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Resumo Fundamentos Filosóficos da Educação

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Pensamento grego antigo
Entre muitos povos antigos, no entanto, as especulações filosóficas estavam misturadas às narrativas míticas que era quase impossível separar uma coisa da outra.
- a filosofia como pensamento busca pensar a experiência humana de modo distinto do pensamento mítico.
- as principais especulações filosóficas diziam respeito a natureza e aos fenômenos físicos. Considerando o ser humano como ser biológico, como elemento do cosmo.
Uma das questões mais importantes desse período era o problema da verdade.
Sofistas: eram um grupo de pensadores atenienses que concluíram que a verdade simplesmente não existe. Que o ser humano é incapaz de conhecer a verdade, e deve voltar para o domínio da opinião, que é o máximo que nossa inteligência poderia alcançar.
Do ponto de vista do sofismo tudo se torna uma questão de ponto de vista. Nessa perspectiva, ações como matar, mentir ou roubar podem perfeitamente ser consideradas boas se o sujeito que as pratica considera-las boas. As noções de bem ou mal, de certo e errado, esvaziam-se e, assim, mergulhamos no mais completo relativismo moral.
Sócrates (470-AC): a razão é perfeitamente capaz de alcançar a verdade, mas muitas vezes o discurso humano está tão carregado de ambiguidades e contradições que não podemos vê-la claramente. A dificuldade, portanto, estaria não na natureza da verdade, mas no método para obtê-la.
Platão: discípulo de Sócrates.
Representação da Forma: por exemplo a representação de um tijolo, que é real, o ideal de um tijolo. Junto com outras ideias abstratas são mais reais do que as coisas que podemos ver e tocar, como as ideias universais como a justiça, beleza e igualdade não são acessíveis através dos sentidos, são compreendidas somente pela razão.
Platão fundou a academia platônica (escola de Atenas) – 387AC – primeira escola de nível superior: assistia aulas ao ar livre, (matemática, astronomia, biologia, filosofia) método socrático, discussão racional, de modo de uma determinada hipótese era analisada através de várias perguntas, de modo que se de uma maneira lógica alguma dessas perguntas se chegasse a algum tipo de contradição, poderia se chegar então a uma nova candidata a verdade. A academia foi destruída em 86 AC pelos romanos.
No século V DC os seguidores de Platão chamados de neoplatônicos reabriram a academia que foi fechada pelo bizantino Justiniano I que considerava uma ameaça ao cristianismo. Platão deixou 25 manuscritos e 13 cartas (chamadas de epístolas), mas há dúvidas sobre a autenticidade de algumas delas.
Fundamentos Filosóficos da Educação
Teleaula1
Prof. Me. Luís Fernando Lopes
Organização da Disciplina
Temas
-A Filosofia e a busca pela verdade
• O Naturalismo
• O Positivismo (revisão)
• O Materialismo dialético
- A Fenomenologia,
- O Existencialismo
- O Estruturalismo
- O Pragmatismo e a Filosofia analítica (revisão)
Contextualização
Na nossa cultura, a prática é muito mais valorizada do que as atividades intelectuais.
Um equívoco em separar a prática da teoria.
Nem a prática nem a teoria é mais importante, ambas são fundamentais para que possamos entender o conhecimento. O conhecimento é resultado de uma necessidade do indivíduo, normalmente de uma necessidade essencialmente prática.
O conhecimento tem um aspecto prático e teórico. 
Porque nós separamos a teoria da prática?
Isso tem muito a ver com a cultura que toma as atividades práticas mais importante que a teoria.
A filosofia com isso sofre um prejuízo muito claro, sendo vista como uma perfumaria, como se não tivesse um vínculo da realidade. A verdadeira filosofia é a que está vinculada com a realidade.
Qualquer grande pensador é resultado de um meio, de um momento, de uma circunstância e de um contexto. Num contexto em que ele tinha situações concretas que o pensador precisava entender.
Filosofia: O ensino da filosofia não precisa ser complexo, intricado. Tem a ver com curiosidade, a mania de fazer perguntas, algo que perdemos na cultura ocidental quando envelhecemos (Jostein Gaarder)
Filosofia e a Verdade
 O que é Filosofia?
 A Filosofia e o filosofar: a história do homem
Mais do que um conteúdo, a filosofia é uma atividade, de querer entender as coisas.
O filósofo é um indivíduo que em curiosidade.
Sociedade contemporânea e seus preconceitos em relação à Filosofia: foi se desconectando destas questões conectadas a atividades intelectuais, nossa sociedade contemporânea é muito voltada no fazer, no executar, no produzir. Com isso perdemos um pouco o interesse de querer entender as coisas, fazemos as coisas sem a preocupação de querer entender o que fazemos.
Se no contexto levantarmos o porquê de estar desta forma, o que levou a estar assim, como que pode ser diferente disso?
A filosofia não parte de um discurso rebuscado, intelectualizado, elitista. A filosofia parte da atitude do indivíduo de querer entender a realidade.
A nossa sociedade voltada a cultura da rapidez, não temos mais a oportunidade de entender, de avaliar se o que fazemos é necessário. Cultura da tacocracia, cultura da velocidade.
Origem da Filosofia:
A filosofia surgiu com a ruptura com os mitos.
Mito X Razão
Divisão dos Períodos da História da Filosofia: a cada período, a cada contexto, os problemas próprios e com isso os filósofos próprios de cada época.
- Filosofia Antiga
- Filosofia Medieval
- Filosofia Moderna
- Filosofia Contemporânea
Conceptualização
Filosofia Antiga: O pensamento grego antigo (Tales de Mileto, século VII-AC)
a) Sócrates (469-399 a.C.)
 	A filosofia de Sócrates teve a característica de ter uma explicação de cunho universal. Que foi contra as ideias dos líderes da época, Sócrates ia em praça pública (ágora), tentava chamar atenção das pessoas para dizer o que elas não sabiam. Exemplo justiça, as pessoas não sabiam definir o que era, então não sabiam. Procurava mostrar que as pessoas não sabiam o que pensavam saber, porque não sabiam definir. A questão de fundo de questionar é a filosofia. Sócrates foi perseguido na época porque foi acusado de corromper os jovens.
b) Platão (428-348 a.C.) 
Discípulo de Sócrates, procurou dar continuidade ao pensamento do mestre. 
Sócrates imaginava que se você sabe a verdade, você faz o que é correto. O erro segundo Sócrates é fruto da ignorância.
Platão entendia que nós muitas vezes temos o problema de ignorar e fazemos, agimos equivocadamente por pensarmos que sabemos.
Platão entendia que havia um equívoco muito grande nos seres humanos de que a verdade está na realidade sensível. Que aquilo que meus sentidos captam é a verdade é um equívoco. Para Platão, existem duas ordens de seres, as ideias e as coisas. As ideias são verdadeiras e as coisas do mundo são cópias daquilo que é verdade que são as ideias. A verdade é a verdade inteligível (as ideias) e a parte sensível (as coisas do mundo que se modificam, alteram com o passar do tempo) são cópias do que é verdadeiro, cópia das ideias, segundo Platão.
Platão chamou o pensamento verdadeiro de compreensão destas ideias de epistemé (certo). Por outro lado o conhecimento originado do meramente ver, concluir através das sensações, do ouvi falar chamou de doxa (opinião).
c) Aristóteles (384-322 a.C.)
Entendia que não necessariamente as ideias vem antes do mundo sensível. As minhas ideias são construções do mundo que aqui existe. Primeiro definiu o conhecimento (ideias) como resultado de uma necessidade prática.
Pensamento da antiguidade: Preocupação com a dimensão ética e política do ser humano 
Como se comportar e a organização política na antiguidade.
Filosofia Medieval
 Pensamento medieval: O que é Deus? O que é a alma?
• Relação entre razão humana e conhecimento da verdade (Deus): problemas entre fé e razão
São Tomaz de Aquino, Santo Agostinho procuraram nos livros de Aristóteles relacionar a razão com a fé.
A verdade já estava revelada na bíblia, e a filosofia é usada somente para elucidar aquilo que está na bíblia. Oimportante era a fé, sendo que, se o indivíduo já acreditava pela fé não era necessário o uso da razão.
Filosofia Moderna
 Renascimento: preocupação do homem com ele mesmo.
O homem quer se entender. Entender o espaço do homem no mundo. Antropocentrismo.
O homem passa a se ver como parte da natureza, porque ele quer controlar a natureza.
Renascimento é a volta dos conhecimentos antigos gregos e romanos.
Revolução científica: a ciência que parecia não ter valor, passou a ter valor.
 Pensamento moderno
A questão do conhecimento.
a) Empirismo (indução): procurava definir o conhecimento como resultado das nossas experiências. Jhon Locke, não há nada no intelecto que não tenha passado antes pelos sentidos. O empirismo, primeiro a experiência para depois induzir o conhecimento.
b) Racionalismo(dedução): O conhecimento parte de uma base racional. Tem que ter a possibilidade de organizar em um cálculo ou um padrão matemático para que tenhamos o conhecimento. O conhecimento parte da razão, deduzo para depois aplicar na prática. 
c) Filosofia Kantiana (1724-1804): nem só a razão, nem só a experiência.
