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Teoria Politica Hayek. Hayek adere um conceito de liberdade com a ausência de coerção, a propriedade privada e o direito individual devem ser respeitados. O indivíduo é visto como categoria de análise e também como motor da sociedade, indo além e em busca da análise da ação humana. Não faz apologia a liberdade a partir de um otimismo antropológico, isto é de forma que confie na racionalidade humana. Tal linha de pensamento segue o êxito de que tudo isso foi tentando ser posto em pratica sem obter êxito. Faz uma defesa utilitária da liberdade, sendo ela não algo que alguém gosta de exercer, mas sim o tipo de liberdade que alguém necessita para beneficiar a sociedade. Os benefícios da liberdade existem mesmo que não seja garantida de forma universal, sendo melhor que alguns gozem dela do que ninguém, e que alguns possam gozar da liberdade plena, do que todos possuírem a liberdade restrita. Tece uma crítica á conservadora á democracia, considera a forma de governo menos perversa, mas por outro lado o conservadorismo atribui os males á democracia, quando na verdade os problemas não se concentram nos regimes, mas na limitação dos poderes. Os seres humanos agem em perspectivas econômicas. Impossibilidade do socialismo, colocando-o como o caminho a servidão Economia em destaque, colocando a política em menor importância Utópico e irracional o Estado tomar decisões O princípio do igualitarismo, elimina o incentivo individual, e aumenta o poder de coerção da autoridade ao exigir que se tratem diferentes pessoas, de maneira diferenciada com o objetivo de coloca-las nas mesmas condições materiais. Acreditava na indivisibilidade da liberdade, a menos que se obtenha ou se mantenha a liberdade econômica, as outras liberdades, civil e política se esvaem. A intervenção estatal na economia. Aceita-se a interferência governamental na previdência social, educação ou subsidiando desenvolvimentos experimentais. Rawls, Nozcik e Hayec. Libertarismo, indica a defesa de um Estado mínimo, postulado por John Rawls e encontrado em Robert Nozick, que traz uma crítica a qualquer arranjo político institucional que perpasse as funções simples de garantias individuais a tentar redistribuir bens ou serviços. Delimitando a esfera política e a econômica, com deliberação sob as funções do Estado no ordenamento social. A teoria libertária, possuem vertentes normativas, como a pós Teoria da justiça, sendo outras duas correspondentes ao liberalismo igualitário, filiado a Jhon Rawls, e o comunitarísmo. A última corresponde a inclusão de ampliação de direitos, criticado pelo libertarismo, defendendo um Estado mínimo e uma primazia do mercado frente a políticas distributivas. A distinção entre as concepções de justiça tanto de Rawls quanto de Nozick, são nítidas, na medida que se refere ao princípio da diferença, estabelecido que arranjos sociais só seriam justos se beneficiassem indivíduos em piores condições sociais. Contraposição frontal, com Rawls que tenta conjugar a liberdade e a igualdade ao passo que Nozick coloca a liberdade como prioridade. Hayek nessa mesma visão, acredita na incompatibilidade entre igualdade e liberdade. Nozick evidencia uma lógica individualista, racionalista e autônoma, sendo os indivíduos invioláveis, não podendo ter sua liberdade sacrificada como meio ou instrumento para a igualdade. O autor rejeita o intervencionismo estatal demasiado, mas emprega a existência dele em dois fatores, o exercício do monopólio da força e o oferecimento de proteção a todos os residentes, algo visto como um elemento distributivo. O libertarismo julga a importância do Estado no seu papel de legitimidade da punição de pessoa que violam os direitos das outras. Prover a proteção seria um direito natural a vida, á liberdade de escolha e a propriedade privada. A possível crítica ao libertarismo guardaria semelhanças superficiais, uma vez que concebe e justifica o poder político como baseado em uma rede de contratos privados bilaterais requeridos para a manutenção do Estado mínimo. Introdução ao Marxismo- a crítica ao sistema capitalista e a revolução. Os liberais enfatizavam a importância do indivíduo. Naquela época, eles consideravam o desenvolvimento e a soberania do indivíduo como o mais importante fenômeno da era. "Indivíduo e individualismo" era o slogan liberal da época. E os reacionários já haviam atacado essa posição. A única justificativa para uma lei era ver se ela era ou não capaz de promover o bem-estar social das pessoas. Em vários países, os liberais e os racionalistas clamavam por constituições escritas, pela codificação de leis, e pela criação de novas leis que permitiriam o pleno desenvolvimento das aptidões do cada indivíduo. Não é o indivíduo quem pensa; é a nação — ou uma entidade social qualquer — quem utiliza o indivíduo unicamente para a expressão dos próprios pensamentos dela. Essa ideia foi muito enfatizada por Marx e pelos marxistas. Sob esse aspecto, os marxistas não eram seguidores de Hegel, cuja principal noção sobre evolução histórica envolvia uma evolução rumo à liberdade do indivíduo. Do ponto de vista de Marx e Engels, o indivíduo era uma coisa desprezível e insignificante aos olhos da nação. Marx e Engels negavam que o indivíduo tivesse alguma função na evolução da história. De