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Prática 2 2017.2 Recurso aula 10 e 11

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EXCELÊNTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA VARA DO TRABALHO DA BAHIA – 5º REGIÃO.
Processo: 
TUDO LIMPO LTDA e AERODUTO EMPRESA PUBLICA DE GERENCIAMENTOS DE AEROPORTOS, devidamente qualificado nos autos da RECLAMAÇÃO TRABAHISTA, por PAULO, igualmente qualificado, vem a V. Exa., não se conformando “data vênia”, com a r. sentença de fl.:____, apresentar; 
RECURSO ORDINÁRIO,
conforme, razões anexo:
Para tanto, requer a juntada aos autos das guias que comprovam o recolhimento do preparo Recursal;
Informa ainda ao juízo, que o presente Recurso é TEMPESTIVO, eis que protocolado dentro do prazo legal;
Requer, por fim que após as cautelas de praxe, seja o presente Recurso encaminhado ao Tribunal competente.
 
	Nestes termos, pede-se o deferimento
OAB/Nome/Data
EGREGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 5ª REGIÃO – BAHIA
RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO
Colenda Turma:
Não obstante o d. saber jurídico do I. Magistrado “a quo”, resta merecer a reforma a sentença de fl:____, pelos fatos e fundamentos adiante expostos;
Breve relato do processo e da sentença:
O Recorrido era empregado da 1º Recorrente, do dia 22/02/2015 a 15/03/2016, onde trabalhava como auxiliar de serviços gerais, atuando na limpeza de parte da pista de um aeroporto de porte pequeno.
Durante todo o contrato, prestou serviços na 2º Recorrente.
Ao ser dispensado e receber as verbas rescisórias, ajuizou a respectiva reclamação trabalhista em face da 1º e 2º Recorrente, pretendendo adicional de insalubridade porque trabalhava em local de barulho, bem como a incidência de correção monetária sobre o valor dos salários, vez que recebia sempre até o quinto dia útil do mês subsequente ao vencimento.
No dia da audiência, a 1º Recorrente, fez representar por seu contador, assistido por advogado. 
A 2º Recorrente, por preposto empregado e advogado. 
Foram entregues defesas e provas documental, sendo que, pela 2º Recorrente, foi juntada toda a documentação relacionada à fiscalização do contrato entre as Recorrentes, o qual ainda se encontra em vigor, bem como exames médicos de rotina realizados nos empregados, inclusive o Recorrido, os quais não demonstravam nenhuma alteração de saúde ao longo do contrato, além dos recibos do Recorrido de fornecimento de EPI para audição.
Superada a possibilidade de acordo, o Ex. Juiz indeferiu os requerimentos da 2º Recorrente para a produção de provas testemunhal e pericial, consignando em ata os protestos da 2º Recorrente, pois visava, comprovar que o EPI eliminava a insalubridade.
O processo seguiu concluso par a sentença, a qual decretou a revelia e confissão da 1º Recorrente por não estar representada regularmente.
Julgou procedente os pedidos de pagamento de adicional de insalubridade em grau máximo, bem como de incidente de correção monetária sobre o valor do salário mensal pago após a virada do mês.
Outrossim, condenou a 2º Recorrente subsidiariamente, em todos os pedido, fundamentando a procedência na revelia e confissão da 1º Recorrente.
DAS RAZÕES DO RECURSO
DO CERCEAMENTO DE DEFESA
	Para que os Recorrentes chegassem a este Egrégio, existem algumas máculas de grande monta, pois os direitos inerentes a ampla defesa e o contraditório, foram violados. Assim, no decorrer das razões do respectivo recurso será iluminado.
	O que se deve destacar a princípio seria o cerceamento de defesa, tendo em vista que o Ex. Juiz da primeira instância violou um preceito constitucional importantíssimo no Estado democrático de Direito. 
	