Misto entre razão e experiência, o conhecimento se define de uma parte daquilo que se adquire pela experiência mas também precisa da razão para organizar os dados da experiência e criar uma teoria. Uma teoria que não é a realidade, mas sim a síntese do sujeito.
 A síntese de Kant: conhecimento como construção – relação entre experiência e razão – o conhecimento é construído.
Relação entre experiência e razão
Aplicação Prática: Influências para a Educação
 Platão e a diferença entre doxa e epistemé – o que é a política, o que é o homem
DOXA – senso comum
EPISTEMÉ – conhecimento fundamentado, construído com sustentação
A educação precisa do conhecimento com epistemé.
 Idade Média: verdade por autoridade – o que é Deus
Questão de autoridade: ranço da idade média, autoridade inquestionável.
O conhecimento já pronto, inquestionável, verdade já definida. Restando apenas alternativa de justifica-la.
Racionalismo e a matematização do conhecimento – idade moderna: O que é o conhecimento 
Para a educação a ênfase da matematização do conhecimento, característica até hoje, valorizando a disciplina com ênfase na matemática como mais importantes, mais relevantes.
 Empirismo e a tábula rasa: o aluno é meramente uma tábula rasa, essa visão de que o aluno não tem nenhum conhecimento também é um ranço da modernidade.
 Kant e o construtivismo: conclui que o problema principal da modernidade é não definir o conhecimento como uma construção. Kant entende que a construção do conhecimento pela razão e pela experiência.
Educação: Conhecimento é uma relação entre sujeito e objeto(1724-1804). Relacionar aquilo que o indivíduo ouve como conhecimento e sua experiência de vida. Se o que o indivíduo ouve de conhecimento não tem relação com a sua vida, é um conhecimento inválido, inútil.
Síntese
Questões
 O que é Filosofia?
Filosofia não deve ser visto como mero falar de maneira rebuscada.
Filosofia se caracteriza como atitude de questionamento da realidade procurando compreendê-la, entende-la de fato.
 Como surgiu?
A filosofia surgiu como uma ruptura as explicações mitológicas, que eram explicações já prontas, definitivas, fictícias, com um aspecto muito simbólico, sem ser racional. Surgiu com a preocupação de responder as indagações do mundo do ponto de vista racional.
 Para que surgiu?
A filosofia surgiu para que o homem se entender no mundo em cada época. Procurando compreender-se no mundo, o homem foi identificando problemas próprios de cada época.
Na antiguidade o problema era entender, o que é o correto a ser feito, uma questão racional de ética e quando nós temos uma organização social adequada, uma questão da política.
 Por que ainda?
No contexto em que vivermos a filosofia nunca se fez tão necessária. Num momento onde é extremamente fácil de desconectar dessas questões do mundo, dessas questões de entendimento e compreensão do mundo, devido uma vida tão acelerada, tão rápido, que temos um contexto que não nos permite pararmos parar para refletir, compreender se aquilo que estamos fazendo é relevante, é eficiente. Muitas vezes não questionamos a prática docente na sala de aula, fazemos assim porque sempre fizeram. Mas não questionamos que os alunos de hoje são diferentes da época em que fomos alunos. Esse questionamento próprio da filosofia é fundamental para todas as áreas de atuação, principalmente para a docência.
 Quais as perguntas principais de cada época estudada?
Idade antiga: o que é o homem, o que é o mundo, o que é o cosmos.
Período medieval: o que é Deus, o que é a fé
Período moderno: o que é a natureza, como estuda-la, como compreendê-la
Teleaula2
Prof. Me. Luís Fernando Lopes
Contextualização
Naturalismo 
 
Caracterizado no período moderno: com dois autores principais, Voltaire e Rousseau.
Século XVII e XVIII, procura entender o homem no seu contexto civilizatório, procurando entender se o homem é resultado do meio ambiente ou se era resultado de uma mera cultura.
Principal ponto do naturalismo: relação, divisão, entre natureza e civilização
 O Naturalismo postula um retorno a nós mesmos, à nossa verdadeira essência
 A civilização é artificial: origem dos males morais e até físicos (VASCONCELOS, 2011, p. 48)
Desenvolvimento
• Iluminismo (século XVIII): século do esclarecimento, da razão, a sociedade é uma construção artificial, é fruto de um acúmulo de costumes e regras, que nem sabemos de onde surgiu. Os naturalistas chegaram as conclusões que estas regras não são naturais. Como é que podemos formular regras melhores para a sociedade, daí veio a ideia de fazer regras claras.
Questões centrais do Iluminismo
O homem queria ser livre. A revolução francesa é o resultado direto das ideias do iluminismo.
Ideias de se as leis não garantem a liberdade elas não são válidas. Se somos livres podemos decidir o que fazer. Que não devemos ter um estado que controle tudo que eu faço, que eu posso fazer, mas sim um estado que garanta a minha vontade, com prudência, com leis que garantam a liberdade.
Montesquieu: em o espírito das leis diz que as leis só devem existir para garantir a liberdade humana.
• Liberdade e compreensão da natureza humana
Conceitualização
Rousseau (1712-1778)
Rousseau escreveu um livro próprio para a educação, criticando o contexto educacional da época, e que consequentemente visa favorecer o nosso entendimento sobre o ensino, o que se entende por ensino, quais são os aspectos relevantes do ensino, será que só ensinar é suficiente, será que a educação se restringe somente a um cumprimento de regras, de formas. 
Onde está o principal ponto de apoio da educação? 
A natureza é essencialmente boa, o que não é possível afirmar sobre a civilização: nem sempre o que a civilização produz é bom.
A ideia de propriedade privada levou o homem a se corromper. Maldito o homem que fincou uma estaca no chão e disse: “aqui é meu, ali é seu”. O problema não tanto esse, que o homem disse, o problema é que os outros homens acreditam.
O homem que vivia na natureza, onde tudo era de todos, não havia propriedade privada, esse era o homem natural.
Rousseau utilizou os dados do caso dos indígenas das américas onde não havia a propriedade, havia o compartilhamento da propriedade em comum e o homem vivia bem, porque o problema para ele era viver, se manter.
O homem deixou de ser natural com a posse das coisas, tendo as coisas, começaram as trocas, que começou a corromper o homem, então o homem deixou de ter o cuidado consigo, deixou de cuidar de si, ter o cuidado consigo, o amor de si, passou a ter o cuidado com o cuidado com o que era dele o que lhe era próprio, passou a ter o amor próprio (de sua propriedade).
Rousseau crítica como a sociedade se desenvolveu, não defendia que o homem devesse voltar a natureza, porque sabia que isso era impossível. Tínhamos que entender que calcada apenas na propriedade privadaa convivência entre os homens é falsa. Sou seu amigo não porque eu gosto de você, mas sim porque você pode ser um indivíduo que me dê uma vantagem, cargo na empresa, possa compartilhar seus bens como chácara, piscina comigo, quando o indivíduo age assim ele está agindo corruptamente, agindo artificialmente. Para Rousseau o natural é o homem se relacionar porque se sente bem com o outro, compartilham as mesmas ideias, se sente bem na companhia, tem afinidades sem esperar algo em troca. 
O mérito do conhecimento não está no que você herda, mas sim do que você conquista. 
As questões filosóficas da modernidade não se restringem somente ao campo do conhecimento. Da problemática do conhecimento, outras temáticas também surgiram, como a questão da política, em autores como Locke, Kant, Robes. Preocupações éticas, preocupações sobre a compreensão da sociedade, embora seja uma preocupação política, mas preocupado em querer entender como a organização social em si trouxe de problemas para a convivência humana, com isso temos a corrente filosófica chamada naturalismo.
A relação que está atrás deste problema de convivência, é a relação entre civilização (sociedade) e natureza. Esse problema não existia antes da modernidade, pois a sociedade era resultado do próprio contexto natural, ou seja o homem naturalmente é um ser político.
Aristóteles, dizia, que o homem é um ser naturalmente político.
No contexto medieval se compreendia de fato de que Deus criou o homem, para ser o homem que convive, a sociedade é criada por Deus, o contexto social é compreendido como algo natural.
Somente na modernidade que se procurou compreender melhor essa questão, será que estes costumes, regras tem uma justificativa natural? Será que a única forma de organização política é com o rei? Será que as regras morais, etiquetas, padrões de conduta são naturais, ou são meramente artificiais que romperam com a ordem natural do homem?
Na modernidade o homem é caracterizado de dupla forma, o homem natural e o homem civil.
O homem natural é uma hipótese dos filósofos da modernidade.