acordo com eles, a história caminha por conta própria As forças produtivas materiais progridem independentemente, sem nenhuma relação com os desejos e vontades dos indivíduos. E os eventos históricos ocorrem com a mesma inevitabilidade de uma lei da natureza. De maneira acidental, o termo Revolução Industrial foi criado por Arnold Toynbee. Marxistas dizem que "O que vai promover a derrubada do capitalismo não é uma revolução — veja a Revolução Industrial". Karl Marx acreditava que a acumulação de capital era um obstáculo. Aos seus olhos, a única explicação para qualquer acumulação de riqueza era que alguém havia roubado um outro alguém. Para Karl Marx, toda a Revolução Industrial consistiu simplesmente da exploração dos trabalhadores pelos capitalistas. Trata-se de pressuposto geral e razoável porque extraído das evidências prático-sensíveis e sócio históricas das formas e modos de ser e existir dos homens, constatáveis por vias empíricas. O mundo dos homens não pode ser explicado a partir das ideias, e também não servem para tanto quaisquer pontos de partida ou bases de sustentação. Essa perspectiva que afirma o trabalho como elemento fundamental, fundador da sociabilidade humana, já está presente primeiramente nos Manuscritos econômicos e filosóficos, “onde o conjunto das esferas da existência humana (desde o lugar da arte, da religião, da filosofia, passando pela conceituação de liberdade, até as formas concretas e imediatas de realização do trabalho) aparece como dependente da esfera da produção”.68 Essa descoberta representou um salto qualitativo muito importante na teoria marxiana, pois, de agora em diante, ela vai fundamentar a possibilidade de emancipação humana, superando as proposições presentes na Introdução, na qual o proletariado era apenas a classe portadora dos sofrimentos da humanidade. Essa tese que parte da produção material ou do trabalho para compreender o movimento dialético da história e a constituição do homem como ser social recebeu uma importante contribuição na obra engelsiana intitulada Sobre papel do trabalho na transformação do macaco em homem. Nessa obra, Engels, o grande parceiro de militância política e intelectual de Marx, explicita a mesma concepção antropológica naturalista aventada por Aron, buscando demonstrar que o trabalho não é apenas a condição sine qnon para a existênciada sociedade, pois em todas as formas de organização social ele é imprescindível; mas, principalmente, que o trabalho foi o responsável pelo surgimento do homem enquanto espécie inteligente, capaz de produzir ferramentas e assim transformar a natureza e também a si próprio. Por divisão do trabalho entendemos a forma como a produção material está dividida entre os membros da sociedade. Ela pode abranger vários aspectos, por exemplo, a divisão entre trabalho material e trabalho intelectual, isto é, entre aqueles que teorizam ou planejam e aqueles que executam uma determinada atividade. Pode referir-se também à oposição entre os proprietários dos meios de produção e os trabalhadores, com base na qual cada classe ocupa um lugar no processo de produção e de apropriação da riqueza. Visando demonstrar a relação entre a base material de produção e reprodução da vida e seus reflexos espirituais e ideológicos, Marx faz uma análise das formas de propriedade e suas respectivas características e implicações políticas econômicas e sociais. Nesse contexto, as diferentes fases do desenvolvimento da divisão do trabalho, expressam, por sua vez, diferentes formas de propriedade. Desse modo, Marx diferencia três estágios de desenvolvimento da propriedade anteriores ao capitalismo: a propriedade tribal, a propriedade estatal ou comunitária da antiguidade e, finalmente, a propriedade feudal ou estamental A realidade é modificável pelo homem. O segundo momento, ou fato histórico, é aquele que corresponde à superação das necessidades básicas, “por assim dizer animais”76 dos homens, caracterizado por uma ampliação e sofisticação dessas necessidades, onde se verifica a criação de demandas mais ricas, sutis e complexas, definindo aquilo que podemos chamar de vida civilizada. O terceiro momento refere-se à reprodução do próprio homem por meio da constituição do núcleo familiar, pois, uma vez satisfeita e ampliada a primeira necessidade de sobreviver, garantida pelo ato do trabalho, os homens passam a estabelecer relações mais complexas, reproduzindo-se, dando gênese Finalmente, o quarto momento destacado em A ideologia alemã refere-se ao desenvolvimento das forças produtivas, que trazem em seu bojo concomitantemente a relação dos homens com a natureza e a relação dos homens entre si. As forças produtivas da sociedade compreendem os meios de produção e a força de trabalho, isto é, as habilidades, as técnicas, as tecnologias e os instrumentos que o homem possui para dominar a natureza, exercer controle sob as condições naturais e subordiná-la a suas necessidades. Dispondo desses elementos, faz-se necessário que o homem organize-se socialmente para produzir, estabelecendo, assim, as relações sociais de produção Para Marx, as forças produtivas, as relações sociais de produção e a consciência, isto é, a representação ideal que os homens extraem da realidade, devem estar em consonância até o momento em que a sociedade esteja estruturada com base