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1 CINZAS OU RESÍDUOS MINERAIS EM ALIMENTOS - Cinza é o resíduo inorgânico remanescente após a completa destruição da matriz orgânica do alimento. - CINZAS TOTAIS - São o ponto de partida para a análise de minerais específicos (fins nutricionais e segurança). → Resíduos metálicos provenientes de inseticidas, fungicidas e outros defensivos. → Geralmente trabalha com a determinação de cinzas totais para depois partir para a determinação de minerais específicos. - INTRODUÇÃO - O alimento é constituído por uma parte orgânica e uma inorgânica. - Destrói a matéria orgânica por carbonização seguida de incineração (converte a matéria orgânica em CO2, NO2 e H2O, por exemplo). - Geralmente nessas cinzas, encontramos quantidades maiores de K, Na, Ca, Mg, enquanto, Al, Fe, Cu, Mn, Zn em pequenas quantidades e apenas traços de I, F, e outros. → São encontrados na forma sais: óxidos, sulfatos, fosfatos, silicatos e cloretos; dependem das condições de incineração e da composição do alimento. - A cinza obtida não é necessariamente da mesma composição que a matéria mineral original do alimento porque pode haver perdas por volatilização (Ex.: KCO3 e NaCO3 que volatizam a 900ºC). - COMPOSIÇÃO DAS CINZAS Vs NATUREZA DO ALIMENTO - Cinzas ricas em: ● Ca: laticínios, nozes, cereais, peixes; ● P: laticínios´, carnes, cereais, ovos, peixes, legumes; ● Fe: grãos, frutos do mar, cereais, peixes, ovos, legumes; ● Na: Sal, laticínios, frutas, cereais; ● S: Alimentos ricos em proteínas; ● Zn: frutos do mar. - Cereais: 0,3 a 3,3% - Laticínios: 0,7 a 6% - Peixes: 1,2 a 3,9% - Frutas: 0,3 a 2,1% - Nozes: 1,7 a 3,6% - Óleos: 0% (manteiga e margarina: 2,5%) - Açúcares: 0 a 1,2% - DETERMINAÇÃO DOS CONSTITUINTES MINERAIS 1. DETERMINAÇÃO DA CINZA (TOTAL, SOLÚVEL E INSOLÚVEL) 2. DETERMINAÇÃO DOS COMPONENTES INDIVIDUAIS DA CINZA - COMPONENTES INDIVIDUAIS DA CINZA: indispensáveis para o metabolismo adequado: elementos indispensáveis da dieta essencial. → Não tem nenhuma função conhecida ou até podem ser prejudiciais à saúde (Pb, Hg, Cu). - IMPORTÂNCIA DA DETERMINAÇÃO DAS CINZAS TOTAIS: 1. Para calcular o valor nutritivo de um alimento; 2. Usado com índice de refinação de açúcares e farinhas - quanto maior o teor de cinzas, maior é a qualidade do ponto de vista nutricional (mais integral); 3. Indicativo da quantidade de ingredientes nos produtos alimentícios (compotas: quanto maior o teor de cinzas, menos açúcar foi adicionado, tem mais fruta). - CINZA SOLÚVEL E INSOLÚVEL EM ÁGUA: - Caracterização da pureza e a verificação da adulteração das amostras → determinação da quantidade de frutas em geleias e conservas: mais cinzas insolúveis = mais frutas. - ALCALINIDADE DA CINZA - Frutas e vegetais: alcalinas → Sais de ácidos fracos (cítrico, tartárico, málico). - Produtos cárneos e cereais: ácidas. → Sais de ácido fosfórico. - Utilizada para verificar a adulteração em alimentos de origem animal ou vegetal. - CINZA INSOLÚVEL EM ÁCIDO - Indica a adição de matéria mineral estranha a alimentos, como sujidades e areia em condimentos, talco em confeitos e sujidades em frutas. - METODOLOGIA - Cinza seca, cinza úmida ou cinza seca Vs cinza úmida. - Cinza seca: é o procedimento mais utilizado: uso de fornos do tipo mufla, operando em temperaturas de 500 - 600ºC. 1. Pesar aproximadamente 5 g da amostra em cadinho de platina ou porcelana (previamente incinerado, esfriado e tarado); 2. Carbonizar a amostra; 3. Levar a mufla inicialmente a temperatura mais baixa e depois a 500 - 600ºC; 2 4. Retirar da mufla e levar ao dessecador até atingir a temperatura ambiente; 5. Pesar novamente cada cadinho (sem material de cor escura). - Coletar, triturar, queimar, incinerar, dessecar, pesar. - Manteiga: 500ºC - Frutas, carnes, açúcares e vegetais: 525ºC - Cereais, laticínios (exceto manteiga), peixes e vinho: 550ºC - Grão e ração: 600ºC - Preparação da amostra: 2,5 a 10 g 1. Amostras líquidas ou úmidas: devem ser secas em estufa.; 2. Produtos com grande quantidade de matéria volátil: devem ser aquecidos vagarosamente (“pegar fogo”). - Tempo de incineração: varia com o produto e método. 