O Contrato Social (1762)
Necessidade de um retorno à natureza, fundado no reconhecimento da igualdade dos direitos naturais dos homens
 Ideias da obra Emílio ou Da Educação (1762)
a) Promover a liberdade: a educação é uma educação para a liberdade, é preciso deixar a criança aprenda por conta própria. Não é para restringir, mas promover formas diferentes de pensar, preparar a criança para ser possuidora de algo. O importante, o mérito não está no que você tem, mas o que você conquista, não está falando somente de bens, mas principalmente do conhecimento.
b) Estimular a experiência sensorial: a criança deve viver a realidade, não é alguém falar para ela como é, é fazê-la aprender com o erro. Jamais a criança vai aprender com o erro de seu pai.
c) O problema do castigo físico: jamais podemos pensar o castigo físico como educação. A própria experiência deve conduzir a criança para uma conclusão adequada.
d) Relação entre amor de si e amor-próprio (moral ou educação negativa): amor de sí, são todas ações do homem visando o cuidado de si, como a preocupação com a saúde. Amor próprio é quando deslocamos a preocupação da pessoa para um bem material, uma imagem (sou o rei, sou o juiz).
 “Tudo está bem ao sair das mãos do autor das coisas; tudo degenera entre as mãos do homem.” (Rousseau)
3- Voltaire (1694-1778) (Jean Marie Arue)
Extremamente crítico a um problema central desta época que é a intolerância.
Embora este filósofo defendia a liberdade humana, ele vivia em uma sociedade em que a liberdade era muito restrita, não havia muitas condições de liberdade. O sistema político que havia na França era o absolutismo, em que o Rei detinha todo o controle do estado. As leis eram para controlar o indivíduo, para fazer com que o indivíduo fosse súdito. Baseado no poder arbitrário do Rei, previa sérias punições aos que se recusassem a ser súditos.
Daí vem a frase: “manda prender e manda soltar”.
A sociedade vivia em constante insegurança, não havia segurança nas relações sociais, uma vez que os Reis cerceavam a liberdade dos indivíduos. 
O naturalismo chegou-se à conclusão de que o poder do Rei não é natural.
Voltaire defendia a tolerância religiosa e a pluralidade de crenças. Qualquer postura, de crença, o indivíduo já era penalizado, era execrado.
Voltaire dizia que o que gera intolerância é a ignorância, é a falta de conhecimento, falta de sabedoria.
Acumulo de conhecimento não é sabedoria, sabedoria é ter discernimento com o conhecimento. 
Intolerância ao indivíduo pensar diferente, ter orientação sexual diferente, étnica, origem sociocultural diferente da nossa. O indivíduo que tem essa intolerância, conforme Voltaire, é o que não tem esclarecimento não tem discernimento.
 Ideia da obra de Voltaire importante para a educação: “Cândido ou o Otimismo”:
Obra que tem o mentor Panglós e o aluno Cândido. O mestre leva o aluno para vários lugares diferentes e ensina com um conhecimento já pronto, formatado, dado por certo. O aluno vai se questionando a todo momento a respeito dos conhecimentos que o mestre lhe ensina. Quando o Panglós apresenta ao jovem Candido uma sociedade que tem os costumes, comportamentos diferentes dos dele, o aluno se questiona se estes costumes, comportamentos estão certos ou errados. O mestre não consegue responder as questões do aluno. Não tem um padrão moral de origem cultural correto, tem um padrão de conduta diferente, naquele contexto os indivíduos se comportam e se aceitam daquela maneira, no nosso contexto nos comportamos a nos aceitamos de maneira diferente. Não quer dizer que devemos ser intolerantes com o comportamento daquela maneira.
A obra de Cândido é uma obra do ensino para mostrar que muitas vezes o nosso ensino já apresenta um conhecimento já pronto, estanque, e não nos mostra que o principal do conhecimento não é isso que não nos tornam em sujeitos esclarecidos. Voltaire escreveu contra as características culturais da educação de sua época, que era de dar ao sujeito um padrão de conduta mais formalizado, até porque a educação era mais para a elite, educação formal para formar a etiqueta da nobreza, ao tomar um bom vinho, como se vestir, como assistir um teatro. A própria palavra etiqueta é um padrão, um padrãozinho, pequeno, até porque os padrões de etiqueta mudam de acordo com a época. 
Voltaire defendia que se eu não concordo com o que você diz, eu devo respeitar o direito de você dizer.
Esclarecido não é passividade, posso respeitar mas não concordar.
• dicotomia entre saber formal e realidade:
 “Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las.” (Voltaire)
Aplicação Prática
Influências para a Educação
A educação nunca foi um objeto da filosofia propriamente dito, Voltaire e Rousseau, se não foram os pioneiros, foram os mais marcantes filósofos, do resgate os fundamentos filosóficos da educação. Que iniciaram a discussão no tema se a educação colabora ou não colabora para o desenvolvimento das potencialidades humanas. A educação com sua perspectiva moral ela realmente torna o homem melhor, ou colabora para que o homem fique prisioneiro, restrito a uma visão superficial da realidade.
A opinião desses 2 autores defende que o esclarecimento do indivíduo, a capacidade de melhora do indivíduo como pessoa depende exclusivamente da educação.
Voltaire afirma que a educação formal não tem sentido, porque ela nos afasta dos problemas reais, não importa aprender como se comportar em uma mesa, se referindo a etiqueta, e sim importa entender o problema de como os alimentos chegam até a mesa, quem está por trás disto, quem produz, como chegou até ali, quantos que não o tem, como você tem, qual o mérito de tê-la. Essas questões que a educação deve chamar a atenção do indivíduo, para promover a igualdade, não a desigualdade. A educação da época colaborava para a intolerância. A educação de Voltaire tem o sentido depromover o respeito pelo outro, no sentido que vou tolerar as suas ideias, mesmo discordando.
É a promoção do espaço de debate. Quando debatemos com que tem ideias diferentes da nossa, tende a melhorar as nossas próprias ideias, uma vez que isso promove o esclarecimento.
Se eu não vejo algo diferente, eu não vejo nada diferente daquilo que eu faço, estou tão acostumado a fazer aquilo que eu faço, que eu não vejo porque que eu faço assim, eu não questiono porque que eu faço assim. Isto é algo muito interessante no pensamento de Voltaire.
O que eu estou promovendo na sala de aula que permita ao meu aluno ter uma atitude de respeito em relação as ideias diferentes, posturas diferentes, o que que eu estou colaborando para que o meu aluno amplie a sua visão de mundo? Ideias essencial de Voltaire.
Naturalismo: promoveu uma reflexão sobre o papel da educação, que era desvinculado dos problemas reais.
Educar para não é educar para a restrição, educar é educar para a liberdade, educar para a multiplicidade, para que o indivíduo consiga entender o que é correto e o que não é correto.
O problema na época de Voltaire era o problema da desigualdade.
 O problema da moral negativa: para Rousseau a educação deve proporcionar um espaço em que as crianças experimentem aquilo que é adequado para a convivência, (espírito colaborativo, condições de respeitabilidade, atitudes de solidariedade, respeitabilidade). Promover a educação em que se evite os vícios, como competitismo, egoísmo (propriedade privada). 
Rousseau sugere que a educação retire a criança do espaço social, para que ela se eduque fora da sociedade. Era tão problemática a educação que ela começava a restringir a criança desde os primeiros meses de vida (referindo-se aos cueiros).
Síntese
Questões
Qual a importância de o homem perceber a separação entre natureza e civilização?
A civilização não é algo natural, é algo artificial. O afastamento entre natureza e civilização foi levando a um processo de deturpação social (surgiram os problemas sociais). A importância é de se notar que os principais problemas sociais de hoje são decorrentes do distanciamento entre o homem civilizado do homem natural.
 Reflexão: • Por que houve esta separação? • Quais são as consequências?
Esta separação houve por decisão da humanidade, como o surgimento da sociedade privada, no momento em que alguns começaram a adquirir alguns status perante os outros, o que levou o de maior status a adquirir uma posição intolerante perante os outros. A marca principal do naturalismo é chamar a atenção para a liberdade, e que a principal consequência da separação a natureza e a civilização é a perda da liberdade.
Quanto mais nos afastamos da natureza, e mais entramos num processo civilizatório de regras, de padrões de condutas fixadas de um conjunto de determinações já prontas e acabadas nós perdemos a nossa liberdade. O homem se torna mais livre, quando ele percebe que as questões sociais é uma construção, é fruto de uma arbitrariedade. Se assim o for é possível ter o entendimento que as leis possam garantir nossa liberdade. Mas se não percebermos que existe este afastamento da natureza, as leis podem servir como algo que restringe essa liberdade.
A educação vem como grande pano de fundo nessa situação:
- o que que faz com que o ser humano se torne civilizado é a própria educação, que ele se afaste da natureza.
- é a própria educação que fará com que esses próprios indivíduos desenvolvam características próprias do homem natural, como a tolerância, homem colaborativo, entender que o outro é igual e merece o respeito. Isto nos fará livres, que possibilitará uma convivência fraternal, isso é, em um ambiente em que um ajuda o outro.