em condições objetivas de igualdade econômica e social. Porém, em determinado momento, esses três elementos devem e podem entrar em contradição entre si, na medida em que se desenvolve a divisão social do trabalho e a propriedade privada. Para Marx, nesse momento, a ideologia assume um papel importantíssimo na manutenção do status quo, pois acaba por orientar a ação dos homens, tanto em sua relação ao ato laborativo, quanto em sua relação social com os outros homens. Nesse contexto, na presente obra, a ideologia é definida como o conjunto de ideias e valores sociais predominantes em uma determinada época, valores tais que correspondem aos interesses da classe dominante, uma vez que esta detém o poder político e econômico e, portanto, as condições materiais e culturais para fazer com que seus valores sejam assimilados como valores universais de toda a sociedade Entretanto, a abordagem que afirma que o proletariado acaba por assimilar passivamente os valores da classe dominante, o que contribui para a aceitação e manutenção do status quo, dá margem a uma identificação da ideologia apenas como sinônimo de falsa representação do mundo real, ou ainda, de falsa consciência. Raymond Aron corrobora esse ponto de vista, qual seja, que a ideologia corresponde a uma falsa consciência do mundo, isto é, uma concepção de mundo de uma classe particular que ao universalizá-la para as demais classes, cria as condições para manter sua dominação material e política. Marx retoma o conceito de estranhamento, segundo o qual os produtores do mundo material são mantidos apartados da riqueza produzida, não se reconhecem nos produtos de sua criação, e, finalmente, são dominados pelo mundo engendrado pelo trabalho. Para Marx, a superação desse estranhamento seria viabilizada pela revolução comunista que permitiria ao proletariado tomar o controle da sociedade em suas mãos; porém, para que essa revolução obtivesse êxito, seria necessário que tal classe, a única verdadeiramente revolucionária, pudesse apresentar seus interesses como universais de todas as classes oprimidas. Utilizando a história como ponto de fundamentação teórica, Marx lembra que o expediente foi utilizado pela burguesia francesa, que só pôde sair-se vitoriosa da revolução pelo fato de ter conseguido apresentar seus interesses particulares traduzidos sob o lema da liberdade, igualdade e fraternidade, como ideais de todas as classes oprimidas. Assim, a tarefa do proletariado de apresentar seus interesses particulares como interesses universais de todas as classes subalternas nos reconduz à questão do papel da ideologia e de sua função na orientação da prática social dos homens. O marxismo oriental- Lenin, Estado e revolução O autor faz uma análise teórica do imperialismo, descrita por ele como a “fase mais recente do desenvolvimento do capitalismo”. Lênin discorre sobre A Concentração da Produção e os Monopólios, afirmando que “O enorme incremento da indústria e o processo notavelmente rápido de concentração da produção em empresas cada vez maiores constituem uma das particularidades mais características do capitalismo”. Para demonstrar isso, o autor utiliza-se de dados sobre o processo fornecidos por censos industriais. Com essas informações, Lênin assinala o processo de transformação da concorrência em monopólio nos principais centros capitalistas do mundo, como Alemanha, Inglaterra, França e Estados Unidos da América. Lênin se detém ainda na explicação pormenorizada da transformação da concorrência em monopólio. Ainda neste primeiro capítulo, o autor cita Karl Marx, em O Capital, explicando que muito antes de ocorrer esse fenômeno, Marx já anunciava que a livre concorrência gera a concentração da produção, que num certo grau de desenvolvimento, conduz ao monopólio. Em seguida, o autor discute a importância e o papel do sistema bancário para a consolidação dos monopólios, pois são esses instrumentos também se transformam em monopólios “À medida que vão aumentando as operações bancárias e se concentram num número reduzido de estabelecimentos, os bancos convertem-se, de modestos intermediários que eram antes, em monopolistas onipotentes”. A partir dessa premissa, Lênin discorre sobre esses estabelecimentos, citando dados de vários países e, tomando como exemplo o Banco Alemão, discute como se dá essa centralização. O autor também descreve a competição existente entre os bancos e as caixas econômicas e as estações de correio, além de mostrar que existe um processo de fusão entre bancos com as maiores empresas No capítulo IV, ele explica como se dá a exportação de capitais, que “adquire um desenvolvimento gigantesco em princípios do século XX”, e sobre o impacto dessecapital nos países estrangeiros, acrescenta “A exportação de capitais repercute-se no desenvolvimento do capitalismo dentro dos países em que são investidos, acelerando-o extraordinariamente”. Nesse sentido, Neste aspecto desempenham um papel importante os bancos fundados nas colônias, bem como as suas sucursais. Lênin discute A partilha do mundo entre as associações de capitalistas. Para ilustrar, o autor cita os exemplos da indústria elétrica e seu desenvolvimento em vários países, as fábricas de carris de ferro, a indústria do petróleo e marinha mercante, como processos de concentração que levaram à “partilha do mundo”. Logo