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ACIDENTE VASCULAR ENCEFALICO (AVE) Prof. Dra. Fernanda Lopes Buiatti de Araujo ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC) É UMA MANIFESTAÇÃO CLÍNICA RESULTANTES DA RESTRIÇÃO DA IRRIGAÇÃO SANGUÍNEA AO CÉREBRO, CAUSANDO UMA DESTRUIÇÃO CELULAR E UM DÉFICIT NEUROLÓGICO SÚBITO E ESPECÍFICO (UMPHRED, 1994; O’ SULLIVAN, 1993) 2.5 CÍRCULO ARTERIAL DO CÉREBRO – POLÍGONO DE WILLIS � Circuito arterial fechado � Localiza-se na base do cérebro �Formação: - artérias cerebrais anteriores - artérias cerebrais médias - artérias cerebrais posteriores - artérias comunicantes (anterior e posterior D e E) →Anastomosam o sistema carotídeo interno ao sistema vertebral. A prevenção, diagnóstico e tratamento de todos estes processos, exigem um estudo da vascularização do SNC. CLASSIFICAÇÃO DOS AVEs HEMORRÁGICO ISQUÊMICO TRANSITÓRIO (AITs) CLASSIFICAÇÃO PELO TIPO DE DISTÚRBIO SUBJACENTE: AVE isquêmico �Obstrução de artéria cerebral importante: Média, posterior e anterior. Basilar e vertebral (TE) menos comum. AVE isquêmico trombótico: Ateroma na artéria (trombo). �FISIOPATOLOGIA: Doença aterosclerótica (afeta artérias intra e extra cranianas de maior porte.) AVE(i) trombótico. �AVE isquêmico embólico: Êmbolos secundários (coágulo de sangue) em locais grandes mais comuns de êmbolos: coração e artéria carótida. Ocorre de modo súbito. A classificação de um AVE pode ser dada: - Pela duração e gravidade dos sintomas neurológicos focais ou globais, por exemplo, diagnostica-se AVE quando a pessoa apresenta sintomas neurológicos que perduram além de vinte quatro horas, caso contrário é definida como um Ataque Isquêmico Transitório (AIT) (SACCO, 1995). - AIT / disfunção - Natureza isquêmica: maioria fenômenos tromboembólicos - Suboclusão de vasos extracranianos - Hemorragias: aneurismas, malformações arteriovenosas congênitas AVE hemorrágico parênquima cerebral hemorragia espaço subaracnóide hemorragia � Hemorragia nas partes mais profundas do cérebro � Hipertensão � Paredes arteriais enfraquecidas pequenas herniações ou microaneurismas - hematomas � Tálamo, núcleo lentiforme e com menos freqüência cerebelo e ponte. � Sistema ventricular = óbito Hemorragia subaracnóide é visível nas áreas mais escuras, mais proeminentes na região do tronco encefálico. � Território cortical irrigado pela artéria cerebral anterior: Um dos ramos de bifurcação da carótida interna, ganha a fissura longitudinal e curva-se em torno do corpo caloso e ramifica-se na face medial de cada hemisfério desde o lobo frontal até o sulco parieto-occipital. Obstrução: Paralisia e diminuição da sensibilidade no membro inferior do lado oposto. Decorrente da lesão de partes das áreas corticais motoras e sensitivas que correspondem à perna e que se localizam nos giros pré e pós central. � Artéria Cerebral Média: Ramo principal da carótida interna, percorre o sulco lateral distribuindo ramos que vascularizam a maior parte da face súpero-lateral de cada hemisfério. Este território compreende áreas corticais importantes: área motora, área somestésica, o centro da palavra falada e outras. �Obstrução: Quando não são fatais, determinam paralisia e diminuição da sensibilidade do lado oposto do corpo (exceto no MI, podendo haver ainda graves distúrbios da linguagem. � Artéria cerebral posterior: �Ramos da bifurcação da artéria basilar, dirigem-se para trás, contornam o pedúnculo cerebral e, percorrendo a face inferior do lobo temporal, ganham o lobo occipital. Irriga a área visual situada no lobo occipital. �Obstrução: Causa cegueira em uma parte do campo visual. ABORDAGENS FISIOTERAPÊUTICAS Sempre forçar o paciente a se voltar para o lado lesado Início e duração da terapia Os processos de reparação e reorganização do SNC começam a acontecer logo após a lesão. Reabilitação precoce. Processo de reparação e reorganização começam a acontecer logo após a lesão. Intensificação da terapia na fase inicial. Duração da terapia* Bach-y-Rita (1981) Frequência e intensidade da terapia → Trabalho de reabilitação intensivo e contínuo. → Taxas mais altas de aprendizagem. → O aprendizado motor utiliza a memória de procedimento, que é um tipo de memória que está a mercê do treinamento. Assim, para aprender um ato motor, é necessário repetir inúmeras vezes a mesma ação para ela se fixar. → Orientações familiares. Estado Emocional → Interfere diretamente no tratamento terapêutico: motivação e depressão. Motivação: mobiliza o indivíduo para a ação: compreende desejo, vontade, interesse ou pré-disposição para agir. Família (precaver ao informar o diagnóstico para não desmotivá-los. Vínculo). Depressão: facilmente encontrado em pacientes neurológicos. A depressão pode ser vista como conseqüência das alterações físicas e psicossociais que suas patologias podem trazer ou pode fazer parte integrante do quadro clínico. Estudos informam que estimular a autoconfiança nos pacientes portadores de AVC melhora o autocuidado, com isso, diminui a depressão e consegue-se uma melhor qualidade de vida. Ambiente Terapêutico O ambiente terapêutico deve fornecer condições adequadas para o aprendizado ou reaprendizado motor do paciente, propiciando a maior qualidade de estímulos possíveis pois a integração do paciente neurológico com o meio possibilita o surgimento de caminhos, tanto do ponto de vista do substrato morfológico quanto funcional,que viabilizam a superação de obstáculos gerados pela lesão cerebral. Ambiente hospitalar x ambiente terapêutico. Comunicação A comunicação na área da saúde é fundamental para o bom entendimento entre paciente e terapeuta, família e terapeuta, paciente e família, bem como dentro de toda a equipe multidisciplinar. → Palavra verbalizada/ Comunicação não- verbal: Toda a informação obtida por meio de gestos, posturas, expressões faciais, orientações do corpo, organização dos objetos no espaço, será um recurso muito apropriado para o terapeuta interpretar com maior precisão os sentimentos do paciente, criando assim maior vínculo terapêutico e, desse modo, potencializando a fisioterapia. 13. Condições Físicas → O estado nutricional e o bom condicionamento musculo- esquelético propiciam maiores condições físicas ao paciente neurológico, permitindo-lhe uma melhor reabilitação. 14. Cognição → O nível cognitivo do paciente neurológico é importante no processo terapêutico e este pode ou não estar afetado pela lesão. Certamente, os indivíduos com menor déficit cognitivo, respondem de maneira mais adequada à terapia, por manterem sua esfera de funcionamento intelectual preservada. A plasticidade do SNC viabiliza a recuperação do paciente neurológico adulto. A interação com o meio ambiente é capaz de provocar transformações estruturais e funcionais no SNC. E, como a reabilitação física manipula os fatores intrínsecos e extrínsecos, permitindo uma adaptação cada vez melhor das respostas motoras emitidas, isso significa dizer que a reabilitação fisioterápica, adequadamente aplicada, contribui efetivamente para a neuroplasticidade.
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