“A arte de interrogar é bem mais a arte dos mestres do que as dos discípulos; é preciso ter já aprendido muitas coisas para saber perguntar aquilo que se não sabe.” (Rousseau)
Aula 3
Positivismo
 Aspectos históricos:
Positivismo: tem a ver com a palavra grega “positos”, que significa fatos. O positivismo como corrente de pensamento que só podemos considerar conhecimento se partir dos fatos.
Contexto que surgiu o positivismo: a partir do século XVI, nós temos o momento das revoluções científicas, com o propósito de compreender a natureza para controla-la, dominá-la.
Com esse conhecimento de entender como os fenômenos da natureza ocorrem o homem poderia usufruir de algum benefício. Se souber a força de uma queda de água, posso utilizar esse conhecimento para construir um moinho e obter vantagem prática disso.
Isso foi encarado com otimismo, e as ciências passaram a ser aquilo que resolve os problemas do homem. Como algo extremamente necessário e que poderia dar algum sentido para a vida do homem.
Nessa época a religião ficou enfraquecida em detrimento do poder das ciências de explicar a natureza.
• Iluminismo e Revolução Industrial: principais aspectos históricos que deram origem ao Positivismo.
Iluminismo: se compreendia que tudo que poderia ser explicado, só poderia ser explicado pelos procedimentos racionais. De outra maneira se trataria de explicação mística, fantasiosa.
Consequência do iluminismo foi a revolução francesa.
2º Fundador: August Comte (1798-1857)
Comte foi o primeiro autor que se procurou entender a lógica das mudanças no contexto social.
 Ideias:
• A sociedade está em constante evolução: como é que se dá essa mudança?
Segundo os autores haveria uma explicação que poderia ser explicada racionalmente, existe uma lógica de alteração. Basta olharmos para a humanidade, olhar o contexto e verificarmos que existe uma lógica de alteração. O positivismo procura compreender a sociedade, como que se organiza a sociedade, como que se dá a alteração na sociedade, o que é a sociedade. É uma questão filosófica que está aqui inerente, com isso nasce uma ciência inexistente, uma ciência que só passou a existir com o positivismo, a sociologia.
Uma forma de compreender a organização social, como que é que se dá a relação entre sociedade e indivíduo, mas com uma inspiração. Como se dá este estudo, seria possível se nós buscarmos aquilo que já deu certo, como as ciências naturais, química, biologia, física e astronomia, que já apresentavam grandes resultados nesta época, inspiraram o positivismo o método mais adequado, o método das ciências naturais.
• É preciso compreender essa evolução: Comte foi o primeiro sujeito que procurou realizar um estudo específico sobre a sociedade. Dedicou a argumentar uma modalidade própria de estudo sobre a sociedade, que existe um objeto específico sobre a sociedade, que mercê um entendimento próprio, teve como Comte como pioneiro.
Comte o pioneiro do positivismo que culminou na sociologia. Comte não queria estudar a história da sociedade, e sim descobrir a lógica que haveria ao longo do tempo.
Conceitualização
August Comte
 Estágios da evolução: evoluir significa sair de um estado inferior para algo melhor, primitiva para mais complexa.
• teleológico: estado teológico, que todas explicações eram míticas, haviam explicações divinas, com deuses mitológicos, carregadas de imaginação, considerado uma época primitiva. Explicar a realidade com uma característica fantasiosa. 
•metafísico: substituição das explicações míticas, começaram a ser substituídas por uma explicação abstratas com uma argumentação mais racional. Metafísica, além da física, não eram físicas ainda. Existe um ser superior que dá sentido a existência e provavelmente criou o mundo. Para Comte não passavam de falácias, que não explicavam nada realmente. Podíamos concluir que estas explicações se referiam ao período medieval.
•positivo: a partir do momento em que as explicações metafísicas não eram mais suficientes. As perguntas precisavam de respostas mais concisas, os homens foram substituindo as respostas metafísicas por fatos. Uma explicação factual para explicar as perguntas, estágio positivo.
Caso contrário não traziam uma explicação viável. Segundo Comte, o estágio positivo é o estágio máximoda sociedade.
Observação: o que importa é o estágio positivo
Contribuições de Comte:
• As ciências partem dos fatos: Comte chegando à conclusão de que o estágio máximo da sociedade seria o estágio positivo, baseado nas explicações factuais, procurou extrair dali o que seria ciência, como que se dá o conhecimento científico, legado de Comte, foi o autor que procurou entender como que se dá a pesquisa científica e ao mesmo tempo criando uma ciência que é a sociologia.
• Idealizou a divisão das ciências: porque se dá a divisão das ciências, Comte, identificou que cada ciência, se estabelece quando ela tem um objeto de estudo claro e um método científico. O método científico deveria ser um só, partindo dos fatos, tomar estes fatos e matematizá-los. Transformar os fatos em uma fórmula matemática, tendo a matemática como base para a construção do conhecimento científico.
• O progresso não é mais do que o desenvolvimento da ordem.
• Ninguém possui outro direito senão o de sempre cumprir o seu dever.
Hierarquização dos objetos das ciências:
1- Astronomia (mais amplo)
2- Física
3- Química
4- Fisiologia (biologia)
5- Física Social (sociologia) (mais restrito)
Todos tinham como pano de fundo a matematização dos fatos,
Para Comte:
Compreensão de qualquer objeto (ciência) se dá pela:
- Dinâmica 
Dinâmica dos corpos, aquilo que é possível alterar, estudar a queda de um objeto e a projeção deste corpo ao atingir outro corpo.
Dinâmica, aquilo que permite o progresso das coisas, “ordem e progresso”. 
- Estático (aceleração da gravidade)
Herbert Spencer (1820-1903) (DARWINISTA, 1859 Origem das Espécies)
 Estabeleceu a união entre positivismo e darwinismo para compreensão da sociedade
 A teoria da seleção natural aplicada na sociedade
Entendia de como Darwin falou sobre a adaptação, se o organismo tiver uma vantagem para a sobrevivência, ele sobrevive mais no meio, se tiver uma característica de desvantagem ele logo será eliminado, seleção natural. Poderia ser aplicado na compreensão da sociedade, se o indivíduo é melhor ele se sobressai no grupo, se o indivíduo tem mais disposições que trazem uma vantagem para ele, ele será melhor.
3-E o papel da escola para Spencer?
a) Competição para aprimorar o aprendizado: válido somente para as escolas privadas, como muito favorável, salutar. 
b) O aprendizado voltado à adaptação do indivíduo: só vale a pena o indivíduo aprender algo se o conhecimento trazer algum benefício para ele perante o grupo. Se o conhecimento não traz nenhuma vantagem ao indivíduo ele seria desnecessário. Logo, em uma sociedade industrial, seria vantagem para o indivíduo aprender algo que o leve a obter uma posição na indústria.
Émile Durkheim (1858-1917): Fundador do Funcionalismo (sociologia)
• “Os fatos sociais são como as coisas do mundo.” Aquilo que a sociedade faz, que pode ser estudado, que são como qualquer outro corpo não social. Teoria do fato social.
• “A sociedade é mais que a soma dos indivíduos.” – É mais importante o estudo da sociedade, não do indivíduo.
• As convicções do indivíduo dependem de seu contexto de convívio: importância da
Educação. 
• “Aquisição de conhecimento é parte da educação.” A sociedade é mais do que a soma dos seus indivíduos, quando estamos juntos criamos valores, influenciam nos indivíduos e são repassadas as novas gerações.
Se você quer entender o indivíduo, entenda a sociedade em que ele vive.
Educação para Durkheim
 Processo social: socializar os indivíduos
 Educar uma criança é prepará-la (ou forçá-la) a participar de uma ou de várias comunidades
 Todo o passado da humanidade contribui para estabelecer o conjunto de princípios que dirigem a educação do presente
Aplicação Prática :Influências para a Educação
 Educação como competição: Herbert Spencer era contra a existência de escola pública, porque a escola pública não era possível haver a competição.
Educação reduzida à transmissão: a educação só faz sentido se ela for fornecedora de informações para o aluno, educação tradicional, conteúdos prontos de como fazer, o aluno apenas recebe informações, educação informativa, transmissão assimilação.
Hierarquia das disciplinas: visão de que existem disciplinas são mais importantes para serem ensinadas do que outras, prejudica o grupo de disciplinas reflexivas, como a filosofia. A matemática, a física é classificada como mais importante do que a gramática, e disciplinas simplesmente deveriam ser eliminadas como o grego e o latim consideradas línguas mortas (não tem um povo que fala o latim).
 Tecnicismo: só era importante o conhecimento visando uma técnica, em detrimento do outro lado do conhecimento, como aprender a fazer diferente, buscar novos conhecimentos. Perdeu o ensino que forma o indivíduo para a formação crítica e reflexiva dos alunos.
Síntese
Questões: Conhecimento baseado nos fatos (pósitos=fatos): situações da realidade concreta, mundo prático, surgiu a sociologia;
 Ciência com duplo aspecto: estática e dinâmica 
Estática – ordem das coisas
Dinâmica – progresso, como que aquilo pode ser alterado
 Educação tecnicista: inspirou o modelo tecnicista, aplicado no Brasil nos anos 1960 até 1984, durante o regime militar, preparo para o trabalho.
