Buscar

Fármacos anti helmínticos e anti

Prévia do material em texto

Fármacos anti helmínticos e anti-protozoários 
1. Grupo: Ana Karine Dhébora Christinne Taillany Caroline Rayanne Grangeiro Universidade Estadual da Paraíba Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Departamento de Enfermagem Docente:Samantha Rangel Peixoto 
2. Um anti-helmíntico eficaz precisa ser capaz de penetrar na cutícula do verme ou ter acesso a seu trato alimentar; Pode atuar ao produzir paralisia do verme ou ao lesar a sua cutícula, podem também interferir no metabolismo do verme; Os fármacos anti-helmínticos podem ser: Benzimidazóis, Praziquantel, Piperazina, Pirantel, Niclosamida, Oxamniquina, Levamisol e Ivermectina. 
3. Benzimidazóis Os benzimidazóis incluem o mebendazol, tiabendazol e o albendazol. Mecanismo de ação: • Interferem na captação de glicose dependente de microtúbulos; • É 250 – 400 vezes mais potente nos helmintos do que nos tecidos de mamíferos; O efeito leva algum tempo para se manifestar, e os vermes podem não ser expelidos durante vários dias. 
4. Benzimidazóis Usos Clinicos Efeitos adversos Mebendazol oxiúrus e infecções por ancilóstomos e nematódeos. Seus efeitos indesejáveis são poucos, em certas ocasiões, podem ocorrer distúrbios gastrintestinais. Tiabendazol infestações por Dracunculus e por estrongilóides, e por um período de até cinco dias para triquinose e para a larva migrans cutânea. Dist GI, cefaléia, tontura, sonolência, reações alérgicas Albendazol Amplo espectro : Nematóides e cisticercose Efeitos indesejáveis: raros – dist GI 
5. Praziquantel Droga escolhida para o tratamento de todas as espécies de esquistossomo, sendo eficaz na cisticercose; Mecanismo de ação: • Atua alterando a homeostasia do cálcio nas células do verme; • Afeta também as formas imaturas e as cercárias; Efeitos indesejáveis: leves e transitórios (dist GI, tontura, erupções cutâneas, febre); Toxicidade apenas em animais de laboratório. 
6. Piperazina Pode ser utilizada no tratamento de infecções pela lombriga e pelo oxiúrus. Mecanismo de ação: • Inibe reversivelmente a transmissão neuromuscular no verme; • Os vermes paralisados são expelidos ainda vivos • A piperazina foi susbtituida, em grande parte, pelos benzimidazóis. Efeitos indesejáveis: incomuns (dist GI, tontura, urticarias, vertigem , parestesias) 
7. Pirantel Infecção: Ascaris lumbricóides e Enterobios vermicularis Atua ao despolarizar a junção neuromuscular dos helmintos, causando espasmo e paralisia; Efeitos indesejáveis são leves e consistem em distúrbios gastrintestinais; O pirantel foi substituído, em grande parte, pelos benzimidazóis. 
8. Niclosamida Droga de escolha para o tratamento da teníase; Mecanismo de ação: • Lesa irreverssivelmente o escólex; • O verme separa-se da parede intestinal e é expelido; Efeitos indesejáveis são poucos, infrequentes e transitórios. 
9. Oxamniquina Mostra-se ativa contra Schistossoma mansoni, afetando formas maduras e imaturas. O mecanismo de ação pode envolver a intercalação no DNA, e sua ação seletiva pode estar relacionada com a capacidade de o parasita concentrar a droga. Efeitos indesejáveis consistem em tonteira e cefaléia transitórias, cuja ocorrência é relatada em 30 – 95% dos pacientes. Podem ocorrer sintomas causados pela estimulação do SNC, incluindo alucinações e episódios convulsivos. 
10. Levamisol Eficaz nas infecções por lombriga; Bloqueia as junções neuromusculares; Vermes paralizados são eliminados nas fezes; Os ovos são destruídos; Os efeitos indesejáveis são poucos, consistem em distúrbios gastrintestinais, tonteira e erupções cutâneas. 
11. Ivermectina • Infecção: Nematódeos (Ascaris, Trichuris e Oxiurios) Filarias (Onchocerca e Wuchereria); Mecanismo de ação: • A droga bloqueia a transmissão neuromuscular e paralisa do verme; Efeitos indesejáveis: Cefaléia, febre, vertigem, erupções cutâneas . 
12. Os principais protozoários que produzem doenças no homem são os que causam malária, amebíase, leishmaniose, tripanossomíase e tricomoníase. 
13. Malária A malária humana é uma doença parasitária que pode ter evolução rápida e ser grave; A malária é causada por diversas espécies de plasmódios, dentre eles o P. falciparum, o P. vivax, P. malarie e P. ovale; No Brasil, as espécies mais predominantes são o P. falciparum e P. vivax. 