	Conforme leciona a Carta Constitucional de 1988, mais exatamente no bojo do Art. 5º LV, existe nitidamente a garantia aos litigantes o contraditório e a ampla defesa. Assim segue o referido Art.: abaixo:
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;”
	O que podemos esculpir a principio, que houve uma violação expressa do referido artigo, dento em vista que deixou de existir a igualde perante a lei, ou seja, o Ex. Juiz, foi completamente parcial em sua decisão. 
	Não cabe aqui falar sobre o brilhante trabalho que o magistrado exerce na referida comarca, mas sim houve uma violação clara perante o 2º Recorrente, em indeferir as produção de provas testemunhas e periciais, sem fundamento legal nenhum.
	
	Por ampla defesa, no dizer de CELSO RIBEIRO BASTOS, Celso Ribeiro, 1938 -Curso de Direito Constitucional, 22.ed. atual. São Paulo : Saraiva, 2001, podemos citar abaixo:
“deve-se entender o asseguramento que é feito ao réu de condições que lhe possibilitem trazer para o processo todos os elementos tendentes a esclarecer a verdade. É por isso que ela assume múltiplas direções, ora se traduzindo pela inquirição de testemunhas, ora na designação de um defensor dativo, não importando, assim, as diversas modalidades, em um primeiro momento. (...) A ampla defesa só estará plenamente assegurada quando uma verdade tiver iguais possibilidades de convencimento do magistrado, quer seja alegada pelo autor, quer pelo réu. Às alegações, argumentos e provas trazidos pelo autor é necessário que corresponda uma igual possibilidade de geração de tais elementos por parte do réu”.
	
	Assim sendo, não houve o esclarecimento da verdade perante o juízo “a quo”, tendo em vista que o 2º Recorrente iria trazer no escopo dos autos, provas suficientes para a defesa dos seus interesses, sempre dentro da legalidade e honestidade. 
	
	Diante de do respectivo julgado abaixo, podemos massificar o entendimento de ampla defesa, ou seja, o cerceamento de defesa:
TRT-1 - Recurso Ordinário RO 00020252920125010481 RJ (TRT-1)
Data de publicação: 11/02/2014
Ementa: RECURSO ORDINÁRIO. NULIDADE PROCESSUAL. CERCEAMENTO DE DEFESA. INDEFERIMENTO DE OITIVA DE TESTEMUNHA. O fato de o Julgador de origem ter entendido que a controvérsia se dirimia pela interpretação da Lei nº 5.811 /1972 não pode obstar à parte a produção de prova sobre a jornada cumprida. O entendimento esposado na origem é passível de revisão em sede recursal, decorrendo daí a necessidade de instrução do feito com elementos suficientes para análise e julgamento do pedido de pagamento de horas extras e repousos trabalhados. Configura-se o cerceio de defesa, a eivar de nulidade o julgado.
	No que tange ao referido RO, mostrou-se claro a o entendimento do d. Tribunal concordar com o cerceamento de defesa perante o caso concreto. 
	
	Assim sendo, não resta claro e cristalina a configuração do preceito constitucional ser violado.
DA REVELIA
Conforme, o entendimento do Ex. Juiz em prolatar a respectiva sentença, chegou-se ao entendimento que por parte do 1º Recorrente, restou a existência de revelia. 
Diante do comparecimento por parte de um representante devidamente constituído pela 1º Recorrente, conforme já narrado nos fatos, não existe prosperar a respectiva sentença. 
No que concerne o entendimento da Súmula 377 do TST, vamos tonar mais claro o entendimento de proposto: 
Súmula nº 377 do TST
PREPOSTO. EXIGÊNCIA DA CONDIÇÃO DE EMPREGADO (nova redação) - Res. 146/2008, DJ 28.04.2008, 02 e 05.05.2008
Exceto quanto à reclamação de empregado doméstico, ou contra micro ou pequeno empresário, o preposto deve ser necessariamente empregado do reclamado. Inteligência do art. 843, § 1º, da CLT e do art. 54 da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. 
No que ilustra o respectivo RO prolatado pelo TRT 19º Região, podemos demonstrar que inexiste a revelia no caso concreto:
RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMADA. REVELIA. NULIDADE DA SENTENÇA. NÃO CONFIGURADA. ANTE A CONFISSÃO NO RECURSO, NÃO HÁ DÚVIDAS QUANTO AO RECEBIMENTO DA CITAÇÃO PELORÉU, NO QUE NÃO HOUVE VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DO DEVIDO PROCESSO LEGAL, DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA, ASSEGURADOS AOS LITIGANTES PELA CF/88, EM SEU ART. 5º, INCISOS LIV E LV. RECURSO DESPROVIDO. (TRT19 -RO 00003087120145190008, Relator: Antonio Adrualdo Alcoforado Catao, Publicado em 14/12/2015)
DA NÃO EXISTÊNCIA DA SUBSIDIARIEDADE
	