Aula 4
Prof. Me. Luís Fernando Lopes
Fundamentos Filosóficos da Educação
Materialismo Dialético
Histórico-Dialético
 Consequências da Revolução Industrial: trabalho e sociedade
Materialismo Dialético: Karl Marx século XIX
Visão do materialismo dialético, muitas vezes é confundido somente com os aspectos puramente políticos, que o marxismo trouxe as ideias do socialismo e consequentemente do comunismo. Há então uma associação equivocada que reduz o marxismo somente ao comunismo apenas. Marx foi um grande crítico do capitalismo, e ao mesmo tempo toda organização do capitalismo. Nos aspectos fundamentais da organização do capitalismo temos esta visão de educação quanto aos termos alienação e ideologia.
 Consequências da Revolução Industrial no século XIX: trabalho e sociedade
A revolução industrial provocou uma migração das pessoas do campo para as cidades, o número da população fica cada vez maior e com isso os problemas sociais foram aparecendo em maior número, daí a consolidação das ciências sociais chamada sociologia.
A sociologia teve como início o positivismo, nos meados do século XIX, com Augusto Comte na França.
O trabalho passa a ser racionalizado. 
No feudalismo prevaleciam as trocas, o valor era no produto, e a maneira como ele era negociado.
Com o capitalismo, o trabalhador passa a receber salário, para sobreviver tem que comprar produtos no mercado. Marx identificou que o valor agora não era somente no produto, havia um valor na mão de obra cobrado junto com o produto e que é calculado injustamente. As pessoas que trabalhavam e produziam os produtos não tinham a percepção que estavam sendo exploradas pelo dono dos meios de produção.
Crítica de Marx e Engels: os problemas do capitalismo
- As relações de produção culminam em duas classes antagônicas que estão em constante luta:
– as relações de produção desde as organizações primitivas, a sociedade foi se organizando para produzir, que sempre gerou duas classes antagônicas. Na antiguidade tínhamos uma relação de produção escravocrata, tinham duas classes antagônicas, os senhores e os escravos. No Brasil até o fim do século XIX. Darwin passou pelo Brasil nos meados do século XIX e não queria ficar aqui nem um pouco porque aqui ainda havia a escravidão. Na idade antiga, a escravidão era muito comum.
- Da mesma forma a relação entre senhor e servo deu origem ao feudalismo, na idade média. Conflitos entre servos e senhores deu origem ao capitalismo.
- O capitalismo deu origem a duas classes antagônicas, o burguês e o proletariado. O burguês se apropria da mais valia, gerando o lucro.
- Capitalismo: “mais-valia” – é o lucro que se tem sobre o trabalho. Matéria prima mais valor pago ao trabalhador é menor que o preço de venda do produto, estadiferença é apropriada pelo proprietário sob a forma de lucro. Quanto menor o custo de produção, e maior o preço do produto, maior é apropriado pelo capitalista na forma de lucro, apropriação da mais-valia. Quanto menor o valor pago pela mão de obra, maior será o lucro.
O que é dialética?
A noção de dialética foi desenvolvida por Hegel (1770-1831), anterior a Marx. Hegel resgatou uma ideia antiga que diz que a realidade se organiza dialeticamente, uma ideia da idade antiga do século VI-AC de Heráclito, diz que a realidade para ser explicada ela está em um jogo chamado dialético (dia + lécticos = duas + razões, falas, aspectos). Exemplo de dialética de Heráclito: “vida e morte”, são duas coisas opostas, mas explicando uma se explica a outra. Exemplo: O dia está para a noite.
Há uma frase muito conhecida de Hieráclito: “Um homem não se banha duas vezes no mesmo rio”, porque o homem não será o mesmo homem e o rio não será o mesmo rio, que nada é estático, tudo está em mudança dialética.
Hegel, já tinha uma ideia um pouco mais sofisticada, diz que a realidade tem as suas mudanças, mas que a realidade só se realiza mesmo no campo das ideias. A dialética para Hegel tem um aspecto idealista, a realidade não tem muita relevância, o que tem relevância é o conhecimento que temos do mundo. Como que melhoramos uma ideia, segundo Hegel, é quando nos confrontamos com uma ideia contrária. 
Tríade dialética: tese, antítese, síntese.
- Tese – quando confrontamos com uma ideia contrário a chamada antítese- chegamos a uma síntese. A síntese não é igual a tese nem a antítese, é resultado das duas ideias.
Dialética: duas ideias contrárias que são confrontadas resultando em uma nova ideia, intermediária entre as síntese e antítese.
Engels (1770-1831):O pensamento e a realidade são a mesma coisa. Por isso, a realidade deve ser interpretada dialeticamente.
Para Engelsl, Se nós concluirmos do ponto de vista das idéias, nós estamos concluindo algo que é o reflexo das idéais. As mudanças ocorrem primeiro no campo da idéias, para depois ocorre no mundo real. Característica IDEALISTA de Engels.
Marx, ao contrário, vai olhar para a realidade e tentar interpretá-la dialeticamente.
O século XIX é marcado pelas consequências do capitalismo. Uma burguesia enriquecida, proprietária dos meios de produção. Os burgueses saíram dos locais onde viviam e foram moram nos burgos, século XIV e XV, daí o nome burguesia, sendo estes burgos comparados as favelas de hoje, porque eram lugares sujos, paupérrimos, desorganizados. 
Marx e Engels (818-1883 / 1820-1895)
 O trabalho como atividade fundante da humanidade
 Relações de produção e relações sociais
2- Crítica de Marx e Engels
• As relações de produção culminam em duas classes antagônicas que estão em constante luta
Capitalismo: “mais-valia”. O centro do capitalismo é o lucro.
A exploração da produção depende de ideologias para a alienação da produção: a classe dominante cria ideias que de certa maneira são aceitas pela classe dominada. Quando a ideologia é aceita, é chamado de alienação. Ideologia é uma falsa interpretação da realidade.
A ideologia em primeiro momento tem um sentido negativo nas palavras de Marx.
Para que nós termos uma mudança de compreensão, precisamos ter uma outra ideologia, mas uma ideologia criada por nós mesmos, uma ideologia que pode ser construída pela via da educação.
A educação é a via pela qual vamos produzir uma ideologia para nos livrarmos da ideologia anterior, a chamada de contra ideologia.
A coisificação do ser humano
O contexto de alienação, justificado por uma ideologia, torna o homem em uma peça dos meios de produção. Materialismo dialético. 
A ideologia é abstrata, mas tem implicações concretas (por isso materialismo)
 Sempre haverá luta de classes enquanto houver separação entre dois mundos: o mundo do fazer e o mundo do pensar, o mundo de quem obedece e o mundo de quem obedece, o mundo daqueles que governam e os que são governados.
“[...] e o grande problema moral que se coloca é a transformação do homem-mercadoria em homem-ideologia.”
A educação vem para que o ser humano compreenda a sociedade em que vive.
Manifesto comunista:
- precisamos de uma mudança de compreensão do mundo em que vivemos para gerarmos uma ideologia de uma nova sociedade, uma sociedade comunista.
- Somente teremos uma sociedade com menos problemas quando compartilharem daquilo que é produzido. Quando os trabalhadores tiverem acesso a aquilo que é produzido, teremos uma sociedade com muito menos problemas.
- Momento onde o capitalismo seja alterado para o socialismo, para repartir o que é produzido.
- Momento onde o estado é suprimido, ai temos o comunismo.
Antônio Gramsci (1831-1937)
 Infraestrutura e superestrutura
 Hegemonia cultural
 Intelectuais orgânicos
3- Aplicação Prática: Influências para a Educação
A educação é a via pela qual o sujeito vai reconhecer a sua situação de alienação.
 É preciso reintegrar os “dois mundos” (o das ideias e o das coisas)
Mundo do pensar e mundo do fazer. 
A educação não pode ser uma educação que separe estas duas coisas:
- Temos uma educação que prepara as elites para pensar. Temos uma educação que prepara o proletariado para trabalhar.
- Esta é a grande crítica que Marx faz ao sistema educacional da época. Grande ranço que permanece até hoje.
- Hoje o acesso ao ensino superior, onde se fornece mais este conhecimento de caráter reflexivo, ainda é em torno de 14% da população.
 O trabalho deve ser o princípio educativo para superar a alienação: a educação não pode desprender do trabalho, todos durante o período educativo devem ter acesso ao trabalho, desde criança. O alienado não é somente o indivíduo desfavorecido, mas também o indivíduo da elite é alienado. Elite não reconhece a existência do explorado e não faz nenhuma idéia do que estar neste contexto de explorado.