após, o autor mostra como se deu a partilha do mundo entre as grandes potências, e, citando o geógrafo A. Supan, apresenta a percentagem de território pertencente às potências coloniais européias e aos Estados Unidos. “O traço característico do período que nos ocupa é a partilha definitiva do planeta, definitiva não no sentido de ser impossível reparti-lo de novo "pelo contrário, novas partilhas são possíveis e inevitáveis", mas no sentido de que a política colonial dos países capitalistas já completou a conquista de todas as terras não ocupadas que havia no nosso planeta”, afirma. Neste capítulo, Lênin explica como a política colonial mundial encontra-se intimamente relacionada com o capital financeiro, mostrando o avanço das possessões coloniais das grandes potências e a relação entre as colônias e a escassez de matérias-primas nos países desenvolvidos. O autor inicia fazendo um balanço sobre o assunto e define brevemente “o imperialismo é a fase monopolista do capitalismo” para, em seguida, citar as características e os traços fundamentais desse processo. Nesse sentido, o autor também discute “o lugar histórico que esta fase do capitalismo ocupa relativamente ao capitalismo em geral e a relação entre o imperialismo e as duas tendências fundamentais do movimento operário”. “O monopólio capitalista gera inevitavelmente uma tendência para a estagnação e para a decomposição”. Partindo desse princípio, no capítulo seguinte, o autor descreve como se dá o que ele chama de parasitismo e a decomposição do capitalismo, explicando a camada dos rentiers, ou seja, “de indivíduos que vivem do ‘corte de cupões’, que não participam em nada em nenhuma empresa, e cuja profissão é a ociosidade”. Lênin faz um panorama dialogando com vários autores que fazem uma crítica ao imperialismo, ressaltando “a atitude das diferentes classes da sociedade perante a política do imperialismo, de acordo com a ideologia geral das mesmas”. O autor cita, principalmente, Kautsky, um ex- marxista, que criou a teoria do ultraimperialismo. “Tanto a análise teórica como a crítica econômica e política que Kautsky faz do imperialismo encontram-se totalmente impregnadas de um espírito absolutamente incompatível com o marxismo, de um espírito que oculta e lima as contradições mais essenciais, impregnadas da tendência para manter a todo o custo a unidade em desintegração com o oportunismo no movimento operário europeu”, ressalta. Por fim, assinala O lugar do imperialismo na História, mostrando as principais manifestações do capitalismo monopolista e afirmando que essa nova conjuntura agudizou todas as contradições do capitalismo. Rosa Luxemburgo- Socialismo Democrático. Os primeiros, ao reduzirem seu pensamento político à famosa fórmula lapidar da "liberdade é sempre a liberdade dos que pensam de maneira diferente", utilizaram-no como arma contra o bolchevismo, criando assim uma dicotomia entre democracia e ruptura revolucionária - de um lado, o luxemburguismo democrático, defensor da democracia como fim em si, de outro o autoritarismo bolchevique, segundo o qual a democracia não passariade instrumento para se chegar ao socialismo. A noção de democracia em Rosa Luxemburgo está intrinsecamente ligada às idéias de ação autônoma e de experiência das massas. Mas como a sua teoria política, que nada tem de sistemático, é elaborada no diálogo com a conjuntura, em artigos para jornais e revistas social- democratas, quase sempre em polêmica com os adversários. A Greve das Massas não é uma tática contrária à luta quotidiana e parlamentar, mas precisamente o meio de criar condições para a conquista de direitos políticos, fundamentais para a emancipação dos trabalhadores alemães. Rosa mostra, na sua análise, que a história da revolução russa e a história da greve de massas se confundem. Greve de massas, para dizer tudo em poucas palavras, é sinônimo de ação revolucionária, na qual não há distinção nítida entre reivindicações econômicas e políticas. Em análise detalhada do movimento grevista na Rússia, ela mostra como reivindicações econômicas desembocam em reivindicações políticas e vice-versa, num movimento circular. Rosa dá mais peso à ação das massas que à teoria, ao partido. É o que podemos perceber na mencionada análise da revolução russa de 1905. Rosa mostra-as como o elemento livre da história, não tendo uma dependência imediata da Aufklärung, do partido e da "ciência" marxista. Ou seja, ao mesmo tempo em que aparecem ligadas à "lógica do processo histórico objetivo", elas inventam, são autônomas, criadoras, livres. Liberdade e democracia mantêm assim uma relação intrínseca com o conceito de massas. Este é um fio condutor do seu pensamento político que permanece até o fim. E uma última lição: a consciência brota da espontaneidade, indo, ao mesmo tempo além dela, num processo de educação ininterrupta. O partido é resultado das lutas espontâneas e se alimenta delas. Em plena revolução, o partido deve exprimir a posição do proletariado na luta, ser "'porta voz'" intérprete da vontade das massas. A partir de 1914, há uma guinada no pensamento de Rosa. O viés determinista que por vezes aparecia é profundamente abalado com a adesão da socialdemocracia e dos proletariados nacionais à guerra imperialista. Numa época de crise para o socialismo, como foram os anos da primeira