	
	Conforme nos mostra o caso concreto, o Recorrido exercia suas atividades laborativas com a 2º Recorrente, porem, era contratado pela 1º Recorrente, sendo assim, notamos que trata-se de uma atividade terceirizada. 
	
	Nos mostra a Sumula 331 inciso V e respectivo julgado sobre a subsidiariedade: 
Súmula nº 331 do TST
CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE (nova redação do item IV e inseridos os itens V e VI à redação) - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011
V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada. 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. RITO SUMARÍSSIMO. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. ENTE INTEGRANTE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA. TOMADOR DE SERVIÇOS. SÚMULA N.º 331, V, DO TST. COMPROVAÇÃO DA CULPA -IN VIGILANDO- NECESSIDADE. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RITO SUMARÍSSIMO. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. ENTE INTEGRANTE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA. TOMADOR DE SERVIÇOS. SÚMULA N.º 331, V, DO TST. COMPROVAÇÃO DA CULPA -IN VIGILANDO-. NECESSIDADE. Não comprovada a culpa -in vigilando- da entidade pública, a decisão proferida pelo Regional contraria a jurisprudência pacífica desta Corte, consagrada no antigo item IV e atual item V da Súmula n.º 331. Agravo de Instrumento conhecido e provido . RECURSO DE REVISTA. RITO SUMARÍSSIMO. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. ENTE INTEGRANTE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA. TOMADOR DE SERVIÇOS. SÚMULA N.º 331, V, DO TST. COMPROVAÇÃO DA CULPA -IN VIGILANDO-. NECESSIDADE . De acordo com a nova redação conferida à Súmula n.º 331 do TST, os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666/93; a aludida responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada. Ora, não havendo comprovação da inobservância do dever de acompanhar e fiscalizar a execução dos contratos promovidos com a prestadora de serviços (arts. 58, III, 67 e 70 da Lei n.º 8.666/93), não há de se falar em negligência, nem responsabilidade subsidiária da Administração Pública. Recurso de Revista conhecido e provido. (TST - RR: 7106320115050133  710-63.2011.5.05.0133, Relator: Maria de Assis Calsing, Data de Julgamento: 22/05/2013, 4ª Turma, Data de Publicação: DEJT 24/05/2013)
	No que tange a subsidiariedade, não existe tendo em vista que sempre houve uma fiscalização por parte da 2º Recorrente. 
DA REFORMA DA INSALUBRIDADE
		Diante dos pedidos levantados pelo Recorrido, é impensável em pleitear as respectivas verbas indenizatórias em relação a insalubridade e até mesmo aos EPIs. 
		Conforme demonstrado em juízo, houve a comprovação de que o Recorrido sempre estava bem de saúde, conforme laudos anexados na audiência, e principalmente comprovantes de retirada de EPIs. 
	No que tange ao Art. 191 inciso II, o Recorrente sempre entregou os equipamentos adequados para o Recorrido. O que comprova por parte dos Recorrentes, a preocupação no bem estar dos seus empregados, onde pode ser afastado tal pedido pelo Recorrente. 
	