1. Grão e ração: 2 horas; 2. A incineração está terminada quando o material torna-se completamente branco ou cinza e o peso da cinza fica constante; 3. Costuma levar muitas horas: deve-se adicionar glicerina, álcool, oxidantes químicos. - Pesagem da cinza: 1. Cuidado com o manuseio do cadinho: muito leve e pode voar facilmente (vidro relógio); 2. Determinação dos minerais individualmente: não utilizar a seca - perda de certos elementos dependendo da temperatura (>500ºC) - Na e K além de Fe e Zn. - Cinza úmida: - Adequada para alimentos com teor alto de gordura. Emprega ácidos concentrados em alta temperatura para provocar a destruição da matriz orgânica. É utilizada na determinação de elementos traços que podem ser perdidos na cinza seca. 1. Digestão ácida (Ác. perclórico, sulfúrico e nítrico); 2. Decomposição da matéria orgânica; 3. Análise individual de cada mineral. - Após o preparo de cinzas, estas podem ser utilizadas para análises que visem determinar o conteúdo de minerais específicos. Para análises de minerais que normalmente ocorrem em grande quantidade nos alimentos (Ca, K, Na) é comum o emprego de técnicas de volumetria (método mais barato e rápido). Para análises de elementos que ocorrem em pequenas quantidades (Se, Ni, Zn) empregam-se métodos Instrumentais mais sensíveis (espectrometria de absorção atômica). 1. Reagentes graus de pureza; 2. Limpeza dos equipamentos e cadinhos 3. Contaminação do ar no laboratório; 4. Restringir manipulações e etapas de trabalho 5. Análises comparativas interlaboratoriais. - Espectrometria de absorção atômica: 1. Átomos absorvem energia radiometria radiante; 2. Elétrons do nível fundamental de energia a estados excitados. - Fonte de radiação: lâmpada. - Presença do mineral:valor de absorbância. - Fotometria de chama: 1. Mineral é aquecido em uma chama; 2. Elétrons são elevados a estado de alta energia; 3. Retorno de elétrons ao nível de energia inicial; 4. Emite radiações características - cada elemento. - CINZA SECA: 1. Usada para análise quantitativas, pode ocasionar a perda de elementos voláteis da amostra; 2. Usa altas temperaturas e longo tempo; 3. Muito prático e permite o preparo de várias amostras simultaneamente; 4. Serve para amostras grandes; 5. Não usa reagentes químicos. - CINZA ÚMIDA: 1. Usada para análise qualitativa; 2. Baixas temperaturas e tempo reduzido; 3. Não é prático; 4. Não se aplica a grandes amostras; 5. Utiliza reagentes altamente corrosivos. - CINZA SOLÚVEL E INSOLÚVEL EM ÁGUA - A partir da total: 1. Acrescentar 25 mL de água ao cadinho; 2. Cobrir com vidro de relógio - evitar respingos para fora e aquecer até começar a ferver; 3. Filtrar num papel sem cinzas com água quente; 4. Incinerar o papel de filtro com o resíduo; 5. Deixar esfriar e pesar. - Cinza insolúvel: pesada. - Cinza solúvel: diferença entre a total e a insolúvel. - CINZA INSOLÚVEL EM ÁCIDO 3 1. Adicionar 25 mL de HCI 10% no cadinho com a cinza; 2. Cobrir vidro de relógio e aquecer por 5 minutos; 3. Filtrar em um papel sem cinza com água quente; 4. Resíduo (papel de filtro) num cadinho: incinerar até a cinza ficar clara; 5. Esfriar e pesar. - Identificar a presença de areia. - CÁLCULO DE CINZAS EM ALIMENTOS - DADOS: 1. Peso da amostra = 6, 349 g 2. Peso da amostra + cadinho = 44,814 g 3. Peso das cinzas + cadinho = 38, 717 g PESO DO CADINHO = (PESO DA AMOSTRA + CADINHO) - (PESO DA AMOSTRA) 44,814 g - 6,349 g = 38, 465 g (PESO DAS CINZAS + CADINHO) - PESO DO CADINHO = PESO DAS CINZAS 38, 717 g - 38,465 = 0,252 g 0,252 g --------------- 6,349 g X --------------- 100% X = 3,97 % de cinzas.
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