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Cálculo II – Prof. Marcus V. S. Rodrigues (Semestre 2015.1) 1 AULA 04 – Integral de Riemman Considere uma função y f x contínua e não negativa no intervalo a,b , então, seja a região R limitada acima pela curva y f x , abaixo pelo eixo x , à esquerda pela reta x a e à direita pela reta x b , conforme ilustrada na Fig. 1. Figura 1 – Representação gráfica da região R Conforme ilustrado na Fig. 1, a área da região S será indicada por R e o objetivo aqui é o de definir uma fórmula para o cálculo desta área. Definição 1. Uma partição P de um intervalo a,b é um conjunto finito 0 1 2 nP x , x , x ,..., x onde 0 1 2 na x x x ... x b , que divide o intervalo a,b em n subintervalos da forma i 1 ix , x , i 1, 2,..., n . Figura 2 – Subintervalos de [a, b] Cálculo II – Prof. Marcus V. S. Rodrigues (Semestre 2015.1) 2 Para cada subintervalo i 1 ix , x tem-se i i i 1x x x que é a amplitude do intervalo. Assim, 1 1 0x x x , 2 2 1x x x ,...., n n n 1x x x Vale salientar que os números 1x , 2x ,..., nx não são necessariamente iguais; o maior deles é denominado amplitude da partição P e indica-se por imáx x . Uma partição 0 1 2 nP x , x , x ,..., x de a,b será indicada simplesmente por 0 1 2 nP: a x x x ... x b (1) Inicialmente, para encontrar a área S , considere, então, a partição P dividindo o intervalo a,b em n subintervalos do tipo i 1 ix , x , i 1, 2, 3,..., n . Em cada subintervalo é escolhido um ponto * ix , * i i 1 ix x ,x , de tal forma que seja definido um retângulo de altura *if x e largura dado por ix , como mostrado na Fig. 3. Figura 3 – Subintervalo [xi-1, xi] Para cada subintervalo i 1 ix , x , define-se um retângulo cuja área é definida por *i i iS f x x (2) Cálculo II – Prof. Marcus V. S. Rodrigues (Semestre 2015.1) 3 Assim, conforme ilustrado na Fig.4, é possível escrever 1a, x , *1 1 1S f x x ; 1 2, x x , *2 2 2S f x x ; 2 3x , x , *3 3 3S f x x ; ... ... ... n 1x ,b , *n n nS f x x . Figura 4 – Aproximação da área pelo método dos retângulos Somando as áreas de cada retângulo, iS , tem-se o valor da soma aproximada NS , isto é, * * * *N 1 1 2 2 3 3 n nS f x x f x x f x x ... f x x (3) Cálculo II – Prof. Marcus V. S. Rodrigues (Semestre 2015.1) 4 ou em notação de somatório: n * N i i i 1 S f x x (4) O somatório dado pela equação (4) é comumente chamado de soma de Riemann. A área dada pela equação (4) é um valor aproximado para a área real S , isto é NS S . Este método é chamado de método dos retângulos, e área real pode ser escrita da seguinte forma n * i i i 1 S f x x (5) Pode-se fazer n * i i i 1 f x x se aproximar o quanto queira de S , bastando fazer com que n cresça sem limitação. Isto é, n * i i i 1 f x x S quando n . Definição 2. Se a função f for contínua em a,b e f x 0 para todo x a,b , então a área sob a curva y f x no intervalo a,b é definida por n * i i n i 1 S lim f x x (6) Pode-se observar que fazendo n , implica que imáx x 0 . Daí, a Definição 2, pode ser escrita da seguinte forma alternativa. Definição 3. Se a função f for contínua em a,b e f x 0 para todo x a,b , então a área sob a curva y f x no intervalo a,b é definida por Cálculo II – Prof. Marcus V. S. Rodrigues (Semestre 2015.1) 5 i n * i i máx x 0 i 1 S lim f x x (7) Os limites dados pelas equações (6) e (7) não dependem da particular escolha dos números * 1x , * 2x , * 3x ,... , * nx , porém, estes limites são freqüentemente difíceis ou até mesmo impossíveis de se resolverem. Os pontos * ix podem ser arbitrariamente escolhidos nos subintervalos; porém, as escolhas mais comuns, em termos de simplificação, são os extremos esquerdos e direitos, ou o ponto médio do intervalo. Teorema 1. Fórmulas de somatório. (a) n i 1 1 n (b) n i 1 n n 1 i 2 (c) n 2 i 1 n n 1 2n 1 i 6 (d) 2n 3 i 1 n n 1 i 2 Se a função f é contínua e admitir valores positivos e negativos no intervalo a,b , como mostrado na Fig. 5, então o limite dado na equação (7), i n * i i máx x 0 i 1 lim f x x , não mais representa a área entre a curva y f x e o intervalo a,b . O limite representa agora a diferença das áreas: a área acima de a,b e abaixo da curva y f x , 1S , menos a área abaixo de a,b e acima da curva y f x , 2S . Isto é a área líquida com sinal entre o gráfico de y f x e o intervalo a,b . Cálculo II – Prof. Marcus V. S. Rodrigues (Semestre 2015.1) 6 Figura 7 – Região entre a curva y = f(x) e o eixo x Assim, de acordo com a Fig. 7, tem-se que: i n * i i 1 2 máx x 0 i 1 lim f x x S S (8) Definição 4. O limite i n * i i máx x 0 i 1 lim f x x se existir é único e ele independe da particular escolha dos * ix . Então, escreve-se i n * i i máx x 0 i 1 lim f x x L (9) se dado um 0 puder existir um 0 tal que, n * i i i 1 f x x L sempre que i0 máx x Este número L é muito importante e recebe a notação b a f x dx , que é chamado de integral definida. Cálculo II – Prof. Marcus V. S. Rodrigues (Semestre 2015.1) 7 Definição 5. Dizemos que uma função f é Riemann integrável ou, simplesmente, integrável em um intervalo finito e fechado a,b , se o limite i b n * i i máx x 0 i 1a f x dx lim f x x (9) existir e não depender da escolha da partição ou dos pontos ix no subintervalo.
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