guerra mundial, época de refluxo dos ideais revolucionários, a "experiência histórica" passa a ser fundamental. É preciso que as massas tomem consciência e façam a crítica de seus erros e ilusões para que a humanidade se emancipe. A alienação é vista por ela como momento necessário no processo de constituição de uma classe operária consciente, alienação de que se libertará por conta própria, se der ouvidos à experiência histórica. Por apostar no socialismo como resultado da criação livre das massas, entregues às suas próprias experiências, numa relação recíproca de aprendizagem com o partido é que Rosa diverge de uma concepção vanguardista e autoritária da política. O socialismo como objetivo final a priori, quer dizer, o determinismo, encontra-se aqui presente. responsável pelo fascínio exercido por Rosa sobre a esquerda fora dos partidos comunistas, tem um sentido polêmico bem claro: opor-se ao burocratismo, às normas rígidas, aos esquemas prévios, aos decretos, quer referindo-se à Alemanha, onde predominam a paralisia e as "boas maneiras" do proletariado, quer à Rússia, que corre o risco de se transformar na ditadura do partido sobre a classe. A vontade enérgica do partido revolucionário, que ela exalta nos bolcheviques, não bastava para instaurar o socialismo. Só com liberdades públicas poderia o "povo" formar-se politicamente, adquirindo autonomia intelectual e moral, pré-requisito imprescindível para a "prática do socialismo" se a democracia tem como fundamento a ação livre das massas, há um elo indissolúvel entre democracia, revolução e socialismo. Revoluções, pensa Rosa com toda razão, são fenômenos altamente democráticos, justamente por consistirem na participaçãode amplas massas populares procurando rapidamente transformar a ordem constituída e instaurar a igualdade econômica, política e social - isto é, uma verdadeira democracia - o que, no seu entender, é incompatível com o capitalismo. Não o faz em nome da defesa da democracia como valor universal mas por pensar que a democracia e a liberdade são necessárias para que haja vida em todos os organismos representativos dos trabalhadores, tanto o parlamento, quanto os sovietes. Liberdade e democracia são vitais para as massas poderem agir com autonomia, fazerem as suas próprias experiências e aprenderem com elas. Para Rosa, não há uma forma única de organização dos trabalhadores, rigidamente determinada, em que a consciência de classe estaria para sempre representada, pois a luta de classes, no seu movimento incessante, leva a contínuas modificações das formas organizatórias. Com a revolução alemã, democracia socialista, para ela, passa a significar concretamente governo conselhista. Os conselhos, organismos de base eleitos pelos operários e soldados, de acordo com o programa da Liga Spartakus, seriam a nova forma de poder estatal a substituir "os órgãos herdados da dominação burguesa ", isto é, "parlamentos e conselhos municipais. Os conselhos devem ter funções políticas e econômicas, é o que explica o programa da Liga Spartakus. Através dos conselhos, "a grande massa trabalhadora deixa de ser uma massa governada" - eis a "essência" do socialismo - passando a autodeterminar-se no plano político. Os conselhos, além de instrumentos de mudança política e econômica, seriam também instrumento de mudança cultural da sociedade, ou seja, levariam a uma superação das formas burguesas de consciência. As massas aprenderiam "autodisciplina", "verdadeiro senso cívico", senso da "coletividade", qualidades que constituem o "fundamento moral da sociedade socialista, assim como estupidez, egoísmo e corrupção são os fundamentos morais da sociedade capitalista. Para Rosa, só em épocas de ruptura histórica a democracia se instaura verdadeiramente: quando amplas massas, anteriormente vítimas de um destino incontrolado, passam a se autodeterminar no plano político, econômico e cultural, conquistando direitos antes negados, é que uma alternativa à sociedade capitalista começa a esboçar-se. Se, por um lado, Rosa Luxemburgo não é defensora da democracia como valor universal, insistindo veementemente na necessidade de distinguir entre o "núcleo social e a forma política da democracia burguesa", ou seja, na necessidade de desvendar "o áspero núcleo de desigualdade e de servidão sociais escondido sob o doce invólucro da igualdade e da liberdade. Sendo uma "socialista entre o oriente e o ocidente", Rosa Luxemburgo revela um pensamento político original ao buscar a conciliação entre o ímpeto revolucionário dos russos e o respeito pela democracia dos social democratas alemães. É precisamente a ideia de sociedade socialista democrática como criação autônoma das massas tomadas conscientes na ação, que foi usada como bandeira de luta, tanto do lado de cá, quanto do lado de lá do Muro de Berlim. O neomarxismo- Gramsci – guerra de movimento e guerra de posição Gramsci parte das condições históricas nacionais, sem, no entanto, vilipendiar a conjuntura internacional. Na Europa, destacam-se as derrotas dos movimentos socialistas revolucionários. E no âmbito global, como propõe Gramsci em Americanismo e Fordismo (1988), há o estabelecimento de um novo modo de produzir e de viver que promove a continuidade do capitalismo e da hegemonia da classe proprietária. É nesse contexto que Gramsci busca construir