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Curso Bacharelado em Nutrição Disciplina: Bromatologia 3º semestre Composição Básica dos Alimentos: Minerais Profa. Márcia Aragão Introdução Compostos inorgânicos; Representam em torno de 4 a 5% do peso corpóreo; Integram o organismo sob forma sólida; Funções gerais: Componentes estruturais; Formação de macromoléculas; Regulação do pH; Pressão osmótica e potencial de membrana. Introdução As necessidades de minerais para as funções fisiológicas: Macrominerais: acima de 100 mg/dia (Ca, P, Mg, K, S, Na, Cl); Microminerais: abaixo de 100 mg/dia (Fe, I, F, Mn, Co, Se, Cr, Zn). A quantidade varia de acordo com as necessidades fisiológicas: Crianças Gestantes Adolescentes Lactantes Adultos Idosos Fatores que acarretam o aumento ou limitação de minerais no organismo Fatores inerentes ao organismo; Fatores inerentes aos alimentos; Efeito de alguns medicamentos. Cálcio É o mineral mais abundante no corpo humano; Atinge 1,5 a 2% do peso corpóreo; 99% - ossos e dentes; E o restante: Coagulação sanguínea; Contração muscular; Sensibilidade neuromuscular; Age como ativador de enzimas: LIPASES, FOSFATASE ALCALINA, COLINESTERASE. Metabolismo Cálcio DEFICIÊNCIA Raquitismo Osteomalácia Osteoporose Cálcio DEFICIÊNCIA Cálcio DEFICIÊNCIA Cálcio FONTES Leite e derivados lácteos; Brócolis; Sardinha; Amêndoas. Fósforo O fósforo total do organismo corresponde, aproximadamente a 650g; 85 – 90% encontram-se nos ossos; 10% nos tecidos moles e no sistema nervoso; Metabolismo intimamente ligado ao do cálcio; Absorção é regulada pela vitamina D e metabolizado pelo paratormônio. Fósforo FUNÇÕES Integra a estrutura dos ossos e dentes; Participa do metabolismo dos glicídios; Contração muscular; Componente dos fosfolipídios; Componentes das lipoproteínas. Fósforo DEFICIÊNCIA Diminuição na síntese de ATP; Dores ósseas; Osteomalácia; Hipopatireoidismo; Perda de memória; Taquicardia. Fósforo FONTES Amplamente distribuído nos alimentos: peixe, carnes, cereais, legumes, leite e produtos lácteos. Grandes quantidades de fitatos e oxalatos podem formar complexos insolúveis, prejudicando a absorção. Ex: Espinafre, chá mate oxalato Batata inglesa fitato Sódio, Potássio e Cloro Mantêm estreitas relações: Na K combinados com o Cl Contribuem para: manutenção da pressão osmótica balanço ácido-básico do organismo; Cl aparece no suco gástrico, sob a forma de HCl; Necessidades diárias de Na muito abaixo da quantidade normalmente consumida com o sal de cozinha; Sódio, Potássio e Cloro FONTES DE POTÁSSIO As principais fontes são alimentos de origem vegetal; Frutas frescas e secas, hortaliças frescas, leite e carnes são as principais fontes; Alimentos não refinados e desidratados como as frutas secas são fontes muito ricas em potássio. Microminerais Ocorrem em quantidades muito pequenas; Também chamados elementos-traço ou oligoelementos, ou ainda elementos menores; Alimentos processados ou refinados têm menor teor de minerais; Zona manejável Faixa que se estende entre a concentração mínima com que, em lugar de uma ação útil começam os efeitos maléficos. Alguns microminerais possuem estreita zona manejável. Ex: flúor e cobre. Ferro 4g de Fe no organismo adulto; Presente nos eritrócitos (70% na Hb); Transporte de elétrons; Enzimas (peroxidases, catalases) FORMAS DE ARMAZENAMENTO Ferritina e hemossiderina Depósitos no fígado, baço e medula óssea Ferro Alimentos de origem vegetal a absorção: 1 a 7%; Carnes: 20% Ferro TRANSPORTE - Transferrina; REQUERIMENTOS NUTRICIONAIS: 10 - 15 mg; SINTOMAS DE DEFICIÊNCIA Anemia ferropriva Obs: o ferro é um elemento altamente reativo e interagindo com o oxigênio pode formar compostos capazes de danificar membranas celulares ou o DNA. É necessário que o Fe esteja firmemente ligado a proteínas para prevenir efeitos destrutivos. Fontes dietéticas de ferro O ferro da dieta apresenta-se sob duas formas: ABSORÇÃO Absorção X Vit. C Melhores fontes: carne, peixe, aves e ovos; ferro heme não-heme (inorgânico) ferro ferroso (Fe 2+) ferro