O trabalho não deve interromper o ensino, mas este não deve ser alheio ao mundo do trabalho:a educação para Karl marx tem que ter o ponto de apoio no trabalho, mas isso não deve ser motivo de interrupção da educação. A escola deve evitar um culto religioso, Marx é contra o domínio da educação pela religião. A religião estava muito mais a favor de que o indivíduo se acomodasse na situação de dominação do que fornecer para o indivíduo uma crítica da situação vigente, que instigaria a se emancipar. Daí a religião prestava como válvula de escape para o indivíduo projetar na eternidade uma vida melhor, na crença do paraíso. Daí a frase conhecidíssima de Karl Marx de que “ a religião é o ópio do povo”.
 A realidade social deve ser interpretada dialeticamente: dentro do contexto crítico, de contradições. O ambiente onde isso deveria ser propiciado seria a escola. A escola é onde você tem as idéias diferentes, quanto mais idéias diferentes mais você vai entender a realidade. O professor é a figura fundamental que faz com que o aluno perceba a situação de dualismo, oposições da realidade.
Para Marx o professor não deveria ter uma preocupação com seu sustento, tudo isso deveria ser garantido pelo Estado. Para que o professor se preocupe com o estímulo a crítica social, como crítica a escola privada, da educação comercial.
Síntese
O que é materialismo dialético?
Dialética é uma relação entre opostos que traz algo intermediário. Marx disse que essa relação dialética não está no mundo das ideias, mas sim no mundo material. Oposição entre proprietários e proletariado.
 Qual o significado de mais-valia?
Mais valia é aquilo obtido, o valor obtido pelo que é pago pelo valor do trabalho, e o valor que esse trabalho é vendido. Quanto maior a diferença maior será o lucro.
 Qual a relação entre ideologia e alienação?
Ideologia é o conjunto de ideias que existe para sustentar uma alienação. Alienação é quando o indivíduo aceita a ideologia. Quando o sujeito está no contexto mas não entende o contexto que e ele está. Não está consciente de sua situação.
Cabe a educação compreender esta ideologia (alienação)para promover a contra ideologia e promover a saída dos indivíduos de sua situação de alienação.
Teleaula5
Prof. Me. Luís Fernando Lopes
Fenomenologia, Existencialismo e Estruturalismo (Século XX)
 Filosofia contemporânea: Psicologia e a redução da Filosofia
 É possível um conhecimento objetivo?
A psicologia surgiu na década de 50 do século XIX, com Wunded, a psicologia empírica, provocando uma redução da Filosofia. A psicologia acabou definindo o conhecimento com uma base empirista, do positivismo.
Conceitualização (Século XX)
Fenomenologia e Existencialismo: têm uma compreensão de liberdade muito semelhantes, sendo na realidade o existencialismo é uma continuidade da fenomenologia.
Define-se Filosofia como sendo um questionamento sobre determinadas questões da realidade, tentando extrair deste questionamento uma sugestão de compreensão. Esta é a ideia da filosofia, a marca da filosofia.
Problemáticas em torno do conhecimento, da própria existência humana, das questões de liberdade, enfim.
No início do século XX as temáticas são a fenomenologia, existencialismo e fenomenologismo.
1- Fenomenologia:
- Husserl (1859-1938): a Psicologia não dá conta de explicar completamente as bases do conhecimento. Porque a base de compreensão da psicologia era empírica. 
- A questão da intencionalidade (sentido próprio do sujeito)
A nossa mente se caracteriza por uma questão fundamental (Brentano) que é a intencionalidade. Intencionalidade no sentido de direcional, que a nossa mente sempre está consciente de alguma coisa, sempre está direcionado a algo no mundo, o sujeito e o objeto estão relacionados, não estão desconectados. O sujeito sempre vai constituir um conhecimento porque o sujeito tem uma intencionalidade. O ser humano sempre produz o conhecimento porque ele tem uma questão do mundo para resolver, um problema a ser resolvido.
No século XVII, XVIII e XIX questão de como se dá o conhecimento temos uma implicação no campo da política, no campo da antropologia, da liberdade. No século XIX temos uma marca principal, a do positivismo. Positivismo só é considerado conhecimento científico o que se parte dos fatos. A filosofia se enfraqueceu no contexto do século XIX, porque para se ter uma resposta viável somente a que tiver como base nos fatos. 
No positivismo ainda havia uma preocupação em entender de como se dava o conhecimento. No século XIX surge a psicologia como ciência, como área própria da investigação, que acabou definindo o conhecimento em uma base empirista, a partir de fatos, seguindo o positivismo. A ideia de conhecimento ficou reduzido a ideia de experiência.
Neste momento surge a fenologia que diz que o conhecimento não pode ser desvinculado do sujeito. O sujeito não é um sujeito passivo a realidade, Roussel diz que o conhecimento depende do sujeito, é o sujeito que direciona a sua atenção no mundo, conhecimento pertinente é aquele que tem sentido para o sujeito, relaciona com o contexto vivido pelo sujeito, sendo o conhecimento que não tem relação com o contexto do sujeito se torna sem sentido ou irrelevante.
Uma preocupação de definir o que é esse sujeito advém uma corrente denominada existencialismo. A compreensão da condição humana trazida pelo existencialismo é muito própria dos meados do século XX (décadas de 50, 60 e 70), delineado pelos grandes acontecimentos históricos como a segunda guerra mundial.
Trouxe as grandes atrocidades cometidas contra a humanidade casos de extrema desvalorização do ser humano. E com isso houve um grande questionamento, qual é o sentido do ser humano, esse ser humano que sempre se achou acima de tudo, acima de qualquer coisa do mundo, e alguns seres humanos pensando serem acima de outros seres humanos como no nazismo. Trazem uma indagação, de qual o sentido de estarmos aqui. Será que fazemos porque somos determinados, não, segundo o existencialismo tudo o que nós fazermos, fazemos por total liberdade. Tudo o que fazemos, fazemos por escolhas. Claro que existem restrições, não podemos escolher qualquer coisa, mas tudo que nós fazermos fazemos por escolhas, que é a marca principal do existencialismo.
O existencialismo procura mostrar para o ser humano, mostrar para o homem dos meados do século XX, que ele é detentor de uma grande responsabilidade, por que tudo que ele faz ele faz por um ato de escolha. Se ele faz por ato de escolha, ele faz com liberdade.
Nas décadas de 70 e 80 do século XX, temos um outro grande destaque de pensamento que foi o estruturalismo, que advém do autor Foucault (bases da linguística e da antropologia). A filosofia se vale destas bases para contradizer a fenologia e o existencialismo. Parte da ideia de que nós não fazemos com liberdade, que as nossas ações, escolhas tem influência inconsciente de uma estrutura cultural criada, principalmente advinda da educação. A educação exerce um grande papel de direcionar, determinar formas de pensamento do sujeito. O pensamento do sujeito como reflexo, reproduções da cultura fez com que o sujeito pensasse.
Durante o século XX o homem se vê imerso a uma série de transformações. Históricas, científicas, tecnológicas e a sociedade toma rumos diversos que provocam uma visão problemática sobre o homem. O homem passa a ser um problema para a filosofia.
Fenomenologia:
Conhecimento: não é apenas algo que acontece no sujeito, mas é o sujeito que faz acontecer
Toda consciência é consciência de algo. Fenomenum é algo que se mostra.
Exemplo: a visão de uma cadeira vista por 2 sujeitos, teríamos uma descrição diferente de cada um, devido até a questões físicas do local onde está o sujeito que descreve. Então o conhecimento em relação a um objeto depende da visão, da percepção do observador, do sujeito. O que um indivíduo percebe sobre uma determinada questão pode variar de sujeito para sujeito. Isso mostra a visão inicial da fenomenologia. O que o objeto mostra para o sujeito, o conhecimento não é resultado da cópia do objeto para o sujeito, mas sim daquilo que o objeto se mostra para o sujeito.
2 –Existencialismo
Tudo aquilo que não é humano se caracteriza pela sua essência, por ser algo definido, para depois a sua existência. Um cão ao ser criado com certeza vai latir e vai enterrar um osso sem ninguém ensiná-lo, é característica, a essência canina. Os objetos, alguém pensou, projetou-os e depois os fabricou, vieram a existência. Ao passo que o ser humano ao nascer é indefinido, após a sua existência para depois ser alguma coisa, definir sua essência a medida que toma consciência.
As escolhas do homem é que vai definir a sua essência.
Sartre: o existencialismo é um humanismo.
- Existencialismo: Corrente derivada da Fenomenologia
Tudo aquilo que nós somos são resultados de nossas escolhas passadas.
- Questão filosófica do existencialismo: a liberdade e a responsabilidade individual
O homem é livre porque ele tem consciência. Levou os filósofos como Sartre a distinguir o homem com distinto de outros animais.
Heidegger (1889-1976) (fala-se raidguer)
• As duas formas de existência: autêntica e inautêntica
Existência Autêntica: é aquela em que o indivíduo reconhece sua condição de um indivíduo inacabado, incompleto. Ele é que vai se definindo.
Existência Inautêntica: quando o indivíduo não se reconhece, e quer atribuir a responsabilidade a outro, a Deus, a sociedade as escolhas que ele fez. Normalmente responde que foi Deus que quis assim, que a sociedade que o fez assim.