uma estratégia revolucionária. Gramsci está situado no momento de transição entre a primeira geração dos pensadores ligados a Marx e o que denomina marxismo ocidental. O problema central que perpassa a tradição do pensamento marxiano (ocidental) seria, pois, a tentativa de responder por qual motivo a revolução proletária não ocorreu no Ocidente e quais condições favoreceram uma revolução no Oriente, ou seja, na Rússia. Elabora sua noção de hegemonia tendo em vista as particularidades do Ocidente; sendo considerado o teórico que mais insistiu nessa questão e que maior contribuição ofereceu nesse sentido. Entrementes, o problema fundamental que se coloca diante de Gramsci não é outro senão “o de saber como se articula a multiplicidade das rupturas através das quais a classe operária alcança o poder e tende a criar suas condições de hegemonia”. Elabora sua estratégia da passagem da guerra de movimento à guerra de posição. Essa discussão está inserida, historicamente, no debate de Gramsci com Trotsky, Luxemburgo e, principalmente, em relação à adoção da estratégia stalinista pelo Partido Comunista Italiano. Concepção do mundo humano como criação dos próprios homens que fazem sua própria história e são capazes de pensar e postular a transformação do real, compreender os fenômenos existentes e realizar tal projeto na prática. O pensador estabelece as diferenças entre guerra de manobra (de movimento, frontal) e guerra de posição. Demonstra que, tanto na esfera militar, quanto na política, a guerra de posição se sobrepõe à guerra de manobra nos países mais avançados civil e industrialmente. Criticando as posições de Rosa Luxemburgo e Trotsky, o pensador político italiano desenvolve com originalidade a proposta leninista de uma estratégia revolucionária para os países do Ocidente. Os conceitos guerra de movimento e guerra de posição na arte militar e os conceitos relativos à arte política; demonstrando, desse modo, que a luta política é sobremodo mais complexa que a guerra no sentido militar. No Ocidente, ou seja, nos Estados mais complexos e avançados do ponto de vista civil e industrial, a guerra de posição deve se sobrepor à guerra de movimento, uma vez que nestes, “a sociedade civil transformou-se numa estrutura muito complexa e resistente às irrupções catastróficas do elemento econômico imediato (crises, depressões, etc): as superestruturas da sociedade civil são como o sistema de trincheiras na guerra moderna” Em face dessa constatação, para a revolução no Ocidente, Gramsci recusa o economicismo espontaneísta proposto por Rosa Luxemburgo. Na comparação entre as posições de Broinstein e Ilitch, respectivamente, Trotsky e Lenin, o filósofo sardo demonstra que o primeiro insiste na estratégia de uma espécie de internacionalização permanente e indiscriminada da guerra de manobra. Esse fato, segundo Gramsci não o torna um ocidentalista como pode parecer no primeiro momento. Ao contrário, torna-o cosmopolita, vem a ser, superficialmente nacional e superficialmente ocidentalista ou europeu. Gramsci explicita que nas sociedades orientais não foi desenvolvida uma sociedade civil forte e autônoma. Nestas, o Estado é tudo e a sociedade civil é incipiente e fluida, porquanto a luta se trava, fundamentalmente, visando à conquista do Estado. Sendo o Estado, em certa medida, restrito, o movimento revolucionário se expressa como guerra de movimento ou de manobra. Sociedade política: (Estado em sentido estrito): formada pelo conjunto dos mecanismos através dos quais a classe dominante detém o monopólio legal da repressão e da violência e que se identifica com os aparelhos coercitivos ou repressivos de Estado, controlados pelas burocracias. Sociedade civil: organizações responsáveis pela elaboração e/ou difusão das ideologias, compreendendo as escolas, as igrejas, os partidos políticos, os sindicatos, as organizações profissionais, os meios de comunicação, etc. No meio e por meio da sociedade civil, busca-se a hegemonia. Os seus portadores materiais são os aparelhos privados de hegemonia.Neste contexto, afigura-se imprescindível a estratégia da guerra de posição, vem a ser, a conquista de posições importantes para a construção da hegemonia. o pensamento de Gramsci é, sobretudo, uma crítica política situada na perspectiva da estratégia revolucionária, cujo elemento central não é outro senão a diferença entre guerra de movimento e guerra de posição; reflexão, esta, que resgata e amplia o conceito de Estado. Gramsci desenvolve o conceito leninista de hegemonia. A estratégia da guerra de posição apresentada por Gramsci, insere-se, como mencionado acima, no contexto de uma batalha política travada por Gramsci. Suas críticas relativas à guerra de movimento dirigem-se a Trotsky e sua insistência na denominada revolução permanente, a Rosa Luxemburgo. Gramsci propõe ao proletariado a guerra de posição nos países capitalistas desenvolvidos. Recomenda que o Estado, nestes países, possui uma organização política em uma sociedade civil complexa que não existia na Rússia de 1917, ampliando o conceito de Estado; sociedade política mais sociedade civil. Em ambos os casos há o que Gramsci denominara revolução passiva, vem a ser, a manutenção da exploração e da hegemonia por parte da classe dominante por meio de sua rearticulação, mediante concessões às classes