e um terceiro com interesses diversos sobre o patrimônio do de cujos.
Quando se tratar de escritório com vários advogados defendem interesses conflitantes, isso será uma questão de ética, que é reservada à OAB, mas não configura o crime.
É necessário o intuito personi, deve ser a figura da pessoa do advogado no qual você depositou a sua confiança.

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