Buscar

Formação dos Contratos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CIVIL: 04 - Formação dos Contratos
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
I – NEGOCIAÇÕES PRELIMINARES (FASE DAS TRATATIVAS)
Como já visto, a boa-fé objetiva deve existir desde a fase pré-contratual. Nesta fase, que é a fase das tratativas, existem as negociações preliminares. Há uma troca de experiências visando um possível e eventual contrato futuro.
Em regra, essa troca de experiências não obrigam os negociantes a contratar e consequentemente se não houver a contratação não haverá espaço para responsabilidade civil. As negociações preliminares, assim, por não vincular os negociantes, podem ser rompidas de maneira normal, sem prejuízos e consequentemente não há responsabilidade civil.
Exceção: As negociações preliminares, negociações avançadas, com ruptura injustificada, com prejuízo, de modo a ofender a boa-fé objetiva, gerando uma legítima expectativa de contratação, pela conduta de um dos negociantes, que podenão estar agindo com transparência, podem gerar responsabilidade civil e o dever de indenizar.
O princípio da boa-fé objetiva (art. 322) exige transparência, portanto, é preciso que o negociante que quer contratar seja transparente de modo a não alimentar expectativas que, por suas atitudes, se tornam legitimas, pois aquele contratante que tem a legítima expectativa de contratar já pode estar se preparando para este fim. 
-Resumindo: em regra, as negociações preliminares não vinculam, ou seja, quem está negociando não é obrigado a contratar e, se não contrata, não é obrigado a reparar eventuais prejuízos experimentados pelo outro. Excepcionalmente, o rompimento das tratativas pode gerar dever de indenizar, desde que ocorra:
a) estágio avançado das negociações;
b) ausência de transparência por parte de um dos negociantes;
c) criação de legítima expectativa de que a contratação ocorrerá;
d) rompimento abrupto e injustificado das negociações;
e) prejuízos a um dos negociantes.
Somente se estes requisitos, que violam a boa-fé objetiva, estiverem presentes é que haverá a responsabilidade civil extracontratual (aquiliana), por ainda não haver contrato.
Agora, imagine:
Negociações preliminares -> namoro
Proposta -> pedido de casamento
Contrato -> Casamento
Proposta + Aceitação = Contrato
II – PROPOSTA – OFERTA – POLICITAÇÃO
1 – CONCEITO
É a declaração dirigida a outrem, visando com ele contratar, de modo que baste o seu consentimento para concluir o contrato. A proposta, oferta ou policitação deve possuir todos os requisitos para que o contrato se forme, menos a aceitação. Logo, a proposta é mais do que uma simples tratativa, uma negociação preliminar, ela define o conteúdo do contrato.
2 – NATUREZA JURÍDICA
A proposta é um negócio jurídico unilateral: há uma única manifestação de vontade, gerando obrigação para quem a faz. É considerada negócio jurídico unilateral receptício por alguns autores, pois é feita a fim de receber uma resposta, uma aceitação.
3 – PROPOSTA x NEGOCIAÇÃO PRELIMINAR
A principal diferença entre a proposta e a negociação preliminar é a força vinculante, pois as negociações preliminares, em regra, não vinculam os negociantes, enquanto a proposta vincula e tem natureza negocial, pois é um negocio jurídico, já a negociação preliminar não.
4 – EFEITO VINCULANTE
 Sabemos que a proposta, oferta ou policitação tem força vinculante, pois é um negocio jurídico unilateral e gera, assim, obrigação para quem a faz, mas só dá ao lesado o direito de pedir perdas e danos. Portanto, se houver prejuízos, eles serão indenizados pelo proponente que deixou de contratar. Contudo, diferente do âmbito do direito do consumidor, no âmbito do direito civil, este não pode ser constrangido a contratar se não quiser, sendo o inadimplemento contratual, como visto, resolvido em perdas e danos.
Regra – Art. 427: a proposta de contrato obriga o proponente.
Exceções – Casos em que a proposta deixa de ser vinculante/obrigatória (isto significa que o proponente não é obrigado a mantê-la) :
a)     Hipóteses do art. 427: a proposta obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio ou das circunstâncias do caso. Termos: na própria proposta o proponente pode colocar de modo expresso que determinada proposta não o obriga, não é vinculante.Natureza do negócio ou circunstâncias do caso: fica subentendido na própria proposta a não vinculação da mesma.
b)    Situações do art. 428:
I – sem prazo/presente: se a proposta for feita sem prazo e a pessoa presente (também a pessoa que está contratando por telefone ou por meio de comunicação semelhante) não aceitar imediatamente; 
II – sem prazo/ausente: se a proposta for feita sem prazo e apessoa ausente, e tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente;
III – com prazo/ausente (expedição): se a proposta for feita com a pessoa ausente e não tiver sido expedida (enviada) a resposta dentro do prazo dado;
IV – retratação anterior/simultânea: se antes ou simultaneamente à proposta chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente. A retratação anterior ou simultânea retira da proposta o seu efeito vinculante. Veja: a retratação tardia não retira a força vinculante/obrigatória da proposta.
5 – OFERTA PÚBLICA
A oferta pública deve ter todos os requisitos existentes na proposta, senão não passará de um anúncio e não terá a força vinculante de proposta. A oferta pública só será considerada uma proposta com força vinculante, portanto, quando possuir todos os requisitos da mesma.
Art. 429 – A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos.
Parágrafo único: Revogação - pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgação e desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada. Na própria oferta deve ter sido dito que era possível haver a revogação, com uma frase do tipo: “esta proposta é passível de revogação”.
NÃO ESQUEÇA: PROPOSTA = OFERTA = POLICITAÇÃO

Outros materiais