14. Clinicamente os agentes antimaláricos são classificados quanto à sua ação contra os diferentes estágios do ciclo de vida do parasita: As drogas utilizadas para a quimioprofilaxia (cloroquina, mefloquina, proguanil, pirimetamina, dapsona e doxiciclina), para a prevenção dos ataques de malária numa área da doença, atuam sobre os merozoítas que emergem das células hepáticas; As drogas usadas no tratamento agudo de malária (cura clínica ou supressiva – quinina, mefloquina, halofantrina, sulfonas, pirimetamina) atuam sobre os parasitas no sangue; podem curar infecções por parasitas que não possuem estágio exoeritrocítico; As drogas utilizadas para a cura radical (primaquina) são ativas contra os parasitos no fígado. Algumas drogas atuam sobre os gametócitos e impedem a transmissão pelo mosquito. 
15. Fármacos usados na profilaxia da malária 
16. Cloroquina A cloroquina é um agente esquizonticida sanguíneo muito potente; Mecanismo de ação: • Possui um complexo mecanismo de ação que ainda não está totalmente esclarecido. • A cloroquina inibe a digestão da hemoglobina pelo parasita e, assim, reduz o suprimento de aminoácidos necessários à viabilidade do parasita. • A cloroquina também inibe a heme polimerase Efeitos indesejáveis • Doses altas no tratamento agudo: náusea, vômitos, tonteira, visão turva, cefaléia, sintomas de urticária e retinopatias. A droga é considerada segura para gestantes. Só é tóxico para os parasitas 
17. Mefloquina A mefloquina é um composto esquizonticida sanguíneo que se mostra ativo contra P. falciparum e P. vivax; A ação parasitária está associada à inibição da heme polimerase; Efeitos indesejáveis • Utilizada no tratamento agudo causam distúrbios gastrintestinais em 50% dos pacientes. Pode ocorrer toxicidade transitória do SNC – vertigem confusão, disforia, insônia. A mefloquina é contra-indicada para gestantes e mulheres propensas a engravidar. Pode ocorrer toxicidade transitória do SNC. 
18. Fármacos usados no tratamento agudo da malária 
19. Quinina Trata-se de um agente esquizonticida sanguíneo, eficaz contra as formas eritrocíticas de todas as quatro espécies de plasmódios, mas que carece de efeito sobre os gametócitos de P. falciparum; Mecanismos de ação: • Está associado à inibição da heme polimerase do parasita; Dentre os efeitos adversos, apresenta-se o chinchonismo (náusea, tonteira, zumbido, cefaléia e visão turva), vômitos, liberação de insulina com hipoglicemia agravada pelo consumo de glicose por parte do parasita. 
20. Halofantrina A halofantrina é um agente esquizonticida sanguíneo. O fármaco mostra-se ativo contra cepas de P. falciparum resistentes a cloroquina, à pirimetamina e à quinina. É eficaz contra a forma eritrocítica de P. vivax, mas não contra hipnozoítas. Seu mecanismo de ação permanece desconhecido. Como efeitos indesejáveis podem ocorrer dor abdominal, distúrbios gastrintestinais, cefaléia, elevação transitória das enzimas hepáticas, prurido, alteração no ritmo cardíaco e tosse. 
21. Sulfadoxina-Pirimetamina A sulfodoxina é um análogo do PABA, que inibe competitivamente a diidropteroato sintetase dos parasitas, uma enzima essencial na via de síntese do ácido fólico. A pirimetamina é um análogo do folato que inibe competitivamente a diidrofolato em tetraidrofolato. A sulfadoxina e a pirimetamina, quando utilizadas em combinação, atuam de modo sinérgico, inibindo o crescimento dos parasitas da malária. Essa combinação é altamente efetiva contra os estágios esquizontes sanguíneos do P. falciparum, mas não contra os gametócitos. As reações adversas mais comuns são: reações cutâneas graves; efeitos hematológicos (anemia megaloblástica, leucopenia e trombocitopenia. 
22. Artemisina A artemisina, um extrato químico obtidoda artemísia, é um esquizonticida sanguíneo de ação rápida, que tem sido eficaz no tratamento do ataque agudo da malária tanto vivax quanto falcípara; O mecanismo de ação não é conhecido; pode envolver lesão da membrana do parasita por radicais livres ou alquilação covalente de proteínas; Foram observados poucos efeitos indesejáveis - bloqueio cardíaco transitório, redução transitória dos neutrófilos sanguíneos e episódios breves de febre. 
23. Fármacos usados na cura radical da malária 
24. Primaquina Único fármaco capaz de efetuar uma cura radical das formas de malária nas quais os parasitas possuem um estágio dormente no fígado – P. vivax e P. ovale; Mecanismo de ação: • Exerce ação gametocida, constituindo o agente antimalárico mais eficaz na prevenção da transmissão da doença por todas as quatro espécies de plasmódios; Efeitos indesejáveis: Distúrbios do trato gastrintestinal e, em altas doses, metemoglobinemia; Nunca deve ser administrada em gestantes. 