subalternas ou mesmo pela coerção. Com extraordinária lucidez, Gramsci empreende sua análise da correlação de forças naquele momento assaz importante ao capitalismo, vincula o conceito de hegemonia ao Estado, desenvolvendo, destarte, o conceito de guerra de posição (para Gramsci, a única estratégia possível para o ocidente), definindo o Estado integral: ditadura mais hegemonia. Gramsci compreende que a sociedade civil, nos Estados mais avançados, possui uma estrutura mais complexa, resistente, inclusive, às crises econômicas e depressões. Destarte, para este pensador, nas sociedades ocidentais, na medida em que as crises (orgânicas) se articulam em vários níveis, não há uma solução rápida baseada na ideia de um choque frontal. A crise orgânica (comprometimento com a conscientização formação intelectual das massas) não traz, por si mesma, a desagregação da classe dominante e a perda de sua hegemonia. Essa possibilidade existe, mas não pode prescindir, nesse momento, da iniciativa dos sujeitos políticos, vem a ser, da capacidade de organização política da classe dominada. Os conceitos de hegemonia e Estado são inseparáveis e só podem ser compreendidos a partir da oposição entre guerra de movimento (que exige uma estratégia fulminante na tomado do poder contra o Estado forte e coercitivo) e guerra de posição (que exige concentração de hegemonia e movimentação de todos os recursos de hegemonia e do Estado para a tomada do poder). Gramsci retoma a questão da relação entre o político e o econômico, colocando em questão a famigerada problemática da conexão entre as estruturas e as superestruturas. Gramsci interpõe, entre estas, a mediação da sociedade civil (que é parte do Estado), isto é, do conjunto de organizações que compõem o tecido ideológico eorganizativo da hegemonia. E é justamente a partir desta perspectiva que o pensador compreende que a luta pela hegemonia é travada no seio da sociedade civil. E que um instrumento imprescindível, nesta empreitada é, seguramente, o partido político. A transição de um país industrial e civilmente avançado para o socialismo se dá noembate pela direção da sociedade civil e pela dominação da sociedade política. E seu principal instrumento de transformação e de construção de um novo sistema hegemônico é o partido político, vem a ser, o intelectual coletivo, o Moderno príncipe de Maquiavel (escrito direcionado p/ massa) Nessa passagem da fase econômico-corporativa à da vontade coletiva geral, o papel do partido se revela sobremodo importante na medida em que atua dirigindo as massas, guiando o povo; possibilitando à classe subalterna tornar-se se classe dirigente, antes mesmo de ser a classe dominante. • Guerra de movimento ou de manobra entende-se a estratégia do ataque frontal, estratégia mostra-se apropriada às sociedades orientais nas quais o Estado é tudo e a sociedade civil é fluida e incipiente. Nestas, a estratégia revolucionária objetiva fundamentalmente a conquista e a conservação do Estado mediante ao assalto ao poder. • A guerra de posição, por sua vez, corresponde à conquista de posições importantes para a construção da hegemonia. Afigura-se apropriada às sociedades ocidentais nas quais o Estado (ampliado) compreende tanto a sociedade política quanto a sociedade civil; sendo, esta última, a esfera da guerra por hegemonia. • A luta pela hegemonia é travada no seio da sociedade civil. E, neste empreendimento, o partido político exerce função fundamental. No bojo da reflexão gramsicana, a passagem de um país industrial e civilmente avançado para o socialismo se dá na luta pela direção da sociedade civil e dominação da sociedade política. • E seu principal instrumento de transformação e de construção de um novo sistema hegemônico é o partido político, vem a ser, o intelectual coletivo, o Moderno príncipe de Maquiavel: aparelho que orienta, direciona, organiza e educa a classe trabalhadora. Teorias da Justiça: Rawls e a construção dos direitos básicos em um Estado liberal Liberal igualitarista. Sua teoria da justiça como eqüidade parte de um pressuposto ético motivacional, com a pergunta pelas razões para o compromisso enquanto membro de uma comunidade moral, defendendo a tese da co-originalidade de liberdade (liberty) e igualdade (equality) em uma sociedade marcada pelo pluralismo razoável. Estabelece a prioridade do justo sobre o bem. Estas críticas comunitaristas a Rawls estão situadas no debate liberalismo-comunitarismo. Propiciou um novo modelo de teoria da justiça para a filosofia política, gerando fortes críticas tanto dos libertarianos, como Nozick, ou dos igualitaristas, como Dworkin, bem como dos comunitaristas. As críticas dos comunitaristas à teoria da justiça de Rawls podem ser sintetizadas em cinco teses, a saber: 1) opera com uma concepção abstrata de pessoa que é conseqüência do modelo de representação da posição original sob o véu da ignorância; 2) utiliza princípios universais (deontológicos) com a pretensão de aplicação em todas as sociedades, criando uma supremacia dos direitos individuais em relação aos direitos coletivos; 3) não possui uma teoria da sociedade em função de seu contratualismo, trazendo como conseqüência uma atomização do social, em que a pessoa é considerada enquanto átomo isolado; 4) utiliza a ideia de um Estado neutro em relação aos valores