Sartre vai contra a ideia de algo que determine a existência humana.
Quando nós justificamos as nossas escolhas a outros (existência inautêntica) não existe, é falso. Uma influência não implica em uma determinação, então o sujeito pode ser influenciado, mas ele não pode ser desresponsabilizado de suas ações.
• Essência (em si) e a existência (para si) Sartre (1905-1980)
 O humano é um tipo diferente de ser: as decisões com base em suas condições existenciais concretas determinam o seu ser (o fazer).
Essas condições o fazem aquilo que ele é, são as nossas escolhas quefazem aquilo que nós somos. Ao escolher ser professor, tenho que assumir essa responsabilidade. Ao assumir ser professor, posso chegar a conclusão que não foi uma boa escolha, mas não é motivo para retirar a minha responsabilidade. Quando eu retiro a minha responsabilidade estou agindo com má fé. Quando está nesse caso desviando a nossa responsabilidade para os outros, justificamos a nossa escolha devido a influência de outros, ou não teve escolha, está se agindo de má fé.
 Sartre
- Sartriano = livre-pensador (século XX)
- Ligado aos movimentos estudantis de 1968, ao pensamento socialista e a luta pela independência da Argélia.
O que pensa Sartre? Qualquer coisa que acontecia na França perguntavam a Sartre.
“O homem é um ser pelo qual o nada vem ao mundo” quando o ser humano nasce, ele nasce como um nada, e o que ele é, o que ele virá a ser, desenvolvido pela de sua existência e de sua consciência.
“A existência precede a essência.” 
Não existe um plano ou destino maior, onde seríamos apenas atores de um roteiro definido. Não é Deus, nem a natureza, tampouco a sociedade que nos define. Não há ética pronta.
“Não quero que a morte governe minha vida”.
Se nascemos como o nada o nosso verdadeiro destino é a liberdade, que é a essência. É o homem que constrói o significado de sua vida, das metas, dos valores, da visão de mundo.
Má fé: Renuncia a própria liberdade, assumindo papel pronto na sociedade ou atribuindo suas escolhas a fatores externos.
“Não importa o que fizeram conosco. Importa o que fazemos com o que fizeram conosco”.
• “Somos condenados a sermos livres” (liberdade e má-fé)
• “O inferno são os outros” – normalmente atribuímos aos outros as responsabilidades de nossas ações (má-fé)
Estruturalismo (Michael Foucault)
Uma tendência de pensamento que contraria a visão de Sartre e Rousseau. 
A visão anterior de que o homem se caracteriza por sua consciência, por ser consciente ele é livre, por ser livre ele escolhe e toma decisões vai ser criticada pelo estruturalismo.
O estruturalismo inaugurado por Michael Foucault na filosofia, advinda do início do século XX, com o estudo linguístico e de antropologia. 
Para o estruturalismo para entender uma palavra em uma língua, deve se levar em conta o contexto da época em que a palavra é usada. A palavra liberdade é diferente na época medieval e no século XX. Cada época tem uma rede de pensamento que determina o sentido da palavra.
3-Foucault (1926-1984) e o conceito de disciplina: estabelecer as relações de poder – para Foucault o domínio está atrelado ao saber. O domínio sobre o saber visa controlar a sociedade.
 O papel das instituições: poder disciplinar (atrelado ao saber)
Texto: Vigiar e Punir de Foucault.
Em síntese o estruturalismo quer afirmar que nós não escolhemos plenamente conscientes, porque no fundo já temos uma escolha definida previamente. Pensamos que escolhemos com liberdade, pensamos que escolhemos a Coca-Cola, mas a Coca-Cola já nos escolheu. Estamos tão acostumados a aquela marca, mas no fundo já há uma escolha definida pela propaganda a toda hora, em todo lugar nos induzindo a predeterminação das nossas escolhas.
4- Aplicação Prática: Influências para a Educação
Fenomenologia
 Consciência de si mesmo: um grande papel da educação é fazer o indivíduo reconhecer-se como sujeito que constrói conhecimento.
Encarar os objetos de estudo como objetos-problemas (intencionalidade da consciência): algo vai ser significativo para o indivíduo, algo que aconteça na realidade tem que ter um vínculo com o sujeito para que ele possa conhecer. Se não estabelecer este vínculo não há conhecimento, o conhecimento sempre surge de necessidades, de problemas, de questões que se impõe ao sujeito em um determinado momento. Não adianta propor fornecer conhecimentos prontos e acabados se isto não tiver envolvido com o sujeito, isto não vai fazer sentido.
Existencialismo
• Reconhecer o outro faz com que se reconheça a si mesmo: educação. Reconhecer que o outro como o limitador de minha liberdade, não é um mero limitador de minha liberdade. Mas ele faz com que se reconheça a sí mesmo, a relação entre professor e aluno, não é um mero processo de limitação da liberdade. Quando eu vejo no outro o que ele escolheu e quais são as suas consequências, eu posso identificar isso nas minhas próprias condições, na minha própria existência. 
O existencialismo tem uma visão realista, nós somos resultado de nossas escolhas. O papel da educação é para que nós nos reconheçamos sempre como projetos.
• Deve ampliar o campo de possibilidades do indivíduo, para a liberdade e responsabilidade: implicação ética de que toda a nossa escolha implica em uma responsabilidade. O nosso grande papel como professor não é tanto aquilo que dizemos enquanto conteúdo, mas é fazer com que o aluno perceba que com este conteúdo ele pode fazer diversas coisas. Chegamos a um dilema se o conhecimento é bom ou ruim, conclui que o conhecimento não é nem bom nem ruim, depende da escolha que se faz com o conhecimento. Exemplo, do conhecimento da química nuclear usado para fazer uma bomba atômica é o mesmo usado para fazer um equipamento como o raio-x.
• Escolha: ser professor– a escolha da profissão professor incorre na responsabilidade com os alunos, não interessando o salário, as condições não devem limitar o papel enquanto professor na sala de aula.
Estruturalismo (Foucault)
• Poder disciplinar pela classificação: escola como grande exemplo – a própria escola é uma limitadora, questão de classificação das disciplinas, das pessoas, dividir. É para determinar aqueles que são melhores, aqueles que são piores. Surge a questão de melhor para que? Pior em relação ao que? Muitas vezes o poder disciplinar serve para definir o domínio, estabelecer o controle.
• Há uma restrição de liberdade: não pensamos e decidimos com total liberdade – no sentido de que um poder disciplinar, uma educação disciplinar. Não querendo dizer que a educação não deva estabelecer certos parâmetros de como agir, de como ser. Mas também não deve impor as maneiras de ser que representam meramente o exercício de poder.
Devemos justificar o sentido das coisas impostas aos alunos, sendo a ideia de restringir o saber, oferecendo alguns conteúdos em detrimento de outros é um dos grandes exemplos de como o saber está atrelado ao poder, e a escola tem um papel fundamental neste contexto segundo Foucault.
Síntese
Qual a relação da Fenomenologia com o Existencialismo?
Um está atrelado ao outro. Fenomenologia que nós possuímos uma consciência voltada ao mundo, nós nos ligamos ao mundo por uma consciência, esta é a característica fundamental enquanto humanos. Por outro lado nós temos a ideia de que esta consciência estabelece uma condição própria apenas no homem, de um ser que escolhe. Assim a relação entre fenomelogia e existencialismo é o reconhecimento deque o sujeito está ligado ao mundo via consciência. O papel da consciência como elo entre sujeito e mundo.
Como o Existencialismo entende o homem?
Para o existencialismo o homem é um ser inacabado, ser um projeto. Algo para ser feito e não está pronto. Um projeto é algo que vai sendo modificado na medida em que ele é executado.
E o Estruturalismo, qual sua visão de liberdade?
A liberdade não existe de uma forma ampla porque ela já está muito restrita porque ela está muito condicionada a um contexto social. Existe uma estrutura de pensamento consumista que nos formam para sermos consumidores. A liberdade do homem está sempre restrita a estrutura de poder do seu meio.
Aula 6
Pragmatismo e Filosofia Analítica
 Critérios de verdade: correspondência, coerência, autoridade, consenso e pragmática
 A verdade em si mesma é inatingível
Pragmatismo
O pragmatismo é uma abordagem contemporânea da filosofia, do século XX, que surgiu como uma alternativa as teorias da verdade. Como a própria concepção de verdade e a própria concepção pragmática de verdade para entendermos o que significa pragmatismo e suas concepções de verdadee também a própria ideia de conhecimento.
Quando falamos em conhecimento devemos levar em conta uma concepção de verdade, e temos pelo menos 5 concepções de verdade. Com implicações diretas no campo da educação.
Meados do século XX temos a filosofia analítica, que procurou estabelecer as bases das concepções lógicas no campo das ciências, também procura entender a questão da verdade, mas que também tem grandes repercussões na educação nos meados do século XX e nos tempos contemporâneos. A principal questão da filosofia analítica é a compreensão da linguagem, desta compreensão desta compreensão da relação da linguagem com o mundo, vamos extrair também alternativas para o campo da educação. 