25. Amebíase A amebíase é uma infecção causada por Entamoeba histolytica, produzida por ingestão de cistos desse microrganismo; Os principais fármacos atualmente utilizados no tratamento da amebíase são: metronidazol, tinidazol e diloxanida. Esses agentes podem ser usados em combinação. 
26. Metronidazol O metronidazol mata os trofozoítas de E. histolytica, porém não exerce nenhum efeito sobre os cistos; Acredita-se que o metronidazol atua através da lesão do DNA, da membrana e células-alvos do trofozoíta por produtos tóxicos de oxigênio (radicais livres); São observados poucos efeitos indesejáveis com o uso de doses terapêuticas. Foram relatados distúrbios gastrintestinais, tonteira, cefaléia, neuropatias sensoriais; metronidazol não deve ser utilizado durante a gravidez. 
27. Diloxanida A diloxanida e o furoato de diloxanida são eficazes contra o parasita intestinal não invasivo da ameba; As drogas exercem ação amebicida direta; Não possuem graves efeitos adversos. 
28. Leishmaniose A leishmaniose é uma infecção causada pelo microrganismo do gênero Leishmania. O parasita ocorre em duas formas – flagelada, encontrada no mosquito-pólvora (inseto vetor) que se alimenta de animais de sangue quente; e não flagelada, que ocorre no hospedeiro mamífero picado; Os principais fármacos para o tratamento da leishmaniose são o estibogliconato de sódio e o antimoniato de meglumina, que apresentam mecanismo de ação ainda não totalmente elucidado. Outros fármacos incluem a anfotericina e o metronidazol; Efeitos indesejáveis: Anorexia, vômitos, bradicardia e hipotensão. 
29. Tripanossomiase Existem três espécies principais de tripanossomo que causam doenças no ser humano: o Tripanossoma gambiense e o Tripanossoma rhodesiense, responsáveis pela doença do sono na África, e Tripanossoma cruzi, responsável pela Doença de Chagas; As principais drogas utilizadas na doença do sono africana são a suramina, com a pentamidina como alternativa, no estágio hemilinfático da doença, e o composto melarsopol para o estágio avançado com comprometimento do SNC; As drogas utilizadas na doença de chagas incluem primaquina e a puromicina, o nifurtimox e os benzimidazois. Todavia, não há ainda nenhum tratamento eficaz para esta doença. 
30. Suramina Induz alterações bioquímicas que levam à aliminação dos microrganismos da circulação depois de um período de 24 horas. Mecanismo de ação: • A droga liga-se firmemente às proteínas plasmáticas do hospedeiro, e o complexo assim formado penetra no tripanossomo por endocitose; a seguir, é liberado por proteases lisossômicas. Possui ação seletiva sobre as enzimas tripanossômicas. Efeitos indesejáveis: a suramina é relativamente tóxica, sobretudo em pacientes desnutridos, exercendo efeito tóxico principalmente sobre os rins. 
31. Tricomoníase O principal microrganismo do gênero Trichomonas queproduz doenças no ser humano é o T. vaginalis. As cepas virulentas provocam inflamação da vagina nas mulheres e, algumas vezes, da uretra nos homens. As principais drogas utilizadas na terapia são o metronidazol e o tinidazol. 
32. Toxoplasmose O Toxoplasma gondi é um protozoário que infecta gatos e outros animais; Em muitos indivíduos a toxoplasmose é autolimitada ou até mesmo assintomática, porém a infecção pelo protozoário ; Durante a gravidez pode causar grave doença no feto. Os indivíduos imunocomprometidos também são muito suscetíveis; O tratamento de escolha é com pirimetamina-sulfadiazina; usa-se também trimetoprima-sulfametoxazol ou a pentamidina parenteral, e, mais recentemente, a azitromicina. 
33. 1. RANG, H. P. et al. Farmacologia. 4 edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001; 2. KATZUNG, B. G. Farmacologia: Básica & Clinica. 9 edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006; 3. CRAIG, C. R.; STITZEL, R. E. Farmacologia Moderna. 6 edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005; 4. GOLAN, D. E. et al. Princípios de Farmacologia: A Base Fisiopatológica da Farmacoterapia. 2 edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009; 5. FUCHS, F. D.; WANNMACHER, L.; FERREIRA, M. B. C. Farmacologia Clínica. 3 edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004; 
34. 6. GILMAN, A. G. As Bases farmacológicas da Terapêutica. 10 edição. Rio de Janeiro: Mc-Graw Hill, 2005. 7. CONSTANZO, L. S. Fisiologia. 2 edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004; 8. PORTH, C. M. Fisiopatologia. 6 edição. Rio de Janeiro: Ganabara Koogan, 2004.

Continue navegando