férrico (Fe 3+) Iodo A função do iodo no organismo está relacionada aos hormônios da tireóide: Presente nos hormônios da tireóide T3 - triiodotironina e T4 - tiroxina Aumenta o ritmo de oxidação das células, aumentando o metabolismo basal; O sinal mais aparente da insuficiência de iodo é o bócio, resultado do aumento da glândula tireóide; Iodo Iodo A falta de iodo durante a vida fetal e nos primeiros tempos de vida extra-uterina leva ao aparecimento do cretinismo: crescimento físico e mental retardado, face flácida, pele fina seca e enrugada, cabelos secos e escassos. REQUERIMENTOS NUTRICIONAIS -150g/dia FONTES Presente nos alimentos marinhos Regiões deficientes em Iodo x sal iodado (0,01 a 0,02%) Iodo Iodo Portaria 218 de 24/03/1999, determina que o sal para consumo humano tem que possuir teor igual ou superior a 40mg até o limite máximo de 100mg por kg do produto Flúor Reconhecido como essencial a partir de 1980; A zona manejável do flúor é bastante estreita, e sua toxicidade já é conhecida a muito tempo; Parece não haver risco de fluorose quando até 5 mg/dia de fluoreto inorgânico são consumidos; 1 mg/L (ingestão segura de 1-4 mg/dia). Flúor Alimentos ricos em flúor: chá preto, mate, peixes, algumas especiarias (pimenta-do-reino), feijão preto e outras leguminosas. Cinzas e conteúdo mineral Resíduo inorgânico que permanece após a queima ou oxidação completa da matéria orgânica. CONSTITUIÇÃO K, Na, Ca e Mg em grandes quantidades; Al, Fe, Cu, Mn e Zn em pequenas quantidades e; Ar, I, F entre outros traços. Os elementos minerais se apresentam nas cinzas sob forma de sais, óxidos, silicatos Teor de cinzas em alguns alimentos Determinação do teor de cinzas totais em alimentos Para que??? I. Para se calcular o valor nutritivo de um alimento. II. Usado como índice de refinação de açúcares e farinhas. Determinação do teor de cinzas totais em alimentos III. Como indicativo de pureza e adulteração (ex.: presença de areia, talco, sujeira em condimentos, conteúdo de frutas em geléias ou doces). IV. Em termos qualitativos – resíduos metálicos como Pb e Hg podem ser tóxicos. Cinzas de produtos contendo frutas são alcalinas devido apresença de sais de ácidos fracos que na incineração são convertidos em carbonatos. A análise de cinzas fornece informações prévias sobre o valor nutricional do alimento, em relação ao seu conteúdo de minerais e é o primeiro passo para análises subsequentes de caracterização destes minerais. O conteúdo de cinzas dos alimentos de origem animal normalmente é constante, já alimentos de origem vegetal têm conteúdo de cinzas bastante variados. Para melhor preparo de cinzas convém triturar o alimento antes. Equipamentos Cinzas totais Via seca – método mais utilizado Mufla em temperaturas na faixa de 500 - 600 °C. Evaporação da água e voláteis. Combustão da matéria orgânica para CO2 e óxidos de N. Minerais óxidos, sulfatos, cloretos, fosfatos e silicatos. Fe, Se, Pb e Hg podem se volatilizar parcialmente. Cadinhos: Quartzo = resistentes aos ácidos e halógenos Vycor = estáveis até 900 °C Porcelana = quebram facilmente com mudanças de T° Platina = inertes, melhores, mais caros Procedimento Cálculo Exemplo: P1 = Peso do cadinho vazio: 33,1266 gramas P2 = Peso da amostra: 5,0567 gramas P3 = Peso do cadinho + cinzas: 33,1808 gramas Fórmula: % cinzas = (P3 – P1) x 100 P2 Então: (33,1808 – 33,1266) x 100 5,0567 Logo, o percentual de cinzas = 1,0718 % Vantagens da mineralização por via seca Método seguro, não precisa atenção após o início; Não requer reagentes ou brancos; Serve como método de preparação para vários elementos. DESVANTAGENS Tempo de 12 a 18 horas; Há volatilização de alguns elementos e reação com o cadinho. Preparo das amostras Amostras líquidas ou úmidas: devem ser secas em estufa antes da determinação de cinzas. Ricas em gordura: devem se aquecer lentamente (200ºC) para evitar excesso de chamas. Em peixes e produtos marinhos gordurosos: deve se fazer a incineração prévia a baixa temperatura. Em queijos gordurosos: adicionar uma pequena