Desde a antiguidade já tem a preocupação com o tema e indagações do que é a verdade. Dessas indagações já temos ao longo do tempo algumas concepções do que é a verdade, não existe uma definição acabada, precisa do que é verdade, a verdade é uma concepção.
Critérios da verdade:
- correspondência, coerência, autoridade, consenso e pragmático.
- Verdade por Correspondência: versão grega que diz que a verdade é quando há uma relação entre aquilo que eu penso com o objeto da verdade. Quando há uma relação de correspondência entre o pensamento (ideia) e o objeto da verdade. Prevaleceu desde a antiguidade até a idade média.
- Verdade por coerência: algo é verdadeiro se o que se diz sobre esse algo for verdadeiro. Esta versão está no discurso, está ligado a coerência a aquilo que é dito. Versão difundida entre os romanos da antiguidade. Muito usada nos termos do direito de cultura romana. Veredito (ver e dito), verídico.
- Verdade por autoridade – critério da confiança na autoridade, está baseado na pessoa de quem diz. Na idade média a verdade era a bíblia, na palavra do juiz, na palavra do professor.
- Verdade por consenso: consenso que uma verdade se estabelece por uma concordância com um grupo. Muitas vezes chamado paradigmática, significa que aquele modelo de pensamento ou compreensão que se toma como base para tomar o discurso como correto. Até o início do século XX, no campo da física, que a única forma de se compreender o movimento era o conceito Newtoniano, fora disso não era válido.
- Verdade pragmática: de prágma do grego que significa utilidade, prática. Segundo os autores desta corrente não existe uma verdade propriamente dita, mas existe aquilo que é dito como algo funcional. Se aquilo que eu digo saber, for dito, é válido por resolver um problema, então isso é considerado válido. A validade é pela utilidade, pela funcionalidade. O indivíduo pragmático que procura agir e falar sempre procurando resultados.
Critério pragmático:
• Consequências práticas: entendimento de que a verdade não é definitiva. Valores da idade média, geocentrismo (terra como centro do Universo), teorias de Copérnico muda esta verdade até então para o heliocentrismo (sol com centro do Universo), hoje sabemos que também não é assim.
• A verdade é mutável: muda a utilidade – a verdade é relativa, ela não é absoluta (não quer dizer relativismo onde qualquer coisa serve), o sentido aqui é da funcionalidade prática, de resultado, resultado útil.
• A verdade em si mesma é inatingível para o pragmático: 
• Sempre interpretamos nossas experiências
• O único critério possível são as consequências práticas de uma ideia ou ação
Peirce (1839-1914): o conhecimento teórico deve ser testado na prática
William James (1842-1910): a verdade pode mudar no tempo ou entre pessoas – muito importante quando entramos no campo religioso, não existe uma verdade absoluta no campo das crenças (Voltaire). No campo das ciências Voltaire imaginava uma verdade absoluta no campo das ciências. Agora com os filósofos do pragmatismo não há verdade absoluta em nenhum campo do saber, o que há é uma afirmação válida porque ela é funcional, útil naquele momento.
O conhecimento tem que estar atrelado com as questões práticas do mundo, senão ele não tem sentido. O conhecimento seria inválido, pois o sentido do conhecimento é lidar com o mundo, quando nós lidamos com o mundo nós produzimos conhecimento.
A filosofia sempre será um pensamento sobre a realidade, sobre o mundo, sobre questões ligadas a nossa existência. Sobre a condição humana.
John Dewey (1859-1952)
• Dewey: o pensamento é um instrumento de relação entre sujeito e o “mundo externo”
(Instrumentalismo)Nosso pensamento é um instrumento para lidar com questões do mundo.
• Dewey: a aprendizagem deve ter em vista as consequências práticas dos conteúdos
A escola nova tem a ver com o pragmatismo de Dewey. O professor não deve ser um indivíduo que apresenta a teoria para o aluno, o professor deve ser um monitor, de ir apresentando a teoria na medida em que o aluno necessita para preencher as situações problema práticos.
A dificuldade de relacionar o teórico com o prático se dá devido a um modelo educacional inútil.
Modelo só de memorização, só de reprodução que não leva ao fundamental de ter um conhecimento válido com sentido, quanto o sujeito constrói o conhecimento a partir do mundo vivido.
A educação deve partir de problemas reais, casos concretos, segundo o pragmatismo, sem relação prática estamos desenvolvendo um conhecimento inválido.
• Influências no Brasil
Filosofia da Linguagem
- Problema da linguagem: objetivo da filosofia
• Wittgenstein: a linguagem estabelece a correspondência entre mundo e pensamento.
A grande questão de que a filosofia devia se ater, seria a questão da linguagem. Ressaltava que a forma para identificarmos se realmente entendemos algo é quando nós falamos sobre esse algo. A linguagem é o parâmetro para o conhecimento.
Quando lemos um artigo, tenho que levar em conta três pontos:
- identificar o que o texto diz
- o que o texto me diz (fazer uma relação com o que já sei)
- o que posso dizer sobre esse texto. (se não consigo dizer nada do texto, significa que não entendi)
O entendimento que temos do mundo vai ser identificado como a maneira de como expresso esse mundo.
 Ludwig Wittgenstein (1889-1951)
 “Sobre aquilo de que não se pode falar, deve-se calar.”
“Os limites de minha linguagem significam os limites de meu mundo.”
Tractatus logico-philosophicus
 A linguagem como uso (investigações filosóficas): a nossa linguagem está em uso, o contexto é que determina o sentido. Tudo que pode ser dito, se diz com clareza. Se não posso dizer com clareza, logo não sei.
Quanto mais aprimorada for a nossa linguagem, maiores serão as condições de entender o nosso mundo em uma condição mais ampla.
O grande problema da filosofia são as questões de linguagem.
 Influências para a Educação
Pragmatismo
• O pensamento é orientado para resolver problemas (função da educação): o conhecimento é adquirido por problemas, em uma sala de aula para construímos conhecimentos devemos desenvolver uma atividade que é a pesquisa. Pesquisa com uma premissa de responder a uma pergunta central. Esta pergunta que levará a uma conclusão, que é resposta a pergunta inicial de forma clara e concisa. Preparar o aluno para pesquisa, capacidade de elaborar as perguntas é essencial na sala de aula.
O que move o mundo são as perguntas que o homem formula.
• Questão prática como orientação da teórica: sempre levar em conta a reflexão de uma teoria com a questão prática, se não tivermos uma ligação da teoria com a questão prática ela é inválida.
“O professor que desperta entusiasmo (curiosidade, formulação de perguntas) em seus alunos conseguiu algo que nenhuma soma de métodos sistematizados, por mais corretos que sejam, pode obter.” (John Dewey)
“A meta da vida não é a perfeição, mas o eterno processo de aperfeiçoamento (de uma ideia), amadurecimento (de uma ideia), refinamento (de uma ideia).” (John Dewey)
Problema: está chovendo
Pergunta: como posso me proteger da chuva.
Resposta: usar guarda-chuva, capa, cobrir a cabeça com o casaco.
 Filosofia da linguagem
• Rigor analítico: usar as palavras com precisão para que possamos ter clareza (nãoo cuidado exagerado)
• O problema da linguagem ordinária (linguagem do dia a dia): o mal entendimento gera desconforto, equívoco. Preocupação com a linguagem. Tudo o que possa ser dito se diga com clareza. Os limites de meu mundo são os limites da minha linguagem.
Síntese
Questões: 
Qual novidade no critério de verdade do pragmatismo?
A grande novidade é o reconhecimento que não existe uma verdade absoluta. Não havendo uma verdade absoluta é necessário que se encontre um critério que não seja indeterminado, não cair em um relativismo (qualquer verdade serve) o que não serve. O pragmatismo entende que o critério deve ser a utilidade, o resultado prático, o mundo concreto vivido, que nós devemos daí extrair as referências para aquilo que é considerado a verdade.
O que o pragmatismo inovou no campo da educação?
O ensino deve partir de problemas, de situações. Daí sim relacionar a teoria, situações onde você pode levantar perguntas. Situações concretas, reais ou situações embora que fictícias mas vinculadas a realidade, mas que possamos extrair perguntas para compreensão da teoria. A teoria só existe para um único motivo, somente para sistematizar a maneira de responder a uma pergunta.
Temos então o sentido do conhecimento que o pragmatismo tanto ressalta no campo da educação.
Qual a questão central da filosofia da linguagem?
A filosofia analítica (filosofia da linguagem), diz que os problemas da filosofia não são problemas abstratos ou metafísicos, são problemas da linguagem. A filosofia tem que concentrar atençãona nossa linguagem, porque alí que estão principais problemas nas relações humanas (éticas, sociais). O grande problema de termos um conhecimento válido. Daí nós temos os problemas da filosofia analítica, porque a filosofia é relevante porque no fundo ela está sempre identificando questões desde a antiguidade, idade média, idade moderna e contemporânea.

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