	Além disso, no Art. 195 § 2º mostra o seguinte: 
Art. . 195 - A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
§ 2º - Argüida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por empregado, seja por Sindicato em favor de grupo de associado, o juiz designará perito habilitado na forma deste artigo, e, onde não houver, requisitará perícia ao órgão competente do Ministério do Trabalho. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
	RECURSO DE REVISTA. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. O Regional deferiu ao reclamante o adicional de insalubridade em grau médio, em razão do contato com hidrocarbonetos. Registrou que, apesar de o laudo pericial concluir pela ausência de condições insalubres, prevaleceu o entendimento majoritário daquela Turma julgadora de que o uso do creme de proteção não é apto para evitar a exposição do trabalhador aos agentes considerados insalubres. Todavia, consta expressamente da decisão recorrida a conclusão do perito de que o autor não entrava em contato com agentes que , pela sua intensidade, concentração e tempo de exposição , não justificavam o pagamento de adicional de insalubridade. Ademais, conforme registrado no acórdão regional, o laudo pericial atesta que o reclamante recebeu creme de proteção para a pelé e passou por treinamento para o uso correto. Restou, ainda, consignado que a ficha de entrega de EPI comprova a entrega de cremes de proteção e luvas. Nesse contexto, diante das conclusões do laudo pericial, conclui-se que o reclamante não faz jus ao recebimento do adicional de insalubridade, merecendo reforma a decisão regional em sentido contrário. Recurso de revista conhecido e provido.
(TST - RR: 207679320145040402, Relator: Dora Maria da Costa, Data de Julgamento: 16/03/2016, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 22/03/2016)
	Sendo assim, não houve a comprovação de um laudo técnico para que o Ex. juiz “ a quo” desse tal beneficio. Por sua consequência, é inviável o pedido do Recorrente.
NÃO INCIDENCIA DE CORREÇÃO MONETÁRIA DOS SALARIOS 
	Diante de tal pedido levantado pelo Recorrido, não existe lógica, pois o 1º Recorrente sempre arcou com suas responsabilidades financeiras, principalmente no pagamento das verbas salariais. 
	O Art. 459 § 1º nos mostra: 
Art. 459 - O pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade do trabalho, não deve ser estipulado por período superior a 1 (um) mês, salvo no que concerne a comissões, percentagens e gratificações.
§ 1º   Quando o pagamento houver sido estipulado por mês, deverá ser efetuado, o mais tardar, até o quinto dia útil do mês subsequente ao vencido.                 (Redação dada pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989)
	O que ficou caracterizado, é a ausência da verdade por parte do Recorrente, pois o 1º Recorrido, cumpria literalmente o preceito legal e sumular, conforme narrado na inicial. 
	Por obstante, é se suma importância destacar o que a presente Súmula 381 do TST trás: 
Súmula nº 381 do TST
CORREÇÃO MONETÁRIA. SALÁRIO. ART. 459 DA CLT (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 124 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
O pagamento dos salários até o 5º dia útil do mês subseqüente ao vencido não está sujeito à correção monetária. Se essa data limite for ultrapassada, incidirá o índice da correção monetária do mês subseqüente ao da prestação dos serviços, a partir do dia 1º. (ex-OJ nº 124 da SBDI-1 - inserida em 20.04.1998)
 Por final, não resta evidente a prestação ética por parte do 1º Recorrente em sempre arcar com seus compromissos legais, sendo que não merece prosperar o pedido do Recorrente, onde não existe embasamento legal suficiente para tal.
DOS PEDIDOS
	Ante tudo quanto foi exposto acima, requer a Vossas Excelências se dignem a receber o presente recurso, e no mérito julgarem-no procedente, pois assim o fazendo, estarão atuando de acordo com os fatos e o direito.Nos Termos
Pede-se o deferimento
Data
OAB/Nome

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