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A aquisição da linguagem Raquel Santos UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS DISCENTES: CARLOS CAIQUE CLEIDIANE SOUZA, ISAC SAMPAIO MARTA PROCÓPIO DOCENTE: Drª ROSANA ALVES A aquisição da linguagem Raquel Santos Introdução Estudo e teorias sobre a aquisição da linguagem 1. O desenvolvimento da língua Exemplificação do processo de aquisição da linguagem Projeto desenvolvido na Universidade Estadual de Campinas Codificação do projeto: C. 1;11.14 Dias Mês Ano(s) Inicial da criança 1 .1 . A estrutura silábica Estudos fonológicos; aspectos segmentais: ItJ e Id fonemas em português; theater fonema em inglês Constituição básica da silaba em português: Também são: As estruturas V, CV e CCV são consideradas sílabas leves, e as estruturas cvv e cvc são consideradas sílabas pesadas (cf. Bisol, 1989). CV consoante-vogal V vogal CCV consoante-consoante-vogal CVV consoante-vogal-vogal Ataque Rima C C C C Núcleo Coda V V V V V C V Núcleo Coda Casca Ave Coitado Castigo Prato 1 .1 . A estrutura silábica Em português brasileiro e europeu, as crianças começam produzindo apenas sílabas cv, e logo depois adquirem a sílaba vem posição de início de palavra (o ponto separa as sílabas na palavra e a marca superior antes da sílaba indica a sílaba acentuada) (P: No entanto, essas estruturas de v não-inicial são, por um período, evitadas pelas crianças, e elas modificam seus enunciados para que estes se conformem com a estrutura cv: As estruturas que surgem em seguida são as cvc e cvv: [ 'e. si] = esse (R. 1 ;6.6) [a.'ki] = aqui (T. 1;5.21) [ 'ga.tu] = gato (T. 1 ;6.4) [pa.'gai.u] = papagaio (T. 1;11.14/1;11.29) [ 'lu.a]= lua (R. 1; 11.12) [pa.'gai.u] = papagaio (T. 1;11.14/1;11.29) [ 'lu.a]= lua (R. 1; 11.12) [ 'po.ku] = porco (T. 1;7.12/1;10.22) [ ko.'lai ] = colar ( R. 1 ;8.25) [ba.'doi] = gravador (R. 1;9.9) [foi] = flor (T. 1;10.22) 1 .1 . A estrutura silábica A última estrutura que surge é a CCV: [ is.'tre.la ] = estrela (T. 2;2.28) [ 'plas.ti.ku] = plástico (T. 2;3.4) [ 'pe.dru] = Pedro (T. 2;3.4) ['grã.di] = grande (R. 2;0.20) [ 'de.tru] = dentro (R. 2;0.20) 1.2. A causatividade Observe as sentenças abaixo: “Segundo Figueira (1985), durante o processo de aquisição da causatividade, a criança transforma sentenças não-causativas em causativas, e vice-versa”( (32) O João correu. (33) O João morreu. (34) O João matou Pedro. Não há mudança de estado há mudança de estado, mas não necessariamente há um agente envolvido na ação; o verbo implica que há um agente envolvido e que há uma mudança de estado resultante da ação. 1.2. A causatividade Num primeiro momento do processo de aquisição (2;8 a 4;1), a criança usa verbos não-causativos como causativos: Veja a ilustrativa sequência abaixo (Figueira, 1985), por exemplo, em que A., aos 6;1.18 corrige J., sua irmã menor: (39) ele quer me tomar injeção = porque ele quer me dar injeção (A 3;3.26) (40) eu saio você do berço =eu tiro você do berço)(A. 4;10.14) (41) eu vou morrer essa (florzinha) = eu vou matar essa florzinha (A 4;8.26) (48) situação: cai espontaneamente um objeto da estante da sala, onde estão J., A. e a mãe. A.: ai, caiu! J.: não fui eu que caiu. Mãe: o quê, J.? situação: 1. calada. A.: ela falou que não foi eu que caiu. Não fui eu que deixou cair. (A. 6; 1.18) (J. 2;6.?) 1.3. As estruturas relativas A compreensão dá pistas sobre o conhecimento linguístico (e lha (1979) e Vasconcelos (1995) tratam da compreensão de orações relativas por crianças brasileiras e portuguesas, respectivamente) No teste feito, o pesquisador lia-lhes sentenças e elas deveriam repetir. Por exemplo: São quatro as possibilidades combinatórias: (49) o urso que empurrou o cavalo seguiu o elefante. (50) o urso empurrou o cavalo que seguiu o elefante. (51) o urso que empurrou o cavalo seguiu o elefante (o sujeito da encaixada é sujeito da principal- SS) (52) o cavalo que o elefante empurrou pulou a girafa (o objeto da encaixada é sujeito da principal- SO) (53) o elefante empurrou o urso que seguiu a girafa (o sujeito da encaixada é o objeto da principal- OS) (54) o cavalo pulou a girafa que o urso empurrou (o objeto da encaixada é o objeto da principal- 00) 1.3. As estruturas relativas Não apenas a compreensão do pronome relativo é tardia, como também, no caso dos acertos, depende de sua função. Como observado no item, a aquisição da linguagem não é caótica, aleatória. 