morais, garantindo apenas a autonomia privada (liberdade dos modernos) e não a autonomia pública (liberdade dos antigos), estando circunscrita a um subjetivismo ético liberal; 5) é uma teoria deontológica e procedimental, que utiliza uma concepção ética antiperfeccionista, estabelecendo uma prioridade absoluta do justo em relação ao bem. O que se estabelece como crítica é que, para os comunitaristas, os princípios morais só podem ser tematizados a partir de sociedades reais, a partir das práticas que prevalecem nas sociedades reais. Para eles, em John Rawls, encontram-se premissas abstratas de base como a liberdade e a igualdade que orientam (ou devem orientar) as práticas legítimas. Os comunitaristas criticam o esquema contratualista da teoria da justiça de Rawls que procura compreender as estruturas da sociedade de uma forma idealizada. Também criticam a idéia de uma justiça procedimental que, de forma independente, possa oferecer uma base suficiente para as instituições sociais. O objetivo de Rawlsé elaborar uma teoria da justiça como eqüidade que se apresente como alternativa ao utilitarismo em suas diversas versões. Como, na teoria utilitarista, o bem se define de maneira independente do justo, esta teoria é caracterizada como teleológica e, no, contratualismo de Rawls, seu objetivo é estabelecer a prioridade do justo. Rawls procura formular uma concepção de justiça como eqüidadecolocando a eqüidade como base articuladora da justiça, tendo como objetivo central superar a debilidade teórica da filosofia moral predominante no mundo anglo-saxão, combatendo principalmente a tese utilitarista que prioriza o bem em relação ao justo. Sua proposta é estabelecer uma concepção de justiça que generalize e eleve a um plano superior a teoria contratualista de Locke, Rousseau e Kant, estabelecendo um construtivismo de tipo kantiano. O papel da justiça é especificar os direitos e deveres básicos dos cidadãos e determinar as partes distributivas apropriadas, sendo a justiça a virtude mais importante das instituições sociais. O objetivo primário da justiça é a estrutura básica da sociedade, isto é, a forma pela qual as instituições sociais (constituições e acordos) distribuem direitos e deveres fundamentais. O conceito de justiça, então, se define pela atuação de seus princípios na atribuição de direitos e deveres e na definição da divisão apropriada de vantagens sociais, não constituindo conflito com a noção tradicional de justiça. Rawls propõe uma teoria contratualista (que opera em um plano mais abstrato que as teorias contratualistas clássicas), apresentando uma concepção de justiça que surge de um consenso original e estabelece princípios para a estrutura básica da sociedade. Para viver em uma sociedade mais ou menos justa seria necessário que as pessoas partissem de seu ponto de início, para fundamentar os conceitos de justiça. Cria uma forma abstrata para se reformular a justiça, de maneira que as pessoas “esquecesse” seus princípios. De maneira que a pessoa não saiba em quais parâmetros sociais ela se encontra, para que se possam estabelecer uma constituição de maneira mais justa. Em uma espécie de cooperação forçada. Tal cooperação artificial, evidencia a face liberalista, findada no individualismo. Postula que as pessoas são desinteressadas umas pelas outras, assim a forma de estabelecer uma cooperação ocorreria de maneira contratualista. Coloca-se duas questões a respeito: 1) as pessoas são egoístas pela escassez dos recursos 2) possuem desejos diferentes, assim os persegue individualmente. Princípios de justiça: 1) Cada pessoa tem o mesmo direito a um esquema plenamente apropriada de liberdades iguais, desde que seja compatível com a garantia de um esquema idêntico a todos. 2) As desigualdades sociais e econômicas somente se justificam se duas condições forem satisfeitas: A) estiverem vinculadas a posições e cargos aberto a todos, em condição de igualdade equitativa de oportunidade. B) se forem estabelecidas pro máximo benefício possível dos membros da sociedade que se encontrarem na posição mais desfavorável (princípio da diferença) O princípio de justiça equitativa, não prega uma sociedade sem desigualdades, mas uma sociedade justa. Assim, a Justiça para a teoria de Rawls poderia ser confundida com o resguardo dos direitos fundamentais, principalmente o direito à liberdade. Ao admitir-se também a compreensão de que a construção de tal teoria antecede, inclusive, a fase constitucional, é possível concluir que os direitos fundamentais também seriam condicionantes do poder constituinte originário. Evidente que o Estado Democrático de Direito é o parâmetro do desenvolvimento de Rawls, mas é certo que esta ideia de Estado tende a se universalizar com o progresso humano e intelectual das civilizações, haja vista que se trata do modelo de ordem jurídica que assegura os direitos fundamentais. A antiga fórmula de dar a cada um o que é seu, sem causar prejuízo a outrem, pode ser entendida, com inspiração da teoria da Justiça de Rawls, no sentido de se respeitar os direitos fundamentais de todos. Ser justo é observar os direitos essenciais, pois, em última análise, os princípios básicos de Justiça e os bens primários terão por objeto o respeito aos valores jurídicos fundamentais.
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