quantidade de algodão absorvente e incinerar. Produtos açucarados: adicionar vaselina ou azeite de oliva. Cinza úmida Comumente utilizada para determinação da composição individual da cinza. Utiliza-se baixas temperaturas. Utiliza reagentes muito corrosivos. Necessidade de branco para os reagentes. Não é prático como método de rotina. Exige maior supervisão. Não serve para amostras grandes. Utilizada para determinação de elementos traços, que podem ser perdidos na cinza seca, e também de metais tóxicos. Cinza úmida Utiliza ácidos e agentes oxidantes (HNO3 e HClO4). Mineralização sem volatilização; os elementos ficam em solução. Tempo de oxidação menor; requer reagentes e instalações especiais. Requer placa aquecedora e capela de extração anti-corrosiva. Requer atenção constante do operador. Resíduos são considerados material não alimentar (silicatos). Pesagem digestão evaporação do ácidodiluição análise Importância Determinação dos componentes individuais: fins nutricionais; segurança: resíduos metálicos provenientes de pesticidas Obs.: A análise dos minerais é feita por técnicas instrumentais (absorção atômica, emissão de chama, colorimetria, turbidimetria) Titulometria Cinza seca X Cinza úmida Seca Úmida Cinza total Compostos individuais Simples, análise de rotina Não utilizada como rotina Demorada Mais rápida Perdas de voláteis Evita perda de voláteis Sem reagentes corrosivos Reagentes corrosivos Equipamentos Cinza solúvel e insolúvel em água Índice de fruta em geléias, doces em massa, etc. Baixo nível de cinzas na fase solúvel em água = adição de fruta. Junta 25 mL de água ao cadinho Cobrir com vidro de relógio para evitar respingos para fora e aquecer até começar a ferver Filtrar em um papel sem cinzas e lavar com água quente Carbonizar o papel de filtro com o resíduo Deixar esfriar e pesar A cinza pesada é a cinza insolúvel, e a cinza solúvel será a diferença entre a total e a insolúvel. Cinzas insolúveis em ácido Índice de contaminação de frutas, hortaliças e grãos. A maior parte é silicatos que permanecem insolúveis. Metodologia Adicionar 25 mL de HCl 10% no cadinho com a cinza. Cobrir com vidro de relógio e aquecer por 5 minutos. Filtrar em um papel sem cinza e lavar com água quente. Colocar o papel de filtro com o resíduo no cadinho e incinerar. Esfriar e pesar. Alcalinidade de cinza Índice de qualidade de frutas e sucos. Juntar ao cadinho com a cinza uma quantidade em excesso de HCl 0,1M (ou ácido sulfúrico). Adicionar água quente e aquecer em banho-maria. Deixar esfriar e adicionar algumas gotas de alaranjado de metila. Titular o excesso de ácido com NaOH 0,1M. Calcular a alcalinidade como número de mL do ácido 0,1M requerido para neutralizar a cinza em 100 g de amostra. Exercícios 1. Considere que você realizou uma medida de cinzas totais de uma amostra utilizando mufla. Nesta análise você obteve os seguintes dados: a. Complete a tabela. b. Qual a quantidade média de cinzas da amostra? Apresentar os cálculos. Exercícios 3. A partir dos dados abaixo calcule o teor de umidade da amostra. Peso da cápsula vazia = 35,2345g Peso da amostra integral = 10,4564g Peso da amostra mais cápsula após secagem em estufa = 42,6909g Exercícios 4. Utilize a tabela de composição de alimentos abaixo para responder a questão COMPOSIÇÃO CENTESIMAL ( g/100g) Exercícios a. Calcule o teor calórico em Kcal de todos os alimentos da tabela, completando os valores de A,B,C D e E. Utilize os fatores de Atwater: 4 - 9 - 4 kcal/ g para os valores de proteínas, lipídios, carboidratos , respectivamente b) Calcule o teor de proteína para 120g de arroz integral cozido c) Calcule o teor de lipídios para 155g de file de merluza assado d) Calcule o teor de carboidrato para 125g de lentilha cozida e) Calcule o teor calórico dos pratos abaixo 135g de integral arroz + 125g de lentilha + 155g file de merluza + 65g de couve flor 162g de arroz integral + 75g de lentilha + 175g de maninha grelhada 230g de maninha grelhada + 135g de couve flor
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