2.1 . O empirismo Antes a linguagem era estudada apenas de maneira subjetiva é abstrata. Para Platão a linguagem era conhecida como “a forma de ler e escrever corretamente “. A teoria de Piaget se remete ao construtivismo é cognitivismo. 2.1 .1 . O behaviorismo É conhecido também como comportamentalismo Tem o comportamento como objeto de estudo A palavra behaviorismo tem origem no termo behavior que em inglês significa comportamento ou conduta 2.1.2. O conexionismo Essa teoria vê a mente com perspectivas computacional. Descreve o processo cognitivo semelhante ao de um computador. Ela rejeita que a linguagem seja uma faculdade inata ( a linguagem é vista como fruto da associação entre as informações) 2.2. O racionalismo É uma teoria filosófica que da prioridade a razão, como faculdade de conhecimento relativamente aos sentidos. O racionalismo pode ser dividido em três diferentes vertentes: A metafísica (que encontra um caráter racional na realidade e indica que mundo está ordenado de forma lógica e sujeita a leis) A epistemológica (essa teoria contempla a razão como fonte de todo o conhecimento verdadeiro) A ética ( essa acentua a relevância da racionalidade respectivamente, a ação moral) 2.2.1. O inatismo É a ideologia filosófica que acredita que o conhecimento do indivíduo é inata, ou seja, já nasce com ele Nesta teoria, a ideia do conhecimento é desenvolvida a partir das aprendizagens e as experiências individuais de cada pessoa é desacreditada Para os defensores desta teoria, todas as qualidades e capacidades básicas de conhecimento do ser humano já estariam presente na pessoa desde o seu nascimento 2.2.2. O construtivismo A construção da linguagem Piaget e epistemologia Estágios do desenvolvimento cognitivo: Requisitos para Aquisição da linguagem: 2.2.2.1. O Cognitivismo sensório motor pré-operatório operatório concreto e formal Permanência do objeto Representação 2.2.2.2. O interacionismo Estágios no desenvolvimento das operações mentais: Signos relativamente Fala egocêntrica Natural ou primitivo Psicologia ingênua Signos exteriores Crescimento interior Texto complementar: Vygotsky e o Desenvolvimento da Linguagem: Breviário No campo da psicologia cultural os estudos de Vygotsky ([1932]1996), sobre o desenvolvimento da linguagem e a sua relação com o pensamento, dizem/definem que a aprendizagem e o desenvolvimento cognitivo são processos construídos culturalmente, fundados sócio- historicamente e não apenas influenciado pelo contexto cultural. ZPD: [...] à distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação deum adulto, ou em colaboração com os companheiros capazes (VYGOTSKY, 1932/1996, p. 97). 3. Considerações finais Além de fascinante, observar a aquisição da linguagem, e, quando a criança passa a dominar uma língua é instigante. Foram apresentados, no primeiro item, os resultados de estudos sobre três aspectos da aquisição da linguagem: a aquisição da estrutura silábica, da causatividade e das orações relativas. O segundo item apresentou um panorama das principais correntes teóricas que tentam explicar o processo de aquisição da linguagem. Referências SANTOS, R. "A aquisição da linguagem" In: Fiorin, J. L Introdução à Linguística: I. Objetos teóricos. São Paulo: Contexto, 2011. VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. Rio de Janeiro: Martins Fontes, 1996. SOUZA, SWEDER. Vygotsky e o Desenvolvimento da Linguagem: Breviário. Disponível em: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/pedagogia/vygo tsky-e-o-desenvolvimento-da-linguagem-breviario/65817/> Acesso em: 06 de outubro de 2017.
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